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Reexaminando A Psicologia SANDE
Reexaminando A Psicologia SANDE
africana
1. Introdução
O presente artigo consiste num resumo elaborada tendo como base
principal os capítulos 8, 9, 10, 11 e 12 do livro Re-examining Psychology de
T. Len Holdstock.
Este trabalho surge no âmbito da cadeira de Perspectivas Africanas do
Fenómeno Psicológico. O objectivo do trabalho é tornar os estudantes
cientes de diferentes aspectos que existem nas teorias psicológias
previamente elaboradas, os quais precisam ser contextualizadas e
reelaborados conforme o contexto em que forem ao aplicados.
A metodologia para a elaboração deste trabalho consistiu na revisão
bibliográfica da obra disponibilizada pelos docentes da cadeira .
4. O Romanticíssimo na Psicologia
4.1. A Dimensão Estética dos Africanos
Apesar de a preferência estética e a criatividade constituirem um aspecto
complexo da cognição e do comportamento consciente, estes não são dados
a devida atenção em psicologia. De acordo com Hillman citado por
Holdstock (2000), esta negligência pode ser atribuída à falta de
sensibilidade estética na psicologia em geral.
Hillman citado por Holdstock (2000) clama por uma psicologia que tem a
sua base na imaginação das pessoas mais do que nas suas estatísticas e
diagnósticos. No estudo de casos clínicos, ele quer que seja aplicada uma
mente poética e não científica. De todos males da psicologia, Hillman
considera a negligência da beleza a mais grave. A Psicologia tem que
encontrar o caminho para a beleza se manter viva, a beleza é a cura para
males psicológicos. Ele afirma que a Psicologia precisa encontrar também o
apoio inesperado do trabalho de neurocientistas nos quais eles elucidam a
sobrevivente e evolucionária importância das estéticas.
Neste sentido, é importante que o foco tradicional na análise de objectos
estéticos e das idéias fixadas em obras de arte seja substituído por uma
aproximação mais dinâmica para a arte na qual o foco é trocado rumo à
análise do comportamento estético. Siegfried citado por Holdstock, 2000).
Embora o estudo do comportamento estético tenha sido negligenciado na
psicologia, tem que se ter cuidado em não cometer o mesmo erro no
desenvolvimento de uma psicologia Africentrica, especialmente desde que a
dimensão estética constitua um aspecto importante da vida em África.
A arte compromete a pessoa à comunidade. Esta talvez é a razão pela qual
as crianças ainda pequenas, são expostas à canções, a música, e as danças
da comunidade. Tonder (1987) citado por Holdstock (2000:184) exemplifica
que “A mãe africana canta para o seu filho e expõe-lhe a diversos aspectos
da música desde a tenra idade. Ela treina a criança para se dar conta do
ritmo e do movimento balançando-a à música, cantando para ela imitando
ritmos de tambor”. Desde cedo as mães dançam com bebês nas costas e
batem os tambores com elas ao colo. As crianças adquirem habilidades
artísticas e de dança com a mesma facilidade que aprendem caminhar e
falar.
O rítmo é o arquiteto do ser, é a mais pura expressão de força da vida em
África. O rítmo provê a dinâmica interna, a qual estrutura a fala, música,
dança, poesia, teatro, e o desempenho atlético. Sem o rítimo, o africano
torna-se um barco que vagueia no mar da vida. O rítmo traz o propósito e o
significado, aumenta a compreensão e o senso de ser; une o indivíduo com
a força cósmica; ergue os espíritos, e assim, cura. Está é a base das
técnicas usadas por curandeiros indígenas para alcançar estados alterados
de consciência, habilitando-os ao divino e a cura.