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Presidência
Lucas Raduy Guimarães
Direção-Geral
Fabio de Oliveira
Gerente Pedagógico
Carlos Henrique Wiens
Assessores Responsáveis
Iara Aparecida Pereira Penkal - Assessoria de Formação Digital
Rodrigo Fornalski Pedro - Assessoria de Informática Educativa
Autoria
Beatriz Conci Cassins
Projeto Gráfico
AnaCarol Design Gráfico
Mateus Gomes Oliveira
Design Instrucional
Fabiane Picheth
Iara Aparecida Pereira Penkal
Rodrigo Fornalski Pedro
Diagramação
AnaCarol Design Gráfico
Revisão
João Lemos
Produção
Assessoria de Áreas
Formação Digital e Informática Educativa
Editora Aprende Brasil Ltda.
Av. Cândido Hartmann, 1400
Mercês, Curitiba/PR, 80710-570
Tel.: (41) 3312-3500
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Contato
formacaodigital@aprendebrasil.com.br
Sumário
Apresentação........................................................................................... 4
Referências Bibliográficas....................................................................10
Apresentação
PODCAST
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o item Podcast
1. Olhares curiosos da criança: observando e descobrindo vários mundos
Sem a curiosidade que me move, que me inquieta,
que me insere na busca, não aprendo nem ensino.
(Paulo Freire)
As crianças, com seus olhos curiosos, observam tudo ao redor. Elas buscam, atentas, os
detalhes e, muitas vezes, veem o que os adultos não veem. Sensibilidade, atenção e tempo são
componentes que fazem a diferença nas descobertas infantis e na aprendizagem.
O encantamento também é um componente que faz a diferença nesse processo, pois ele
torna o bebê e a criança mais atentos e focados para investigar, experimentar, descobrir e aprender.
Para refletir: Na mente das crianças há uma infinidade de perguntas. Desde questões do dia a
dia, como “por que as aranhas fazem teias?”, até questões mais complexas e filosóficas, como
“de onde viemos e para onde vamos depois que morremos?”.1
Todas essas perguntas têm origem na curiosidade infantil, que pode ser manifestada em
diversas situações: por exemplo, quando o bebê explora seus pezinhos e, um minuto depois, tenta
pegar a bola colorida que está perto dele e, na sequência, interrompe tal ação porque escutou
uma música que lhe chamou a atenção.
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incentivando o protagonismo infantil, que, em se tratando dos bebês e das crianças bem peque-
nas, é um protagonismo compartilhado. O adulto está ao lado, intervindo, cuidando e fornecendo
a atenção e os estímulos necessários para que o desenvolvimento integral e harmônico aconteça,
respeitando-se a individualidade de cada sujeito.
Como isso acontece? É realmente importante que os bebês e as crianças sejam curio-
sos? Se sim, por quê? Como agir para facilitar e estimular a criatividade na Educação Infantil?
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Vimos que, quanto mais curiosa a criança for, mais ela desenvolverá sua cria-
tividade e mais aprendizados ela será capaz de obter. Aí está a importância
SAIBA MAIS da curiosidade, ou seja, do desejo por conhecimento. E como incentivar ainda
Leia o artigo “Sobre mais os pequenos, auxiliando nesse processo?
como tolhemos a
curiosidade das
crianças” para
Importante que tenhamos em mente que as perguntas das crianças são sem-
entender melhor pre bem-vindas, pois elas aguçam o desejo de aprender e mobilizam para a
a importância do
incentivo à curiosida-
aprendizagem de maneira real. As crianças são curiosas para entender e co-
de nas crianças e os nhecer tudo o que faz parte do seu contexto. Assim, não há perguntas certas
malefícios da ação
contrária (tolher a ou erradas; há apenas perguntas.
curiosidade).
ACESSE AQUI Se a criança questiona, é porque ela quer saber. E, como afirma Marcos Piangers,
“toda resposta para uma criança é um convite a uma próxima pergunta”. Dessa
forma, devemos sempre incentivar a curiosidade e promover espaço para pesquisa, apresentando
caminhos que levem às respostas (que também podem mudar ao longo do tempo, em função do
desenvolvimento das crianças).
Outro ponto importante é a relação entre curiosidade e criatividade. Esses dois aspectos
podem definir nossa personalidade e interferir em nossa forma de ver o mundo e de lidar com
diferentes situações. Quanto mais curiosos, mais criativos somos, pois conhecemos diferentes
assuntos e situações, que ampliam nosso repertório. O mesmo acontece com as crianças.
A definição de curiosidade tem várias nuances: por exemplo, pode ser a vontade de querer
saber sobre determinados assuntos, mas também a empolgação por ficar imaginando qual será o
presente que alguém falou que a criança iria ganhar... Para algumas pessoas, crianças e adultos, o
nível de curiosidade e o excesso de pensamentos sobre determinados assuntos são tão grandes
que podem levar até à ansiedade!
Essas reflexões sobre nossos comportamentos podem nos ajudar a entender os mecanismos
de funcionamento das crianças, suas curiosidades e suas formas de lidar com essas curiosidades
e com as situações do dia a dia e da rotina escolar.
Para uma criança bem pequena, uma joaninha na planta ou uma aranha aparentemente
“voando” (porque está presa à teia) são situações que despertam curiosidade. Quando crescem,
elas ficam curiosas por outras temáticas: querem saber do que são feitas as nuvens ou de onde
vieram. Alguns temas, como este, podem até causar embaraço para alguns adultos.
Fato é que, a cada olhar atento ou a cada questionamento, os pequenos buscam respostas.
Estão conhecendo o mundo e, para isso, precisam perguntar, olhar, experimentar!
É importante que a gente saiba que nem todas as perguntas precisam de respostas. Na
verdade, quando a criança pergunta, ela verbaliza, coloca em palavras, sua curiosidade. Muitas
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vezes está perguntando a ela mesma, buscando as respostas e as percepções que determinadas
situações apresentam.
Para refletir: Não estamos aqui dizendo que não devemos dar respostas às crianças, e sim
valorizando o poder das perguntas. Uma pergunta abre possibilidades para as crianças pensarem,
o que estimula e aguça ainda mais a curiosidade e o movimento em busca de respostas e
soluções com criatividade.
Vamos pensar aqui em questões que nós, adultos, enfrentamos no dia a dia: quando temos
muitas ideias e conseguimos criar possibilidades, a vida fica mais fácil, mais atraente e até mais
divertida. Você concorda? Qual será a relação entre curiosidade e criatividade?
Falamos sobre a relação entre curiosidade e criatividade. Quando você pensa em criati-
vidade, o que lhe vem à mente? Santos Dumont e a invenção do avião? Que Thomas Edison só
podia mesmo ser um gênio para inventar a lâmpada? Criatividade, para você, está ligada a grandes
invenções?
Algumas pessoas acreditam que somente aqueles que têm um dom especial são criativos,
mas a verdade é que todos nós temos potencial para criar. Muitos fatores interferem e favorecem
o ato de criar. O contrário também é verdadeiro: há situações e realidades que também atrofiam,
digamos assim, essas possibilidades.
Falando em atrofiar, podemos pensar a criatividade como um músculo: um único dia de exer-
cícios na academia, para quem não costuma se exercitar, será que é suficiente para criar músculo
e desenvolver a força para erguer vários quilos nos aparelhos da academia? Ou a pessoa começa
com menos, com o que aguenta, e vai aumentando a carga ao logo das semanas?
Assim também acontece com o “músculo” da criatividade! A boa notícia é que nós, adultos,
podemos exercitá-lo todos os dias e melhorar bastante o nosso desempenho nesse quesito – um
pouco a cada nova situação, até mesmo nas corriqueiras.
Se você já é uma pessoa criativa, pode melhorar ainda mais. Mas, caso não se considere
criativo, se desejar, você pode exercitar essa qualidade e se surpreender com os resultados! Mas,
como saber se eu sou criativo?
Podemos pensar em situações básicas do dia a dia que nos demandam ação rápida, ino-
vação, invenção. Isso pode acontecer em situações da rotina em casa, como realizar uma receita
e ver que falta um ingrediente, ou em situações mais específicas, como resolver um problema no
trabalho, buscar um novo caminho para desviar de um congestionamento ou ainda resolver de
uma maneira diferente alguma questão da vida pessoal.
Geralmente, tendemos a fazer as coisas sempre da mesma forma – nem sempre por
comodismo. O que acontece é que nosso cérebro quer nos poupar de trabalho e nos
IMPORTANTE
proteger. Você inova, é curioso e busca ações criativas para a solução de desafios?
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Esse mesmo investimento em prol do desenvolvimento da criatividade em nossa vida adul-
ta pode ser aplicado ao trabalho com os bebês e com as crianças, com o objetivo de incentivar
a aprendizagem e aguçar a curiosidade em diversos contextos: na forma de ver o mundo e na
relação consigo mesmo, com as outras crianças, com os adultos e com tudo o que os cerca.
Quanto mais tempo e oportunidades para descobertas possibilitamos aos pequenos, mais
eles criam, a partir da curiosidade. Como fazer isso? Destinando tempo (de qualidade e com quan-
tidade) para as brincadeiras e para as interações, no trabalho com os eixos estruturantes da Base
Nacional Comum Curricular para a Educação Infantil, contando histórias, cantando, dançando,
brincando na natureza, brincando com o corpo, fazendo arte nas diferentes linguagens, valorizando
a sensibilidade e garantindo o exercício dos seis direitos de aprendizagem propostos na BNCC:
conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se.
É isso tudo. É respeitar a infância e a criança como sujeito autônomo e de direitos. É enten-
der as diferenças dos pequenos, enxergando suas potencialidades e possibilidades de atuação
para a criação de um mundo melhor.
Mundo este que está em constante mudança e repleto de questões que podem nos
trazer contrariedade e desconforto. A mesma percepção que temos do mundo nossas
crianças também têm, e, porque são curiosas e questionadoras, nos perguntam: “Por
que as coisas são como são? Por que tanta injustiça?”. Que possamos responder com outra
pergunta: “O que podemos fazer diferente?” ou “O que podemos fazer para mudar isto?”. Esse
é um excelente começo!
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Referências Bibliográficas
TARDOS, A.; SZANTO, A. O que é autonomia na primeira infância?. In: FALK, Judit
(Org.). Educar os três primeiros anos: A experiência Pikler-Lóczy. 3ª ed. São Carlos:
Pedro & João Editores, 2021, p. 45-57.