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Universidade Federal da Bahia

Departamento de Matemática
MAT199 - Fundamentos de Matemática Elementar II
Prof. Marco Cerami
Lista de Axiomas, Definições e Proposições

1 Incidência
Axioma I 1. Para toda reta existem pelo menos dois pontos intersectados
por ela e um ponto que não é intersectado por ela.

Axioma I2. Para todo par de pontos existe uma única reta que intersecta
eles.

Definição 1. Dizemos que os pontos A, B, C, . . . são colineares se existir


uma reta que intersecta todos eles.

Proposição I.1. Todo par de retas ou não se intersectam, ou se intersectam


em um único ponto.

Proposição I. 2. Existem três retas diferentes que não se intersectam em


um único ponto.

Proposição I.3. Para todo ponto existe pelo menos uma reta que não in-
tersecta ele.

Proposição I.4. Para todo ponto, existem pelo menos duas retas distintas
que intersectam ele.

1
2 Ordem
Axioma O1. Se A ´ B ´ C é verdadeiro, então A, B e C são três pontos
distintos intersectados pela mesma reta. Além disso, C ´ B ´ A também é
verdadeiro.

Axioma O2. Se A, B e C são três pontos distintos intersectados pela mesma


reta, então somente um deles está entre os outros dois.

Axioma O3. Dados dois pontos distintos B e D, existem pontos A, C e E


tais que A ´ B ´ D, B ´ C ´ D e B ´ D ´ E.

Proposição O.1. Para toda reta existem dois pointos não intersectados por
ela.

Definição 2. Dados dois pontos A e B, chamamos de segmento AB ao


conjunto de pontos que contém A, B e todos os pontos C tais que A ´ C ´ B.
Os pontos A e B são chamados de extremos do segmento AB.

ÝÝÑ
Definição 3. Dados dois pontos A e B, chamamos de semi-reta AB de ori-
gem A e contendo o ponto B, ao conjunto de pontos que contém o segmento
AB e todos os pontos C tais que A ´ B ´ C.

Proposição O.2. Para todo par de pontos A e B, vale:


ÝÝÑ ÝÝÑ ÐÑ
1. AB Y BA “ AB,
ÝÝÑ ÝÝÑ
2. AB X BA “ AB.

Definição 4. Seja l uma reta e A e B dois pontos não intersectados por l.


Dizemos que A e B estão no mesmo lado de l se A “ B ou o segmento
AB não contém pontos que são intersectados por l. Se A ‰ B e o segmento
AB contém um ponto intersectado por l, então dizemos que A e B estão
em lado opostos de l.

2
Axioma O4 (Propriedade de separação do plano). Para toda reta l e todos
pontos A, B e C não intersectados por l, temos:

1. se A e B estão no mesmo lado de l e B e C estão no mesmo lado de


l, então A e C estão no mesmo lado de l,

2. se A e B estão em lados opostos de l e B e C estão em lados opostos


de l, então A e C estão no mesmo lado de l.

Definição 5. Seja l uma reta e A um ponto não intersectado por l. Definimos


o semi-plano Hl,A como sendo o conjunto de todos os pontos do plano que
estão no mesmo lado de l que A, mais os pontos de l.

Proposição O.3. Para toda reta l e todos pontos A, B e C não intersectados


por l, se A e B estão em lados opostos de l e B e C estão no mesmo lado de
l, então A e C estão em lados opostos de l.

Proposição O.4. Toda reta determina exactamente dois semi-planos opos-


tos.

Proposição O.5. Se A, B, C e D são pontos tais que A ´ B ´ C e A ´ C ´ D


então A, B, C e D são pontos distintos e colineares e, além disso, vale que
B ´ C ´ D e A ´ B ´ D.

Proposição O.6. Se A, B, C e D são pontos tais que A´B ´C e B ´C ´D


então A, B, C e D são pontos distintos e colineares e, além disso, vale que
A ´ C ´ D e A ´ B ´ D.

Teorema O.7. Se C ´ A ´ B e l é a reta que intersecta A, B e C, então,


ÝÝÑ ÝÝÑ
para todo ponto D P l, ou D P AB, ou D P AC.

ÝÝÑ ÝÝÑ
Definição 6. Se C ´ A ´ B, então, dizemos que AB e AC, são semi-retas
opostas.

Proposição O.8. Se A, B e C são pontos tais que A ´ B ´ C então vale


que AB Ď AC.

3
Proposição O.9. Sejam A, B, C e D quatro pontos distintos de uma reta l:

1. Se A ´ B ´ C e A ´ B ´ D, então A R CD e B R CD.

2. Se A ´ B ´ C e A ´ D ´ C, então que A R BD e C R BD.

Proposição O. 10. Se A e B são dois pontos distintos e C um ponto da


ÝÝÑ ÝÝÑ ÝÝÑ
semi-reta AB distinto de A e de B, então AB “ AC.

Proposição O.11. Se A ´ B ´ C, então:

1. AB Y BC “ AC.

2. AB X BC “ tBu.

ÝÝÑ ÝÝÑ
Proposição O.12. Se C ´ A ´ B, então AC X AB “ tAu.

Proposição O.13. Toda semi-reta possui uma única semi-reta oposta.

ÐÑ
Proposição O.14. Se A ´ B ´ C e X P AC, então vale uma e apenas uma
entre as possibilidades X ´ A ´ B, A ´ X ´ B, B ´ X ´ C e B ´ C ´ X.

Definição 7. Sejam A, B e C pontos distintos. Chamamos de ângulo BACˆ


ÝÝÑ ÝÝÑ
ao conjunto de pontos AB Y AC. Dizemos que A é o vértice do ângulo e
ÝÝÑ ÝÝÑ
as semi-retas AB e AC são os lados do ângulo. Se A, B e C não forem
ˆ é o conjunto de todos os pontos
colineares, então interior do ângulo BAC
ÐÑ
D tais que D está no mesmo lado da reta AB com o ponto C e no mesmo
ÐÑ
lado da reta AC com o ponto B.

ÝÝÑ ÝÝÑ ÝÝÑ


Definição 8. Uma semi-reta AD está entre as semi-retas AB e AC se e
ˆ
somente se o ponto D está no interior do ângulo BAC.

Proposição O.15. Sejam BAC ˆ um ângulo e D um ponto intersectado pela


ÐÑ ÝÝÑ ÝÝÑ
reta BC. Se AB e AC não forem semi-retas opostas, então D está no interior
de BACˆ se e somente se B ´ D ´ C.

4
ˆ
Proposição O.16. Se D está no interior de CAD, então:
ÝÝÑ ˆ
1. todo ponto E ‰ A de AD está no interior de CAD,
ÝÝÑ ˆ
2. nenhum ponto da semi-reta oposta a AD está no interior de CAD,
ˆ
3. se C ´ A ´ E, então B está no interior de DAE.

ÝÝÑ ÝÝÑ ÝÝÑ ÝÝÑ


Teorema O.17. Se AD está entre as semi-retas AC e AB, então AD in-
tersecta o segmento BC.

Definição 9. Sejam A, B e C três pontos distintos e não colineares. Chama-


mos de triângulo ABC ao conjunto de todos os pontos nos segmentos AB,
BC e AC. Os pontos A, B e C são chamados de vértices do triângulo. Os
segmentos AB, BC e AC são chamados de lados do triângulo. Os ângulos
ˆ ABC
CAB, ˆ e ACB ˆ são chamados de ângulos internos do triângulo. O inte-
rior do triângulo é o conjunto de todos os pontos que estâo na interseção
dos interiores dos três ângulos internos do triângulo. O exterior do triângulo
é o conjuntos de todos os pontos que não estão no interior do triângulo.

Teorema O.18 (Postulado de Pasch). Se ABC é um triângulo qualquer


e l é uma reta que intersecta o segmento AB em um ponto que está entre A
e B, então l intersecta AC ou BC. Mais ainda: se C R m, então l não pode
intersectar tanto o segmento AC quanto o segmento BC.

Definição 10. Dois ângulos são ditos adjacentes se têm mesmo vértice e
um lado em comúm. Dois ângulos adjacentes são ditos suplementares se
os lados que não são comuns entre os dois ângulos, são semi-retas opostas.
Dois ângulos são ditos opostos pelo vértice se têm o mesmo vértice e os
lados de um deles são as semi-retas opostas aos lados do outro.

Definição 11. Seja C um conjunto de pontos. Dizemos que C é um conjunto


convexo se, para quaisquer dois pontos distintos A, B P C, o segmento AB
está contido em C.

5
3 Medição
Axioma M 1 (Postulado da régua infinita). Para toda reta l existe uma
função bijetora f : l ÝÑ R entre os pontos de l e os números reais tal que,
para todos os pontos A, B P l, a distância entre A e B é o módulo da diferença
entre f pAq e f pBq:

dpA, Bq “ |f pAq ´ f pBq|


Esta função é chamada de sistema de coordenadas para l e o valor f pAq
é chamado coordenada do ponto A.

Proposição M.1. Sejam A e B pontos, então:

1. dpA, Bq ě 0,

2. dpA, Bq “ 0 ðñ A “ B,

3. dpA, Bq “ dpB, Aq.

Proposição M.2. Se f : l ÝÑ R é um sistema de coordenadas para l, então:

1. gpAq “ ´f pAq é um sistema de coordenadas para l,

2. hpAq “ f pAq ` k é um sistema de coordenadas para l para qualquer


k P R.,

Corolário M.3 (Princípio de realocação da régua). Para toda reta l e todo


par de pontos distintos A e B intersectados por l, existe um sistema de co-
ordenadas em que a coordenada de A é 0 e a coordenada de B é positiva.

Definição 12. O comprimento AB do segmento AB é definido como a


distância entre seus extremos A e B. Isso é, AB “ dpA, Bq.

Axioma M2. Para todos pontos A, B e C, se A ´ B ´ C, então AB ` BC “


AC.

Proposição M. 4. Para todos pontos distintos e colineares A, B e C, se


AB ` BC “ AC, então A ´ B ´ C.

6
ÝÝÑ ÝÝÑ
Proposição M.5. Seja AB uma semi-reta e C P AB tal que AC ‰ 0. Se
AC ă AB, entãp A ´ C ´ B.

Proposição M. 6. Sejam A, B e C pontos distintos e colineares e f um


sistema de coordenadas na reta que intersecta os três pontos. Então A´C ´B
se e somente se f pAq ă f pCq ă f pBq ou f pBq ă f pCq ă f pAq.

Definição 13. Chamamos de ponto médio de um segmento AB a um ponto


C P AB tal que AC “ CB.

Proposição M.7. Todo segmento possui exactamente um ponto médio.

Proposição M.8. Seja l uma reta e f um sistema de coordenadas para l.


Sejam A, B P l dois pontos com f pAq “ a e f pBq “ b, sendo a ă b. Então
AB “ tX P l : a ď f pXq ď bu.

Proposição M.9. Para todos pontos distintos A e B existe um sistema de


ÐÑ ÝÝÑ
coordenadas f em AB tal que AB “ tX P l : f pXq ě 0u.

ÝÝÑ
Proposição M.10. Para toda semi-reta AB e número real r ą 0 existe um
ÝÝÑ
único ponto C P AB tal que AC “ r.

Proposição M.11. Para todo segmento AB e todo número real 0 ă k ă 1


AC
existe um único ponto C P AB tal que “ k.
AB

Proposição M.12. Se k é um número real qualquer e A, B e C são pontos


tais que A ´ C ´ B, então vale que:

AC AC k
“k ðñ “
CB AB k`1

Proposição M.13. Para todo segmento AB e todo número real k existe um


AC
único ponto C P AB tal que “ k.
CB
7
Proposição M.14. Para todos pontos A, B e C tais que A ´ B ´ C:

1. se M e N são os pontos médios dos segmentos AB e BC respectiva-


AB ` BC
mente, então M N “ ,
2
2. se M e N são os pontos médios dos segmentos AC e BC respectiva-
AC ´ BC
mente, então M N “ ,
2
3. se AB “ BC e M e N são os pontos médios dos segmentos AB e BC
respectivamente, então M N “ AB.

Definição 14. Seja A um ponto do plano e r um número real positivo. A


circunferência de centro A e raio r é o conjunto de todos os pontos B
tais que AB “ r. Dizemos que todo ponto C tal que AC ă r está no
interior da circunferência e todo ponto D tal que AD ą r está no exterior
da circunferência. Chamamos de diâmetro de uma circunferência a um
segmento ligando dois pontos da circunferência e passando pelo seu centro.

Definição 15. Dizemos que um conjunto C de pontos do plano é limitado


se existir uma circunferência em que todo ponto de C está no interior dela.
Caso contrário, dizemos que C é ilimitado.

Axioma M3 (Axioma do transferidor). Seja l uma reta e A P l. Seja Σ o


conjunto de todas as semi-retas com origem A e contidas no mesmo semi-
plano determinado por l. Existe uma função bijetora f : Σ ÝÑ r0, πs entre
as semi-retas em Σ e os números reais em r0, πs tal que, para todas as semi-
ÝÝÑ ÝÝÑ ˆ é o módulo da diferença
retas AB, AC P Σ, a amplitude do ângulo BAC
ÝÝÑ ÝÝÑ
entre f pABq e f pACq:

ˆ “ |f pÝ
|BAC|
ÝÑ ÝÝÑ
ABq ´ f pACq|
ÝÝÑ ÝÝÑ
O número f pABq se chamará de coordenada da semi-reta AB.
ˆ um ângulo, então:
Proposição M.15. Seja BAC
ˆ ě 0,
1. |BAC|
ˆ “ 0 se e somente se Ý
2. |BAC|
ÝÑ ÝÝÑ
AB “ AC,
ˆ “ |CAB|.
3. |BAC| ˆ

8
ÝÝÑ ÝÝÑ
Axioma M 4. Seja AD uma semi-reta que está entre as semi-retas AB e
ÝÝÑ ÐÑ
AC, se A, B e C não forem colineares, ou tal que D R BC, se A, B e C
forem colineares. Então:

ˆ “ |BAD|
|BAC| ˆ ` |DAC|
ˆ

ÝÝÑ ÝÝÑ
Proposição M. 16. Sejam AB e AC duas semi-retas distintas de origem
A. Existe um sistema de coordenadas f no conjunto de todas as semi-retas
ÐÑ ÝÝÑ
contidas no semi-plano determinado por AB que contém C tal que f pABq “ 0
ÝÝÑ
e 0 ă f pACq ď π.

Proposição M.17. Sejam A, B e C três pontos não colineares e D um ponto


qualquer do plano. Então o ponto D está no interior de BACˆ se e somente
ÝÝÑ ÝÝÑ ÝÝÑ
se existe um sistema de coordenadas f tal que f pABq ă f pADq ă f pACq.

ÝÝÑ ÝÝÑ
Proposição M.18. Se AB e AC são semi-retas opostas, então, para qual-
quer sistema de coordenadas f , a coordenada de um é 0 e a coordenada do
ˆ “ π.
outro é π. Além disso, |BAC|

Proposição M.19. Sejam BAC,ˆ ˆ e DAC


BAD ˆ três ângulos não nulos tais
ˆ ˆ ˆ ÝÝÑ
que |BAD| ` |DAC| “ |BAC| ď π. Logo a semi-reta AD está entre as
ÝÝÑ ÝÝÑ
semi-retas AB e AC.

Proposição M.20. 1. A soma das amplitudes de dois ângulos suplemen-


tares é igual a π.

2. Ângulos opostos pelo vértice têm a mesma amplitude.

Definição 16. Chamamos de ângulo reto a todo ângulo cuja amplitude


seja igual à amplitude do seu ângulo suplementar. Dizemos que as duas
retas distintas que contêm os lados do ãngulo reto são perpendiculares.

ÐÑ ÐÑ
Proposição M.21. Sejam AB e AC retas distintas que se intersectam em
A formando quatro ângulos. Se BAC ˆ é um ângulo reto, então todo ângulo
com vértice A formado pela interseção das duas retas é um ãngulo reto.

9
Proposição M. 22. Para todo ponto de uma reta l passa uma única reta
perpendicular a l.

ˆ um ângulo e D um ponto no interior de BAC.


Definição 17. Sejam BAC ˆ
ˆ “ |DAC|,
ˆ Ý
ÝÑ
Se |BAD| então chamamos a semi-reta AD de bissetriz do ângulo
ˆ
BAC.

Proposição M.23. Todo ângulo não nulo possui uma única bissetriz.

4 Congruências
Definição 18. Dizemos que dois segmentos são congruentes se e somente
se seus comprimentos forem iguais:

AB – CD ðñ AB “ CD
Dizemos que dois ângulos são congruentes se e somente se suas ampli-
tudes forem iguais:

ˆ – F EG
BAC ˆ ðñ |BAC|
ˆ “ |F EG|
ˆ

Proposição C.1. 1. A congruência é uma relação de equivalência no


conjunto dos segmentos.

2. A congruência é uma relação de equivalência no conjunto dos ângulos.

Definição 19. Dizemos que dois triângulos são congruentes se e somente se


existir uma correspondência biunívoca entre os vértices de um triângulo e os
vértices do outro tal que lados e ângulos correspondentes forem congruentes.

Proposição C.2. A congruência é uma relação de equivalência no conjunto


dos triângulos.

Proposição C.3. Sejam A e B pontos distintos e A1 outro ponto qualquer.


ÝÝÑ
Então, em toda semi-reta A1 C existe um ponto B 1 tal que B 1 ‰ A1 e AB –
A1 B 1 .

10
Proposição C.4. Se AB – CD e AB – EF então CD – EF . Além disso,
todo conjunto é congruente com se mesmo.

Proposição C.5. Se (i) A ´ B ´ C, (ii) A1 ´ B 1 ´ C 1 , (iii) AB – A1 B 1 e


(iv) BC – B 1 C 1 , então AC – A1 C 1 .

Proposição C.6. Para todo ângulo BAC ˆ tal que 0 ă |BAC|


ˆ ă π, e toda
ÝÝ Ñ
1 1 Ð Ý
1 Ñ1
semi-reta A B em cada um dos lados determinados por A B existe uma
ÝÝÑ ÝÝÑ ˆ – B1Aˆ1 C 1 .
única semi-reta A1 C 1 ‰ A1 B 1 , tal que BAC

Proposição C.7. Se  – B̂ e  – Ĉ então B̂ – Ĉ.

ÝÝÑ ÝÝÑ ÝÝÑ ÝÝÝÑ ÝÝÑ


Proposição C.8. Se (i) AD está entre AB e AC, (ii) A1 D1 está entre A1 B 1
ÝÝÑ ˆ – B 1 Aˆ1 D1 e (iv) DAC
ˆ – D1 A
ˆ 1 C 1 , então BAC
ˆ – B1A
ˆ1 C 1 .
e A1 C 1 , (iii) BAD

Axioma LAL. Dados dois triângulos ABC e DEF , se AB – DE, AC –


DF e  – D̂, então ABC – DEF .

Proposição C.9. Sejam AB e CD dois segmentos distintos, contidos em


retas distinta que têm como ponto de interseção o ponto M . Nestas condições,
se M é o ponto médio de AB e CD, então AC – BD e AD – BC.

Teorema ALA. Dados dois triângulos ABC e DEF , se AB – DE, Â – D̂


e B̂ – Ê, então ABC – DEF .

Definição 20. Seja ABC um triângulo:

1. Se AB – AC, então dizemos que ABC é isósceles de base BC e


laterais AB e AC.

2. Se os três lados forem dois a dois congruentes, então dizemos que ABC
é equilátero.

3. Se nenhum lado é congruente aos outros dois, então dizemos que ABC
é escaleno.

11
Proposição C.10. Um triângulo é isósceles se e somente se ele tiver dois
ângulos internos congruentes.

Definição 21. Chamamos de ceviana a um segmento que une um vértice


de um triângulo a algum ponto da reta que intersecta os outros dois vértices
do triângulo.

1. Uma ceviana AD é dita mediana relativa ao lado BC se ela unir o


ponto A ao ponto médio D do lado BC.

2. Uma ceviana AD é dita bissetriz relativa ao vértice A se estiver contida


ˆ
na bissetriz do ângulo BAC.

3. Uma ceviana AD é dita altura relativa à base BC se ela for perpen-


ÐÑ
dicular à reta BC.

Proposição C. 11. Em um triângulo isósceles a mediana, a bissetriz e a


altura relativas à base coincidem.

Proposição C.12. Se em um triângulo a mediana e a altura relativas a um


lado coincidem, então o triângulo é isóscele.

Proposição C.13. Se em um triângulo a bissetriz e a altura relativas a um


lado coincidem, então o triângulo é isóscele.

Proposição C.14. Se em um triângulo a bissetriz e a mediana relativas a


um lado coincidem, então o triângulo é isóscele.

Proposição C.15. Um triângulo tem todos os lados dois a dois congruentes


se e somente se tem todos os ângulos dois a dois congruentes.

Proposição C.16. Seja l uma reta e A R l. Então existe uma reta perpen-
dicular a l que intersecta A.

Teorema LLL. Dados dois triângulos ABC e DEF , se AB – DE, BC –


EF e AC – DF , então ABC – DEF .

12
Proposição C.17. As medianas relativas às laterais de um triângulo isós-
celes são congruentes.

Proposição C.18. As bissetrizes relativas às laterais de um triângulo isós-


celes são congruentes.

Proposição C.19. Seja AB um segmento, M o ponto médio de AB e l a


ÐÑ
reta perpendicular a AB. Então todo ponto de l é equidistante dos extremos
A e B do segmento AB.

ˆ um ângulo tal que 0 ă |BAC|


ˆ ÝÝÑ
Proposição C.20. Seja BAC ă π e AD a
ˆ
bissetriz de BAC. Nessas condições, se AB – AC, então BD – CD.

Proposição C.21. Seja BAC ˆ um ângulo tal que 0 ă |BAC|


ˆ ă π e D um
ˆ
ponto no interior de BAC. Nessas condições, se AB – AC e BD – CD,
ÝÝÑ ˆ
então AD é a bissetriz de BAC.

Proposição C.22. Se dois triângulos são congruentes, então:

1. a mediana relativa a um lado de um triângulo é congruente à mediana


relativa ao lado correspondente do outro triângulo,

2. a bissetriz relativa a um lado de um triângulo é congruente à bissetriz


relativa ao lado correspondente do outro triângulo.

5 O Teorema do Ângulo Externo


Definição 22. Dados dois segmentos AB e CD, dizemos que AB é menor
do que CD se o comprimento de AB for menor do que o comprimento de
CD:
AB ă CD ðñ AB ă CD

ˆ e DEF
Dados dois ângulos ABC ˆ , dizemos que ABC
ˆ é menor do que
ˆ se a amplitude de ABC
DEF ˆ for menor do que a amplitude de DEF
ˆ :
ˆ ă DEF
ABC ˆ ˆ ă |DEF
ðñ |ABC| ˆ |

13
Proposição D.1. Sejam AB e CD dois segmentos. Então AB ă CD se e
somente se existir um ponto E tal que C ´ E ´ D e AB – CE.

Proposição D.2. Sejam ABC ˆ e DEFˆ dois ângulos. Então ABCˆ ă DEF
ˆ se
ˆ ˆ ˆ
e somente se existir um ponto G no interior de DEF tal que ABC – F EG.

Definição 23. Seja ABC um triângulo. Chamamos de ângulo externo


adjacente ao ângulo Â, ao ângulo suplementar do ângulo Â.

Teorema do Ângulo Externo. Todo ângulo externo de um triângulo é


maior do que qualquer dos ângulos internos a ele não adjacentes.

Corolário D.3. Para toda reta l e todo ponto A R l, existe uma única reta
perpendicular a l que intersecta A.

Corolário D.4. Se duas retas distintas são perpendiculares à mesma reta,


então elas não se interceptam.

Corolário D.5. Para toda reta l e todo ponto A R l esxiste uma reta paralela
a l que intersecta A.

Corolário D.6. A soma das amplitudes de quaisquer dois ângulos internos


de um triângulo e estritamente menor do que π.

Corolário D. 7. Todo triângulo possui, pelo menos, dois ângulos internos


agudos.

Definição 24. Seja ABC um triângulo. Dizemos que um ângulo interno e


um lado do triângulo são opostos se o vértice do ângulo não for um dos
extremos do lado.

Proposição D. 8. Se dois lados de um triângulo não forem congruentes,


então os ângulos opostos a eles não são congruentes e o ângulo maior é
oposto ao lado maior.

14
Proposição D.9. Se dois ângulos de um triângulo não forem congruentes,
então os lados opostos a eles não são congruentes e o lado maior é oposto ao
ângulo maior.

Proposição D. 10. Para toda reta l e todo ponto A R l, o segmento mais


curto unendo A a l é o que está contido na perpendicular a l que intersecta
A.

Teorema D.11 (Desigualdade triangular). Para todo triângulo, a soma dos


comprimentos de dois de seus lados é maior do que o comprimento do terceiro
lado.

Teorema D.12 (Teorema da dobradiça). Se dois lados de um triângulo ABC


são congruentes a dois lados de outro triângulo DEF e o ângulo contido
nestes dois lados de ABC é maior do que o ângulo contido nestes dois lados
de DEF , então o terceiro lado de ABC é maior do que o terceiro lado de
DEF .

Corolário D.13. Se dois dois lados de um triângulo são congruentes a dois


lados de outro triângulo e o terceiro lado do primeiro triângulo é maior do
que o terceiro lado do segundo triângulo, então o ângulo oposto ao terceiro
lado do primeiro triângulo é maior do que o ângulo oposto ao terceiro lado
do segundo triângulo.

Teorema LAA. Dados dois triângulos ABC e DEF , se AB – DE, Â – D̂


e Ĉ – F̂ , então ABC – DEF .

Definição 25. Um triângulo que possui um ângulo reto é chamado triân-


gulo retângulo. O lado oposto ao ângulo reto é chamado hipotenusa. Os
outros dois lados são chamados catetos.

Corolário D. 14. Em um triângulo retângulo, a hipotenusa tem medida


maior do que a medida de qualquer um dos dois catetos.

Teorema HC. Dados dois triângulos retângulos, se a hipotenusa e um dos


dois catetos de um triângulo forem congruentes à hipotenusa e um cateto do
outro triângulo, então os dois triângulos são congruentes.

Proposição D. 15. Um triângulo é isósceles se e somente se possui duas


alturas congruentes.

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