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Os rácios e indicadores
Quantificam factos,
Apontam indícios,
Detectam anomalias,
mas não explicam as causas e fornecem pouca informação quando isoladamente considerados. São como
que um diagnostico, que não dispensa a apreciação do analista financeiro. Dois valores idênticos para o
mesmo rácio obtidos em períodos diferentes podem não traduzir a mesma realidade (as componentes
podem ter-se alterado). Um rácio afectado por variações sazonais ou acidentais deve ser utilizado com
reservas.
Mª Gabriela Gomes 2
Exemplo:
Balanço da Empresa ALFA, Lda., em 31 – 12 – ano N
RUBRICAS DATAS
31.12.ano N 31.12.ano N-1
ATIVO
Ativo não corrente
Ativos fixos tangíveis 1 601 300 649 000
Ativos intangíveis 140 700 205 000
Investimentos financeiros 360 000 217 000
2 102 000 1 071 000
Ativo corrente
Inventários
- matérias primas, subsidiárias e de consumo 51 000 60 500
- produtos acabados e intermédios 101 000 139 900
- produtos e trabalhos em curso 26 000 19 200
178 000 219 600
Clientes 188 000 246 000
Outras contas a receber 9 000 11 000
Caixa e depósitos bancários 9 000 42 400
384 000 519 000
Total do Ativo 2 486 000 1 590 000
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
Capital próprio
Capital realizado 800 000 800 000
Reservas legais 90 000 76 000
Outras reservas 109 000 82 000
Resultado líquido do período 183 000 44 000
Total do Capital Próprio 1 182 000 1 002 000
PASSIVO
Passivo não corrente
Financiamentos obtidos 750 000 400 000
750 000 400 000
Passivo corrente
Fornecedores 443 000 167 000
Estado e outros entes púbicos 65 000 18 000
Outras contas a pagar 46 000 3 000
554 000 188 000
Total do Passivo 1 304 000 588 000
Total do Capital Próprio e do Passivo 2 486 000 1 590 000
Dados adicionais:
Exercícios
N N-1
Número de trabalhadores 17 14
Existência de matéria 01.01.N-1 60 000
Custo dos produtos acabados 1 330 000 815 000
Compras de matérias 810 500 560 500
Existência do período 01.01.N-1 134 900
Saldo de clientes em 01.01.N-1 284 000
Saldo de fornecedores em 01.01.N-1 179 000
Dos valores das contas:
Fornecimentos e serviços externos, Gastos com o pessoal, Gastos de depreciação e amortização e
Provisões do período, 60 dizem respeito a Gastos de distribuição e 40% a Gastos administrativos
N N-1
Vendas e serviços prestados + 1 600 000 + 1 050 000
Custo das vendas e dos serviços prestados - 820 000 - 560 000
Resultado bruto 780 000 490 000
Outros rendimentos + 163 000 + 26 000
Gastos de distribuição - 269 400 - 182 400
Gastos administrativos - 179 600 - 121 600
Outros gastos - 161 000 - 103 500
Resultado operacional (antes de gastos de + 333 000 + 108 500
financiamento e impostos)
Gastos de financiamento (líquidos) - 30 020 - 35 650
Resultados antes de impostos + 302 980 + 72 850
Imposto sobre o rendimento do período - 119 980 - 28 850
Resultado líquido do período + 183 000 + 44 000
Estrutura do Balanço
Capital próprio + Passivo
Ativo não corrente
Ativos fixos
tangíveis Capitais próprios
Ativos intangíveis
Investimento Financiamento
Investimentos Capitais alheios a
Ativo corrente
Créditos 4 Dívidas de
6
exploração
3
5
Meios financeiros líquidos
A distinção entre ativos correntes e não correntes e passivos correntes e não correntes permite ressaltar
as quantias que devem ser recuperadas ou liquidadas, respectivamente até 12 meses após a data do
balanço e após 12 meses da data do balanço. Esta informação distingue também os ativos líquidos que
estejam continuamente em circulação, como o capital circulante, dos que são usados nas operações de
longo prazo da entidade. Esta classificação realça ainda os ativos que se espera que sejam realizados
dentro do ciclo operacional corrente, bem como os passivos que devam ser liquidados dentro do mesmo
período.
O ciclo operacional de uma entidade é o tempo entre a aquisição de ativos para processamento e a sua
realização em caixa ou seus equivalentes. Quando o ciclo operacional normal da entidade não for
claramente identificável, pressupõe-se que a sua duração seja 12 meses.
Passivo não
corrente
30,2%
Passivo não
corrente
Ativo 25,2%
Passivo corrente
Conclusões:
1. No período N, a repartição das massas patrimoniais está desequilibrada, pois se a empresa vendesse os
seus inventários, recebesse de terceiros, vendesse os títulos negociáveis com os fundos conseguidos e
disponíveis, não teria capacidade para solver as suas dívidas a curto prazo.
2. No período N-1, a situação era diferente, pois o ativo corrente era suficiente para cobrir as dívidas de
curto prazo, o que revela uma situação saudável.
3. No período N, para solver as suas dívidas de curto prazo, a empresa teria de recorrer à venda de bens
do seu ativo não corrente, o que não é uma política correta.
4. No período N-1, os capitais permanentes, próprios e alheios cobrem a totalidade do ativo não corrente
da empresa, isto é, os capitais de médio e de longo prazos são utilizados para financiar o ativo não
corrente, politica que está correta.
5. No período N a empresa financiou o seu ativo não corrente com meios financeiros de curto prazo, o
que não está correto.
Resumindo: a situação financeira no segundo ano modificou-se por completo. De uma situação ajustada
no período N-1, a empresa apresenta no período N uma situação desequilibrada.
Assim, para e a empresa tenha uma situação estável, os ativos correntes devem ser superiores aos
passivos correntes. A diferença entre estas duas rubricas recebe o nome de fundo de maneio ou fundo de
maneio liquido.
O fundo de maneio é uma margem de segurança constituída por elementos patrimoniais que se
transformam com alguma facilidade em meios financeiros líquidos.
Esquematicamente:
Noutra perspectiva, se a empresa quer fazer face a riscos decorrentes, por exemplo, da variação do
volume de actividade, terá de dispor de uma margem de segurança, isto é, os seus capitais permanentes
devem ser superiores aos ativos a mais de 1 ano que devem financiar.
O fundo de maneio patrimonial traduz os capitais permanentes disponíveis para financiar ativos a
menos de 1 ano. Quando o fundo de maneio é positivo, a regra do equilíbrio financeiro mínimo é
respeitada.
O fundo de maneio deve ser financiado por capitais permanentes.
O fundo de maneio serve para cobrir ativos correntes que mais dificilmente são transformados em meios
financeiros líquidos. Se o passivo corrente for superior ao ativo corrente, o fundo de maneio será negativo
e a empresa encontra-se desequilibrada financeiramente, tendo dificuldade em satisfazer os seus
compromissos.
Normalmente, quando este indicador assume valores negativos, algo vai mal na tesouraria da empresa.
O fundo de meneio deverá, por isso, ser pelo menos igual a zero. No entanto, um fundo de maneio nulo
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pode também não ser suficiente, dado que o ativo corrente compreende valores que não são
imediatamente convertíveis em dinheiro. Pode ocorrer por
crescimento da clientela,
aumento do prazo médio de recebimento de clientes,
aumento de stocks devido ao abrandamento das vendas, etc.
Assim, é possível uma situação de incapacidade de pagamento das dívidas de curto prazo. Deverá haver
uma margem de segurança, variável consoante o tipo de negócio.
Se o fundo de maneio é excessivo é porque a empresa liberta meios financeiros a um ritmo mais rápido
do que o ritmo dos pagamentos. Poderá haver capitais próprios “parados” ou capitais alheios em excesso
que fazem aumentar os gastos de financiamento.
1
(perdas/reversões)
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A relação Margem comercial / Vendas de mercadorias mede a margem obtida pela empresa na venda
das suas mercadorias
Quanto mais esta relação se aproxima de 1, maior é a margem do comerciante; pelo contrário, quanto
mais perto de zero, mais fraca é a margem (Ex: grandes superfícies).
Exemplo:
Se Vendas = 1 000 000 300 000 / 1 000 000 = 0,3
CMV = 700 000
Margem = 300 000
Na otica da produção:
Na otica da repartição: o valor acrescentado é o total dos rendimentos que a empresa pode distribuir:
O valor acrescentado é um importante indicador de gestão quando relacionado com outros valores:
Assim:
Valor acrescentado Mede a aptidão da empresa para criar riqueza a partir da sua actividade
Volume de negócios Em empresas de serviços, esta relação pode ser próxima de 1
Valor acrescentado Mede a aptidão da empresa para criar riqueza a partir dos capitais próprios que
Capitais próprios foram investidos. Em empresas comerciais e de serviços esta relação pode ser
largamente superior a 1
Valor acrescentado Indica, em média, qual a contribuição dada por cada trabalhador para a criação
Nº de trabalhadores da riqueza na empresa. Um valor crescente de ano para ano é um sinal
positivo. Também é um óptimo indicador de comparação entre empresas do
mesmo ramo de actividade, na medida em que compara a produtividade de
trabalhadores de diferentes empresas dedicando-se à mesma actividade.
Trata-se de um mapa de evidente utilidade para as empresas que pretendem efectuar uma sã gestão do
seu património. No entanto, este mapa só é possível ser executado nas empresas que possuam instalada
uma contabilidade analítica de exploração.
Resultado bruto
resultado da diferença entre vendas e serviços prestados e o custo das vendas e dos serviços
prestados
Gastos de distribuição
estes gastos englobam , entre outros , o consumo de embalagens, subcontratos, despesas de
representação, publicidade, transportes de mercadorias e produtos, deslocações e estadias, gastos
com o pessoal e as amortização do ativo fixo tangível afeto ao sector administrativo
Gastos administrativos
entre outros: material de escritório, transporte de pessoal, despesas de representação,
remunerações dos órgãos sociais e amortizações do ativo fixo tangível afeto ao sector
administrativo
Resultado operacional
é o que se obtém deduzindo ao resultado bruto os gastos de distribuição e administração, outros
gastos e perdas e adicionando os outros rendimentos e ganhos
Obtém-se subtraindo aos resultados antes de impostos o imposto sobre o rendimento do período