Você está na página 1de 138

tenebris noctibus

Você ainda não crê na nossa existência¿


Sua noção está totalmente deturpada, detetive...
Onde ela está¿ nós sabemos que seu parceiro está com ela...
Fala de uma vez seu idiota! Todo mundo corre risco de vida se não falar
nada, ela vai morrer e ele vai ter o mesmo destino...
Por que você não fala! A culpa é de vocês, deem minha filha de volta!...
Ele está apagando de novo...ele não... vamos ter... porra, que mer...

Prólogo - Mortem

A lua pálida estava escondida entre as diversas nuvens de tempestade que


se aproximavam, não era possível ver muito além da escuridão, uma
densa floresta inundava a paisagem, não era possível ouvir sons, um
silencio aterrador assolava a floresta, porem ele foi quebrado por um
estridente som de tiro, um homem caído no chão rolava de dor, mais a
frente dois homens observavam o rapaz caído no chão, era visível uma
ferida grave na região do joelho.

- Merda Teddy, por que você nunca pensa antes de fazer esse tipo de
merda¿
- Seu puto desgraçado, você falou meu nome.

Um alto homem negro empurra seu colega, enquanto olha furiosamente


para seu rosto pálido, o outro homem revida o empurrão enquanto
aponta para uma mancha pequena de sangue em sua calça.
- Me avisa antes de atirar caralho, eu não quero me sujar, e também você
ta puto com o que¿ esse moleque vai ta morto daqui a pouco porra!

Um pequeno jovem põe as mãos sobre o joelho ensanguentado enquanto


olha assustado para os dois homens, seus olhos lacrimejam e ele tenta se
arrastar para trás, um dos homens nota a movimentação e anda
rapidamente até o jovem, o agarrando e o jogando sob o capô de um
carro velho.
- Onde ta a maleta moleque¿ eu vou arrebentar seu outro joelho se você
não me disser logo.
- Eu... eu não sei! O Carl pegou e sumiu, eu não sei onde ela ta.
Um dos homens entra dentro do carro e pega um velho taco de baseball,
enquanto seu parceiro agarra o garoto pelo pescoço e o leva mais a
frente, colocando sua cabeça em um toco no chão, o outro homem
lentamente anda até o garoto enquanto sorri assustadoramente.
- Fica tranquilo garoto, o Carl vai aparecer depois de saber o que rolou
com você, ele vai saber que ninguém nunca vai conseguir enganar o
Senhor C.
O segundo homem chega até o jovem e o olha com raiva, ele ergue seu
taco e o aponta para o jovem com um sorriso sarcástico em seu rosto, um
som de batida pode ser ouvido repetidamente, o céu se torna ainda mais
escuro, uma leve garoa começa a cair enquanto a lua se esconde de vez
sob o céu negro, os sons advindos da floresta cessam novamente, os dois
homens vão até a porta do carro, um deles carrega um taco
ensanguentado de baseball, ambos abrem a porta e um deles pega dois
cigarros, enquanto seu parceiro pega um isqueiro.
- Você bate forte demais idiota, o garoto morreu na segunda batida, não
deu nem graça, confia em mim quando a gente achar o tal do Carl eu te
ensino como se bate sem matar rápido.
- Até parece que eu vou aprender alguma merda com você, você já fez a
cova¿
- Puta merda, vamos fazer isso logo antes do senhor Jacob ligar.
Um dos homens fecha as portas do carro e abre o porta malas, puxando
uma pá e uma enxada velha, ele entrega a pá para seu colega que anda
rapidamente até um local onde a terra estava mais fofa, ele começa a
cavar o solo levemente úmido, a garoa rapidamente se torna uma chuva
leve, seu colega seu une e ambos se apressam mais para abrir uma cova,
cerca de cinco minutos depois eles completam a cova.
- Vai lá pegar o garoto, cuidado pra não tocar nele com as mãos, se ficar
digital tamo fudido.
- Não fala comigo como se eu fosse novato, eu sou tão velho quanto você
aqui.
O homem negro vai até o carro e pega duas luvas cirúrgicas, enquanto seu
parceiro guarda os equipamentos no porta-malas, em seguida o homem
coloca suas luvas e anda rapidamente até o toco onde estava colocado o
corpo do garoto, mas se surpreende por não ter nada no local onde o
corpo antes estava colocado.
- Axel! A porra do moleque sumiu! Axel!
O homem abaixa o porta malas do carro e anda até a parte da frente,
porem tudo que vê é seu parceiro sendo arremessado sobre o carro,
batendo violentamente na carroceria.
- Puta merda! Caralho!
O homem corre até seu parceiro, ele o puxa de cima do carro e vê que sua
cabeça estava partida, assim que o enorme corpo do homem cai no chão
sua cabeça se divide em duas partes e uma grande quantidade de sangue
sai do corpo do homem, o homem rapidamente joga seu parceiro para o
lado e puxa uma pistola que estava em sua cintura.
- Ai seu merda! Onde você ta¿ vem cá seu lixo, eu vou arrebentar sua
cabeça
O homem olha em todas as direções, a chuva se torna ainda mais forte, já
parecendo mais uma tempestade, a escuridão era forte, a luz dos faróis do
carro não iluminava mais do que cerca de dois metros à frente, o homem
se posiciona em frente ao carro, enquanto aponta a arma para as árvores.
- Porra, porra, porra, ah! Eu não vou morrer aqui não.
O homem corre e abre a porta do carro, ele observa novamente o corpo
sem vida de seu colega.
- Porra...
Axel em seguida entra no carro e da ré de forma violenta, girando o carro
em direção a uma estreita estrada de terra, o vidro tinha se partido e era
difícil ver do lado de fora, Axel acelera e entra na estrada tentado ver o
que vinha a frente da melhor forma possível, ele sai da estrada de terra
em alguns minutos entrando em uma estrada asfaltada longe de uma
cidade, ele tenta acelerar rumo a cidade mas um de seus pneus explode e
o carro gira para a esquerda, batendo em uma arvore próxima, o homem
tenta sai do carro e começa a correr, mas congela no meio da estrada, ele
olha fixamente para as sombras onde dois pares de olhos vermelhos o
observam, Axel treme de pavor enquanto tenta achar uma forma de fugir
dali, ele começa a correr freneticamente mas algo o atinge antes que ele
pudesse dar dois passos rumo a curva que ligava a rodovia a uma das
entradas da cidade. A chuva cessa, a lua volta a iluminar o céu, na rodovia
um homem com o peito aberto, mostrando parte de seu pulmão e
diversas costelas quebradas enquanto um carro dispara na direção
contraria a cidade.
Capitulo 1 – Investigationem

Um homem negro, alto com dreads curtos e olhos castanhos se levanta de


no meio da noite, rapidamente ele se dirige para seu banheiro, liga a
torneira e lava seu rosto, olhando fixamente para a própria imagem em
um espelho pequeno.
Seu telefone vibra, despertando uma jovem mulher que dormia na cama,
ela pega o telefone e se levanta, enquanto atende a chamada, a jovem
começa a se levantar da cama, assim que a jovem se ergue o homem deixa
o banheiro com o telefone em seu ouvido.
- Terry, é a Denise, tem alguma coisa na saída da cidade rumo a Mayod, o
tenente pediu pra você passar no John e trazer ele.
Terry olha para a garota, ela era jovem, tinha logos cabelos pretos e seus
olhos castanhos claros que brilhavam no quarto escurecido pela noite, seu
rosto moreno tinha algumas marcas de sol e seu corpo era magro e alto,
Terry deixa o telefone em seu criado e vai até seu guarda roupa, se veste
com uma camisa social branca e uma calça jeans preta, coloca botas
pretas e pega seu distintivo enquanto olha para a garota que tinha voltado
para cama.
- Volta logo viu, não quero meu marido dando mais atenção para polícia
do que pra mim.
- Vou ver o que eu faço.
Terry vai até o lado direito da cama e beija a garota, que se esconde
novamente entre as cobertas, Terry cruza a pequena cozinha do
apartamento e chega até a porta de saída, ao lado estava uma mesa de
cabeceira havia um coldre com uma arma dentro, Terry o pega e o coloca,
logo após sai do apartamento e desce até o subsolo, onde ficava a
garagem, ele pega suas chaves e abre a porta de seu Ford Maverick, o
carro cinza escuro dispara para a saída da cidade.
Um som de campainha quebra o silencio do ambiente, um homem se
levanta lentamente de sua cama e vai até a porta, tropeçando entre latas
de cerveja e comida velha, o homem chega até a porta e a abre.
- O que foi dessa vez¿
- Alguém morreu eu acho, vai se arrumar logo.
John se vira e entra novamente na sala de estar, Terry acende a luz da sala
e se senta no sofá, enquanto observa o ambiente sujo, John vai até o
quarto e começa a se trocar, rapidamente ele coloca uma camisa branca e
uma calça camuflada preta, após isso pega seu sobretudo preto e seu
distintivo, vai até o banheiro e pega um frasco com remédios enquanto
olha de relance para seu reflexo, seus olhos negros e cansados se
destacam, enquanto sua pele pálida e mal cuidada se ressalta sobre sua
barba por fazer e seus cabelos despenteados, John passa pela porta do
quarto e vai até a cozinha.
- Quer café¿
- Claro.
- Como vão as coisas com a Elizabeth¿ ela já se adaptou a você voltar
depois do casamento¿
- Não muito, ela finge bem, mas eu sei que agora ela está morrendo de
preocupação, mas não tem o que fazer, uma hora ou outra a gente ia ter
um caso.
- Tinha que ser um às quatro da manhã¿ que hora de merda, seu carro
está aí fora¿
Terry acena com a cabeça positivamente enquanto dá um gole no copo de
café e o deixa sob a pia, enquanto se desloca para a saída.
- Vamos nessa então, a noite ainda vai ser longa.
John desliga a luz da sala e olha para a lua, seu brilho estava forte, as
nuvens de chuva já tinham se afastado o suficiente, ambos entram no
carro e ele ruma em direção a rodovia perto da saída norte da cidade. O
clima no carro era frio e entediante, John olhava pela janela, observando o
ambiente, Terry se focava na estrada, olhando fixamente para frente.
- Ei Terry, você ficou sabendo do que rolou com o Nathan¿
- Parece que ele estava no cruzamento no sul da cidade e foi emboscado
não é¿
- Mais ou menos, fiquei sabendo que ele já estava morto antes dos
disparos, parece que ele morreu depois do corpo dele ser queimado, mas
ele não tinha nenhuma marca, tudo foi muito mal explicado.
Terry olhou intrigado para John porem antes de poder perguntar algo o
carro chega em seu destino, Terry diminui a velocidade e encosta o carro
no acostamento a direita da pista, ambos saem do veículo e olham para a
cena, um homem com o peito rasgado e um buraco perto do estomago
estava estirado no chão, era possível ver uma marca de batida em uma
arvore próxima, John rapidamente dá a volta no carro e fica ao lado de
Terry.
- Parece que a noite realmente vai demorar pra acabar.
John acerta um leve tapa no ombro de Terry e vai em direção as faixas que
isolavam a cena, duas pessoas podiam ser vistas no local, uma mulher alta
e morena estava olhando para o corpo, enquanto um homem musculoso e
de cabelo curto olhava para a arvore e tirava fotos do local, a mulher olha
enquanto os dois se aproximam, John passa por baixo das faixas, seguido
de Terry que instintivamente observa uma pequena estrada de terra que
se destacava na rua asfaltada, John se aproxima rapidamente da mulher.
- Oi Denise, o que nós temos aqui¿
- Oi John, acho que o que temos aqui é uma coisa diferente de tudo o que
eu já vi nessa cidade nojenta, esse homem é Teddy Steve, um capanga do
grupo do C, até onde sabemos ele era um peixe pequeno, parecia que era
um ataque de outra gangue, mas o jeito que esse homem foi morto não
faz sentido nenhum.
- Como assim¿
- Ele teve um pedaço do pulmão arrancado e arranhões enormes na região
do peito, além disso ele quebrou pelo menos oito costelas em uma
provável queda contra o chão.
John olha fixamente para o buraco no peito do homem e nota que o
formato dele era familiar.
- Isso foi feito por uma pessoa... pelo menos o buraco, mas eu nunca vi um
cara fazer arranhões desse jeito, parece que alguém arrancou essa parte
com as mãos e um urso o atacou depois e eu também não entendo o
porquê ele quebrou tantas costelas, um humano normalmente não
poderia fazer isso, há não ser que tivesse uns 200 quilos, mas duvido que
animal também atacaria assim.
- A gente já descartou o animal John, a não ser que você saiba de algum
bicho que dirige.
Terry se vira notando o homem que se aproximava.
- O que tem ai Lucas¿
O homem se aproxima dos dois, com um vidro de tamanho médio em uma
das mãos e o mostra para John, enquanto isso Terry vai até a árvore que
estava marcada, Terry olha atentamente para a árvore e seus arredores,
notando uma marca de pneu que saia da terra e rumava para fora da
cidade, Lucas olha para a dupla e aponta para a estrada de terra.
- Ou esse ai estava de carro e bateu ou alguém bateu o carro aqui perto
tentando atingi-lo ou algo parecido, a marca na arvore é grande e com
certeza o carro estava vindo rápido e em linha reta, ele tentou fazer a
curva mas bateu, ele veio daquela estrada, esses cacos são do vidro da
frente, eu acredito que tenha sido um acerto de contas entre duas
gangues, possivelmente alguém emboscou ele aqui, acredito que ele
estava no carro e depois que o carro bateu ele tentou fugir mas foi
atacado, acho que eram três ou mais homens e depois de matarem ele
eles usaram o carro na fuga.
Terry se aproxima da arvore onde a marca estava e a observa com
atenção, após observa-la ele volta a onde o grupo estava.
- Isso não aconteceu Lucas, ele estava fugindo de algo com o carro, o pneu
estourou ali e o carro bateu, depois disso ele correu e depois foi morto,
você viu a marca ali não é¿
Terry falava enquanto apontava para a marca escura que estava na
estrada, Lucas olha em direção a marca e se assusta com o fato de não ter
notado a marca antes.
- John, pega duas lanternas no carro, estão no banco de trás, vocês dois
ficam aqui e esperam os peritos, eu e ele vamos ver até onde aquela
estrada dá, se isso começou lá deve ter mais merda para encontrarmos.
John rapidamente vai em direção ao carro e abre a porta do motorista,
pega duas lanternas pretas e grandes que estavam jogadas no banco de
trás, após isso ele abandona o carro e fecha a porta, ao se virar em direção
a cena John vê algo de relance entre as árvores, ele tenta observar
novamente o que achou que tinha visto, mas não nota nada.
- John! Vamos logo, eu não quero ter que verificar a estrada durante outra
tempestade.
John olha de novo para Terry, que já estava em frente a pequena faixa de
terra entre as árvores, John se apressa e vai em direção ao colega, ao se
aproximar entrega a lanterna para Terry e ambos começam a andar pela
escura estrada. As luzes dos faróis da polícia já estava longe, apenas as
duas lanternas iluminavam uma estreita estrada que estava com menos
lama do que durante a chuva, as lanternas se moviam no máximo de
direções possíveis, John e Terry tentavam encontrar algo que fosse
parecido com uma clareira.
- Terry, eu acho que eles já se desacostumaram com seu jeito.
John diz enquanto sorri com o canto de sua boca.
- Eu não gosto de trabalhar muito em equipe, deve ser disso que eles não
se lembravam, ficar seis meses fora faz as pessoas não se lembrarem de
todos os seus trejeitos, ah, como você está com a...
John faz um sinal de mão para Terry que para de falar e olha para onde
John apontava, ambos veem uma clareira pequena, notando isso eles se
aproximam rapidamente. Terry começa a observar lentamente o
ambiente, John também olha em volta e ambos tentam procurar
evidencias de algo que poderia ter ocorrido ali.
- John! Tem uma cova aqui!
John corre até Terry, mas tropeça em algo e cai no chão, antes de cair ele
apoia seus braços no chão para aliviar sua queda, a lanterna cai a uma
certa distância, iluminando John, John tenta se levantar, mas escorrega
em um liquido pegajoso, Terry corre até John e nota em que John havia
tropeçado.
- John, eu acho melhor você não se debater.
John olha para o que havia entrado em seu caminho, era o corpo de um
homem enorme, mas sua cabeça estava partida, com um rasgo na parte
de cima e estava praticamente impossível de se notar quem era o morto,
John se afasta com cuidado do corpo e se levanta.
- Merda! Agora temos dois corpos.
- Eu vou correr até o pessoal na estrada, vai ficar tudo bem com você
depois desse acontecimento aterrorizante¿
John sorri ironicamente para Terry, enquanto um deles vai até a equipe o
outro fica observando o corpo melhor, após observa-lo um pouco John vai
até a cova e a observa também, porem ao observar o caminho de volta
até o corpo John nota uma pequena linha de sangue que ia da cova até
um espaço antes do local onde o corpo estava. Terry volta até John e o
entrega um par de luvas.
- Você tem uma fita métrica aí¿
Terry procura em seus bolsos e entrega uma pequena e fina caixa
circunferente, John a pega e mede a distância do corpo até o fim da linha
de sangue.
- Esse cara foi jogado¿ não é possível.
Terry olha para John intrigado para entender o que ele queria dizer com
jogado.
- Eu sei que não vai fazer sentido nenhum, mas esse cara estava na cova e
foi arremessado de lá até esse local sem sangue, pelo tamanho e essas
marcas de pneu o carro estava aqui, eu acho que esse aqui e o outro
estavam juntos.
- Ele voou oito metros¿ eu acho que um cara não joga outra pessoa tão
longe, ainda mais um cara desse tamanho.
John se afasta de ambos, em direção a floresta, tentando ver a cena de
uma forma mais completa, se afastando um pouco mais ele vê algo que
ambos não haviam notado ainda, um taco de baseball que estava jogando
próximo a um toco, John vai até o local e nota que o toco estava com uma
quantidade maciça de sangue.
- Acho que sei o que rolou aqui.
Terry se aproxima e olha para o taco e o pedaço de madeira marcado de
vermelho.
- Um assassinato que deu errado então¿
- Mais ou menos, tem um pessoal do grupo do C que gosta de matar os
que não pagam direito ou que os roubam estourando a cabeça da pessoa
com um taco, mas dá pra ver claramente que algo saiu muito errado.
- O grupo do C cresceu muito nesses seis meses, eu odeio esses caras,
bom... tem algo muito errado nesse caso, o pessoal da perícia chegou
agora, vamos ver o que eles encontram, eu vou para a central de trânsito
ver as câmeras da região e tentar achar o carro que passou por aqui e
quem estava nele, você vem¿
John assente com a cabeça e ambos saem da estrada, no caminho cruzam
com Lucas que vinha apressado tentando encontra-los.
- A perícia está aqui, vamos até a clareira, querem alguma ajuda¿
Terry passa por Lucas o ignorando, John o segue e ambos saem da estrada
de terra, John se aproxima de Denise e ambos falam por alguns instantes
enquanto Terry liga o carro e sai do acostamento, John entra e ambos
voltam para a cidade.
Em uma mansão abandonada fora da cidade um garoto loiro esperava
impaciente sentado em um banco, ele escuta um carro parando
bruscamente, assim que o carro deixa de emitir sons outro garoto entra
rapidamente pela porta da frente, assim que reconhece seu rosto, o outro
fica surpreso.
- Mack¿ você... está vivo¿ o que rolou lá¿
Mack se senta em um banco velho, olhando para todos os lados e
extremamente assustado.
- Eu... eu não sei o que aconteceu, eu tava saindo do lugar onde eu larguei
a mala e eles tavam me esperando, me levaram pra fora da cidade e...
eu... eles me mataram caralho! Carl, eu to fodido!
Carl olha surpreso para Mack, notando o estresse do jovem Carl
lentamente ele põe uma de suas mãos no ombro do garoto.
- Como assim¿ você ta aqui mano, tu ta bem.
- Eu não sei cara! Eu juro por deus que um deles me arrebentou com um
taco, mas eu, eu acordei e um deles tava morto e... e eu só peguei o carro
e vim pra cá, você vai me ajudar né mano¿
Carl olha para Mack e se senta ao seu lado, ambos ficam em silêncio
olhando para frente, Carl se levanta e estende a mão para Mack
- Escuta, eu vou fazer o melhor pra ti mano, pode confiar, agora vai lá
pegar o carro e dá a volta para a parte de trás, eu vou pegar minha moto e
tu me segue até o canteiro dos Niggs, a gente tem que dar um sumiço
nesse carro.
Mack assente e corre para fora, Carl o observa e assim que nota uma
abertura suficiente de distância pega seu telefone, disca um número
rapidamente e espera alguém o atender.
- Senhor Jacob, ele ta aqui, eu to levando o cara pro ferro velho, você
pode pegar ele e eu fico de boa né.
- Eu estou indo pro ferro velho, leve ele até lá e o mantenha, nós vamos
pega-lo e depois a gente conversa sobre como proceder.
A ligação é interrompida bruscamente, Carl guarda o telefone alguns
segundos antes de Mack entrar pela porta, Carl faz um sinal para seu
colega e ambos vão para a saída dos fundos, Carl sobe em sua moto e
avisa para o jovem o seguir, ambos rumam ao antigo ferro velho do outro
lado da cidade.
John olha pela janela enquanto Terry se foca novamente na estrada.
- Me diz ai, como é estar casado¿
- Melhor do que solteiro, mas eu acho que você não ia gostar muito,
envolve ser adulto e não esquecer de tudo o tempo todo.
John sorri, ambos cruzam uma longa avenida e viram em uma esquina,
chegam em frente a um alto prédio, um letreiro preto dizendo ‘Central de
trânsito e comunicações’ John desce do carro e olha para a rua, no local
onde ambos viraram John nota uma moto passando em alta velocidade,
em seguida um carro amarelo passa, Terry entra rapidamente pelo prédio,
John o segue, Teddy entra pela grande porta de metal e logo após John
passa, Teddy chega até a recepção e mostra seu distintivo para o
atendente, rapidamente ambos entram na seção de câmeras, lá um
homem velho os aguardava, já com uma imagem congelada na tela.
- Oi rapazes, a Denise me ligou, ela me disse que queria uma imagem de
alguns carros que saíram da cidade naquela direção, a gente categorizou
uns quarenta e cinco carros próximos a aquele horário, vocês querem dar
uma olhada para ver se seus homens estão em um deles¿
- Claro, deixa isso com a gente.
Ambos se sentam e ficam por um longo tempo olhando as câmeras, até
que Teddy encontra algo.
- Olha John, deve ser esse.
- Qual¿
- Esse amarelo, o cara que morreu na rodovia era cheio de tatuagens, olha
esse carro aqui, ele para e um cara tatuado entra, e ele vai para lá, a
última câmera bate com o local.
John olha para a imagem com atenção.
- Esse tipo de carro é descartável, bem do jeito que o grupo do C trabalha,
vai ser difícil achar esse carro, mas deve valer a pena mandar um chamado
para a placa, é possível pra vê-la¿
- Tem sim, RFJ2039AMS, eu vou passar um chamado geral pra ela, se
dermos sorte a gente acha o carro, eu vou pra delegacia fazer o boletim e
abrir uma pasta, vem comigo¿
- Não, você pode passar na minha casa¿ eu vou dar umas voltas por aí e
vou ver se escuto algo da gangue do C.
- Tudo bem, vamos lá.
Ambos deixam o prédio, Teddy abre a porta de seu carro e John entra logo
em seguida, ambos deixam o prédio para trás e vão em rumo a delegacia.
Mack dirige por cerca de dez minutos, seguindo a moto de Carl, ela vira
em uma entrada pequena, sobre a passagem havia uma grande placa
escrita “Ferro Velho” Mack vira o carro e passa, assim que vira nota que a
moto havia se afastado e Carl já tinha descido, Mack vira o carro e para
próximo a um grande e enferrujado imã, ele para e desliga o carro, mas
antes de descer ele fica sentado com uma das mãos no volante.
-Merda, merda, merda, merda, eu só faço merda, que porra ta
acontecendo aqui¿
Carl vai até a uma porta de madeira e a abre, lá dentro dois homens o
aguardavam, um homem de porte médio com um olhar assustador estava
encostado em uma parede velha, e sentado na única cadeira do cômodo
outro homem estava, ele era forte e de altura regular, com olhos azuis e
um cabelo loiro raspado, ele olhava diretamente para os olhos de Carl.
- Caralho...eu...eu estou com o cara aqui, ele está no carro lá fora, a gente
pode resolver isso agora não é senhor.
- Que bom senhor Carl Douglas, fico feliz que seguiu as instruções do meu
colega, meu nome é Jacob, esse rapaz mal encarado na parede se chama
Daniel, mas é melhor não fazer muito contato visual com ele, ele não
gosta, bom, vamos lá para fora, quanto antes isso estiver resolvido, mais
rápido nos iremos ir para casa certo¿
Carl sorri e se vira voltando apressadamente em direção ao carro de Mack
tropeçando nas próprias pernas, Carl se aproxima rapidamente, Mack sai
do carro e olha para Carl, mas um som repetido três vezes corta o
apressado ruído de passos criado pela velocidade da corrida de Carl, Mack
olha aterrorizado enquanto seu colega cai no chão, atrás dele um homem
com um olhar frio segurando um revólver olha para ele, Mack
instintivamente se esconde atrás de um pequeno monte de lixo e sucata.
- Daniel... Você é muito apressado meu amigo... vai lá atrás do outro antes
que ele fuja, se lembre que não podemos deixar nenhum tipo de aresta,
dessa vez o senhor Clarence não suportara uma nova decepção.
Daniel olha para Jacob assustado, como se lembrasse de algo, em seguida,
Daniel vai em direção ao carro, lentamente ele se aproxima, Mack congela
com a imagem da morte de Carl em sua cabeça, Daniel olha ao redor do
carro e não encontra ninguém, mas ao passar o olho pelos arredores
rapidamente ele encontra Mack em um canto, ele estende a arma
enquanto o jovem tenta não olhar para o seu algoz, Daniel dispara três
vezes e logo após volta a focar no carro, ele entra e dirige até onde o
corpo de Carl estava e deixa o carro lá, abrindo a porta malas antes de
descer.
- Lá vamos nós de novo, parece até que a gente é novato... Por que
estamos fazendo isso Jacob¿
Jacob sorri enquanto pega o corpo de Carl pelas pernas, Daniel o ajuda e
levanta seu corpo, ambos jogam o corpo para dentro do porta malas e o
fecha.
- Certo, ponha fogo nisso e vamos embora.
Daniel entra no carro e dirige até onde estava o corpo de Mack, ambos
repetem o processo feito com Carl, em seguida Daniel corre até a velha
casa e volta segurando um galão grande de combustível, ele joga por todo
o carro enquanto Jacob segurava um isqueiro
- Eu diria que o chefe está punido a gente, a ideia de distribuir essa
quantidade de cocaína era ruim desde o princípio, mas o C nunca me ouve
também, você devia ter pedido desculpas para ele e também, mas eu não
entendi, ele já tinha sido roubado antes, não sei porque toda essa
mobilização por causa de uma mala de cocaína...
Jacob joga o isqueiro dentro do carro que imediatamente começa a arder
em chamas, ambos andam até um carro preto que estava próximo e
entram, lentamente o carro cruza o veículo em chamas, Jacob estava
fechando o vidro quando um estrondo quase o estourou, algo tinha
arrebentado a o porta malas, Jacob salta do veículo e nota algo correndo
ainda em chamas e saltando por cima da cerca do ferro velho, ele sorri
enquanto põe uma de suas mãos em seu rosto
- Alguém tem dificuldade para morrer.
- El... ele ele estava dif... diferente, acho q... que ele deve ter usa... usado
aquilo.
- Se acalme, não precisamos de um surto seu agora... pelo menos
descobrimos por que o C nos chamou, vamos pegar um grupo, temos uma
guerra pela frente.
Jacob fica com a expressão séria, ele entra no carro rapidamente e ambos
saem em disparada para dentro da cidade.
Um despertador toca algumas vezes, uma garota se levanta lentamente,
raios de sol iluminavam levemente o quarto pequeno, a garota se senta na
cama e desliga seu despertador colocado sob uma pequena mesa de
cabeceira, ela se levanta e sai do quarto, ela entra em seu banheiro e
arruma seus cabelos loiros, escova os dentes e lava seu rosto pálido,
lentamente ela vai até a cozinha e liga a cafeteira, ela se senta em sua sala
aguardando o preparo automático do café, ela liga a tv e começa a assisti-
la, “Dois corpos foram encontrados na região de Bucks Hell, do lado da
floresta negra. Dois traficantes chamados Teddy Steve Jr e Axel Hart foram
encontrados mortos próximos a floresta, não há suspeitos, mas a oficial de
polícia declarou que as investigações já tiveram seu ini...” uma campainha
toca, a garota rapidamente desliga a televisão e vai até a porta, um garoto
assustado estava do lado de fora, ela abre a porta rapidamente quando
nota quem era o garoto.
- Maxsuel seu merda! Eu tava preocupada com esse seu rabo moleque!
- M... me deixa entrar pelo amor de deus.
A garota abre a porta e Mack cai para o lado de dentro, indo diretamente
para o quarto e fecha as cortinas, a garota fecha a porta e rapidamente vai
até o garoto.
- Meu deus, que merda ta rolando hein¿
- Eles me mataram Anna, duas vezes caralho, eu não sei que porra ta
rolando comigo, mas eu tomei uns tiros de um cara maluco e acordei no
meio de uma floresta, eu corri pra cá assim que acordei, eu só quero
descansar um pouco.
Anna olha para Mack com um olhar desconfiado, em seguida a mulher vai
até a cozinha e pega uma xicara de café que acabara de ficar pronto, ela
volta até o jovem e entrega um copo.
- Toma isso aqui, pode ficar aqui então, você me conta melhor quando
estiver afim, eu to na sala, se quiser conversar é só vir, e ninguém,
ninguém mesmo vai te pegar aqui.
Mack se senta na cama e Anna fecha a porta, em seguida ele bebe um
pouco do café e se deita tentando descansar depois de tudo que tinha
acontecido naquela madrugada. O carro de Terry para em frente à casa de
John, ele salta do veículo e vai até a janela de Terry.
- Eu vou rodar um pouco pela cidade, vou ver se teve algum movimento
no pessoal do C, parece que a imprensa já sabe.
- Devem ter vazado, eu vou para a delegacia e depois vou ver o que a
perícia achou nos corpos e objetos, depois a gente se encontra.
John assente com a cabeça e Terry dispara com o carro, John vai até sua
garagem e liga seu carro, um Mustang vermelho sai da garagem e ruma
para a zona mais pobre da cidade.
Um carro preto entra em um velho complexo de fabricas, dois homens
descem, um deles salta e olha para o local, em seguida ele observa
enquanto o outro homem segue em frente até um prédio com uma placa
escrita “sede”, ele abre a porta e entra, lá dentro um homem com um
terno preto estava sentado na cadeira, olhando diretamente para o que
entrava.
- Jacob, eu odeio me decepcionar sabia, primeiro eu mando dois bons
homens apararem duas arestas, aí eles morrem, obviamente eles
morreram por causa de alguém, aí eu mando você que é o culpado e meu
melhor homem, e você também fracassa, isso me deixa histérico.
- Me perdoe senhor Clarence, o garoto mais jovem deve ter usado alguma
das injeções que você deu para o fornecedor, eu avisei que ia vazar, bom,
pelo menos nos pegamos uma das arestas, o Daniel está resolvendo o
problema primário, nós iremos atrás do outro garoto assim que nos
livrarmos do carro e do corpo.
Jacob olha para Clarence, ele era alto e forte, com olhos verdes e um
cabelo grisalho além disso o homem tinha uma barba de porte médio
também grisalha, Clarence se levanta e põe uma de suas mãos no ombro
de Jacob.
- Resolva o problema, eu te dou vinte e quatro horas para aparar a última
aresta, se isso não for resolvido se acostume com voltar a desovar corpos
em vez de ficar sentado nessa sala.
Clarence sai pela sala, Jacob olha para o homem que entra em uma BMW
e se dirige rapidamente para a saída do complexo, Jacob olha para o carro
se afastando enquanto aguarda o retorno de Daniel, quando ele volta
ambos entram na sala.
- Daniel, rastreie ele, eu quero todos os contatos e todo mundo que falou
com esse merda nos últimos dias, a gente precisa dele morto ainda hoje.
Daniel sai da sala rapidamente e vai até outro prédio do complexo, Jacob
se senta e tenta se acalmar depois da ameaça de seu chefe, seu corpo
suava inteiramente, o homem se encosta em sua mesa tentando não
tremer enquanto olha raivosamente para frete.
Terry entra pela porta da frente da delegacia, lá dentro dois homens o
aguardavam, um deles eram um velho esguio e de estatura média, careca
e com uma barba rala, o outro era um senhor alto e negro, com cabelos e
barbas brancas, ambos vestiam uma roupa de polícia.
- Senhores, aconteceu algo para terem que me aguardar aqui¿
- Nada demais filho, só queríamos ver se nosso número um finalmente
voltou à ativa mesmo.
O senhor mais baixo da uma sonora gargalhada com a fala de seu colega
- Totalmente de volta senhores, mas eu gostaria de perguntar uma coisa,
já peço perdão por cortar esse clima amistoso, mas podem me contar o
que aconteceu com o detetive Nathan Keynt.
Os homens perdem seus sorrisos imediatamente, se tornando sérios e
sisudos, o mais alto olha para Terry, respira lentamente antes de começar
a falar.
- Ele entrou pra lista de casos que não fazem sentido da delegacia Terry,
ele foi encontrado morto após um tiroteio na região norte, mas o que
surpreendeu a todos foi o laudo da legista, ao que parece ele já tinha tido
o seu corpo havia sido fervido internamente de alguma forma antes de ser
alvejado, o caso ainda está aberto, mas isso já era esperado, não sabemos
muito mais do que isso, tem algumas testemunhas mas suas declarações
são totalmente sem sentido, uma disse que ele estava possuído e quebrou
o próprio pescoço, outra disse que ele injetou algo no próprio corpo e foi
isso que o matou, nada conclusivo infelizmente, mas quem sabe com sua
mente brilhante você pode nos jogar uma luz sob esse caso não é mesmo¿
- Talvez depois senhores, eu tenho que ir ver a legista agora, meus
próprios casos já estão me perseguindo, até logo senhores.
- Até logo meu rapaz.
Terry vai em direção as escadas e sobe rapidamente, ele chega no
segundo andar onde haviam seis salas, ele entra em uma sala de tamanho
médio escrita, escritório de análise inicial de casos, Terry passa pela porta
de vidro fosco e entra na sala, lá haviam duas camas de ferro, sob elas
estavam os dois corpos, em cada cama um especialista trabalhava, assim
que Terry entra os dois param e o olham.
- Oi James, achei que você ia ser o primeiro a me cumprimentar pelo
retorno.
Um homem jovem e moreno o olha, seus olhos azuis se destacam e ele
estende uma de suas mãos em direção a Terry, uma garota mais velha
observa os dois, ela rapidamente desvia o olhar que estava lançado para
Terry e se foca no corpo em que trabalhava.
- O que nós temos então¿
- Diga olá para Teddy Steve, quase seu xará.
James sorri enquanto olha para Terry, que se mantem frio e inerte no que
havia ouvido.
- Você não mudou nada, bom, ele foi morto por que seu cérebro foi
cortado em duas partes, e também ele quebrou duas colunas e seu braço
esquerdo o que nos leva a crer que ele foi arremessado em algo mais duro
do que aquele solo fofo.
- Foi em um carro, bom, não tem muita coisa então.
Terry olha para o corpo, mas logo deixa de se focar nisso, ele vai até o
segundo corpo e olha para ele.
- E então, eu acho que não precisa de muito para saber como ele morreu¿
A garota volta a olhar para Terry, James se aproxima e encosta na fria
parte de metal próxima do corpo.
- Susan, Susan, ele fez uma pergunta.
Susan se assusta com a frase de James, ela levanta o olhar novamente e
tenta se esforçar para ver Terry nos olhos.
-Bom...é... esse cara morreu graças a um infarto, o choque foi tão forte
quando o agressor arrancou o pedaço da barriga, mas ele morreria de
qualquer forma, as colunas perfuram os dois pulmões, mas ele morreu
antes de sentir a asfixia vindo, falando dos arranhões eles são meramente
superficiais, mas mesmo assim seria necessária uma garra de urso ou de
um puma para rasgar assim.
James deixa de se apoiar no metal e vai até o computador que ficava
colocado no canto superior direito da sala.
- Bem, além disso tem algo aqui, achamos três locais diferentes com
sangue, o sangue no meio da estrada era do Axel, o sangue na linha de
sangue era do Teddy, nosso outro colega morto, mas o toco tinha um
sangue diferente, o resultado sai em trinta minutos, se quiser ir tomar um
café comigo a gente pode conversar um pouco e quando tudo estiver
pronto a Susan me avisa.
Teddy acena e ambos deixam a sala, rumando para a sala de descanso que
ficava do lado oposto ao da sala de perícia, a porta se fecha e ambos se
sentam na sala enquanto conversam um pouco.
Um carro vermelho para próximo a uma viela, John desce e anda até a
estreita e escura viela, lá um homem baixo e velho estava encostado na
parede, ele tenta correr ao ver John, mas é agarrado fortemente pelo
braço e encostado contra uma parede.
- Vermelho, vermelho, você vai começar a correr de mim¿ nossa relação
era melhor que isso.
O velho olha com raiva para John e tenta correr, mas John o segura
novamente com força.
- Vamos lá vermelho, eu tenho só uma perguntinha pra você, alguma coisa
está rolando com o grupo do C não é¿
O homem olha para baixo e em seguida olha para o rosto de John.
- Essa é a última vez John, vê se me esquece depois disso, olha, tem uma
movimentação grande por lá, tão falando que eles deixaram um cara
escapar e ele tem umas informações pesadas deles, me disseram que
eram dois, mas o outro ou fugiu, ou já ta em uma cova. Mas eu soube
também que teve uma treta no ferro velho, tipo uma explosão ou sei lá.
John sorri de forma malandra para o homem e o solta, o homem corre
para a rua e some de vista, John pega seu telefone e liga para Terry.
- Tenho novidades, tem alguém que devia ter sido morto pelo grupo do C,
mas ainda está vivo, deve ser alguém que sabe demais e também teve
algo no ferro velho, acho que está ligado com nossos mortos.
- Acho que nós dois temos então, tenho um bom palpite para quem é esse
alvo, Maxsuel Garcia, um moleque das ruas, umas três passagens por
perturbação e uma por tráfico de drogas, eu passei um chamado geral,
esse garoto precisa ser encontrado, se a gente não o encontrar, o grupo
do C encontra.
- Certo então, eu vou voltar na central de trânsito, deve ter uma câmera
que fica perto de onde aconteceu a confusão, nos vemos depois, até logo.
- Tudo bem, boa sorte.
John guarda o telefone e anda até seu carro, entra e o liga, ele nota uma
silhueta em sua visão panorâmica, mas ao se virar ele não consegue mais
ver o que achou que tinha visto, ele se vira novamente para o volante e sai
em direção a central de trânsito.
Mack acorda assustado, olha para os lados freneticamente e vai até a
porta do quarto, ele olha novamente para seus arredores, ele nota que o
quarto não era grande, havia apenas uma porta que levava a sala, no
centro do quarto havia uma cama bagunçada e ao seu lado estava uma
pequena mesa de cabeceira, na parede da direita havia um armário
mediano e no lado oposto uma janela que iluminava o quarto. uma
pequena chuva caia do lado de fora, o clima estava nebuloso, Mack sai
lentamente pelo quarto, ao olhar para a sala e cozinha ele não nota a
presença de Anna, ele se senta e liga a televisão. “Houveram relatos de
uma explosão no ferro velho ao que parece a gangue C estava envolvida,
imagens de dois homens vestindo roupas escuras enviadas de forma
exclusivas para o nosso programa”, Mack olha fixamente para a televisão,
não notando a porta abrindo lentamente, alguém entra rapidamente pela
porta e olha para Mack, ele se vira e cai para trás.
- O... o... o que você quer!
Um homem muito alto olha para ele, sua pele era levemente escura e seus
longos cabelos pretos estavam amarrados para trás, seus olhos eram
castanhos e seu olhar era calmo.
- Melhor não gritar, o Daniel está te procurando, ele mandou todo mundo
atrás de você, você estaria na merda se alguém além de mim te
encontrasse.
Mack se levanta do chão e olha assustado para o homem, sua cabeça
quase batia no teto, ele com certeza tinha mais de dois metros de altura,
assim que termina de falar o homem se senta em uma poltrona e faz um
sinal para Mack se sentar no velho sofá, o jovem obedece e se senta
rapidamente.
- Quem é você¿
- Meu nome é Kyle, eu quero o Clarence morto, e preciso de sua ajuda,
você pegou um pacote dele e escondeu certo¿
- Sim, mas eu... eu não sei mais onde está, eu entreguei para o Carl que...
que... caralho ele ta morto!
- Me escute, onde ele poderia ter colocado¿
- Não sei, na casa dele ou no carro, mas ele pode ter colocado em
qualquer local, eu não sei onde ele está.
Kyle se levanta e vai até a porta, a abre e faz um sinal para Mack,
relutante, o garoto vai até a porta e observa um carro preto parado do
lado de fora, Kyle o agarra pelo braço e o leva até o lado de fora, após isso
ele fecha a porta e vai até o outro lado do carro.
- Vamos procurar pelo pacote, quando acharmos eu limpo a sua barra e
você some da cidade... temos um acordo¿
Receoso, mas com um certo brilho no olhar Mack acena positivamente
com a cabeça, Kyle entra no carro a abre a porta, Mack entra e
rapidamente ambos saem, logo em seguida Anna vira a rua e chega até a
porta de sua casa.
- Mack! Eu trouxe comida, você quer um pouco¿
A garota vai rapidamente até a porta do quarto e a abre, se surpreende
pelo quarto vazio, ela volta para a cozinha e pega seu celular que estava
sob a mesa da cozinha, faz uma ligação para um contato escrito MC, mas
não obtém resposta.
John entra novamente na sala de câmeras, ele se senta na sala escura e
repleta de telas e pesquisa imagens das câmeras 140 e 141, ele procura
por cerca de duas horas e encontra na distância um foco de fogo, ele nota
uma pequena explosão e algo saltando pela cerca ainda em chamas, ele
nota um carro preto deixando o local logo depois, John tenta focar no
carro para reconhecer algum rosto, mas não consegue.
- Que merda!
John bate na mesa e se levanta, mas quando o faz ele nota uma que outra
câmera também tinha imagens do fato, ele coloca a câmera 374 como a
principal e nota uma moto indo na direção do ferro velho com um carro
amarelo logo atras, ele tenta focar novamente, mas não consegue
reconhecer o rosto do motorista da moto.
- Deve ser um dos cães do C, merda não dá pra reconhecer esse rosto nem
a pau.
John se levanta novamente e sai rapidamente do prédio, ele se aproxima
de seu carro, antes de entrar seu telefone vibra, ele o pega e nota uma
mensagem no celular dizendo “ Tem pessoas te segundo, eu tomaria
cuidado se fosse você senhor John” Ele olha em volta rapidamente e mais
uma vez nota algo, ele vê um carro preto que estava próximo, John entra
em seu carro e sai lentamente enquanto se focava em não perder o carro
preto de vista, ele dirige até uma rua estreita, ele desce rapidamente e
corre para um beco com diversas entradas e curvas, um homem desce
correndo do carro e vai até o beco, ele entra e procura por John enquanto
segurava um revolver, ele olha freneticamente para os lados, tentando
observar o ambiente e encontrar onde John tinha se escondido, mas não
nota quando John o acerta com a coronha de sua arma por trás, o homem
cai bruscamente e bate a cabeça no chão, o barulho faz o outro homem
sair do carro e ir até o beco, ele rapidamente se aproxima do corpo de seu
colega, mas sem prestar atenção nos arredores ele não nota quando John
grita em suas costas.
- Se vira seu merda! Mãos em cima da cabeça ou eu vou deixar um buraco
nela!
O homem se assusta e se levanta, mantendo-se de costas para John, ele se
vira lentamente, John nota uma tatuagem grande em seu pescoço, John
olha para o homem que estava assustado.
- Quem te mandou me seguir¿
O homem sorri mesmo estando claramente assustado e olha para os olhos
de John.
- Seguir¿ meu chefe te queria morto mesmo, mas eu acho que seus
informantes são bons.
John abaixa sua arma, antes que o homem pudesse levantar John acerta
violentamente um soco em seu olho direito, o homem cai no chão se
debatendo e tenta não olhar para seu agressor.
- Escuta aqui seu saco de lixo eu posso atirar nos dois vermes e ninguém
vai sentir falta então eu quero que você me diga exatamente quem foi o
outro verme que mandou você fazer isso!
O homem fica ainda mais assustado e tenta se levantar, mas John o
acerta, o homem cai de joelhos em seguida ele ergue seu rosto olhando
para John, seu suor escorria e molhava seu rosto, ele põe suas mãos no
chão e tenta falar algo.
- M... meu chefe disse que a gente tinha que te seguir e quando desse te
apagar... m... mas eu... eu... que porra, por que eu tenho que apagar um
policial¿
O outro homem se levanta bruscamente e tenta correr até John, mas cai
no chão com uma de suas mãos na cabeça, John pega novamente a arma
e a aponta para ambos.
- Um nome! Se me disser um nome eu não dou um jeito em vocês, mas se
não quiser eu tenho umas pás no carro.
O homem começa a chorar e olha novamente para John, ele se senta no
chão e tenta se acalmar, ele reúne suas forças e aponta suas duas mãos
para John, como se quisesse ser preso.
- Jacob! Ele que me mandou aqui, agora só me prende por favor.
- Como esse Jacob é¿
- Eu não o vi muito, ele é alto e forte, fala bem e vive de terno.
- Sei... O que está acontecendo¿ quem é que o seu pessoal está
procurando¿
- Eu não sei quem, mas sei que foi um cara que roubou um pacote do C, e
também ele matou o Axel e o Teddy, é tudo o que eu sei, eu juro.
O homem se ajoelha na frente de John, John pega seu telefone e liga para
um colega da polícia, algema os dois homens e os coloca sentados nos
bancos de trás do carro preto, em seguida ele se senta em seu carro,
deixando a porta do motorista aberta, ele faz mais uma ligação enquanto
estava sentado, depois de pouco depois Terry atende.
- Eu não descobri o nome do cara que matou os dois, mas eu tenho umas
novidades boas, parece que o grupo do C ia apagar o tal Mack e um outro
Carl, mas um deles matou os dois capangas, em seguida eles mandaram
alguém claramente mais experiente e um homem com certeza foi morto,
mas eu não sei quem, e também eu tenho mais um nome, Jacob, parece
que ele é da alta casta do grupo do C.
Cerca de dez segundos depois Terry responde.
- Eu acho que sei quem é esse Jacob, ele está na lista de procurados do
estado, mas ninguém nunca acha ele, a coisa está ficando mais funda do
que eu achava, bom, a gente se encontra na delegacia, vamos reunir o que
temos e ver se dá pra chegar em algum tipo de conclusão, estou indo pra
lá, ah, como você conseguiu essa informação¿
- Uns imbecis acharam que eu era alvo fácil, eu vou esperar o pessoal vir
aqui e logo em seguida vou até a delegacia, até mais.
John desliga e ouve ao fundo sons de sirenes se aproximando, ele sai do
carro e observa uma viatura indo em sua direção. Terry põe o celular em
seu bolso e se levanta da cama onde estava deitado durante um curto
período, Elizabeth vai até Terry com uma grande xicara de café e entrega
ela para o homem que já estava de pé, ela abraça a cintura de Terry e
encosta suavemente sua cabeça em suas costas.
- Eu tenho que ir meu amor.
- Você vai estar em casa pro jantar¿
- Não sei, isso vai depender mais de como as coisas se desenrolam, mas
assim que esse primeiro caso acabar eu vou ter mais tempo pra nós.
Elizabeth beija Terry e se afasta, caminhando até pequena sala de estar e
se senta em uma poltrona grande, Terry termina o café rapidamente e vai
até a porta, ele pega a chave de seu carro antes de abrir as portas da casa,
assim que a abre ele ouve algo vindo da sala.
- Toma cuidado, eu quero você em casa ainda.
Um sorriso leve cresce em seu rosto, ele desce as escadas e vai até seu
carro, o liga e dispara rumo a delegacia.
Uma moto preta estaciona próxima a velha sede industrial que estava
desativada, Daniel desce e abre a porta lentamente, do lado de dentro
Jacob estava sentado na cadeira com uma de suas mãos na cabeça,
tentando pensar em algo, mas logo ele se vira para o lado de Daniel.
- Achou algo¿
- S... sim eu a... achei uma pista do alv... alvo, ouvi que ele estava na casa
de A... Anna O’Brien, ela mora nos subúrbios, ele saiu com um homem de
lá há cerca de Quatro h... horas.
- Ele deve ter ido atrás do pacote, vamos, temos um homem para matar.
Jacob sai da sala com um sorriso malicioso em seu rosto e Daniel o segue
ambos entram em um carro preto idêntico ao que perseguia John e saem
do complexo fabril. Uma porta desaba com um forte golpe, Kyle entra no
que seria a casa de Carl, atrás dele Mack entra olhando freneticamente
para os lados, Kyle aponta para a sala de estar enquanto se dirige para o
único quarto, Mack entra na sala, ela era velha e tinha poucos moveis,
apenas dois sofás e uma estante com uma Tv, o jovem vasculha tudo o
que pode mas não encontra nada além de restos de comida e teias de
aranha, ele sai da sala e vai até a cozinha, ela era suja e tinha uma pia
cheia de pratos e copos, o fogão estava sujo e a geladeira desligada, Mack
abre a porta da geladeira e acha um pacote do lado de dentro, ele o pega
e fecha a geladeira, ele vai até Kyle que estava no quarto, ele se aproxima
da porta, já falando.
- Eu acho que encontrei, é isso que você queria certo¿
Kyle estava sentado na cama, com dois pacotes idênticos ao que Mack
segurava.
- Seu amigo roubou mais de um.
- É bom não é¿ tem mais pra você, agora a gente pode cumprir o acordo
não é¿
- Eu não ligo pra essas merdas, eu quero uma coisa que ele colocou em
algum desse pacotes.
Mack olha para Kyle intrigado, antes de poder dizer algo ele nota alguém
se aproximando em sua visão panorâmica, ele se vira e vê Anna entrando
pela porta da frente, ele corre até ela e segura em seus ombros.
- O que você ta fazendo aqui caralho, você ta ficando maluca.
- Eu fiquei preocupada, achei que você ia vir nesse lugar de merda e eu
estava certa.
Kyle sai do quarto com as mãos brancas, ele vai até Mack e pega o pacote
que estava em sua mão, ele o parte ao meio, mas apenas um pó branco
cai no chão, Kyle joga o pacote com força no chão e olha para Mack.
- Onde mais ele esconderia isso¿
- Eu já disse, no carro ou na casa, eu nunca o vi em outro lugar.
Kyle agarra Mack pelo pescoço e o coloca contra uma parede, seu olhar
furioso faz o garoto tremer, ele solta o garoto e se senta em um velho
sofá, com as mãos sob a cabeça, Anna olha para Mack assustada e se
aproxima.
- Em que merda você se meteu¿
- Eu to com um alvo na cabeça, e esse cara é a última coisa que me resta
pra sair dessa porra.
- Por que você não procura a polícia¿ você nem vai ser preso se der
informações.
Mack ri ironicamente e vai até a cozinha rapidamente, Anna o segue e o
vê se sentando em uma cadeira de madeira antiga.
- Eu matei dois caras, acha mesmo que a polícia vai deixar isso quieto¿ eu
tenho que sumir, mas eu não tenho como fazer isso sem ajuda.
Kyle se aproxima da cozinha e se encosta na porta, olhando para Mack,
Anna vai até a pia e pega um copo que estava limpo, o enche com um
pouco de água e bebe rapidamente.
- Me diz tudo o que vocês fizeram com os pacotes que roubaram, vamos
ver se você lembra de algo útil.
- Bom, eu... eu me encontrei com um fornecedor que me disse pra ir até o
ferro velho com o carro que ele tinha levado até lá, eu entrei e dirigi um
pouco, depois eu fui até o Carl e nós vasculhamos o carro, achamos uns
seis pacotes, ele pegou três e colocou na mochila, ai eu peguei dois e levei
até o prédio antigo onde a gente se escondia da polícia, ai eu fui até lá,
eles nem contaram nada, só pegaram os pacotes e guardaram, e também
eles... espera, tem algo que eu lembrei.
Kyle olha mais fixamente para Mack e se aproxima um pouco.
- Tinham uns dois ou três pacotes com um tipo de marca vermelha, eu
tenho certeza que os que eu guardei não tinham nenhuma marca, mas eu
não sei os do Carl, mas ele se ele não escondeu nem aqui e nem naquele
carro velho ele não tem lugar pra...
Mack se levanta bruscamente, derrubando a cadeira no chão, passa por
Kyle e vai até a porta, olhando para o lado de fora, a chuva tinha ficado
um pouco mais forte, não fazia frio, mas o clima era nebuloso e sem sol.
- Ele escondia umas coisas erradas no sótão da casa dos pais dele, só pode
ter colocado os pacotes lá!
Kyle sorri e vai até o lado de Mack, o garoto se vira e olha para o alto
homem, porém sua vista escurece e ele cai de joelhos no chão, ele olha
para baixo e vê apenas seu sangue escorrendo até o chão, ele se deita de
lado e apaga, Anna corre até Mack e o puxa para dentro da casa, Kyle a
afasta rapidamente e puxa o garoto, sem nenhuma dificuldade ele ergue o
jovem e o leva até a cama, assim que o solta Kyle nota que sangue saia de
seus ouvidos e de ambas as narinas, rapidamente ele nota o motivo do
sangramento, Anna se aproxima e olha assustada para Kyle.
- Pega panos limpos e água quente, ele teve um sangramento interno.
A garota corre até a cozinha, Kyle observa atentamente o jovem, pouco
tempo depois a garota volta com cerca de cinco de panos aparentemente
limpos de chão, e uma panela com água morna. Ela coloca a panela em
uma mesinha no canto da sala, pega os panos e tenta limpar os locais que
sangravam do garoto, ela olha para Kyle, que tinha um olhar calmo.
- Você vai deixá-lo morrer seu idiota¿
- Não precisa se preocupar, nesse ponto ele só irá morrer se desejar isso,
então ele usou uma das doses... deve ser por isso que ele matou dois
homens sozinho.
Anna olha intrigada para Kyle, mas logo volta a se focar no garoto, o
sangramento para instantes depois, ela molha o ultimo pano limpo na
água e o coloca na cabeça de Mack, o garoto volta a respirar mais
lentamente e deixa de tremer, Anna limpa as mãos na água e volta a olhar
para Kyle.
- O que aconteceu com ele¿ por que ele está assim¿
- O C é um mafioso bom, mas é um químico melhor ainda, eu fiquei
sabendo que ele desenvolveu uma droga que aumenta as capacidades
mentais das pessoas, aparentemente ela tem potencial para fazer as
pessoas fazerem tudo o que desejam, acho que ainda é um protótipo, o
corpo dele está muito ferido, acho que ele usou as capacidades pra se
manter vivo, porém isso deve ter um limite, creio que ele morrerá se
sofrer outro grande dano.
Anna se senta na cama, completamente confusa, Kyle volta para a sala e
se senta, enquanto aguarda o despertar do garoto, Anna fica junto de
Mack e segura sua mão direita, olhando atentamente para o jovem, que
estava em um sono profundo.
John entra pela porta da frente da delegacia, lentamente ele vai até sua
mesa, Terry estava na mesa ao lado, escrevendo o relatório do caso, Terry
para e se vira para John.
- Oi, alguma coisa¿
- Você tem mais coisa do que eu, o chamado pro Maxsuel não deu em
nada, traficantes sabem se esconder, pro Jacob nem adianta, ele é alvo
desde sempre, mas o grupo do C sempre se esconde com perfeição.
John se senta e olha para Terry, ambos estavam cansados, mas sabiam
que estavam com algo grande nas mãos e não parariam até resolver o
caso.
- Tudo bem, vamos repassar o que temos, me diz tudo o que ouviu dos
legistas.
- Bom, a causa das mortes é o de menos, isso não vai fazer sentido
mesmo, nós sabemos que o garoto que ia ser morto era o Maxsuel,
sabemos também que o envolvimento do grupo do C é claríssimo, e
você...
- Eu descobri que dois homens mataram alguém e provavelmente não é o
tal do Mack, um deles era o Jacob, o outro deve ser algum cão do C, o
garoto roubou dele e o C mandou dois homens o matarem e um outro
possivelmente, não deu certo e esses homens morreram, em seguida o C
mandou dois talvez melhores e eles mataram um homem, mas não era o
tal do Mack até por que eles ainda estão procurando-o, é tudo o que
temos.
- Eu só não entendo por que o Jacob estava fazendo isso, ele tem um
cargo alto no grupo, isso aí é mais para soldados descartáveis.
John se espreguiça profundamente e olha para sua mesa, seu celular
estava lá com uma notificação de mensagem, ele pega o telefone e tinha
uma mensagem anônima igual à que havia recebido antes “ Carl Douglas,
pesquise este nome e vai achar inevitavelmente o senhor Mack, mas tome
cuidado, vocês estavam em últimos na corrida, mas agora estão no meio
do pelotão, tentem não sofrer um acidente” John recoloca o telefone sob
a mesa e olha novamente para Terry, que estava focado em escrever a
pasta do caso. John liga seu computador, cerca de um minuto depois ele
se liga completamente, John entra na lista de nomes com passagem pela
polícia e pesquisa Carl Douglas, apenas uma foto aparece, um jovem ruivo
que tinha passagens por furto e tráfico de drogas, relacionado ao nome
John vê outro nome escrito, Maxsuel Garcia, ambos tinham sido presos
juntos por tráfico, ficando dois meses presos juntos, John volta para o
nome de Carl e procura um endereço, rapidamente ele encontra um e se
levanta, Terry olha para John surpreso.
- O que foi¿
- Eu tenho algo, Maxsuel foi preso com um outro cara por tráfico há um
tempo, eu peguei o endereço dele, você vem.
- Com certeza, se esse cara não for o outro homem que está sendo
procurado ele deve ter alguma informação, vale a pena tentar.
Terry desliga seu computador e segue John até seu carro, entra no banco
do passageiro e o carro sai pela rua, a chuva tinha ficado forte, o clima
estava ficando cada vez mais frio.
Terry se vira para John e o observa enquanto dirige.
- John, como você teve essa informação, o nome do Maxsuel não estava
com ninguém em referência então você fez pesquisa iniciando pelo nome
desse tal de Carl, como você soube desse nome¿
John entrega seu celular para Terry, que o liga e vê a mensagem que John
havia visto, enquanto tenta ler a mensagem o telefone toca, um número
desconhecido estava ligando, Terry atende e ouve uma voz de um homem
mais velho falando,
- Sir Terry Noland, fico feliz que tenha se interessado em nossa causa, o
senhor John não tem tanta fé então gostaria de tentar convencê-lo de
crer.
- Quem é você¿ e como sabe quem eu sou¿
- O senhor é famoso, bom, isso não é relevante nesse momento, eu sei
que tanto os senhores quanto o grupo do C estão atrás de Maxsuel Garcia,
neste exato momento ele se encontra escondido na casa onde vivia Carl
Douglas, que faleceu nesta madrugada, morto por integrantes do grupo
do C, gostaria que capturassem o senhor Maxsuel, ele é um indivíduo
perigoso neste momento.
- Como você sabe o que aconteceu com Carl¿ como sabe tanta coisa¿
- Não posso lhe repassar esta informação, apenas capturem o homem por
favor, se o fizerem eu irei vê-los pessoalmente e explicarei todos os
detalhes.
O telefone desliga, Terry olha para o telefone, o devolve para John e olha
pensativamente para o lado de fora do carro, John tenta observar o rosto
de Terry enquanto dirige.
- Então, disseram algo¿
- Dirige John, vamos logo até essa casa.
John se vira novamente para a estrada e o carro volta a disparar rumo a
casa de Carl, o silêncio reina no carro, John pensa em porque o Terry tinha
ficado estressado, já Terry fica pensativo, tentando entender quem era
aquele homem e como ele sabia de tanto sobre o caso e sobre eles.
Capitulo 2 – homine aput fenestram

Mack acorda lentamente, seus olhos tentam se acostumar com a luz


vermelha fraca do quarto, a janela estava fechada e não tinha iluminação
do lado de fora, ele tenta se levantar mas uma dor imensamente forte em
sua cabeça o faz desistir, ele olha em volta, porém não vê Anna ou Kyle, o
jovem permanece deitado por cerca de dez minutos antes de ter forças
para se levantar, ele vai lentamente até a porta e a abre aos poucos, o
som de chuva estava pesado, ele podia ouvir uma voz que vinha da
cozinha, ele anda se escorando na parede até chegar na porta, assim que
chega próximo a passagem pode ouvir Anna falando com Kyle sobre ele,
ele se esconde um pouco para ouvir o que eles diziam.
- Se ele não acordar logo teremos um problema, logo os homens do C vão
vir até aqui atrás de nós.
- Eles não têm como saber isso, como eles iam saber.
- A cidade toda tem ouvidos, estaria surpreso se eles não estivessem
pensando nisso, você conhece sobre o C¿
- N... não muito, sei que são perigosos.
- Sim, e seu líder e especialista em composição humana, acredito que o
Mack se envolveu com algo bem maior que ele.
Mack anda até a passagem e olha para ambos Anna rapidamente vai até o
garoto e o abraça, ele solta a parede e se segura nela, Kyle se levanta da
cadeira que estava sentado rapidamente.
- Finalmente! Vamos logo.
Kyle segura Mack pelo braço e começa a se dirigir para a porta da frente,
ao tentar abri-la ele ouve um som de passos na porta, ao sentir o risco
Kyle joga Mack para o lado da sala e corre até o quarto, Daniel chuta a
porta com violência, com uma doze milímetros em suas mãos, Anna corre
para o fundo da cozinha e entra na pequena dispensa, ele olha para os
lados e vê Mack tentando se esconder atrás de um sofá, ele mira a arma
para o garoto, mas é surpreendido por disparos de pistola vindos do fundo
da casa, dois disparos vem em sua direção, um atinge a parede perto da
cabeça do homem, porém o outro atinge sua perna esquerda, ele se joga
para a cozinha, disparando uma vez na direção dos disparos anteriores,
Kyle evita os disparos se escondendo no pequeno corredor que rumava a
um banheiro, Daniel tenta se levantar mas não consegue, ele se apoia no
batente da porta e fica olhando atentamente para o quarto, Kyle fica
olhando para a entrada da cozinha, e em sua visão panorâmica ele nota a
aproximação de mais um homem com algo em suas mãos, Jacob entra
lentamente pela porta da frente, e solta uma rajada de tiros para o lado
de dentro, ele vai até a cozinha logo depois de atirar.
- Engraçado você ficar na defensiva dessa vez Daniel, fique na retaguarda,
eu vou dar um jeito no nosso penetra.
Jacob se vira e vai até o corredor lentamente, ele segue em frente e entra
na sala de estar, em um canto estava Mack, completamente aterrorizado
sussurrando enquanto coloca a cabeça entre as pernas.
- Não, por favor, eu só quero, só quero, sair daqui!
No momento em que Mack grita estridentemente, uma enorme coluna de
ar arremessa Jacob na parede, o som estridente faz todos os vidros da
cozinha, sala de estar e corredor estouram, a explosão dos vidros faz
Daniel cair novamente no chão, o homem ainda zonzo com o barulho e os
estilhaços de vidro vai mais para dentro da cozinha e se esconde atrás da
mesa, Kyle se aproveita e corre para a sala de estar, rapidamente ele vê
Jacob caído no chão, mas o ignora e vai em direção a Mack, que estava em
um canto assustado, ele o agarra pelo braço e o arrasta até o lado de fora,
assim que ambos saem Daniel vai até a porta de saída e dispara no vidro
do carro, a explosão do vidro faz Mack cair, Kyle saca a arma novamente e
dispara duas vezes na passagem, Daniel se joga para dentro novamente e
ambos os disparos atingem a porta de madeira, rapidamente ele leva
Mack para o outro lado do carro, destranca a porta da frente e a de trás,
ele joga Mack para dentro do carro pela porta de trás e a fecha, em
seguida ele se levanta, se apoiando no carro e aponta a arma para dentro,
Daniel ignora os dois e se arrasta até Jacob, que estava acordando
naquele momento, assim que ele desperta do golpe ele se levanta com a
arma e corre para o lado de fora, Kyle dispara mais três vezes, afastando
Jacob e entrando no carro, ligando-o e disparando em linha reta, Jacob
corre até o meio da rua e dispara duas vezes porém se sucesso, um carro
preto da polícia para de lado na rua da frente e dois homens saem com
armas em mãos, John dispara na direção de Jacob, seu tiro atinge o
homem no ombro, Jacob larga a arma e corre até um carro vermelho que
estava estacionado atrás do carro preto que tinha saído, tanto John
quanto Terry disparam contra o carro, mas ele tinha um revestimento
poderoso contra balas, Jacob entra pela porta da frente e acelera até a
porta, Daniel se joga para dentro e o carro sai na mesma direção que Kyle
tinha ido.
- Pega eles John! eu vou ver o que tem do lado de dentro.
John assente e entra no carro, indo atrás do carro vermelho, Terry corre
para o lado de dentro da casa, com a arma mirada no nível de seus olhos,
ele entra primeiramente na cozinha, ela estava destruída, todos os vidros
estavam quebrados, rapidamente ele se vira para olhar o restante da casa,
mas nota um som vindo da dispensa, ele se aproxima lentamente
tentando não fazer barulho, ele ouve um choro baixinho do lado de
dentro.
- Quem quer que esteja aí saia, é a polícia.
Uma garota abre a porta lentamente, ela estava aterrorizada, com
lagrimas que borravam sua maquiagem, ela vai até Terry, ele segura em
seu braço sem fazer força e a leva lentamente para o lado de fora, o
policial senta a garota no meio fio e se ajoelha próximo a ela.
- Acho que você é amiga do Mack certo¿
- S... sim, ele vai ficar bem¿
- Me diga tudo o que ocorreu aqui e eu posso tentar.
Ela olha para o rosto de Terry, o rosto calmo do homem acalma a garota,
ela reúne forças e começa a falar lentamente.
- Ele... ele veio até a minha casa, disse que tava com problemas e depois
um cara chamado Kyle apareceu, eu não tinha visto ele até ele levar o
Mack por ai com um carro preto, eu sabia que era problema então vim até
a casa do Carl, daí eles estavam procurando um pacote de alguma coisa, e
depois o Mack desmaiou e... e o Kyle disse que ele tinha tomado uma
coisa que expande a mente e eu não entendi merda nenhuma, ai assim
que ele acordou dois caras vieram e entraram atirando, eu me escondi na
dispensa e é tudo o que eu sei, eu juro por deus!
Terry olha para a garota, assim que ela termina de falar ele se levanta,
pensa por alguns segundos antes de falar algo.
- Sobre esse pacote, era um pacote de cocaína¿
- Acho que sim, mas o Kyle queria alguma coisa que estava dentro, o Mack
disse algo sobre uma marca vermelha, que tinham uns cinco pacotes
marcados, mas eu não sei o que ele quer.
Terry pega seu telefone e tenta ligar para John, porém a ligação não é
atendida.
- Tem mais alguma coisa de especial que você saiba¿
A garota pensa e em instantes ela olha novamente para Terry.
- Tem uma coisa, o Kyle disse que um tal de C era um bom mafioso, mas
era um homem que sabia ainda mais sobre química e composição humana
e que ele tinha feito algo para expandir o corpo e a mente, mas é tudo o
que eu sei.
Antes de poder perguntar algo mais uma viatura se aproxima
rapidamente, surpreso, Terry olha em direção a viatura, seu celular toca
durante sua observação, acreditando que era John ele atende
instintivamente, mas a mesma voz que tinha falado com ele antes começa
a falar.
- Sir Terry, você o achou¿
- Não, eles fugiram, o John está perseguindo-os, eu quero que você me
diga algo, o que você sabe sobre pacotes de cocaína marcados e algo que
expande o corpo e a mente¿
- Meu deus, cremos que o senhor Clarence está desenvolvendo um tipo de
droga que pode aumentar a taxa de funcionamento do cérebro em
dezenas de milhares de vezes, isso pode fazer com que um alguém fique
forte, rápido e também...
- E se regenere, eu tenho que ir até o John, ele corre mais riscos do que
parece, tenho que ir.
Antes de Terry poder se mover para desligar o telefone a voz fala
rapidamente.
- Eu irei encontra-los assim que pegarem o garoto, nós podemos salva-lo,
tome cuidado Sir, o caminho que o grupo do C está trilhando é tão
perigoso quanto excepcional.
Terry desliga o telefone, a viatura para ao seu lado, Denise e Lucas descem
do carro, Terry corre até eles e pega as chaves do carro das mãos de
Lucas, ele entra e aponta para Anna que ainda estava sentada no meio fio,
Terry liga a viatura e dirige rapidamente no mesmo rumo que antes, todos
haviam rumado.
Kyle dirige o mais rápido possível entre as ruas, ao sentir que ele não
estava sendo seguido ele estaciona o carro em uma rua escondida, assim
que o carro para ele se vira para Mack, o garoto estava escondido em um
canto do banco.
- Onde os pais do Carl moram¿ fala logo moleque!
O garoto chuta a porta de trás, que abre bruscamente, ele se joga do lado
de fora e se move um pouco, vomitando no chão momentos depois, Kyle
desce do carro e olha para o garoto.
- Eu sei que você não está acostumado com esse tipo de coisa, mas você
sabe que roubar ele era burrice, assim que eu pegar meu pacote eu te dou
o carro e o dinheiro, tenho um passaporte falso e um cara que pode te
fazer sumir nesse país se você quiser, preciso que confie em mim.
Mack respira um pouco, se acalmando um pouco, ele se levanta, mas
perde parte da força de suas pernas e cai, se apoiando no carro, ele se
segura e olha para Kyle.
- Eu... vou acreditar em você, vamos até lá, eu te mostro onde é
Kyle sorri, ajuda Mack a ir para o outro lado e abre a porta, colocando o
garoto no banco da frente do passageiro, ele dá outra volta, fecha a porta
de trás e se senta no banco do motorista, Mack começa a apontar as
direções e Kyle sai da rua, dirigindo até a casa dos pais de Carl.
John dirige em alta velocidade enquanto persegue o carro vermelho onde
Jacob e Daniel estavam, o carro a frente virava pelas ruas fechadas em alta
velocidade, ignorando pedestres e objetos em seu caminho, John o segue
de perto, seu carro era maior e um pouco mais lento, porém Jacob não
conseguia dirigir com perfeição, John fica mais próximo do veículo, o
policial tenta atingi-lo por trás mas falha, passando e ficando ao lado do
carro, ele olha para o lado e tudo o que vê é a arma de Daniel apontada
para ele, John freia bruscamente antes do tiro, a parte da frente do carro
é atingida pelo disparo, o motor é avariado e o carro começa a falhar com
fumaça se soltando da parte do capô, perdendo velocidade e parando aos
poucos, John sai do carro e tenta puxar a arma, mas logo em seguida ele
perde o carro de vista, ao notar que não pode mais seguir o carro John
acerta um soco no capo do carro, que solta uma quantidade grande de
fumaça, John se afasta, entra no carro e pega seu telefone já com uma
ligação de Terry ocorrendo, John atende.
- Eles fugiram, o cara estava com uma doze na mão e arrebentou meu
carro, eu estou entre a avenida na Mcbridge.
- Estou a caminho.
John desliga e se senta em uma parede pequena que dividia as faixas da
direita e esquerda, Terry se aproxima cerca de dez minutos depois,
parando na frente de John.
- Eu liguei pra um guincho, estão vindo pra cá, vamos, temos que ir até a
delegacia agora, tem uma testemunha indo pra lá e precisamos correr e
interroga-la.
John acena com a cabeça e entra na viatura, Terry acelera rapidamente e
ruma para a delegacia. Jacob dirige rapidamente até encontrar um local
deserto para parar o carro, assim que ele para Daniel desce do carro e vai
se arrastando até o banco de trás, ele pega uma gaze e enrola a perna que
estava perfurada, em seguida ele se senta no banco, olhando para Jacob
que tinha dado a volta no carro, em seguida ele pega o restante das gazes
e enrola elas em seu ombro direito, ele olha para Daniel com raiva.
- Que merda! Temos que achar ele logo, aliás quem era o cara que estava
lá dentro atirando¿ esse moleque tem protetores agora¿
- D... dever ser alguém q... que... quer o soro.
- Você tem alguma maldita ideia de onde eles estavam indo¿
Daniel acena um não com a cabeça, Jacob anda em círculos de forma
raivosa, quando repentinamente ele para.
- Eu acho que sei quem pode nos ajudar, fique com o telefone em alerta,
uma pessoa vai nos dizer para onde nossos amigos estão indo.
Daniel instantaneamente pega seu telefone e aguarda a ligação, Jacob
volta até o volante do carro e se senta, pega seu celular e nota uma
mensagem de um contato escrito C “Sua última chance rapaz, não me
decepcione” ele rapidamente guarda o celular, assustado, levanta seus
olhos e fecha a porta, Daniel estava do lado de fora com o telefone,
rapidamente Jacob pega seu telefone e manda uma mensagem anônima,
larga o telefone e aguarda juntamente com seu colega por um
telefonema.
John e Terry entram rapidamente pela porta da frente da delegacia,
sentada na mesa de John, Anna estava quieta e olhando para baixo,
Denise estava ao seu lado, com uma mão no ombro da garota, John se
aproxima rapidamente de Denise enquanto Terry vai até a garota, se
abaixando para ficar no nível de seu rosto.
- Você está bem¿ preciso que se concentre e fale o que puder comigo.
John se afasta um pouco dos dois, e Denise o segue apressadamente.
- Ela disse algo¿
- Não muito, ela estava muito assustada, acho que estar no meio de uma
troca de tiros como aquela não é algo com que ela está acostumada.
John volta seus olhos para Terry e Anna, ela olhava para o rosto do
homem, que tinha um olhar calmo e pacifico, ela levanta mais seu rosto,
parando de chorar e tomando mais um pouco de coragem.
- Perdemos eles, você sabe pra onde eles iriam¿
- Eu n... não sei onde fica, mas sei que o Mack disse que o Carl guardava
uns pacotes na casa dos pais dele, me desculpe, eu não posso mais ajudar.
- Tudo bem, a Denise vai registrar o caso e logo em seguida ela te levará
para casa.
Terry se vira e olha para John, a garota segura seu braço e ele se vira para
ela novamente.
- Ele vai ficar bem¿
Terry volta a olhar nos olhos da garota, que estava muito abalada, ela
sente um ar pacifico vindo dele, ela se foca nas palavras que ele estava
prestes a dizer.
- Eu vou dar o meu melhor para garantir que ele fique bem.
Terry se levanta novamente e vai até John, Denise volta a se aproximar da
garota e fica próxima a ela, John e Terry chegam perto.
- Então, me diz que temos algo.
- Temos um possível local, a casa dos pais do Carl, temos que descobrir
onde fica.
John vai até a mesa de Terry e pesquisa nos antecedentes de Carl se havia
algum outro endereço além do dele, mas não encontra nenhum, antes de
desistir John entra em uma rede de pesquisa e busca o nome de Carl
Douglas, ele encontra cerca de trinta resultados, depois de dez minutos
ele encontra uma conta no Twitter de Carl, e, vinculada a conta havia uma
outra com o nome de Rose Douglas e mais uma com o nome Duff Douglas,
imediatamente John nota que eram os pais do garoto, ele entra na rede
de ambos buscando um endereço, mas apenas encontra uma foto do casal
com uma criança no meio e uma casa de tamanho médio atrás, Terry se
aproxima da tela e rapidamente reconhece o local.
- Eu sei que bairro é esse, é uma zona velha da cidade, a casa fica nos
entornos de uma velha fábrica de aço que fechou tem uns vinte anos.
- Como você sabe que fica perto¿
- Precisa de óculos amigo, olha essa chaminé no fundo da imagem.
John reconhece depois no fundo esquerdo da imagem, emergindo de uma
moita, uma chaminé que estava se destacando na distância, John se
levanta e ruma para fora, Terry vai junto, John olha para seu amigo.
- Espero que eles não tenham se mudado.
- Tomara.
Ambos saem da delegacia e entram no carro de Terry que estava
estacionado próximo a delegacia, o carro acelera e vira a esquerda, cerca
de cinco minutos depois, um carro preto faz o mesmo trajeto, Jacob
estava sentado no banco do motorista com Daniel ao seu lado, ambos
tinham sido devidamente recuperados e Daniel dirigia rapidamente, Jacob
quase não nota a vibração de seu celular, assim que sente ele pega o
telefone e atende.
- Senhor¿ precisa de algo¿
- Preciso sim, quero um certo alguém morto, em que pé estão¿
- Estamos seguindo os policiais, vão nos levar onde queremos senhor.
- Seu cargo depende disso, não me decepcione de novo, eu estou te
dando uma última oportunidade de obter sucesso.
- S... sim senhor.
O telefone desliga na cara de Jacob, ele guarda rapidamente o celular em
seu bolso, assim que o guarda ele tenta se acalmar, suas mãos tremiam e
seu suor frio caia no banco, Jacob abre a janela e volta a se focar na
perseguição.
Um carro preto para em frente a uma casa familiar próxima a uma
construção antiga, Kyle e Mack descem do carro, Kyle vai até a frente da
casa e anda lentamente até a porta, Mack entra em sua frente e o para.
- Espera! Eles não sabem quem você é, olha, tem um jeito de subir no
sótão pelos fundos, eu vou distrair eles e você os procura, tudo bem¿
Kyle assente e rapidamente se esconde, dando a volta pelo lado esquerdo
da casa, ele entra em um local com diversas árvores e moitas, a chuva
tinha ficado mais fraca, porém o dia ainda estava muito escuro, nuvens
fortes de chuva não cessavam, Mack vai até a porta e toca a companhia,
uma senhora com cabelos grisalhos e um agasalho de tricô nas mãos abre
a porta, imediatamente ela reconhece Mack.
- Maxsuel meu filho! Como você está¿ faz tanto tempo que você não vem
aqui, como o Carl está¿ ele disse que ia vir para casa hoje, mas ainda não
apareceu.
- Ele... é... ele saiu da cidade por uns dias, ele disse que tinha uns negócios
em Hardwood, mas então, eu posso entrar um pouco¿ queria conversar
com vocês sobre o Carl, ele me pediu pra falar algo.
- Claro meu amor, o Duff não está em casa no momento, ele voltou a
trabalhar hoje, então eu estou sozinha.
- Ah, tudo bem então, então podemos conversar só nós.
Kyle vai até a porta dos fundos e vê uma senhora na porta da frente, ele
se aproveita da distração para entrar na casa e subir as escadas que
levavam ao segundo andar e ficavam longe da porta da frente, assim que
chega ao segundo andar Kyle nota a porta do sótão, sem dificuldades ele
puxa e um pequeno rolo de escadas de ferro desce, ele sobe sem
dificuldades, assim que chega no escuro sótão ele começa a procurar por
algo entre as caixas e objetos velhos. Rose entra lentamente pela porta e
se senta em uma poltrona nova que ficava em uma sala típica de idosos,
sem televisões e com diversas plantas e quadros, Mack se senta olhando
para Rose, ele estava claramente nervoso e rapidamente Rose nota a
inquietação do jovem.
- Você está bem meu amor¿ você parece tão nervoso
- Ah! Eu só tive um dia cheio.
- Fale comigo meu bem, eu sempre fui boa em ouvir os meninos.
A senhora tinha um olhar pacifico, Mack olha para ela e começa a contar
uma mentira sobre seu dia, tentando demorar o máximo para dar tempo a
Kyle, assim que termina de falar, Mack ouve um barulho de algo
arrebentando, pra sua sorte, a audição de Rose era ruim e ela não nota,
ambos continuam conversando por cerca de vinte minutos, assim que
Mack ouve o som de algo fechando-o se levanta rapidamente.
- Eu... preciso ir, nos vemos depois senhora Rose.
- Ah, tudo bem, antes de ir eu gostaria que dissesse uma coisa para o Carl,
diga para ele que a mamãe está com saudade dele.
Mack perde parte das forças, ele treme enquanto olha para a senhora,
rapidamente ele assente com a cabeça e sai pela porta da frente, se afasta
rapidamente da casa e entra no carro, ao entrar Mack desaba em
lagrimas, não conseguindo se conter, ele mal nota quando Kyle entrar pela
porta do motorista, com as mãos brancas novamente e com um rosto
furioso, ele olha para Mack com uma raiva imensa.
- Tinham mais dois pacotes lá, ambos marcados, mas não tinha nada
dentro deles, parece que seu amigo pegou as doses e escondeu.
Mack para de chorar, limpa suas lagrimas e olha para o rosto furioso de
Kyle.
- Eu não sei mais onde caralho ele escondeu as merdas das doses! Que
merda! Por que isso tudo ta acontecendo comigo porra! Eu sou só uma
cara normal!!!
Todos os vidros do carro se estilhaçam com o grito de Mack, o som ecoa
por toda a rua, Kyle se protege dos vidros, mas o som era inevitável, seus
ouvidos ficam zumbindo forte, ele abre a porta mas ao tentar sair do carro
ele cai no chão, sua cabeça dói e ele não consegue levantar, Mack
também sai do carro e vai até o homem, Kyle estava claramente com dor,
Mack o olha por alguns segundos, rapidamente ele entra no banco do
motorista e liga o carro, imediatamente ele o liga e acelera, Kyle tenta
pará-lo mas estava zonzo demais para segurar o jovem, tudo o que ele vê
é o carro se distanciando antes de desmaiar.
John e Terry rodam por cerca de meia hora pelo bairro, procurando a casa
dos pais de Carl, eles rodam um pouco pelas ruas até acharem uma casa
com uma longa chaminé crescendo do lado de trás, John estaciona
próximo e Terry salta do carro, lentamente ele se aproxima da casa e toca
a campainha, um homem velho atende a porta.
- Sim¿
- Meu nome é Terry Noland, sou da polícia, você é o senhor Duff Douglas¿
- Sim.
- Queria saber se o senhor recebeu a visita de um garoto chamada
Maxsuel Garcia¿
Uma senhora que estava próxima da porta escuta o nome e se aproxima,
passa ao lado do homem e olha para o rosto de Terry.
- O Mack¿ sim, ele esteve aqui faz uma hora.
- Ele disse onde ia¿
- Não senhor, eu não tenho nenhuma ideia de onde ele iria.
Terry agradece e volta para o carro rapidamente, ambos entram dentro do
carro.
- Ele esteve aqui, mas foi embora a uma hora, agora sim estamos ferrados.
John olha para baixo, com um claro sinal de cansaço físico e mental, antes
de poder responder algo para Terry, John escuta o som de seu telefone
tocando, assim que ele atende o homem começa a falar.
- Presumo que não tenham encontrado eles não é¿
- como você sabe de tanto¿ me dê uma resposta clara!
- Tudo bem, eu realmente preciso ser mais claro sobre quem eu sou e
como sei tanto, podem me chamar de Windowman, eu sou alguém que
quer evitar o crescimento do sobre-humano, eu e meu grupo trabalhamos
para evitar que alguém crie uma sociedade que não respeita as leis físicas
e extrafísicas, da mesma forma que Clarence está tentando fazer,
precisamos encontrar e conter o senhor Maxsuel, ele está a ponto de
sofrer um colapso devido a imensa carga sob seu cérebro.
John não entende totalmente o que o homem queria dizer, mas continua
ouvindo o que ele estava dizendo.
- Eu não posso ajudar vocês dizendo onde ele está, mas posso dizer como
encontra-lo, vocês só precisam me prometer que faram de tudo para
conter o avanço das capacidades dele, mesmo que seja necessário mata-
lo.
- Tudo bem, como achamos ele¿
- Nós não sabemos onde o garoto está indo, mas sabemos onde ele
poderia ter se escondido, Carl Douglas antes de desaparecer estava em
fora da cidade, rastreamos o local e a única construção visível é uma
mansão abandonada fora da cidade, gostaríamos que fossem até lá, o
garoto não tem outras opções de esconderijo de acordo com nossa
opinião, porém eu gostaria de pedir aos senhores que tomasse cuidado
extremo com o garoto, não sabemos quantas doses ele tomou nem todo o
dano que pode ter sofrido, mas caso tenham sido muitas doses ou muito
dano ele pode se tornar insano e perigoso, ele deixara de reconhecer
pessoas e apenas atacará sem nenhum critério, caso vocês chegarem e
reconhecerem que ele está assim pedimos que eliminem-no, tomem
cuidado senhores, são ativos importantes para a nossa causa.
John não tem tempo de responder o homem, a ligação é interrompida
bruscamente, John larga o telefone enquanto Terry o olha.
- Você sabe de uma mansão fora da cidade que está abandonada a muito
tempo¿
- Sei sim, tem uma que era a casa do prefeito a mais de duzentos anos,
hoje em dia ninguém vai mais lá.
- Então é o lugar perfeito para se esconder.
Assim que John termina de falar um homem bate na porta do carro, John
se assusta e olha para o homem, o reconhece facilmente e destranca a
porta de trás, o homem entra com dificuldade, ele estava com um corte
na cabeça e claramente estava com dor, John se vira para ele.
- Me deixa adivinhar, você que estava com o garoto não é Kyle¿
- É... eu estava com ele sim, se eu não estivesse vocês não teriam ninguém
vivo para seguir.
- Você só quer a dose que ele tomou, todo mundo sabe que você quer
matar o C desde que tudo aquilo aconteceu.
- Eu posso ajudar vocês com ele, o garoto está ficando muito perigoso, vão
precisar de mais ajuda.
Terry interrompe o homem e olha para John.
- Que é esse seu amigo¿
- Kyle, ele era da polícia, trabalhava em outra estação até o C matar a
família dele depois de ele descobrir demais, ele saiu e depois começou a
viver caçando o C.
Terry se vira para Kyle, olhando nos olhos do homem, com um rosto calmo
ele observa o olhar de raiva do homem, que se transforma em um olhar
de cansaço.
- Tudo bem, vamos sair logo daqui, não temos tempo pra perder com seus
amigos John, o Kyle pode vir com a gente, só aviso que meu parceiro é ele,
então se eu tiver que escolher, você pode estar preparado para morrer.
Kyle assente com a cabeça e logo em seguida Terry rapidamente liga o
carro e sai da frente da casa dos pais de Carl, Jacob e Daniel os seguem a
distância, Daniel pega seu telefone e faz uma ligação.
- Estamos seguindo e... eles, venham a... até nós, tragam armamento p...
pesado.
Um carro preto com os vidros quebrados para em frente a uma mansão, a
chuva caia forte, Mack se joga para fora do carro e corre para dentro,
assim que passa pela porta ele cai no chão, sua cabeça ardia em dor, seu
coração estava disparado e seus ouvidos zuniam muito, Mack tenta se
levantar, mas cai novamente no chão, ao tentar novamente tudo que ele
consegue é ouvir uma voz baixa ecoando “Use-nos Maxsuel... use-nos”.
Mack acorda assustado, já estava escuro, o garoto se levanta e tenta
observar o lado de fora, mas era impossível ver algo, a casa não tinha
nenhuma iluminação funcionando, Mack pega seu celular e liga a lanterna,
a voz que ele havia ouvido ainda ecoava em sua mente, ele lentamente
anda até o fundo do corredor e nota uma escada que levava ao segundo
andar, ao se virar para a escada ele ouve algo, porém era baixo demais
para entender, ele sobe lentamente as escadas e chega ao segundo andar,
andando um pouco pelos cômodos ele nota que a casa estava intacta
apesar de ser antiga, como se os andares de cima não tivessem sido
abandonados durante tantos anos, nas suas andanças ele observa ao
fundo de um quarto uma porta pequena, rapidamente ele se desloca até
lá e abre a porta, ao abri-la ele nota um pequeno rolo de escadas, que
provavelmente levava até o sótão, ele observa o ambiente, tentando
iluminar melhor para notar o que havia dentro, ele ouve algo outra vez,
“Venha, se usa-las será um de nós”, seu coração gela, mas instintivamente
o garoto começa a subir as escadas, assim que chega no fim delas ele nota
que o quarto escuro estava completamente limpo, com duas velas acesas
sob uma mesa, no meio da mesa uma mochila estava colocada, Mack vai
até ela e nota que estava aparentemente vazia, ele a abre e nota o que
havia do lado de dentro, duas injeções com um liquido vermelho dentro,
assim que ele as observa o garoto se lembra de algo.
Ele estava em seu carro com um pacote aberto, ele observava uma seringa
vermelha, por mais que seu corpo não quisesse usa-la, o garoto
rapidamente aplica a injeção em seu braço, assim que termina de usar a
dose ele joga tanto a dose quanto o pacote do lado do carro em uma lata
de lixo.
Pouco depois de se lembrar ele pega as duas dozes, observando ambas
atentamente, instintivamente ele solta uma e aplica a outra de forma
insana em seu braço direito, uma sensação de paz atinge o garoto, seus
olhos se reviravam e ele cai no chão babando, cerca de dez segundos
depois o garoto se levanta insanamente rápido, e fica estático, olhando
fixamente para frente, seu olhar parecia vazio, ele começa a chorar, no
meio dos engasgos de choro ele formula uma última frase.
- Me desculpa por fazer isso Anna...
O garoto para de chorar, e seus olhos voltam a olhar para o vazio, sua
expressão estava estática, nenhum sinal de humanidade vinha de seu
corpo, pouco tempo depois ele cai no chão, aparentemente desmaiado.
John e Terry dirigiam rapidamente, a mansão era distante, ambos já
estavam na estrada a cerca de uma hora, o céu não era visível, a lua
estava escondida e diversas nuvens carregadas tornavam o breu intenso,
Terry quase não vê a pequena estrada de terra que brotava no meio da
rodovia, Kyle estava quieto no banco de trás, John olhava atentamente
para a estrada, com certa dificuldade ele nota uma casa enorme que
brotava na distância, não era possível ver detalhes na casa, apenas seu
modelo claramente antigo, Terry vira o carro novamente em uma entrada,
e o para em frente à casa, John desce do carro, com uma lanterna na mão
esquerda e sua arma na mão direita, Terry também sai, vai até o porta
malas e pega uma submetralhadora, ele pega sua lanterna e a pluga na
arma, Kyle pega sua arma e rapidamente vai até a parte da frente da casa,
sem muito esforço ele nota uma fonte de luz no último andar, sem pensar
duas vezes Kyle corre para dentro, John tenta pará-lo mas o homem
rapidamente empurra John e entra, Terry vai até John lentamente.
- Esse idiota! Vamos Terry!
- Não, vamos pelos fundos, deve ter uma entrada, eu não quero correr
riscos.
John assente e ambos correm dando a volta pela esquerda da casa, havia
uma porta de madeira fechada, John a chuta, sem muita resistência a
porta abre, fazendo um barulho alto, John e Terry ouvem alguém andando
nos andares de cima, John faz sinal para seu colega e ambos começam a
subir as escadas, no meio do caminho John ouve algo, “assassino,
escolhido, assassino” John olha para Terry intrigado.
- Ouviu isso¿
- Não dá uma de maluco, vamos logo.
Terry passa por John e sobe até o fim, John o segue e ambos observam o
andar lentamente, nenhum som mais podia ser ouvido, o silencio é
cortado por um tiro no andar de cima, os homens se assustam, John e
Terry tentam encontrar uma entrada, mas não notam nenhuma por perto.
- Vamos nos separar, eu vou pela esquerda e a gente se encontra no meio,
tem uma entrada para o sótão em algum lugar.
John aceita a ideia do amigo e vai até o lado direito do andar, ambos
procuram por alguns momentos, John se vira para o lado de seu colega
começa a andar lentamente até ele, mas seus passos param assim que ele
escuta algo, era uma voz estranha e baixa, John nunca havia ouvido uma
voz assim, ele se vira e começa a procurar o local de onde ela vinha, em
um quarto ele nota algo que não deveria estar ali, ele nota uma porta
aberta, silenciosamente ele vai até a porta e observa um rolo de escadas,
John começa a subir lentamente, com um medo que nunca antes tinha
sentido John começa a subir as escadas, ao chegar no fim ele nota uma
fraca luz de velas, um homem estava estirado no chão, era Kyle, John
corre até ele e nota que ele ainda estava vivo, um corte profundo no lado
esquerdo de seu peito era visível, e seu peito tinha um arranhão
superficial, John solta seu sobretudo e tira sua camisa, colocando-a na
ferida do homem.
- Terry! Vem aqui! O Kyle foi atacado!
Terry olha para o lado esquerdo, mas não tem tempo de andar, alguém
pula em cima dele, Terry se protege usando a arma de escudo, ele
empurra o que o estava atacando e ilumina, era Mack, mas ele não
parecia mais humano, todas as veias visíveis de seu corpo estavam roxas,
seus olhos estavam extremamente vermelhos e ele babava muito, Terry
nota que suas unhas estavam maiores e afiadas, sua boca parecia muito
mais musculosa do que a de uma pessoa normal, o garoto solta um grito
alto, Terry sente uma dor intensa em seus ouvidos, caindo de joelhos com
as mãos na cabeça, o ser se preparava para uma nova investida, mas se
assusta quando John atira diversas vezes pelas costas, três tiros o atingem,
fazendo-o berrar de dor, ele se joga pela escada e desce até o primeiro
andar, John corre até Terry e o levanta.
- Não me diz que aquele garoto das fotos virou isso¿
- Sim, era ele, como o Kyle está¿
- Mal, mas vai viver, temos algo mais urgente por agora, o que esse garoto
virou realmente é capaz de matar pessoas sem dificuldades, temos que
pegar ele.
Terry olha pra seu amigo de forma confiante, ambos descem rapidamente
até o primeiro andar, assim que descem os dois notam duas fortes luzes
vindo da parte da frente da mansão, ambos se escondem nos fundos para
observar o que eram aquelas luzes, sem esforço eles notam que eram
membros do grupo do C.
- Merda! Devem ter seguido a gente, o que fazemos¿
- Não sei, devem ter muitos lá fora e bem melhor armados, melhor não
encarar eles de frente, vamos dar a volta de novo.
John assente e ambos saem pela porta dos fundos. Jacob segue a uma
distância segura o carro dos policiais, apesar de estar atento ele mal nota
a curva brusca do carro, assim que ele vira Daniel faz uma ligação
novamente, dez minutos depois um carro grande e preto aparece, com
três homens dentro, os dois carros seguem pela estrada de terra até
notarem a mansão, os dois carros viram e para na frente da casa, Daniel e
Jacob descem, os três homens estavam com metralhadoras nas mãos,
Daniel pega sua doze e observa o lado de dentro, não vendo nada além de
um carro preto parado próximo.
- Daniel! Liga todas as luzes e aponta para a frente da casa, eles não vão
nos pegar de surpresa!
Daniel rapidamente acende luzes de emergência que ficavam na frente da
SUV, toda a fachada fica iluminada, observando atentamente os três
homens se aproximam, Daniel e Jacob ficam para trás, ao começar a andar
Jacob sente seu telefone tocar, rapidamente ele o pega e atende.
- Senhor¿ aconteceu algo¿
- Sim, achou o garoto¿
- Ele está próximo de ser eliminado senhor.
- Não o mate antes de me enviar uma foto dele, eu acredito que ele se
tornou algo especialmente interessante.
Jacob não entende os motivos de seu líder, mas algo chama a sua atenção
além disso, um homem estava parado, completamente inerte, sem
dificuldade Jacob nota que era Mack, mas ele estava completamente
diferente de uma pessoa normal, assustado, Jacob pega seu telefone e
fotografa garoto, a enviando imediatamente para seu chefe, em segundos
Clarence o liga novamente.
- Vocês têm que sair daí, larguem ele com os policiais, ele vai matar todos
que estão ai!
Jacob inicialmente não compreende o que seu chefe queria dizer, mas um
estrondo o faz largar seu telefone, um dos homens havia ser aproximado
demais do garoto, seu corpo sem braço voava até atingir o carro, os
outros dois homens começaram a atirar no jovem imediatamente, Mack é
atingido por dezenas de disparos, caindo no chão pouco tempo depois, os
dois correm até seu colega, notando que ele estava morto, ao se virar
para Mack novamente eles notam que além de já ter se levantado ele
corria na direção de ambos, um deles tenta atirar mas Mack enfia seu
punho aberto em seu pescoço, quase arrancando sua espinha fora com a
violência do golpe, o outro puxa sua arma e atira na cabeça do garoto,
mas ele continuava de pé, rapidamente o buraco se fecha, o rosto do
homem era de puro terror, ele cai no chão, tremendo, Daniel tenta ir até
ele mas é impedido por Jacob, ele aponta para o carro e ambos correm
até ele, rapidamente o carro liga e dispara de volta para a rodovia, a
última imagem do local que Jacob vê é seu homem tendo a cabeça
arrancada por dois golpes de Mack com as mãos, depois de não poder ver
mais a casa ele ouve um som estridente vindo do local, como se alguém
estivesse sentindo uma dor tão extrema preferia a morte a continuar
naquele estado.
John e Terry corriam até a entrada, no meio do caminho ambos param, ao
ouvirem sons de disparos, assim que o som cessa ambos retomam a
corrida para o lado da frente, John cruza primeiro a escura faixa de terra e
observa o carro, mas não consegue se aproximar muito, um som
extremamente alto faz John cair no chão, com a visão completamente
embaçada e uma dor extrema nos ouvidos, Terry cai um pouco mais
longe, aparentemente ele havia desmaiado, depois de alguns segundos de
um grito incessante ele para, John rapidamente tenta se levantar mais cai
de joelhos, sua visão estava totalmente embaçada, ele olha para o que
parecia o amigo.
- Terry! Tudo bem¿
John não obtém resposta, lentamente o homem vai até a parede de
madeira e a usa de apoio para se levantar, sua visão melhora um pouco,
John corre até seu amigo e nota que Terry havia realmente desmaiado,
John se vira novamente para o lado de onde o som veio, ele se aproxima
lentamente, tentando se manter nas sombras, ele nota três corpos
próximos ao carro, e em pé olhando fixamente para eles estava Mack,
John levanta sua arma na direção do jovem e se aproxima lentamente.
- Maxsuel Garcia! Você está preso! Pare com isso agora e ponha as mãos
onde eu possa ver!
O garoto olha para John, seu olhar se mantinha mirado ao vazio, ele
arruma seu corpo para forma animalesca e tenta avançar até John, ao
notar John dispara diversas vezes, todos os tiros o atingem mas não
surtem efeito, Mack o acerta no braço com uma das mãos, suas unhas se
afundam no braço de John, ele tenta cravar a outra no peito do homem
mas o colete evita isso, John o empurra com a outra mão e dispara mais
duas vezes antes de ficar sem munição, o jovem solta John e cai para
longe, assim que a arma para de atirar John corre até o garoto, tentando
algema-lo, mas a força dele era descomunal, John é jogado contra a porta
do motorista do carro, o homem cai de joelhos, Mack estava de pé
olhando para John como se estivesse observando sua presa, ele tenta
cravar seus dedos no pescoço de John, que se esquiva e tenta correr para
a porta da frente da casa, mas Mack pula nas costas do homem, o corpo
animalesco do jovem cai sobre John acertando um soco em suas costas,
John sente suas costelas quebrando, uma dor imensa o atinge, Mack se
levanta, deixando John no chão, o homem não conseguia mais se levantar,
Mack o segura por trás, e o arremessa sem dificuldades no carro, John voa
e atinge a janela da frente e caindo no chão logo em seguida, Mack vai até
ele lentamente, o segura de pé, mantendo o homem já meio desacordado
cara a cara, Mack estica seu braço até o rosto de John, ele afasta o braço
lentamente, medindo uma boa distância para atingi-lo, mas antes de
poder tentar um golpe um homem o joga no chão, Mack o empurra mas
não consegue mover seu corpo enorme, Kyle acerta diversos socos em seu
rosto, fazendo o rosto do garoto afundar, mas rapidamente ele se cura,
quando se recupera o ser tenta novamente se livrar de Kyle, dessa vez
conseguindo sem muita dificuldade, Mack se joga sobre o homem e corta
seu peito novamente, fazendo com que Kyle caia no chão, rolando de dor,
ele se vira para John novamente, não tendo tempo de se mover da arma
de Kyle que estava apontada para seu rosto, John que a segurava com
dificuldade, dispara várias vezes na cabeça de Mack, os dois caem no
chão, John se vira para o garoto, claramente ele estava tentando se curar
novamente, o policial se joga para frente tentando segurar o jovem, ele
tenta se soltar diversas vezes até seu corpo começar a lentamente
murchar, ele se torna mais estático pouco depois, John quase perde a
consciência ao parar de segurar o jovem, sentindo alguém o levantando,
era Terry, que rapidamente coloca seu amigo sentado nas escadas, um
dos ouvidos de Terry sangrava, rapidamente o homem corre até Kyle, que
estava caído no chão, sentindo dor, Terry o arrasta até próximo de John,
logo em seguida Terry corre até o corpo de Mack, que tinha parado de
tremer, suas veias haviam deixado de ficar roxas e seus músculos tinham
diminuído, Terry pega seu telefone para fazer uma ligação, mas um
número desconhecido o liga mais rápido, Terry atende.
-Senhor Terry, conseguiram completar sua missão¿ e o garoto, como ele
está¿
- Morto, John o matou eu acho, ele ainda está tremendo um pouco, mas
não vai viver.
Terry aguarda resposta por cerca de quinze segundos.
- Certo... as doses... você as achou¿
- Não, o garoto deve ter usado todas.
- Tudo bem, uma ambulância e uma viatura da polícia estão a caminho,
mas antes eu preciso que o senhor faça algo, o corpo do garoto não pode
ser examinado, ele contém diversos traços de coisas que não devem ser
vistas por terceiros, o senhor deve queima-lo.
Terry olha novamente para o corpo do garoto, os três buracos não eram
mais visíveis, porém sua pele estava cada vez mais pálida, Terry se
aproxima do corpo, uma voz baixa saia de sua boca, Terry se aproxima do
rosto do jovem, “Por favor, me mate, eu não quero mais viver” Terry se
afasta novamente, com um olhar triste em seu rosto, ele pega sua arma e
a aponta para o rosto do garoto, que estava sorrindo, uma última frase e
ouvida antes do som do disparo quebrar o silêncio, “Me perdoe Anna”.
Terry vai até o porta malas e o abre, pegando um pequeno galão de
álcool, ele vai até o corpo e molha totalmente o corpo do jovem, ele tira
uma caixa de fósforos do bolso, acende um deles e joga, uma chama
grande ilumina o ambiente, Terry se vira e vai até John e Kyle, John tinha
visto todos os acontecimentos.
- O cara te mandou fazer isso¿
- Ele disse sim, mas eu tenho meus motivos para fazer isso, esse garoto se
recuperou de disparos de metralhadora e pistolas, teve a cabeça
esmagada e se levantou, eu não vou correr riscos de ele se levantar e
matar mais alguém.
Um som de sirenes podia ser ouvido a distância, John desmaia esperando
a chegada da ambulância, Terry se senta ao lado de seu amigo, pegando
seu telefone e ligando para o número desconhecido do Windowman,
rapidamente sua ligação é atendida.
- Senhor Terry, cumpriu o nosso pedido¿
- Fiz o que tinha que fazer, agora eu quero saber quem são vocês e o que é
tudo isso.
- Faremos isso no momento certo, assim que as coisas se acalmarem, no
momento o senhor apenas precisa saber que tem coisas ruins no nosso
mundo, apenas esperando um deslize para entrar...
- O que é isso¿ fantasmas ou demônios¿
- Nada disso senhor, todas essas coisas são sombras da nossa mente, nós
temos um poder muito acima do que vocês acham que tem, capacidades
além de um limite aceitável, e nós tentamos controlar esse limite, já
homens como o senhor C tentam ter esse poder para si, o daremos uma
explicação mais detalhada em outra oportunidade, nos veremos senhor
Terry, fez um excelente trabalho.
A ligação é interrompida, Terry levanta seus olhos e nota a viatura
parando do lado deles, Lucas desce correndo e vai até Terry, dois
paramédicos correm até Kyle, o pondo em uma maca e levando ele para
dentro da ambulância, John acorda com o som das sirenes, ele tenta se
levantar e o faz com dificuldade, ele anda até a viatura de Lucas e se
encosta nela, Terry se aproxima, ignorando as perguntas de seu colega.
- Tudo bem¿
- Foi um bom dia hein¿ não vamos fazer isso de novo em pelo menos uns
dias ok¿
Os dois sorriem, John olha novamente para frente, Terry se vira
novamente para Lucas e fala com ele, John olha para o corpo de Mack,
que já tinha parado de queimar profundamente e tinha apenas uma
pequena brasa sob os restos do corpo dele, ao lado John nota algo,
lentamente John se aproxima, e vê um telefone, John o pega e guarda em
seu bolso segundos antes de Terry ir até ele.
- O Lucas vai ficar para resolver o resto caso, tenho que te levar para um
hospital.
- Não, está tudo bem, vai para casa, eu vou na ambulância com o Kyle.
Terry aperta a mão de John e vai até a viatura, John nota o carro saindo e
dois outros chegando, John lentamente vai até a ambulância e um
paramédico o ajuda a entrar, John se senta ao lado de Kyle, que estava em
uma maca desmaiado, John se encosta e rapidamente dorme com a
exaustão de tudo o que tinha acontecido naquele dia, a ambulância deixa
a pequena estrada e volta rapidamente para a cidade.
Um carro dirige rapidamente rumo a um prédio luxuoso, ele entra no
estacionamento e Daniel desce, em seguida Jacob sai do carro e
rapidamente vai até o elevador, Daniel fica no estacionamento fazendo
uma ligação, Jacob entra no elevador e ele fecha, cerca de dois minutos a
porta abre, revelando a entrada para um andar, dois homens de terno o
aguardavam, Jacob rapidamente sai do elevador e se dirige a uma porta,
lá haviam mais dois homens, um deles abre a porta e revela um
apartamento de luxo gigantesco, uma piscina no meio dele revelava duas
mulheres e um homem falando com elas, esse homem corre até Jacob
quando o vê.
- Senhor Jacob! Como você ta¿ vem se divertir com a gente.
Jacob olha para o homem, ele era ruivo e jovem, ele tinha um corpo
afeminado, era magro e tinha um formato feminino, uma tatuagem de
estrela em sua cintura se destacava, além de um outra de diamante em
seu pescoço tinha diversos anéis e correntes no pescoço e nos braços, o
garoto estava sem camisa e molhado pela água da piscina.
- Não posso senhor Ezequiel, tenho que ver seu pai, ele está no escritório¿
- Sim senhor, na próxima vem pra se divertir conosco, os assuntos do meu
pai não têm a menor graça.
Jacob sorri maliciosamente e se vira, indo em direção a duas portas
grandes que ficavam no fundo de um corredor a direita, Ezequiel olhava
para Jacob, com um sorriso também malicioso, uma das garotas o chama
e ele volta para eles, Jacob abre lentamente a porta do escritório, lá
dentro estava Clarence, olhando pela janela imensa que ficava à direita do
quarto, Jacob entra e se aproxima um pouco de seu chefe.
- Soubemos de uma fonte na polícia que o garoto foi morto por um policial
chamado John, parece que o corpo foi queimado.
- Não tem problema, mesmo que algumas pontas fiquem soltas esse
acontecimento foi muito positivo para nosso grupo.
Jacob olha para seu chefe intrigado, ele vai até uma cadeira e se senta, sua
dor no ombro tinha voltado.
- Como assim chefe¿ achei que não ia querer pontas soltas.
- Eu queria que você trabalhasse com mais afinco, as pontas sobrando são
os motivos do nosso trabalho, e também agora sabemos que eles estão
envolvidos com os policiais, não tinha como eles chegarem tão perto tão
rápido, se prepare, teremos semanas animadas rápido.
- Mas senhor, você não se preocupa com as doses que vazaram¿
- Isso é o que menos me preocupa, eu acho que sei com quem ela está, e
vai passar longe de cair nas mãos da polícia.
Um sorriso cresce no rosto de Clarence, enquanto ele olha as luzes da
iluminada cidade, Jacob se levanta, indo para fora do escritório.
- Uma última coisa...
Jacob para de andar e volta a olhar para seu chefe
- Cuide desse ombro garoto, não quero um funcionário importante tendo
problemas físicos.
Jacob assente e sai do escritório, assim que fecha a porta um suor escorre
de sua testa, lentamente ele percorre o corredor e volta a ter vista para
Ezequiel, o garoto estava sentado longe das duas garotas, que dançavam
sozinhas, Jacob vai até o garoto, que nota rapidamente a aproximação do
homem.
- Está desanimado Ezequiel¿
- Claro que não senhor, eu só não aprecio da mesma forma as companhias
que meu pai aprecia.
- Eu indico você a ir atrás delas e não obedecer a tudo que seu pai pede.
O garoto sorri, ele se vira para Jacob e segura seu ombro bom.
- Eu vou fazer isso, pode ter certeza, inclusive eu aceitaria a sua por aqui, o
que acha¿
- Eu costumo ficar ocupado facilmente, mas vejo o que posso fazer.
Jacob sorri e se afasta de Ezequiel, ele se vira e sai pela porta, em seguida
se andar pelo corredor, vira à esquerda e entra no elevador, que
rapidamente se fecha e começa a descer, Ezequiel se senta em um banco
do lado de uma adega que ficava, pega um gole de gin e bebe, seu sorriso
estava incontido pela conversa com Jacob, as garotas vão até ele e o
puxam para dançar.
Uma porta de elevador se abre, com uma mão na cabeça, Terry desce de
anda lentamente até a porta de sua casa, assim que entra ele nota
Elizabeth sentada conversando com sua irmã pelo telefone.
- Eu tenho medo dele se machucar, eu nem sabia que ele corria tanto risco
antes de ficarmos noivos, eu só quero ver meu marido bem e...
Terry entra na sala, Elizabeth se despede e desliga, rapidamente ela corre
até ele, Terry estava claramente cansado, com sangue sujando sua camisa
e uma marca de sangue seco que ia do seu pescoço até sua orelha,
Elizabeth pega um algodão e limpa o ouvido de seu marido, em seguida
ele vai até o chuveiro, Elizabeth entra no banheiro para conversar.
- Como foi meu amor¿
- Complicado, eu te conto melhor outro dia, eu só quero ir pra cama hoje.
Elizabeth sai do banheiro e volta para a sala, Terry termina seu banho e se
joga na cama, dormindo rapidamente, Elizabeth volta até ele, Elizabeth
põe um edredom sobre seu marido e beija seu rosto, voltando para a sala
logo depois, ao se sentar ela nota algo passando no noticiário, um
desaparecimento tinha ocorrido dentro de um sanatório próximo a
cidade, ela desliga a televisão e liga novamente para sua irmã, enquanto
observa uma chuva fraca que tinha começado a cair.
John acorda em uma cama, suas coisas estavam ao seu lado, rapidamente
ele procura o telefone que tinha achado e o encontra, em seguida John se
veste e tenta andar, seu corpo ainda estava fraco então ele desiste, um
médico entra na sala e vê John sentado, o homem se aproxima e fica na
frente dele.
- Senhor John, parece que seu dia foi animado não¿
John sorri enquanto levanta a cabeça para observar o homem, ele era um
homem grisalho e tinha uma voz grossa e calma.
- É, dias como esse estão ficando comuns demais.
- Bom, espero que não, duas costelas quebradas, escoriações e cortes na
região das costas e braços, quatro perfurações médias no seu braço
esquerdo, além de ferimentos em seus ouvidos, vai viver, umas duas
semanas para a maioria e três para as costelas, tente ficar de repouso.
- Sim senhor, como está meu amigo que veio comigo¿
- Ele teve uma perfuração profunda na barriga, sorte que não pegou em
nenhum órgão, além de ter vários cortes na região do peito, ele vai ficar
bem, mas é algo que exige mais cuidado, provavelmente ele só vai acordar
amanhã de manhã, e você também, descanse aqui por hoje, amanhã você
pode ir para casa.
John concorda e se deita, o homem deixa o quarto, logo em seguida as
luzes do cômodo se apagam, John se levanta novamente, observando seus
arredores, ele consegue se levantar facilmente, se seu corpo parecia leve,
ele tenta ir até a porta mas seu corpo estava tão leve que ele atinge a
porta, ela não abre, John se vira para o lado de dentro do quarto, ele ouve
um pequeno som vindo debaixo da cama, o local aparentava ser o mais
escuro do quarto, John se aproxima mais e reconhece o som, a mesma voz
da mansão estava falando algo lá, John chega bem perto e reconhece pela
primeira vez as palavras, “As sombras vão até você, viva conosco, o único
a expurgar”, as palavras entram na cabeça de John, que começa a sentir
uma dor extrema, ele cai sob a cama e em seguida se levanta, o quarto
estava claro, um enfermeira estava organizando o quarto enquanto
conversava com outra mulher.
- Essa marca escura na porta é nova¿
- Eu não sei, tudo aqui é velho, deve ser tão nova quanto a gente¿
As mulheres riram, ambas deixaram o quarto, John volta a sentir uma dor
em sua cintura, rapidamente ele se deita, sem dificuldades John cai no
sono enquanto observa o céu nebuloso, uma chuva fraca estava caindo.
Uma garota corria pela chuva, ela usava uma roupa de hospital, seus
cabelos negros e bagunçados estavam sujos de lama, ela corre até chegar
nos fundos de uma velha casa, ela entra rapidamente, assim que entra ela
nota uma outra garota olhando para ela, ela faz um sinal de silêncio, a
garota obedece tremendo de medo, assim que sons de cães passam a
garota abre a porta e começa a correr para dentro da cidade, ela corre até
pela cidade se esquivando de pessoas ao máximo, ela nota carros de
polícia se aproximando, assim que ouve ela corre para os fundos de uma
casa, assim que nota o fato da casa estar vazia ela estranhamente abre a
porta que estava trancada e se esconde do lado de dentro, ela entra no
banheiro da casa e se esconde, na parte de frente da casa era possível ver
uma caixa de correio um nome podia ser lido “John M. Hero”.
Capitulo 3- Fabulas Occultatum

Um som de passos faz John acordar, lentamente ele se levanta, sentando


na cama e olha em volta, sentada em um canto do quarto uma garota
dormia, John rapidamente a reconhece, ele tenta se levantar da maca,
mas uma dor forte nas suas costas o impede, o som de John se apoiando
na cama faz a garota subitamente despertar, assim que o faz ela se
levanta e o ajuda a voltar para a cama.
- Você ficou bem fodido dessa vez hein¿
John olha para garota enquanto ela sorri de forma cansada, ele se ergue
novamente, sentando na cama.
- Parabéns por notar isso Alice, eu nem tinha percebido, aliás o que você
quer comigo¿
- Não posso só ter vindo ver meu amigo¿
A garota gargalha após responder John.
- Na verdade eu estou com um problema, minha irmã começou uma
investigação idiota do caso que vocês estavam, e eu queria que falasse
com ela pra não fazer isso.
- Ela não era locutora no programa de rádio da cidade¿ por que diabos ela
está entrando em uma investigação agora¿
- Ela disse que o tiroteio e a morte do garoto foram muito estranhos e
deviam ser investigados.
John se levanta novamente, porem nesta tentativa seu corpo o obedece, o
homem vai até uma mesa de cabeceira que tinha seus pertences, com
dificuldade John se troca e lentamente vai até a porta de saída, mas o
mesmo medico que o tinha atendido antes entra e o bloqueia.
- Sempre apressado não é garoto¿
- Tem um problema e eu preciso trabalhar.
O homem coça sua cabeça, enquanto olha para John de forma
decepcionada.
- Isso ainda vai te matar, bom... eu não poderia te liberar em menos de
cinco dias mas como você já está de pé eu vou deixar com vocês, até
porque eu não acho que vai me obedecer mesmo, mas vou te dar umas
dicas, não faça nenhum tipo de esforço nos próximos quatro ou cinco dias,
não corra, não entre em confusão, fique em casa e descanse se possível,
seu corpo se recuperou muito rápido mas você não é de ferro, tome um
pouco de cuidado garoto.
John assente com a cabeça, aperta a mão do homem e sai do quarto, Alice
o segue, antes de John virar o corredor ele para de andar, se virando
novamente para o velho médico.
- Doutor! Como o Kyle está¿
- Vai ficar bem, mas eu duvido que saia daqui essa semana ainda, mesmo
se ele tiver a mesma pressa que você.
John sorri enquanto se vira novamente para a curva que levava a entrada
do hospital, John e Alice andam até a portaria e deixam o prédio, a garota
anda até uma moto vermelha, se senta na frente e convida John para se
sentar, o homem obedece e a moto deixa os arredores do hospital.
Um som baixo de chuva podia ser ouvido ao fundo, Elizabeth dormia
enquanto Terry acabava de se arrumar, rapidamente ele colocou um terno
preto sob sua camisa branca padrão, logo em seguida Terry vai até a
cozinha, pega um copo e o enche de café, em dois goles ele bebe todo o
liquido dentro do recipiente, em seguida o detetive anda até a porta,
antes de abrir a porta ele pega um pote com comprimidos, em seu rotulo
era possível ler “para dor de ouvido” , após tomar dois ele abre a porta,
antes de poder sair Elizabeth aparece no corredor.
- Onde você vai meu amor¿
- Eu vou ao enterro do garoto que morreu no caso, alguém da polícia tem
que ir até lá.
- E por que tem que ser você¿
Terry olhava de forma desatenta para sua mulher, a imagem do corpo do
garoto queimando ainda rodava em sua cabeça, apesar de ele não
aparentar algum medo ou preocupação.
- E por que não seria eu¿ eu volto em duas horas eu acho, não precisa se
preocupar em fazer nada para mim, eu como na rua mesmo.
Elizabeth assente, mas antes de poder falar algo Terry sai rapidamente do
apartamento, Elizabeth se senta em uma poltrona da sala, ela pega seu
telefone e observa uma mensagem de sua irmã, “tem certeza de que ele
não está fazendo nada errado¿”, Elizabeth se levanta novamente e
começa a andar de um lado para o outro da sala, enquanto pensa, pouco
tempo depois ela deixa o apartamento e vai até o estacionamento, de
relance ela nota o carro de Terry deixando o parque, assim que o vê,
Elizabeth pega seu telefone e faz uma ligação.
- Mana, você está ocupada¿ ... que bom, então venha até aqui, tem uma
coisa que eu preciso fazer.
Jacob se senta em uma mesa de bar, o local era escuro e luzes laranja
escuras iluminavam levemente o ambiente, um garçom alto e musculoso
entrega um copo de vidro e o enche com um liquido marrom, Jacob pega
seu telefone e faz uma ligação.
- Espero que saiba quando ele virá aqui, já temos problemas o bastante
para nos preocuparmos com ele, pegue seus homens e vá até o aeroporto,
se o achar, não tente fazer algum tipo de burrice...
Jacob para de falar e guarda o telefone quando nota um garoto se
aproximando de sua mesa, o garoto se senta junto de Jacob e pede uma
bebida.
- Senhor Ezequiel, estou surpreso por vê-lo aqui.
- Não precisa falar tão formalmente comigo Jacob, nós somos amigos não
é¿
Jacob sorri, Ezequiel olhava fixamente nos olhos de Jacob, o garçom se
aproxima de ambos, deixando mais um copo, porém com um vidro
especialmente brilhante com um liquido com três cores.
- Claro senhor, temos uma relação ótima não é¿
- Eu creio que podemos ser mais amigos se você não fosse tão aficionado
pelo meu pai.
- Seu pai me salvou, eu devo dar o meu melhor por ele, mas isso não me
impede de estreitar relações com outras pessoas, nos próximos dias eu
vou descansar se quiser fazer algo.
- Isso é perfeito, vai ter um show de um amigo meu na boate dele, se
quiser vir vai ser privado e se participar com certeza mais divertido.
Jacob sorri e olha maliciosamente para Ezequiel, o garoto revida o olhar
também sorrindo, o telefone toca e surpreende o homem, Jacob puxa seu
telefone e observa o contato que o estava ligando
- Telefone novo¿

- Eu não sei onde o meu foi parar, mas não tem problema, eu não troquei
de número, me desculpe, tenho que atender.
Jacob se levanta e atende, se afastando um pouco de Ezequiel, o garoto
aguarda um pouco enquanto bebe, Jacob rapidamente vai até a mesa e
pega seu casaco, deixando uma nota de cem sob a mesa.
- Surgiu um imprevisto, nos vemos na sua festa, eu garanto que vou
aparecer.
- Tudo bem, apareça mesmo.
Jacob sorri e deixa o salão do bar, assim que chega na parte da frente do
estabelecimento ele nota um carro preto parado, sentado no banco de
motorista Daniel o aguardava, rapidamente Jacob entra no carro, que logo
em seguida dispara, saindo do local onde o prédio estava.
A moto de Alice para em frente a velha mansão onde o caso anterior havia
ocorrido, John desce e rapidamente nota que o local estava isolado com
faixas da polícia, Alice desce logo em seguida e fica ao lado de John.
- Ela está aí dentro já fazem umas três horas, ela disse que tem algo
interessante, mas que só ia dizer pra alguém que ela confiasse.
- Ela não confia em você¿
Alice solta uma risada enquanto ouve a pergunta, em seguida ela volta até
onde a moto estava e se encosta nela, esperando John entrar no prédio, o
homem passa por cima das faixas e entra na velha mansão, que tinha
dezenas de buracos de bala na parte da frente, sem muita pressa John
nota que o primeiro andar era velho, mas o segundo estava muito mais
conservado, John ouve um som de passos e de uma voz feminina vindo do
fundo do andar, John vai até o quarto onde estava a porta secreta, ele
nota que ela estava aberta, em seguida John começa a subir as escadas, o
som de voz para e passos rápidos podem ser ouvidos, assim que termina
de subi-las, John vê de quem eram aqueles sons, uma garota loira com
pele branca estava olhando para ele, assim que ela o reconhece um olhar
de raiva cresce.
- É obvio que aquela vadia ia chamar você...
- Olha... eu sei que você está irritada, mas eu tenho motivos...
- Cala a boca, eu não quero saber das suas desculpas, e agora eu estou
trabalhando e como você está aqui eu quero que faça algo de útil e me
ajude.
John observa melhor a garota, ela segurava um gravador pequeno em
uma de suas mãos, na outra ela tinha uma câmera fotográfica muito
avançada, rapidamente ela levanta o gravador a altura de sua boca e
aperta um botão.
- Meu nome é Emmy Lee Hall, e eu estou acompanhada do detetive John
Russell King, ele trabalhou na investigação do caso da caçada ao jovem
Deffrel Garcia que culminou na morte do jovem e de mais cinco pessoas,
além da hospitalização de duas, nesse local onde eu e o detetive nos
encontramos existem fortes indícios de algum tipo de rito satânico e
também...
- Eu não quero te interromper, mas... tem uma escrivaninha com duas
velas e mais nada, que tipo de rito demoníaco se faz com isso¿
Emmy desliga o gravador e o coloca em seu bolso esquerdo, rapidamente
ela vai até uma parede com uma lona vermelha na frente, ela retira a lona
e John nota que algo estava desenhado.
- O que você sabe sobre possessão¿
- Acho que tem poeira demais aqui e você alucinou mais do que
geralmente.
- Isso aqui são desenhos de algum tipo de entrada, eu gosto de coisas
assim, mas não sei nada sobre isso, achei que você poderia saber algo.
- Então admite que me chamou pra cá¿
O rosto pálido da garota fica vermelho, John sorri enquanto a observa, ela
se afasta e aponta novamente para o desenho.
- Sabe algo sobre isso¿
- Isso não tem nada a ver com demônios, achei que a fundadora do clube
de mistério da faculdade saberia disso, isso aqui é uma linguagem, eu não
sei o que significa, mas com certeza tem algo a ver com expansão já que
os três círculos em tons diferentes significam isso, pelo menos deve
significar expansão de algo pelas outras marcas, de que eu não faço ideia,
mas espero que a possessão seja de verdade, renderia um óscar pra você.
John sorri enquanto se afasta do desenho e olha novamente para Emmy.
- Tira umas fotos e tenta descobrir o resto, agora eu tenho que ir pra casa
descansar, você está me devendo por isso, eu vou cobrar no futuro.
- Obrigada, idiota... e repórteres não ganham óscar.
John sai rapidamente do quarto e volta ao segundo andar, ao virar o
corredor rumo a escada para o primeiro o celular que ele tinha pegado no
chão da mansão vibra, John rapidamente o pega e observa uma
mensagem de texto “ Me encontre no beco dos carniceiros hoje as sete,
eu tenho o último pacote que ainda tem uma dose útil, o resto se
perdeu”, John guarda novamente o telefone e desce até o primeiro andar,
saindo do prédio logo em seguida, Alice ainda estava encostada em sua
moto, observando o céu nublado e escuro, John se aproxima dela.
- Até que foi rápido hein, achei que vocês iam transar pelo menos.
- Sua irmã não ia fazer algo divertido assim no meio do trabalho, você
pode me levar para casa¿
- Claro, sobe aí.
John sobe na moto que rapidamente se afasta da mansão, ao observa-la
por mais uma vez John nota uma marca negra na parte de trás do prédio,
ela era parecida com a da porta do hospital, uma dor atinge o estomago
de John, que quase tomba para o lado, Alice age rápido e diminui a
velocidade, John volta a se posicionar normalmente.
- Tudo bem!
- Eu só preciso de uma cama, vamos.
A moto volta a acelerar e deixa o prédio de vez, do lado de dentro Emmy
tira fotos de todo o cômodo, assim que acaba ela desce e vai até a saída,
de relance ela pode o que parecia ser um homem indo para os fundos do
prédio, ela corre até lá mas não vê ninguém, intrigada, a repórter volta
para a frente do prédio e entra em seu carro, o liga e deixa também a
região da antiga mansão, assim que o som de carro desaparece, um
homem de cabelo pretos longos e uma barba suja aparece do meio das
árvores que ficavam ao lado do prédio, rapidamente ele vai até o quarto
secreto e observa a imagem, ele abre uma grande bolsa preta e tira um
machado de dentro dela, rapidamente ele perfura e destrói a imagem, em
seguida ele guarda o machado e volta para o lado de fora, rapidamente o
homem corre em direção a floresta e desaparece em seguida no meio das
árvores.
O Ford de Terry estaciona próximo ao cemitério da cidade, algumas
pessoas entravam e saiam do local, rapidamente Terry entra, ao chegar no
local onde o garoto estava sendo velado Terry nota apenas três pessoas,
os pais de Carl e Anna, os dois senhores estavam de saída quando Terry
chegou ao local, ambos passam pelo homem e saem, ele anda até Anna, a
garota estava triste e aparentemente muito cansada.
- Olá, meus pêsames pela sua perda.
A garota vira os olhos em direção ao detetive enquanto se levanta de sua
cadeira, rapidamente ela o abraça.
- Ele era jovem demais pra acabar assim, eu sei que fizeram o possível por
ele, obrigado por tentarem.
A imagem do corpo do garoto volta a assombrar a mente do homem, mas
rapidamente Terry se acalma, soltando a garota e olhando em seus olhos.
- Você vai ser a única aqui¿ Onde está a família do garoto¿
- Ele vivia sozinho, a família dele mora no México e aparentemente não se
importa, os pais do Carl vieram um pouco, mas parece que vou ser só eu
por aqui, vocês não encontraram o Carl ainda¿
Terry vai até uma das cadeiras do local e se senta, olhando para o caixão
onde o corpo do garoto estava.
- Estamos à procura dele, mas não estou confiante que acharemos algo,
eu vou ficar com você aqui, tem problema¿
- Claro que não, seria ótimo ter mais alguém por aqui, eu só tenho que ir
ao banheiro, se puder esperar.
- Tudo bem, eu aguardo.
A garota rapidamente se afasta, indo em direção ao banheiro público que
ficava distante de onde Mack estava sendo enterrado, a imagem da morte
do jovem continuava pairando a mente de Terry, o homem estava tão
imerso na cena que não nota quando um homem grisalho se senta ao seu
lado.
- Não se culpe por isso senhor Terry, essa tragédia evitou várias outras que
poderiam ter ocorrido.
Terry rapidamente reconhece a voz do homem, ele levanta a cabeça e
olha para ele, era um homem mais velho, tinha um cabelo grisalho e
longo, e uma barba branca bem feita, vestia um sobretudo verde escuro e
tinha uma bengala preta ao seu lado.
- Então o tal Windowman é você¿
- Sim, faz muito tempo que eu desejava falar com você, mas preferi
aguardar até que as coisas se acalmassem, estou aqui para responder suas
perguntas meu jovem.
Terry se mantem calmo enquanto olha para o homem, ele puxa de seu
bolso uma caixa de cigarros e um isqueiro vermelho, rapidamente o
homem acende o cigarro, enquanto observa o caixão onde Mack estava.
- O que aconteceu com o garoto¿ como ele ficou daquele jeito¿
- Eu já disse, o senhor C mexeu com algo que não deveria, sendo rápido
nosso mundo é basicamente tudo que a existência permite, tudo tem
regras e elas são seguidas à risca, mas tem coisas que não precisam seguir
regras, e nós as chamamos de ecos, imagine ter o poder de não seguir
uma regra do nosso universo, poder criar algo ou agir de uma forma que
não tem necessidade de obedecer a leis ou regras, seria um problema não
é¿
- Parece que sim.
- Mas para poder controlar um eco nem que seja por pequenos instantes é
preciso fazer com que nossa principal arma funcione acima das nossas
capacidades.
Terry olha para o homem intrigado, tentando entender o que ele estava
dizendo apesar de tudo parecer estranho para o detetive.
- E qual arma seria essa¿
- Nossa mente meu jovem, ela tem um poder muito maior do que
pensávamos, o pobre Mack usou algo que aumenta o nível de trabalho de
seu cérebro em pelo menos quinze vezes ou vinte mil vezes, extrapolando
o limite de um humano comum, foi assim que ele não morreu quando foi
atacado pelos primeiros homens, ele usou essa habilidade para refazer
seu cérebro rapidamente porém isso desgasta a mente dele em um nível
que é quase incontrolável, ele com certeza ficaria com sequelas se usasse
isso duas ou três vezes, mas aparentemente ele usou a doze outra vez e
assim rompendo a mente dele, foi assim que ele se tornou o que vocês
enfrentaram, mas seu corpo não suportaria tanto dano sem aguardar um
certo período de tempo, por isso que eu pedi para queimá-lo, assim ele
teria suas células destruídas em sua totalidade assim o matando.
- Quer dizer que isso já aconteceu outras vezes
- Na verdade não, nós não conhecemos os ecos bem, não sabemos como
funcionam nem como são controlados, apenas que existem e são
perigosos, possivelmente o senhor C conhece os ecos melhor que eu...
infelizmente.
- Você me disse que teria como cura-lo se eu o pegasse, era mentira
então.
- Eu daria a minha vida para tentar, mas sim, eu não saberia como cura-lo.
Terry se levanta, andando até o caixão e coloca uma de suas mãos em sua
tampa, ele se vira para o homem.
- Me diz, como eu posso ajudar a parar o C¿
- Estamos trabalhando incansavelmente para encontrar e pará-lo, no
momento teremos que lidar com os problemas que ele pretende causar,
mas pode ajudar com algo, tem uma pessoa que eu gostaria que
encontrasse.
- Quem¿
- Ela se chama Elise Memphis, ela era uma jovem que estava sendo
perseguida por membros do grupo do C, ela desapareceu de sua casa a
poucos dias, gostaria que a encontrasse e descobrisse o que ele quer com
ela.
- Tudo bem, eu vou tentar acha-la.
- Fico feliz, eu vou ligar para você caso seja necessário, tenho que ir agora.
O homem se levanta e pega sua bengala, a apoiando ao lado de sua perna
esquerda, lentamente ele se dirige para fora do local onde o velório
ocorria.
- Não vai me dizer seu nome¿
- Um dia garoto, por hoje apenas me ajude a derrotar o C.
Terry se senta novamente, cerca de dois minutos depois Anna entra e
senta ao lado dele.
- Me perdoe pela demora.
- Tudo bem.
Ambos ficam em silencio, olhando para o local onde estava Mack, sem
dizer uma única palavra um ao outro.
A moto de Alice para em frente à casa de John, o homem desce, a garota
tira o capacete e olha para ele.
- Tenho que ir trabalhar, vai ficar vivo sem mim¿
- Engraçadinha, eu vou descansar, até outra hora.
John se vira e anda lentamente rumo a porta, Alice liga a moto e sai, o
som da moto desaparece rapidamente, John vai até a porta enquanto
procura a chave dela em seus bolsos, sem dificuldades ele a encontra, ele
enfia a chave na fechadura e a porta abre, rapidamente o homem entra e
observa sua casa, tudo parecia no lugar, mas ao observar melhor ele nota
duas pequenas caixas de pizza sob a mesa da cozinha que ele não lembra
de ter comido, sem pensar muito ele anda até seu quarto, o quarto estava
escuro mas John já o conhecia bem, ele se senta na cama e pega o celular
que havia encontrado, ele estava desbloqueado, John procura algo porém
rapidamente nota que era um telefone descartável, tudo o que havia
eram três contatos, um escrito “T”, outro escrito “E” e um último escrito
“C”.
Ele tenta ligar nos dois primeiros números, mas não tem sucesso, ele liga
para o terceiro, o som de chamada começa, focado no celular John não
nota alguém se esgueirando nas sombras, uma garota pula em cima de
John o atingindo com um vaso na cabeça, John cai no chão com dor, a
garota tenta atingi-lo novamente, mas ele se levanta e a empurra sob a
cama, antes que a garota pudesse tentar algo ele puxa sua arma e aponta
para ela.
- Quem é você!
- Você não vai me pegar cãozinho do C, nenhum de vocês vai tocar em
mim.
John se acalma enquanto olha para a garota, ele nota que ela era jovem e
estava claramente mais assustada que intimidadora, ele guarda a arma e
pega seu distintivo, rapidamente apontando para a menina.
- Eu sou detetive, não trabalho para o C, preciso que você se acalme e
abaixe esse vaso.
A garota abaixa lentamente o vaso enquanto olha desconfiada para o
homem, John se abaixa e pega o telefone, notando que a ligação também
não tinha dado certo e tudo que ele tinha era a mensagem anônima que
tinha recebido, ele deixa o celular sob a mesa que ficava do lado de sua
porta e sai do quarto, a garota sai logo em seguida, ele aponta para o sofá,
a garota se senta e John senta em uma poltrona próxima.
- Tudo bem, me diz quem é você e o que você sabe.
A garota não o responde, olhando fixamente para seus olhos, ela os
observa por cerca de um minuto, antes de responder à pergunta.
- Então eu estava certa por correr pra cá, você também o viu.
- Vi quem¿
- Isso não importa, eu vim até essa casa por que alguém aqui tinha visto
um eco, e eu não tinha pra onde ir depois que o pessoal do C me achou.
- Me conte o que aconteceu, por que o pessoal do C está atrás de você¿
- Eu me chamo Elise Memphis, eu morava em um orfanato desde que
meus pais morreram, eles trabalhavam para o C, eu não demorei muito
pra ligar os pontos, assim que eu fui parar no orfanato eu resolvi me
esconder e passar despercebida, mas esses dias um dos cachorrinhos dele
soube que eu estava em um, então eu fugi quando ele mandou um monte
de homens atrás de mim, eu corri no meio da noite pela floresta e senti
que uma pessoa como eu estava por perto, ai eu corri para essa casa e
senti que a pessoa vivia aqui, então eu entrei, eu fiquei aqui me
escondendo até você aparecer.
- Tudo bem, eu vou levar você até a minha delegacia e vou te levar para a
proteção a testemunha.
A garota se levanta subitamente, com um olhar de pavor, ela anda para
trás até bater as costas em uma parede, John se levanta e vai até a jovem,
que sussurrava algo incessantemente.
- Eles... eles... eles sabem de tudo lá, não faça isso, vão nos matar se
formos...
- Eles quem¿
- C sabe tudo na delegacia... tem... um informante lá, se chama... se
chama... Denise.
A garota cai no chão, John corre até ela e a segura nos braços,
rapidamente a leva até a cama, a garota tinha entrado em um sono
profundo, John a deixa na cama e se senta próximo, a observando e
tentando entender como a Denise estaria envolvida com o C, mas
rapidamente ele entende.
- É isso! Ela falou para o Jacob onde estávamos indo, ele deve ter seguido
a gente até a casa e depois até a mansão, que vadia de merda!
John se levanta, sem fazer barulho ele cobre a garota e vai até a sala, com
o telefone em sua mão, ele se senta em uma poltrona e faz uma ligação,
mas não obtém resposta, então ele manda uma mensagem para Terry “Eu
estou em casa, preciso da sua ajuda, acho que tem alguém infiltrado na
delegacia e não confio em ninguém além de você” , John guarda seu
celular e se ajeita, pouco tempo depois o homem pega no sono, deixando
um silêncio completo na casa.
Uma porta de elevador se abre, Daniel e Jacob entram no andar da casa
de Clarence, rapidamente os dois entram no apartamento e vão até seu
escritório, ao entrarem eles veem o homem sentado em sua mesa, com
um sorriso no canto de sua boca, ambos os colegas se aproximam de seu
chefe.
- Estamos aqui senhor C, do que necessita¿
- Tenho duas missões para os senhores, uma exige paciência e disciplina,
já a outra de força e raiva, sei que isso se encaixa bem em seus padrões.
- Claro senhor, eu posso fazer a...
- Eu decido quem faz o que Jacob, quero que você pegue dois homens e vá
até o aeroporto, meu irmão está chegando e quero que ele venha falar
comigo, leve homens descartáveis, ele é um pouco rude, já você senhor
Daniel quero que se junte a força tarefa que está procurando a filha da
vadia, quero ela na minha sala o quanto antes, mas sei que ela é boa em
se esconder, pode levar tempo.
Ambos assentem com a cabeça enquanto observam algo embaixo da
mesa de seu chefe, Jacob se assusta ao notar que havia sangue, ele
levanta seus olhos e nota um sorriso na cara de seu chefe.
- Vocês querem ver o que está escondido aqui¿
- N... não é necessário s... s... senhor.
- Eu insisto.
Clarence joga um homem para frente, seu corpo estava todo cortado,
olhos roxos e vários dentes a menos, o homem tenta se arrastar até os
dois, mas Clarence salta em direção ao homem em velocidade
assustadora.
- Esse maldito tentou duplicar minhas doses, acreditam¿ eu tento
transmitir uma palavra e esse imbecil tenta usar como negócio, então eu
resolvi usar ele como lição aos outros, Daniel você pode levar ele para a
sede dos cachorros negros por favor, fiquei sabendo que eles também
querem fazer minha dose.
- S... sim senhor.
Clarence sorri, ele levanta o homem e olha em seus olhos, em seguida o
solta no chão, o homem cai e rapidamente se arrasta para longe.
- Mas também eu não vou deixar alguém que tentou duplica-las sair vivo
não é¿
Clarence pega uma sua enorme pistola e dispara no homem,
instantaneamente ele cai no chão e não se move mais, Jacob olha para o
homem e nota o local onde Clarence havia acertado, bem entre os olhos
do homem, Clarence acena para Daniel, que rapidamente arrasta o corpo
para fora, o homem se senta e envia uma mensagem em seu celular,
enquanto olha para Jacob.
- O senhor disse que não ia mais fazer essas doses, que eram só cinco,
então por que não quer que ninguém faça mais¿
- Garoto, eu as mandei para avisar aos outros chefões que eu tenho algo
que pode destruí-los, eu posso ter um super soldados, claro que eles
morreriam em dois ou três dias mas seriam letais nesse meio tempo,
todos eles já descobriram que elas tornam as pessoas algo mais, mas isso
é só a ponta do iceberg, se você acha que se curar e matar com as mãos é
o máximo que podemos atingir você não sabe de nada, eu não vou parar
enquanto não criar algo inimaginável, e eu não quero amadores tentando
duplicar minhas doses, as doses se acabaram, foi divertido ver o que o
garoto se tornou, e me ajudou muito nas pesquisas, agora eu quero que as
coisas se acalmem até pegarmos a garota, por que quando conseguirmos
teremos finalmente o que eu preciso para fazê-lo.
- Fazer o que senhor¿
- S... e... g... r... e... d... o
Clarence solta uma enorme gargalhada enquanto Jacob rapidamente se
afasta do homem, assim que sai da sala ele nota uma equipe de limpeza
arrumando a bagunça de sangue feita por Clarence, rapidamente ele vai
até o elevador e entra, ao chegar no solo ele faz uma ligação e aguarda,
cinco minutos depois dois homens chegam em uma van azul escura, Jacob
entra e o carro parte rumo ao aeroporto.
O céu estava nublado, um clima cinza pairava, o tempo parecia mais lento
e o frio era forte, uma porta de apartamento se abre, Alice entra
rapidamente e se senta na sala de estar da casa, sua irmã estava sentada
em uma mesa ao lado de uma janela, com um caderno de anotações e seu
computador, Emmy estava focada no em sua tela do computador,
anotando e observando uma imagem fixamente, Alice se aproxima e olha
a tela.
- O que está fazendo mana¿
- Eu estou tentando descobrir o que esse desenho significa, mas não
consigo entender nada, o John que era bom em formas de linguagem.
- Você disse que queria voltar a transar com ele¿
Emmy se assusta com a frase de sua irmã e derruba seu caderno,
rapidamente ela se abaixa e o pega, em seguida ela lança um olhar de
raiva mesclado com vergonha para sua irmã.
- Eu não quero nunca mais sair com aquele idiota, só disse que ele era
bom nisso, mas ele me deu uma dica horrível, eu só sei que uma parte
significa expansão, o resto eu não achei nenhum tipo de significado.
Alice olha a tela do computador com atenção e logo em seguida se vira e
vai até a cozinha.
- Eu não sou uma nerd como vocês então eu acho que você devia ir até lá
e vocês resolvem isso, aí você aproveita que já está lá e transa com ele pra
conter sua vontade.
Emmy olha furiosamente para sua irmã e logo em seguida se vira para a
tela de seu computador, sua irmã rapidamente pega um copo de café na
cozinha e volta até a sala se jogando sob o sofá. Uma hora depois a
campanha toca, Alice se levanta e vai até a porta, antes de abri-la ela
observa o olho mágico, um homem com um capuz preto estava na porta,
com uma mala preta em uma das mãos, Marian se vira para onde sua irmã
estava sentada.
- Ei irmã, tem um cara estranho aqui na port...
Um rombo assusta Emmy, ela nota sua irmã caindo para trás, um homem
com um casaco preto havia arrombado a porta, ele entra no apartamento
e larga a mala no chão, Emmy se levanta e corre até sua irmã, enquanto
isso o homem puxa um machado da mala, aterrorizadas as irmãs correm
para um quarto, o homem não se move, apenas observando as duas,
assim que entram no quarto, Emmy tranca a porta e empurra uma
pequena mesa para a frente dela, ao fundo ela nota sons de machadadas
e passos, cerca de um minuto depois o som cessa, ela aguarda mais cinco
minutos até abrir a porta, assim que a abre Emmy nota que seu
computador assim como celulares, anotações e livros haviam sido
destruídos, o homem não havia danificado nada além de livros ou
eletrônicos, mas ela rapidamente entende o que o homem queria
destruir, a garota pega seu telefone e manda uma mensagem para John,
enquanto isso sua irmã corre para o telefone fixo da casa e liga para a
polícia.
- Que porra foi isso¿
- Ele queria destruir as anotações sobre a imagem que eu achei... aquele
idiota não me responde, fica aqui e fala com a polícia, eu vou até ele.
Rapidamente Emmy deixa Alice para trás e some descendo em disparada
as escadas, sua irmã se senta no sofá, tentando entender tudo que havia
ocorrido.
Anna observa com um olhar triste enquanto o caixão de Mack desaparece
enquanto é enterrado, Terry observa mais de longe, também com um
olhar triste, assim que o enterro termina ambos vão até a porta do
cemitério, Anna anda até o ponto de ônibus que ficava próximo à entrada.
- Ei! Eu posso te dar uma carona¿ melhor que esperar, parece que vai
chover.
Anna sorri levemente enquanto acena com a cabeça, ambos andam até o
estacionamento, Terry abre a porta do carro e em seguida a porta de
passageiros, Anna entra e o carro sai do estacionamento. Um outro carro
estava parado próximo, lá dentro Elizabeth e sua irmã conversavam.
- Faz uma hora que a gente tá aqui Elizabeth, eu to cansada de esperar.
- Só mais um pouco mana, eu só quero garantir que ele não está...
- Olha o carro dele ali! Espera... quem é aquela pessoa dentro do carro¿
Elizabeth olha para o carro, ela nota uma mulher loira dentro, com um
olhar raivoso ela liga o carro e sai em perseguição a seu marido.
- Eu vou descobrir isso e se for algo, eu o mato.
Os carros deixam o cemitério rumando para os subúrbios da cidade, uma
fina chuva começa a cair e o clima fica ainda mais frio, quase lembrando o
inverno, no céu era possível ver um avião se aproximando, e no aeroporto
três homens esperavam, incluindo Jacob, que trocava mensagens com
Ezequiel “ Estou esperando seu tio, espero que não tenhamos problemas”,
“ Eu vou até ai, se tem alguém que sabe deixar meu tio quieto sou eu, mas
se eu fizer isso você vai ter que me recompensar de alguma forma” Jacob
sorri enquanto lê as mensagens “ Tudo bem, assim que terminarmos com
seu irmão eu faço algo por você” , um som acompanhado de um sinal de
luz avisando que um avião estava pousando aparece, Jacob ordena aos
homens que aguardem na saída dos passageiros pelo irmão de Clarence,
Jacob aguarda por cerca de vinte minutos até os dois homens virem,
sendo acompanhados por outro, que se destacava muito, ele era muito
alto e musculoso, tinha uma pele bronzeada e usava uma camisa florida,
ele tinha um cabelo bem cortado e uma barba bem feita, o homem se
aproxima de Jacob.
- Meu irmão não perde tempo mesmo, eu achei que ia ter um pouco de
sossego.
- Sinto muito senhor Thomas, nós fomos ordenados a leva-lo ao encontro
de seu irmão mais velho.
O sorriso do homem aumenta, Jacob se vira e abre a porta da van, assim
que se vira para Thomas novamente ele é pego pelo pescoço, o homem o
ergue com uma das mãos, os outros dois tentam conte-lo, mas são
golpeados pela outra mão de Thomas, ambos caem no chão desacordados
atingidos pela força colossal do enorme homem, ele olha diretamente nos
olhos de Jacob.
- Claro que eu vou, se me derrubar e me levar até ele, mas vai precisar de
no mínimo cem homens de merda como você.
Thomas ergue a outra mão para atingir Jacob, mas dois finos braços o
empurram levemente, ele quase não se move, mas solta Jacob quando
reconhece o autor do empurrão.
- Sobrinho! Eu queria tanto ver você de novo, como está¿
- Bem tio, arrumando confusão de novo.
O homem sorri enquanto coça a cabeça.
- Eu não consigo mudar muito, mas então, já achou algum cara para te
fazer feliz meu jovem¿
O rosto branco de Ezequiel ganha grandes tons de vermelho com a
pergunta de seu tio, o homem percebe pelos diversos olhares de Ezequiel
para Jacob que tinha algo ali, ele se vira para o homem e segura seu
ombro direito.
- Me desculpe por ter te agarrado, eu passei dos limites, eu vou deixar
você me levar até meu irmão, por mais que eu não goste eu não vou
mexer com os interesses da família.
O homem pisca um de seus olhos para seu sobrinho e entra dentro da
van, os outros dois homens se levantam, rapidamente Jacob os ordena a
levar Thomas para seu chefe, a van rapidamente dispara, deixando Jacob
e Ezequiel no aeroporto.
- Agora que eu consegui você me deve uma.
- Acho que sim, estou as suas ordens pelo resto do dia.
- Então me siga.
Ezequiel e Jacob andam até chegarem no carro do rapaz, era uma
Mercedes roxa, Ezequiel se senta no banco do motorista e logo em
seguida seu convidado entra e se senta.
- Onde vamos¿
- É um segredo, você vai ter que confiar em mim.
Jacob sorri maliciosamente e assente com a cabeça, o carro rapidamente
dispara para dentro da cidade, em seguida uma mulher sai do aeroporto a
pé e se dirige até o ponto de ônibus, ela vestia uma roupa velha e seu
cabelo estava um pouco sujo, sua expressão era fria, a mulher olhava para
uma foto, um ônibus para no ponto pouco tempo depois, a mulher
rapidamente entra e aponta a foto para o motorista que a observa sem
prestar muita atenção, mas a reconhece facilmente.
- É uma mansão velha que fica fora da cidade, o ônibus não passa por lá
não.
A mulher puxa três notas de cem e entrega para o motorista, ele as pega,
em seguida ele olha novamente para o homem.
- Bom, eu não posso te levar lá, mas te deixo perto, entra aí.
A mulher obedece e se senta na porta da frente, o ônibus se fecha e
dispara rumo a parte de dentro da cidade. Uma moto estaciona em frente
à casa de John, o frio era intenso, o clima tinha se tornado gélido em
poucas horas, Emmy salta da moto e se dirige a porta de casa, ela toca a
campainha três vezes e não obtém resposta, ao notar que ninguém a tinha
respondido ela resolve pegar uma pequena chave que estava guardada
em seu bolso de trás, ela rapidamente abre a porta e entra dentro da casa,
assim que cruza a porta Emmy nota John sentado em sua poltrona,
claramente dormindo, a garota se aproxima e coloca uma de suas mãos
sob a testa do homem, ao notar que ele não tinha febre Emmy puxa seu
sobretudo e abre dois botões de sua camisa, em seguida põe a uma de
suas mãos no peito de John, ao notar que ele tinha um batimento normal
a garota olha mais atentamente para o peito de John, haviam marcas
roxas de pancadas, ela se aproxima para verificar melhor e se distrai
observando ele.
- Você perdeu algo por aí¿ se quiser ir mais fundo para procurar por mim
tudo bem.
Emmy se assusta com a voz de John, a garota rapidamente olha para cima
e nota que ele a observava, Emmy se levanta bruscamente e se afasta,
John se levanta lentamente e coloca novamente seu sobretudo.
- Veio aqui só pra me ver então¿ fico lisonjeado.
- Claro que não, um cara entrou na minha...
Uma garota entra na sala, Emmy para de falar quando a vê.
- Quem é essa John¿
- Longa história, eu cheguei aqui e ela já estava, ah... eu preciso que cuide
dela um pouco, eu tenho que ir a um lugar.
John puxa seu telefone e corre para a porta quando vê que horas eram,
Emmy não entende o que John estava fazendo e não consegue responde-
lo antes do homem sair da casa, a garota se vira novamente para a menina
que estava parada olhando para ela.
- Quem é você¿
- Não importa, apenas fique aqui comigo até ele voltar, eu sei que você
gosta dele senhorita Emmy, quer sorvete¿
Emmy se assusta ao ouvir seu nome, a garota rapidamente se dirige até a
cozinha e pega um pequeno pote com sorvete, volta para a sala e se senta
no sofá, Emmy olhava para ela intrigada.
- Eu sei que você não sabe quem eu sou, mas vai me ajudar, então eu vou
te dizer meu nome, eu me chamo Elise.
- Bom Elise eu...
- Sou Emmy Lee e sou repórter, eu já sei disso.
- Como sabe algo assim, você me conhece¿
- Não, eu sei o que vai acontecer em um lugar durante um tempo, mas me
desgasta muito então eu uso apenas para cinco ou seis minutos para
frente ou para trás, se eu passar disso eu desgasto meu corpo e minha
mente, eu sei que você tem dúvidas, mas peço que você espere o John
voltar, eu vou contar tudo o que sei para vocês.
Emmy fica perplexa por tudo que a garota havia dito, ela se senta em uma
poltrona, tentando entender que relação ela tinha com que havia ocorrido
com ela e sua irmã, enquanto isso Elise liga a tv e come o sorvete,
aguardando pelo retorno de John.
O carro de Terry estaciona em frente a porta da casa de Anna, era uma
porta típica de apartamento, Anna salta do carro e olha para Terry.
- Não quer entrar¿ Eu faço um ótimo café.
- Claro, eu fico um pouco.
Anna abre a porta da casa e acena para Terry, o homem entra logo em
seguida, assim que a porta se fecha Anna aponta para o sofá, o detetive
obedece e se senta, pouco depois Anna se senta ao seu lado, o
oferecendo uma xicara, Terry a pega enquanto observa o ambiente.
- Então, eu sei que não é uma pergunta legal, mas como vocês se
conheceram¿ pareciam bem próximos.
- Bom... nós éramos vizinhos na época que os pais dele moravam por aqui,
eu era como a irmã mais velha dele, ai eu me mudei e não tive mais
contato com ele, até que ele apareceu na minha casa uns dois anos atrás
com problemas, eu o ajudei e ai voltamos a ter contato, foi então que eu
descobri que a família dele tinha voltado pro México e largado ele aqui,
então eu ofereci um emprego para ele na minha floricultura, ele aceitou e
trabalhou comigo um pouco, mas não durou muito, ele se envolveu com o
Carl e eles começaram a fazer merda de novo, ele sumiu por umas
semanas até que veio correndo pra cá dizendo que tinham matado ele e
que estavam atrás dele, foi ai que todo aquele inferno começou, ele... ele
não merecia passar por isso e acabar assim... não merecia.
Anna não consegue conter suas lágrimas, Terry a ampara rapidamente
- Nada disso foi culpa sua, os homens que fizeram isso serão pegos, eu te
prometo que nenhuma pessoa envolvida com isso sairá impune, confie em
mim.
A garota se acalma com as palavras do detetive, ela se levanta do sofá e
anda até o banheiro, Terry puxa seu celular depois de horas sem observa-
lo, ele nota uma mensagem de John e rapidamente a lê.
- Um espião na delegacia¿ que merda é isso... droga.
Terry se levanta e vai até a porta, Anna volta para a sala e observa o
homem saindo.
- Vai embora já¿
- Surgiu uma urgência, tenho que ir à delegacia, me desculpe, eu volto em
um momento melhor.
Terry vai até a porta e a abre, para sua surpresa Elizabeth o aguardava, a
mulher empurra Terry para dentro e observa ele com um olhar furioso.
- Então essa é a sua obrigação com os enterros Terry.
- Meu bem, não é nada disso, vamos conversar lá fora por favor.
Anna se aproxima do casal rapidamente, se pondo entre o Homem e a
mulher.
- Ele me deu uma carona para casa depois do enterro, eu ofereci um café
para agradecer, apenas isso.
- Até parece que eu vou cair nisso, invente uma desculpa melhor.
Anna lança um olhar furioso para Elizabeth, a garota se afasta quando
nota a raiva advinda de sua inimiga.
- Meu melhor amigo acabou de morrer, você acha mesmo que eu ia
pensar nisso! Você deve ser louca então, só vão embora por favor, eu
quero ficar sozinha.
Elizabeth fica intimidada pela raiva de Anna, a mulher rapidamente deixa a
casa e vai até seu carro, Terry também sai e Anna fecha a porta com força,
Terry nota que sua mulher tinha entrado no carro de sua irmã,
rapidamente o detetive corre até o carro.
- Ei! Por que me seguiu¿ O que acontece meu bem¿
Elizabeth começa a ficar emotiva e sai do carro, Terry a abraça e a garota
começa a chorar.
- Eu... eu estou com medo de perder você... eu quero continuar com
você... eu te amo e não quero te perder.
Terry ergue o rosto de sua mulher e a beija, Elizabeth não resiste e abraça
mais forte seu marido, Terry a afasta gentilmente enquanto segura sua
cintura com um de seus braços, acariciando seu rosto com a outra mão
Terry olha no fundo dos olhos de Elizabeth.
- Olha, eu sei que tenho me ausentado esses dias, mas eu vou cuidar
melhor de você daqui pra frente, eu acabei me afastando, eu juro que vou
ser mais presente agora, então eu quero que vá para casa, eu tenho que ir
à delegacia um pouco e depois vou para casa ficar com você.
Anna acena com a cabeça e entra no carro, Terry observa enquanto o
carro desaparece na rua, em seguida Terry entra em seu carro e se dirige
para a delegacia, com esperança de entender o que John quis dizer com
alguém infiltrado na delegacia.
Clarence estava sentado em sua cadeira lendo um livro, ele lia
calmamente enquanto duas pessoas limpavam o carpete que estava ainda
um pouco sujo de sangue, ele se vira para frente quando nota a porta se
abrindo violentamente, Thomas entrava rapidamente pelo escritório, se
sentando em uma cadeira que estava na frente da mesa, Clarence coloca
lentamente o livro sob a mesa e olha para seu irmão.
- Oi irmãozinho, achei que daria mais trabalho te trazer aqui.
- Eu só estou aqui por que seu filho me convenceu, eu ficaria muito feliz
em nunca mais ver sua cara de merda.
- Não fique tão irritado, nós somos família, eu não sei por que você me
odeia.
- Por que você não tem coração, você mata e destrói tudo o que quer, não
tem vergonha de ser ruim, eu sinceramente odeio você.
Clarence estica um longo sorriso, enquanto se levanta de sua cadeira, o
homem anda até seu irmão e põe uma de suas mãos em seu ombro.
- Olha seu idiota, eu só te aturo por que prometi antes do pai morrer,
então você pode ficar com a raiva que quiser, você tem coragem de me
enfrentar, fique na cidade e faça a merda que você quiser, mas se você
sair daqui novamente... eu vou pessoalmente atrás de você.
O suor de Thomas escorria de seu rosto, ele tentava não tremer, mas
estava falhando, Clarence solta o ombro de seu irmão e vai até a porta do
escritório.
- Pode fazer o que quiser nessa cidade, mas não saia dela irmãozinho,
agora eu tenho que ir, tente não chorar de novo quando eu sair.
Clarence sai do escritório e vai rapidamente para fora do apartamento,
Thomas continuava congelado sob a mesa, uma pequena lagrima escorria
de seus olhos, ele levanta um pouco a cabeça e respira profundamente,
assim vendo o que seu irmão estava lendo, um livro preto com letras em
vermelho dizendo “Pesadelos, por Clarence Evans”, Clarence chega ao
subsolo, um carro preto com um homem o aguardava, o homem vai ao
encontro de Clarence.
- Senhor, tudo está pronto para o encontro com o líder do grupo que não
seguiu suas instruções.
- Ótimo, estava com saudade de pôr a mão na massa um pouco.
Clarence entra no banco de trás do carro, o homem entra no lado do
motorista e o carro se dirige para fora do prédio, rapidamente o carro
passa por um cruzamento e ruma para a zona pobre da cidade, próximo
dali uma Mercedes estaciona próxima a um local com diversas lojas
famosas, Jacob e Ezequiel saltam do carro, o jovem vai até Jacob e o pede
para segui-lo, Jacob o obedece e ambos andam até chegarem em frente a
uma loja de roupas, Jacob não havia reconhecido a loja até ambos
entrarem nela, era um loja que vendia roupas caríssimas, tanto para
homens quanto para mulheres.
- Senhor, eu não tenho condição de pagar por roupas assim não.
- Se ficar me chamando de senhor eu vou te fazer pagar sim, me chame de
Ezec.
- Tudo bem Ezec, mas eu não posso pagar mesmo assim.
Ezequiel sorri e puxa Jacob pelo braço, o levando até um atendente que
vestia um terno e estava com um monóculo observando ambos.
- Senhor Ezequiel, como posso atendê-los nesse dia magnifico¿
- Eu gostaria que o senhor arrumasse um terno sob medida para meu
amigo, o melhor disponível.
O homem acena e vai até a passagem, Jacob olha para Ezequiel.
- E você¿
- Eu encontro você na festa hoje à noite, um amigo meu vai leva-lo até lá
assim que acabar aqui, eu vou para casa me arrumar e nos vemos lá.
Jacob assente e se vira, Ezequiel sai sorrindo e o som de seu carro pode
ser ouvido desaparecendo, o homem leva Jacob para dentro, apesar de
luxuosa a loja não era muito grande, o homem andava apressadamente
enquanto Jacob o seguia, o atendente subitamente para e aponta para um
provador.
- Entre ali, vou pegar suas roupas senhor.
Jacob obedece e entra, pouco depois uma mulher velha se aproxima dele
com uma fita e faz as medidas do rapaz, sem dizer uma única palavra a
mulher se afasta, Jacob aguarda até que o homem volta com um terno
preto em suas mãos.
- Aqui está senhor, um autêntico William Westmancott, experimente-o e
volte até mim para termos certeza de que está tudo em ordem.
- Uma pergunta, quanto custa um terno desse¿
- Em uma vestimenta conceituada, eu diria que vale algo em torno de
setenta e cinco mil, mas se o senhor Ezequiel estava com o senhor não
será problema.
Jacob pega o terno e entra dentro do provador, alguns minutos depois ele
sai, o homem o aguardava próximo dali mede novamente o corpo de
Jacob e sorri, observando que a roupa havia ficado perfeita, assim que
termina de medi-lo um homem alto entra na loja, assim que vê Jacob ele
se aproxima.
- Jacob não é¿ Vejo que já se arrumou, vamos¿
- Mas e o pagamento da loja¿
- Ei, ponha na conta do Ezec, ele vem aqui pagar essa semana ainda.
O atendente volta para o caixa e anota algo em um caderno, em seguida o
homem até a porta e faz um sinal para Jacob, ele sai da loja e nota uma
caminhonete parada na frente, o homem sai logo em seguida e entra nela,
Jacob abre a porta do passageiro e entra.
- Daria pra me dizer pelo menos onde vamos¿
- O Ezec me pediu pra organizar uma festa de última hora na minha boate,
deve ser por sua causa, estamos indo pra lá, aliás fica fora da cidade então
a viajem vai demorar um pouco.
A caminhonete e ligada e sai da frente da loja rumando para a saída da
cidade, pouco depois a caminhonete deixa da cidade, o homem dirigia em
silêncio enquanto Jacob observava a paisagem, Jacob reconhece algo no
caminho, uma pequena estrada de terra, ele sabia que era ali que a velha
mansão ficava e de relance nota alguém andando por ali. A mulher do
aeroporto andava lentamente rumo a mansão, assim que se aproxima
melhor rapidamente ela olha para o sótão, como se conhecesse a
estrutura do prédio detalhadamente a mulher se dirige até a porta e
chega no pequeno quarto, sua expressão muda de calma para raiva
quando ela nota o que parecia ser uma imagem, mas estava destruída por
o que pareciam ser machadadas, a mulher se aproxima da imagem a toca,
todos os sons externos pareciam ter desaparecido, a mulher estava inerte
tocando na imagem, pouco tempo depois ela recobra a consciência e solta
a imagem, rapidamente ela sai do prédio correndo, assim que desce ela
olha para o horizonte, como se estivesse procurando por algo, ela sorri de
forma sádica quando volta a andar, três palavras saem sussurradas de sua
boca.
- Eco... vidente... sombra.
O carro de John estaciona próximo ao beco, rapidamente ele sobe em
muro e chega a um descampado que tinha vista perfeita para uma
pequena fábrica abandonada, ele observa dois carros entrando no local
juntos, cerca de sete homens descem do carro, todos com roupas de
gangue, John os reconhece como membros de uma gangue que mandava
no sudoeste da cidade, menos de dez minutos depois John observa um
carro preto entrando no prédio, um homem de terno sai de dentro, ele se
dirige até a porta de trás e a abre, de dentro um homem mais velho sai,
ele tinha uma barba grisalha e um cabelo muito bem cortado, John
observa que o homem tinha um físico excelente e o que mais o assustava
eram os olhos do homem, ele tinha um olhar intimidador e um sorriso
pequeno imutável em seu rosto, o homem se aproxima rapidamente do
grupo que estava o aguardando, John corre até uma janela da fábrica, ao
ter certeza de que não podia ser visto ele a abre e tenta ouvir a conversa,
era possível notar alguns xingamentos em espanhol enquanto o homem
estava calado observando tudo, os xingamentos cessam rapidamente
quando o homem começa a falar.
- Calem a boca seus sacos de lixo! Eu não gosto de repetir as coisas então
vou dizer uma vez, se quiserem continuar vivos eu indico os senhores a
me obedecerem, eu mando em toda cidade, se eu ouvir que algum
homem de vocês criou minha dose eu mato, eu sei que a única dose que
não está comigo está com um cara da polícia então se eu souber de mais
uma eu juro que mato todos aqui e o seu chefe vai ser trazido
pessoalmente pra mim...
- Vai fazer algo comigo C¿ tenho até medo das suas intenções.
John nota um homem que tinha saído de dentro de um dos carros, ele era
alto e jovem, tinha uma tatuagem de raio em seu pescoço e também era
muito musculoso, o homem se dirige a C e o encara.
- Nós não queremos problemas com vocês, mas não vamos fazer porra
nenhuma, fiquem com seus planos fora da nossa parte da cidade.
C sorri enquanto olha para o homem, ele se afasta um pouco mais, o
homem volta a se aproximar dele, C vira seu olhar para John, como se
soubesse que havia alguém ali, ele se vira novamente para o homem.
- Tudo bem, vejo que tenho dois inimigos interessantes, para você ratinho
eu tenho uma ordem, para o nosso infiltrado eu tenho um aviso...
C agarra o homem pelo pescoço e o levanta bruscamente, a força dele era
descomunal, ele puxa o homem e joga sob o carro preto, o líder da gangue
atinge o carro com as costas, o som era estridente, o homem cai no chão
rolando de dor, os outros homens tremiam, rapidamente eles correm até
seu líder e o levam para o carro.
- Fujam mesmo, e não se oponham a mim outra vez, e para você intruso,
por favor se oponha a mim, se chegou até aqui significa que meus planos
estão indo otimamente bem.
O homem gargalha enquanto entra no carro, seu ajudante rapidamente
entra no banco do motorista e o carro sai da fábrica, John estava
congelado observando o carro enquanto sumia, ele quase não nota uma
ligação que tinha recebido, desajeitadamente ele pega o celular e atende.
- John, aleluia, eu estou na delegacia, cadê você¿ eu recebi sua
mensagem.
- Merda, não saia daí e não fale com ninguém, eu estou indo.
John corre até seu carro e dirige o mais rápido possível em direção a
delegacia, em sua casa Emmy arrumava o que via pela frente, tentando
organizá-la, Elise estava sentada vendo televisão, as duas não haviam
conversado muito, Emmy havia terminado de organizar o quarto e a
cozinha, ao ir para sala ela nota que Elise tinha um pequeno corte no
pescoço.
- Você está bem ¿ esse corte precisa de uma bandagem.
Emmy corre até o banheiro e pega uma pequena bandagem, antes de
poder reagir Elise é surpreendida por Emmy colocando a bandagem.
- O que você está fazendo¿
- Isso pode infeccionar, melhor tratar agora.
- O... obrigada.
Emmy sorri, ao se levantar novamente ela escuta o som de batidas na
porta, pesando que era o John ela abre a porta já se preparando para falar
mas congela quando reconhece o homem que estava na porta, ele vestia
um casaco escuro e carregava uma mala em sua mão direita, ela corre
para dentro segurando Elise pelo braço, a garota sem entender a segue
mas para quando observa quem estava na porta, Emmy tentava subir as
escadas quando escuta algo que a surpreende.
- Irmão!
Elise se solta de Emmy e corre até o homem, ele larga a mala e a abraça
forte, o homem tira o capuz e olha para Emmy que claramente estava
confusa.
- Me desculpe por hoje, eu tinha que destruir a imagem, se não ela
poderia ter usado para criar eco, eu me chamo Damian, sou irmão da
Elise.
Sem entender nada Emmy desce as escadas e se aproxima do homem,
pouco depois todos se sentam e conversam um pouco, Emmy se acalma
um pouco mais ainda estava muito confusa.
- Me explica isso de novo por favor, eu ainda não consigo assimilar tudo
isso.
- Bom, eu e ela perdemos nossos pais graças ao C, eu não estava no país
enquanto ela foi levada ao orfanato, o C quer ela para fazer algo ruim,
mas ele não é a única ameaça, existe uma pessoa que quer usar um eco
para uma coisa muito ruim, eu não sei como ela quer fazer isso mas eu
tenho que impedi-la, o senhor Windowman me disse para fazer de tudo
para evitar com que ela conseguisse, eu queria estar perto de você irmã,
me perdoe.
Elise abraça seu irmão enquanto Emmy tentava assimilar o que ele havia
dito, Emmy se levanta do sofá e anda um pouco pela casa, Elisa e seu
irmão conversavam, ela volta para a sala novamente, desejando que John
aparecesse logo, mas subitamente Elise se levanta desesperada, Damian
se levanta também, tentando segurar sua irmã, ao se virar para os dois
Emmy nota palavras saindo de forma repedida da boca de sua Elise.
- Ela está vindo.
Um estrondo imenso faz as janelas da frente da casa estourarem, todos
caem no chão, Damian pega sua irmã enquanto Emmy tenta observar o
que tinha feito isso, do lado de fora uma mulher olhava para eles, com
suas veias roxas e sangue escorrendo de sua boca a mulher solta um grito
estridente, fazendo Emmy cair novamente no chão.
- Vidente!!!
Damian pega sua irmã no colo e puxa Emmy para os fundos da casa,
Emmy pega a mala que ele carregava e ambos correm pelos fundos,
pulam uma cerca e saem em disparada, quando chegam em um local
distante eles param de correr e se escondem, Emmy vai até Elise e tenta
acorda-la enquanto Damian observava a rua, tentando notar se ela os
havia perseguido.
- Ela vai nos achar, ela pode sentir a Elise, tem algum lugar seguro pra ir¿
- A delegacia! O John deve estar lá, temos que correr, ele pode proteger a
gente dela.
Damian acena com a cabeça, põe sua irmã entre seus braços e ambos
correm rumo a delegacia, na casa de John a mulher andava e busca de
algo, ao encontrar um telefone largado sob a mesa da cama de John ela o
pega e faz uma ligação, alguém atende, ele solta apenas duas palavras.
- Olá querida.
A ligação é cortada, a mulher joga o celular no chão e o estilhaça, se
virando novamente para o horizonte ela começa a andar para fora da casa
dizendo apenas duas palavras de forma repetida.
- Vidente, eco, vidente, eco...
Terry estava sentado em sua cadeira enquanto aguardava por John, a
delegacia estava praticamente vazia, um incêndio florestal tinha levado
todos para fora da cidade menos Terry, Denise e o tenente, o tenente
tinha acabado de sair quando Denise se aproxima de Terry.
- Está esperando alguém detetive¿ Metade da força foi atender um caso
de tiroteio no orfanato, o restante foi ver o incêndio, todos estão focados
lá.
- O John está vindo, ele disse que alguém está infiltrado aqui, eu não
entendi muito do que ele disse, mas vou ficar aqui esperando ele.
- Ah, tudo bem.
Rapidamente Denise se afasta de Terry e anda até o banheiro, ela se
tranca e faz uma ligação, rapidamente ela é atendida.
- O John sabe que eu estou passando informações, me ajuda.
Um som de batida na porta assusta Denise, ela solta o celular e se levanta.
- É... sim¿
- Ah, é você senhora Denise, me perdoe eu estava limpando, pode usar,
me avise quando acabar tudo bem¿
- Claro dona Rosa.
Denise respira profundamente, assim que pega o telefone novamente
uma voz a faz tremer.
- Eu estou indo até aí, vamos ter um belo encontro senhorita.
O telefone é desligado, Denise se senta na privada fechada, com o corpo
todo gelado e tremendo, ela tinha reconhecido a voz como a de Clarence,
a mulher se levanta logo depois e volta para o centro da delegacia,
entrando em sua sala e se fechando lá, um telefone voa até o colo do
empregado de Clarence, o homem tinha uma cara raivosa enquanto
observava o ambiente.
- Para onde vamos senhor¿
- Delegacia, liga pro Daniel, manda ele ir pra lá também, hoje eu me livro
daquelas vadias.
O carro vira bruscamente, rumando a delegacia, o homem pega seu
telefone que estava em seu colo e liga para alguém, rapidamente um
carro preto aparece atrás do carro de Clarence, o homem olha para trás e
se vira novamente para frente, com uma cara séria e raivosa ele observa
atentamente a rua, enquanto o carro se dirige a delegacia.
A porta da delegacia abre bruscamente, John entra apressado, olhando
em volta em busca de alguém, Terry rapidamente se aproxima de seu
colega.
- Oi, o que está procurando¿
- Cadê a Denise¿
- Na sala dela
John corre até a porta, ele tenta abri-la, mas não tem sucesso, notando
que estava trancada John se afasta e a chuta violentamente, a porta cai
para dentro da sala de Denise, John vai até ela rapidamente, antes que a
mulher pudesse sacar sua arma John a pega pelo pescoço e a joga contra a
parede, olhando furiosamente para seus olhos.
- Você trabalha para o C¿ hein!
Denise fica calada tentando evitar olhar para John, Terry cruza a porta e
olha para seu colega, sem entender nada Terry tenta afastar John de
Denise, mas seu colega era mais forte, John saca sua arma e a põe na
cabeça de Denise.
- Ou você me responde ou eu vou dar uma decoração nova pra sua sala!
- T... tudo bem, eu trabalho pra ele sim, eu aviso coisas e descubro o que
ele me pede.
John solta Denise ao ouvi-la, Denise cai de joelhos no chão, rapidamente
John pega sua arma e a algema, em seguida a ergue e a põe sentada em
sua cadeira.
- Foi você que disse pra eles onde estávamos indo no caso do garoto não
é¿
- S... sim, eu disse.
Terry se aproxima de Denise e olha fixamente para ela.
- O garoto está em uma cova por sua culpa, parabéns.
A policial evita contato com Terry e John, olhando para baixo, John e Terry
saem da sala e ficam ao lado da porta, os colegas se aproximam enquanto
prestam atenção na colega que estava presa.
- Como você ficou sabendo disso¿ eu achei que estava no hospital até me
mandar aquela mensagem.
- Foi um dia maluco, mas eu descobri isso por que uma garota
aparentemente sabe que ela era infiltrada, ela estava sendo perseguida
pelo pessoal do C, eu a deixei com a Emmy na minha casa.
- Qual o nome dessa garota¿
- Elise alguma coisa, por que a pergunta¿
- Acho que tudo está conectado, eu me encontrei com o Windowman
hoje, ele me disse que uma garota importante estava sendo perseguida
pelo C, acho que sua sorte é maior do que devia John.
John sorri ouvindo seu amigo, em seguida John volta para dentro e se
aproxima de Denise.
- Mandaram você avisa-los de algo recentemente¿
- Me disseram pra avisar se alguém desaparecido tivesse sido encontrado
recentemente, mas eu não sei quem eles queriam encontrar.
John volta para próximo de seu colega, ao se aproximar John nota alguém
entrando rapidamente pela porta, ele olha na direção da entrada e nota
Emmy correndo em sua direção, atrás um homem carregava Elise em seus
braços, Emmy abraça John enquanto Terry ajuda o homem a colocar Elise
em uma cadeira.
- Idiota, você disse que estava voltando.
- Foi mal, eu tive alguns problemas... quem é ele¿
- É o irmão da garota, ele foi o homem que invadiu minha casa e quebrou
o computador, ele me disse que tinha que destruir todas as imagens
daquele desenho por que alguém queria eles, e nós fomos atacados eu
não sei nem como por uma mulher, ela arrebentou os vidros com um grito
e aí corremos pra cá nós não sabemos o que está...
- Essa mulher foi um experimento fracassado, sinto muito por ter causado
problemas aos senhores.
Um homem bem vestido entra na delegacia, dois homens fortemente
armados entram junto, John o reconhece facilmente como o líder do
grupo do C.
- É você, o C.
- Eu nem sei por que esse nome pegou, podem me chamar de Clarence, eu
prefiro, não precisam se preocupar comigo ou com meus homens, nós
temos um alvo em conjunto, e ela está muito próxima daqui.
Terry puxa sua arma e aponta para Clarence, com um olhar sério ele
encara o homem.
- Eu acho melhor dar um tiro na sua testa e depois lidar com ela.
Uma faca voa até Terry, ele apenas a nota quando ela atinge a madeira da
parede ao seu lado, o susto o faz abaixar a arma.
- Se eu quisesse os senhores mortos eu não ia precisar nem falar com
vocês, eu tenho um acordo a propor, nós damos um jeito na mulher que
está vindo e eu vou embora sem matar nenhum de vocês.
John olhava fixamente para o homem, ele era muito intimidador, ele se
distrai quando seu telefone toca, Clarence sorri e aponta para ele.
- Melhor entender senhor penetra.
John puxa seu telefone e tudo o que escuta é a voz do Windowman
dizendo “Confie nele por enquanto, ela é perigosa” John volta a olhar para
o homem, em seguida o detetive se aproxima de Terry.
- Melhor fazermos isso, vamos colocar as garotas junto com a Denise e o
irmão dela cuida das mulheres, nós e eles damos um jeito no que está
vindo.
Terry olha um pouco para John antes de assentir com a cabeça e levar
Emmy para dentro da sala, Damian pega sua irmã e também leva para
dentro, não antes de lançar um olhar furioso para Clarence, que o
responde com um sorriso sádico, assim que todos entram Terry puxa
Thomas pelo braço e olha fixamente para ele.
- Eu não sei quem você é, mas se ama sua irmã tem que manter ela
segura, então não saia daqui por nada até que eu ou ele voltemos.
O homem assente e em seguida puxa sua irmã para trás da mesa, Denise
tinha se arrastado até um canto enquanto Emmy que segurava uma mala
estava na porta olhando para John e Clarence, os dois homens tinham se
aproximado.
- Hum, sinto cheiro de morte vindo de você garoto, se fosse um criminoso
seriamos bons amigos.
- Acho que seria melhor morrer do que ser amigo de um merda como
você.
- Fico lisonjeado pelo elogio, agora vamos nos focar em matar aquela
vadia de uma vez.
- Você sabe quem ela é¿
- É uma pessoa que eu dei uma chance de ser minha, mas ela falhou,
preferiu me enganar e trair, então ela se tornou o nome ideal para testar
minha dose mais potente, mas eu estava indo pelo caminho errado
mesmo, só que ela diferente do seu amigo morto manteve um traço de
sanidade, pena que ela focou tudo isso em me matar, parece até que ela
me odeia.
O homem gargalha enquanto uma voz estridente pode ser ouvida ao
fundo, ele se vira para a entrada e puxa uma pistola, os dois homens
apontam suas armas para o lado de fora também, John e Terry puxam
suas pistolas e observam atentamente cada movimento vindo da porta.
- Cuidado senhores o que ela mais sabe fazer é enganar.
Assim que Clarence termina de falar uma mulher entra pela porta, John se
assusta ao notar Emmy entrando, rapidamente entendendo o que
Clarence queria dizer ele levanta a arma e a mira na cabeça do alvo, mas
Terry entra em sua frente.
- É a Elizabeth imbecil, não atira.
- Não Terry, não é ela, sai da frente.
Terry acerta um soco em John, e o empurra para trás, o primeiro homem
corre até a mulher gritando “pai, você está vi...” a mulher o segura pela
garganta, com unhas afiadas ela perfura completamente o pescoço do
homem, que cai estrebuchando no chão, ela olha diretamente para
Clarence, o homem dispara diversas vezes na mulher, atingindo sua
cabeça cinco vezes, a mulher pende para trás mas logo volta a sua posição
natural, Daniel dispara dezenas de vezes mas a mulher salta sob o local de
disparo do homem e cai sob ele, antes de conseguir atingi-lo, Clarence a
empurra com força, a mulher é arremessada até o outro lado do pátio e
cai de costas no chão, Daniel se levanta novamente, enquanto isso John
empurra Terry e o prende contra a parede.
- Você é o gênio aqui caralho, pensa um pouco, o que sua mulher estaria
fazendo aqui¿!
Terry para de se debater e olha novamente para a mulher, ele nota que
não era mais Elizabeth e sim uma mulher suja de cabelos escuros, ele puxa
sua arma e atira nela, a acertando no peito, a mulher cai no chão mas logo
se levanta de novo, John corre até Clarence e ambos disparam na mulher,
que é atingida algumas vezes, caindo no chão duramente, antes de
poderem fazer algo a mulher fica de quatro e corre para o andar de cima
da delegacia, John se vira para Clarence.
- Como se mata isso¿
- Seu soubesse eu já teria matado, eu já atirei, pus fogo, explodi, e ela
volta a se regenerar.
John se irrita com a frase, mas um estrondo de explosão o retorna à
realidade, a luz da delegacia é desligada, o escuro era imenso do lado de
dentro, Terry e John ligam as lanternas de suas armas enquanto Emmy
acendia a do seu telefone, John se desloca rapidamente até a porta da
sala de Denise e se aproxima de Emmy.
- Fiquem aqui em baixo, nós vamos dar um jeito nela lá em cima.
Emmy assente e John corre até Clarence e Daniel, que já estavam
começando a subir as escadas, Terry ia logo em seguida, no andar de baixo
Elisa acorda subitamente, Damian a abraça e olha em seu rosto.
- Você está bem irmã¿
- S... sim, ela está aqui não é¿
- Eles vão dar um jeito nela, vem comigo.
Elise e Damian passam em disparada pela porta e tentam sair correndo da
delegacia, mas no meio do pátio um grito estridente faz Elise cair no chão,
Damian tenta levanta-la mas a garota estava abalada demais para andar,
no andar de cima John, Daniel e Clarence atiravam na mulher, que caia e
se levantava sempre, Terry havia entrado dentro da sala de armas para
pegar uma escopeta, assim que a pega Terry nota que a mulher tinha
corrido até ele, o detetive tenta se proteger mas a mulher o empurra, ele
acerta violentamente as costas contra o armário de armas e cai, a mulher
se vira para Daniel, o homem a atinge diversas vezes na cabeça com sua
metralhadora mas ela não cai, a mulher usa suas unhas para cortar o
braço esquerdo de Daniel, que cai no chão com a dor do golpe, John e
Clarence estavam nas escadas atirando, a mulher salta sobre os dois e
corre até Elise, Damian tenta se por entre a mulher e sua irmã, mas a coisa
pula sobre ele e com Elisa o olhando a mulher finca seus dedos no peito
de Damian, o garoto grita de dor, a mulher aproxima seu rosto do rosto do
rapaz.
- Você me atrapalhou por tanto tempo, e não conseguiu nada, você é
patético.
Com sangue saindo pela boca o rapaz sorri, olhando para sua irmã.
- Claro que consegui, você vai morrer hoje, e seu algoz está bem na sua
frente.
A mulher levanta sua mão direita e a aponta para o rosto de Damian, mas
antes de poder atingi-lo uma machadada a decapita, sua cabeça voa pelo
pátio, bufando atrás dela estava Emmy, rapidamente a garota joga o
corpo velho e sujo da mulher para longe, Elise se arrasta até ficar próxima
de seu irmão, Damian já não conseguia se mover, ele usa todas as suas
forças para chegar no ouvido de sua irmã mais nova.
- Viva por mim irmãzinha.
O corpo do homem cai novamente no solo, Elisa chorava enquanto
abraçava seu irmão, Emmy gentilmente pega a menina pela cintura e a
afasta do corpo ensanguentado de seu irmão, ambas saem da delegacia,
John e Clarence descem logo depois, John nota o corpo de Damian e o
rastro de sangue da machadada de Emmy, mas não vê o corpo da mulher,
um som de algo sendo mastigado vindo da sala de Denise chama a
atenção dos dois homens, John entra correndo pela sala, e nota em um
canto o corpo de Denise sendo dilacerado pela mulher, Clarence atira
novamente nela, mas dessa vez a mulher não se move com o disparo, ela
solta um grito que faz John cair no chão, Clarence cai para fora de sala e
tenta se levantar novamente, mas a mulher se move rapidamente até ele
o atinge no ombro, cravando dois dedos no local, o sorriso do homem fica
maior com a dor, a mulher olhava fixamente para ele.
- Sempre sorrindo não é sua serpente¿
- A vida tem que ser encarada com um sorriso senhorita, se não, por que
vivemos não é¿
A mulher crava mais um dedo no ombro de Clarence, mas ao tentar
machuca-lo mais Terry dispara um potente tiro em sua cintura, um buraco
imenso cresce na região, a mulher solta Clarence e cai no chão, o homem
se afasta dela, ao notar que a mulher não tinha se recuperado bem do tiro
Terry a atinge mais uma vez, só que em sua perna direita, a perna explode
com o tiro, a mulher berra de dor, Terry se aproxima mais para poder
atingir sua cabeça mas a coronha da arma de Daniel o acerta, ele cai
desmaiada no chão, Daniel ajuda Clarence a se levantar, o homem olhava
fixamente para a mulher no chão, o corpo dela se recuperava lentamente,
Clarence se aproxima até próximo do rosto dela.
- Obrigado, eu precisava de alguém que tinha conexão com o outro lado,
ainda bem que eu tenho alguém que faz isso e ainda se recupera dos
danos, Daniel! Vamos leva-la conosco, pegue o corpo do outro também.
Daniel rapidamente leva o corpo de seu colega morto embora, em seguida
arrasta a perna ainda boa da mulher até o carro, em seguida chama
Clarence para irem embora, John estava começando a se levantar,
Clarence vai até ele e olha em seus olhos.
- Nos veremos de novo detetive, espero que seja tão emocionante quanto
foi hoje.
Clarence sai da delegacia sorrindo enquanto John tentava se levantar aos
poucos, ao recobrar totalmente a consciência ele nota Terry desmaiado
no chão, ele corre até o amigo e nota que ele está bem, em seguida John
vai para fora da delegacia, ele observa que Clarence tinha ido embora com
Daniel, mas nota que Emmy e a Elise estavam próximas a porta.
- Tudo bem¿ o que aconteceu¿
- O cara pegou o corpo do amigo deles e jogou no porta malas, em seguida
ele pegou aquela coisa horrível e jogou lá dentro também, eu e a Elise nos
escondemos e logo depois aquele homem desceu gargalhando e entrou
no carro, eles saíram não sei pra onde.
John volta sua visão para a rua, ele vai até a porta da delegacia e a soca
com força, a porta se abre completamente pelo soco de John, do lado de
dentro Terry estava começando a se levantar enquanto os corpos de
Denise e Damian eram visíveis, John sabia a partir desse dia que todas as
suas imaginações estavam corretas, e que sim, existiam pessoas ruins e
monstros no mundo, e o pior deles até aquele momento, se chamava
Clarence.
John, Terry, Emmy e Elisa estavam do lado de fora da delegacia, o silêncio
era constantemente interrompido pelo choro de Elisa, Emmy tentava
consolar a garota enquanto os dois policiais conversavam.
- Como a gente vai limpar essa bagunça¿ dois corpos, diversos buracos de
bala, eu não sei o que fazer.
O som do celular de Terry o faz parar de falar, o homem pega seu telefone
e atende, a voz do windowman podia ser ouvida do outro lado.
- Pegaram a mulher¿ Como o Damian está¿
- O garoto morreu, a mulher foi levada por Clarence e seu homem, o outro
foi morto e também foi levado, a garota está bem e segura.
- Merda! Eu vou até a casa de um de vocês, levem todos até lá, eu tenho
uma equipe para limpar tudo o que for possível no local e a mídia não vai
ficar sabendo de nada além de uns tiros na delegacia.
Terry se aproxima de John.
- Meu carro está perto, vamos pra minha casa ou pra sua¿
- A minha com certeza, melhor deixar sua mulher fora disso, mas e a
delegacia¿ Como as coisas vão ficar¿
- O Windowman vai dar um jeito eu espero, temos que confiar nele por
que não tem outra alternativa, vamos logo.
John vai até Emmy e a pede para erguer Elise, gentilmente Emmy a
obedece, mesmo com um pouco de resistência Elise a obedece, todos os
quatro entram no carro e ele sai da delegacia, no meio do caminho eles
cruzam com diversas vans indo até a delegacia, pouco tempo depois John
chega em sua casa, todos entram, a casa estava com os vidros da frente
quebrados e a porta arrombada, John leva Elise até a cama e ela se deita,
ao voltar para frente John volta pra a sala, bem a tempo de ouvir a
campainha tocar, Terry vai até a porta e a abre, do lado de fora duas
pessoas o aguardavam, o homem que ele havia visto e Kyle, que estava
enfaixado e apoiado em uma muleta, o homem olha para Terry e fala.
- Espero que estejam prontos para ver o outro lado da janela senhores.
Um carro vermelho estava capotado ao lado de uma estrada escura,
homens armados procuravam por alguém, próximo dali duas pessoas se
escondiam em uma pequena plantação de milho, um deles sangrava no
chão enquanto o outro observava atentamente os três, o outro rapaz se
apoiava no braço do outro.
- Quem são eles¿ por que estão fazendo isso¿
- São homens dele, que merda.
- Homens de quem Jacob¿
- Fique de cabeça baixa, eles estão aqui para matar você, eu não os
conheço, mas sei quem deu a ordem.
- Quem foi¿
- Windowman.
Capitulo 4- Veritas¿

John e Emmy estavam sentados juntos, Emmy se apoiava no ombro do


detetive observando a entrada dos dois homens, Kyle entra devagar
utilizando a muleta, em seguida o alto homem se senta em um sofá, Terry
vai para dentro da casa e se apoia em uma parede mais distante, o velho
homem se dirige até o centro do cômodo, observando todos que estavam
presentes, seus olhos azuis frios observavam atentamente cada trejeito
das pessoas ali presentes, o homem respira profundamente, se
preparando para falar algo.
- Primeiramente eu gostaria de me desculpar com vocês por ter sido
pouco claro sobre a situação na qual nos encontramos...
- Suas desculpas não vão trazer ninguém de volta, diga logo o que é tudo
isso e o que o Clarence planeja fazer.
O homem se senta em uma cadeira observando o rosto de John enquanto
tentava digerir as palavras lançadas pelo homem.
- Certo... Acredito que tenham ouvido algumas vezes a palavra eco, um
eco é uma fonte, como um tipo de corrente que tem uma capacidade de
destruição enorme, não sabemos de onde ela é nem o que a faz ser o que
é... a nossa única certeza é que o senhor Clarence quer utilizar um eco
super poderoso para algum fim terrível.
- Como aquela mulher era tão forte¿ Ela parecia com o Mack antes de
morrer.
- Sim, quando nós usamos tanta energia para criar um eco, nós deixamos
algo lá, acreditamos que seja a parte humana de nossas mentes, todas as
pessoas pelas quais já tivemos contato quando passaram por algo assim se
tornaram como eles, seres que desejam matar e destruir, mas existem
pessoas que não perdem a sanidade quando criam um eco, cremos que
sejam uma minoria ínfima, não passaria de meio porcento, acreditamos
que seja isso que Clarence deseja, por isso ele foi atrás da menina que
está no quarto, agora podemos protege-la... temos que tira-la do alcance
dele.
- Ele pegou a mulher, ele pode usa-la¿
O velho se vira para o lado de Terry, observando o homem que tinha feito
a pergunta para ele.
- Acreditamos que não por enquanto, ela não tem a capacidade de criar
um eco como a jovem, ela apenas pode usar um para elevar suas
capacidades físicas assim como o senhor Maxsuel fez.
- E o garoto, ele estava trabalhando para você pelo que ele disse, parece
que a mulher já um problema antigo seu.
O homem se vira para Emmy, a lançando um olhar triste, como se tivesse
perdido um amigo próximo.
- Sim... nós estávamos trabalhando juntos para detê-la, ela apareceu há
dois anos, o garoto já estava trabalhando conosco nessa época, ele foi
atrás dela, ambos saíram do país, ele voltou há seis meses procurando sua
irmã que tinha ido para um orfanato após a morte dos pais dele, mas ela
se escondeu de todos muito bem, a mulher voltou para o país hoje, então
cremos que ela agiu rápido e tinha como objetivos matar ele e o Clarence
em seguida, após isso cremos que ela desejava usar a jovem para algum
fim.
- A culpa dele ter morrido é sua!
Uma garota ainda com lagrimas nos olhos olhava furiosamente para o
homem, rapidamente ela pega uma pequena caixa de madeira que ficava
sob a mesa de John e a arremessa contra o homem, ele não se defende e
a deixa atingi-lo, a garota rapidamente corre até o homem, sem
dificuldades ele a segura pelos braços e olha em seus olhos.
- Eu aceito a culpa por ter feito isso, você tem o direito máximo de me
odiar, mas preciso que confie em mim e vá conosco, se o C a pegar o
sacrifício de seu irmão por nós será em vão, me ajude a deter o C e sua
equipe por favor.
As lagrimas da garota voltam a cair, ela chora por cerca de dez minutos
antes de cair no sono no colo do homem, ele a pega e vai até a porta,
Terry rapidamente o segue.
- Pode me levar para casa¿ E também acredito que tenhamos mais a
conversar.
O homem assente com a cabeça e sai da casa, Kyle se levanta também
mas sente uma dor e volta a cair na poltrona.
- Tem um quarto de hospedes aqui Kyle, vá até lá e descanse, amanhã
você volta pro hospital, ele disse algo para você enquanto te trazia¿
- Ele disse que se o C não for parado provavelmente todo mundo nessa
cidade vai morrer.
Kyle pega sua muleta e lentamente vai até a porta que estava fechada,
Emmy corre até ele e abre a porta, o homem agradece e entra no quarto,
fechando a porta logo em seguida, Terry estava saindo da casa quando foi
puxado por John.
- Tome cuidado com ele, eu não acredito que ele esteja sendo totalmente
sincero, ele sabe mais alguma coisa sobre esses ecos do que nos contou.
- Eu vou descobrir o que puder, cuida deles, nos vemos amanhã na
delegacia.
John assente e volta para dentro da casa, Terry entra em uma SUV preta
que sai em disparada, virando à esquerda e sumindo no fim da rua, John
observa o carro sumindo e após o carro fazer uma curva na rua mais a
frente John fecha a porta.
Alguém acorda subitamente, virando a cabeça de um lado para o outro
freneticamente e tenta se soltar, mas estava com seus braços amarrados
com correntes de aço, ao olhar para baixo a pessoa nota uma perna que
estava pela metade, se curando lentamente, o buraco em sua barriga
ainda estava um pouco aberto mas estava melhorando, ao olhar para
frente ela tenta observar o cômodo, uma fresta de luz era visível ao fundo,
ela atravessava o que pareciam ser duas portas grandes que estavam
fechadas , o cômodo era escuro mas era possível ver alguém observando-
a, uma sombra se ergue na penumbra e acenda as luzes, a pessoa
facilmente reconhece quem era.
- Olá querida...
Uma sonora gargalhada era ouvida, Clarence observava a mulher
amarrada com um sorriso claro em seu rosto.
- Eu achava que ia ter que matar uma criança, ainda bem que você
apareceu, agora podemos voltar a trabalhar juntos...
- Eu... nunca... vou te... obedecer!!!
O grito faz a cadeira tremer, o barulho das correntes batendo contra a
cadeira se irradiava para todas as direções dentro do cômodo o sorriso do
homem desaparece com a frase da mulher, ele anda lentamente até ela,
ao se aproximar o homem fica próximo a mulher, olhando diretamente
para seus olhos.
- Não se preocupe, eu não vou precisar da sua cooperação.
Clarence passa pela mulher e sai do cômodo, ao atravessar as portas ele o
nota que Daniel estava sentado em uma cadeira velha de metal
observando Clarence, o homem anda lentamente até seu subalterno.
- Eu irei começar isso em alguns dias, cuide dela enquanto isso, deixe ela
saldável, mas também nem tanto, eu não a quero causando confusão.
O homem assente e rapidamente entra dentro do cômodo, Clarence deixa
o local, ao virar um corredor ele sai em seu estacionamento, o homem
pega o elevador e entra, pouco tempo depois o homem chega em sua
casa ao ouvir seu irmão entrar Thomas deixa seu quarto e vai até seu
irmão mais velho.
- Que merda você está planejando fazer¿ Eu ouvi algo no corredor sobre
alguém no depósito.
- Não é da sua conta irmãozinho.
- Você é um lunático, eu vou sair daqui.
- Não!
Uma batida sob a mesa de pedra faz Thomas parar, o olhar raivoso de
Clarence era nítido.
- Nem você nem o Ezequiel vão sair hoje, ele está na cidade então vamos
manter as aparências por que ele vai matar vocês para tentar me atingir.
- O Ezequiel me ligou dizendo que estava em uma festa fora da cidade
junto com o...
- Porra! Onde¿!
- Perto da central de transportes, vinte quilômetros daqui mais ou
menos...
- Não saia daqui eu mesmo te arrasto com uma surra se você sair dessa
merda de casa.
Clarence corre para fora, ao notar que o elevador ainda estava descendo o
homem corre pelas escadas até o andar de baixo, rapidamente ele chega
no estacionamento, um homem estava parado próximo a uma BMW,
Clarence o joga para longe do carro e sai dirigindo em alta velocidade para
fora da cidade. Jacob puxava Ezequiel para longe do local onde o carro
estava, os homens estavam procurando eles atentamente, todos vestiam
coletes militares e armas com visão laser, Jacob nota que os homens
estavam se aproximando e se abaixa junto com Ezequiel, o jovem tentava
estancar o sangramento que saia de sua cintura, um homem estava cada
vez mais próximo deles, ao chegar a cerca de um metro dos dois o homem
se vira para o lado de trás, observando os outros dois de que estavam
procurando em direções opostas, rapidamente Jacob salta em direção ao
homem, o segurando pelo pescoço e o travando, o homem tenta resistir
mas cai no chão, Jacob o enforca com todas as forças, o homem
estrebucha por alguns momentos mas para de se mover, Jacob pega sua
arma e volta a se esconder, notando logo em seguida que mais quatro
homens haviam chegado, com isso os seis tinham se reunido rapidamente,
Jacob volta até seu colega e se esconde antes de ouvir algo vindo dos
homens.
- Alpha¿
Cinco dos homens estavam indo em sua direção, Jacob rapidamente
abaixa a cabeça de Ezequiel, se preparando para atirar, os homens
estavam a quase dois metros de distância quando um deles chama seus
colegas.
- O chefe quer uma foto do garoto morto, não atirem no rosto.
Alguns homens assentem com a cabeça, mas ao se virarem novamente
são surpreendidos por Jacob atirando, o homem dispara diversas vezes
contra os homens e logo em seguida corre até um pequeno lago que
ficava próximo, saltando dentro dele, três homens atingidos pelos
disparos caem no chão, outros dois se viram para Jacob e disparam contra
ele enquanto notam onde ele havia pulado, os dois rapidamente se
protegem e observam o local procurando uma boa posição de tiro, o outro
homem tenta voltar para o carro mas é atropelado por uma BMW preta,
Clarence salta do carro segurando sua pistola, rapidamente ele se
aproxima dos outros homens e atira duas vezes, os dois caem no chão
com um buraco na cabeça, Jacob observa bem e nota que era seu chefe,
rapidamente homem corre até Ezequiel, o levantando e levando até seu
chefe.
- Venham, temos que voltar para casa.
Jacob o obedece e entra na porta de trás do carro, Clarence se senta no
banco do motorista e sai em disparada de volta para a cidade, pouco antes
de um outro carro se aproximar com dois homens vestidos como os seis
que haviam morrido, um deles pega o telefone e diz apenas uma frase.
- O garoto saiu ileso, perdemos seis.
Windowman guarda o telefone após ouvir a mensagem, Terry o observava
atentamente, ao que aparenta tentando ouvir o que estava ocorrendo, o
homem solta o telefone e observa Terry.
- Um problema surgiu, tenho que me apressar e voltar para meu local de
encontro, eu garanto que protegeremos a jovem.
Terry permanece calado observando o homem, o carro para na frente do
apartamento de Terry pouco depois, o detetive salta do carro e observa
novamente o automóvel.
- Eu irei ligar para os senhores quando a situação se estabilizar ou o
Clarence voltar a se mover.
- Certo, eu aguardo contato.
A janela do carro se fecha e ele parte, deixando Terry em frente a seu
apartamento, o homem entra pela portaria, dentro do carro o velho
homem liga para alguém.
- Limpem tudo e vamos reagrupar, temos a garota, não vamos enfrentar o
Clarence por enquanto, deixem isso pra quando decidirem quem será
nosso defensor.
O homem desliga o telefone enquanto observa Elise dormindo
calmamente, com o rosto ainda molhado pelas lagrimas destinadas a seu
irmão mais velho, o homem se aproxima do motorista do carro e chega
próximo de seu ouvido.
- Vá até a central, vamos deixa-la com o médico.
Terry entra em seu apartamento, Elizabeth estava sentada em sua cama
conversando com sua irmã, assim que ela nota seu marido entrando, a
mulher larga o telefone e abraça seu marido fortemente, Terry aceita seu
abraço e a beija, os dois se sentam na cama.
- Você está bem¿
- Sim, as coisas vão ficar complicadas nos próximos dias meu amor, mas eu
juro que vou cuidar de você.
A garota não entende bem as palavras de seu marido, mas o abraça
novamente, uma chuva fina começava novamente a cair, o clima frio
estava ainda mais intenso, nuvens carregas avisavam uma intensa chuva a
caminho, John observava o céu enquanto Emmy estava sentada na sala
olhando para as costas do homem, John se vira para a garota e anda em
direção a jovem.
- Onde sua irmã está¿
- Ela foi dormir na casa dos meus pais, eu tenho que ir também.
Emmy se levanta e passa por John, mas ele a agarra pelo braço, a puxando
para próximo dele.
- Hoje você vai ficar por aqui.
John a beija, Emmy não resiste e o abraça forte, o homem fecha a porta e
anda com a garota até a porta de seu quarto, John solta a garota na cama
e se vira para a porta, a fechando e se virando novamente para a garota, o
homem se aproxima de Emmy, mas ela o afasta um pouco, virando seu
rosto para o lado.
- Eu não quero que você faça isso de novo.
- Eu sei, por isso que eu quero que você fique comigo, sai da casa da sua
irmã e venha morar aqui, eu quero viver com você a partir de agora.
Uma lagrima escorre do rosto da garota, John se aproxima de novo e a
beija, a garota não resiste e o abraça aceitando suas aproximações, John a
deita na cama e volta a beija-la, a chuva tinha ficado um pouco mais forte,
diversos raios eram visíveis ao longe, sons de trovão a distância podiam
ser ouvidos, um carro em alta velocidade ziguezagueava na zona rica da
cidade, Clarence dirigia observando atentamente a rua enquanto Jacob
tentava estancar o sangramento que surgia da cintura de Ezequiel,
rapidamente o carro entra na garagem de um luxuoso prédio, o carro para
bruscamente, Clarence salta do carro e abre a porta do automóvel,
puxando seu filho para o lado de fora, sem dificuldades o homem coloca o
magro garoto em seu ombro e o leva até o elevador, apertando o botão
número doze, dez segundos depois a porta se abre, alguns apartamentos
eram visíveis, o homem chega até um com o número cento e dois escrito,
ele deixa seu filho ao lado da porta e a chuta, um homem com macacão
branco se assusta com sua porta sendo arrombada, ele se levanta e anda
até Clarence.
- Meu deus Clarence, por que você fez isso¿
- Meu filho sofreu um acidente, quero que cuide dele.
O homem olha para o lado da porta, ao notar o jovem ele o segura pelo
ombro e o leva para dentro, assim que ele o põe deitado em uma maca no
meio de sua sala Clarence deixa o apartamento, voltando em direção ao
elevador, o homem anda até ele novamente.
- Não vai ficar para ver seu filho¿
- Ele é um Evans doutor, meu filho não morreria por uma brincadeirinha
do Windowman.
O homem entra no elevador e aperta o botão da cobertura, a porta se
fecha, o doutro entra novamente em seu quarto e fecha a porta, uma
chuva forte começa a cair enquanto o céu brilhava com a quantidade de
raios que caiam, a temperatura estava completamente gélida, não era
possível ver pessoas pela cidade, uma van dirigia em alta velocidade pela
cidade, três homens dentro dela gritavam e riam enquanto um outro
dirigia com medo.
- Esses merdas da polícia tão fodidos, mais um riquinho pra nossa coleção.
- Dirige mais rápido seu merda, se a gente não sair logo daqui eu vou
matar você.
Assustado o jovem acelera ainda mais, logo todos estavam dirigindo em
uma estrada escura fora da cidade, apenas a luz dos faróis da frente dava
ao motorista um pequeno senso de direção no meio do temporal, mas
não o bastante para notar alguém andando no meio da estrada, o carro o
atropela e desliza rumo as árvores a direita da estrada, o carro bate de
lado em duas arvores e trava bruscamente, os três homens sentados na
parte de trás da van caem, o motorista abre os olhos cerca de um minuto
depois do acidente, ao se virar para o lado ele nota um homem raivoso o
observando.
- Sai...da... porra....do carro!
O garoto salta do carro e cai ajoelhado no chão, os três homens saem
tontos do automóvel, um deles carregava uma doze e rapidamente a
coloca na cabeça do jovem, o garoto tremia e chorava.
- M... me perdoa... por favor.
Os três homens riem do pedido desesperado do jovem, o homem com a
arma se aproxima do ouvido do jovem.
- Merdas merecem morrer seu lixo.
O homem se levanta e recoloca a arma na cabeça do jovem, o garoto
fecha os olhos fortemente, aguardando seu destino, quando ouve um
grito alto de dor, ao reabrir os olhos ele nota um homem alto e forte em
frente a um de seus colegas, o homem estava com o punho afundado no
peito do homem, os outros três apenas observam enquanto seu colega cai
no chão sem vida, o homem se vira para os outros dois, eles observam o
rosto do homem e um deles o reconhece.
- É você... seu filho da puta de m...
O homem não consegue completar sua frase, sua cabeça decepada voa
pela estrada, o outro homem observa tremendo, mas rapidamente
recupera seus sentidos e atira com sua doze em direção ao homem, mas o
tiro apenas atinge a van, o homem se vira freneticamente a procura de
seu alvo, mas nota que ele estava atrás dele, ao se virar ele é atingindo
por um soco do homem, seu corpo voa a atinge a van, amassando
completamente sua lateral, o corpo do homem cai, o jovem nota um
buraco no rosto do homem, ele se vira para o outro e nota que ele não
estava se movendo, o jovem se levanta e observa o homem.
- Quem é você¿
O homem se vira para o jovem, o garoto podia notar algo saindo do corpo
do homem, algo que se parecia com uma sombra, mas era vibrante e se
movia como fogo, aquilo saia das mãos e pés do homem, o garoto nota ao
se focar mais no rosto do homem que seus olhos estavam roxos e uma
sensação de escuridão o atingia quando ele o observava. O garoto tremia
um pouco, mas estranhamente não sentia algo ameaçador vindo do
homem, apenas um vazio e uma escuridão que surgia de seu corpo, o
homem dá um passo rumo a estrada, as luzes do carro falham, deixando o
jovem apenas com a escuridão, a única coisa que ele via eram os olhos
roxos e vibrantes do homem se destacando na escuridão.
- P... penumbra...
A luz da van volta acender, o garoto nota que o homem havia
desaparecido, deixando-o com os três corpos no meio da estrada, o
garoto rapidamente pega seu telefone e chama a polícia, ele se senta do
outro lado da estrada, e observa o céu carregado, ainda se perguntando
quem era aquela coisa.
John se levanta bruscamente, ao se virar ele nota que ainda era noite,
Emmy o abraçava enquanto dormia com a cabeça sob seu peito, com
cuidado John se levanta e ajeita o corpo da garota, a cobre e sai do
quarto, assim que deixa o cômodo John sente um arrepio grandioso,
rapidamente o homem volta a seu quarto e pega seu sobretudo, ao sair
novamente ele nota Kyle sentado na cozinha trocando suas ataduras do
peito, o detetive anda até o homem.
- Tudo bem¿ precisa de ajuda¿
- Não, eu já... acabei.
O homem se levanta da cadeira e volta a se apoiar em sua muleta, John
anda até ele e oferece apoio para leva-lo ao quarto, o homem aceita a
ajuda e ambos andam até o quarto de hospedes, Kyle se senta na cama
enquanto John anda até a porta.
- Ei, obrigado por me deixar ficar, não quero preocupar minha irmã com
isso.
- Tudo bem, mas trate de voltar pro hospital amanhã, você não tem
condição de fazer nada nesse estado.
John anda até a porta e começa a fecha-la.
- Uma coisa antes, você confia no que o Windowman disse¿
- No que ele disse sim, mas nele... nem um pouco.
John fecha a porta e volta para a cozinha, ao se virar para ela John nota
algo que se parecia com uma silhueta humana do lado de, seus olhos
eram estranhamente roxos e a pessoa parecia estar o observando, John
rapidamente corre até o lado de fora, a chuva forte caia em seu rosto, o
homem não estava mais lá, John anda rapidamente até o local onde o
homem estava o observando e olha para dentro, o homem estava dessa
vez do lado de dentro da casa, seus olhos roxos eram nítidos, mas John
não conseguia reconhecer seu rosto, o homem segurava algo em sua mão
esquerda, John treme quando nota a direção seguida pelo homem, John
corre novamente para dentro, empurra a porta e corre até o quarto dele,
ao chegar lá ele se acalma, não havia ninguém além de Emmy, John se
apoia em seus joelhos e respira profundamente, ao olhar para baixo ele
nota algo no chão, ele se abaixa e pega o objeto, era um pequeno anel
preto com uma joia roxa no meio, não tinha nada de especial nele, mas o
brilho estranho da pedra atraia John, o homem observa um pouco o
objeto mas ele retorna a realidade quando Emmy o chama.
- John, vem pra cama e fecha essa porta, vai ficar resfriado por esse frio aí
fora.
- Já vou, só tenho que fechar a porta
John se vira e anda até a porta da frente, ele observa uma última vez o
lado de fora e a fecha, em seguida John entra no quarto e fecha a porta,
deixando o anel sob sua mesa, John se deita ao lado de Emmy e a garota o
abraça, os dois voltam a dormir rapidamente, o clima estava melhorando
no decorrer da noite, apenas o frio incessante que permanecia imutável
pairando sob a cidade.
Jacob estava sentado em uma mesa de bar observando as pessoas que
passavam, haviam poucas no local, apenas o barman e outros dois
homens, chuva forte caia do lado de fora, os homens riam alto enquanto
assistiam um jogo de futebol, com a atenção desviada Jacob quase não
nota quando Daniel se senta à sua frente.
- O... oi, você pa... parece cansado.
- Eu sei, eu acho que uma semana não é o bastante pra superar o que
aconteceu naqueles dias de merda.
- S... sua folga a... acabou, v... vamos.
Jacob levanta sua cabeça de cima de mesa e observa enquanto o homem
se levanta e o entrega seu telefone, Jacob pega o telefone e o coloca em
seu ouvido.
- Oi.
- Venha até minha casa Jacob, meu filho quer te ver e nós temos algo
importante a discutir.
A ligação é interrompida, Jacob se levanta da cadeira e segue Daniel até
seu carro, os dois homens entram e o carro sai da frente do velho bar, em
casa Clarence andava de um lado para o outro, como se aguardasse algo
importante, Ezequiel estava deitado em seu sofá, com sua cintura
enfaixada, ele assistia televisão e comia cereal enquanto seu tio lia
próximo dali, os três homens não conversavam, apenas alguns olhares que
tanto Ezequiel quanto Thomas eram lançados sobre Clarence, o homem
finalmente para de andar pelo corredor e anda até o sofá, se sentando ao
lado de seu filho, o garoto se afasta para dar espaço ao pai.
- O senhor parece ansioso.
- Eu¿ eu não estou ansioso, apenas estou aguardando por algo.
O garoto dá de ombros e volta a assistir à televisão, nela passava um
noticiário falando sobre uma onda de ataques a criminosos, com diversos
mortos e feridos e que um nome estava ficando popular entre as pessoas
ruins da cidade, a penumbra, Clarence vira seus olhos para a televisão
quando ela mostra uma imagem do suspeito, um homem vestindo uma
roupa negra que estranhamente carregava algo estava entrando atacando
homens em um bar de punks ao sul da cidade, o interesse do homem logo
se perde quando os comerciais começam, Clarence se levanta novamente
e anda até a porta da frente, ao abri-la ele nota Jacob e Daniel se
aproximando, um sorriso cresce em seu semblante, rapidamente o
homem anda até seu escritório e fecha a porta, os dois homens entram
pela casa logo em seguida, rapidamente Daniel anda até o escritório e
entra, Jacob para ao notar Ezequiel deitado na cama, o jovem se assusta e
rapidamente se ajeita no sofá, com seu rosto corado, o homem se senta
ao seu lado.
- Você parece melhor, apesar de ter sido atormentador eu me diverti
muito na sua festa.
O rosto do garoto cora ainda mais ao se lembrar dos acontecimentos da
festa, ele e Jacob dançavam animadamente, o garoto vestia uma camisa
curta que acabava próxima ao fim de seu peito e uma calça legging
apertada, ao se virar novamente para o homem ele sente quando Jacob o
agarra e beija fortemente, ao relembrar o garoto se senta na cama e
desvia o olhar do homem.
- S... sim, foi não é, eu a... adoraria sair do novo c... com v... você.
O sorriso de Jacob atraia o olhar de Ezequiel, que estava com o rosto
avermelhado, o homem se aproxima rapidamente de seu rosto e chega
com o a boca até próximo de seu ouvido.
- Eu não prometo me segurar na próxima vez.
O homem rapidamente se levanta e deixa a sala, o garoto estava corado
observando Jacob enquanto ele rapidamente anda até o escritório, ao
entrar ele nota Daniel entregando algo para Ezequiel, rapidamente Jacob
se aproxima de seu chefe e observa o que era o objeto.
- Um novo livro senhor¿
- Não exatamente, é mais um manual, ele me ensinou muito sobre o outro
lado e sobre os ecos.
- Vai usá-lo em algo¿
- Logo, mas temos coisas mais importantes a tratar.
- Certo então, o que o senhor deseja que eu faça¿
- Quero que observe, um dos traficantes da gangue dos coelhos morreu
ontem em uma boate, quero que vá até lá e veja o que aconteceu.
- Tudo bem, mais alguma coisa¿
- Não, apenas fique em alerta, posso precisar de você a qualquer
momento a partir de agora Jacob.
Jacob e Daniel deixam a sala e rapidamente o prédio, Daniel se senta no
banco do motorista enquanto aguarda a entrada de seu colega no veículo.
- O... onde vamos¿
- Primeiro a delegacia, acho que nossos amigos detetives vão pra lá, se sim
iremos segui-los e ver o que acontece.
Os dois homens entram no carro e dirigem até a delegacia, chegando bem
a tempo de observar o homem entrando pela porta da frente, os dois
desligam o carro e observam a entrada, em seguida ambos notam o carro
de John parando na frente do prédio, o homem salta do automóvel e
entra também.
Assim que entra no prédio John nota Terry em pé observando a estrutura
do prédio.
- Tem algo no prédio¿
- Eu vim aqui no dia seguinte do ataque da mulher, e tudo estava em
ordem, ainda não consigo acreditar nisso, o cara simplesmente evaporou,
e a Denise aparentemente mudou de cidade pra algum lugar ao sul do
país, eu não sei quem são, mas os homens do Windowman têm mais
poder do que eu pensava.
John abaixa a cabeça repentinamente, observando o local onde ficava a
sala da Denise, nenhum sinal de destruição e apenas um nome escrito em
uma placa na porta, “Tenente Rodriguez”, assim que John identifica o que
estava escrito a porta se abre, Lucas deixava a sala com suor escorrendo
em seu rosto, o homem rapidamente se dirige aos dois colegas que
estavam parados no meio do pátio.
- Ela quer falar com vocês, o capitão deu liberdade total pra ela, boa sorte
pra vocês, eu tenho que ir.
Lucas rapidamente sai da delegacia, John e Terry rapidamente andam até
porta, um som de telefone tocando do lado de dentro faz os dois pararem,
mas logo uma voz feminina os chama a atenção.
- Podem entrar senhores.
Terry toma a frente e abre a porta, uma mulher negra com um olhar sério
e uma feição sisuda observava enquanto a dupla entrava no cômodo, seu
cabelo era grande e armado, ela usava sua farda e estava com o telefone
em seu ouvido direito, balançando a cabeça a mulher aponta para duas
cadeiras que ficavam em frente a sua mesa, John e Terry se sentam, Terry
a observava atentamente, enquanto John olhava para baixo distraído, o
som do telefone sendo desligado faz John voltar a observa-la.
- Muito bem, eu me chamo Sarah Rodriguez, fui mandada para sua
delegacia para coordenar e ajudar a profissionalizar o trabalho dos
senhores, eu soube que vocês são os mais prestativos agentes dessa
delegacia, gostaria de avisa-los que as coisas não iram mudar muito para
vocês, porém todo o seu entorno se tornará diferente, teremos menos
homens aqui e mais pessoas na rua, além de que...
John se levanta e deixa a sala da mulher, rapidamente se dirigindo a porta
da frente da delegacia, ele se surpreende ao notar quem estava entrando.
- Você voltou pra cá então¿
Kyle ainda mancava, mas parecia muito melhor do que na semana
anterior, o homem lentamente se aproxima de John e coloca sua mão sob
seu ombro.
- Não sei por quanto tempo, mas vou tentar ajudar.
A mulher rapidamente surge atrás de John, afastando o homem, John se
vira para a direita e observa quando a mulher estenda a mão para Kyle, o
homem aperta sua mão e sorri, assim que a solta a mulher se vira para
John e Terry.
- Você já deve conhece-lo, mas aviso que o senhor Kyle será meu
assistente por enquanto, gostaria que ajudassem ele a se acomodar por
aqui novamente, e também os senhores tem um caso.
- Caso¿ tão cedo assim¿
- Casos não escolhem hora senhor Terry, parece que um clube de
prostitutas foi atacado pelo tal Penumbra, mas parece que a forma de agir
do homem foi diferente, ele matou apenas uma pessoa, mas a forma com
que o homem morreu tem diversos requintes de crueldade, o local é
próximo à rua central, o nome do clube e “Luna”.
Assim que termina de falar a mulher entrega um relatório para John, em
seguida ela entra em sua sala e fecha a porta, John, Terry e Kyle andam
para fora, rapidamente eles entram no carro de John, o automóvel sai da
frente do prédio, em seguida, Jacob e Daniel ligam seu carro e começam a
seguir os outros homens, rapidamente John chega a rua onde ficava o
clube, a sua frente dois carros da polícia estavam parados, John aproxima
seu automóvel da construção e o desliga, Terry e Kyle descem do carro, se
dirigindo até a entrada, John desce logo em seguida, porém antes de
entrar ele nota um que um carro estava próximo, ele anda até ele mas
antes de poder chegar mais perto Terry o chama, John se vira e anda até
seu colega, logo todos estavam em na frente do Luna, na esquina da rua,
Jacob e Daniel observavam os dois homens de longe, ambos haviam
abandonado o carro assim que notaram as portas do carro de John se
abrindo, ambos notam quando os três homens entraram no prédio, John,
Terry e Kyle rapidamente notam dois policias conversando na entrada,
Kyle rapidamente se aproxima dos dois enquanto John e Terry viram a
direita no corredor e encontram a pista de dança, outros dois policiais
estavam observando as paredes, um homem sai de dentro de um
camarote e chama os dois homens, assim que chegam os dois notam algo
na parede, John se aproxima e observa a parede, uma mão estava pregada
na parede, com um semicírculo desenhado sob ela, John rapidamente
anda até a porta e nota um corpo, o homem estava deitado sob a mesa,
sem um braço e uma perna, a perna estava enfiada na barriga do homem,
suas tripas estavam penduradas sob a mesa, balançando de um lado para
o outro, ao chegar próximo ao corpo John nota algo, o homem estava com
algo dentro de sua boca, porém esta tinha sido lacrada com pregos John
chama o policial.
- Tem algo na boca dele, por que não abriram ainda¿
- Estamos esperando os legistas, e também isso tudo é loucura demais pra
um de nós querer ver o que tem dentro da boca desse homem.
- Imagens do suspeito¿
- Nada, não tem câmeras aqui dentro e do lado de fora ele não apareceu.
Terry se aproxima e observa o homem, mas sente uma gota caindo em
seu rosto, ao olhar para cima ele nota algo, um desenho feito com sangue
estava no teto, o sangue ainda pingava devido a umidade da parede, John
olha também para cima e imediatamente ele reconhece o desenho.
- Tudo bem amigo, assumimos daqui, pode ir.
O homem assente e deixa a sala, John rapidamente puxa Terry para perto
e observa o entorno, garantindo que ninguém ouviria a conversa dos dois.
- É igual ao desenho do quarto onde o Deffrel estava na mansão.
- Merda, eu vou ligar pro Windowman.
Terry rapidamente pega seu telefone e deixa a sala, John se aproxima do
corpo e o observa atentamente, ele nota que havia um local que não havia
sido pregado na boca do homem, ele percebe um pedaço de tecido
brotando do canto da boca do morto, com cuidado John puxa o objeto e
nota que era um pedaço velho de pano com algo escrito com tinta preta,
rapidamente o homem anda até a pia do camarote e limpa o pano, o
detetive tenta ao máximo tornar o pano límpido e visível, com dificuldade
ele consegue limpa-lo um pouco, assim que termina John leva o pano até
a luz do banheiro ele tenta reconhecer as letras mas não consegue nada
além de um “P”, John volta para o camarote e nota Terry com algo em
suas mãos, John se aproxima e seu colega aponta para fora.
- Acharam algo nos fundos, vem...
- O que o Windowman disse¿
- Nada de útil, ele não está sabendo de nada relevante na cidade, mas vai
colocar alguns homens investigando, o que tem aí¿
- Um pedaço de pano, estava dentro da boca do homem, o assassino
enfiou o pano no homem, ele deve ter deixado um recado pra alguém,
tem um P escrito aqui. Terry observa o pano e nota a letra, o homem
também percebe que além da letra haviam outras, mas estavam borradas,
o homem guarda o pano e o guarda em seu bolso, os dois homens deixam
o camarote, ao mesmo tempo os dois peritos da delegacia entram no local
para observarem o corpo, os dois homens notam Kyle observando a
fachada do local.
- Achou algo interessante¿
- Não, mas algo me intriga, a boate não tem câmeras, mas todos os
arredores tem câmeras que poderiam ter pegado o homem, mas pelo que
nos disseram ninguém o notou, então ou ele é um mágico ou estava na
equipe da boate.
“Mágico é uma boa descrição” John se assusta ao ouvir as palavras, ele
observa em volta, mas ninguém estava próximo para dize-las, e não
haviam saído da boca de Terry ou Kyle, seu colega se aproxima.
- Tudo bem¿
- Sim, eu só acabei me distraindo com um barulho.
- Só você ouviu pelo visto, bom... temos que achar algo, é impossível esse
cara ter entrado e matado o homem e fugido sem ninguém ter visto.
- Mas é exatamente isso que foi dito pelas dançarinas, em um momento
ele estava bebendo e em outro não tinha mais cabeça e estava naquela
posição, parece que o homem se moveu incrivelmente rápido.
- Talvez não Kyle, vem ver o que achamos nos fundos.
Os três policiais andam juntos até os fundos do antigo prédio, lá haviam
apenas caixas velhas, mas todos notam a porta dos fundos arrombada,
John olha em volta e nota que havia um descampado que tinha diversas
saídas no fundo do loca
- Ele deve ter entrado e saído por aqui.
- Verdade, bem pensado John, então ele entrou por aqui e isso explica
como ele driblou as câmeras, mas ainda não explica como ninguém notou
ele.
- Bom, eu vou ficar e ver o que os legistas tem a dizer, qual de vocês vai a
delegacia abrir o inquérito¿
- Eu vou, o John tem que organizar a casa pra chegada da mulher, e
também ele sempre é horrível em fazer qualquer coisa que não envolve
balas ou sangue.
- Se divirta então, quer uma carona pra delegacia¿
- Tem policias indo pra lá, pode ir pra casa.
John deixa o beco e se dirige até seu carro, em sua visão periférica o
homem nota alguém sentado em uma cadeira observando o trabalho da
polícia, ele não reconhece o homem então não vai até lá, rapidamente o
homem entra em seu automóvel e sai da rua estreita, ao virar a rua John
nota o que parecia ser alguém no banco de trás, o homem para o carro
imediatamente e olha para trás, porém não havia nada lá, o homem coça
a cabeça antes de se virar e volta a dirigir seu carro rumando para casa.
Sentado em uma cadeira na esquina da rua onde o assassinato havia
ocorrido Jacob observava os homens de longe, pouco tempo depois seu
celular toca, o homem rapidamente pega o telefone e atende à ligação,
uma voz fina e familiar.
- Oi, eu queria saber como você está e se você quer...
- Claro, me espere no café do centro as seis e meia, eu estou indo pra lá,
queria mesmo voltar a conversar com você.
Do outro lado da chamada a respiração do jovem estava pesada, seu rosto
vermelho com um sorriso preso a seu rosto deixava claro que ele estava
muito alegre com algo, Thomas rapidamente se aproxima de Ezequiel e se
senta ao seu lado.
- Deve ter acontecido algo muito bom não é¿
- A... acho que sim.
- O que seria¿
- Bom, eu...
Clarence deixa seu escritório e cruza o corredor, os dois homens o
observam enquanto ele deixa o apartamento e entra em seu elevador, o
homem aperta o “E”, o elevador desce além do subsolo, pouco depois as
portas se abrem e o homem o deixa, em seguida Clarence anda até uma
porta escrita “Depósito”, ele desce as escadas e chega até uma porta
grande de ferro, dois homens armados estavam a sua frente, ao notarem
que Clarence se aproximava ambos se afastam e abrem a porta, Clarence
a abre e em um pequeno deposito estava uma pessoa sentada em uma
cadeira de ferro, com amarras de metal e diversos cortes em seu corpo,
Daniel estava sentado em um caixote observando a mulher, o homem
salta e se aproxima de Clarence.
- E... ela não a... acordou dá última v... vez.
- Não faz mal, ela já está perto de ficar pronta, só falta mais um pouco.
A mulher subitamente tenta saltar da cadeira e se lançar contra Clarence,
mas não consegue mover muito a cadeira, Clarence sorri quanto nota a
raiva da mulher, rapidamente Daniel pega um pé de cabra e se coloca a
frente dela, mas é parado por Clarence.
- Saia, eu tenho algo para falar com ela.
Daniel obedece e deixa a sala, Clarence se abaixa e olha diretamente dos
olhos negros da mulher, ela parecia raivosa e cansada ao mesmo tempo.
- Eu sei que você não vai aguentar muito mais, então eu tenho uma
proposta para aliviar sua dor.
- Morra!!!
Clarence cai sentado no chão, mas gargalha quando nota a fúria da
mulher, o homem a observa um pouco antes de voltar a falar.
- Tudo bem... eu sei que você quer algo que eu tenho, então eu posso te
dar em troca de obediência.
O homem rapidamente anda até atrás da mulher, ele segura na cadeira e
a gira rapidamente, o homem a coloca em na frente da porta, em seguida
ele anda até a porta e a abre, um garoto entra na sala, uma criança magra
e loira, o jovem era bonito e tinha uma cara triste, assim que a mulher
observa a criança ela começa a chorar.
- Não!!! Eu não quero!
- Claro que quer, ele tem um eco nele, você pode sentir não é¿ Vamos lá,
do que você precisa para se recuperar hein¿
O homem sorri e saca uma pistola, em seguida ele a coloca na cabeça da
criança, a mulher furiosamente se debate na cadeira, o homem olhava
para ela com um olhar furioso.
- Ele precisa estar como para você usá-lo¿
- Para!!! Por favor!!!
Um som de tiro rompe os gritos desesperados da mulher, ela observa
quando a criança cai no chão, usando toda a sua força a mulher arrebenta
as correntes e se solta, Clarence da dois passos para trás, mas não
consegue se esquivar da mulher que salta contra o homem e o joga no
chão, porém ela subitamente para antes de fazer qualquer coisa, a mulher
aproxima sua boca do ouvido do homem.
- Morra, morra, morra, morra...
Uma gargalhada era ouvida pela mulher, Clarence rapidamente a empurra
para longe, a mulher cai de joelhos no chão e volta seu olhar de novo para
o homem
- Clarence!!!
- Meu deus... isso foi tão idiota... caramba eu não achava que isso daria
tão certo, bom... use logo, eu não tenho todo o tempo do mundo
A mulher olhava para Clarence com fúria em seus olhos, mas para quando
nota algo saído do peito da criança caída no chão, um pequeno liquido
negro escorre do nariz e do buraco da bala, enquanto um tipo de gás
emanava do peito dele, a mulher rapidamente salta sob a criança abrindo
seu peito violentamente, ela rapidamente puxa o que parecia ser uma
pequena pedra alaranjada e a engole, segundos depois todo o seu corpo
estava regenerado, enquanto isso Clarence a observava com um olhar
sádico.
- Muito bem, agora podemos começar...
- Eu vou te mat...
A resposta da mulher fica engasgada em sua garganta, ela não consegue
mais formular frases, seu cérebro estava se perdendo, sua visão estava
começando a se embaçar, o sorriso do homem estava adquirindo tons
estranhos, os olhos do homem estavam cada vez mais vibrantes, assim
que nota a perda dos sentidos se aproximando da mulher Clarence se
aproxima de seu ouvido direito.
- Que bom que você me traiu, poderia ser só uma mulher qualquer, mas
agora você vai ser a minha grande ponte para realizar meu desejo...
A cabeça da mulher cai, ela parecia estar em uma espécie de transe, dois
médicos rapidamente entram na sala e desamarram a mulher, Clarence
deixa a sala e vai até Daniel, que o estava aguardando.
- Os meus doutores vão prepara-la, me chame quando os médicos
acabarem, logo teremos uma nova conversa.
O sorriso do homem se abre ainda mais, Daniel assente e entra no
cômodo, rapidamente Clarence anda até o elevador, a porta se fecha
exibindo um sorriso sádico de Clarence, o homem rapidamente volta até
seu apartamento, ninguém estava mais na sala, Thomas estava lendo na
varanda, Clarence anda até seu irmão.
- Onde meu filho foi¿
- Foi ver um amigo, não sei se volta hoje.
- Amigo é...
- Você não vai atrapalhar ele também não é¿
- Claro que não, eu não ligo pra com quem ou o que meu filho faz, desde
que ele esteja preparado para fazer o que eu preciso no tempo certo.
- E o que seria¿
- O mesmo que o motivo de meus homens estarem falando de alguém
preso no depósito... não é da sua conta irmãozinho.
Clarence deixa seu irmão e anda até seu quarto, o silêncio paira sobre o
local, Thomas notava alguns pequenos raios de sol vencendo a crosta de
nuvens escuras que dominava a cidade, o clima estava começando a
esquentar um pouco, um raio de sol mais forte ultrapassa a janela do
quarto de John, o raio ruma até o rosto do homem que acorda tentando
se desviar da luz. John se levanta de sua cama, o clima permanecia cinza e
feio apesar das pequenas frestas de luz, John anda até sua cozinha e pega
um copo, em seguida o homem anda até sua pia e o enche com água, em
uma golada o homem o bebe, em seguida John anda até a sala e se senta
no sofá, o corpo do homem ainda estava cansado de ter trabalhado para
deixar sua casa arrumada, ele observa as janelas trocadas e se lembra dos
homens que vieram troca-las sem custo, ele sabia que ambos trabalhavam
para o Windowman, pouco tempo depois o seu telefone vibra, o homem
pega seu celular e atende.
- Oi.
- Investigamos tudo o que foi possível na boate, tenho boas e más
notícias.
- Quais então¿
- Bom... não encontramos nenhuma prova clara de quem seria o suspeito,
temos apenas o físico dele, um homem de estatura média, musculoso e
com uma força muito maior do que seu corpo sugere, porém temos algo,
uma câmera no fim da rua mostrou que ele veio andando e entrou pela
porta dos fundos como você tinha dito, mas não tem imagens dele saindo,
os legistas trabalharam no corpo e disseram que ele morreu após ter seu
pescoço quebrado, ao que aparenta foi a primeira coisa que o assassino
fez.
- Isso me parece alguém ficou igual aquelas coisas, você conversou com o
Windowman¿
- Sim, ele colocou pessoas investigando isso, ele disse que pode ser
alguém como a Elise, mas muito mais perigoso.
- Como a menina está¿
- Ele disse que ela está bem.
- Onde ela foi levada¿
- Eu perguntei, mas ele não disse, só falou que estava segura.
- Eu não confio nele, mas tudo bem, me mantenha informado de tudo que
achar, até mais tarde.
- Pode deixar, até depois.
John desliga e larga o telefone ao seu lado no sofá, em segundos um ruído
absurdamente alto ataca o homem, John tenta tampar seus ouvidos mas é
em vão, o barulho era tão grande que o homem não conseguia notar que
onde ele vinha, John tenta se levantar mas cai no chão, não conseguindo
manter o equilíbrio pela altura do ruído, ele consegue levantar um pouco
sua cabeça e nota alguém o observando na cozinha, um homem com
roupas pretas estava sentado em uma cadeira, com o anel roxo que John
havia achado uma semana atrás em sua mão, o som cessa, John tenta se
levantar mas cai de lado no chão, sua visão se embaça mas logo em
seguida ela volta, John se levanta e nota que o homem não estava mais lá,
apenas um anel sem sua pedra roxa no chão e a porta dos fundos abertas,
John rapidamente corre para fora procurando alguém, mas não vê nada,
na volta o homem cruza a cozinha e faz uma ligação.
- Esse merda veio aqui! Corre pra cá agora.
Terry abre a porta violentamente, John o aguardava na cozinha, os dois
homens se sentam.
- O que aconteceu¿ Ele veio mesmo aqui¿
- Sim, ele me atacou com algum som e ficou sentado bem aí onde você
estava, ele pegou um anel que eu achei uns dias atrás, eu me levantei
assim que o som parou, mas ele tinha fugido, ele deve ter corrido pela
porta dos fundos.
- John, eu acredito em você, mas ele entrou só para pegar um anel¿ Ele
poderia ter te matado pelo que você disse.
John rapidamente se levanta e anda até a porta dos fundos.
- Ele saiu por aqui, a porta estava trancada e ele a abriu, eu só não sei
como, mas ele não levou o anel em si, só a joia dele.
- O anel era valioso¿
- Não, pelo menos eu acho, eu o encontrei no dia que o windowman nos
visitou no chão do lado de fora da casa.
Terry se aproxima de seu colega e anda até a porta, o homem observa a
porta atentamente, logo em seguida ele nota algo preso embaixo da
porta, Terry afasta seu colega e puxa levemente a porta, um papel branco
com algo escrito, o homem agarra o papel e o puxa, ele se desprende da
porta e Terry tinha um pedaço grande de papel em suas mãos, porém
John consegue lê-lo antes, o homem corre furiosamente até a porta da
frente, passa por ela e entra em seu carro, Terry tenta seguir seu colega
mas a o carro de John já tinha partido, nas mãos do homem um nome
podia ser lido na parte que não estava rasgada do papel, as palavras
“Emmy Hall” eram legíveis, Terry fecha as duas portas da casa e entra em
seu carro, logo o todos abandonam a casa.
A delegacia estava silenciosa, a clima era como uma pintura abandonada,
a Tenente Rodriguez e Kyle conversavam sobre o acontecimento na boate,
a mulher estava claramente ansiosa em ter um caso desse tipo em suas
mãos, Kyle respira profundamente ao terminar de explicar os fatos a sua
superior, assim que ele termina de falar a mulher se aproxima dele.
- Parece ser um caso muito complexo senhor Kyle, onde os seus colegas
estão¿
- O Terry estava aqui fazendo o inquérito, quando eu entrei depois de ver
o caso ele estava saindo com pressa, eu não consegui falar com ele, já o
John tinha algo urgente para resolver, eu tinha falado com ele por
telefone pouco antes, eu disse praticamente as mesmas coisas que a
senhora ouviu.
- Certo, o senhor terá que tomar a frente do caso, desejo boa sorte, se
precisar de algo a mais me contate.
- Sim senhora.
Kyle sobe até o segundo andar enquanto sua chefe entra em sua sala, fora
do local uma Mercedes preta se dirigia ao centro da cidade, dentro dela o
jovem Ezequiel dirigia, uma ligação aparece no painel de seu carro, o
garoto atende a chamada e ouve a voz de seu pai.
- Roubou meu carro então garoto.
- Eu peguei ele emprestado pai, você tem uns dez carros qual o problema
de eu pegar um deles¿
- Eu não vou me irritar se me disser onde está indo¿
- Prometo que não sairei da cidade pai, eu vou em alguns lugares do
centro com um amigo.
- Certo, tome cuidado e não apareça pra todo mundo, o Windowman está
observando tudo.
- Quem é esse homem pai¿ Por que ele está atacando a gente¿
- Ele quer me atingir, mas não durará muito, eu vou acabar com ele logo,
apenas se mantenha seguro por enquanto tudo bem¿
- Sim pai, eu prometo.
A ligação é interrompida, o garoto volta a se focar na estrada, em pouco
tempo ele para ao lado de uma cafeteria famosa da cidade, ele deixa o
carro e imediatamente nota Jacob sentado em uma cadeira do lado de
fora, o garoto rapidamente se senta em frente ao homem, o jovem
observava Jacob com atenção, o homem exibia um sorriso malicioso e
estava com os braços cruzados.
- Tudo bem¿ Você parece avoado hoje.
Os olhos do garoto voltam a se focar no rosto do homem.
- Ah... me perdoe, fazia tempo que eu não ficava sozinho com você.
- Teremos mais oportunidades de ficarmos sozinhos...
O sorriso do garoto se mesclava com seu rosto avermelhado, sua pele
branca estava corada, Jacob o observava enquanto ele juntava coragem
para voltar a falar.
- O que você quer dizer com...
- Jacob, é bom ver sua cara de merda novamente.
Um homem alto observava o rosto de Jacob, o homem observava seu alvo
com atenção, algo estava escondido em sua blusa, o olhar pacifico de
Jacob se dissipa, ele se levanta e olha nos olhos do homem.
- O que você quer por aqui¿
- Meu chefe não ficou satisfeito com o que seu chefe fez com ele.
- Se seu líder é um covarde não é problema meu.
O homem ergue o que estava escondendo, uma arma estava apontada
para o rosto de Jacob, o garoto continuava sentado tremendo, Jacob
observava atentamente a arma do homem, ele tremia um pouco, mas
claramente estava com vontade de atirar.
- Eu vou te matar seu merda...
- Não!
Ezequiel grita enquanto atira seu copo de café no rosto do homem, seu
rosto é atingido em cheio, o homem cai no chão gritando de dor,
rapidamente Jacob puxa o jovem e ambos correm até o carro de Ezequiel,
o carro dispara para longe do café, ao fundo era possível notar a homem
ainda se contorcendo na calçada, Ezequiel ainda tremia um pouco, Jacob
entra na garagem de um prédio abandonado, assim que desliga o carro
Ezequiel olha para o rosto de Jacob, o homem sorria enquanto observa o
rosto do jovem, rapidamente o homem puxa o jovem pelo braço e o leva
até dentro da estrutura, Ezequiel nota que o prédio não estava totalmente
abandonado, parecia que alguém vivia ali.
- Que lugar é esse¿
- Mais ou menos a minha casa, eu vivo aqui quanto estou na cidade, agora
vem aqui, temos algo a fazer.
O rosto do jovem volta a se encher de vermelho, Jacob leva o jovem até
uma porta que levava a um quarto, os dois entram no quarto, Jacob
segura a porta pelo ladro de dentro e a fecha violentamente, uma chuva
mesclada a uma forte ventania começa na cidade, a distância era possível
notar dois carros, um vermelho e outro preto ziguezagueando pela cidade,
o vermelho para bruscamente em frente a um prédio, John salta do carro
e corre para dentro, o porteiro tenta pará-lo mas um forte empurrão do
homem derruba o senhor, Terry e seu carro param logo em seguida, o
detetive corre até o porteiro e o ajuda a se levantar.
- O que está acontecendo.
- Assunto de polícia, não interfira por favor.
John entra no elevador e aperta o botão quatro freneticamente, Terry
entra no corredor a tempo de notar a porta do elevador se fechando, o
homem corre em direção as escadas, instantes depois John passa pela
porta do elevador e corre até o apartamento onde Emmy e Alice
moravam, o homem nota Emmy saindo pela porta com uma mala em uma
das mãos, haviam duas caixas do lado de fora, o detetive corre até sua
mulher, Emmy nota John se aproximando, a garota coloca a mala no chão
e se aproxima, John passa por Emmy e entra no apartamento, ele anda
por todo o apartamento procurando por algo, ao notar que ninguém
estava lá o homem as acalma, Emmy anda até seu namorado e põe uma
mão em seu ombro.
- Tudo bem¿ Por que você entrou aqui como um maluco.
- Um maluco deixou uma mensagem, acho que era só um... “Alguém está
na porta”
John puxa sua arma e a aponta para o lado de fora, ele nota Terry parado
na porta e alguém estava atrás dele, ao fundo uma figura com um capuz
preto estava em um canto olhando para John, o homem atira tentando
atingir a figura, mas ela se desvia, John corre até a porta, mas nota que
seu alvo já havia fugido, Terry rapidamente puxa o homem pelo ombro e
empurra o policial contra a parede.
- Quer me matar seu idiota!
- Ele estava atrás de você.
- Você acha que se alguém estivesse atrás de mim eu não ia perceber...
Terry se vira para o lado e nota algo no chão abaixo do buraco onde o tiro
estava marcado, um pedaço de papel velho com alguns respingos de
sangue no chão, o homem pega o papel e pode observar algo escrito nele,
rapidamente ele aproxima o papel de seu rosto para lê-lo.
- É um ticket de cinema, para um filme que vai passar hoje meia noite.
- Será que o assassino vai estar lá e largou isso de propósito¿
Terry se levanta e anda até John, os dois se encaram tentando entender o
que havia ocorrido, John nota quando alguém sai de dentro do
apartamento, Emmy anda até os dois, ainda assustada por tudo que havia
acontecido.
- Vo... vocês estão bem¿
John rapidamente anda até a garota e a abraça forte, ela o agarra forte,
Terry não havia se movido, ele estava procurando mais alguma pista no
local, mas não encontra nada além do ticket, John solta Emmy enquanto a
garota se mantinha com um olhar de dúvida, alguns vizinhos saem de seus
apartamentos pouco após os barulhos pararem, Terry rapidamente reúne
todos e explica a situação, pouco depois o corredor já havia se esvaziado.
- O que fazemos Terry¿
- Vocês vão pra sua casa, é obvio que não estão em segurança, eu vou
mandar alguém ficar de olho, eu e o Kyle vamos ver o cinema hoje à noite.
John assente enquanto Emmy pega duas malas e as leva para o elevador,
rapidamente os três deixam o andar, John coloca três caixas em seu porta-
malas e o fecha, Terry corre até seu carro e rapidamente deixa o local,
John e Emmy também abandonam o apartamento rumando a casa do
detetive, John dirige pensativo, tentando entender o que era aquela voz
em sua cabeça, ele se assusta ao ouvir Emmy gritando para ele parar o
carro, eles haviam passado da casa do homem, rapidamente ele dá ré até
o local e para o carro, ambos descem, Emmy pega as duas malas e as leva
para dentro, o sol estava se pondo, um clima nebuloso pairava, John sente
um arrepio em sua espinha, ele olha em volta mas tudo que pode notar é
o clima azulado e o céu cinza, o homem caminha até a porta de sua casa,
dentro da casa John nota algo estranho, um silêncio imenso invadia o
ambiente, John não podia ouvir nada do lado de dentro, ele abre a porta
de sua sala e não nota Emmy em nenhum local.
- Emmy¿ Está no banheiro¿
John anda até seu quarto, o local estava escuro, a única iluminação era a
luz que vinha da sala, a porta do banheiro estava aberta, ninguém estava
lá, John rapidamente anda até sua cozinha, mas não nota nada além das
duas malas que Emmy carregava colocadas gentilmente sob a mesa, o
homem anda pela a casa, mas não nota nada.
- Emmy! Que brincadeira é essa¿
“Atrás de você”
John se vira rapidamente, um homem estava com uma arma apontada
para sua cabeça, John não se move mais, o homem o observava
atentamente, John o observa bem e nota que ele usava uma roupa toda
preta, com botas de couro marrons, e usava um chapéu de cowboy, o
homem tinha um olhar perturbador.
- Comprimentos do mestre Window senhor John, boa noite.
- Win...
Um som de disparo ecoa pela rua, Emmy acorda de supetão, a garota
tenta se levantar mas não consegue, ela estava embaixo da cama de John,
um corte em sua testa era visível e ainda sangrava, a garota se esforça e
consegue se arrastar para o lado da cama, com mais espaço ela se levanta,
se apoiando nas paredes a garota chega até a porta do quarto, a abre e
uma cena a faz congelar, apenas três palavras saem de sua boca com a
imagem que estava observando.
- John... Meu deus.
Elise acorda assustada, mas não consegue mover muito sua cabeça, ela
tenta se levantar mas seu corpo estava fraco, a garota cai de joelhos no
frio chão de aço, a jovem tenta observar o que havia em seu redor, era um
quarto com um forte iluminação, as paredes eram brancas, tudo que havia
em seu quarto era uma cama e a porta de metal reforçado, novamente ela
tenta se levantar em vão, ao cair novamente no chão ela nota sons vindo
do lado de fora, passos pesados se aproximavam do quarto, a garota se
arrasta até sua cama e se deita, imediatamente dois homens abrem a
porta e entram no quarto, ambos se posicionam aos lados, um homem
entra lentamente, a jovem nota um som de bengala batendo contra o
metal, ela sente alguém se sentando em sua cama, ela se vira aos poucos
e nota um rosto conhecido, Windowman a observava enquanto ela
tentava entender o que estava acontecendo.
- Vamos fazer um passeio¿
O homem se levanta da cama e estende sua mão em direção a Elise, a
garota pega a mão do homem e se levanta, ambos deixam o quarto e
andam por corredores de concreto, a garota observa algo a distância, com
a aproximação ela nota que era um elevador, lentamente eles se
aproximavam do elevador.
- Onde eu estou¿
- Eu vou contar tudo quanto subirmos.
- Subir...
Os dois passam pela porta e ela se fecha, a garota nota apenas três botões
no elevador, um com o nome “Ambiente”, outro com o nome
“Dormitórios” e um último com o nome “Pânico”, ela se aproxima dos
botões enquanto o homem apertava o primeiro.
- O que são esses lugares¿
- Bom... o primeiro é pra onde vamos, o lado de fora dessa instalação, o
outro é onde estávamos, os dormitórios dos especiais e o último é um
lugar onde ninguém pode ir, algo muito perigoso vive lá.
- O que¿
- Sempre curiosa não é¿ O primeiro eco que nós encontramos, demos o
nome dele de pânico, ele não foi aberto por ninguém que conhecemos,
não tem nenhum tipo de sinal que foi criado por um humano, ele fica lá
embaixo, e ele é algo tão perigoso que construímos toda essa instalação
aqui somente para conte-lo.
O olhar curioso da garota muda quando a porta se abre, ambos saem e ela
nota que estavam em um lugar estranho, uma densa floresta cheia de
pinheiros, pouco depois o homem deixa o elevador, levando a jovem
gentilmente com uma de suas mãos, os dois andam pela floresta
lentamente, sons de pássaros e folhas caindo deixavam a paisagem
magnifica, pouco tempo depois eles se aproximam de um pequeno prédio,
logo ambos chegam até a porta, o homem entra e acena para a jovem,
assim que ambos entram, ela nota que havia um tipo de recepção, mas ela
estava vazia, os dois passam pelo local e sobem algumas escadas até
chegarem no que parecia ser o terceiro andar, o homem aponta até uma
porta dupla de madeira, a garota anda até a porta e a observa.
- Você não vem¿
- Não, eu só fico no meio, a pessoa que comanda tudo aqui está a
aguardando.
A garota se vira novamente para a porta, lentamente ela a abre, ao
observar o lado de dentro ela nota duas pessoas, um homem moreno
estava em pé ele vestia um terno, com várias cicatrizes em seu rosto, no
centro do escritório, havia uma mesa enorme e uma mulher estava
sentada em uma cadeira, ela vestia um terno feminino preto, ela era
muito bonita e imponente, além de ter uma cicatriz em seu nariz, a
mulher parecia estar feliz em ver a garota que entrava no local, ela
rapidamente se levanta e anda até a jovem.
- Olá pequena Elise, eu queria muito te ver, venha aqui, sente-se.
Gentilmente a mulher leva a jovem para dentro, Windowman tenta
observar o que estava ocorrendo do lado de dentro, mas o homem
rapidamente anda até a porta e a fecha, lançando um olhar assustador em
direção ao velho homem, Windowman fica raivoso com o que estava
ocorrendo, ele desce até o primeiro andar, mas antes de abrir a porta ele
sente uma vibração em seu bolso, rapidamente o homem pega seu
telefone e o atende.
- Eles se separaram¿
- Sim, o homem está deixando o local junto de uma mulher, devo eliminar
os dois¿
- Não, ele tem que morrer, mas se matar mais alguém teremos problemas
e gente fazendo mais perguntas, apenas deixe ela debilitada, mas lembre-
se não quero pontas soltas, se ele escapar com vida você não terá outra
oportunidade de pagar pelo favor que eu te fiz.
- Sim senhor, vou fazer o trabalho.
O homem desliga seu telefone e o guarda, em seguida ele deixa a
recepção e sai do local, o homem olha para o local onde Elise estava, um
sorriso cresce em seu rosto, ele começa a andar em direção a floresta.
- Bonnie, Archie, nem vocês têm poder para me atrapalhar agora, eu terei
meu desejo realizado também seus merdas, ele me revelou a verdade... a
verdade... a verdade...
O homem sussurrando volta para a floresta, o sol estava se pondo nas
costas do homem, longe dali um homem estava sentado com um
computador em sua frente, ele estava investigando tudo que estava
relacionado ao caso da boate, o homem não nota quando alguém coloca
sua mão no ombro dele.
- Temos uma pista Kyle.
- Que bom, eu não consegui absolutamente nada.
-Tenho um local onde o assassino pode ter ido, um cinema velho perto da
saída da cidade, eu achei um ticket que pode pertencer ao homem, eu
acredito que ele deixou isso premeditadamente.
- Onde achou isso¿
- O John foi atacado, o homem deixou uma mensagem na casa dele que
tinha escrito o nome da namorada dele, nós fomos até lá e achamos o
ticket lá, porém eu não o vi, mas eu creio que ele largou isso lá
propositalmente.
- Bom... se tem algo é melhor irmos.
- Agora não, apenas meia noite.
O homem assente, Terry anda até sua mesa e se senta, ele começa a
escrever o inquérito do caso, se passam alguns minutos até que o homem
recebe uma ligação, calmamente Terry pega seu telefone e atende, uma
voz desesperada era ouvida do outro lado.
- Terry! Vem aqui! Por favor!
- Emmy é você¿ O que aconteceu¿
- É o John... meu deus... meu deus...
- Se acalma, me diz o que exatamente aconteceu.
Terry se levanta ao ouvir o que a garota havia dito, rapidamente ele corre
até Kyle e o arrasta para o lado de fora.
- O que foi¿
- O John.
- O que aconteceu com o John¿
Terry olha para o rosto de Kyle, pela primeira vez o homem nota um
sentimento forte vindo de Terry, um olhar de raiva pura vinha do rosto do
homem, Kyle não fala mais anda, ambos apenas entram no carro que
dispara rumo a casa de John.
Capitulo 4- Monstrum est

Terry entra quase derrubando a porta, rapidamente ele nota Emmy em


um canto observando a cena no meio da cozinha, um corpo
completamente dilacerado, uma massa sangrando que nem parecia de
uma pessoa humana, a única coisa que lembrava o que foi um ser vivo era
um chapéu que estava sob o corpo, Terry rapidamente puxa Emmy para
fora da casa, a garota estava em choque pela cena que havia presenciado,
Kyle entra na casa e se dirige até o corpo, o homem tenta observar o
corpo de perto, ele nota que além do chapéu, outra coisa estava intocada
no homem, uma pistola grande que estava colocada ao lado do homem,
Terry observava o rosto da garota, ela estava paralisada com a imagem
que havia visto.
- Preciso que você se acalme, onde o John está¿
- Eu... eu não sei, eu fui atacada e aí eu acordei embaixo da cama e... e isso
estava no meio da sala, o que está acontecendo¿
- Terry! Vem aqui rápido!
O homem corre para dentro da casa, Kyle estava ajoelhado observando o
corpo, ele segurava algo em uma de suas mãos.
- Achou algo aí¿
- Sim, eu achei aqui perto do corpo, um telefone descartável, mas ele tem
um símbolo, é de um grupo de assassinos de fora do país, ele deve ter sido
contratado para matar o John, mas eu não sei nem por que nem por
quem.
- Melhor acharmos o John então, se alguém quer ele morto duvido que vai
desistir assim.
Uma viatura chega à casa de John, Lucas sai correndo de dentro dela, o
homem corre até dentro da casa, ao notar o corpo ele tem dificuldades
em conter um mal estar, rapidamente o homem sai da casa e fica ao lado
de Emmy, Kyle anda até as duas pessoas que estavam aguardando fora da
casa.
- Lucas, se recomponha! Quero que mantenha isso quieto, invente
qualquer bobagem, você é especialista nisso.
- Qual é senhor, como eu vou conseguir inventar algo com um corpo
assim¿
- Seu colega depende disso, você consegue garoto, confiamos em você.
Uma expressão de seriedade surge no rosto do homem, ele assente com a
cabeça, Lucas anda até a porta, respira profundamente e entra na casa,
em seguida Terry deixa a casa, com um olhar pensativo o homem anda até
Kyle e Emmy que estavam esperando por perto.
- Parece que não tem nem ideia de onde o John está não é¿
- Não tem mais nada na casa, parece que o John sumiu sem deixar rastros.
Uma vibração se inicia no bolso esquerdo de Emmy, a garota não nota
inicialmente, mas pouco depois ela percebe que seu telefone estava
chamando, a garota pega seu celular e nota que era o contato de John a
chamando, rapidamente ela atende.
- J... John¿
- Me escuta, eu não sei onde eu estou, penumbra me pegou, diz pra eles
que eu... “Estou esperando-os no cinema há, há, há...”
Uma alta risada faz Emmy soltar o telefone, ele cai no chão
violentamente, sua tela se parte em três, Kyle e Terry olham confusos para
a jovem, Emmy rapidamente anda até o carro dos detetives e aponta para
a porta.
- Abre...
- Onde você quer ir¿
- Só abre a porra da porta...
Terry anda até a porta do carro e a abre, Emmy entra dentro do carro e se
senta, Kyle se senta no banco da frente enquanto Terry vai até o assento
do motorista, os dois olham para trás, aguardando a garota falar algo.
- O cinema, o John e o assassino estão lá.
Kyle tenta falar algo mas é parado por Terry, o homem liga o carro e parte
rumo ao cinema, o clima estava frio, tão frio que o ar parecia quase
congelar antes de entrar na garganta, em um quarto escuro uma silhueta
se ergue de uma cama velha, Ezequiel ergue totalmente seu corpo e
observa seus arredores, em seguida uma coluna de vento atinge o
pescoço do jovem que treme de frio, lentamente o garoto se levanta e
anda até a porta do quarto de Jacob, o jovem observa o ambiente,
tentando entender como um homem como Jacob vivia em um local quase
abandonado, Ezequiel deixa o quarto e anda pela casa, com apenas uma
calça preta e uma camisa de Jacob, ela era claramente muito maior que o
corpo magro e fino do jovem.
- Jacob¿ ... Onde você está¿
O jovem passa por alguns corredores escuros, o ambiente não se parecia
com um apartamento normal, Ezequiel anda pelos corredores mais um
pouco até notar um cheiro bom vindo de um cômodo, ele anda até o que
parecia ser uma cozinha, o jovem nota Jacob em frente ao fogão
cozinhando, ele vestia uma calça jeans e estava preparando algo, o
homem aponta para a cadeira assim que nota Ezequiel.
- Eu não sabia que você cozinhava.
- É... eu tenho algumas habilidades secretas...
Ezequiel fica corado e sorri com as palavras do homem, Jacob pouco
depois pega um prato e coloca ovos e pedaços de carne, em seguida ele
entrega ao jovem que sorri e pega, logo depois o homem enche uma
caneca de café e se senta ao lado de Ezequiel.
- Então¿ o que achou¿
- Muito bom, você cozinha muito bem...
Jacob puxa Ezequiel e o beija antes do jovem terminar de falar, os
pequenos braços do garoto ajeitam o rosto do musculoso homem, em
seguida Jacob o solta e se levanta ao sentir uma vibração sob sua mesa,
ele pega seu telefone e ao olhar sua tela nota de quem era a ligação.
- Merda... Senhor¿
- Meu filho está com você¿
- S... sim
- Passe o telefone para ele.
Jacob estende sua mão com o telefone para Ezequiel, o garoto o pega e
atende
- O que foi pai¿
- Quero vocês dois aqui agora...
- Mas...
- Agora!
A ligação é interrompida, Jacob corre até o quarto e pega suas roupas e as
roupas de Ezequiel, ambos se trocam e descem até o andar de baixo.
Clarence solta se telefone sob a mesa enquanto respira profundamente,
logo depois o homem deixa seu escritório e sai do apartamento, o homem
observa seus arredores e nota um de seus médicos o chamando.
- Está tudo pronto senhor, podemos começar.
Um sorriso cresce novamente no rosto de Clarence.
- Ótimo...
Nuvens de tempestade se aglutinavam no escuro céu da cidade, Terry
dirigia rapidamente na direção do velho cinema, o homem quase não
percebe que seu telefone estava tocando, sem muito esforço o rapaz o
pega e atende enquanto passa pelas estreitas ruas da zona antiga da
cidade.
- O que é¿
- Senhor Terry, tenho más notícias, acreditamos que o senhor John tenha
usado umas das doses, sei que não será fácil, mas talvez acabar com o
sofrimento dele seja...
- Vai a merda!
Terry desliga o telefone e o joga sob o porta luvas do veículo, assim que o
objeto cai Terry freia bruscamente, parando bem na frente do antigo
prédio, era um cinema antigo, com mais de sessenta anos, que estava
desativado há mais de um ano, Terry e Kyle saltam do veículo, Emmy deixa
o automóvel logo em seguida, os três se posicionam na frente do local.
- Eu liguei pro Lucas, ele está dando um jeito para que não saibam do que
aconteceu na casa, temos que tirar o John de lá e dar um jeito no cara que
o pegou.
- Sim, Emmy fica aqui, eu e o Kyle vamos entrar.
Emmy abaixa sua cabeça e assente, os dois policiais entram rapidamente
no cinema, ele era velho e tinha apenas duas salas de exibição, uma a
esquerda e outra à direita, Kyle fica na frente da porta a esquerda
enquanto Terry ruma para a outra porta, ambos chutam as portas quase
ao mesmo tempo, Terry nota que seu lado estava vazio, porém ele nota
algo em cima do que seria um tipo de palco, John estava amarrado e
sentado em uma cadeira velha, do outro lado Kyle nota que um filme
estava sendo transmitido, ele entra para ver melhor, Terry corre até John
e o desamarra, ele coloca John nos ombros e anda para o lado de fora, ao
se virar novamente ele nota que Kyle não deixou o prédio, o homem volta
correndo para dentro e abre a porta da sala que Kyle havia entrado, ele
nota que algo estava sendo transmitido, era um filme curto de um homem
com uma mulher uma filha, eles estavam sentados em sob uma toalha
brincando em um parque, Terry se vira novamente e começa a procurar
por Kyle até que para, ele nota o homem sentado na primeira fileira
assistindo a transmissão, lentamente o policial anda até seu colega, ao
chegar ao seu lado ele nota outra coisa, tinha alguém do lado de Kyle, era
um homem vestindo uma roupa preta, não era possível ver seu rosto mas
ele tinham olhos roxos e algo brotando de suas mãos e pés.
- Kyle... ele é o assassino...
- Não... Nós Somos o assassino... Penumbra...
Em um piscar de olhos o homem encapuzado se ergue e atinge Terry no
peito, o homem voa por metros até cair sob algumas cadeiras, ele se
levanta em seguida, mas não nota mais a presença nem do homem e nem
de Kyle, Terry corre até o local onde os dois estavam e nota um pedaço de
papel velho com algo escrito, desta vez era totalmente legível, Terry corre
para o lado de fora com o papel em mãos, ele nota John sentado no meio
fio o homem rapidamente corre até seu colega.
- Não acabou, olha isso.
John pega o papel entregue por Terry e o lê, “Me perdoe por tudo que eu
fiz meu amor, foi tudo por você, eu irei exterminar ele, ele vai pagar pelo
que fez com a gente, eu e penumbra vamos exterminar cada um que nos
fez mal, agora falta pouco, logo eu vou cuidar de você de novo minha
pequena Penny”
- As injeções, eu ouvi o C dizer que uma delas estava com alguém da
polícia, então era isso... Alguma ideia de como vamos acha-lo¿
- Sim, vamos conectar as pessoas mortas com o passado dele, vai aparecer
alguém além do C que ele não matou ainda.
John e Terry entram no carro seguidos de Emmy, ambos rumam em
disparada até a delegacia.
Jacob abre rapidamente as portas do apartamento de Clarence, o homem
estava sentado observando enquanto seu filho adentrava ao local,
Ezequiel fica próximo de Jacob enquanto ambos entram e ficam de pé
observando Clarence.
- Então... Eu disse para você não sair de casa certo...
- Eu... ele estava comigo, eu estava em...
- Segurança¿ Jacob...
Jacob suava frio enquanto Clarence o olhava com raiva, lentamente o
homem respira um pouco e olha novamente para seu chefe.
- Ele estava comigo senhor, eu estava o protegendo todo o...
- Jacob... Jacob... Eu direi isso apenas uma vez... apenas uma única vez...
Se eu der uma ordem obedeça... entendeu¿
- S... sim senhor, perdão...
- Pai... ele só.
- Cala a boca!
Ezequiel quase cai com o grito de seu pai, Jacob o segura e ambos se
afastam um pouco do velho homem.
- Thomas!
O alto homem se aproxima de seu irmão enquanto observa todos na sala.
- O que foi¿
- Cuida do Ezequiel, se ele sair daqui mais uma vez eu vou te dar uma
surra, vamos Jacob!
Clarence se levanta e anda até a porta, ele a abre e puxa Jacob com
facilidade, ambos deixam rapidamente o apartamento, Clarence joga seu
empregado para dentro do elevador e ambos começam a descer.
- Senhor... onde vamos¿
- Temos uma missão garoto, eu, você, o Daniel e uma outra pessoa que eu
vou apresentar...
- O que temos que fazer senhor¿
- Vamos pegar uma coisa que eu preciso.
O elevador para e as portas se abrem, do lado de fora duas pessoas
aguardavam, Jacob reconhece Daniel facilmente, o homem estava
encostado em um carro preto aguardando, já a outra pessoa surpreende
Jacob, era uma mulher de cabelos curtos pretos e com um olhar sério.
- Quem é ela chefe¿
- Ela é a pessoa que eu gostaria de apresentar, essa é Clair Rogers, é nossa
acompanhante hoje, mas creio que você já a viu antes.
- Ela... Sua filha da...
- Ei! Fique de boca fechada seu moleque idiota! Vamos...
Contrariado Jacob entra no carro, Clair entra logo em seguida, com os
quatro dentro do veículo ele dispara para fora do prédio.
Estava ficando escuro quando o carro de Terry para na frente da
delegacia, John e Terry saltam para dentro e correm em disparada para a
mesa de Terry o homem liga seu computador e faz uma pesquisa a partir
do nome de Kyle.
- Aqui! Derick A. Irish.
- Morto na boate.
- Emil F. Cartman.
- Morto em um incidente fora da cidade com um assalto em uma van, foi o
primeiro relato do tal penumbra.
- Achei algo, todos eles têm envolvimento com um sequestro relâmpago a
oito anos, parece que eles entram em uma casa e renderam uma mãe e
sua filha, a mulher está desaparecida até hoje, já a criança foi encontrada
morta, cinco homens foram indiciados como participantes e foi declarado
que o C poderia estar envolvido pelo fato ter ocorrido com a família de um
policial diretamente envolvido com ele.
- Kyle... Quem são os outros três homens¿
- Allan Theodore, Joseph Ilaiy e...
- Esses dois homens foram mortos pela penumbra no último mês, eu vi os
relatórios.
- John... Que merda...
- O que¿ Quem é o último indiciado¿
- Billy... Lee... Hall...
- O pai da Emmy... como ele poderia estar envolvido¿
- Meu pai¿
John e Terry olham para o lado de fora da sala, na porta estava Emmy
parada com um olhar de surpresa, a jovem corre até o monitor o observa.
- Merda... merda... merda...
- Se acalme, vamos até seu pai, onde ele está¿
- Com a minha irmã e minha mãe na casa deles, fica em Sharpwood.
John e Terry correm para o lado de fora seguidos de perto por Emmy, logo
todos deixam a delegacia, John e Emmy entram no carro, Terry estava
fazendo o mesmo movimento quando a vibração de seu telefone o para,
Terry o pega e atende.
- Senhor Terry, encontrou seu colega¿
- Sim, ele está com aquela coisa, como fazemos para parar eles¿
- Não é nada fácil, esse ser é de um tipo muito especial, ele não é um
braço como o que infectou o garoto, ele é um ser completo, ele veio
inteiro e se prendeu a seu colega, os senhores precisam primeiramente
deixar o senhor Kyle imobilizado e devem destruir a criatura, em seguida
devem quebrar o símbolo que crescerá no corpo dele... isso nunca deu
certo em nenhum caso, mas parece ser a única forma com alguma
possibilidade de sucesso, boa...
Um estrondo faz a ligação cair e depois ela é interrompida, Terry
rapidamente guarda seu telefone e entra no carro que dispara
rapidamente para a saída da cidade.
Kyle acorda de supetão, o homem se ergue enquanto olha para o
ambiente, algumas casas já mal iluminadas pela fraca luz da lua em um
bairro tranquilo, alguém estava sentado no chão observando uma das
casas, Kyle anda até o ser e se senta ao seu lado.
- Restam mais dois... um deles é esse...
- Ele é o último além dele certo... estamos perto então.
- Sim..., mas tem uma coisa que devemos fazer primeiro... eles estão
vindo... você tem que exterminar Terry Noland e Emmy Lee Hall...
- Por que¿ Eles não me fizeram nada...
- Eles planejam me exterminar... nos exterminar... não podemos permitir...
pegue isto...
Kyle estica sua grande mão e pega um objeto com um som metálico, uma
arma antiga de ferro brilhante, ele a ergue e a observa, em seguida o alto
homem corre até algumas arvores e espera estático por algo, o ser
desaparece em seguida.
- Estamos quase lá, vamos primeiro averiguar como as coisas estão Emmy,
fique no carro.
- Sim, tomem cuidado.
O carro estava próximo a um pequeno bairro na cidade minúscula de
Sharpwood, não haviam praticamente pessoas pela cidade, apenas os
sons alguns carros eram audíveis a distância, o carro para um pouco
afastado da casa dos pais de Emmy, a garota se encosta no banco da
frente e observa enquanto John e Terry saltam, os dois sacam suas armas
e andam lentamente observando o ambiente.
- Você sabe os motivos do indicio para eles Terry¿
- O caso nunca foi fechado então não se sabe muito, os depoimentos são
de que cinco homens foram enviados a casa onde a mulher e filha do Kyle
moravam, eles as levaram até um local abandonado por ordem do
Clarence, ele queria apenas dar um aviso para o Kyle... pelo menos é o que
dizem, mas acho que tudo saiu do controle.
- Que Merda!!!
John salta para cima de Terry o derrubando no chão, dois disparos de
arma podiam ser ouvidos atingindo o carro onde Emmy estava, a garota
rapidamente se joga para baixo tentando se proteger dos projeteis, Terry
e John se levantam e começam a correr para os cantos da rua, ambos se
protegem em locais opostos enquanto tentam observar de onde o
atirador disparava, sem dificuldades ambos notam que alguém estava
atirando do meio das arvores, mais dois disparos atingem o carro, Emmy
empurra a porta de trás do veículo e salta, em seguida a jovem corre para
trás do carro e se protege, John atira de volta uma vez tentando acuar o
atirador, o homem cai pelo disparo ter atingido uma arvore próxima, Terry
sai de sua posição e observa o homem, era Kyle, seus olhos estavam roxos
e ele tinha uma expressão de medo, o homem rapidamente corre para o
meio da floresta, Terry sai em disparada o perseguindo, John corre até o
carro e puxa Emmy pelo braço.
- Vamos entrar na casa, lá é mais seguro.
John corre puxando Emmy pelo braço até a porta, o homem bate na porta
e logo que ouve alguns passos John se acalma, ele se vira para Emmy e
respira aliviado.
- Ainda bem que nenhum disparo te acer...
John é puxado pelo homem encapuzado e é jogado para o lado de dentro,
John atinge violentamente a parede do corredor da casa, lá havia um
espelho que é destroçado pelo corpo do homem, John cai já com sua arma
na mão e a mira na criatura, porem antes de conseguir disparar John é
puxado novamente pelo ser que o joga na direção de fora da casa, John
cai quase no meio da rua pela violência do golpe.
- Você é perspicaz humano... devia ter te exterminado antes...
John rapidamente puxa sua arma e dispara na figura, o tiro atinge sua
cabeça, o ser se balança para trás, mas logo em seguida volta a sua
posição inicial, porem seu capuz cai e seu rosto é revelado, ele tinha olhos
escuros e brilhavam um roxo fraco, ele tinha uma boca com cicatrizes, sua
pele era clara, porém parecia ter sido descascada, o ser olha para John
com raiva.
- Humano...
O ser se desloca em um piscar de olhos e atinge John na cintura, o homem
sente algo quebrando e cai no meio fio do outro lado da rua, John tenta se
erguer mas não consegue sentir suas pernas, rapidamente o ser anda até
John e o chuta na cara, o rosto de John arde em dor e o homem cai quase
desmaiado de lado, o ser puxa o homem pelo colarinho e o olha nos olhos,
o rosto de John estava muito inchado e sua boca sangrava, o ser sorri
enquanto começa a atingir John com diversos socos, John sente diversos
ossos sendo quebrados, sua cabeça começa a girar, porém tudo para, John
abre seus olhos e nota que estava em um carro antigo, ele podia ouvir
uma conversa acalorada na frente do veículo, um homem adulto com
longos cabelos pretos e uma mulher jovem com cabelos pretos cacheados
discutiam sobre algo que o policial não poderia dizer, John se ergue e
apoia uma de suas mãos no bando do motorista, o homem imediatamente
para de falar e olhar para o garoto, esse homem tinha lindos olhos
azulados, se confundiam com o brilho do mar, a mulher também olha para
John, seus olhos eram vermelhos como fogo e ela tinha uma expressão de
alegria ao olhar para John.
- Onde eu...
- Não se preocupe... tudo vai ficar bem John, nós somos Fogo e Água, luz e
Trevas, tristeza e felicidade... você ficará bem.
- Ou não, mas eu acredito que seja uma batalha perdida, ela sempre
decide no final para onde vocês vão.
A garota atinge o homem com um leve soco, ele sorri enquanto presta
atenção na estrada.
- Eu morri¿
- Brigar com um eco mano a mano da nisso parceiro...
John olhar para o homem por alguns instantes antes de se encostar no
banco de trás.
- É, eu devia ter pensado bem antes de fazer isso.
- Bom... para onde quer ir John¿ Algum lugar especial¿
- Eu posso escolher um lugar para ir¿
- Claro... nós temos muito tempo livre parceiro... então¿ para onde¿
- De volta há... há... há...
Os dois olham assustados para John, o homem olha envolta, tentando
entender de onde o som havia vindo.
- O que foi isso¿
- Ele... ele... não... ele não podia ter feito isso...
- Ele quem¿ O que aconteceu¿
Nuvens de tempestade enormes escurecem o local, John mal conseguia
ver o casal, ambos estavam olhando para John com medo.
- Tome cuidado parceiro... meu irmão mais velho não é algo bom...
- Seu o que¿ O que é isso¿
- Agonia...
Emmy corre na direção da criatura aterrorizada, a jovem pega arma de
John que estava largada no meio da rua e dispara diversas vezes na
criatura, que sequer se move, o ser se levanta novamente e observa
Emmy.
- Quer saber o que ele fez¿
- Ele não fez nada... ele não fez.
- 14 de julho de 2012, Penny e Clair Silva... foram sequestradas por cinco
homens... e levadas a Galpão antigo Nellys... Rua Cardiff... Número 154...
Penny foi morta por sufocamento... Clair foi atingida por Depressão... Ele a
levou para...
O ser subitamente para de falar e se vira para John, o rosto do homem
estava cheio de cicatrizes de pancadas e hematomas, quase inteiramente
roxo, sua boca sangrava e ele estava completamente imóvel.
- Tio... há quanto tempo...
Emmy nota quando algo começa a brotar do chão próximo a John, uma
lama escura cerca o corpo do homem que começa a se curar em uma
velocidade assustadora, John acorda segundos depois e olha para o ser
que mantinha um olhar de raiva.
- Você humano... ele quer... extermínio não será possível... Final da missão
Kyle requisitado...
O ser permanece em silêncio por alguns segundos, em seguida ele assente
para algo com a cabeça, uma coluna imensa de fogo surge no local de
onde a figura estava, a coluna emanava calor, mas não era o suficiente
para machuca-los, o homem sorria no meio da coluna pouco antes de
sumir na frente de John e Emmy, a garota corre até John e o puxa para
longe da lama, John se apoia facilmente e fica de pé.
- Você está bem¿
- Não sei... eu... vamos entrar rápido...
John e Emmy correm para dentro da casa.
Terry passa ziguezagueando pelas arvores da floresta enquanto mantem
Kyle em seu campo de visão, o enorme homem andava com dificuldade
pela densa mata, Kyle não nota quanto uma pequena depressão aparece
em seu caminho, o homem cai para frente e atinge violentamente o solo,
ele tenta se levantar, mas não consegue pois Terry salta sob ele e o segura
pelos braços, com dificuldade Terry algema o homem e o gira para frente,
Kyle tenta se levantar, mas Terry o segurava com força.
- O que você está fazendo Kyle! Pare com isso!
- Ele não vai parar! Nós não vamos parar até todos eles estiverem mortos!
Eles mataram minha filha, mataram minha mulher!
O rosto raivoso de Kyle se mesclava com suas tentativas inúteis de se
soltar, o homem rugia a cada tentativa fracassada, um estrondo quase faz
Terry cair para frente, o homem se vira e nota uma longa coluna de fogo
que tinha surgido da rua, Kyle usa a força de suas pernas para atingir o
corpo levemente deslocado de Terry, o grande corpo atinge o homem no
peito, Terry cai para trás enquanto Kyle disparava floresta adentro, Terry
se ergue e ameaça disparar rumo ao homem, mas opta por voltar onde
John e Emmy estavam, pouco depois o homem chega a dupla, John estava
sentado na calçada com uma mão em sua cabeça, Emmy tinha entrado na
casa rapidamente, Terry corre até John e estende sua mão para o homem.
- Levanta, temos que ir atrás do Kyle, ele correu para dentro da floresta.
- Ah!!!
Um grito assusta a dupla, John tropeça disparando para dentro da casa,
Terry o segue e ambos chegam em instantes, John nota o motivo do grito
assim que entra na casa, Emmy corria para longe puxando sua mãe e

Você também pode gostar