Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
(EDITADO)
5. O Antigo Testamento é documento cristão porque Cristo está retratado nele do princípio ao fim
8. Um versículo deve ser estudado em seu contexto, e não isolado dos versículos que o cercam.
a. Lutero (1483-1546)
Lutero acreditava que a fé e a iluminação do Espírito eram requisitos indispensáveis ao
intérprete da Bíblia. Lutero sustentava, que a igreja não deveria determinar o que as Escrituras
ensinam, pelo contrário, as Escrituras é que deveriam determinar o que a igreja ensina. Rejeitou
o método alegórico de interpretação da Escritura, chamando-o de “sujeira”, “escória”, e “um
monte de trapos obsoletos”.
De acordo com Lutero, uma interpretação adequada da Escritura deve proceder de uma
compreensão literal do texto. O intérprete deve considerar em sua exegese as condições
históricas, a gramática e o contexto. Ele acreditava, também, que a Bíblia é um livro claro (a
perspicuidade da Escritura), contrariamente ao dogma católico romano de que as Escrituras são
tão obscuras. Que somente a igreja pode revelar seu verdadeiro significado
Ao abandonar o método alegórico que por tanto tempo servira para fazer do AT um livro cristão
Lutero viu-se forçado a encontrar outro meio de explicar como o Antigo se aplicava ao Novo
Isto ele fez sustentando que o Antigo e o NT apontam para Cristo.
Este princípio de organização, que em realidade se tornou um princípio hermenêutico, levou
Lutero a ver a Cristo em muitos lugares (alguns Salmos que ele designou como messiânicos)
Quer concordemos, quer não, com todas as designações de Lutero, seu princípio cristológico
capacitou-o, de fato, a demonstrar a unidade da Escritura sem apelação para a interpretação
mística do texto do AT
Um dos grandes princípios hermenêuticos de Lutero dizia que se deve fazer cuidadosa distinção
entre a Lei e o Evangelho. Para Lutero, a Lei refere-se a Deus em sua ira, seu juízo, e seu ódio ao
pecado. O Evangelho refere-se a Deus em sua graça, seu amor, e sua salvação. O repúdio à Lei
estava errado, segundo Lutero, porque conduz à ilegalidade. Fundir a Lei e o Evangelho também
estava errado, porque conduz à heresia de acrescentar obras à fé
Lutero acreditava, que o reconhecimento e a manutenção cuidadosa da distinção Lei-Evangelho
eram decisivos ao entendimento adequado da Bíblia
b. Calvino (1509-1564)
O maior exegeta da Reforma foi, provavelmente, Calvino, que concordava em geral, com os
princípios articulados por Lutero
“A Escritura interpreta a Escritura” era uma sentença predileta de Calvino. A qual aludia à
importância que ele dava ao estudo do contexto, da gramática, das palavras e de passagens
paralelas, em lugar de trazer para o texto o significado do próprio intérprete
Numa famosa sentença ele declarou:
“A primeira tarefa de um intérprete é deixar que o autor diga o que ele de fato diz, em vez de
atribuir-lhe o que pensa que ele deva dizer”
Ele não partilhava da opinião de Lutero de que Cristo deve ser encontrado em toda a parte nas
Escrituras. Ele não concordava com Lutero quanto ao número de Salmos que são legitimamente
messiânicos
VI. EXEGESE PÓS-REFORMA (1550-1800)
O Concílio de Trento reuniu-se em várias ocasiões de 1545 a 1563 e elaborou uma lista de
decretos expondo os dogmas da igreja católica romana e criticando o protestantismo. Os
protestantes reagiram com o desenvolvimento de credos que definam sua posição
A certa altura, quase todas as cidades importantes tinham seu credo predileto, com a
predominância de amargas controvérsias teológicas
Os métodos hermenêuticos durante este período eram deficientes porque a exegese se tornou
uma criada da dogmática, e muitas vezes degenerou-se em mera escolha de texto para
comprovação
a. Pietismo
O pietismo surgiu como reação à exegese dogmática do período confessional. Philipp Jakob
Spener (1635-1705) é considerado o líder do reavivamento petista. Num folheto intitulado
Anseios Piedosos ele pedia:
O fim da controvérsia inútil
O retomo ao interesse cristão mútuo e às boas obras
Melhor conhecimento da Bíblia por parte dos cristãos
Melhor preparo espiritual para os ministros
Muitos pietistas descartaram a base de interpretação histórico-gramatical e passaram a
depender de uma “luz interior” ou de “uma unção do Santo”
Essas manifestações, baseadas em impressões subjetivas e reflexões piedosas muitas vezes
resultaram em interpretações contraditórias e que pouca relação tinham com o significado do
autor
b. Racionalismo
Posição filosófica que aceita a razão como a única autoridade que determina as opções ou curso
de ação de alguém. Surgiu como importante modo de pensar durante este período e cedo devia
causar profundo efeito sobre a teologia e a hermenêutica
Lutero estabeleceu distinção entre o uso magisterial e o ministerial da razão
Por uso ministerial da razão ele se referia ao emprego da razão humana para ajudar-nos a
compreender e a obedecer mais plenamente à Palavra de Deus
Por uso magisterial da razão ele se referia ao emprego da razão humana como juiz sobre a
Palavra de Deus. Lutero afirmava claramente a primeira e rejeitava a segunda
Durante o período que se seguiu à Reforma, o uso magisterial da razão começou a emergir mais
plenamente como nunca antes
Surgiu o empirismo, crença de que o único conhecimento válido que podemos possuir é o obtido
através dos cinco sentidos, e aliou- se ao racionalismo
A associação do racionalismo com o empirismo significava que:
(1) muitos pensadores estavam alegando que a razão, e não a revelação, devia
orientar nosso pensamento e ações; e
(2) que a razão seria usada para julgar que partes da revelação eram consideradas
aceitáveis