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Dissertação de Mestrado
Recife
2021
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Universidade de Pernambuco (UPE)
Escola Politécnica de Pernambuco (POLI)
Instituto de Ciências Biológicas (ICB)
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Sistemas (PPGES)
Recife
2021
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Universidade de Pernambuco (UPE)
Escola Politécnica de Pernambuco (POLI)
Instituto de Ciências Biológicas (ICB)
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Sistemas (PPGES)
Aprovada em ___/___/______
Pela Comissão Examinadora
_______________________________________________________________
Prof. Dr. Luis Arturo Gómez Malagón (Orientador)
_______________________________________________________________
Prof. 1
_______________________________________________________________
Prof. 2
_______________________________________________________________
Prof. Dr (Coordenador)
Recife
2021
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Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus criador de todas as coisas, meu Senhor e Salvador que
possibilitou que eu caminhasse e chegasse até aqui, para Ele toda honra toda glória e todo louvor.
Agradeço em segundo lugar, a pessoa a quem dedico este trabalho ao amor da minha vida
que cuidou de mim desde o meu nascimento até o ano de 2020, a pessoa que sempre me colocou
em primeiro lugar em tudo, que me mais me amou na face da Terra minha mãe que agora tenho fé
que está me esperando no paraíso. Tudo de bom que sou e tenho hoje devo a ela, que é meu
tesouro e que está com Deus agora.
Agradeço ao meu pai, Antônio Maurício que junto com minha mãe me educou e possibilitou
que chegasse até aqui, devo tudo que sou hoje também a ele.
Agradeço a minha tia Nanci que sempre foi presente na minha vida, e no momento de maior
dor, esteve ao meu lado e sempre que preciso me dar todo o apoio necessário para seguir a minha
caminhada.
Agradeço aos meu irmãos, Arthur e David, que também me deram apoio e torceram por
mim em cada batalha e em cada conquista da minha vida.
Agradeço a minha namorada Luana, que me apoia em tudo e tem sido e é meu porto seguro
e meu tudo, razão do meu sorriso, é a pessoa que me motiva e me dar forças para lutar todos os
dias.
Agradeço aos meus parentes que me deram todo apoio e torceram por mim, em especial
minha prima Marina, que desde o começo sempre esteve do meu lado e torceu por mim.
Agradeço ao meu professor e orientador Luís Arturo Goméz Malagón por ter acreditado em
mim e ter me dado a oportunidade de ser seu orientando e me fornecer todo o apoio e estrutura
para que completasse este trabalho.
Agradeço a minha colega e amiga Lorena por ter me ajudado e ensinado contribuindo
bastante com o desenvolvimento deste trabalho.
Agradeço ao meu colega e amigo Marcelo que me ajudou em todos os momentos do
mestrado no processo de caracterização, publicamos juntos, está junto comigo nesse barco desde o
aerodesign da faculdade.
Agradeço a meu colega e amigo Caio que também me ajudou bastante no desenvolvimento
neste trabalho.
Agradeço a Facepe pelo suporte dado com as bolsas que colaboraram com o financiamento
do projeto.
E pra finalizar agradeço ao Programa de Pós Graduação De Sistemas da UPE, os
professores, e colegas que me ajudarm, me apoiaram e colaboraram para que eu chegasse até aqui
nesta caminhada.
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Resumos
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Abstract
In Brazil, the industrial sector is the largest consumer of energy in the country and 81% of
this consumption is used for heat generation processes. Among these systems, industrial drying
processes use fossil fuels and electricity as a source of energy for heat generation, contributing to
the emission of greenhouse gases into the atmosphere. In industrial laundries the drying
processes use rotary dryers, these devices require temperatures with a maximum value of 150ºC,
thus knowing that the northeast of Brazil has a relevant potential for capturing solar radiation,
the use of thermosolar energy can be a viable alternative to contribute by reducing the
consumption of fossil fuels and electricity. The present work proposes to carry out a technical
and economic feasibility study for the use of a thermosolar drying system in fabric drying
machines that use LPG and electricity as a source of energy, with capacities of 12 kg, 60 kg and
120 kg. In order to detail the project costs and due to the scarcity of flat plate solar air collectors
in the national market, a 2 meter long and 1 meter wide solar air collector was designed,
developed and thermally characterized. This prototype presented a transmittance and absorptance
factor (Fr(τα)) of 0.3855 and a heat removal factor (FrUL ) of 6.39 W.m²/K. The technical
feasibility study was carried out through simulations in the TRNSYS® software and the
functions of the solar fraction were obtained by the collection area of the drying machines. The
economic feasibility analysis was carried out for a period of 20 years using the LCS (Life Cycle
Saving) technique. The result of this analysis for the thermosolar system integrated with
machines that use LPG with a capacity of 12 kg, 60 kg and 120 kg, resulted in a collection
collection area of 64 m², 264 m² and 476 m², an investment of R$ 38212 .89, BRL 157627.80
and BRL 284207.70, a maximum net present value of BRL 31069.54, BRL 246325.40 and BRL
572540.32, an internal rate of return (IRR) of 9% , 13% and 15%, respectively. The economic
feasibility analysis of the thermosolar system integrated with machines that use electricity as an
energy source resulted in a collection area of 68 m², 270 m² and 512 m², an investment of R$
40601.10, R$ 161210.25 and R$ $305702.40, a maximum net present value of BRL68036.6,
BRL274722.70 and BRL581639.42, and an internal rate of return (IRR) of 13%, 14% and 16%,
respectively. Thus, it was concluded that thermosolar energy can be a viable alternative for
industrial drying machines when compared to those that use only LPG and electricity as an
energy source.
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Lista de símbolos, siglas e abreviações
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N - Número de Dias no Ano;
S – Radiação Solar Incidente na Superfície;
Ut - Coeficiente Global de Transferência de Perda de Calor do Topo da Placa absorvedora
(W/m²K);
UL – Coeficiente global de perdas de Calor (W/m²K);
σ – Constante de Stefan Boltzman;
Tpm –Temperatura Média da Placa Absorvedora(°K);
Ta – Temperatura Ambiente (°K);
Tb – Temperatura do Sistema de Isolamento Térmico (°K);
ε p – Emitância da Placa Absorvedora;
εg – Emitância do Vidro;
Fr '
– Razão entres Fatores de eficiência e Remoção de Calor do Coletor;
Fr
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icc – Preço do combustível convencional utilizado
i p–taxa de imposto referente ao projeto (%)
Lista de Figuras
Figura 01: Mapa com o índice de irradiação da região Nordeste;
Figura 02: Sistema Termossolar Integrado a Processo de Secagem em Lavanderia;
Figura 03: Secador Solar de Método Indireto;
Figura 04: Estrutura do Sol;
Figura 05: Relação de posicionamento entre a Terra e o Sol
Figura 06: Formação do Ângulo Horário (h) e o Ângulo de Declinação(δ).
Figura 07: Ângulos Solares.
Figura 08 : Balanço energético da Terra
Figura 09: Piranômetro com sensor fotovoltaico
Figura 10: Piranômetro com detector pintado preto e branco
Figura 11: Coletores Solares.
Figura 12: Faixa deTemperatura de Operação dos ColetoresSolares
Figura 13:Coletor Solar de Placa Plana
Figura 14: Faixa deTemperatura de Operação dos ColetoresSolares
Figura 15:Coletor Solar de Placa Plana
Figura 16: Coletor Solar de Ar
Figura 17:Coletor Solar de Baixo Custo
Figura 18: Coletor Solar de Ar de Passagem Única
Figura 19: Coletor Solar de Ar de Passagem Dupla
Figura 20: Comportamento do processo de tranferencia de calor e de massa em um
produto
Figura 21: Componentes da Máquina de Secar de Cesto Rotativo (a) Câmara de
Secagem e (b) Sistema de Exaustão.
Figura 22: Secador Distribuído e Secador Integral
Figura 23: Secador Misto
Figura 24: Coletor Solar de Placa ar
Figura 25:Sistema utilizado para método de análise Carta- F
Figura 26:Sistema utilizado para método de análise Utilizabilidade
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Figura 27: Configuração de um sistema padrão de aquecimento de água pelo método da
φ̅-Carta F
Figura 28: Plano de desenvolvimento do produto.
Figura 29: Processo de Caracterização
Figura 30: Sistema Integrado para Simulação
Figura 31: Projeto Detalhado
Figura 32: Projeto em CAD
Figura 33: Protótipo
Figura 34: Gráfico da Caracterização de um Coletor Solar de Placa Plana.
Figura 35: Gráfico da Função da Fração Solar pela Área de Coleta. Fonte: Autor.
Figura 36: Gráfico das Funções LCS e Fração Solar pela Área de Coleta das máquinas
de 12 kg que utilizam GLP como fonte de energia
Figura 37 Gráfico das Funções LCS e Fração Solar pela Área de Coleta das máquinas
de 12 kg que utilizam eletricidade como fonte de energia
Figura 38: Gráfico das Funções LCS(máquinas elétricas/12kg) e LCS(máquinas com
GLP/12kg) pela Área de Coleta
Figura 39 – Gráfico das Funções LCS e Fração Solar pela Área de Coleta das máquinas
de 60 kg que
Figura 40 – Gráfico das Funções LCS e Fração Solar pela Área de Coleta das máquinas
com capacidade de 60 kg que utilizam eletricidade como fonte de energia
Figura 41 – Gráfico das Funções LCS(máquinas elétricas /60kg) e LCS(máquinas com
GLP/60kg) pela Área de Coleta
Figura 42 – Gráfico das Funções LCS e Fração Solar pela Área de Coleta das máquinas
com capacidade de 120 kg que utilizam GLP como fonte de energia
Figura 43 – Gráfico das Funções LCS e Fração Solar pela Área de Coleta das máquinas
com capacidade de 120 kg que utilizam eletricidade como fonte de energia
Figura 44 – Gráfico das Funções LCS(máquinas elétricas /120kg) e LCS(máquinas
com GLP/120kg) pela Área de Coleta
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Sumário
1 Introdução e Motivações 12
2 Objetivos 14
2.1 Objetivo Geral 14
2.2 Objetivos Específicos 14
3 Revisão Bibliográfica 15
4 Referencial Teórico 19
5 Resultados e Discussões 48
6 Conclusão 60
7 Anexo I 61
Referências 63
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1
Introdução e Motivações
O domínio do uso de fontes não renováveis de energia como matrizes energéticas nos
países, é notada desde o início da revolução industrial no século XIX. O consumo deste tipo
energia tem resultado em efeitos ambientais negativos, como a emissão de dióxido de carbono e
gases de efeito estufa, colocando em risco a sustentabilidade e suprimento de longo prazo do
planeta. (Sternberg, 2018).
O setor industrial brasileiro é o maior consumidor energético do país, a sua parcela de
consumo corresponde a aproximadamente 32,1% do consumo total de energia.(Brasil, 2021) De
todo gasto energético no setor industrial, 19% é utilizado para consumo elétrico e 81% para
processos de geração de calor (Solar Payback, 2017). A composição típica da demanda de calor
industrial por nível de temperatura corresponde a um percentual de 35% para baixas
temperaturas (inferiores a 150°C) (Solar Payback, 2017).
Dentre os processos de baixa temperatura, a secagem industrial é um dos mais utilizados
no Brasil. A secagem é a operação na qual ocorre a remoção de umidade contida em diversos
materiais (Da Costa, 2007). A aplicação desse processo industrial pode ser notada, tanto na
indústria agrícola, para redução da atividade microbiológica devido a umidade, como na têxtil,
no processo de secagem nas lavanderias industriais. (Machado, 2011).
No sistema de secagem nas lavanderias indústriais são utlizadas máquinas de secar
rotativas que utilizam como fontes de energia para o sistema de aquecimento vapor, o gás
liquefeito do petróleo (GLP), e a eletricidade. Estudos prévios sobre o perfil de consumo de
energia para aquecimento de água e ar mostraram que, tipicamente 30% do vapor gerado é para
aquecimento de água para processo de lavagem, e 70% é empregado para aquecimento de ar para
o processo de secagem. Sendo assim a maior parcela da demanda térmica requerida nas
lavanderias indústriais é utilizada para o processo de secagem. (Guimarães, 2018).
Compreendendo que o Brasil possui um potencial relevante de captação de radiação solar
devido as suas condições climáticas e geográficas, o uso de energia termossolar como fonte
auxiliar de calor de processo de secagem em lavanderias industriais representa uma solução
viável para esta problemática. Como pode ser visto na Figura 01, as regiões do agreste e do
sertão do nordeste brasileiro possuem índices de irradiação bastantes elevados e pouca incidência
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de chuva.(Rocha, 2020) Esses fatores contribuem para configuração de um ambiente favorável
para a exploração da energia solar térmica. (Pereira,2017)
Figura01: Mapa com o índice de irradiação da região Nordeste. Fonte: Adaptado de Global Solar Atlas
Por outro lado dispositivos responsáveis pela conversão da energia solar radiante para
energia térmica são chamados de coletores solares. (Kalogirou, 2013). Estes dispositivos podem
ter diversas configurções e são formados uma superficie transparente responsável por transmitir
a radiação solar e evitar perdas térmicas por convecção, uma superfície com a finalidade de
absorver radiação, um sistema de isolamento térmico e um sistema de vedação.(Leitão, 1998).
Dessa forma o presente trabalho propõe a realização de um estudo de viabilidade técnica
e econômica do uso de um sistema de secagem termossolar, em máquinas de secagem de
tecidos com capacidade para, 12 kg, 60 kg e 120 kg de roupas.
No estudo de viabilidade técnica será abordado no trabalho, o dimensionamento, a
construção e a caracterização de um de coletor solar de ar, o estudo da demanda térmica das
secadoras e a análise térmica de sistema usando coletores solares térmicos para aquecimento de
ar através da relação entre a energia produzida pelo conjunto de coletores solares e a demanda
térmica do processo de secagem. Na análise econômica serão listados todos os custos do
consumo energético do processo convencional e os custos do sistema termossolar. Como
resultados dessa análise são obtidos a área óptima de coleta, o valor líquido presente máximo, o
payback e a taxa interna de retorno (TIR).
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2
Objetivos
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3
Revisão Bibliográfica
3.1 INTRODUÇÃO
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3.2 METODOLOGIA DA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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3.3 RESULTADOS
( Salih, 2019) Uma investigação experimental do desempenho de um aquecedor solar 0,2629 7,5
de ar de passagem dupla: uma comparação entre os processos de
circulação de ar natural e forçada
3.3.2 COMENTÁRIOS
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Figura 02 – Sistema Termossolar Integrado a Processo de Secagem em Lavanderia . Fonte: Adaptado de (Smith,
1978).
Conforme observado na figura acima, o ar, neste sistema, entra no coletor solar de ar e é
aquecido e direcionado para a secadora rotativa. O acumulador de energia térmica é acionado em
paralelo ao banco de coletores solares. Tais coletores utilizam o vidro como material para
cobertura transparente. Suas respectivas placas absorvedoras foram constituídas de cobre com
uma pintura seletiva de preto. O material utilizado para o sistema de isolamento foi espuma de
poliuretano com 5 cm de espessura. O sistema de isolamento térmico foi composto por de fibra
de vidro com uma espessura entre 2 a 6 cm. Estes coletores solares apresentaram uma eficiência
térmica entre 60% e 80% segundo o fabricante Air Divisions RM Product. (Smith, 1978).
A análise de viabilidade econômica deste sistema proposto por Smith foi realizada visando
um período de 20 anos. O valor do investimento foi dividido em uma taxa de 11,58% a.a.
Também se considerou a adição de uma taxa de 10% a.a. para manutenção. A Secadora utilizada
apresentava uma demanda térmica de 160 GJ/ano. (Smith, 1978)
A patente “Dryer Solar Clothes” apresentou um secador solar de método indireto e híbrido.
Este sistema utiliza coletores solares para o aquecimento da água para posteriormente trocar
calor com o ar. A água quente deixa o coletor e é direcionada através de dutos para um trocador
de calor ar-água. Assim, a água quente oriunda dos coletores é responsável por fornecer energia
térmica para o ar. (Kitzmiller, 1985) A Figura 03 ilustra o sistema projetado por Kitzmiller.
Figura 03. Secador Solar de Método Indireto . Fonte: Adaptado de Kirtzmiller, 1985.
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4
Referencial Teórico
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A potência emitida pelo sol irradia em todas as direções, e uma pequena fração desta
chega na terra correspondendo a aproximadamente 1,7.1014 kW. No entanto, mesmo com uma
pequena fração da potência emitida pelo sol chegando a terra, é estimado que em 84 min de
radiação solar que incide sobre a terra corresponde a demanda mundial de energia por um ano.
(Kalogirou, 2013)
A distância da terra ao sol é de aproximadamente, 1,5.10 8 quilômetros, portanto, uma vez
que a radiação térmica viaja na velocidade da luz no vácuo, o tempo que a radiação solar atinge a
superfície terrestre é de 8 min e 20s. A posição do sol em relação a Terra, como mostrado na
Figura 1, forma um ângulo de 32 minutos e 1 grau, e em virtude da inclinação dos 23,5° de
inclinação do eixo da Terra (chamada de Declinação), a variação aparente do Sol ao longo do
ano consiste em um movimento angular acima de 47° (kalogirou, 2013). Para o cálculo da
radiação solar em uma superfície é fundamental conhecer o caminho do Sol através do céu, pois
a orientação adequada dos coletores resulta da localização e do trajeto do sol em relação ao local
de instalação. (Duffie, 2020)
A Figura 05, ilustra o posicionamento do sol em relação a terra, a distância entre eles e
seus respectivos diâmetros.
360 ( 284 + N )
δ =23,45 sen [ 365 ] Eq(01);
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Ângulo Horário (hh): O ângulo horário, h, de um ponto na superfície da Terra é definido
como a variação angular entre a projeção do feixe de raios solares no plano equatorial e o
meridiano correspondente no ponto da superfície de coleta de radiação. A Figura 06 mostra
como são formados o ângulo de declinação (δ) e o ângulo horário (h).(Kalogirou, 2013)
Figura 06: Formação do Ângulo Horário (h) e o Ângulo de Declinação(δ). Fonte:Adaptado de Kalogirou
O ângulo horário pode ser calculado através da seguinte equação através da Eq(02);
h h=( TSA−12 ) 15 Eq(02);
Altitude Solar (αs): É o ângulo é medido entre o feixe de radiação incidente e o plano
horizontal em que o observador está. O ângulo de altitude é negativo quando o sol se põe
abaixo do horizonte.(Martin Green, 2003)
Zênite (θz): É o ângulo formado entre o eixo vertical e o feixe de radiação incidente do
sol, o ângulo de Zênite é complementar ao ângulo de altitude solar. (Martin Green, 2003)
Azimulte Solar (gs): É a distância angular entre o sul e a projeção da linha de visão do
sol no solo. Um ângulo de azimulte solar positivo indica uma posição a leste do sul, e um
ângulo de azimulte negativo indica a oeste de sul. (Martin Green, 2003)
Azimulte (g): É a distância angular entre entre o sul e a linha perependicular a linha de
projeção do sol no plano horizontal, ou seja o ângulo de azimulte é o complemento do ângulo
de azimulte solar. (Martin Green, 2003)
Ângulo de inclinação da superfície (β): é a inclinação do ângulo da superfície de coleta
em relação a superfície terrestre. (Martin Green, 2003)
A Figura 07, ilustra os ângulos solares em uma superfície de coleta como referência.
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Figura 07: Ângulos Solares. Fonte:Adaptado de Duffie
4.1.3 RADIAÇÃO SOLAR
A Radiação térmica é a energia emitida pela matéria que se encontra a uma temperatura
não- nula, independente da forma da matéria, a emissão pode ser atribuída a mudanças nas
configurações eletrônicas dos átomos ou moléculas que constituem a matéria. A energia do
campo de radiação é transportada através de ondas eletromagnéticas. (Incroppera, 2008)
A radiação solar é o fluxo de energia emitida pelo Sol e transmitida sob a forma de
radiação eletromagnética. As faixas de espectro da radiação emitida pelo sol utilizadas para
aplicações em processos termossolares e fotovoltaicos, são ultravioleta, vísivel e infravermelho,
portanto o comprimento de onda eletromagnética utilizado para estas finalidades está
compreendido entre, 0,15 e 3,0μm.( Kalogirou, 2013)
Quando um feixe de radiação térmica incide sobre uma superfície de um corpo, uma parte
é refletida, uma parte é absorvida e outra parte é transmitida através do corpo. Essas frações de
radiação são propriedades chamadas respectivamente de refletividade (ρ r), absortividade (α),e
transmitância (τ), e são relacionadas de acordo com a Eq(03).
ρr + α + τ=1 Eq(03);
A Figura 08 ilustra a trajetória e o comportamento da radiação ao incidir na superfície
terrestre, durante a trajetória parte da radiação é refletida pela atmosfera, nuvens, e a própria
surpefície terrestre, as objeções responsáveis pela reflexão de radiação são chamadas de
aerossóis (Goswamii, 2000). Outros fatores como a topografia da superfície, sobreamento na
região da superfícice de incidência de radiação, também são responsáveis pela redução da
fração de radiação na superfície. (Duffie, 2020).
Figura 08. Balanço energético da Terra. Fonte: Adaptado de NASA’s ERBE, 2016.
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Dessa forma a radiação solar recebida pelo planeta é transmitida, absorvida refletida. A
radiação solar quando analisada do topo da atmosfera é chamada de radiação solar extraterrestre
(Io), e quando o estudo é feito a nível do solo, é chamada de radiação solar incidente total (I). A
radiação solar incidente em uma superfície horizontal, também chamada de global, é a soma das
componentes de radiação direta incidente no solo e de radiação difusa, e a radiação refletida. A
radiação quando estudada sob a perspectiva de uma superfície inclinada ,como painéis
fotovoltaicos e coletores solares, é chamada de radição solar incidente em uma superfície
inclinada (It). (Kalogirou, 2013)
Dentre os instrumentos utilizados para medição da radiação solar, o piranômetro,
responsável pela medição da radiação global. Eles são classificados de acordo com o elemento
sensitivo e podem ser fotovoltaicos ou termoelétricos. Os piranômetros fotovoltaicos apresenta
um circuito em série com uma célula fotovoltaica, como elemento sensitivo, e uma resistência
elétrica, dessa forma através dos valores da diferença de potencial originada pela célula e da
resistência elétrica é possível obter a corrente de curto-circuito que por sua vez é proporcional a
radiação solar. A Figura 09, ilustra um piranômetro com sensor fotovoltaico. (Tiba, 2002)
23 | P a g e
4.2 COLETORES SOLARES
Coletores solares, são dispositivos que convertem a energia radiante solar em energia
térmica para o fluido de trabalho (ar, água, óleo térmico, etc). Os coletores solares são
classificados de acordo com a presença de concentradores, e em relação a movimentação dos eixos
para o rastreamento da posição do sol em relação a superfície de coleta. Os concentradores são
espelhos que direcionam os feixes de radiação solar para superfície absorvedora. Dessa forma eles
podem ser com ou sem concentração e estacionário ou com rastreamento solar como mostrado na
Figura 11. (Kalogirou, 2013)
Dentre os coletores estacionários mostrados na Figura 12, o coletor plano, também chamado
de placa plana é um dos mais utilizados devido a sua faixa de aplicação, estes são utilizados em
sistemas que requerem uma temperatura de até 100ºC como mostrado na Figura 13 , os coletores
de tubo a vácuo são utilizados para processos que exigem temperaturas acima de 150°C. Para
processos de destilação, fusão de nitrato, tingimento, compressão e produção de energia elétrica
termossolar são recomendados coletores com concentradores e rastreamento. (Kalogirou, 2013)
24 | P a g e
Figura 12: Faixa deTemperatura de Operação dos ColetoresSolares. Fontes: Solar Payback, 2017
Um coletor de placa plana é composto por uma caixa protetora, uma placa absorvedora de
radiação, um sistema de isolamento térmico e um sistema de vedação. Para coletores de água,
são utilizados tubos soldados na placa absorvetora por onde circula o fluido. Quando a radiação
solar incide sobre a cobertura transparente, uma parcela da energia é transmitida para a placa
absorvedora que por condução transfere calor para os tubos. O fluido é aquecido por convecção
ao entrar em contato com as paredes internas dos tubos. A Figura 13, ilustra um coletor solar de
placa plana e seus respectivos componentes.(Duffie, 2020)
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A eficiência térmica de um coletor é dada pela razão entre a e energia útil a energia total
incidente. A energia útil pode ser calculada analiticamente através da diferença entre a energia
incidente e a energia perdida por efeitos ópticos e térmicos. Desta forma, coletores eficientes
apresentam baixas perdas ópticas (Fr(τα)) e térmicas (FrUL). (Duffie, 2020)
A determinação da eficiência térmica (ɳ), e da curva de eficiência de um coletor solar
estacionário, é em função das temperaturas de entrada do fluido no coletor e a temperatura
ambiente sob regime próximo ao permanente (condições de irradiação, vazão, temperaturas de
entrada e saída e velocidade do vento, com poucas variações ao longo do tempo), pode ser
expressa pela relação da Eq(04), é um dos dados avaliados durante o processo de
caracterização.(Duffie, 2020)
T i−T a
ɳ=Fr ( τα )−FrUL ( Gt A a ) Eq(04);
Onde:
Ti é a temperatura de entrada;
T, é a temperatura ambiente;
Gt, é a Irradiância solar global no plano coletor, em W/m2;
Aa, é a área de abertura do coletor, em m²;
Os coletores solares de ar, são dispositivos que são utilizados em processos de secagem
solar, estes dispositivos podem apresentar diversas configurações, e são bastantes utilizados em
setores agrícolas e industriais. Por utilizar o ar como fluido de trabalho, este sistema apresenta
um baixo potencial de corrosão, que por sua vez colabora para a redução do custo dos materiais
de construção, visto que os componentes do dispositivos não necessitam de tratamentos
termoquímicos para a redução dos efeitos corrosivos. A principal desvantagem, no entanto, é o
baixo valor do coeficiente de condutividade térmica do ar, quando comparado ao da água.
(Close,1963)
A literatura e no comércio já apresentam diversas configurações de dispositivos, as
principais diferenças são nas placas absorvedoras, as Figuras 14 e 15 ilustram coletores solares
com tipos de configurações diferentes.
Figura 14: Coletor Solar de Ar. Fonte: Laranzote Solar (LTDA) Figura 15:Coletor Solar de Baixo Custo. Fonte Autor
A Figura 14, apresenta um coletor solar da empresa espanhola Laranzote Solar, neste
modelo a o sistema de absorvedor formado por dutos de alumínio de seção quadrada, este
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dispositivo também utiliza placas fotovoltaicas para suprir a demanda energética do sistema de
ventilação. A Figura 15, apresenta um coletor de baixo custo que utiliza, tubos compostos com
latinhas de alumínio pintadas de preto como sistema absorvedor.
Dentre os dispositivos estudados na literatura e no comércio o modelo mais difundido é o
que utiliza placa plana preta como sistema absorvedor, estes coletores solares de ar de placa
plana apresentam as seguintes configurações:
Coletores com uma passagem de ar;
Coletores com duas ou mais passagens de ar;
A Figura 16 e 17, ilustram respectivamente coletores com uma passagem de ar e coletroes
com duas passagens de ar.
Figura 17: Coletor Solar de Ar de Passagem Dupla . Fonte: Adaptado de Ramani, 2010
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4.4 PROCESSOS DE SECAGEM
Figura 18: Comportamento do processo de tranferencia de calor e de massa em um produto. Fonte: Santos,
2013.
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A 2ª Lei de Fick explica a difusividade de umidade do material em relação ao tempo e a
espessura do material, como mostrado na Eq(05).
∂X ∂ ∂X
=
∂t ∂x
D
∂x[ ( )] Eq(05);
As lavanderias industriais utilizam máquinas de secar com cesto rotativo, estes secadores
são compostos por um sistema de aquecimento de ar, uma câmara de secagem e um sistema de
exaustão. Durante o processo de secagem, o ar é aquecido, e direcionado para a câmara de
secagem. A câmara de secagem utiliza um cesto rotativo, com a finalidade de aumentar a
eficiência nos processos de transferência de calor e de massa entre o ar quente e as roupas, após a
troca térmica, o ar úmido é direcionado atráves do exaustor para a saída da máquina. A Figura
19, ilustra a máquina de secar com cesto rotativo e o sistema de exaustão da máquina de secar.
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Figura 19: Componentes da Máquina de Secar de Cesto Rotativo (a) Câmara de Secagem e (b) Sistema de
Exaustão. Fonte: Mamute Equipamento (LTDA).
Figura 20: Sistema de aquecimento de ar em secadoras industriais usando (a) resistências elétricas, (b)
gases de combustão e, (c) vapor. Fonte: Mamute Equipamento (LTDA).
.
4.6 PROCESSOS DE SECAGEM SOLAR
30 | P a g e
Os secadores solares ativos utilizam dispositivos para originar o fluxo de ar , ou seja
utilizam circulação forçada. Este tipo de configuração permite uma troca de calor por conveção
forçada, e é mais utilizado em sistemas que necessitam de uma maior troca de energia térmica.
(Kalogirou, 2013)
Os secadores solares de ar também são classificados de acordo com o seu arranjo estrutural,
estes podem ser classificados como integral, distribuído e misto. O tipo integral é composto
apenas pela câmara de secagem, nesse modelo o telhado da câmara é composto por vidro e a
radiação é transmitida e absorvida na própria câmara de secagem. O tipo distribuído é composto
pelo coletor solar de ar, uma câmara de secagem, e os dutos para transferência de ar quente do
coletor para a câmara de secagem. Nesse modelo a radiação solar não é transmitida nem absorvida
pela câmara de secagem. No tipo misto, o arranjo é composto pelos mesmos elementos do tipo
distribuído, porém na câmara de secagem, a radiação também é transmitida e absorvida como no
modelo integral (Kalogirou,2013). As Figuras 21 apresenta respectivamente os secadores dos tipos
distríbuido, integral, e a Figura 22 o secador misto.
31 | P a g e
Sendo assim, através do balanço energético do coletor solar de ar de placa plana ilustrado na
Figura 24, no intervaloδx, é possível obter a seguinte Eq (07):
Figura 23: Coletor Solar de Placa ar. Fonte: Adaptado de Kalogirou, 2013
Número de Reynolds
O número de Reynolds (Re) é a razão das de forças de inercia e das forças viscosas. O
número de Reynolds pode ser calculado pela divisão entre o produto entre a velocidade do ar
32 | P a g e
(Var) e o diâmetro hidráulico do duto do coletor (D h), e a viscosidade cinemática (ν) como
mostrado na Eq (08). (Fox, 2014). O diâmetro hidráulico (Dh) sendo a razão entre o quadruplo
do valor da área de passagem do fluxo de ar e o seu perímetro
V ar . D h
Re = Eq(08);
v
Número de Nusselt
Nu=3,36+
0,0688( )L
R e Pr Temperatura de de Superfície (Ts ) uniforme.
2
D
1+0,04 (( ) R P )
h 3
e r
L
4 Turbulento, plenamente desenvolvido,
Nu=0,023 Re5 P2r /3 0,6 ≤ Pr ≤ 160, ℜ≥ 10000, (L/Dh)≥ 10.
f Turbulento, plenamente desenvolvido,
Nu=
2 ()
. ( Re −103 ) . Pr 2300 < Re < 5.106 e 0,5 < Pr < 106
2
f 0,5
1+12,7. (( ) ) (
2
. P r3 −1 )
Fonte: Incropera, 1999
Coeficiente de Convecção
33 | P a g e
O coeficiente de convecção é a razão entre a quantidade de calor transferida entre fluidos
ou entre um fluido e uma superfície.(Incroppera, 1999) No caso de coletores solares de ar, o
coeficiente de conveção varia com a geometria interna do duto de passagem de ar e a natureza
do escoamento, este coeficiente pode ser calculado através da relação mostrada na Eq(09).
Nu. k f
h c, p−a= Eq (09);
Dh
Coeficiente de Radiação
Onde:
σ , é a constante de Stefan Boltzman;
Tpm é a temperatura média da placa absorvedora;
Ta, é a temperatura ambiente;
Tb, é a temperatura do sistema de isolamento térmico;
ε p, é a emitância da placa absorvedora;
εg , é a emitância do vidro;
σ . ( T pm +T a ) .(T 2pm +T 2a )
−1
1 Ng
Ut=
[
hw
(11);
+
Cx
( )(
T pm
T pm−T a
Ng+ f
e1
) ( ] +
1
ε p + 0,0591. N g . h w
+
2. N g +f −1+0,133 ε p
)( εg
−N g
) Eq
34 | P a g e
O coeficiente de convecção do vento (hw),é calculado em função da velocidade do vento
(Vw) e foi calculado através da Eq(12). (Sint, 2017)
h w =5,7+3,8. V w Eq (12);
Outro fator importante para a perda de transmissão de calor por convecção e radiação, é o
número de cobertura transparente (Ng). As constantes de inclinação (Cx), e de perda por
convecção externa (f), são calculadas de acordo com a Eq(13) e a Eq(14).
C x =520.(1−0,000051. β 2 ) Eq (13);
1
h=hc , p −a+
( h 1 )+ ( h 1 )
c , p−a r , p−b
Eq (15);
h
F ´= Eq (16);
h+U L
−U L . F ´. Ac1
m . cp
(
F r= 1 ar . 1−e
Ac 1. UL
(
)( m1 . cpar )) Eq (17);
35 | P a g e
àrea de coleta, e a relação entre a energia produzida pelo sistema termossolar e a demanda
térmica requerida pelo sistema convencional.Os dois métodos que são empregados para o
dimensionamento de um sistema termossolar é o método computacional e o método de
estimativa aproximada.
O método computacional é feito por análise transiente, através do software TRNSYS®,
este permite simular sistemas térmicos através de uma extensa bibliotecas compostas por
informações sobre diversos comoponentes presentes na indústria. Este software é dividido em
duas partes, o Kernel responsável por determinar as propriedades termofísicas do sistema através
de regressões lineares, inversão de matrizes e interpolação de dados externos, e a biblioteca de
componentes que são utilizados para modelagem do sistemas. Esta biblioteca inclui
processadores de dados meteorológicos, trocadores de calor, bombas, coletores solares, turbinas
eólicas e tecnologias emergentes de ponta.( JANI, DB et al., 2020)
Desta forma é possível obter dados como a relação da energia térmica produzida através do
banco de coletores solares e a demanda térmica requerida para o sistema, essa relação é chamada
de Fração Solar ( f r), e pode ser expressa de acordo com a Equação 18. (Kalogirou, 2013)
Figura 24:Sistema utilizado para método de análise Carta- F. Fonte: Kalogirou, 2013
Qu
Ф=
Fr ' Eq(19);
Ac Fr (τα ) I
Fr t
Onde:
36 | P a g e
Fr '
Fr
- é a razão dos fatores de eficiência do coletor utilizado;
Este tipo de técnica é usada para dimensionamento de sistemas que não utilizam unidades
de armazenamento térmico como mostrado na Figura 20.
Figura 20:Sistema utilizado para método de análise Utilizabilidade. Fonte: Adaptado de Kalogirou, 2013
37 | P a g e
Figura 21: Configuração de um sistema padrão de aquecimento de água pelo método da φ̅-Carta F. Fonte:
Adaptado de Kalogirou,2013
Para determinar qual arranjo é o mais viável economicamente torna-se necessário avaliar
alguns indicadores de otimização de desempenho do processo convencional em relação ao novo
sistema, como: o capital acumulado ao longo da vida útil do sistema, a análise de payback e a
análise da taxa interna de retorno (TIR). A determinação de tais indicadores varia de acordo com
o método de análise utilizado. (Kalogirou, 2013)
A análise de viabilidade econômica parte do levantamento dos custos de processo
convencional aplicados para prover a demanda energética combinados com a economia de custos
proporcionada através da aplicação do sistema auxiliar proposto ao longo de sua vida útil (n).
Os custos utilizados na presente análise são:
Custo de Projeto
Custo de Combustível
Custo de Propiedade
Custo de Operação e Manutenção
Normalmente esse período estudado é o da vida útil dos principais equipamentos utilizados
no projeto, que neste caso será de 20 anos (n=20). (NREL, 2021, s/n)
Existem três principais métodos de análise de viabilidade econômica que são capazes de
fornecer uma avaliação acerca da aplicação em escala de tecnologias de energias renováveis de
geração distribuída, sendo os responsáveis por conciliar os custos de operação e manutenção, de
desempenho operacional e do combustível, são eles: o método do custo nivelado de energia
38 | P a g e
(Levelized Cost Of Energy - LCOE); o método P1, P2; e o método da análise do ciclo de vida
(Life Cycle Saving - LCS).(NREL, 2021, s/n)
● Método LCOE
Em que:
● Método P1,P2
n
LCS p 1 , p 2=P1 C cc ° ano F s
1 ( )
∑ Denergia −P2 C projeto
j=0
Eq(22);
Onde,
39 | P a g e
Fs, é a fração solar média mensal;
C, é o custo do projeto;
● Método LCS
Onde:
E solar: Economia resultante apenas do sistema solar térmico proposto (R$/mês);
E solar=E cc − prestação−CE p . ( 1+i p ) j−1 −CE oms . ( 1+i p ) j−1 +t econ Eq(24);
Onde:
Ecc : Economia de combustível convencional (R$/ano);
CE p: Custos extras de propriedade (R$/ano);
CE oms :Custos extras de operação, manutenção e segurança (R$/ano);
i p: O imposto relativo à implementação do projeto (%a.a.);
t econ: Taxa econômica (R$/ano).
40 | P a g e
O valor da taxa de imposto referente ao projeto ( i p) está relacionado ao elemento
orçamentário de benefícios e despesas indiretas (Budget Difference Income – BDI) que varia de
acordo com a empresa que executará o serviço de instalação do sistema proposto. Tal taxa
representa no valor final da obra civil uma componente adicional aos custos diretos, alinhando o
não comprometimento do lucro da empresa com custos indiretos (tributação e imprevistos de
obras) e o valor justo da obra para o cliente.(BDI, 2021,s/n)
Para o primeiro ano de implementação do projeto (j=0), não haverá economia de
combustível convencional (Ecc) . Para os demais anos de projeto termossolar auxiliar
implementado, deve-se levar em consideração a inflação incidente sobre o preço do combustível
convencional utilizado (icc), como mostrado na equação 28: (Kalogirou, 2013)
n
Ecc =F s .
(∑ ) (
j=1
.C cc . 1+i cc ) j−1 Eq(25);
Onde:
i cc: Taxa de inflação incidente no combustível convencional (%a.a.);
Para o cálculo da taxa econômica (t econ) não haverá valor referente a economias, haja vista
que no primeiro ano de implementação do projeto (j=0) não há nenhuma taxa vigente incidindo
sobre o projeto termossolar. Para os demais anos, é necessário considerar também a taxa de
depreciação do mercado (i d ) e o valor dos juros pagos ( J pagos) com a implementação do projeto
proposto.
A taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa de juros (desconto) que iguala, em determinado
momento do tempo, o valor presente da líquido com o das saídas (custo do valor do
investimento) previstas de caixa. A TIR é usada como método de análise de investimentos,onde
o investimento será economicamente atraente se a TIR for maior do que a taxa mínima de
atratividade (taxa de retorno esperada pelo investimento), e é calculada de acordo com equação
27. (Pereira, 2018)
1
LCS acumulado
TIR= ( V entrada ) prazo
−1 Eq(27);
Onde,
41 | P a g e
Ventrada é parte do valor do custo do projeto termossolar que é paga durante o ato da compra
do sistema (R$);
prazo é o tempo de pagamento, geralmente pode ser apresentado de forma mensal ou anual;
5
Metodologia
42 | P a g e
A metodologia deste trabalho descreve como foi feito o estudo de viabilidade técnica e
economica do presente sistema. Deste modo o trabalho foi divido nos seguintes tópicos:
1. Levantamento das demandas típicas de calor de processo para as
secadoras de 12kg, 60kg e 120 kg.
2. O desenvolvimento, construção e caracterização térmica de um
coletor solar de ar;
3. A simulação no software TRNSYS® da integração do sistema
termossolar ao sistema convencional, com a finalidade de obtenção da relação
entre a fração solar e a área de coleta do sistema em estudo.
4. A análise de viabilidade econômica será realizada através da listagem
dos custos e da técnica LCS. Esta ferramenta é empregadas para determinação
da função do valor presente líquido pela área optima de coleta, a taxa interna de
retorno – TIR e o payback.
43 | P a g e
início ao projeto detalhado, onde foi feita a análise térmica de acordo com a metodologia descrita
pelo referencial teorico na sessão 4.8, e foi projetado o modelo do protótipo em CAD.
O projeto do coletor solar de placa plana foi feito através do plano de desenvolvimento de
um produto descrito na Figura 27 ilustrada abaixo.
44 | P a g e
Figura 28: Processo de Caracterização. Fonte: Adaptado de ASHRAE 93:2003.
45 | P a g e
Com base nos dados observados no datasheet foi possível calcular a demanda térmica
das máquinas de secar de acordo com a Equação 30.
Dtérmica =N .n h . C gás . PCI GLP Eq(28);
Onde,
N, é o número de dias no mês;
n h, é o número de horas utilizadas durante o regime de trabalho;
A partir dos dados de consumo de gás e elétrico apresentados na tabela 01, foi
possível calcular o custo mensal de combustível (C cgás ) e de energia elétrica (C celétrico)
segundo as Equações 31 e 32.
C cgás =N . nh . C gás . C c gás
Eq(29);
C celétrico =N .n h . C gás . Cc elétrico
Eq(30);
Onde,
C c , é o custo do quilograma do gás GLP
gás
Ccelétrico
, é o custo do quilowatt de energia elétrica
46 | P a g e
de saída do ar é determinado por um balanço de energia baseado em entalpia que leva em
consideração os efeitos da pressão. A temperatura de saída do queimador foi mantida em
140°C em vista que esse valor foi medido em campo.
● Fan (Type146): O modelo 146 representa um ventilador que é capaz de girar em uma
única velocidade e, assim, manter uma taxa de fluxo volumétrica de ar constante. Como acontece
com a maioria das bombas e ventiladores em TRNSYS, o Tipo 146 considera a taxa de fluxo de
massa como uma entrada, mas ignora o valor, exceto para realizar verificações de balanço de
massa. O fluxo volumétrico, e o fluxo mássico foi definido de acordo com o Datasheet das
máquinas de secar da empresa Mamute, que corresponde ao fluxo utilizado no exaustor da
secadora industrial da lavanderia em estudo.
● Coletor Solar Placa Plana (Type 73): O modelo 73, apresenta um coletor solar placa
plana teorico. O conjunto total de coletores desse tipo consistem em coletores conectados em
série em paralelo, o desempenho térmico do conjunto é determinado pelo número ligados em
série e pelas características de cada módulo. Os valores do produto da transmitância e
absortância (τα) e o coeficiente geral de perdas de calor (UL) obtidos durante o processo de
caracterização, foram utilizados como dados de entrada para a simulação. O modelo de estado
estacionário Hottel-Whilier é o utilizado para avaliar o desempenho térmico.
47 | P a g e
5.5 ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA
48 | P a g e
6
Resultados e Discussões
6.1 DESENVOLVIMENTO DE UM COLETOR SOLAR DE AR
Placa absorvedora
Como pode ser observado na Tabela 04 abaixo, o alumínio apresenta um alto coeficiente
de condutividade térmica, estando só abaixo do cobre e da prata. Sendo assim, o material
escolhido para compor a placa absorvedora foi a chapa de alumínio, cuja finalidade foi de
facilitar a transferência de calor por condução. Dessa forma, a espessura escolhida para essa
chapa foi a menor disponível no mercado, cerca de 0,7 mm. Portanto, a placa absorsovedora foi
desenvolvida sendo composta por uma chapa de alumínio com 0,7 mm de espessura pintada de
preto.
Tabela 04 – Materiais para placa absorvedora
Materiais k(W/mK) Densidade (kg/m3) Custo(R$/m²)
Cobre 401 8.933 1.020,00
Alumínio 237 2.702 170,00
Prata 429 10.500 691.341,00
Cobertura transparente
49 | P a g e
O vidro transparente com baixo teor de óxido de ferro foi a cobertura transparente
escolhida, pois esta pode transmitir a radiação solar em torno de 90%, garantindo uma redução
nas perdas térmicas por convecção no topo do coletor. Assim, a espessura do vidro escolhido
para compor o coletor tem 3 mm de espessura e foi submetido a um ensaio no espectrofotômetro
Femto 800XI do Instituto de Inovação Tecnológica da Universidade de Pernambuco,
apresentando um valor de transmitância de aproximadamente 0,93.
Isolamento térmico
O critério utilizado para a seleção do material para o isolamento térmico foi de acordo
com o que apresenta-se a melhor relação custo-benefício, visto que os valores dos coeficientes de
condutibilidade térmica são muito próximos, como apresentado na Tabela 05 . Dessa forma, as
placas de isopor foram escolhidas como material para o isolamento térmico.
Tabela 05 – Materiais para Isolamento térmico
Materiais k(W/mK) Densidade (kg/m3) Custo(R$/m²)
I Isopor 0,036 32,5 47,25
Lã de Rocha 0,030 32 64,30
Lã de Vidro 0,031 16 56,33
50 | P a g e
Figura 31: Projeto em CAD. Fonte: Autor. Figura 32: Protótipo. Fonte: Autor.
ANÁLISE TÉRMICA
A análise térmica feita através da sessão 4.7 do capítulo 04, esta apresentou como
resultado os produtos entre o fator de remoção de calor e o coeficiente global de perdas (FrU L)
e entre o fator de remoção e o produto transmitância-absortância (Frτα). Estes valores foram,
respectivamente, de 5,417 W/m2K e 0,433. A Tabela 06 apresenta os dados e resultados
utilizados no presente modelo de análise térmica do coletor em estudo.
Tabela 06 – Dados e Resultados do Modelo de Análise Térmica
Dados Valor Unidades
Β 18 °
mar 0,134 kg/s
cpar 1007 J/kg.K
Vw 5,55 m/s
Dh 0,077 m
Re 9,764.106
Pr 0,707
Nu 21,865
hc,p-a 7,482 W/m2
Ng 1
Tpm 319,7 K
Ta 300 K
hw 26,79 W/m2K
εp 0,92
εg 0,88
Σ 5,6697.10-6 m2kg/s2K
Cx 511,408
Ut 8,289 W/m2K
hr,p-b 5,87 W/m2K
H 10,653 W/m2K
F´ 0,47
Fr 0,451
Fr(τα) 0,416
51 | P a g e
Fr(UL) 5,417 W/m2K
n
0.45
0.4
0.35 f(x) = − 6.39 x + 0.39
0.3
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
0
0 0 0 0.01 0.01 0.01 0.01
Figura 33 – Gráfico da Caracterização de um Coletor Solar de Placa Plana. Fonte: Autor.
Sendo assim, foi possível fazer um comparativo entre o método analítico e o método
experimental do ensaio, cujo valor de erro encontrado foi de aproximadamente 10% para o valor
do Fator de Transmitância-Absortância (Fr(τα)) e um erro de aproximadamente 16% para o valor
do Fator de Remoção de Calor (FrU L). Esta diferença pode ser justificada porque o método
analítico não contempla todas as variáveis que compreende o projeto.
O valor total do dispositivo proposto foi de R$ 831,00. Tal valor é considerado baixo, uma
vez que apresenta custo duas vezes inferior quando comparado com o valor de um coletor solar
de ar similar no mercado internacional, que é aproximadamente de US$ 360/m² (Zhejiang Oscar
Science Technology Co.,Ltd). A Tabela 07 apresenta o custo dos materiais empregados na
construção do coletor solar de ar e o custo total do dispositivo.
Tabela 07 – Tabelas de Custos do Projeto
Materiais Custo (R$)
Alumínio 570,00
Isopor 41,60
Vidro transparente 130,00
Tinta fosca preta 30,00
52 | P a g e
Exaustor 60,00
Silicone 20,00
Total (R$) 851,60
100
90
80
70
60 Fs-12 kg
Fs-60 kg
50 Fs-120 kg
40
30
20
10
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
Figura 34 – Gráfico da Função da Fração Solar pela Área de Coleta. Fonte: Autor.
53 | P a g e
6.4.1 LEVANTAMENTO DOS CUSTOS DE COMBUSTÍVEL E ENERGIA DO
PROCESSO CONVENCIONAL
O cálculo dos custos do processo convencional foi realizado considerando os preços do gás
GLP de 4,47 R$/kg, e da energia elétrica de 0,47 R$/kWh. Deste modo, observou-se que as
máquinas com capacidade de 12, 60 e 120kg que utilizam a eletricidade como fonte de energia
apresentam um custo de energia anual de R$ 14.116,38, R$ 64.298,40 e de R$ 125.054,48,
respectivamente. Estes valores de custo foram maiores que as máquinas que utilizam GLP que
apresentam um custo anual de combustível de R$ 11.420,85, R$ 60.367,35 e R$ 119.103,15. A
taxa de inflação dos combustíveis utilizada para a análise econômica foram de 4,24 % para
energia elétrica (Celpe, 2020,s/n) e de 4,52 % (IBGE, 2020,s/n) para o GLP.
O levantamento dos custos do projeto termossolar foi feito através da pesquisa de preços
dos componentes necessários para a instalação do sistema termossolar disponíveis no mercado.
A Tabela 08 exibe os valores do projeto por área de coleta.
Tabela 08-Tabelas de Valor do Projeto
Área (m²) Valor do projeto (R$)
2 R$ 1.194,15
4 R$ 2.388,30
6 R$ 3.582,45
8 R$ 4.776,60
12 R$ 7.164,90
16 R$ 9.553,20
18 R$ 10.747,35
32 R$ 19.106,40
36 R$ 21.494,70
64 R$ 38.212,80
72 R$ 42.989,40
128 R$ 76.425,60
144 R$ 85.978,80
256 R$ 152.851,20
288 R$ 171.957,60
512 R$ 305.702,40
O custo extra de propriedade foi calculado com base na metodologia proposta pela
National (NREL, 2021, s/n) acerca do custo da área por m² e em função do valor de Imposto
Predial e Territorial Urbano (IPTU) da cidade do Recife/PE. Já o custo extra relativo às
atividades de operação manutenção e segurança foram determinados de acordo com a
metodologia proposta pela NREL- (National Renewable Energy Laboratory – NREL), que
utiliza um valor de 0,5% a 1,0% do custo inicial de instalação. (NREL, 2021, s/n)
54 | P a g e
6.4.3 RESULTADOS DA ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA
A análise econômica foi feita através do método do LCS, disposta na sessão 4.9 do
capítulo 04. Para este método foram adotados como premissas os dados expostos nas tabelas 09 e
10. Estes dados apresentam taxa anuais relativas à inflação do combustível, de desconto de
mercado, de depreciação do Mercado, do Índice Geral do Preço de Mercado (IGPM) e da
depreciação do dispositivo.
Como pode ser visto nas tabelas, o gás liquefeito de petróleo (GLP) apresenta inflação
maior que a energia elétrica, porém, como visto na sessão 6.41, o custo mensal de consumo de
energia elétrica torna-se maior para as máquinas que utilizam este tipo de energia do que para as
que utilizam o GLP como combustível. Isto se deve ao valor do preço da energia do GLP em
relação ao valor do preço da energia elétrica.
Tabela 09 – Tabelas de Taxas e Impostos
ELÉTRICO
Considerações Valore Unidades Referências
s
Inflação do Combustível 4,21 % a.a (IBGE,2020,s/n)
Implementação do Projeto (BDI + taxa 6,5 % a.a (Autor)
imposto sobre o lucro)
Índice Geral de Preço de Mercado (IGPM) 23,14 % a.a (IGPM,2021,s/n)
Depreciação do Dispositivo 10 % a.a (NCM, 2021,s/n)
Depreciação de Mercado (IGPM + 33,14 % a.a (IGPM,2021,s/n)
Depreciação do dispositivo)
Juros do Financiamento 0 % a.a -
Percentual de Valor Pago à Vista 100 % -
Desconto do Mercado (Selic) 2 % a.a (BCB,2021, s/n)
Operação Manutenção e Segurança 0,5 % a.a (NREL,2021,s/n)
Alíquota do terreno (IPTU) 3 %a.a (CTM, 2021,s/n)
Propriedade 162 $US/ft² (NREL,2021,s/n)
55 | P a g e
Alíquota do terreno (IPTU) 3 % a.a (CTM, 2021,s/n)
Propriedade 162 $US/ft² (NREL,2021,s/n)
80 35000
70 30000
60
25000
50
20000 Fs
40 LCS
15000
30
10000
20
10 5000
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Figura 35 – Gráfico das Funções LCS e Fração Solar pela Área de Coleta das máquinas de 12 kg que
utilizam GLP como fonte de energia. Fonte: Autor.
56 | P a g e
80 80000
70 70000
60 60000
50 50000
40 40000 Fs
LCS
30 30000
20 20000
10 10000
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Figura 36 – Gráfico das Funções LCS e Fração Solar pela Área de Coleta das máquinas de 12 kg
que utilizam eletricidade como fonte de energia. Fonte: Autor.
Como pode ser visto no gráfico ilustrado na Figura 37, o LCS para sistemas que
utilizam resistência elétricas apresenta valores superiores que as máquinas que utilizam GLP.
80000
70000
60000
LCS(Elétrico)
50000
LCS (GLP)
40000
30000
20000
10000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Figura 37 – Gráfico das Funções LCS(máquinas elétricas/12kg) e LCS(máquinas com GLP/60kg) pela Área de
Coleta Fonte: Autor.
57 | P a g e
90 300000
80 250000
70
200000
60
50 150000 Fs
40 100000 VPL
30
50000
20
10 0
0 -50000
0.00 100.00 200.00 300.00 400.00 500.00 600.00
Figura 38- Gráfico das Funções LCS e Fração Solar pela Área de Coleta das máquinas de 60 kg que
utilizam GLP como fonte de energia. Fonte: Autor.
90 300000
80
250000
70
60 200000
Fs
50 VP
150000 L
40
30 100000
20
50000
10
0 0
0.00 100.00 200.00 300.00 400.00 500.00 600.00
Figura 39 – Gráfico das Funções LCS e Fração Solar pela Área de Coleta das máquinas com
capacidade de 60 kg que utilizam eletricidade como fonte de energia. Fonte: Autor.
58 | P a g e
apresenta um LCS máximo com valor superior aos das máquinas que utilizam GLP como fonte
de energia. A Figura 40 apresenta a comparação das curvas de LCS das máquinas que utilizam
eletricidade e GLP em função da área.
300000
250000
LCS(Gás)
200000
LSC
150000 (Elétrico)
100000
50000
0
0.00 100.00 200.00 300.00 400.00 500.00 600.00
Figura 40– Gráfico das Funções LCS(máquinas elétricas /60kg) e LCS(máquinas com GLP/60kg) pela Área de
Coleta Fonte: Autor.
Máquinas com capacidade de 120 kg
A análise de viabilidade econômica mostrou que o sistema termossolar integrado as
máquinas de secar que utilizam GLP apresentou uma área ótima de coleta de 475 m 2, com uma
fração solar correspondente de 57,30%, um valor presente líquido (VPL) de R$ 572.540,34, um
de Payback de 8 anos e uma taxa interna de retorno (TIR) de aproximadamente 15%. A Figura
41 ilustra o gráfico da Fração Solar e o LCS, pela área de coleta.
70 600000.00
60 500000.00
50
400000.00
40
300000.00 Fs
30 V
PL
200000.00
20
10 100000.00
0 0.00
0 100 200 300 400 500 600
Figura 41 – Gráfico das Funções LCS e Fração Solar pela Área de Coleta das máquinas com
capacidade de 120 kg que utilizam GLP como fonte de energia. Fonte: Autor.
59 | P a g e
Já a análise de viabilidade econômica para as máquinas com capacidade de 120 kg que
utiliza eletricidade como fonte de energia integrados ao sistema termossolar proposto apresentou
um valor presente líquido máximo de R$ 581.639,42, uma área ótima de coleta de 512 m 2, com
uma fração solar correspondente de 58,45%, um de Payback de 8 anos e uma taxa interna de
retorno (TIR) de 16%. O gráfico ilustrado na Figura 42 ilustra a função da Fração Solar e do
LCS pela área de coleta.
70 700000.00
60 600000.00
50 500000.00 Fs
40 400000.00 V
P
30 300000.00 L
20 200000.00
10 100000.00
0 0.00
0 100 200 300 400 500 600
Figura 42 – Gráfico das Funções LCS e Fração Solar pela Área de Coleta das máquinas com
capacidade de 120 kg que utilizam eletricidade como fonte de energia. Fonte: Autor.
700000.00
600000.00
500000.00
400000.00 LCS(GLP)
LCS(elétrico)
300000.00
200000.00
100000.00
0.00
0.00 200.00 400.00 600.00 800.00
60 | P a g e
Figura 44 – Gráfico das Funções LCS(máquinas elétricas /120kg) e LCS(máquinas com GLP/120kg) pela Área
de Coleta Fonte: Autor.
7
Conclusão
Neste trabalho foi desenvolvido um coletor solar de ar placa plana, um produto escasso no
mercado nacional, com um valor aproximadamente 50% inferior quando comparado ao valor dos
modelos disponíveis no mercado internacional. A análise térmica e a caracterização do sistema
apresentaram resultados de eficiência semelhantes com os disponíveis na literatura. A análise de
viabilidade técnica do sistema termossolar integrado ao sistema convencional foi feita através da
simulação no software TRNSYS®, esta apresentou como resultado a função da fração solar pela
da área de coleta, para as máquinas com capacidade de 12kg, 60kg e 120kg sendo possível obter
a fração solar correspondente de acordo com a área de coleta disponível para as lavanderia
industrial que utilizam este tipo de processo de secagem.
A análise de viabilidade econômica foi realizada através de um algoritmo feito em
linguagem Python no software Pycharm baseado na técnica LCS, e mostrou que as máquinas
61 | P a g e
que utilizam eletricidade como fonte de energia, apresentam resultados mais atrativos, no entanto
o uso integrado do sistema termossolar apresentou-se viável para ambas as modalidades.
Também pode se concluir baseado nos resultados extraídos da análise, que quanto maior a
capacidade das máquinas, maior a taxa interna de retorno, mostrando assim o uso da tecnologia
termossolar como uma alternativa interessante e viável como fonte auxiliar de energia para o
processo de secagem em lavanderias industrias.
Anexo I
import numpy_financial
62 | P a g e
# VALOR PROJETO
#
#
# PARTE PARA NÃO ALTERAR (DAQUI P/ BAIXO)
#
#
valor1anoMOS = NRELtaxaMOS * valorProjeto
valor1anoP = ((NRELpropriedade * conversaoRealDolar)/conversaoPes2toM2) * aliquotaTerrenoRecife
* area
valorAvista = percentualAvista * valorProjeto
vetorTIR = []
vetorPayback = []
vetorLCS = []
# Analise economica
tempo = 0 # Contador do tempo
vetorEconomiaSolar = []
# Prestação
if jurosFinanciamento == 0 or periodoFinanciamento == 0:
prestacao = 0
else:
prestacao = (valorProjeto-valorAvista)/((1/(jurosFinanciamento))(1-
(1/(jurosFinanciamento+1))*(periodoFinanciamento)))
vetorPrestacao = []
# Saldo devedor
vetorSaldoDevedor = [] # O valor que ainda devo do projeto
# Taxa economica
vetorTaxaEconomica = []
# Fluxo de caixa
vetorEconomiaSistAux = [] # O resultado das econmias menos as depesas do sistema
# Fluxo de caixa no presente
vetorVPL = [] # O fluxo de caixa trazido para o presente
while tempo <= periodoAnalise:
if tempo == 0:
vetorEconomiaSolar.append(0)
vetorPrestacao.append(0)
vetorSaldoDevedor.append(round(valorProjeto-valorAvista, 2))
vetorCustoExtraMOS.append(0)
vetorCustoExtraP.append(0)
vetorTaxaEconomica.append(0)
vetorEconomiaSistAux.append(round(-valorAvista, 2))
else:
vetorEconomiaSolar.append(round(frs*valorCombus*((1+inflaçãoCombus)**(tempo-1)), 2))
vetorCustoExtraMOS.append(round(valor1anoMOS*(impostoMOS+1)**(tempo-1), 2))
vetorCustoExtraP.append(round(valor1anoP*(impostoP+1)**(tempo-1), 2))
if periodoFinanciamento >= tempo:
vetorPrestacao.append(round(prestacao, 2))
vetorSaldoDevedor.append(round(vetorSaldoDevedor[tempo-1]-
prestacao+vetorSaldoDevedor[tempo-1]*jurosFinanciamento, 2))
else:
63 | P a g e
vetorPrestacao.append(0)
vetorSaldoDevedor.append(0)
vetorTaxaEconomica.append(round(taxaDepreciacao*(vetorSaldoDevedor[tempo-
1]*jurosFinanciamento+vetorCustoExtraP[tempo]), 2))
vetorEconomiaSistAux.append(round(vetorEconomiaSolar[tempo]-vetorPrestacao[tempo]-
vetorCustoExtraMOS[tempo]-vetorCustoExtraP[tempo]+vetorTaxaEconomica[tempo], 2))
vetorVPL.append(round(vetorEconomiaSistAux[tempo]/((1+taxaDesconto)**(tempo)), 2))
tempo = tempo + 1
# VPL
VPL = sum(vetorVPL)
vetorLCS.append(round(VPL, 2))
# PAYBACK
somaValor = 0
cont = 0
for t, v in enumerate(vetorVPL):
somaValor = somaValor + v
if somaValor >= 0 and cont == 0:
vetorPayback.append(t)
cont = cont + 1
if t == len(vetorVPL) - 1 and cont == 0:
vetorPayback.append(f'Payback_maior_que_{periodoAnalise}')
# TIR
TIR = numpy_financial.irr(vetorEconomiaSistAux)
vetorTIR.append(TIR)
print(vetorEconomiaSolar)
print(vetorPrestacao)
print(vetorSaldoDevedor)
print(vetorCustoExtraMOS)
print(vetorCustoExtraP)
print(vetorTaxaEconomica)
print(vetorEconomiaSistAux)
print(vetorVPL)
print('LCS: ', vetorLCS)
print('Payback: ', vetorPayback)
print('IRR:', vetorTIR)
out = list()
out.append(vetorEconomiaSolar)
out.append(vetorPrestacao)
out.append(vetorSaldoDevedor)
out.append(vetorCustoExtraMOS)
out.append(vetorCustoExtraP)
out.append(vetorTaxaEconomica)
out.append(vetorEconomiaSistAux)
out.append(vetorVPL)
out.append(vetorLCS)
f = open("py_outputs.dat",'w')
outline = " ".join(str(x) for x in out) # Escreve vetor de saida
f.write(outline)
f.close
64 | P a g e
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