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O Enfermeiro Perante A Criança/Família Com Dor
O Enfermeiro Perante A Criança/Família Com Dor
O ENFERMEIRO PERANTE A
CRIANÇA/FAMÍLIA COM DOR
Realizado por:
Ana Faísca
Catarina Gonçalves
Inês Fernandinho
João Oliveira
Liliana Valério
Castelo Branco
Outubro de 2010
Ana Faísca n.º 20070165
O ENFERMEIRO PERANTE A
CRIANÇA/FAMÍLIA COM DOR
Castelo Branco
Outubro de 2010
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“A dor é sempre presença incómoda, indesejável, desnecessária, e no entanto, convive connosco,
tratamos por tu, assusta-nos, magoa-nos, modifica-nos” (BARBOSA & LOURENÇO, 2009).
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Lista de Abreviaturas e de Siglas
Mg - miligramas
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO.................................................................................................................6
1. AVALIAÇÃO DA DOR NA CRIANÇA.....................................................................7
1.1. Factores que influenciam a experiência de dor........................................................7
1.2. Indicadores de dor....................................................................................................8
1.3. Métodos e instrumentos de avaliação......................................................................9
1.3.1. Auto-avaliação..................................................................................................9
1.3.1.1. Escalas visuais analógicas.............................................................................9
1.3.1.2. Escalas de faces...........................................................................................10
1.3.2. Hetero-avaliação.............................................................................................10
1.3.2.1. Echelle de Douler et d’Inconfort du Nouveau-Né (EDIN)..........................11
1.3.2.2. Neonatal Infant Pain Scale (NIPS).............................................................11
2. TRATAMENTO DA DOR NA CRIANÇA................................................................12
2.1. Tratamento não farmacológico..............................................................................12
2.1.1. Técnicas comportamentais.............................................................................12
2.1.2. Técnicas cognitivas........................................................................................13
2.1.3 Técnicas cognitivo-comportamentais..............................................................13
2.1.4. Métodos Físicos..............................................................................................13
2.1.5. Suporte emocional..........................................................................................14
2.1.6. Ambiente........................................................................................................14
2.2. Tratamento Farmacológico....................................................................................14
2.2.1. Fármacos Não Opióides.................................................................................16
2.2.2. Fármacos Opióides.........................................................................................17
2.2.2. Anestésicos Locais.........................................................................................17
3. MITOS, CRENÇAS ACERCA DA DOR NA CRIANÇA.........................................18
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................20
APÊNDICES…………………………………………………………………………...22
ANEXOS……………………………………………………………………………….24
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INTRODUÇÃO
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1.3.1. Auto-avaliação
Nos dias de hoje, ainda é de todo impossível apurar com exactidão a faixa limite a
partir da qual a auto-avaliação é válida. Encontra-se documentado que as crianças mais novas
tendem a exacerbar a avaliação da dor aguda, comparativamente com crianças mais velhas;
entre os três e os quatro anos situam-se normalmente nos extremos. Estão disponíveis escalas,
escalas concretas, autoquestionários, escalas numéricas, escalas verbais ou qualitativas,
escalas analógicas, entre outros tipos. Actualmente, a Escala Visual Analógica (EVA) é o
instrumento de referência, cuja validade tem sido muito pouco colocada em causa (BATALHA,
2010).
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com estranhos, medo de aborrecer os pais, demonstrarem que são corajosas ou receio face a
injecções.
Deve ser aplicada e adaptada a cada caso, devendo-se ter sempre em conta: apresentá-
la na vertical, deslocando o cursor para os extremos durante a explicação, uso de termos
neutros sem recorrer ao passado e à imaginação, verificar a compreensão da criança e, por
fim, inquirir qual a sua dor no momento da avaliação. Ao apresentar a escala na vertical, evita
a associação com a escrita (esquerda-direita), estando antes associada ao crescimento. Ao não
usar números, evita complicações cognitivas para as mais novas e dificulta a memorização
dos resultados para a próxima avaliação. Ao evitar elementos lúdicos, não leva a criança a ser
induzida em erro.
A EVA mede, no verso, a dor de zero a dez centímetros, sendo adoptada a
categorização da dor pela Agence Nationale d’Accreditation et d’Evaluation en Santé
(ANAES): sem dor (<10mm); dor ligeira (10-30mm); dor moderada (30-50mm); dor intensa
(50-70mm); dor muito intensa (≥70mm) (BATALHA, 2010) (ver anexo I).
1.3.2. Hetero-avaliação
Esta avaliação é a usada aquando da incapacidade da criança para se auto-avaliar. É
feita ou pelo enfermeiro, médico, pais ou outra pessoa que usa escalas comportamentais ou
compostas, através da observação da criança.
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2.1.6. Ambiente
A atmosfera que rodeia a criança doente é de grande importância. Se a criança e seus
acompanhantes estiverem tranquilas, a experiência de dor será menos severa.
Decoração e mobiliário conducente a uma atmosfera mais confortável e orientada no
sentido das necessidades da criança, ajudam a tornar um ambiente mais calmo e familiar,
atenuando a percepção negativa, que a criança em geral, possui do meio hospitalar e reduz a
sua ansiedade (BATALHA, 2010).
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A dor na criança foi, durante muitos anos, subvalorizada por influência de inúmeros
mitos e crenças, onde esta era vista como um ser incapaz de expressar a sua dor. A
persistência de falsas crenças em relação à dor continua a ser um factor associado ao seu
subtratamento, à dificuldade da criança em exprimir a dor; falta de conhecimentos do
profissional de saúde acerca da dor e respectiva avaliação, assim como pela insuficiente
informação nas técnicas de alívio desta. O estádio de desenvolvimento, a personalidade da
criança, atitudes sócio-pessoais relacionadas com a cultura, género, relações familiares e
experiências dolorosas, interferem quer na prevenção, quer no tratamento da experiência
dolorosa (PIMENTEL, 2001); (HOCKENBERRY, 2006).
É comum, nas sociedades actuais, a concepção de que o recém-nascido não sente dor
face à estimulação dolorosa, e a criança não experiencia a dor com a mesma intensidade que o
adulto, devido à imaturidade do seu sistema nervoso. Esta ideia revela-se despropositada, pois
o sistema neurológico encontra-se funcional no momento do nascimento, assim como as
estruturas centrais ligadas à percepção dolorosa, mostrando que as crianças, mesmo no
período neonatal são capazes de sentir, perceber e memorizar a experiencia dolorosa.
Outro mito frequente centra-se na ideia de que a criança metaboliza os analgésicos de
forma distinta dos adultos, assente na concepção de que o seu fígado não se encontra
completamente funcional, o que provocaria o aumento da semi-vida dos analgésicos e
consequentemente conduziria a intoxicações e a potencial risco de depressão respiratória. De
acordo com BURR em PIMENTEL (2001), as crianças com um mês de idade, possuem a mesma
capacidade de utilização e de eliminação de narcóticos que os adultos. A preocupação de que
as crianças tratadas com narcóticos se tornam toxicodependentes é um dos principais
obstáculos ao uso de opióides, por parte dos profissionais de saúde para prevenir/tratar a dor.
A noção de que a criança não tem memória da dor, constitui também uma falácia.
Estudos revelam que embora a criança não verbalize a experiência dolorosa, manifesta
alterações no seu comportamento após actos dolorosos, como irritabilidade.
No que toca aos enfermeiros, estes acreditam que as crianças sentem dor, mas ainda se
mostram renitentes na administração de opióides. Por outro lado, o medo da dependência de
narcóticos por parte da criança e a depressão respiratória, contribuem para que os enfermeiros
diminuam as doses administradas e a frequência com que o fazem, optando por administrar
analgésicos menos potentes (PIMENTEL, 2001); (HOCKENBERRY, 2006).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A dor tem sido encarada como factor irrelevante na maioria da prestação de cuidados
de saúde, algo que tem sido contrariado desde a emanação da circular normativa da dor como
quinto sinal vital, alertando-nos para a (des)atenção dos profissionais de saúde, e
principalmente dos enfermeiros. Por outro lado, apesar desta chamada de atenção, a sua
avaliação, no geral, ainda tem sido diminuta.
A criança sente dor, tal como o adulto, embora que diferente maneira.
Muitos são os indicadores que influenciam a avaliação da dor, desde a criança que
sente a dor, passando pela família/cuidadores, profissionais de saúde, instituições de saúde e
sociedade, daqui se depreendendo as grandes dificuldades em objectivar a dor.
Foram então elaboradas inúmeras escalas (de hetero e auto-avaliação) para objectivá-
la. A mais consensual é a Escala Visual Analógica.
Depois da sua avaliação, consoante o resultado/interpretação da dor, assim serão os
cuidados a prestar. Estes dividem-se em tratamentos não farmacológicos (técnicas cognitivas,
comportamentais, cognitivo-comportamentais, métodos físicos, suporte emocional, adequação
do ambiente); ou farmacológicos (fármacos não opióides, fármacos opióides e anestésicos
locais), dando-se primordial importância aos primeiros.
De seguida deve-se avaliar a eficácia dos fármacos e dos cuidados, de forma a
verificar a eficácia dos mesmos.
Contudo, especialmente ao nível dos fármacos opióides, constatámos que subsistem
grandes mitos e crenças na sua utilização.
Constatámos uma grande necessidade de alterar conhecimentos, mitos e preconceitos,
barreiras e obstáculos por parte de todas as partes intervenientes, através de uma constante
actualização de conhecimentos.
Concluímos este trabalho com algumas medidas que achamos serem oportunas para o
futuro: acções de formação sobre dor; acções de sensibilização em serviço que abordem o
tratamento farmacológico; avaliação e registo correcto do fenómeno da dor pelo menos uma
vez em cada turno, mediante escalas validadas; excelente entendimento entre todos os
profissionais de saúde, entre si e com a família.
A dor não pode ser vista como algo do destino e, se fizermos tudo o que está ao nosso
alcance para preveni-la, tratá-la e cuidá-la será enriquecedor. Contudo, se conseguirmos
estabelecer e atingir a meta da proficiência, será um brio prosseguir esta longa caminhada.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTONIAZZI [et al] (2007) – O conceito de coping: uma revisão teórica. [em linha]
http://pt.shvoong.com/medicine-and-health/1634690-conceito-coping-uma-revis%C3%A3o-te
%C3%B3rica/
DIRECÇÃO GERAL DA SAÚDE (2003) – A Dor como 5º sinal vital. Registo sistemático da
intensidade da Dor. Ministério da Saúde. Circular Normativa nº 09/DGCG de 14/06/03
HICKS [et al] (2001) - Children's pain - the facts; Nova Zelândia [em linha]
http://www.kidshealth.org.nz/index.php/ps_pagename/contentpage/pi_id/107
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SILVA [et al] (2007) – Práticas e condutas que aliviam a dor e o sofrimento em crianças
hospitalizadas. [em linha] http://www.fepecs.edu.br/revista/Vol18_2art07.pdf
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APÊNDICES
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