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Escola Sec. de
Emídio Navarro
O filme “A Verdade da Crise” é apresentado como a primeira película a revelar toda a verdade
sobre o que provocou a actual crise mundial. Este documentário realizado por Charles
Ferguson integra no ‘elenco’ nomes tão conhecidos como George Soros, Dominique Strauss-
Khan, Paul Volcker, Christine Lagarde ou Scott Talbot. Com narração de Matt Damon, ‘A
Verdade da Crise’ foi gravado nos EUA, Islândia, Inglaterra, França, Singapura e China.
Segundo o realizador, a ideia deste filme é mostrar a “verdade chocante” que esteve por
detrás do eclodir da actual crise económica e que deixou milhões de pessoas sem casa e
sem trabalho em todo o mundo.
“Através uma exaustiva investigação e entrevistas com alguns dos mais importantes
especialistas, políticos e jornalistas, “Inside Job” traça a ascensão de uma indústria
desonesta e desvenda as relações corrosivas que têm corrompido a política, os órgãos
reguladores e a academia”, pode ler-se no texto de apresentação do filme.
Texto 1.
"Inside Job - A Verdade da Crise" mostra como milhões de pessoas em todo mundo
perderam as suas poupanças e os seus empregos por causa de muitos destes senhores
importantes que não passam de uns bandalhos sem ética nem moral. A pílula amarga
que o filme nos deixa é que muitos deles foram chamados pela Administração Obama
para darem os seus conselhos. O negócio segue dentro de momentos.
Texto 2.
[…]
A chegada da crise a todos os continentes (com menor impacto nas nações da periferia
que se apoiaram em um mercado interno em expansão), evidenciou o estrago feito pelas
políticas neoliberais. Mas isso não significa que os agentes responsáveis pela
quebradeira, pela ação gananciosa que ampliou a pobreza inclusive em países como os
Estados Unidos, tenham sido punidos. Ao contrário: o documentário mostra que muitos
deles ocupam hoje cargos importantes na estrutura administrativa daquele país. Foram
indicados por Barack Obama, ilusoriamente visto como a saída para o caos econômico
que atingiu os EUA.
O que deduzimos de Inside Job é que a maioria dos seres humanos não vivem no
sistema descrito pelo filme. Vivem sob ele. Quero dizer que a enorme maioria das
pessoas vive no submundo do que se pode caracterizar como capitalismo. Algo já dito,
de outra maneira, pelo historiador francês Fernand Braudel, para quem o capitalismo
deveria ser dividido em uma economia superior, onde se faz o capital, e uma economia
inferior, onde praticamente as pessoas trabalham e produzem para sobreviverem. Aí se
encontram-se as grandes maiorias. O impressionante é a quantidade daqueles que,
vivendo nesse submundo, são submetidos a uma verdadeira lavagem cerebral.
Acreditam poder atingir a riqueza daqueles que controlam os meios pelos quais ela é
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conquistada. Talvez esta ganância obsessiva explique por que há tanta corrupção no
mundo.
Mas é evidente que creio ser possível superar os abusos do capitalismo. Pode-se mesclar
algumas coisas que são positivas, com a necessidade de se distribuir a riqueza de forma
mais democrática. E o Estado é essencial para isso. Não sou pessimista. Jogo no time
dos que acreditam que um outro mundo é possível!
PS: Sugiro aos interessados em Inside Job que assistam também outros dois
documentários: Enron, os mais espertos da sala e Corporation. Se tiverem tempo, vejam
também Capitalismo, uma história de amor, de Michael Moore. A partir daí será difícil
entender porque tantos defendem que o capitalismo é o melhor sistema para a
humanidade.
http://www.outraspalavras.net/2011/03/16/inside-job-e-as-entranhas-do-capitalismo/