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Efeito do vento no crescimento da Alface Americana

Wellington Lucas Tondo1, Reginaldo Ferreira Santos2

¹ Graduado em Engenharia de Telecomunicações. Discente como aluno regular no programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em
Energia na Agricultura – PPGEA, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE. Atua como professor do curso
técnico em eletrônica no CEEP – Centro Estadual de Ensino Profissionalizante – Pedro Boaretto Neto, Cascavel – PR. E-mail:
wltparana@yahoo.com.br
2
Graduado em Engenharia Agronômica, Doutor, Docente no Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu em Energia na Agricultura
da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Cascavel , PR. E-mail: reginaldo.santos@unioeste.br

RESUMO

A alface (Lactuca Sativa L.) é uma planta herbácea, pertencente à família das Cichoriaceae
(Compositae) (Sonnenberg, 1985 e Lisbão et al. 1990), sendo uma hortaliça típica de saladas,
considerada como uma planta de propriedades tranquilizantes e que, devido ao fato de ser
consumida crua, conserva todas as suas propriedades nutritivas. Segundo Maroto-Borrego (1983) e
Camargo (1992) é uma excelente fonte de vitamina A, possuindo ainda as vitaminas B1, B2, B5 e C
além dos minerais Ca, Fe, Mg, P, K e Na. As cultivares americanas são caracterizadas pelas folhas
reunirem-se ao centro, formando uma cabeça repolhuda e compacta, podendo ser de folhas lisas ou
crespas. Originalmente a alface desenvolve-se melhor no inverno, quando as temperaturas são
amenas e os dias são curtos, o que é essencial para uma fase vegetativa, sendo responsáveis pela
formação de “cabeça”. Para a produção no período do verão, são usadas as cultivares melhoradas
geneticamente para serem menos sensíveis ao calor e aos dias longos (Filgueira, 1982; Goto, 1998).
As raízes são do tipo pivotante, apresentando ramificações finas e curtas, explorando apenas os
primeiros 25 cm de solo (Filgueira, 1982 e Marouelli et al. 1996). Trata-se da hortaliça folhosa de
maior consumo e importância econômica no Brasil. (Ceagesp, 2004). Segundo Sganzerla (1990), as
principais finalidades do cultivo da alface protegida por estruturas são: anular os efeitos negativos
das baixas temperaturas, geadas, vento, excesso de chuva e granizo; encurtar o ciclo de produção;
aumentar a produtividade e obter produtos de melhor qualidade, desde que a estufa seja bem
manejada. Foram feitos dutos de vento com ventiladores que tinham velocidades do vento de 0, 5,
10, 15 e 20 Km/h, posicionados a 2 metros das plantas, em estufa. Após 45 dias, foram retiradas e
analisadas, verificando o efeito do vento no cultivo da alface americana.

PALAVRAS CHAVE: Lactuca Sativa L. (Alface Americana); Vento; Estufa.


ABSTRACT

Wind effects on the growth of American Lettuce

Lettuce (Lactuca sativa L.) is a herbaceous plant belonging to the family of Cichoriaceae
(Compositae) (Sonnenberg, 1985 and Lisbão et al. 1990), being typical of a vegetable salad,
considered a plant properties and tranquilizers, due to being eaten raw, retains all its nutritional
properties. According Maroto-Lamb (1983) and Camargo (1992) is an excellent source of vitamin
A, having also the vitamins B1, B2, B5 and C addition of Ca, Fe, Mg, P, K and Na. The American
varieties are characterized by leaves meet at the center, forming a compact head cabbage, leaves can
be smooth or curly. Originally lettuce develops best in winter, when temperatures are mild and the
days are short, which is essential for the vegetative phase, being responsible for the formation of
"head." For the production in the summer period, are used to genetically improved cultivars are less
sensitive to heat and long days (Filgueira, 1982; Goto, 1998). The roots are the type pivoting, with
short thin branches, exploiting only the first 25 cm of soil (Filgueira, 1982 and Marouelli et al.
1996). It is the largest of leafy vegetable consumption and economic importance in Brazil.
(Ceagesp, 2004). According Sganzerla (1990), the main purposes for lettuce protected structures are
offset the negative effects of low temperatures, frost, wind, excessive rain and sleet; shorten the
production cycle, increase productivity and get better products quality, since the glass is handled
well. Wind were made ducts with fans who had wind speeds of 0, 2, 4, 6 and 8 m / s placed at 2
meters of plants in a greenhouse. After 45 days, were removed and analyzed by checking the effect
of wind on the cultivation of lettuce.

KEYWORDS: Lactuca Sativa L. (American Lettuce); Wind; Greenhouse.


INTRODUÇÃO

Devido à ocorrência de ventos fortes em determinados períodos do ano na região Oeste do


Paraná, o que ocasiona à total ou parcial perda de produtividade em diversas culturas, a pesquisa foi
desenvolvida no campus de Cascavel da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE,
situada em uma das mais importantes regiões no cenário agrícola do país. Foram plantadas mudas
de alface americana ( Lactuca Sativa L.) em estufa de plástico, no inverno. A irrigação era 180 ml
por dia em dias de sol e em dias nublados e chuvosos era de 180 ml a cada 2 dias. Após 45 dias,
foram colhidas as amostras e analisadas o número de folhas, altura da planta, diâmetro da folha, e
massa fresca e massa seca das folhas e raízes, com o intuito de analisar o efeito de diferentes
velocidades do vento sobre a cultura da alface americana.

MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada no município de Cascavel, Paraná, Brasil, à latitude 24º53’47”S e


longitude 53º32’09”W, no Campus da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, em
estufa plástica. A precipitação média anual é de 1.640 mm e a temperatura média é de 19ºC
(EMBRAPA, 2006). O clima da região é temperado mesotérmico e super úmido, tipo climático Cfa
(koeppen) (IAPAR, 2011).
Foram plantadas mudas de alface americana (Lactuca Sativa L.) no dia 11 de junho de
2013 em vasos de 16 cm de diâmetro no húmus, sendo instalados 4 vasos em cada duto de vento
feito em madeira compensada, estando a 2 metros de distância dos ventiladores, estes sendo de 40
cm de diâmetro, e uma angulação entre o feixe principal de vento e as plantas de aproximadamente
de 20º. Nos dutos, as velocidades médias do vento aplicadas sobre as plantas eram de 0, 5, 10, 15 e
20 Km/h respectivamente, deixando os ventiladores ligados entre 9:00 e 18:00 hs, sendo que foi
utilizado um anemômetro para aferir as medições. A irrigação dos vasos foi feita da seguinte
maneira:
 180 ml de água para cada vaso por dia em dias de sol;
 180 ml de água para cada vaso a cada dois dias em dias nublados e de chuva.
Essa quantidade de irrigação utilizada foi baseada no índice de evapotranspiração média no
município de Cascavel de 7 litros por metro quadrado por dia. Foram utilizados evaporímetros em
cada duto de vento, posicionado logo a frente dos vasos com as alfaces. A evaporação média em
três situações diferentes nos dutos está na tabela a seguir:

DUTO 1 DUTO 2 DUTO 3 DUTO 4 DUTO 5


Data
(0 Km/h) (5Km/h) (10Km/h) (15Km/h) (20 Km/h)
19/06 248,75 746,27 1243,7 1741,2 2487,55
(NUBLADO) ml/m2 ml/m2 8 9 ml/m2
ml/m2 ml/m2

20/06 746,27 1194 1293,5 1492,5 1616,87


(CHUVOSO) ml/m2 ml/m2 ml/m2 ml/m2 ml/m2

03/07 1243,7 1741,2 3731,2 6218,7 6716,25


(ENSOLARADO) 5 9 5 5 ml/m2
2 2 2
ml/m ml/m ml/m ml/m2
Tabela 1 – Evaporação nos dutos de vento (fonte: o Autor)

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

No dia 26 de julho de 2013 foram retiradas as amostras da alface americana, fechando o


ciclo das plantas em 45 dias. Foram realizadas análises da altura da planta, número de folhas, o
diâmetro vertical e horizontal da folha e a massa fresca e massa seca das folhas e raízes. Os dados
são apresentados na tabela a seguir:
60

50

40

30

20

10

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Tabela 2 – Análise da massa fresca da planta por tratamento


Verificou-se que nos dutos de 0 e 5 Km/h ocorreram pequenas variações entre as amostras.
No duto de 10 Km/h ocorreu uma grande diferença entre as amostras anteriores, conforme análise
da tabela 2. Nos dutos acima de 10 Km/h as plantas não suportaram os ventos fortes, sendo que não
chegaram ao fim do ciclo.

CONCLUSÃO

O vento tem grande influência na questão de produtividade da cultura da alface americana


(Lactuca Sativa L.), sendo que acima de velocidades de 10 Km/h as plantas não resistiram e não
obteve-se produção alguma.
REFERÊNCIAS

CEAGESP (Centro de Entreposto e Armazenamento Geral do Estado de São Paulo). Classificação


de alface. Diponível em <http://www.ceagesp.gov.br> acesso em 26 de setembro de 2013.
FILGUEIRA, F. A. R. Cichoriáreas: alface, chicória e almeirão. In: Manual de olericultura:
cultura e comercialização de hortaliças. 2ª Ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1982. v. 2, n. 3, p.
77-93.
GOTO, R. A cultura da alface. In: Goto e Tivelli, S. W. (Org) Produção de hortaliças em ambiente
protegido. São Paulo: Fundação Editora da Unesp – Universidade Estadual Paulista, 1998, p. 137-
159.
LISBÃO, R. S.; NAGAI, H.; TRANI, P. E. Alface. In: Instituto Agronômico de Campinas.
Instruções agrícolas para o Estado de São Paulo. 5ª Ed. Revista Atual. Campinas. IAC, 1990. p.
11-12. (Boletim 200).

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