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Bolívar Lamounier**
Maria D'Alva C il Kinzo***
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aspectos institucionais; R epresentação: recrutam ento político e
atu ação parlam entar dos partidos; P artidos: organização e ideo
logia; C om portam ento eleitoral e atitudes políticas. Um a palavra
sobre cada um a destas categorias facilitará a consulta ao m ate
rial bibliográfico.
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sentido, é do m aio r interesse destacar o renovado vigor com que
esses estudos vêm agora reaparecendo. Deve-se entretanto sa
lientar que, m esm o no interregno autoritário a que h á pouco
nos referim os, continuou-se a produzir textos “paradigm áticos”
m uitíssim o úteis p a ra a com preensão do sistema político e da
dinâm ica partid ária. A coletânea editada em 1965 por O ctávio
Ianni, sob o título de Política e revolução social no Brasil, em
p articu lar as contribuições que a ela fizeram Francisco C. W ef-
fo rt e Paul Singer, revalorizou bastante a problem ática do po-
pulism o e dos partidos num cam po de análise de inspiração
m arxista. A í tam bém já se encontra um questionam ento da ve
lha tese segundo a qual os partidos do regim e de 1946 teriam
sido inteiram ente am orfos e indiferenciados em suas conexões
sociais e ideológicas. Schw artzm an (1 9 7 0 ) e C intra (1 9 7 4 )
trou x eram m ais um a vez à baila, atualizando-os à luz das novas
condições políticas, alguns tem as clássicos d a consciência his
tórica brasileira. A tese do prim eiro inscreve-se na tradição de
R aym undo F ao ro (Os donos do poder, 1 9 5 8 ), reafirm ando a
preem inência do E stad o sobre a sociedade civil, ou da coopta-
ção sobre a representação, como veio principal da história p o
lítica brasileira. C intra elabora um m odelo das relações centro-
-periferia e através dele retom a a questão do coronelism o, de
u m p oder central que, em bora fortalecido, necessita com por-se
com os rem anescentes locais da dom inação privada. N esta óti
ca, os processos de m ediação entre os dois pólos ganham relevo
analítico com o um dos principais nervos do processo político
global, em vez de perm anecerem com o um a espécie de crônica
das patologias herdadas da era colonial. C ardoso ( 1 9 7 3 ), L a-
fer (1 9 7 5 ) e L inz (1 9 7 3 ) fizeram contribuições decisivas p a ra
a com preensão do regim e autoritário, dos grupos sociais que
lhe deram suporte, de seu m odus operandi com o sistem a polí
tico, e sobretudo, no caso de Linz, dos lim ites dentro dos quais
p o d eria ele assegurar algum a legitim idade.
C om o foi dito anteriorm ente, não nos m oveu qualquer p re
tensão de exaurir a produção relevante ao nível dos paradigmas,
m as apenas a de representá-la. Observe-se, além disso, que os
itens acim a citados não necessariam ente contêm referências es
pecíficas à problem ática eleitoral e partidária. N este sentido,
cum pre reiterar a existência de um pequeno conjunto de obras
n o qual se percebe com especial clareza a intenção de revigorar
o cam po de estudos a que nos referim os no título deste ensaio.
Sem p erd er de vista os problem as m ais am plos da organização
política e institucional do país, esse conjunto de obras preocu-
pa-se em apoiar a discussão sobre partidos e eleições em bases
em píricas m ais sistem áticas e num tratam ento m etodológico mais
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rigoroso, N o âm bito d a p ro dução já divulgada em livros, m ere
ce destaque o de G láucio Soares, Sociedade e política no Brasil,
1973; o de Simori Schw artzm an, São P aulo e o E stado Nacional,
1974; o de B olívar L am ounier e F ernando H. C ardoso, O s par
tidos e as eleições no Brasil, 1975, l . a edição; o de M aria do
C arm o C am pello de Souza, E stado e partidos no Brasil, 1976;
e um quinto, organizado por F ábio W anderley R eis, Os parti
dos e o regime, a ser brevem ente publicado pela E ditora Sím
bolo. Sob a form a de artigos, é oportuno cham ar a atenção para
o debate publicado pela revista Dados em seu núm ero 14, sob
o título “As eleições e o problem a institucional”, aproveitando
a experiência de um sem inário prom ovido em novem bro de 1975
pelo D epartam ento de Ciência Política da U FM G (ver C ardoso,
1977; Reis, 1977; Santos, 1977; e Schw artzm an, 1977). F in al
m ente, entre as teses acadêm icas ainda não publicadas e que
se referem de m aneira bastante próxim a à problem ática p arti
dária e eleitoral, a de Phyllis Petersen é ainda um a das princi
pais fontes descritivas sobre o período m ultipartidário.
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n ão é tarefa simples, razão pela qual as indicações feitas sob
esta ru b rica são apenas exem plificadas, tendo em vista salientar
a existência de um debate sobre a representação durante o
perío d o considerado. C ontudo, pareceu-nos oportuno incluir
aqui algum as referências clássicas, com o Soares de Souza
(1 8 7 2 ), A ssis B rasil (1 9 3 1 ), A m ado (1 9 6 9 ). E n tre os textos
produzidos sob a vigência da C onstituição de 1946, incluím os
alguns de escasso valor analítico, m as que se singularizam por
haverem sido produzidos sob o patrocínio de grupos de inte
resse: é o caso de M artins (1 9 5 6 ), um a coletânea de debates
publicada sob a égide da F ederação do C om ércio de São Paulo.
D eve-se tam bém salientar que o interesse por esta tem ática se
vem am pliando e que a tradicional divisão entre juristas e soció
logos ten d e a atenuar~se. B ritto (1 9 6 5 ) e C avalcanti (1 9 7 5 )
são discussões m uito úteis sobre representação proporcionai ou
distrital. Soares (1971 e 1973) é um excelente estudo sobre os
efeitos do artigo 58 da C onstituição de 1946, que estabelece o
qua n tu m da representação de cada E stado na C âm ara Federal.
M aria do C arm o C am pello de Souza, no livro anteriorm ente
citado, apresenta inform ações preciosas sobre a origem polí
tica desse dispositivo n a Constituinte. U m a proposta de alterar
o sistem a brasileiro de representação política, adaptando-o, pro
vavelm ente, a um p a d rã o político m enos dem ocrático do que o
vislum brado pelos constituintes de 1946, é apresentada por
F erreira (1 9 7 2 ) e criticada por Schw artzm an no últim o capítulo
de São Paulo e o E sta d o N acional (1 9 7 4 ).
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deres, ora com o o ex trem o -o p o sto : com o locus de interesses
inteiram ente particularísticos. A ssim , na era do “desenvolvim en
to ” , era com um encontrarem -se referências ao Congresso que o
situavam única e exclusivam ente na categoria de “obstáculo p o
lítico” ao planejam ento. O legislativo real, corpóreo, no qual
tinham assento políticos de carne e osso, repugnava igualm ente
a teóricos de esquerda e a tecnocratas de direita. A os prim eiros,
na m edida em que era visto com o um veto antecipado a todo e
q ualquer projeto de reform a, notadam ente no tocante à estrutura
agrária; e aos segundos, que o viam som ente com o expressão de
um insaciável em preguism o, incom patível com a m odernização
adm inistrativa e com a austeridade financeira (ver F urtado,
1966; C am pos, 1975; Jaguaribe, 1 9 6 1 ). N ão se trata, aqui, de
ignorar a grande parcela de verdade que a tese do “obstáculo
político” continha. C ontudo, o desenvolvim ento das pesquisas
sobre o recrutam ento político e a atuação legislativa dos partidos
está sem dúvida corrigindo essa tese no que ela tem de dem a
siado unilateral, m ostrando que as forças representadas no legis
lativo eram bem m enos m onolíticas, e bem m ais m atizadas em
suas propostas do que se havia inicialm ente suposto. Bem ou
mal, o C ongresso votou um a legislação sobre petróleo, no início
dos anos cinqüenta, e um a legislação sobre tarifa, em 1957,
cujo conteúdo não parece com patível com um interesse oligár-
quico estreito e m onolítico. C onsiderações desta n atureza pare
cem estar estim ulando estudos mais m inuciosos sobre a tom ada
de decisões através do legislativo e tam bém sobre a com posição
social deste, ou seja, sobre os processos de recrutam ento políti
co. Pita (1 9 6 6 ) é um dos estudos m ais antigos sobre recru ta
m ento, referindo-se especificam ente à assem bléia carioca. M o
reira (1 9 6 7 a, 1 9 6 7 b ), M aduro (1971 e 1 9 7 3 ), Leopoldi
( 1972a, 1972b, 1973 e 1 9 7 7 ), N unes (1 9 7 8 ) tam bém pesqui
saram o recrutam ento político no Rio de Janeiro. E m nível n a
cional, os principais estudos sobre recrutam ento político são os
de Fleicher (1 9 7 7 a e 1 9 7 7 b ), que realizou extenso levantam en
to de carreiras políticas, tanto de deputados federais quanto de
deputados estaduais. M enos num erosos, mas por certo não m e
nos necessários, são os estudos a respeito de decisões específicas,
vale dizer, sobre o encam inham ento e a votação de projetos no
Congresso N acional e nas assem bléias estaduais. Brigagão
(1 9 7 1 ) e Santos (1 9 7 1 , 1973a e 1 9 7 3 b ), são trabalhos pionei
ros, neste particular. Schm itter (1971, especialm ente capítulo
11) e C ardoso (1 9 7 5 ), pesquisaram as ligações entre deputados
e grupos de interesse, o utro veio que perm anece pouco explo
rado. F inalm ente, quanto à discussão m ais abrangente — aquela
que diz respeito ao papel e às funções do legislativo dentro do
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sistem a político, a bibliografia existente parece já bastante volu
m osa, convidando a um trabalho aprofundado de avaliação e
consolidação. E la varia desde textos de feição tradicional e por
vezes laudatória, com o B arbosa (1 9 77a, 1977b) até estudos
conceitualm ente m ais rigorosos, com o A branches (1 9 7 3 ), Pac-
kenhara (1 9 7 1 ), M endes de A lm eida (1 9 7 5 ), G uim arães
(1 9 7 5 ), B enevides (1 9 7 6 ) e Bahia (1 9 7 7 ),
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tido político com o um a organização que se form a num espaço
político ocupado p o r outras organizações, e que a ele deve a d a p
tar-se, É curioso observar, retrospectivam ente, que a oposição
udenista percebera este problem a já em 1946, não, é claro, em
term os conceituais, mas sim no calor da m ilitância. O bservações
sobre o papel condicionante do E stado N ovo sobre a estrutura
p artid ária nascente são freqüentes no livro de V irgílio de M ello
F ranco, A cam panha da U D N, de 1946. É do mesmo ano A
política do m unicípio, de O rlando de C arvalho, cujos capítulos
finais m ostram com o a m áquina do E stado N ovo ia sendo u ti
lizada para form ar as futuras bases do PSD e do PTB. O fato,
entretanto, é que esta linha de investigação não prosperou nos
anos cinqüenta e sessenta. N a produção recente, é necessário
destacar a contribuição de Lucia Lippi Oliveira ( 1973a e 1973b)
sobre o PSD e a de O távio Ducci (1 9 7 7 ) sobre a UDN.
É tam bém opo rtu n o indicar aqui, naturalm ente sem preten
der um a cobertura com pleta, alguns dos trabalhos que se acham
em andam ento e que deverão frutificar brevem ente sob a form a
de teses. Assinale-se, em prim eiro lugar, um novo surto de estu
dos sobre o integralism o, Linz (1 9 7 6 ) e C hasin (1 9 7 8 ) são
contribuições novas. M arilena C hauí, do D epartam ento de F ilo
sofia da U SP, vem tam bém estudando o tema. A cham -se tam
bém em andam ento diversas m onografias sobre organização par
tidária, N o Rio G rande do Sul, H élgio T rindade vem pesquisan
do o Partido L ibertador e a tradição oposicionista gaúcha, René
E rnaine G ertz estuda os teuto-brasileiros e o integralism o no Sul
do país; Celi Regina Jardim Pinto elabora tese sobre a elite re
publicana e o positivism o; M aria Luiza M artini trab alh a sobre
A lberto Pasqualini e a dem ocracia populista; e M aria Isabel
Nofl estuda a rearticuiação dos grupos políticos gaúchos após a
R evolução de 1930. N a Universidade de Brasília, Servito M ene
zes vem estudando a form ação e a organização do PCB em
Goiás no período de 1945 a 1948. E m São Paulo, M aria V itó
ria Benevides Soares estuda a U D N ; Luiz Jorge W erneck Viana,
o PD C; R egina Sam paio, o PSP; M aria D ’A lva Gil Kinzo, o
atual m ovim ento no sentido de form ar novos partidos, na me
dida em que se delineia o fim do bipartidarism o com pulsório.
É am da conveniente observar que um a das peculiaridades do
sistema político anterior a 1964, a saber, a fragilidade dos gran
des partidos nacionais em São Paulo, perm anece com o tem a de
reflexão (v er Schw artzm an, 1974; Souza, 1 9 7 6 ). Os autores do
presente ensaio vêm trabalhando num a história eleitoral de São
Paulo, na qual, sem dúvida, serão retom ados os tem as do popu-
lismo adem arista e janista e da fragilidade dos principais par
tidos nacion ais nesse Estado.
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Comportamento eleitoral e atitudes políticas
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p a ra citar apenas três, são m onografias m uito úteis. C arvalho
(1 9 6 8 ) e Davids (1 9 6 8 ) perm item entrever certo grau de dife
renciação nas orientações teóricas dentro do subconjunto “poder
local”.
E ntre os estudos eleitorais propriam ente ditos, é necessá
rio m ais um a vez destacar a série publicada pela R evista Brasi
leira de E stu d o s Políticos, notadam ente nos núm eros 8, 16,
23-24 e 43, que se referem , respectivam ente, às eleições de 1 9 5 8 ,/
1962, 1966 e 1974. Os estudos d a R B E P baseiam -se, pratica
m ente sem exceção, em dados oficiais, e seu objetivo é quase
sem pre o de analisar um a eleição específica, E stado por Estado.
Sem que isso dim inua seu valor docum ental, a crítica que se lhes
pode fazer é o fato de se m anterem quase sem pre rentes aos
dados, com um a p reo cupação descritiva m uito acentuada, e,
sobretudo, de o fazerem sem a necessária padronização m eto
dológica. E ste m esm o com entário se aplica, aliás, ao volum e
editado por Cavalcanti e D ubnic (1 9 6 4 ).
Existe entretanto um a o u tra tradição de estudos eleitorais,
que se caracteriza por um a m aior preocupação m etodológica e
teórica, e tam bém p o r recorrer com certa freqüência a pesquisas
por am ostragem . E sta tradição se inicia, a rigor, com os trab a
lhos de G láucio Soares sobre a eleição presidencial de 1960 e
posteriorm ente sobre as bases sociais do lacerdismo. E m 1965,
o D epartam ento de Ciência Política da U F M G realizou um
survey, do qual resultou, entre outros, o trabalho de C intra
(1 9 6 8 ), que é, juntam ente com os textos de Soares, um a das
m elhores fontes para a análise das bases sociais dos antigos par
tidos. C outo (1 9 6 6 ) não se baseia em pesquisas p o r am ostra
gem, m as sim num a desagregação da G u an ab ara segundo suas
zonas eleitorais, com resultados extrem am ente sugestivos. O gru
po de sociologia e política da U niversidade F ederal do R io G ran
de do Sul tem tam bém longa experiência em pesquisa eleitoral,
com dados agregados e com surveys, com o se verifica pelos tra
balhos de T rindade e D ê Cew. O utro im portante projeto a ser
m encionado aqui é o realizado em 1973 por A m aury de Souza
e P eter M cD onough, sob o título Elites e Representação Políti
ca, cujos resultados ainda não foram publicados. E m 1974, fo
ram realizados su rveys eleitorais em São Paulo, M inas G erais e
P orto Alegre (ver L am ounier, 1957a e b; R eis, 1975; D e Cew,
1975 e 1 9 7 7 ), E finalm ente, em 1976, fez-se u m a tentativa de
certa form a original: a realização de surveys padronizados em
q uatro cidades (P residente Prudente, em São P aulo; Caxias, no
R io G ran d e do Sul; N iterói, no Rio de Janeiro; e Juiz de F ora,
em M inas G e ra is). Os prim eiros resultados acham -se em La-
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m ounier (1 9 7 8 ), T rin d ade e D e Cew (1 9 7 8 ), Lim a Jr, (1 9 7 8 b )
e R eis (1 9 7 8 ), e serão incluídos no volum e já citado, de Fábio
W anderley Reis, Os Partidos e o Regime.
A contribuição que o estudo em pírico do com portam ento
eleitoral pode fazer p a ra a com preensão de processos políticos
e históricos mais abrangentes é, naturalm ente, um a questão m ui
to am pla p ara ser suscitada aqui. Poder-se-ia entretanto dizer,
particularm ente dos estudos teóricos e m etodologicam ente m e
lhor articulados, que essa contribuição tem consistido em m os
trar a progressiva constituição da cidadania, no sentido de T . H .
M arshal, à m edida que se diluem os condicionam entos fundados
em relações de dependência pessoal e, conseqüentem ente, se ins
tau ram condições de incerteza no processo político-eleitoral.
D iante de tais condições é que o voto se transform a, efetiva
m ente, em recurso político valioso p a ra am plas cam adas da po
pulação, as quais passam a contar cada vez mais no conjunto de
processos a que se refere o conceito de representação. Ao m es
mo tem po, sabe-se que o com portam ento eleitoral e a represen
tação, m esm o sob condições sociais propícias e m esm o sob re
gimes efetivam ente dem ocráticos, não são a ante-sala do p ara í
so. Sendo o voto tão sim plesm ente um a técnica de agregar pre
ferências e de viabilizar decisões coletivas im ensam ente com ple
xas, ele n ão se liberta jam ais de suas im perfeições específicas.
M esm o estando próxim a, no Brasil, com o crem os ser o caso, a
superação das condições sociais que justificavam, o apego quase
exclusivo de nossa sociologia política aos tem as do m andonis-
m o, do coronelism o, do clientelismo, e similares, restam inú
m eras outras fontes de im perfeição, de desconexão entre repre
sentantes e representados, de rarefação ideológica, e assim por
diante. In co rp o rar estes novos tem as à discussão tradicional,
m ostrando que, apesar das m azelas de sua form ação colonial,
o B rasil vive hoje problem as de qualquer sociedade com plexa
que pro cu ra se organizar dem ocraticam ente, será talvez a con
tribuição m ais significativa destes estudos em sua fase atual.
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