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Prólogo - Mortem
- Merda Teddy, por que você nunca pensa antes de fazer esse tipo de
merda¿
- Seu puto desgraçado, você falou meu nome.
- Eu não sei onde o meu foi parar, mas não tem problema, eu não troquei
de número, me desculpe, tenho que atender.
Jacob se levanta e atende, se afastando um pouco de Ezequiel, o garoto
aguarda um pouco enquanto bebe, Jacob rapidamente vai até a mesa e
pega seu casaco, deixando uma nota de cem sob a mesa.
- Surgiu um imprevisto, nos vemos na sua festa, eu garanto que vou
aparecer.
- Tudo bem, apareça mesmo.
Jacob sorri e deixa o salão do bar, assim que chega na parte da frente do
estabelecimento ele nota um carro preto parado, sentado no banco de
motorista Daniel o aguardava, rapidamente Jacob entra no carro, que logo
em seguida dispara, saindo do local onde o prédio estava.
A moto de Alice para em frente a velha mansão onde o caso anterior havia
ocorrido, John desce e rapidamente nota que o local estava isolado com
faixas da polícia, Alice desce logo em seguida e fica ao lado de John.
- Ela está aí dentro já fazem umas três horas, ela disse que tem algo
interessante, mas que só ia dizer pra alguém que ela confiasse.
- Ela não confia em você¿
Alice solta uma risada enquanto ouve a pergunta, em seguida ela volta até
onde a moto estava e se encosta nela, esperando John entrar no prédio, o
homem passa por cima das faixas e entra na velha mansão, que tinha
dezenas de buracos de bala na parte da frente, sem muita pressa John
nota que o primeiro andar era velho, mas o segundo estava muito mais
conservado, John ouve um som de passos e de uma voz feminina vindo do
fundo do andar, John vai até o quarto onde estava a porta secreta, ele
nota que ela estava aberta, em seguida John começa a subir as escadas, o
som de voz para e passos rápidos podem ser ouvidos, assim que termina
de subi-las, John vê de quem eram aqueles sons, uma garota loira com
pele branca estava olhando para ele, assim que ela o reconhece um olhar
de raiva cresce.
- É obvio que aquela vadia ia chamar você...
- Olha... eu sei que você está irritada, mas eu tenho motivos...
- Cala a boca, eu não quero saber das suas desculpas, e agora eu estou
trabalhando e como você está aqui eu quero que faça algo de útil e me
ajude.
John observa melhor a garota, ela segurava um gravador pequeno em
uma de suas mãos, na outra ela tinha uma câmera fotográfica muito
avançada, rapidamente ela levanta o gravador a altura de sua boca e
aperta um botão.
- Meu nome é Emmy Lee Hall, e eu estou acompanhada do detetive John
Russell King, ele trabalhou na investigação do caso da caçada ao jovem
Deffrel Garcia que culminou na morte do jovem e de mais cinco pessoas,
além da hospitalização de duas, nesse local onde eu e o detetive nos
encontramos existem fortes indícios de algum tipo de rito satânico e
também...
- Eu não quero te interromper, mas... tem uma escrivaninha com duas
velas e mais nada, que tipo de rito demoníaco se faz com isso¿
Emmy desliga o gravador e o coloca em seu bolso esquerdo, rapidamente
ela vai até uma parede com uma lona vermelha na frente, ela retira a lona
e John nota que algo estava desenhado.
- O que você sabe sobre possessão¿
- Acho que tem poeira demais aqui e você alucinou mais do que
geralmente.
- Isso aqui são desenhos de algum tipo de entrada, eu gosto de coisas
assim, mas não sei nada sobre isso, achei que você poderia saber algo.
- Então admite que me chamou pra cá¿
O rosto pálido da garota fica vermelho, John sorri enquanto a observa, ela
se afasta e aponta novamente para o desenho.
- Sabe algo sobre isso¿
- Isso não tem nada a ver com demônios, achei que a fundadora do clube
de mistério da faculdade saberia disso, isso aqui é uma linguagem, eu não
sei o que significa, mas com certeza tem algo a ver com expansão já que
os três círculos em tons diferentes significam isso, pelo menos deve
significar expansão de algo pelas outras marcas, de que eu não faço ideia,
mas espero que a possessão seja de verdade, renderia um óscar pra você.
John sorri enquanto se afasta do desenho e olha novamente para Emmy.
- Tira umas fotos e tenta descobrir o resto, agora eu tenho que ir pra casa
descansar, você está me devendo por isso, eu vou cobrar no futuro.
- Obrigada, idiota... e repórteres não ganham óscar.
John sai rapidamente do quarto e volta ao segundo andar, ao virar o
corredor rumo a escada para o primeiro o celular que ele tinha pegado no
chão da mansão vibra, John rapidamente o pega e observa uma
mensagem de texto “ Me encontre no beco dos carniceiros hoje as sete,
eu tenho o último pacote que ainda tem uma dose útil, o resto se
perdeu”, John guarda novamente o telefone e desce até o primeiro andar,
saindo do prédio logo em seguida, Alice ainda estava encostada em sua
moto, observando o céu nublado e escuro, John se aproxima dela.
- Até que foi rápido hein, achei que vocês iam transar pelo menos.
- Sua irmã não ia fazer algo divertido assim no meio do trabalho, você
pode me levar para casa¿
- Claro, sobe aí.
John sobe na moto que rapidamente se afasta da mansão, ao observa-la
por mais uma vez John nota uma marca negra na parte de trás do prédio,
ela era parecida com a da porta do hospital, uma dor atinge o estomago
de John, que quase tomba para o lado, Alice age rápido e diminui a
velocidade, John volta a se posicionar normalmente.
- Tudo bem!
- Eu só preciso de uma cama, vamos.
A moto volta a acelerar e deixa o prédio de vez, do lado de dentro Emmy
tira fotos de todo o cômodo, assim que acaba ela desce e vai até a saída,
de relance ela pode o que parecia ser um homem indo para os fundos do
prédio, ela corre até lá mas não vê ninguém, intrigada, a repórter volta
para a frente do prédio e entra em seu carro, o liga e deixa também a
região da antiga mansão, assim que o som de carro desaparece, um
homem de cabelo pretos longos e uma barba suja aparece do meio das
árvores que ficavam ao lado do prédio, rapidamente ele vai até o quarto
secreto e observa a imagem, ele abre uma grande bolsa preta e tira um
machado de dentro dela, rapidamente ele perfura e destrói a imagem, em
seguida ele guarda o machado e volta para o lado de fora, rapidamente o
homem corre em direção a floresta e desaparece em seguida no meio das
árvores.
O Ford de Terry estaciona próximo ao cemitério da cidade, algumas
pessoas entravam e saiam do local, rapidamente Terry entra, ao chegar no
local onde o garoto estava sendo velado Terry nota apenas três pessoas,
os pais de Carl e Anna, os dois senhores estavam de saída quando Terry
chegou ao local, ambos passam pelo homem e saem, ele anda até Anna, a
garota estava triste e aparentemente muito cansada.
- Olá, meus pêsames pela sua perda.
A garota vira os olhos em direção ao detetive enquanto se levanta de sua
cadeira, rapidamente ela o abraça.
- Ele era jovem demais pra acabar assim, eu sei que fizeram o possível por
ele, obrigado por tentarem.
A imagem do corpo do garoto volta a assombrar a mente do homem, mas
rapidamente Terry se acalma, soltando a garota e olhando em seus olhos.
- Você vai ser a única aqui¿ Onde está a família do garoto¿
- Ele vivia sozinho, a família dele mora no México e aparentemente não se
importa, os pais do Carl vieram um pouco, mas parece que vou ser só eu
por aqui, vocês não encontraram o Carl ainda¿
Terry vai até uma das cadeiras do local e se senta, olhando para o caixão
onde o corpo do garoto estava.
- Estamos à procura dele, mas não estou confiante que acharemos algo,
eu vou ficar com você aqui, tem problema¿
- Claro que não, seria ótimo ter mais alguém por aqui, eu só tenho que ir
ao banheiro, se puder esperar.
- Tudo bem, eu aguardo.
A garota rapidamente se afasta, indo em direção ao banheiro público que
ficava distante de onde Mack estava sendo enterrado, a imagem da morte
do jovem continuava pairando a mente de Terry, o homem estava tão
imerso na cena que não nota quando um homem grisalho se senta ao seu
lado.
- Não se culpe por isso senhor Terry, essa tragédia evitou várias outras que
poderiam ter ocorrido.
Terry rapidamente reconhece a voz do homem, ele levanta a cabeça e
olha para ele, era um homem mais velho, tinha um cabelo grisalho e
longo, e uma barba branca bem feita, vestia um sobretudo verde escuro e
tinha uma bengala preta ao seu lado.
- Então o tal Windowman é você¿
- Sim, faz muito tempo que eu desejava falar com você, mas preferi
aguardar até que as coisas se acalmassem, estou aqui para responder suas
perguntas meu jovem.
Terry se mantem calmo enquanto olha para o homem, ele puxa de seu
bolso uma caixa de cigarros e um isqueiro vermelho, rapidamente o
homem acende o cigarro, enquanto observa o caixão onde Mack estava.
- O que aconteceu com o garoto¿ como ele ficou daquele jeito¿
- Eu já disse, o senhor C mexeu com algo que não deveria, sendo rápido
nosso mundo é basicamente tudo que a existência permite, tudo tem
regras e elas são seguidas à risca, mas tem coisas que não precisam seguir
regras, e nós as chamamos de ecos, imagine ter o poder de não seguir
uma regra do nosso universo, poder criar algo ou agir de uma forma que
não tem necessidade de obedecer a leis ou regras, seria um problema não
é¿
- Parece que sim.
- Mas para poder controlar um eco nem que seja por pequenos instantes é
preciso fazer com que nossa principal arma funcione acima das nossas
capacidades.
Terry olha para o homem intrigado, tentando entender o que ele estava
dizendo apesar de tudo parecer estranho para o detetive.
- E qual arma seria essa¿
- Nossa mente meu jovem, ela tem um poder muito maior do que
pensávamos, o pobre Mack usou algo que aumenta o nível de trabalho de
seu cérebro em pelo menos quinze vezes ou vinte mil vezes, extrapolando
o limite de um humano comum, foi assim que ele não morreu quando foi
atacado pelos primeiros homens, ele usou essa habilidade para refazer
seu cérebro rapidamente porém isso desgasta a mente dele em um nível
que é quase incontrolável, ele com certeza ficaria com sequelas se usasse
isso duas ou três vezes, mas aparentemente ele usou a doze outra vez e
assim rompendo a mente dele, foi assim que ele se tornou o que vocês
enfrentaram, mas seu corpo não suportaria tanto dano sem aguardar um
certo período de tempo, por isso que eu pedi para queimá-lo, assim ele
teria suas células destruídas em sua totalidade assim o matando.
- Quer dizer que isso já aconteceu outras vezes
- Na verdade não, nós não conhecemos os ecos bem, não sabemos como
funcionam nem como são controlados, apenas que existem e são
perigosos, possivelmente o senhor C conhece os ecos melhor que eu...
infelizmente.
- Você me disse que teria como cura-lo se eu o pegasse, era mentira
então.
- Eu daria a minha vida para tentar, mas sim, eu não saberia como cura-lo.
Terry se levanta, andando até o caixão e coloca uma de suas mãos em sua
tampa, ele se vira para o homem.
- Me diz, como eu posso ajudar a parar o C¿
- Estamos trabalhando incansavelmente para encontrar e pará-lo, no
momento teremos que lidar com os problemas que ele pretende causar,
mas pode ajudar com algo, tem uma pessoa que eu gostaria que
encontrasse.
- Quem¿
- Ela se chama Elise Memphis, ela era uma jovem que estava sendo
perseguida por membros do grupo do C, ela desapareceu de sua casa a
poucos dias, gostaria que a encontrasse e descobrisse o que ele quer com
ela.
- Tudo bem, eu vou tentar acha-la.
- Fico feliz, eu vou ligar para você caso seja necessário, tenho que ir agora.
O homem se levanta e pega sua bengala, a apoiando ao lado de sua perna
esquerda, lentamente ele se dirige para fora do local onde o velório
ocorria.
- Não vai me dizer seu nome¿
- Um dia garoto, por hoje apenas me ajude a derrotar o C.
Terry se senta novamente, cerca de dois minutos depois Anna entra e
senta ao lado dele.
- Me perdoe pela demora.
- Tudo bem.
Ambos ficam em silencio, olhando para o local onde estava Mack, sem
dizer uma única palavra um ao outro.
A moto de Alice para em frente à casa de John, o homem desce, a garota
tira o capacete e olha para ele.
- Tenho que ir trabalhar, vai ficar vivo sem mim¿
- Engraçadinha, eu vou descansar, até outra hora.
John se vira e anda lentamente rumo a porta, Alice liga a moto e sai, o
som da moto desaparece rapidamente, John vai até a porta enquanto
procura a chave dela em seus bolsos, sem dificuldades ele a encontra, ele
enfia a chave na fechadura e a porta abre, rapidamente o homem entra e
observa sua casa, tudo parecia no lugar, mas ao observar melhor ele nota
duas pequenas caixas de pizza sob a mesa da cozinha que ele não lembra
de ter comido, sem pensar muito ele anda até seu quarto, o quarto estava
escuro mas John já o conhecia bem, ele se senta na cama e pega o celular
que havia encontrado, ele estava desbloqueado, John procura algo porém
rapidamente nota que era um telefone descartável, tudo o que havia
eram três contatos, um escrito “T”, outro escrito “E” e um último escrito
“C”.
Ele tenta ligar nos dois primeiros números, mas não tem sucesso, ele liga
para o terceiro, o som de chamada começa, focado no celular John não
nota alguém se esgueirando nas sombras, uma garota pula em cima de
John o atingindo com um vaso na cabeça, John cai no chão com dor, a
garota tenta atingi-lo novamente, mas ele se levanta e a empurra sob a
cama, antes que a garota pudesse tentar algo ele puxa sua arma e aponta
para ela.
- Quem é você!
- Você não vai me pegar cãozinho do C, nenhum de vocês vai tocar em
mim.
John se acalma enquanto olha para a garota, ele nota que ela era jovem e
estava claramente mais assustada que intimidadora, ele guarda a arma e
pega seu distintivo, rapidamente apontando para a menina.
- Eu sou detetive, não trabalho para o C, preciso que você se acalme e
abaixe esse vaso.
A garota abaixa lentamente o vaso enquanto olha desconfiada para o
homem, John se abaixa e pega o telefone, notando que a ligação também
não tinha dado certo e tudo que ele tinha era a mensagem anônima que
tinha recebido, ele deixa o celular sob a mesa que ficava do lado de sua
porta e sai do quarto, a garota sai logo em seguida, ele aponta para o sofá,
a garota se senta e John senta em uma poltrona próxima.
- Tudo bem, me diz quem é você e o que você sabe.
A garota não o responde, olhando fixamente para seus olhos, ela os
observa por cerca de um minuto, antes de responder à pergunta.
- Então eu estava certa por correr pra cá, você também o viu.
- Vi quem¿
- Isso não importa, eu vim até essa casa por que alguém aqui tinha visto
um eco, e eu não tinha pra onde ir depois que o pessoal do C me achou.
- Me conte o que aconteceu, por que o pessoal do C está atrás de você¿
- Eu me chamo Elise Memphis, eu morava em um orfanato desde que
meus pais morreram, eles trabalhavam para o C, eu não demorei muito
pra ligar os pontos, assim que eu fui parar no orfanato eu resolvi me
esconder e passar despercebida, mas esses dias um dos cachorrinhos dele
soube que eu estava em um, então eu fugi quando ele mandou um monte
de homens atrás de mim, eu corri no meio da noite pela floresta e senti
que uma pessoa como eu estava por perto, ai eu corri para essa casa e
senti que a pessoa vivia aqui, então eu entrei, eu fiquei aqui me
escondendo até você aparecer.
- Tudo bem, eu vou levar você até a minha delegacia e vou te levar para a
proteção a testemunha.
A garota se levanta subitamente, com um olhar de pavor, ela anda para
trás até bater as costas em uma parede, John se levanta e vai até a jovem,
que sussurrava algo incessantemente.
- Eles... eles... eles sabem de tudo lá, não faça isso, vão nos matar se
formos...
- Eles quem¿
- C sabe tudo na delegacia... tem... um informante lá, se chama... se
chama... Denise.
A garota cai no chão, John corre até ela e a segura nos braços,
rapidamente a leva até a cama, a garota tinha entrado em um sono
profundo, John a deixa na cama e se senta próximo, a observando e
tentando entender como a Denise estaria envolvida com o C, mas
rapidamente ele entende.
- É isso! Ela falou para o Jacob onde estávamos indo, ele deve ter seguido
a gente até a casa e depois até a mansão, que vadia de merda!
John se levanta, sem fazer barulho ele cobre a garota e vai até a sala, com
o telefone em sua mão, ele se senta em uma poltrona e faz uma ligação,
mas não obtém resposta, então ele manda uma mensagem para Terry “Eu
estou em casa, preciso da sua ajuda, acho que tem alguém infiltrado na
delegacia e não confio em ninguém além de você” , John guarda seu
celular e se ajeita, pouco tempo depois o homem pega no sono, deixando
um silêncio completo na casa.
Uma porta de elevador se abre, Daniel e Jacob entram no andar da casa
de Clarence, rapidamente os dois entram no apartamento e vão até seu
escritório, ao entrarem eles veem o homem sentado em sua mesa, com
um sorriso no canto de sua boca, ambos os colegas se aproximam de seu
chefe.
- Estamos aqui senhor C, do que necessita¿
- Tenho duas missões para os senhores, uma exige paciência e disciplina,
já a outra de força e raiva, sei que isso se encaixa bem em seus padrões.
- Claro senhor, eu posso fazer a...
- Eu decido quem faz o que Jacob, quero que você pegue dois homens e vá
até o aeroporto, meu irmão está chegando e quero que ele venha falar
comigo, leve homens descartáveis, ele é um pouco rude, já você senhor
Daniel quero que se junte a força tarefa que está procurando a filha da
vadia, quero ela na minha sala o quanto antes, mas sei que ela é boa em
se esconder, pode levar tempo.
Ambos assentem com a cabeça enquanto observam algo embaixo da
mesa de seu chefe, Jacob se assusta ao notar que havia sangue, ele
levanta seus olhos e nota um sorriso na cara de seu chefe.
- Vocês querem ver o que está escondido aqui¿
- N... não é necessário s... s... senhor.
- Eu insisto.
Clarence joga um homem para frente, seu corpo estava todo cortado,
olhos roxos e vários dentes a menos, o homem tenta se arrastar até os
dois, mas Clarence salta em direção ao homem em velocidade
assustadora.
- Esse maldito tentou duplicar minhas doses, acreditam¿ eu tento
transmitir uma palavra e esse imbecil tenta usar como negócio, então eu
resolvi usar ele como lição aos outros, Daniel você pode levar ele para a
sede dos cachorros negros por favor, fiquei sabendo que eles também
querem fazer minha dose.
- S... sim senhor.
Clarence sorri, ele levanta o homem e olha em seus olhos, em seguida o
solta no chão, o homem cai e rapidamente se arrasta para longe.
- Mas também eu não vou deixar alguém que tentou duplica-las sair vivo
não é¿
Clarence pega uma sua enorme pistola e dispara no homem,
instantaneamente ele cai no chão e não se move mais, Jacob olha para o
homem e nota o local onde Clarence havia acertado, bem entre os olhos
do homem, Clarence acena para Daniel, que rapidamente arrasta o corpo
para fora, o homem se senta e envia uma mensagem em seu celular,
enquanto olha para Jacob.
- O senhor disse que não ia mais fazer essas doses, que eram só cinco,
então por que não quer que ninguém faça mais¿
- Garoto, eu as mandei para avisar aos outros chefões que eu tenho algo
que pode destruí-los, eu posso ter um super soldados, claro que eles
morreriam em dois ou três dias mas seriam letais nesse meio tempo,
todos eles já descobriram que elas tornam as pessoas algo mais, mas isso
é só a ponta do iceberg, se você acha que se curar e matar com as mãos é
o máximo que podemos atingir você não sabe de nada, eu não vou parar
enquanto não criar algo inimaginável, e eu não quero amadores tentando
duplicar minhas doses, as doses se acabaram, foi divertido ver o que o
garoto se tornou, e me ajudou muito nas pesquisas, agora eu quero que as
coisas se acalmem até pegarmos a garota, por que quando conseguirmos
teremos finalmente o que eu preciso para fazê-lo.
- Fazer o que senhor¿
- S... e... g... r... e... d... o
Clarence solta uma enorme gargalhada enquanto Jacob rapidamente se
afasta do homem, assim que sai da sala ele nota uma equipe de limpeza
arrumando a bagunça de sangue feita por Clarence, rapidamente ele vai
até o elevador e entra, ao chegar no solo ele faz uma ligação e aguarda,
cinco minutos depois dois homens chegam em uma van azul escura, Jacob
entra e o carro parte rumo ao aeroporto.
O céu estava nublado, um clima cinza pairava, o tempo parecia mais lento
e o frio era forte, uma porta de apartamento se abre, Alice entra
rapidamente e se senta na sala de estar da casa, sua irmã estava sentada
em uma mesa ao lado de uma janela, com um caderno de anotações e seu
computador, Emmy estava focada no em sua tela do computador,
anotando e observando uma imagem fixamente, Alice se aproxima e olha
a tela.
- O que está fazendo mana¿
- Eu estou tentando descobrir o que esse desenho significa, mas não
consigo entender nada, o John que era bom em formas de linguagem.
- Você disse que queria voltar a transar com ele¿
Emmy se assusta com a frase de sua irmã e derruba seu caderno,
rapidamente ela se abaixa e o pega, em seguida ela lança um olhar de
raiva mesclado com vergonha para sua irmã.
- Eu não quero nunca mais sair com aquele idiota, só disse que ele era
bom nisso, mas ele me deu uma dica horrível, eu só sei que uma parte
significa expansão, o resto eu não achei nenhum tipo de significado.
Alice olha a tela do computador com atenção e logo em seguida se vira e
vai até a cozinha.
- Eu não sou uma nerd como vocês então eu acho que você devia ir até lá
e vocês resolvem isso, aí você aproveita que já está lá e transa com ele pra
conter sua vontade.
Emmy olha furiosamente para sua irmã e logo em seguida se vira para a
tela de seu computador, sua irmã rapidamente pega um copo de café na
cozinha e volta até a sala se jogando sob o sofá. Uma hora depois a
campanha toca, Alice se levanta e vai até a porta, antes de abri-la ela
observa o olho mágico, um homem com um capuz preto estava na porta,
com uma mala preta em uma das mãos, Marian se vira para onde sua irmã
estava sentada.
- Ei irmã, tem um cara estranho aqui na port...
Um rombo assusta Emmy, ela nota sua irmã caindo para trás, um homem
com um casaco preto havia arrombado a porta, ele entra no apartamento
e larga a mala no chão, Emmy se levanta e corre até sua irmã, enquanto
isso o homem puxa um machado da mala, aterrorizadas as irmãs correm
para um quarto, o homem não se move, apenas observando as duas,
assim que entram no quarto, Emmy tranca a porta e empurra uma
pequena mesa para a frente dela, ao fundo ela nota sons de machadadas
e passos, cerca de um minuto depois o som cessa, ela aguarda mais cinco
minutos até abrir a porta, assim que a abre Emmy nota que seu
computador assim como celulares, anotações e livros haviam sido
destruídos, o homem não havia danificado nada além de livros ou
eletrônicos, mas ela rapidamente entende o que o homem queria
destruir, a garota pega seu telefone e manda uma mensagem para John,
enquanto isso sua irmã corre para o telefone fixo da casa e liga para a
polícia.
- Que porra foi isso¿
- Ele queria destruir as anotações sobre a imagem que eu achei... aquele
idiota não me responde, fica aqui e fala com a polícia, eu vou até ele.
Rapidamente Emmy deixa Alice para trás e some descendo em disparada
as escadas, sua irmã se senta no sofá, tentando entender tudo que havia
ocorrido.
Anna observa com um olhar triste enquanto o caixão de Mack desaparece
enquanto é enterrado, Terry observa mais de longe, também com um
olhar triste, assim que o enterro termina ambos vão até a porta do
cemitério, Anna anda até o ponto de ônibus que ficava próximo à entrada.
- Ei! Eu posso te dar uma carona¿ melhor que esperar, parece que vai
chover.
Anna sorri levemente enquanto acena com a cabeça, ambos andam até o
estacionamento, Terry abre a porta do carro e em seguida a porta de
passageiros, Anna entra e o carro sai do estacionamento. Um outro carro
estava parado próximo, lá dentro Elizabeth e sua irmã conversavam.
- Faz uma hora que a gente tá aqui Elizabeth, eu to cansada de esperar.
- Só mais um pouco mana, eu só quero garantir que ele não está...
- Olha o carro dele ali! Espera... quem é aquela pessoa dentro do carro¿
Elizabeth olha para o carro, ela nota uma mulher loira dentro, com um
olhar raivoso ela liga o carro e sai em perseguição a seu marido.
- Eu vou descobrir isso e se for algo, eu o mato.
Os carros deixam o cemitério rumando para os subúrbios da cidade, uma
fina chuva começa a cair e o clima fica ainda mais frio, quase lembrando o
inverno, no céu era possível ver um avião se aproximando, e no aeroporto
três homens esperavam, incluindo Jacob, que trocava mensagens com
Ezequiel “ Estou esperando seu tio, espero que não tenhamos problemas”,
“ Eu vou até ai, se tem alguém que sabe deixar meu tio quieto sou eu, mas
se eu fizer isso você vai ter que me recompensar de alguma forma” Jacob
sorri enquanto lê as mensagens “ Tudo bem, assim que terminarmos com
seu irmão eu faço algo por você” , um som acompanhado de um sinal de
luz avisando que um avião estava pousando aparece, Jacob ordena aos
homens que aguardem na saída dos passageiros pelo irmão de Clarence,
Jacob aguarda por cerca de vinte minutos até os dois homens virem,
sendo acompanhados por outro, que se destacava muito, ele era muito
alto e musculoso, tinha uma pele bronzeada e usava uma camisa florida,
ele tinha um cabelo bem cortado e uma barba bem feita, o homem se
aproxima de Jacob.
- Meu irmão não perde tempo mesmo, eu achei que ia ter um pouco de
sossego.
- Sinto muito senhor Thomas, nós fomos ordenados a leva-lo ao encontro
de seu irmão mais velho.
O sorriso do homem aumenta, Jacob se vira e abre a porta da van, assim
que se vira para Thomas novamente ele é pego pelo pescoço, o homem o
ergue com uma das mãos, os outros dois tentam conte-lo, mas são
golpeados pela outra mão de Thomas, ambos caem no chão desacordados
atingidos pela força colossal do enorme homem, ele olha diretamente nos
olhos de Jacob.
- Claro que eu vou, se me derrubar e me levar até ele, mas vai precisar de
no mínimo cem homens de merda como você.
Thomas ergue a outra mão para atingir Jacob, mas dois finos braços o
empurram levemente, ele quase não se move, mas solta Jacob quando
reconhece o autor do empurrão.
- Sobrinho! Eu queria tanto ver você de novo, como está¿
- Bem tio, arrumando confusão de novo.
O homem sorri enquanto coça a cabeça.
- Eu não consigo mudar muito, mas então, já achou algum cara para te
fazer feliz meu jovem¿
O rosto branco de Ezequiel ganha grandes tons de vermelho com a
pergunta de seu tio, o homem percebe pelos diversos olhares de Ezequiel
para Jacob que tinha algo ali, ele se vira para o homem e segura seu
ombro direito.
- Me desculpe por ter te agarrado, eu passei dos limites, eu vou deixar
você me levar até meu irmão, por mais que eu não goste eu não vou
mexer com os interesses da família.
O homem pisca um de seus olhos para seu sobrinho e entra dentro da
van, os outros dois homens se levantam, rapidamente Jacob os ordena a
levar Thomas para seu chefe, a van rapidamente dispara, deixando Jacob
e Ezequiel no aeroporto.
- Agora que eu consegui você me deve uma.
- Acho que sim, estou as suas ordens pelo resto do dia.
- Então me siga.
Ezequiel e Jacob andam até chegarem no carro do rapaz, era uma
Mercedes roxa, Ezequiel se senta no banco do motorista e logo em
seguida seu convidado entra e se senta.
- Onde vamos¿
- É um segredo, você vai ter que confiar em mim.
Jacob sorri maliciosamente e assente com a cabeça, o carro rapidamente
dispara para dentro da cidade, em seguida uma mulher sai do aeroporto a
pé e se dirige até o ponto de ônibus, ela vestia uma roupa velha e seu
cabelo estava um pouco sujo, sua expressão era fria, a mulher olhava para
uma foto, um ônibus para no ponto pouco tempo depois, a mulher
rapidamente entra e aponta a foto para o motorista que a observa sem
prestar muita atenção, mas a reconhece facilmente.
- É uma mansão velha que fica fora da cidade, o ônibus não passa por lá
não.
A mulher puxa três notas de cem e entrega para o motorista, ele as pega,
em seguida ele olha novamente para o homem.
- Bom, eu não posso te levar lá, mas te deixo perto, entra aí.
A mulher obedece e se senta na porta da frente, o ônibus se fecha e
dispara rumo a parte de dentro da cidade. Uma moto estaciona em frente
à casa de John, o frio era intenso, o clima tinha se tornado gélido em
poucas horas, Emmy salta da moto e se dirige a porta de casa, ela toca a
campainha três vezes e não obtém resposta, ao notar que ninguém a tinha
respondido ela resolve pegar uma pequena chave que estava guardada
em seu bolso de trás, ela rapidamente abre a porta e entra dentro da casa,
assim que cruza a porta Emmy nota John sentado em sua poltrona,
claramente dormindo, a garota se aproxima e coloca uma de suas mãos
sob a testa do homem, ao notar que ele não tinha febre Emmy puxa seu
sobretudo e abre dois botões de sua camisa, em seguida põe a uma de
suas mãos no peito de John, ao notar que ele tinha um batimento normal
a garota olha mais atentamente para o peito de John, haviam marcas
roxas de pancadas, ela se aproxima para verificar melhor e se distrai
observando ele.
- Você perdeu algo por aí¿ se quiser ir mais fundo para procurar por mim
tudo bem.
Emmy se assusta com a voz de John, a garota rapidamente olha para cima
e nota que ele a observava, Emmy se levanta bruscamente e se afasta,
John se levanta lentamente e coloca novamente seu sobretudo.
- Veio aqui só pra me ver então¿ fico lisonjeado.
- Claro que não, um cara entrou na minha...
Uma garota entra na sala, Emmy para de falar quando a vê.
- Quem é essa John¿
- Longa história, eu cheguei aqui e ela já estava, ah... eu preciso que cuide
dela um pouco, eu tenho que ir a um lugar.
John puxa seu telefone e corre para a porta quando vê que horas eram,
Emmy não entende o que John estava fazendo e não consegue responde-
lo antes do homem sair da casa, a garota se vira novamente para a menina
que estava parada olhando para ela.
- Quem é você¿
- Não importa, apenas fique aqui comigo até ele voltar, eu sei que você
gosta dele senhorita Emmy, quer sorvete¿
Emmy se assusta ao ouvir seu nome, a garota rapidamente se dirige até a
cozinha e pega um pequeno pote com sorvete, volta para a sala e se senta
no sofá, Emmy olhava para ela intrigada.
- Eu sei que você não sabe quem eu sou, mas vai me ajudar, então eu vou
te dizer meu nome, eu me chamo Elise.
- Bom Elise eu...
- Sou Emmy Lee e sou repórter, eu já sei disso.
- Como sabe algo assim, você me conhece¿
- Não, eu sei o que vai acontecer em um lugar durante um tempo, mas me
desgasta muito então eu uso apenas para cinco ou seis minutos para
frente ou para trás, se eu passar disso eu desgasto meu corpo e minha
mente, eu sei que você tem dúvidas, mas peço que você espere o John
voltar, eu vou contar tudo o que sei para vocês.
Emmy fica perplexa por tudo que a garota havia dito, ela se senta em uma
poltrona, tentando entender que relação ela tinha com que havia ocorrido
com ela e sua irmã, enquanto isso Elise liga a tv e come o sorvete,
aguardando pelo retorno de John.
O carro de Terry estaciona em frente a porta da casa de Anna, era uma
porta típica de apartamento, Anna salta do carro e olha para Terry.
- Não quer entrar¿ Eu faço um ótimo café.
- Claro, eu fico um pouco.
Anna abre a porta da casa e acena para Terry, o homem entra logo em
seguida, assim que a porta se fecha Anna aponta para o sofá, o detetive
obedece e se senta, pouco depois Anna se senta ao seu lado, o
oferecendo uma xicara, Terry a pega enquanto observa o ambiente.
- Então, eu sei que não é uma pergunta legal, mas como vocês se
conheceram¿ pareciam bem próximos.
- Bom... nós éramos vizinhos na época que os pais dele moravam por aqui,
eu era como a irmã mais velha dele, ai eu me mudei e não tive mais
contato com ele, até que ele apareceu na minha casa uns dois anos atrás
com problemas, eu o ajudei e ai voltamos a ter contato, foi então que eu
descobri que a família dele tinha voltado pro México e largado ele aqui,
então eu ofereci um emprego para ele na minha floricultura, ele aceitou e
trabalhou comigo um pouco, mas não durou muito, ele se envolveu com o
Carl e eles começaram a fazer merda de novo, ele sumiu por umas
semanas até que veio correndo pra cá dizendo que tinham matado ele e
que estavam atrás dele, foi ai que todo aquele inferno começou, ele... ele
não merecia passar por isso e acabar assim... não merecia.
Anna não consegue conter suas lágrimas, Terry a ampara rapidamente
- Nada disso foi culpa sua, os homens que fizeram isso serão pegos, eu te
prometo que nenhuma pessoa envolvida com isso sairá impune, confie em
mim.
A garota se acalma com as palavras do detetive, ela se levanta do sofá e
anda até o banheiro, Terry puxa seu celular depois de horas sem observa-
lo, ele nota uma mensagem de John e rapidamente a lê.
- Um espião na delegacia¿ que merda é isso... droga.
Terry se levanta e vai até a porta, Anna volta para a sala e observa o
homem saindo.
- Vai embora já¿
- Surgiu uma urgência, tenho que ir à delegacia, me desculpe, eu volto em
um momento melhor.
Terry vai até a porta e a abre, para sua surpresa Elizabeth o aguardava, a
mulher empurra Terry para dentro e observa ele com um olhar furioso.
- Então essa é a sua obrigação com os enterros Terry.
- Meu bem, não é nada disso, vamos conversar lá fora por favor.
Anna se aproxima do casal rapidamente, se pondo entre o Homem e a
mulher.
- Ele me deu uma carona para casa depois do enterro, eu ofereci um café
para agradecer, apenas isso.
- Até parece que eu vou cair nisso, invente uma desculpa melhor.
Anna lança um olhar furioso para Elizabeth, a garota se afasta quando
nota a raiva advinda de sua inimiga.
- Meu melhor amigo acabou de morrer, você acha mesmo que eu ia
pensar nisso! Você deve ser louca então, só vão embora por favor, eu
quero ficar sozinha.
Elizabeth fica intimidada pela raiva de Anna, a mulher rapidamente deixa a
casa e vai até seu carro, Terry também sai e Anna fecha a porta com força,
Terry nota que sua mulher tinha entrado no carro de sua irmã,
rapidamente o detetive corre até o carro.
- Ei! Por que me seguiu¿ O que acontece meu bem¿
Elizabeth começa a ficar emotiva e sai do carro, Terry a abraça e a garota
começa a chorar.
- Eu... eu estou com medo de perder você... eu quero continuar com
você... eu te amo e não quero te perder.
Terry ergue o rosto de sua mulher e a beija, Elizabeth não resiste e abraça
mais forte seu marido, Terry a afasta gentilmente enquanto segura sua
cintura com um de seus braços, acariciando seu rosto com a outra mão
Terry olha no fundo dos olhos de Elizabeth.
- Olha, eu sei que tenho me ausentado esses dias, mas eu vou cuidar
melhor de você daqui pra frente, eu acabei me afastando, eu juro que vou
ser mais presente agora, então eu quero que vá para casa, eu tenho que ir
à delegacia um pouco e depois vou para casa ficar com você.
Anna acena com a cabeça e entra no carro, Terry observa enquanto o
carro desaparece na rua, em seguida Terry entra em seu carro e se dirige
para a delegacia, com esperança de entender o que John quis dizer com
alguém infiltrado na delegacia.
Clarence estava sentado em sua cadeira lendo um livro, ele lia
calmamente enquanto duas pessoas limpavam o carpete que estava ainda
um pouco sujo de sangue, ele se vira para frente quando nota a porta se
abrindo violentamente, Thomas entrava rapidamente pelo escritório, se
sentando em uma cadeira que estava na frente da mesa, Clarence coloca
lentamente o livro sob a mesa e olha para seu irmão.
- Oi irmãozinho, achei que daria mais trabalho te trazer aqui.
- Eu só estou aqui por que seu filho me convenceu, eu ficaria muito feliz
em nunca mais ver sua cara de merda.
- Não fique tão irritado, nós somos família, eu não sei por que você me
odeia.
- Por que você não tem coração, você mata e destrói tudo o que quer, não
tem vergonha de ser ruim, eu sinceramente odeio você.
Clarence estica um longo sorriso, enquanto se levanta de sua cadeira, o
homem anda até seu irmão e põe uma de suas mãos em seu ombro.
- Olha seu idiota, eu só te aturo por que prometi antes do pai morrer,
então você pode ficar com a raiva que quiser, você tem coragem de me
enfrentar, fique na cidade e faça a merda que você quiser, mas se você
sair daqui novamente... eu vou pessoalmente atrás de você.
O suor de Thomas escorria de seu rosto, ele tentava não tremer, mas
estava falhando, Clarence solta o ombro de seu irmão e vai até a porta do
escritório.
- Pode fazer o que quiser nessa cidade, mas não saia dela irmãozinho,
agora eu tenho que ir, tente não chorar de novo quando eu sair.
Clarence sai do escritório e vai rapidamente para fora do apartamento,
Thomas continuava congelado sob a mesa, uma pequena lagrima escorria
de seus olhos, ele levanta um pouco a cabeça e respira profundamente,
assim vendo o que seu irmão estava lendo, um livro preto com letras em
vermelho dizendo “Pesadelos, por Clarence Evans”, Clarence chega ao
subsolo, um carro preto com um homem o aguardava, o homem vai ao
encontro de Clarence.
- Senhor, tudo está pronto para o encontro com o líder do grupo que não
seguiu suas instruções.
- Ótimo, estava com saudade de pôr a mão na massa um pouco.
Clarence entra no banco de trás do carro, o homem entra no lado do
motorista e o carro se dirige para fora do prédio, rapidamente o carro
passa por um cruzamento e ruma para a zona pobre da cidade, próximo
dali uma Mercedes estaciona próxima a um local com diversas lojas
famosas, Jacob e Ezequiel saltam do carro, o jovem vai até Jacob e o pede
para segui-lo, Jacob o obedece e ambos andam até chegarem em frente a
uma loja de roupas, Jacob não havia reconhecido a loja até ambos
entrarem nela, era um loja que vendia roupas caríssimas, tanto para
homens quanto para mulheres.
- Senhor, eu não tenho condição de pagar por roupas assim não.
- Se ficar me chamando de senhor eu vou te fazer pagar sim, me chame de
Ezec.
- Tudo bem Ezec, mas eu não posso pagar mesmo assim.
Ezequiel sorri e puxa Jacob pelo braço, o levando até um atendente que
vestia um terno e estava com um monóculo observando ambos.
- Senhor Ezequiel, como posso atendê-los nesse dia magnifico¿
- Eu gostaria que o senhor arrumasse um terno sob medida para meu
amigo, o melhor disponível.
O homem acena e vai até a passagem, Jacob olha para Ezequiel.
- E você¿
- Eu encontro você na festa hoje à noite, um amigo meu vai leva-lo até lá
assim que acabar aqui, eu vou para casa me arrumar e nos vemos lá.
Jacob assente e se vira, Ezequiel sai sorrindo e o som de seu carro pode
ser ouvido desaparecendo, o homem leva Jacob para dentro, apesar de
luxuosa a loja não era muito grande, o homem andava apressadamente
enquanto Jacob o seguia, o atendente subitamente para e aponta para um
provador.
- Entre ali, vou pegar suas roupas senhor.
Jacob obedece e entra, pouco depois uma mulher velha se aproxima dele
com uma fita e faz as medidas do rapaz, sem dizer uma única palavra a
mulher se afasta, Jacob aguarda até que o homem volta com um terno
preto em suas mãos.
- Aqui está senhor, um autêntico William Westmancott, experimente-o e
volte até mim para termos certeza de que está tudo em ordem.
- Uma pergunta, quanto custa um terno desse¿
- Em uma vestimenta conceituada, eu diria que vale algo em torno de
setenta e cinco mil, mas se o senhor Ezequiel estava com o senhor não
será problema.
Jacob pega o terno e entra dentro do provador, alguns minutos depois ele
sai, o homem o aguardava próximo dali mede novamente o corpo de
Jacob e sorri, observando que a roupa havia ficado perfeita, assim que
termina de medi-lo um homem alto entra na loja, assim que vê Jacob ele
se aproxima.
- Jacob não é¿ Vejo que já se arrumou, vamos¿
- Mas e o pagamento da loja¿
- Ei, ponha na conta do Ezec, ele vem aqui pagar essa semana ainda.
O atendente volta para o caixa e anota algo em um caderno, em seguida o
homem até a porta e faz um sinal para Jacob, ele sai da loja e nota uma
caminhonete parada na frente, o homem sai logo em seguida e entra nela,
Jacob abre a porta do passageiro e entra.
- Daria pra me dizer pelo menos onde vamos¿
- O Ezec me pediu pra organizar uma festa de última hora na minha boate,
deve ser por sua causa, estamos indo pra lá, aliás fica fora da cidade então
a viajem vai demorar um pouco.
A caminhonete e ligada e sai da frente da loja rumando para a saída da
cidade, pouco depois a caminhonete deixa da cidade, o homem dirigia em
silêncio enquanto Jacob observava a paisagem, Jacob reconhece algo no
caminho, uma pequena estrada de terra, ele sabia que era ali que a velha
mansão ficava e de relance nota alguém andando por ali. A mulher do
aeroporto andava lentamente rumo a mansão, assim que se aproxima
melhor rapidamente ela olha para o sótão, como se conhecesse a
estrutura do prédio detalhadamente a mulher se dirige até a porta e
chega no pequeno quarto, sua expressão muda de calma para raiva
quando ela nota o que parecia ser uma imagem, mas estava destruída por
o que pareciam ser machadadas, a mulher se aproxima da imagem a toca,
todos os sons externos pareciam ter desaparecido, a mulher estava inerte
tocando na imagem, pouco tempo depois ela recobra a consciência e solta
a imagem, rapidamente ela sai do prédio correndo, assim que desce ela
olha para o horizonte, como se estivesse procurando por algo, ela sorri de
forma sádica quando volta a andar, três palavras saem sussurradas de sua
boca.
- Eco... vidente... sombra.
O carro de John estaciona próximo ao beco, rapidamente ele sobe em
muro e chega a um descampado que tinha vista perfeita para uma
pequena fábrica abandonada, ele observa dois carros entrando no local
juntos, cerca de sete homens descem do carro, todos com roupas de
gangue, John os reconhece como membros de uma gangue que mandava
no sudoeste da cidade, menos de dez minutos depois John observa um
carro preto entrando no prédio, um homem de terno sai de dentro, ele se
dirige até a porta de trás e a abre, de dentro um homem mais velho sai,
ele tinha uma barba grisalha e um cabelo muito bem cortado, John
observa que o homem tinha um físico excelente e o que mais o assustava
eram os olhos do homem, ele tinha um olhar intimidador e um sorriso
pequeno imutável em seu rosto, o homem se aproxima rapidamente do
grupo que estava o aguardando, John corre até uma janela da fábrica, ao
ter certeza de que não podia ser visto ele a abre e tenta ouvir a conversa,
era possível notar alguns xingamentos em espanhol enquanto o homem
estava calado observando tudo, os xingamentos cessam rapidamente
quando o homem começa a falar.
- Calem a boca seus sacos de lixo! Eu não gosto de repetir as coisas então
vou dizer uma vez, se quiserem continuar vivos eu indico os senhores a
me obedecerem, eu mando em toda cidade, se eu ouvir que algum
homem de vocês criou minha dose eu mato, eu sei que a única dose que
não está comigo está com um cara da polícia então se eu souber de mais
uma eu juro que mato todos aqui e o seu chefe vai ser trazido
pessoalmente pra mim...
- Vai fazer algo comigo C¿ tenho até medo das suas intenções.
John nota um homem que tinha saído de dentro de um dos carros, ele era
alto e jovem, tinha uma tatuagem de raio em seu pescoço e também era
muito musculoso, o homem se dirige a C e o encara.
- Nós não queremos problemas com vocês, mas não vamos fazer porra
nenhuma, fiquem com seus planos fora da nossa parte da cidade.
C sorri enquanto olha para o homem, ele se afasta um pouco mais, o
homem volta a se aproximar dele, C vira seu olhar para John, como se
soubesse que havia alguém ali, ele se vira novamente para o homem.
- Tudo bem, vejo que tenho dois inimigos interessantes, para você ratinho
eu tenho uma ordem, para o nosso infiltrado eu tenho um aviso...
C agarra o homem pelo pescoço e o levanta bruscamente, a força dele era
descomunal, ele puxa o homem e joga sob o carro preto, o líder da gangue
atinge o carro com as costas, o som era estridente, o homem cai no chão
rolando de dor, os outros homens tremiam, rapidamente eles correm até
seu líder e o levam para o carro.
- Fujam mesmo, e não se oponham a mim outra vez, e para você intruso,
por favor se oponha a mim, se chegou até aqui significa que meus planos
estão indo otimamente bem.
O homem gargalha enquanto entra no carro, seu ajudante rapidamente
entra no banco do motorista e o carro sai da fábrica, John estava
congelado observando o carro enquanto sumia, ele quase não nota uma
ligação que tinha recebido, desajeitadamente ele pega o celular e atende.
- John, aleluia, eu estou na delegacia, cadê você¿ eu recebi sua
mensagem.
- Merda, não saia daí e não fale com ninguém, eu estou indo.
John corre até seu carro e dirige o mais rápido possível em direção a
delegacia, em sua casa Emmy arrumava o que via pela frente, tentando
organizá-la, Elise estava sentada vendo televisão, as duas não haviam
conversado muito, Emmy havia terminado de organizar o quarto e a
cozinha, ao ir para sala ela nota que Elise tinha um pequeno corte no
pescoço.
- Você está bem ¿ esse corte precisa de uma bandagem.
Emmy corre até o banheiro e pega uma pequena bandagem, antes de
poder reagir Elise é surpreendida por Emmy colocando a bandagem.
- O que você está fazendo¿
- Isso pode infeccionar, melhor tratar agora.
- O... obrigada.
Emmy sorri, ao se levantar novamente ela escuta o som de batidas na
porta, pesando que era o John ela abre a porta já se preparando para falar
mas congela quando reconhece o homem que estava na porta, ele vestia
um casaco escuro e carregava uma mala em sua mão direita, ela corre
para dentro segurando Elise pelo braço, a garota sem entender a segue
mas para quando observa quem estava na porta, Emmy tentava subir as
escadas quando escuta algo que a surpreende.
- Irmão!
Elise se solta de Emmy e corre até o homem, ele larga a mala e a abraça
forte, o homem tira o capuz e olha para Emmy que claramente estava
confusa.
- Me desculpe por hoje, eu tinha que destruir a imagem, se não ela
poderia ter usado para criar eco, eu me chamo Damian, sou irmão da
Elise.
Sem entender nada Emmy desce as escadas e se aproxima do homem,
pouco depois todos se sentam e conversam um pouco, Emmy se acalma
um pouco mais ainda estava muito confusa.
- Me explica isso de novo por favor, eu ainda não consigo assimilar tudo
isso.
- Bom, eu e ela perdemos nossos pais graças ao C, eu não estava no país
enquanto ela foi levada ao orfanato, o C quer ela para fazer algo ruim,
mas ele não é a única ameaça, existe uma pessoa que quer usar um eco
para uma coisa muito ruim, eu não sei como ela quer fazer isso mas eu
tenho que impedi-la, o senhor Windowman me disse para fazer de tudo
para evitar com que ela conseguisse, eu queria estar perto de você irmã,
me perdoe.
Elise abraça seu irmão enquanto Emmy tentava assimilar o que ele havia
dito, Emmy se levanta do sofá e anda um pouco pela casa, Elisa e seu
irmão conversavam, ela volta para a sala novamente, desejando que John
aparecesse logo, mas subitamente Elise se levanta desesperada, Damian
se levanta também, tentando segurar sua irmã, ao se virar para os dois
Emmy nota palavras saindo de forma repedida da boca de sua Elise.
- Ela está vindo.
Um estrondo imenso faz as janelas da frente da casa estourarem, todos
caem no chão, Damian pega sua irmã enquanto Emmy tenta observar o
que tinha feito isso, do lado de fora uma mulher olhava para eles, com
suas veias roxas e sangue escorrendo de sua boca a mulher solta um grito
estridente, fazendo Emmy cair novamente no chão.
- Vidente!!!
Damian pega sua irmã no colo e puxa Emmy para os fundos da casa,
Emmy pega a mala que ele carregava e ambos correm pelos fundos,
pulam uma cerca e saem em disparada, quando chegam em um local
distante eles param de correr e se escondem, Emmy vai até Elise e tenta
acorda-la enquanto Damian observava a rua, tentando notar se ela os
havia perseguido.
- Ela vai nos achar, ela pode sentir a Elise, tem algum lugar seguro pra ir¿
- A delegacia! O John deve estar lá, temos que correr, ele pode proteger a
gente dela.
Damian acena com a cabeça, põe sua irmã entre seus braços e ambos
correm rumo a delegacia, na casa de John a mulher andava e busca de
algo, ao encontrar um telefone largado sob a mesa da cama de John ela o
pega e faz uma ligação, alguém atende, ele solta apenas duas palavras.
- Olá querida.
A ligação é cortada, a mulher joga o celular no chão e o estilhaça, se
virando novamente para o horizonte ela começa a andar para fora da casa
dizendo apenas duas palavras de forma repetida.
- Vidente, eco, vidente, eco...
Terry estava sentado em sua cadeira enquanto aguardava por John, a
delegacia estava praticamente vazia, um incêndio florestal tinha levado
todos para fora da cidade menos Terry, Denise e o tenente, o tenente
tinha acabado de sair quando Denise se aproxima de Terry.
- Está esperando alguém detetive¿ Metade da força foi atender um caso
de tiroteio no orfanato, o restante foi ver o incêndio, todos estão focados
lá.
- O John está vindo, ele disse que alguém está infiltrado aqui, eu não
entendi muito do que ele disse, mas vou ficar aqui esperando ele.
- Ah, tudo bem.
Rapidamente Denise se afasta de Terry e anda até o banheiro, ela se
tranca e faz uma ligação, rapidamente ela é atendida.
- O John sabe que eu estou passando informações, me ajuda.
Um som de batida na porta assusta Denise, ela solta o celular e se levanta.
- É... sim¿
- Ah, é você senhora Denise, me perdoe eu estava limpando, pode usar,
me avise quando acabar tudo bem¿
- Claro dona Rosa.
Denise respira profundamente, assim que pega o telefone novamente
uma voz a faz tremer.
- Eu estou indo até aí, vamos ter um belo encontro senhorita.
O telefone é desligado, Denise se senta na privada fechada, com o corpo
todo gelado e tremendo, ela tinha reconhecido a voz como a de Clarence,
a mulher se levanta logo depois e volta para o centro da delegacia,
entrando em sua sala e se fechando lá, um telefone voa até o colo do
empregado de Clarence, o homem tinha uma cara raivosa enquanto
observava o ambiente.
- Para onde vamos senhor¿
- Delegacia, liga pro Daniel, manda ele ir pra lá também, hoje eu me livro
daquelas vadias.
O carro vira bruscamente, rumando a delegacia, o homem pega seu
telefone que estava em seu colo e liga para alguém, rapidamente um
carro preto aparece atrás do carro de Clarence, o homem olha para trás e
se vira novamente para frente, com uma cara séria e raivosa ele observa
atentamente a rua, enquanto o carro se dirige a delegacia.
A porta da delegacia abre bruscamente, John entra apressado, olhando
em volta em busca de alguém, Terry rapidamente se aproxima de seu
colega.
- Oi, o que está procurando¿
- Cadê a Denise¿
- Na sala dela
John corre até a porta, ele tenta abri-la, mas não tem sucesso, notando
que estava trancada John se afasta e a chuta violentamente, a porta cai
para dentro da sala de Denise, John vai até ela rapidamente, antes que a
mulher pudesse sacar sua arma John a pega pelo pescoço e a joga contra a
parede, olhando furiosamente para seus olhos.
- Você trabalha para o C¿ hein!
Denise fica calada tentando evitar olhar para John, Terry cruza a porta e
olha para seu colega, sem entender nada Terry tenta afastar John de
Denise, mas seu colega era mais forte, John saca sua arma e a põe na
cabeça de Denise.
- Ou você me responde ou eu vou dar uma decoração nova pra sua sala!
- T... tudo bem, eu trabalho pra ele sim, eu aviso coisas e descubro o que
ele me pede.
John solta Denise ao ouvi-la, Denise cai de joelhos no chão, rapidamente
John pega sua arma e a algema, em seguida a ergue e a põe sentada em
sua cadeira.
- Foi você que disse pra eles onde estávamos indo no caso do garoto não
é¿
- S... sim, eu disse.
Terry se aproxima de Denise e olha fixamente para ela.
- O garoto está em uma cova por sua culpa, parabéns.
A policial evita contato com Terry e John, olhando para baixo, John e Terry
saem da sala e ficam ao lado da porta, os colegas se aproximam enquanto
prestam atenção na colega que estava presa.
- Como você ficou sabendo disso¿ eu achei que estava no hospital até me
mandar aquela mensagem.
- Foi um dia maluco, mas eu descobri isso por que uma garota
aparentemente sabe que ela era infiltrada, ela estava sendo perseguida
pelo pessoal do C, eu a deixei com a Emmy na minha casa.
- Qual o nome dessa garota¿
- Elise alguma coisa, por que a pergunta¿
- Acho que tudo está conectado, eu me encontrei com o Windowman
hoje, ele me disse que uma garota importante estava sendo perseguida
pelo C, acho que sua sorte é maior do que devia John.
John sorri ouvindo seu amigo, em seguida John volta para dentro e se
aproxima de Denise.
- Mandaram você avisa-los de algo recentemente¿
- Me disseram pra avisar se alguém desaparecido tivesse sido encontrado
recentemente, mas eu não sei quem eles queriam encontrar.
John volta para próximo de seu colega, ao se aproximar John nota alguém
entrando rapidamente pela porta, ele olha na direção da entrada e nota
Emmy correndo em sua direção, atrás um homem carregava Elise em seus
braços, Emmy abraça John enquanto Terry ajuda o homem a colocar Elise
em uma cadeira.
- Idiota, você disse que estava voltando.
- Foi mal, eu tive alguns problemas... quem é ele¿
- É o irmão da garota, ele foi o homem que invadiu minha casa e quebrou
o computador, ele me disse que tinha que destruir todas as imagens
daquele desenho por que alguém queria eles, e nós fomos atacados eu
não sei nem como por uma mulher, ela arrebentou os vidros com um grito
e aí corremos pra cá nós não sabemos o que está...
- Essa mulher foi um experimento fracassado, sinto muito por ter causado
problemas aos senhores.
Um homem bem vestido entra na delegacia, dois homens fortemente
armados entram junto, John o reconhece facilmente como o líder do
grupo do C.
- É você, o C.
- Eu nem sei por que esse nome pegou, podem me chamar de Clarence, eu
prefiro, não precisam se preocupar comigo ou com meus homens, nós
temos um alvo em conjunto, e ela está muito próxima daqui.
Terry puxa sua arma e aponta para Clarence, com um olhar sério ele
encara o homem.
- Eu acho melhor dar um tiro na sua testa e depois lidar com ela.
Uma faca voa até Terry, ele apenas a nota quando ela atinge a madeira da
parede ao seu lado, o susto o faz abaixar a arma.
- Se eu quisesse os senhores mortos eu não ia precisar nem falar com
vocês, eu tenho um acordo a propor, nós damos um jeito na mulher que
está vindo e eu vou embora sem matar nenhum de vocês.
John olhava fixamente para o homem, ele era muito intimidador, ele se
distrai quando seu telefone toca, Clarence sorri e aponta para ele.
- Melhor entender senhor penetra.
John puxa seu telefone e tudo o que escuta é a voz do Windowman
dizendo “Confie nele por enquanto, ela é perigosa” John volta a olhar para
o homem, em seguida o detetive se aproxima de Terry.
- Melhor fazermos isso, vamos colocar as garotas junto com a Denise e o
irmão dela cuida das mulheres, nós e eles damos um jeito no que está
vindo.
Terry olha um pouco para John antes de assentir com a cabeça e levar
Emmy para dentro da sala, Damian pega sua irmã e também leva para
dentro, não antes de lançar um olhar furioso para Clarence, que o
responde com um sorriso sádico, assim que todos entram Terry puxa
Thomas pelo braço e olha fixamente para ele.
- Eu não sei quem você é, mas se ama sua irmã tem que manter ela
segura, então não saia daqui por nada até que eu ou ele voltemos.
O homem assente e em seguida puxa sua irmã para trás da mesa, Denise
tinha se arrastado até um canto enquanto Emmy que segurava uma mala
estava na porta olhando para John e Clarence, os dois homens tinham se
aproximado.
- Hum, sinto cheiro de morte vindo de você garoto, se fosse um criminoso
seriamos bons amigos.
- Acho que seria melhor morrer do que ser amigo de um merda como
você.
- Fico lisonjeado pelo elogio, agora vamos nos focar em matar aquela
vadia de uma vez.
- Você sabe quem ela é¿
- É uma pessoa que eu dei uma chance de ser minha, mas ela falhou,
preferiu me enganar e trair, então ela se tornou o nome ideal para testar
minha dose mais potente, mas eu estava indo pelo caminho errado
mesmo, só que ela diferente do seu amigo morto manteve um traço de
sanidade, pena que ela focou tudo isso em me matar, parece até que ela
me odeia.
O homem gargalha enquanto uma voz estridente pode ser ouvida ao
fundo, ele se vira para a entrada e puxa uma pistola, os dois homens
apontam suas armas para o lado de fora também, John e Terry puxam
suas pistolas e observam atentamente cada movimento vindo da porta.
- Cuidado senhores o que ela mais sabe fazer é enganar.
Assim que Clarence termina de falar uma mulher entra pela porta, John se
assusta ao notar Emmy entrando, rapidamente entendendo o que
Clarence queria dizer ele levanta a arma e a mira na cabeça do alvo, mas
Terry entra em sua frente.
- É a Elizabeth imbecil, não atira.
- Não Terry, não é ela, sai da frente.
Terry acerta um soco em John, e o empurra para trás, o primeiro homem
corre até a mulher gritando “pai, você está vi...” a mulher o segura pela
garganta, com unhas afiadas ela perfura completamente o pescoço do
homem, que cai estrebuchando no chão, ela olha diretamente para
Clarence, o homem dispara diversas vezes na mulher, atingindo sua
cabeça cinco vezes, a mulher pende para trás mas logo volta a sua posição
natural, Daniel dispara dezenas de vezes mas a mulher salta sob o local de
disparo do homem e cai sob ele, antes de conseguir atingi-lo, Clarence a
empurra com força, a mulher é arremessada até o outro lado do pátio e
cai de costas no chão, Daniel se levanta novamente, enquanto isso John
empurra Terry e o prende contra a parede.
- Você é o gênio aqui caralho, pensa um pouco, o que sua mulher estaria
fazendo aqui¿!
Terry para de se debater e olha novamente para a mulher, ele nota que
não era mais Elizabeth e sim uma mulher suja de cabelos escuros, ele puxa
sua arma e atira nela, a acertando no peito, a mulher cai no chão mas logo
se levanta de novo, John corre até Clarence e ambos disparam na mulher,
que é atingida algumas vezes, caindo no chão duramente, antes de
poderem fazer algo a mulher fica de quatro e corre para o andar de cima
da delegacia, John se vira para Clarence.
- Como se mata isso¿
- Seu soubesse eu já teria matado, eu já atirei, pus fogo, explodi, e ela
volta a se regenerar.
John se irrita com a frase, mas um estrondo de explosão o retorna à
realidade, a luz da delegacia é desligada, o escuro era imenso do lado de
dentro, Terry e John ligam as lanternas de suas armas enquanto Emmy
acendia a do seu telefone, John se desloca rapidamente até a porta da
sala de Denise e se aproxima de Emmy.
- Fiquem aqui em baixo, nós vamos dar um jeito nela lá em cima.
Emmy assente e John corre até Clarence e Daniel, que já estavam
começando a subir as escadas, Terry ia logo em seguida, no andar de baixo
Elisa acorda subitamente, Damian a abraça e olha em seu rosto.
- Você está bem irmã¿
- S... sim, ela está aqui não é¿
- Eles vão dar um jeito nela, vem comigo.
Elise e Damian passam em disparada pela porta e tentam sair correndo da
delegacia, mas no meio do pátio um grito estridente faz Elise cair no chão,
Damian tenta levanta-la mas a garota estava abalada demais para andar,
no andar de cima John, Daniel e Clarence atiravam na mulher, que caia e
se levantava sempre, Terry havia entrado dentro da sala de armas para
pegar uma escopeta, assim que a pega Terry nota que a mulher tinha
corrido até ele, o detetive tenta se proteger mas a mulher o empurra, ele
acerta violentamente as costas contra o armário de armas e cai, a mulher
se vira para Daniel, o homem a atinge diversas vezes na cabeça com sua
metralhadora mas ela não cai, a mulher usa suas unhas para cortar o
braço esquerdo de Daniel, que cai no chão com a dor do golpe, John e
Clarence estavam nas escadas atirando, a mulher salta sobre os dois e
corre até Elise, Damian tenta se por entre a mulher e sua irmã, mas a coisa
pula sobre ele e com Elisa o olhando a mulher finca seus dedos no peito
de Damian, o garoto grita de dor, a mulher aproxima seu rosto do rosto do
rapaz.
- Você me atrapalhou por tanto tempo, e não conseguiu nada, você é
patético.
Com sangue saindo pela boca o rapaz sorri, olhando para sua irmã.
- Claro que consegui, você vai morrer hoje, e seu algoz está bem na sua
frente.
A mulher levanta sua mão direita e a aponta para o rosto de Damian, mas
antes de poder atingi-lo uma machadada a decapita, sua cabeça voa pelo
pátio, bufando atrás dela estava Emmy, rapidamente a garota joga o
corpo velho e sujo da mulher para longe, Elise se arrasta até ficar próxima
de seu irmão, Damian já não conseguia se mover, ele usa todas as suas
forças para chegar no ouvido de sua irmã mais nova.
- Viva por mim irmãzinha.
O corpo do homem cai novamente no solo, Elisa chorava enquanto
abraçava seu irmão, Emmy gentilmente pega a menina pela cintura e a
afasta do corpo ensanguentado de seu irmão, ambas saem da delegacia,
John e Clarence descem logo depois, John nota o corpo de Damian e o
rastro de sangue da machadada de Emmy, mas não vê o corpo da mulher,
um som de algo sendo mastigado vindo da sala de Denise chama a
atenção dos dois homens, John entra correndo pela sala, e nota em um
canto o corpo de Denise sendo dilacerado pela mulher, Clarence atira
novamente nela, mas dessa vez a mulher não se move com o disparo, ela
solta um grito que faz John cair no chão, Clarence cai para fora de sala e
tenta se levantar novamente, mas a mulher se move rapidamente até ele
o atinge no ombro, cravando dois dedos no local, o sorriso do homem fica
maior com a dor, a mulher olhava fixamente para ele.
- Sempre sorrindo não é sua serpente¿
- A vida tem que ser encarada com um sorriso senhorita, se não, por que
vivemos não é¿
A mulher crava mais um dedo no ombro de Clarence, mas ao tentar
machuca-lo mais Terry dispara um potente tiro em sua cintura, um buraco
imenso cresce na região, a mulher solta Clarence e cai no chão, o homem
se afasta dela, ao notar que a mulher não tinha se recuperado bem do tiro
Terry a atinge mais uma vez, só que em sua perna direita, a perna explode
com o tiro, a mulher berra de dor, Terry se aproxima mais para poder
atingir sua cabeça mas a coronha da arma de Daniel o acerta, ele cai
desmaiada no chão, Daniel ajuda Clarence a se levantar, o homem olhava
fixamente para a mulher no chão, o corpo dela se recuperava lentamente,
Clarence se aproxima até próximo do rosto dela.
- Obrigado, eu precisava de alguém que tinha conexão com o outro lado,
ainda bem que eu tenho alguém que faz isso e ainda se recupera dos
danos, Daniel! Vamos leva-la conosco, pegue o corpo do outro também.
Daniel rapidamente leva o corpo de seu colega morto embora, em seguida
arrasta a perna ainda boa da mulher até o carro, em seguida chama
Clarence para irem embora, John estava começando a se levantar,
Clarence vai até ele e olha em seus olhos.
- Nos veremos de novo detetive, espero que seja tão emocionante quanto
foi hoje.
Clarence sai da delegacia sorrindo enquanto John tentava se levantar aos
poucos, ao recobrar totalmente a consciência ele nota Terry desmaiado
no chão, ele corre até o amigo e nota que ele está bem, em seguida John
vai para fora da delegacia, ele observa que Clarence tinha ido embora com
Daniel, mas nota que Emmy e a Elise estavam próximas a porta.
- Tudo bem¿ o que aconteceu¿
- O cara pegou o corpo do amigo deles e jogou no porta malas, em seguida
ele pegou aquela coisa horrível e jogou lá dentro também, eu e a Elise nos
escondemos e logo depois aquele homem desceu gargalhando e entrou
no carro, eles saíram não sei pra onde.
John volta sua visão para a rua, ele vai até a porta da delegacia e a soca
com força, a porta se abre completamente pelo soco de John, do lado de
dentro Terry estava começando a se levantar enquanto os corpos de
Denise e Damian eram visíveis, John sabia a partir desse dia que todas as
suas imaginações estavam corretas, e que sim, existiam pessoas ruins e
monstros no mundo, e o pior deles até aquele momento, se chamava
Clarence.
John, Terry, Emmy e Elisa estavam do lado de fora da delegacia, o silêncio
era constantemente interrompido pelo choro de Elisa, Emmy tentava
consolar a garota enquanto os dois policiais conversavam.
- Como a gente vai limpar essa bagunça¿ dois corpos, diversos buracos de
bala, eu não sei o que fazer.
O som do celular de Terry o faz parar de falar, o homem pega seu telefone
e atende, a voz do windowman podia ser ouvida do outro lado.
- Pegaram a mulher¿ Como o Damian está¿
- O garoto morreu, a mulher foi levada por Clarence e seu homem, o outro
foi morto e também foi levado, a garota está bem e segura.
- Merda! Eu vou até a casa de um de vocês, levem todos até lá, eu tenho
uma equipe para limpar tudo o que for possível no local e a mídia não vai
ficar sabendo de nada além de uns tiros na delegacia.
Terry se aproxima de John.
- Meu carro está perto, vamos pra minha casa ou pra sua¿
- A minha com certeza, melhor deixar sua mulher fora disso, mas e a
delegacia¿ Como as coisas vão ficar¿
- O Windowman vai dar um jeito eu espero, temos que confiar nele por
que não tem outra alternativa, vamos logo.
John vai até Emmy e a pede para erguer Elise, gentilmente Emmy a
obedece, mesmo com um pouco de resistência Elise a obedece, todos os
quatro entram no carro e ele sai da delegacia, no meio do caminho eles
cruzam com diversas vans indo até a delegacia, pouco tempo depois John
chega em sua casa, todos entram, a casa estava com os vidros da frente
quebrados e a porta arrombada, John leva Elise até a cama e ela se deita,
ao voltar para frente John volta pra a sala, bem a tempo de ouvir a
campainha tocar, Terry vai até a porta e a abre, do lado de fora duas
pessoas o aguardavam, o homem que ele havia visto e Kyle, que estava
enfaixado e apoiado em uma muleta, o homem olha para Terry e fala.
- Espero que estejam prontos para ver o outro lado da janela senhores.
Um carro vermelho estava capotado ao lado de uma estrada escura,
homens armados procuravam por alguém, próximo dali duas pessoas se
escondiam em uma pequena plantação de milho, um deles sangrava no
chão enquanto o outro observava atentamente os três, o outro rapaz se
apoiava no braço do outro.
- Quem são eles¿ por que estão fazendo isso¿
- São homens dele, que merda.
- Homens de quem Jacob¿
- Fique de cabeça baixa, eles estão aqui para matar você, eu não os
conheço, mas sei quem deu a ordem.
- Quem foi¿
- Windowman.
Capitulo 4- Veritas¿