Você está na página 1de 10

¡ A partir de meados dos anos 1940 até o final dos anos

de 1950, com o barateamento de equipamentos


portáteis de filmagem em 16mm, mais pessoas
tiveram acesso à produção de filmes e alguns artistas
começaram a incorporar o cinema ao seu trabalho.

¡ Originalmente, os filmes realizados por Andy Warhol,


Jonas Mekas, Stan Brakhage, Maya Deren, Kenneth
Anger, entre outros, foram denominados como
Cinema Experimental (ou Underground).
¡ No entanto, o cinema sempre foi uma técnica
experimental por natureza, desde o seu surgimento
(Primeiro Cinema, por exemplo).

¡ Nas Vanguardas Históricas, o cinema já era utilizado como


expressão artística experimental em função da potência
estética da imagem em movimento.

¡ Surrealismo e Dadaísmo – Le Retour à la Raison (Man Ray,


1923); Entr'acte (René Clair, 1924); Anemic Cinema (Marcel
Duchamp, 1926); Um cão andaluz (Luis Buñuel, 1929).
¡ Nos anos 1950, em NY, surgem alguns nomes que são
seminais no cinema experimental:

§ Andy Warhol, que nos anos de 1960 já era um artista muito


famoso da Pop Art.
§ Jonas Mekas, cineasta de origem lituana que chegou nos
EUA em 1949 (deixou a Lituânia em 1944, foi preso em
campo de concentração na Alemanha, sobreviveu e estudou
filosofia na Alemanha antes de ir para os Estados Unidos,
onde vive e trabalha até hoje).
§ Outros americanos: Maya Deren, Kenneth Anger, Stan
Brakhage.
¡ Este cinema feito por Warhol e Mekas tem vários
nomes: underground, New American Cinema e cinema
experimental.

¡ O que ocorre é que hoje cinema underground e


experimental são expressões usadas para se referir a
todo tipo de produção de teor vanguardístico, feita
com alguma experimentação formal e que circula
num circuito de exibição considerado periférico
(cinemas de arte, museus, galerias, internet, etc.).
Maya Deren
¡ Produziu uma grande contribuição para a abertura de
novos rumos para o cinema, atingindo público com filmes
mais “pessoais”.
¡ Começa a fazer seus filmes em 1943.
¡ Criou uma ligação importante entre o cinema e outras
expressões artísticas como a dança, a poesia, a literatura
e a fotografia.
¡ Marco inicial do cinema experimental: Meshes of the
Afternoon (1943).
Maya Deren

¡ Meshes of the Afternoon:

- Rodado em 16mm;
- Estabelece algumas inovações cinemáticas;
- O mais importante elemento (não)-narrativo do filme é o ritmo
(inspirado na montagem de Eisenstein);
- É o ritmo que faz o encadeamento de som, imagem e
movimento, produzindo o efeito de transe;
- O ritmo dá suporte para a criação de novas formas e
experiências sensoriais.
Andy Warhol
¡ Característica essencial: neutralização por esvaziamento
dos sentidos.
¡ Obsessão pelos processos artísticos da cultura
comunicacional, pelos modos técnico-automáticos de
produção, reprodução e circulação massiva.
¡ Empregava processos e técnicas de repetição de matérias
figurais impressas, executando sempre transferências
textuais entre contextos e suportes.
¡ Warhol alcança uma inflexão na reflexividade da obra
artística.
Andy Warhol
¡ A referencialidade que sua obra busca não é mais a do
meio, técnica ou linguagem, mas a da própria cultura.
¡ A prática de Warhol se efetua no âmbito da estética, ainda
que já como estética de outra arte e em outras condições
epistêmicas.
¡ Warhol acaba produzindo fissuras no sistema da arte
vigente à época (arte como ruptura crítica frente à
sociedade individualista do capital), incorporando e
repetindo massiva e compulsivamente o mundo exterior
da cultura.
Stan Brakhage
¡ Crítico da representação em perspectiva provenientes do
Renascimento (convenções da lógica espacial) e também
da temporalidade lógico-causal à qual a narrativa do
cinema industrial nos acostumou.
¡ Assim, Brakhage criaria uma imagem de tempo bastante
singular com seu cinema.
¡ Afirmação da presentidade enquanto instante de
presença imediata (estratégia contra concepções da arte
política e contra uma concepção moderna de
temporalidade que ordenam passado e presente ou
privilegiam o futuro).
Stan Brakhage
¡ A arte, sem abandonar os interesses críticos, voltava-se
para a materialidade de sua própria linguagem como
modo de desvendar o pensamento e a prática poética de si
mesmos.
¡ Com isso acabava por revelar os estados e os atos de
construção da obra.
¡ Não basta o olho do corpo (acostumado à perspectiva) e
nem o olho da câmera (perspectiva inserida no aparato
cinematográfico).
¡ É necessário o olho da mente (sonhos, etc.) que libera a
visão viciada pela linguagem.

Você também pode gostar