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1. Momento:
- Quando? (quando se transmite a herança? O momento da transmissão da herança é o
exato instante da morte do de cujus, daí a necessidade de sua fixação precisa);
- Provas (a prova da morte é feita, a princípio, pela apresentação da certidão de óbito. Na
falta do registro, por levantamento pericial, prova testemunhal, etc.);
- ITCMD e óbito (o patrimônio se transfere aos herdeiros, portanto, no exato instante da
morte e não no momento da transcrição da partilha, de modo que o ITCMD será cobrado
com base nos valores apurados no instante do óbito);
- Lei que regula a sucessão (a lei que regula a sucessão é aquela do momento do
falecimento. Assim, se a pessoa faleceu até 10 de janeiro de 2003, sua sucessão será
regulada pelo CC de 1916 e pelas Leis nº 8.971/94 e 9.278/96, em se tratando de união
estável; se faleceu depois dessa data, todavia, será aplicado o CC atualmente em vigor –
artigo 2.041, CC).
“Fale pouco de você e menos ainda dos outros” (São João Bosco)
Professora Luiza Helena Lellis Andrade de Sá Sodero Toledo
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“Fale pouco de você e menos ainda dos outros” (São João Bosco)
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poderão, portanto, mover ações possessórias relativas aos bens do acervo - artigos 1784
e 1791, § Único, CC);
- Munus público e fiscalização (a inventariança é munus publico, submetido ao controle e
fiscalização do juiz. O inventariante goza de fé pública);
- Critérios:
- Ordem (a ordem a ser obedecida na nomeação de inventariante consta do artigo 617 do
NCPC. Em primeiro lugar, será nomeado inventariante o cônjuge ou companheiro
sobrevivente, desde que estivesse convivendo com o outro ao tempo de sua morte. Isso
desde que seja casado pelo regime da comunhão de bens. Se for outro o regime só
poderá ser inventariante se for herdeiro legítimo ou testamentário. Se o casal estiver
separado ao tempo da morte, não há prevalência do cônjuge como inventariante. Se não
houver cônjuge, ou se este não puder ser nomeado, o herdeiro que se acha na posse e
administração do espólio. A seguir, qualquer herdeiro, se nenhum herdeiro estiver na
posse e administração do espólio. O critério principal, aqui, é a idoneidade moral, mas
pode ser o filho mais velho, aquele que conviva com o de cujus na mesma casa, o que
conhece melhor seus negócios, o que os outros herdeiros indicarem, etc.. Em seguida,
poderá ser nomeado inventariante menor, devidamente representado. Se o testador não
deixou cônjuge nem herdeiros legítimos, pode o testamenteiro ser nomeado inventariante,
se lhe foi confiada a administração do espólio ou se toda a herança estiver distribuída em
legados. Após, o cessionário do herdeiro ou do legatário. O inventariante judicial, se
houver. No RJ existe esta função específica. Pessoa estranha idônea, onde não houver
inventariante judicial - inventariante dativo. Este último recebe remuneração para exercer
todas as funções da inventariança, exceto representação ativa e passiva da herança.
Note-se que só será nomeado inventariante dativo em casos excepcionais);
- Descumprimento da ordem pelo juiz (eventualmente pode o juiz descumprir tal ordem,
se o herdeiro não estiver em condições de exercer o encargo. Ex: é pessoa inidônea, é
credor ou devedor do espólio, tem domicílio no estrangeiro, etc.).
3. Objeto da sucessão:
a) Noção de herança:
- Objeto = herança (o objeto da sucessão causa mortis é a herança. Os herdeiros se sub-
rogam no ativo e passivo do falecido, até os limites do quinhão – artigos 1792 e 1997,
CC);
- Herança = bens + direitos + obrigações (a herança é, então, o conjunto de bens
materiais, direitos e obrigações do falecido - artigos 91 e 943, CC, que se transmitem aos
herdeiros legítimos e testamentários);
- Responsabilidade civil (em se tratando de responsabilidade, tanto os herdeiros daquele
que causou o dano quando os herdeiros do lesado poderão dar continuidade às ações de
reparação – artigo 943, CC);
- Direitos personalíssimos (somente em se tratando de direitos personalíssimos é que não
há transmissão aos herdeiros. Ex: tutela, curatela, poder familiar, direitos políticos, etc., já
que o sucessor não é a continuação da pessoa do falecido);
- Ações, em geral (inclusive as ações de que era titular o falecido e as contra ele
propostas, se transmissíveis, poderão ser continuadas pelos herdeiros);
- Obrigações alimentares – vincendas? (há, ainda, direitos e deveres patrimoniais que não
passam aos herdeiros. Ex: obrigação de fazer infungível, uso, usufruto, habitação e as
obrigações alimentares, exceto no que se refere ao devedor de alimentos. Cabe aos
herdeiros do devedor arcar com a obrigação até os limites da herança. Discute-se, na
doutrina, todavia, se as prestações vincendas seriam também devidas. Há aqueles que
defendem a só possibilidade de cobrar as prestações vencidas e não pagas. Maria
Helena Diniz entende também serem devidas as vincendas, podendo a ação de alimentos
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ser intentada em face dos herdeiros do devedor falecido. Se o credor for também herdeiro
entende-se que a necessidade deve ser apurada em razão das novas condições impostas
pela divisão da herança);
b) Indivisibilidade da herança:
- Sucessão aberta = imóvel (a sucessão aberta é tida como imóvel - artigo 80, II, CC);
- Cessão e demanda (para sua cessão, exige-se escritura pública - artigo 1793, CC e para
a demanda judicial, outorga uxória);
- Indivisibilidade até a partilha (a herança é universalidade juris indivisível até a partilha.
Se houver mais de um herdeiro, o direito de cada um, no que se refere à posse e ao
domínio, permanece indivisível até a partilha – artigo 1791, § Único, CC);
- Coerdeiros e condomínio (cada coerdeiro, assim, tem direito de posse e propriedade
sobre a herança em condomínio com os demais. Pode, pois, exercer atos possessórios e
reclamar, mediante ação reivindicatória – artigos 1199 e 1314, CC);
- Coerdeiros e terceiros (então, em relação a terceiros, cada coerdeiro poderá atuar como
se fosse o único dono do acervo. Ele é mandatário tácito, que defende o acervo como um
todo até a ultimação da partilha. Se os bens estiverem em mãos de estranhos em razão
de sentença é preciso rescindir a decisão judicial antes de reivindicar tais bens; a partilha
feita entre pessoas estranhas à herança deverá ser anulada pelos herdeiros. Se é o
coerdeiro quem detém indevidamente a herança, o outro não poderá reclamá-la, já que os
direitos dos herdeiros são iguais. Nesse caso, deve-se abrir o inventário e somente o
inventariante tem poder para mover as ações possessórias cabíveis em face de estranhos
ou herdeiros);
- Venda, não! Cessão (no regime de condomínio forçado que se estabelece com a
abertura da sucessão, cada coerdeiro possui uma parte ideal da herança, por isso o
herdeiro não pode vender ou hipotecar bens determinados da herança, mas somente
ceder a sua quota-parte, observando-se as regras constantes dos artigos 1794 e
seguintes do CC);
- Ação de petição de herança (artigos 1824 a 1828, CC):
- Conceito (trata-se de matéria processual inserida no CC de 2002. A ação de petição de
herança é aquela que pode ser movida pelo herdeiro, legítimo ou testamentário, em face
dos coerdeiros ou possuidores da herança sem justo título, uma vez que seja privado dos
bens, não tendo sido possível se habilitar no inventário. Pode ser movida durante o
inventário e a partilha, ou mesmo depois da ultimação desta - artigo 1824, CC. A petição
de herança, mesmo que exercida por só um dos herdeiros, pode abranger todos os bens
do acervo, visto que a herança é indivisível até a partilha - artigos 1825 e 1791, § Único,
CC. A ação de petição de herança é prescritível - artigo 205, CC – 10 anos, a contar da
abertura da sucessão. Geralmente vem cumulada com investigação de paternidade);
- Possuidor da herança – consequência (no caso da ação de petição herança procedente,
o possuidor da herança está obrigado a devolver os bens que estiverem em seu poder -
artigo 1826 e § Único, CC. Se de boa-fé, terá direito aos frutos percebidos. Os frutos
pendentes deverão ser devolvidos - artigo 1214, CC. Se de má-fé se aplica o teor do
artigo 1216 do CC. No que se refere à perda e deterioração da coisa: artigos 1217 e 1218
do CC. Ao possuidor vencido na ação de petição de herança, serão aplicadas regras
atinentes às benfeitorias: artigos 1219 e 1220, CC. As benfeitorias se compensam com os
danos - artigo 1221, CC. Se a posse é de má-fé, o reivindicante tem o direito de optar
entre o valor atual e o custo das benfeitorias. Se a posse é de boa-fé, indenizará pelo
valor atual. Presume-se de má-fé o possuidor a partir da citação na ação de petição de
herança – artigo 1826, § Único, CC);
- Herdeiro aparente e terceiros de boa-fé (o herdeiro pode mesmo, em ação de petição de
herança, demandar bens da herança em posse de terceiro, sem prejuízo da
responsabilidade do possuidor originário pelo valor dos bens alienados - artigo 1827, CC.
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Não adquire a herança em momento algum Somente perde o direito com o trânsito em
julgado da sentença
Nunca foi herdeiro, nada se transmitindo a Foi herdeiro e transmite sua parte na
seus sucessores herança como se fosse pré-morto
Deserdação Indignidade
Vontade exclusiva do autor da herança, que Casos expressos no artigo 1814, CC
a impõe em testamento, desde que haja
fundamento legal (artigos 1814, 1962 e
1963, CC)
Só ocorre na sucessão testamentária Própria da sucessão legítima e alcança o
legatário (artigo 1814, CC)
Meio usado pelo testador para afastar Priva da herança sucessores legítimos e
herdeiros necessários testamentários
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