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Cme 2006
Cme 2006
de Motores
Eléctricos
Gil Marques
Fevereiro 2006
II
Prefácio
Fevereiro de 2006
III
IV
Índice
Capítulo 1......................................................................................................................... 1
Introdução ............................................................................................................................... 1
Conclusão............................................................................................................................... 31
Capítulo 2....................................................................................................................... 33
Introdução ............................................................................................................................. 33
Constituição........................................................................................................................... 34
Conclusão............................................................................................................................... 68
Capítulo 3....................................................................................................................... 73
Introdução ............................................................................................................................. 73
Constituição e funcionamento...........................................................................................................94
Comportamento dinâmico.................................................................................................................96
Anexo C cap3: Simulação da máquina síncrona alimentada com cicloconversor. ....... 120
Máquina de indução em cadeia aberta alimentada com inversor de tensão ................. 128
Introdução .......................................................................................................................................128
Estudo do comportamento da máquina em vazio............................................................................132
Formas de onda da máquina de indução com carga nominal..........................................................135
Cálculo das harmónicas de corrente através de esquemas equivalentes .........................................137
Harmónicas no binário electromagnético........................................................................................139
Redução de harmónicas de corrente e de binário com a utilização de técnicas de modulação de
largura de impulso. .........................................................................................................................141
Comportamento dinâmico...............................................................................................................189
Influência dos parâmetros ...............................................................................................................190
Conclusão............................................................................................................................. 207
Conclusão............................................................................................................................. 233
Conclusão............................................................................................................................. 249
Introdução .......................................................................................................................................267
A. Algoritmo de “Back-propagation” .............................................................................................269
B. Algoritmo de gradiente conjugado .............................................................................................269
C. Método dos mínimos quadrados.................................................................................................270
Considerações de ordem prática .....................................................................................................270
Sistema baseado num observador de ordem completa. Observador Luenberger ........ 271
Estimação das grandezas da máquina de indução utilizando um filtro de Kalman ..... 282
Introdução .......................................................................................................................................282
Modelo no referencial do estator (ωR = 0) ......................................................................................282
O Modelo Amostrado .....................................................................................................................283
Resultados obtidos ..........................................................................................................................284
Resultados com a hipótese de inércia infinita e controlo de velocidade V/f....................................284
Análise em simulação do sistema controlado .................................................................................290
Análise dos resultados de simulação...............................................................................................291
Anexo F cap9: Listagem do EKF para a máquina síncrona de ímanes permanentes .. 298
A. Modelo da Máquina de indução com fluxos do estator e fluxos do rotor ................. 301
B. Modelo da máquina de indução com correntes do estator e correntes do rotor ...... 301
C. Modelo da máquina de indução com correntes do estator e fluxos do rotor ............ 302
D. Modelo da máquina de indução com correntes do estator e fluxos do estator ......... 303
Anexo final 2: Modelo de estado da máquina de indução em valores por unidade . 305
Adaptação das equações do motor aos valores por unidade ........................................... 306
Artigos.................................................................................................................................. 312
Cap 1. Introdução aos sistemas electromecânicos de velocidade ajustável
Nomenclatura
E - Força electromotriz
fa, fb, fc - Funções auxiliares no inversor de tensão
Ga, Gb, Gc - Sinais de comando do inversor de tensão
H - Constante de inércia da máquina Síncrona
H - Largura de histerese do comparador de janela
ia - Corrente no induzido
IaN - Corrente nominal do induzido
iAV - valor médio da corrente
id, iq Correntes no referencial de Park
if - Corrente de excitação
IN - Corrente nominal
J - Momento de inércia total
Jc - Momento de inércia da carga
Jm - Momento de inércia do motor
K’cm - Ganho de um rectificador entre o sinal de comando e a tensão de saída
Km - Relação entre o binário e a corrente numa máquina de corrente contínua
Kp, Ki - Ganhos do regulador PI
Ksh - Coeficiente de elasticidade de um acoplamento elástico
kT = Constante de binário
L - coeficiente de indução generalizado
La - Coeficiente de indução do circuito do induzido
Lcc – Coeficiente de auto-indução de uma máquina de indução em cc
Ld, Lq Coeficientes de auto-indução segundo os eixos d e q
Ldc - Coeficiente de auto indução no circuito de corrente contínua
Lf - Coeficiente de indução do circuito de excitação
Li - coeficiente de indução equivalente interno de um rectificador
σr=Llr/Lr– Coeficiente de dispersão do fluxo do rotor
Llr=Lr-M
LM – Coeficiente de indução do esquema equivalente em Γ invertido
Ls, Lr - Coeficientes de indução cíclicos da máquina de indução
Cap 1. Introdução aos sistemas electromecânicos de velocidade ajustável
Símbolos em índice
s – estator
r – rotor
e, m – entreferro
b – base
Cap 1. Introdução aos sistemas electromecânicos de velocidade ajustável
Símbolos em expoente
* - Valor de referência
~ - Vector espacial
^ - Valor estimado
Capítulo 1
Introdução
máquina e a carga mecânica. Com esta secção pretende chamar-se a atenção para
problemas que poderão surgir em accionamentos reais resultantes da não rigidez
absoluta dos materiais. Este é um assunto que não é tratado nos livros desta
especialidade e que é, normalmente, do domínio dos engenheiros mecânicos. Para a
ilustração deste aspecto foi desenvolvido um pequeno programa em ambiente MatLab
que se designou por dinamicadoveio.mdl e que se descreve no fim deste capítulo.
Introdução
São numerosos os tipos de máquinas eléctricas utilizadas em accionamentos.
Nesta secção relembram-se apenas a constituição, o modelo dinâmico e as principais
características das máquinas mais importantes do ponto de vista das aplicações e do
ponto de vista da concepção.
di f
u f = rf i f + L f
dt
dia
u a = ra ia + La + Mi f ω m (1.1)
dt
dω m
J = Mi f ia − M c
dt
Nas máquinas de excitação separada, onde a corrente de excitação if é
constante, este modelo reduz-se a duas equações diferenciais lineares. Quando, em
accionamentos de velocidade ajustável, se opta por utilizar a máquina de corrente
contínua são as máquinas de excitação separada as mais utilizadas.
Recentemente começaram a ser utilizadas máquinas com ímanes permanentes
substituindo os enrolamentos de excitação. Para este caso o modelo matemático é
semelhante ao das máquinas de excitação separada.
N Mem
Mem
No
Ia Ia
varia pouco com o aumento ou a diminuição da carga mecânica. A velocidade pode ser
ajustada recorrendo à variação das condições de alimentação ou da alteração dos seus
parâmetros. Com efeito, a partir das equações 1.1 pode deduzir-se em regime
permanente:
u a − ra ia
ωm = (1.2)
Mi f
ωm
Gerador
Motor
ua1
ua2
2
1
ua3
ua4
ua5=0
ua6 Ia
ua7
3 4
ua8
ua9
Motor Gerador
ua1>ua2>…>ua9
Na situação normal, uma vez que o termo raia é relativamente pequeno quando
comparado com a tensão ua, a variação da velocidade desta máquina pode ser realizada
actuando na tensão de alimentação e na corrente de excitação. Assim, a máquina pode
Cap 1. Introdução aos sistemas electromecânicos de velocidade ajustável 6
ser alimentada por duas fontes de energia, uma alimentando o indutor e outra
alimentando o induzido. A utilização destas duas fontes não é feita de uma forma
arbitrária. Com efeito, existem três zonas distintas de actuação para o controlo de
velocidade. Estas resultam do facto das grandezas, tensão, correntes ou fluxos não
poderem ultrapassar valores máximos estabelecidos no dimensionamento da máquina e
dos dispositivos de Electrónica de Potência. De seguida descrevem-se as zonas de
exploração da máquina. A figura 1.4 ilustra estas 3 zonas de exploração da máquina de
corrente contínua.
a) Zona de binário máximo utilizável.
Nesta zona, que corresponde a velocidades baixas, o fluxo de excitação é
mantido constante. A velocidade é controlada actuando na tensão ua e por conseguinte
na fonte que alimenta o induzido. Sendo a corrente de excitação constante, a velocidade
é aproximadamente proporcional à tensão ua.
Iamáx
No 2No N
3No
φ
No 2No N
3No
Ua
Resumindo tem-se:
Na zona de binário máximo o fluxo é constante e a velocidade é regulada
actuando na tensão de alimentação. A variação da tensão com a velocidade é uma recta
pois estas duas grandezas são proporcionais. A potência da máquina fica reduzida
proporcionalmente ao valor de que se reduziu a tensão ou a velocidade.
Na zona de potência máxima a tensão do induzido é mantida no seu valor
máximo e a velocidade é regulada actuando no fluxo de excitação φ. Obtém-se um
andamento hiperbólico pois a velocidade é inversamente proporcional ao fluxo de
excitação. Estas duas zonas de variação de velocidade resultam do facto de existirem
valores máximos que não podem ser ultrapassados. Este resultado verificam-se também
de forma semelhante nos outros tipos de accionamentos onde são utilizados outras
máquinas eléctricas.
Máquinas Síncronas
As máquinas síncronas clássicas são utilizadas em sistemas de velocidade
ajustável de grande potência. Para sistemas de pequena potência utilizam-se as suas
variantes que resultam do uso de ímanes permanentes no circuito de excitação, as
máquinas de ímanes permanentes, e do aproveitamento do efeito de relutância
magnética, as máquinas síncronas de relutância.
Constituição das máquinas síncronas
O estator da máquina síncrona é constituído por um núcleo magnético de
material ferromagnético em forma de um tambor no interior do qual se encontram cavas
onde se encontra instalado um enrolamento polifásico, normalmente trifásico. Este
enrolamento constituí o induzido da máquina. O enrolamento do indutor encontra-se
instalado no rotor que pode ser de pólos lisos ou de pólos salientes e é alimentado em
Cap 1. Introdução aos sistemas electromecânicos de velocidade ajustável 9
c’ b’
θ
f
b c
a’
Tal como as outras máquinas, esta pode ser construída com um número de
pares de pólos adaptado à velocidade de rotação que se deseje.
b c’ b c’
a’ a a’ a
c b’ c b’
(
M em = p ψ fo iq + ( Ld − Lq )id iq ) (1.9)
b c’
a’ a
c b’
A figura 1.7 apresenta um corte esquemático desta máquina. Neste caso o ferro
do rotor é laminado axialmente de modo que segundo a direcção das chapas se tem uma
relutância magnética baixa e segundo a direcção normal a esta se tem uma relutância
elevada.
Desta equação pode concluir-se que quanto maior for a diferença entre os
coeficientes de indução do estator segundo os eixos d e q maior é a relação entre o
binário e a corrente do estator. Para que estas máquinas tenham um binário específico
da mesma ordem de grandeza de outros tipos de máquinas é necessário uma relação
Ld/Lq da ordem dos 7 a 11.
Máquinas de indução
A máquina de indução tem tido um enorme desenvolvimento em aplicações
como motor e como gerador a velocidade ajustável. Apesar da dificuldade do seu
controlo esta máquina tem tido muito interesse devido à sua robustez, preço, peso, etc.
b c’
a’ a
c b’
ψ~ s = ψ ds + jψ qs ψ~r = ψ dr + jψ qr (1.14c)
1
No estudo do comportamento dinâmico das máquinas de indução é normal a utilização de uma máquina
equivalente com um par de pólos. A velocidade na máquina real é obtidos pela divisão da velocidade da
máquina equivalente pelo número de pares de pólos p. Ao contrário, o binário real é obtido pela
multiplicação por p. Não foi esta a opção tomada neste texto onde se considerou uma máquina com p
pares de pólos. Neste texto optou-se por trabalhar com as grandezas mecânicas reais da máquina.
Cap 1. Introdução aos sistemas electromecânicos de velocidade ajustável 17
Is rs Ls-M Lr-M IR
IM
rr
Vs jωψ m M s
2
Enfraquecimento do
2
Fluxo
1
Binário [pu]
-1
-2
-3
-1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2 2.5
Velocidade [pu]
3
U3<U2<U3
2.5
2
Binário [pu]
U3
1.5
U2 Mc
1
U1
0.5
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
Velocidade [pu]
3
R21<R22<R23<R24
R23 R22
R21
2.5
2 R24
Binário [pu]
1.5 Mc
0.5
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
Velocidade [pu]
Introdução
O desenvolvimento dos sistemas de velocidade ajustável que se verificou nos
últimos anos esteve associado ao desenvolvimento de semicondutores de potência bem
como ao desenvolvimento de novas montagens e aperfeiçoamento de montagens
antigas.
O tipo de conversor eléctrico que se deverá utilizar num accionamento
electromecânico depende da máquina eléctrica que se está a utilizar, do tipo de fonte de
energia disponível e dos desempenhos desejados.
São numerosas as variantes que se podem dispor em conversores
electromecânicos de velocidade ajustável. Nesta secção descrevem-se apenas as
montagens mais importantes remetendo o leitor mais interessado para livros da
especialidade [3], [13], [19], [22], [29].
Conversores DC/DC
Os conversores DC/DC são utilizados para alimentar máquinas de corrente
contínua a partir de fontes de energia de tensão contínua.
A figura 1.13 apresenta os esquemas das montagens mais vulgares.
S D
D S
a) b) c) d)
regular a tensão a aplicar à máquina para valores abaixo dos valores da tensão de
alimentação. A figura 1.13b apresenta o “Chopper” elevador (ou “chopper” paralelo) de
um quadrante que permite aplicar à carga tensões mais elevadas que as da fonte. O
“Chopper” de dois quadrantes encontra-se representado na figura 1.13c. Este conversor
permite controlar a tensão de zero ao valor da tensão de alimentação podendo a corrente
ser negativa ou positiva. O controlo de velocidade da máquina de corrente contínua nos
quatro quadrantes pode ser feito utilizando o conversor representado na figure 1.13d
designado por “chopper” de 4 quadrantes.
Conversores AC/DC
Quando se pretender alimentar a máquina de corrente
contínua a partir de uma fonte de energia de tensão alternada
deverá ser utilizado um conversor AC/DC. Tal como os
conversores DC/DC também agora existem várias variantes.
O conversor mais usual é a ponte de rectificação trifásica
completa a tiristores. Este conversor encontra-se representado na Figura 1.14: Ponte
variação do ângulo de disparo segundo uma lei coseno, fig. 1.15. com 6 tiristores.
1
Udc
Udcmáx 0.8
0.6
0.4
0.2
ε
0
π
-0.2 π/2
Zona Interdita por
-0.4
Segurança
-0.6
-0.8
-1
I2
Conversores AC-DC-AC
Os circuitos principais das máquinas de corrente alternada devem ser
alimentados com tensões e correntes alternadas. Quando se pretender alimentar estas
máquinas de modo que a velocidade seja ajustável, é necessário dispor de uma fonte de
alimentação de frequência variável. Estas são realizadas com montagens de elementos
de electrónica de potência. Os conversores AC/AC directos permitem a obtenção de
grandezas eléctricas alternadas de frequência variável a partir de grandezas alternadas
de frequência fixa. Normalmente a variação de frequência é feita através da passagem
por um circuito intermediário que pode ser de corrente contínua ou de tensão contínua.
PR1 PR2
PR1
IC
Figura 1.20: Circuito intermediário de corrente com comutação forçada do lado DC/AC.
IC1
IC2
Ga Gb Gc
Alimentação C
Udc MI
Rede C
de Udc MI
Energia
Udc1
Conversão
C
de
Rede AC
de N N N
para
Energia DC
Udc2
C
R S T
Este conversor tem a vantagem de realizar uma forma de onda com menor
conteúdo harmónico permitindo utilizar uma frequência de comutação mais baixa.
característica faz-se à custa de uma redução do binário máximo que pode ser produzido
pela máquina.
θ12
Msh
Jm Jc
ωm Mm Ksh Msh ωc Mc
Quando a ligação entre o motor e a carga for do tipo elástico, existe em regime
transitório, uma diferença de velocidades entre o motor e a carga. Esta situação
encontra-se ilustrada na figura 1.26.
O modelo matemático implementado em ambiente MatLab e designado por
dinamicadoveio.mdl encontra-se representado na figura 1.27. O binário de torção Msh é
dado por:
M sh = K sh (θ m − θ c ) (1.18)
Em termos de modelo de estado, tem-se:
⎡ 1 ⎤ ⎡ 1 ⎤
0 − 0 ⎥ ω 0 ⎥
⎡ ωm ⎤ ⎢ Jm ⎡ m ⎤ ⎢ Jm
d ⎢ ⎥ = ⎢K ⎥⎢ ⎢ ⎥ ⎡M ⎤
M ⎥ ⎢ sh 0 − K sh ⎥ ⎢ M sh ⎥⎥ + ⎢ 0 0 ⎥⎢ m ⎥ (1.20)
dt ⎢
sh
1 ⎣Mc ⎦
⎢⎣ ω c ⎥⎦ ⎢ 0 1
0 ⎥⎥ ⎢⎣ ω c ⎥⎦ ⎢⎢ 0 − ⎥
⎢ Jc ⎥
⎣ Jc ⎦ ⎣ ⎦
- -K- 1/s
+
Mc Sum Integrator
1/Jc wc
-K- 1/s -
+
Ksh Integrator1 Sum2
- -K- 1/s
+
Mm Sum1 1/Jm Integrator2 wm
s ⎛ M m (s) M c (s) ⎞
ω m ( s) − ω c ( s) = ⎜⎜ + ⎟ (1.21)
s + ω rs2
2
⎝ Jm J c ⎟⎠
K sh
ωa = (1.24)
Jc
onde
JmJc
Jl = (1.25)
Jm + Jc
A figura 1.28 ilustra a oscilação típica que resulta do comportamento destes
sistemas. A oscilação de maior amplitude diz respeito à velocidade do motor a que
corresponde um momento de inércia menor.
Ressonância num veio com acoplamento elástico
25
20
Velocidade de rotação [rad/s]
15
10
-5
-10
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
Tempo [s]
Conclusão
Este capítulo apresenta uma introdução aos sistemas de velocidade ajustável.
Depois de uma breve descrição das máquina eléctricas que se utilizam mais
frequentemente, faz-se uma descrição dos principais conversores de electrónica de
potência que se deverão utilizar de forma a adaptar a fonte de energia à máquina. Por
fim descreve-se o modelo do acoplamento elástico.
Cap 1. Introdução aos sistemas electromecânicos de velocidade ajustável 32
Cap 2. O sistema Ward-Leonard estático 33
Capítulo 2
Introdução
Constituição
Ldc uf
Rede de if
Energia Udc
Sistema de potência
Nref + +
- -
Transformador e rectificador
Uma vez que o conversor de corrente absorve uma corrente não sinusoidal da
rede, a sua potência aparente terá de ser superior à potência nominal do motor. Num
dimensionamento cuidadoso terá de se ter em conta as quedas de tensão na linha, nos
semicondutores, etc.
Sendo:
UaN - Tensão nominal do induzido da máquina de corrente contínua
IaN - Corrente nominal do induzido
O dimensionamento dos vários componentes será feito baseado nos critérios
que a seguir se descreverão.
Cap 2. O sistema Ward-Leonard estático 36
Rectificador monofásico
A potência mínima do transformador será calculada [19], [20], [22] por:
π
S= UaN IaN (2.1)
2 2
A tensão secundária será:
π
Us = UaN (2.2)
2 2
A tensão que os tiristores deverão suportar será:
π
UTmáx=2.5 2 UaN (2.3)
Rectificador trifásico
Bobina de alisamento
uAV (
u u
t t
(
(
~ di
u =L (2.14)
dt
Figura 2.3: Forma de onda da tensão com ângulo de disparo igual a 90º.
ωt
−π/p π/p
Io
A equação do equilíbrio das tensões pode escrever-se na forma, [7], [19], fig.
2.4:
(
di
XL = −u p senωt (2.15)
dωt
onde
XL =ωL e u p = 2U c 2 (2.16)
Cap 2. O sistema Ward-Leonard estático 39
1 up ⎛p π π⎞
L ≥ ⎜⎜ sen − cos ⎟⎟ (2.21)
ω Io ⎝π p p⎠
para o rectificador trifásico, p=6 tem-se:
up
L ≥ 0.28 (mH ) (2.22)
Io
para o rectificador monofásico, p=2 tem-se:
up
L ≥2 (mH ) (2.23)
Io
As expressões 2.22 e 2.23 são duas fórmulas práticas que permitem calcular o
valor do coeficiente de indução total necessário. Quando se utilizar um rectificador
monofásico terá de se utilizar um valor cerca de 7 vezes superior ao caso do rectificador
trifásico.
Exemplo 2.1
Considere uma máquina de corrente contínua com as seguintes
características:
PN=130kW UN=400V IN=364A MN=1730Nm NN=720rpm
Cap 2. O sistema Ward-Leonard estático 40
Resolução:
Vai-se guardar uma margem de 20V para as quedas de tensão que
não se encontram contabilizadas nas fórmulas 2.5 e 2.6.
Dimensionamento do transformador trifásico
A potência do transformador trifásico é dada por:
π
S= 3 UaN IaN = 160 kVA
Bobina de alisamento
O valor de pico da tensão será:
up = 2 Uc2 = 440 V
Para Io=18 A (5% de IN) tem-se L>6.8 mH
A bobina que se deverá colocar em série deverá ter um
coeficiente de auto-indução de:
Ldc = L-La = 5.65 mH.
Note-se que o coeficiente de indução da máquina é muito inferior
ao necessário. A filtragem da corrente é praticamente toda feita
pela bobina exterior. A queda de tensão de oscilação
verificar-se-á quase na totalidade nesta bobina estando aplicada
à máquina DC a tensão contínua igual ao valor médio da tensão do
rectificador.
Cap 2. O sistema Ward-Leonard estático 41
Lc 1 2
2 1
Assim, neste caso particular, só serão necessários dois sinais pois os dois
tiristores designados por (1) na figura 2.5 são disparados com o mesmo sinal. O mesmo
se passa para os tiristores designados por (2).
v1
U+ uc
+
-U
t
IG1
t
U+ uc
+
-U
t
IG2
t
Figura 2.6: Geração dos impulsos de disparo pelo método das rampas.
Cap 2. O sistema Ward-Leonard estático 42
v1
U+ uc
IG1 t
t
U+ uc
IG2
U+
u c
ε
-U + π
UAV
uc
Método “Arco-coseno”
Considere-se agora a figura 2.10.
U+ uc
UAV Umáx
U+ uc
uc
t
tr tr
IG
0<tr<T/2 (2.31)
No modelo industrial, numa primeira aproximação, o atraso de carácter
aleatório é substituído por um atraso constante igual ao valor estatístico. Assim, tem-se
para o caso do rectificador monofásico:
1T
Tcm = 2 2 = T/4 (2.32)
Sistema trifásico
O caso do sistema trifásico está ilustrado na figura 2.13.
+
1 2 3 4 5 6 1 2
U
uc
+
-U
tr tr tr tr tr
IG
1 2 3 4 5 6 1
uc
tr
IG
Figura 2.14: Comportamento do conversor trifásico para grandes perturbações. (Os tiristores
são designados por um número de 1 a 6 correspondendo à ordem pela qual são disparados)
Ri Li ∆i ra Li +Ldc
K’cm
∆uε ∆u e
1+sTcm
Comando Carga
Potência
Km
∆TL
∆e
∆Iref + 1+sTn + - 1 ∆i + - 1 ∆ωm
K’cm Km
sTi 1+sTcm rt(1+sTt) Js
-
∆uε 1 ∆ic
rt(1+sTt)
∆uc K’ cm 1 ∆ ic
1+sT cm rt(1+sT t)
Exemplo 2.2
Para o sistema dimensionado no exemplo 2.1 calcule os valores
dos parâmetros característicos do rectificador. Considere o
+
método do “arco-coseno” e um valor de U =10V.
Resolução.
1. Cálculo de k’cm
Para uma tensão de comando de 10V corresponde um ângulo de
disparo igual a zero, isto é uma tensão de 420V.
Assim
K’cm=420/10=42
2. Cálculo de Tcm
Como estamos em presença de um rectificador trifásico, tem-se:
Tcm=20/12=1.66 ms.
3. Cálculo de Li
Se a tensão de curto-circuito do transformador for igual a 5%,
tem-se:
0,05 311
Ucc = =8.98V
3
8.98
Donde ωLc=297 =30.2 mΩ
Ou Lc=96 µH
3
Ri= ωLc = 28.8mΩ
π
Li=2Lc=192µH
A queda de tensão devida ao recobrimento vale:
Ri IN =10V
e, por conseguinte
rt=0.1678 Ω
Lt=L=6.8mH
Tt=53.5ms
tempo Tn e Ti. Na síntese do controlador vai adoptar-se o segundo formalismo por ser o
mais adequado a esta aplicação [7].
A função de transferência do regulador é dada por:
Ki
GR(s)=Kp+ s (2.46)
Ou
Kp s+Ki 1+ sTn
GR(s)= s = sT (2.47)
i
Onde
Tn 1
Kp= ; Ki= (2.48)
Ti Ti
O diagrama de blocos em cadeia fechada encontra-se na figura 2.19.
Define-se:
K cm = K cm
'
α (2.49)
A função de transferência em cadeia aberta será:
1 + sTn K cm 1
Go ( s ) = (2.50)
sTi 1 + sTcm rt (1 + sTt )
Síntese do controlador
Fazendo
Cap 2. O sistema Ward-Leonard estático 53
Tn=Tt (2.51)
A função de transferência em cadeia aberta simplifica-se obtendo-se:
K cm
Go ( s ) = (2.52)
sTi rt (1 + sTcm )
Em cadeia fechada, tem-se:
K cm
Ti rtTcm
Gcf ( s ) = (2.53)
1 K
s2 + s + cm
Tcm Ti rtTcm
O factor de amortecimento relativo pode ser calculado. É dado por:
1 Ti rt
ξ= (2.54)
2 Tcm K cm
Substituindo, Ti em 2.53 pelo seu valor calculado pela expressão 2.55, tem-se:
1
Gcf ( s ) = (2.56)
1 + 2Tcm s (1 + sTcm )
Com valores óptimos para Tn e Ti verifica-se que a resposta do sistema não
depende dos parâmetros da máquina nem da rede. Apenas depende do índice de
pulsação do conversor de corrente. Deve notar-se que os parâmetros do regulador PI
dependem fortemente dos parâmetros do sistema a controlar.
A frequência das oscilações não amortecidas em cadeia fechada vale:
1
ωn = (2.57)
2Tcm
É possível obter uma resposta simplificada para este caso desprezando o termo
quadrático da função de transferência da expressão 2.56 [7].
Obtém-se:
Cap 2. O sistema Ward-Leonard estático 54
1
Gcf = (2.58)
1 + s 2Tcm
Que representa a resposta em cadeia fechada como um sistema de primeira
ordem equivalente com uma constante de tempo igual a 2Tcm.
A comparação entre a resposta ao escalão da função de transferência exacta e a
função de transferência aproximada encontra-se na figura 2.21.
Exacta
Simplificação
25
20
Correntes [A]
15
10
0
0 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06
Tempo [s]
Exemplo 2.3
Calcule os parâmetros do controlador de corrente para o exemplo
2.1 e 2.2.
Resolução.
1. Determinação do ganho do sensor de corrente.
Para evitar saturações quando houver correntes excessivas, vai-
se dimensionar o sensor de modo a que, com o dobro da corrente
nominal, lhe corresponde uma tensão de 10V. Donde:
α=10/(2IN) = 0.0137
Determinação dos ganhos
Kcm = α K’cm = 0.5769
Tn=Tt=53.5 ms
Kcm Tcm
Ti= 2 rt = 0.0144 =14.4 ms
Donde
Kp=3.7
Ki=69
800
700
600
500
Correntes [A]
400
300
200
100
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
Tempo [s]
Teremos:
( (
uc = −G R ( s ) Gs ( s ) α u dc (2.59)
Cap 2. O sistema Ward-Leonard estático 58
A tensão u~dc pode ser substituída por uma tensão equivalente sinusoidal [19]
dada por:
( ( π
u dc ≅ ueq = − U máx senω o t (2.60)
p
Onde ωo=pω.
Tem-se também:
1 1 + sTn
Gs ( s) = G R ( s) = (2.61)
sLt sTi
( T α π
u c máx = n U máx (2.63)
Ti pωLt p
Para os valores óptimos de Tn e Ti, a expressão 2.63 toma a forma:
( Tt rt α π
u c máx = U máx (2.64)
2 K cmTcm pωLt p
Simplificando, obtém-se:
+
( U
uc máx = (2.65)
2p
que pode ser escrita como
(
u c máx 1
= (2.66)
+ 2p
U
e interpretada como uma ondulação por unidade. Obtém-se:
1. Ponte monofásica p=2 25%
2. Ponte trifásica p=6 8.3%
Enquanto que o valor obtido no caso da ponte monofásica é demasiado
elevado, o valor da ponte trifásica é aceitável. Normalmente aceitam-se valores
inferiores a 10%. A figura 2.25 mostra o andamento da tensão de comando uc em
regime permanente quando o rectificador se encontrar com um ângulo de disparo
próximo de 90º.
Cap 2. O sistema Ward-Leonard estático 59
10
-2
-4
-6
-8
-10
0 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05
Tempo [s]
1.2
X=∞
1
X=1000
0.8
0.6 X=100
0.4
0.2
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
Tempo [s]
∆TL
vnref + 1+sTnn ∆viref 1 α∆ic Km + - 1 ∆ωm
sTin 1+sTp α Js
-
β
Gσ (s) xσ
xc + +
Go(s) xs
- +
Onde:
αJ
T= e Tp=2Tcm (2.71)
βK m
A função de transferência em cadeia fechada será:
Tnn
Go TTinT p
= (2.72)
1 + Go 1 T
s2 + s + nn
Tp TTinT p
Donde
Tnn
ω n2 = (2.73)
Tin TT p
1 TTin
ξ= (2.74)
2 T p Tnn
Cap 2. O sistema Ward-Leonard estático 62
Gσ
(1 + sT p )
2
Tp
= T (2.77)
1 + Go 2T p s (1 + sT p ) + 1
Para que haja erro estático de posição nulo é necessário que a primeira função
de transferência com s=0 tenha um ganho unitário e que a segunda tenha um ganho
nulo. Com efeito quando s=0, a primeira função de transferência é unitária. A segunda
função de transferência vale 2Tp/T. Conclui-se que não há erro estático de posição nulo
pois a saída é sensível à perturbação. Assim será necessário utilizar um controlador PI.
Gσ
s (1 + sT p )
2T p Tnn
= T (2.80)
1 + Go 1 + sTnn + s 2 2Tnn T p + s 3 2TnnT p2
Neste segundo caso já se obtém erro estático de posição nulo pois existe um
zero na origem na expressão 2.80.
Para se obter a resposta ao escalão deve multiplicar-se por 1/s e inverter a
transformação de Laplace resultante. Os resultados encontram-se representados nas
figura 2.29 e 2.30. Estes resultados encontram-se normalizados e em função de Tnn/Tp e
t/Tp.
Cap 2. O sistema Ward-Leonard estático 63
1.5
Tnn/Tp=4
Tnn/Tp=30
g(t) Tnn/Tp=100
Tnn/Tp=4 e filtro de
referência
0.5
0
0 5 10 15 20
t/Tp
2.5
2 Tnn/Tp=100
1.5
T h(t)/Tp Tnn/Tp=30
1
Tnn/Tp=4
0.5
-0.5 5
0 10 15 20
t/Tp
Para se obterem respostas g(t) razoáveis teria de se ter Tnn/Tp>30. Contudo para
valores dessa ordem de grandeza a resposta à perturbação h(t) é muito lenta. Assim, vai
fazer-se Tn/Tp=4 ao que corresponde uma sobre-elevação de cerca de 43%. Para baixar
essa sobre-elevação pode utilizar-se um filtro para a função de referência. Com o
referido filtro obtém-se a resposta que se encontra a tracejado na figura 2.29. Este filtro
Cap 2. O sistema Ward-Leonard estático 64
não influência a resposta h(t) e deverá ser dimensionado com uma constante de tempo
igual a Tnn [7].
1
G f (s) = (2.81)
1 + sTnn
A componente integral será dada por:
1 1 T
K in = = (2.82)
Tin 8 T p2
Exemplo 2.4
Calcular os parâmetros do regulador de velocidade para os
exemplos 2.1, 2.2 e 2.3
Solução:
1. Cálculo do ganho do sensor de velocidade.
Vai-se dimensionar o sensor de velocidade de modo a que, para a
velocidade de rotação máxima, faça corresponder 10V na saída.
Assim:
10
β = = 0.0487
2π
1960 60
600
Correntes [A]
400
200
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
1000
Velocidades [rpm]
500
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
Tempo [s]
Esta figura foi obtida sem limitador da componente integral do PI que controla
a velocidade. Verifica-se que, quando o erro de velocidade se elimina (t=0,22s) a saída
do PI, isto é, a corrente de referência ainda se mantêm no valor máximo (400A)
produzindo um binário elevado que faz continuar a aumentar a velocidade. Próximo do
instante (t=0,33s) a corrente começa a diminuir apesar da corrente de referência se
manter no limite máximo. Este facto é devido a se ter atingido o valor máximo da
tensão do rectificador, e como a força electromotriz sobe com a velocidade, a diferença
(umax-e) é cada vez menor e torna-se insuficiente para manter a corrente no seu valor de
referência. Ambos os reguladores estão a funcionar em cadeia aberta. Quando a corrente
se anula, a velocidade estabiliza num valor muito superior à velocidade de referência
(Nref =500rpm).
A figura 2.32 apresenta a resposta do sistema com limitador da saída do
integrador. Nesta situação, logo que o erro de velocidade se anula, o sistema faz
diminuir imediatamente a corrente e portanto elimina-se imediatamente a causa da
subida de velocidade. O sistema fica a funcionar imediatamente no regime de pequenas
perturbações.
Cap 2. O sistema Ward-Leonard estático 66
600
Correntes [A]
400
200
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
600
Velocidades [rpm]
400
200
-200
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
Tempo [s]
600
Correntes [A]
400
200
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
1000
Velocidades [rpm]
500
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
Tempo [s]
600
Correntes [A]
400
200
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
600
Velocidades [rpm]
400
200
-200
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
Tempo [s]
A figura 2.35 mostra os mesmos transitórios que a figura 2.34, mas utilizando
um regulador de velocidade em que a componente integral foi anulada.
Note-se que a única diferença é o erro estático de posição que ocorre devido ao
binário de carga não ser nulo. Este resultado está de acordo com as funções de
transferência traduzidas pelas expressões 2.76 e 2.77.
Cap 2. O sistema Ward-Leonard estático 68
600
Correntes [A]
400
200
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
600
Velocidades [rpm]
400
200
-200
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
Tempo [s]
Conclusão
Neste capítulo descreveu-se o sistema Ward-Leonard estático de segunda geração.
Constitui um exemplo que integra três áreas do conhecimento: Máquinas Eléctricas,
Electrónica de Potência e Controlo.
Cap 2. O sistema Ward-Leonard estático 69
Initialize\wldados -K-
Mux
1/alfa
wldados Mux Idc
-K- -K- +
-
Nref pi/30 beta Sum5
AntiWPIn -K- Udc
WL-I 30/pi
-K-
beta Mux
Mux1 rpm
Janeiro de 1996
440
MainsPeakVoltage (V)
6 1
p 1 2 Idc
1 + if Vdc
-
Iref Sum5 Mc DCmac
AntiWPI RectifierLim 3
wm
-K-
alfa
1 -K- + 9 -
+ + 1
erro kp Sum S Gain12 Sum5 epsilon
+ 90
- K- 1/s
Constant
Sum1 ki Integrator
-K +
-
ki1 Sum2
K- 1
Mux f(u) 1
t Clock w Mains P Voltage
V*cos Urect
Mux2
2 Mux f(u)
p RG RRL
Mux1
3 K-
alfa(–) S trigger angle (rad)
2
if
1 + * K- +
- K- 1/s K-
Urect - 1/s
1/La Product Mo - 3
Sum1 LI 1/Jin wm
Sum2
1 3 wm
-K
Idc Mc
Ra*Idc
-K *
K- 2 Mo Product1
_io Switch Udc
Figura A2.5: Simulação da máquina de corrente contínua alimentada com rectificador. Bloco
“DCmac”.
kp=Tni/Tii
Ti=2*Tcm;
beta=600/(2*pi*1960);
T=alfa*Jin/(beta*Mo)
Tnn=4*Ti;
Tin=8*Ti^2/T
kpn=Tnn/Tin
kin=1/Tin
Cap.3. Máquina Síncrona Alimentada com Conversor de Corrente 73
Capítulo 3
Introdução
Nesta secção descreve-se a estrutura e o funcionamento bem como as
características de exploração de um sistema de velocidade variável constituído por uma
máquina síncrona alimentada por um conversor de corrente.
É actualmente o único sistema electromecânico realizável com regulação da
velocidade de rotação acima de uma velocidade de rotação igual a 1800 rpm
aproximadamente e acima de alguns megawatts, [40], [41], [64].
Este sistema, apesar de já ser conhecido há bastante tempo sob a designação de
“Motor síncrono a conversor de corrente”, só se pôde impor depois do aparecimento do
tiristor. É também chamado de “Motor síncrono auto-pilotado” embora esta designação
possa ser estendida a outros sistemas gerando-se alguma confusão. Por essa razão, neste
trabalho, designou-se por “Máquina Síncrona alimentada por conversor de corrente”.
SN SM
Ldc
~ =
Udc1 Udc2
= ~
αr αm Iref SF
Sistema de comando
Comutação
As duas montagens são de comutação externa (natural). A montagem do lado
da rede é comutada pela tensão da rede, e a do lado da máquina pela tensão da máquina.
A potência reactiva de comando e comutação da primeira montagem é fornecida pela
rede e a da segunda pela máquina. A máquina síncrona deverá estar sobre-excitada,
fornecendo ao exterior potência reactiva. Este tipo de comutação só pode realizar-se em
máquinas que possam fornecer potência reactiva. Não são necessários dispositivos de
comutação forçada.
Sistema de potência
1 4 7
8
2
+ - 5 - 6 + -
3 + Ifref
U=f(n)
ωref
+ - Sistema de comando
Princípio de funcionamento
Os tiristores que constituem o conversor do lado da máquina permitem que a
corrente contínua circule pelo enrolamento estatórico apenas em duas fases de cada vez.
A terceira fase encontra-se em vazio. Da circulação da corrente sucessivamente por
várias fases resulta um campo girante com o sentido de rotação e frequência desejados e
que reboca a roda polar que se encontra excitada por uma fonte de corrente contínua,
isto é, uma ponte de rectificação controlada em corrente [60].
O conversor de corrente associado ao estator da máquina assegura a função do
comutador mecânico de uma máquina de corrente contínua, de tal modo que a máquina
síncrona se comporta do mesmo modo que ela.
Não é possível a desincronização pois a aceleração do campo girante é variada
de acordo com as grandezas internas da máquina. Na gama de velocidades mais baixas,
isto é, na zona de fluxo constante, a máquina é acelerada, como na máquina de corrente
contínua, pelo aumento da tensão fornecida pelo conversor SN.
A potência reactiva necessária para o funcionamento do conversor SM é
fornecida pela própria máquina. Em funcionamento motor, e na convenção motor, o
diagrama vectorial desta máquina encontra-se representado na figura 3.3. Nesta figura a
corrente do estator encontra-se em avanço de 30º em relação à tensão. Este ângulo
corresponde ao funcionamento do conversor de corrente SM com ângulo de disparo de
150º (na convenção rectificador).
Cap.3. Máquina Síncrona Alimentada com Conversor de Corrente 78
q
us β Ld id
ψs Lq iq
π/2 d
π/6 δ
ψsf
is
θ
f
α
a) Idc
b
2 6 4
ψf
a
5 3 1
c i
b) Idc
b
2 6 4
ψf a
5 3 1
c i
c) Idc
b
i 2 6 4
a
5 3 1
c
ψf
b) ua ub uc
a) i t3
D4
i
t2
i
t1 D3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
c-b
b
c-a
a-b
a
a-c
b-a
c b-c
1
Ia [pu]
-1
0 0.005 0.01 0.015 0.02
2
Uab [pu]
-2
0 0.005 0.01 0.015 0.02
1
ua [pu]
-1
0 0.005 0.01 0.015 0.02
Tempo [s]
A figura 3.8 mostra o andamento das correntes relativas ao eixo directo (d) e a
figura 3.9 as correntes associadas ao eixo em quadratura (q).
0
Id [pu] -0.5
-1
-1.5
0 0.005 0.01 0.015 0.02
0.5
ID [pu]
-0.5
0 0.005 0.01 0.015 0.02
2
if [pu]
0
0 0.005 0.01 0.015 0.02
Tempo [s]
1
Iq [pu]
-1
0.5
IQ [pu]
-0.5
0 0.005 0.01 0.015 0.02
Tempo [s]
1.5
1
Mem [pu]
0.5
0
0 0.005 0.01 0.015 0.02
Tempo [s]
Arranque Síncrono
O arranque é feito por variação de frequência, e a aceleração do motor faz-se
de uma forma sincronizada. A máquina absorve uma corrente proporcional ao binário
de arranque desejado. Podem ser obtidos os binários de arranque até ao valor nominal,
ou um pouco superiores em casos extraordinários. O arranque síncrono não produz
perdas de escorregamento no rotor, e por conseguinte, este não é fonte de aquecimentos
suplementares devidos a estas perdas. Pode ter-se um número qualquer de arranques e
igualmente momentos de inércia elevados. O mesmo se passa para a frenagem [40],
[41].
A autopilotagem da montagem do lado da máquina depende da tensão desta.
Uma vez que não se dispõe da tensão da máquina no momento do arranque, e a
velocidades baixas o seu valor não é suficiente para a comutação da corrente no
conversor SM de um tiristor para o outro, é necessário recorrer a um outro meio para
assegurar a comutação durante o arranque.
Para este efeito existem várias possibilidades. O método que nos parece mais
simples é o método do impulso. Para a comutação da corrente do conversor ligado à
máquina, deve anular-se a corrente no induzido actuando no conversor SN. Em seguida,
os tiristores de SM que deveriam conduzir no período seguinte são disparados e a
corrente aumenta de novo. A velocidades muito pequenas já se podem deduzir os
Cap.3. Máquina Síncrona Alimentada com Conversor de Corrente 83
momentos de comutação da tensão da máquina enquanto que a corrente não pode ser
ainda comutada por ela.
1
Idc [pu]
0.5
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
1
Ia [pu]
-1
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
2
Mem [pu]
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
0.4
wm [pu]
0.2
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Tempo [s]
Figura 3.11: Arranque síncrono
Rendimento
Em todos os regimes de funcionamento, isto é, no arranque, em todas as
velocidades de rotação de serviço e em frenagem, o rotor gira em sincronismo com o
campo estatórico e não há perdas devidas ao escorregamento. Por consequência o
sistema faz parte de sistemas reguláveis com perdas reduzidas. Daí resulta um bom
rendimento, tendo em conta o valor das outras perdas existentes no sistema [41].
Perdas suplementares
As perdas suplementares no cobre podem ser calculadas por fórmulas
empíricas. Elas são da mesma ordem de grandeza em funcionamento hexa e
dodecafásico das montagens do lado da máquina, porque nos dois enrolamentos
estatóricos desfasados de 30º el., no caso da montagem dodecafásica, existem sempre
harmónicas de ordem 5 e 7. Estas harmónicas são anuladas na força magnetomotriz de
entreferro (fig. 3.13).
0.5
Ia1 [pu]
0
-0.5
0 0.005 0.01 0.015 0.02
0.5
Ia2 [pu]
-0.5
0 0.005 0.01 0.015 0.02
Tempo [s]
0
Id [pu]
-0.5
-1
0 0.005 0.01 0.015 0.02
0.5
ID [pu]
-0.5
0 0.005 0.01 0.015 0.02
2
if [pu]
0
0 0.005 0.01 0.015 0.02
Tempo [s]
Iq [pu]
0
-1
0.5
IQ [pu]
-0.5
0 0.005 0.01 0.015 0.02
Tempo [s]
Binários oscilatórios
As harmónicas que agem sobre o rotor produzem binários com 6 e 12 vezes a
frequência de alimentação na montagem hexafásica (fig. 3.10) do lado da máquina.
Com a montagem dodecafásica anulam-se os binários oscilatórios de ordem 6 e 18.
1.5
1
Mem [pu]
0.5
0
0 0.005 0.01 0.015 0.02
Tempo [s]
Excitação da máquina
O arranque síncrono por variação de frequência exige uma excitação logo a
partir da paragem. Sempre que sejam aceitáveis escovas, o enrolamento de excitação é
alimentado por um rectificador comandado a tiristores. Esta solução é a única aceitável
para accionamentos com exigências dinâmicas elevadas, exigindo igualmente variações
de excitação rápidas.
A execução sem escovas é mais vantajosa sempre que o comportamento
dinâmico não for objecto de exigências elevadas. A excitatriz não pode ser alimentada a
corrente contínua pois não fornece tensão na paragem. Em lugar dela, é necessário
utilizar uma máquina de excitação de campo girante, em que o rotor roda em sentido
inverso do campo girante do estator, e em que o enrolamento é alimentado por um
conversor trifásico comandado por um sistema de regulação. Uma ponte a díodos
girante rectifica a tensão trifásica que existe mesmo com a máquina parada.
Exemplo 3.1
Considere uma máquina síncrona de pólos lisos com as seguintes
características:
SN=2MVA UN=6kV p=3 Xs=1,1pu rs=0,01pu fN=50Hz
Sabe-se que a característica magnética do ferro é linear e que,
em vazio, à velocidade e tensão nominais, a corrente de
excitação é 50A.
Esta máquina vai ser utilizada num accionamento de velocidade
ajustável com um conversor de corrente construído com um índice
de pulsação de doze.
Para a resolução deste problema, numa primeira aproximação,
despreze o efeito das harmónicas na máquina.
Resolução
a) Vamos especificar um ângulo de disparo de 150º. É comum
utilizar-se este ângulo como o máximo ângulo de disparo de um
rectificador a tiristores de modo a evitar defeitos de
comutação. Na situação de motor convém que o ângulo de disparo
seja o mais próximo possível de 180º de modo a melhorar o factor
de potência. Contudo, é necessário guardar uma margem de modo a
evitar os defeitos de comutação.
Us
150º
Is jXs Is
Ψs
Ψf Εf
Ls Is
SN
IN = = 192,45A
3U N
A tensão aplicada à máquina é a tensão nominal pois esta está a
funcionar no regime nominal.
A velocidade de rotação é
3000
NN = = 1000rpm
3
O binário electromagnético pode ser calculado através da
potência.
2 × 106 cos ϕ N
M em = 3 = 16,548kNm
314
Também pode ser calculado através do diagrama vectorial, ou seja
Us
150º jXs Is
Is
Εf
Ψs
Ψf
Ls Is
Assim, conclui-se:
Fluxo igual ao anterior, isto é 19,1Wb.
Tensão aplicada à máquina igual a metade da tensão nominal,
isto é 3kV de tensão composta.
A velocidade de rotação é metade da anterior devido ao facto da
frequência ser metade da anterior. Assim N=500 rpm.
O binário é igual pois o fluxo, a corrente e o ângulo entre
estas duas grandezas se manter constante.
Como o fluxo no circuito de excitação se mantém constante, a
corrente de excitação mantém-se igual à situação da alínea b).
A potência entregue ao veio é metade da nominal pois o binário
é igual e a velocidade de rotação é metade.
150º Us
Is
Ψs
Ψf Ls Is
jXs Is
Εf
Introdução
As máquinas síncronas de ímanes permanentes são cada vez mais utilizadas em
servosistemas onde se exigem performances dinâmicas elevadas e pequenas flutuações
de binário.
A fonte de alimentação destes sistemas é normalmente um inversor de tensão
controlado em corrente através de técnicas de modulação de largura de impulsos.
Utilizam-se normalmente inversores de tensão com regulação de corrente.
Ao contrário do sistema descrito anteriormente, estes sistemas ocupam a gama
baixa e média de potências.
Neste curso faz-se apenas uma introdução às técnicas de controlo deste
sistema, [9].
Constituição e funcionamento
Os sistemas de comando e de potência encontram-se representados na figura
3.18.
Udc
Id*=0 dq Ia * +
-
Ib * +
-
ωm* Mem* Iq * Ic* +
+
abc -
-
posição
velocidade
corrente o que corresponde a uma situação óptima do ponto de vista da relação entre o
binário produzido e da corrente absorvida.
Comportamento dinâmico
Resposta ao escalão de corrente de referência.
A figura 3.19 apresenta a resposta do sistema a um escalão de binário de
referência correspondente à inversão do sentido deste. Verifica-se que o sistema é
rápido e amortecido não sendo evidentes quaisquer sinais de oscilação.
Este transitório é efectuado a alta velocidade como se pode ver pelo andamento
das correntes ia, ib, e ic. Na mesma figura pode concluir-se que o controlador realiza a
função de desacoplamento entre as correntes id e iq e que, tal como a expressão 3.6
sugere, o binário é proporcional à corrente iq.
20 10
8
Iq [A]
0
6
-20
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 4
10
Correntes [A]
2
Mem [Nm]
0 0
-2
-10
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03
-4
10
-6
id [A]
0
-8
-10 -10
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03
tempo [s] Tempo [s]
0 6
-10
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 4
10
Correntes [A]
2
Mem [Nm]
5
0
0
-2
-5
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03
-4
10
-6
id [A]
0
-8
-10 -10
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03
Tempo [s] Tempo [s]
A figura 3.21 apresenta o andamento do fluxo ligado com o estator. Esta figura
permite concluir que o fluxo do estator é praticamente constante não sofrendo alterações
significativas entre o vazio e a carga nominal. Este facto deve-se ao pequeno valor de Lq
que resulta do elevado entreferro magnético desta máquina pois os ímanes têm uma
permeabilidade magnética diferencial da ordem de grandeza da do ar.
0.75
0.74
0.73
0.72
0.71
Ys [Wb]
0.7
0.69
0.68
0.67
0.66
0.65
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03
Tempo [s]
Exemplo 3.2
Considere uma máquina síncrona trifásica de ímanes permanentes
com as seguintes características:
SN=3kVA UN=260V p=3 ψf0=0.7Wb, Ls=5mH, rs=1Ω.
Esta máquina é alimentada com recurso a um inversor de tensão. O
sistema de controlo tem informação da posição angular do rotor,
e é baseado no princípio de orientação de campo.
a) Considere que a corrente é igual à corrente nominal e que
a frequência é 50Hz. Represente um diagrama vectorial das
várias tensões, correntes e fluxos.
b) Qual a tensão aplicada e o factor de potência da máquina.
c) Qual o erro que se obteria no cálculo da tensão se se
considerasse nula a queda de tensão interna da máquina.
Cap. 3. Motor Síncrono de Ímanes Permanentes 98
ϕ = arcsin⎛⎜
18,11 ⎞
Com ângulo: ⎟ = 4,48º
⎝ 232 ⎠
O factor de potência será assim cosϕ=0.9969
Introdução
O princípio do cicloconversor é já conhecido há mais de 60 anos, [14], [49],
[57]. Contudo, a sua realização industrial só foi possível com o aparecimento do tiristor
que se verificou nos anos 60, e com a melhoria das técnicas de controlo e de regulação.
A associação do cicloconversor à máquina síncrona encontra aplicações em sistemas
onde se pretende velocidades muito baixas (15 rpm) e potências muito elevadas (6MW).
Um exemplo são os tubos rotativos das cimenteiras. Os valores típicos de frequência
andam na ordem dos 5Hz e o número de pares de pólos é ainda elevado (p=22), [60],
[68].
Estrutura e funcionamento
A figura 3.22 mostra o esquema de princípio da parte de potência da associação
“máquina síncrona cicloconversor”.
O cicloconversor alimenta o estator da máquina com frequência variável. Uma
ponte de rectificação a tiristores alimenta o circuito de excitação da roda polar.
Motor
Pode utilizar-se um motor síncrono normal. A necessidade de um enrolamento
amortecedor está dependente das exigências postas no comportamento dinâmico do
sistema.
Como este motor é utilizado da forma auto comandada, não necessita de
enrolamentos amortecedores para a sua estabilização dinâmica. Em certos casos será
mesmo prejudicial pois vai diminuir fortemente a reactância da máquina síncrona que é
determinante para a redução das harmónicas de corrente devidas ao cicloconversor. Não
se utilizam amortecedores nos accionamentos pouco exigentes do ponto de vista da
dinâmica. Para accionadores de elevada dinâmica, com inversão rápida do binário, é
necessário dimensionar a máquina com enrolamentos amortecedores apropriados.
Obtém-se assim reactâncias e constantes de tempo suficientemente baixas permitindo
variações rápidas das componentes das correntes estatóricas que produzem o binário.
Conversor
No domínio de funcionamento a fluxo constante, a máquina síncrona deverá
ser alimentada com tensões proporcionais à velocidade.
O cicloconversor trifásico é constituído por 3 pontes de rectificação reversíveis
ligadas em estrela. Estas pontes de rectificação são alimentadas por 3 transformadores
trifásicos como mostra figura 3.22 ou por um transformador trifásico com 3
enrolamentos secundários trifásicos. Nesta segunda solução o dimensionamento do
transformador deverá ser feito de modo que a maior parte da reactância de dispersão
deste seja associada ao secundário para evitar problemas de comutação no
cicloconversor.
Cada cicloconversor monofásico é normalmente realizado segundo a técnica
"Sem corrente de circulação" que neste caso é a mais apropriada. Podem utilizar-se
tiristores lentos pois a comutação é efectuada pelas tensões da rede. Para uma melhor
utilização das características do rectificador, estas montagens utilizam-se reguladas em
Cap. 3. Motor Síncrono Alimentado por Cicloconversor 101
corrente com regulador PI, sendo sinusoidal a referência da corrente com amplitude e
frequência ajustáveis. A figura 3.23 apresenta a forma de onda da corrente e da tensão
obtidas utilizando um cicloconversor. Nesta situação a frequência é de 15Hz.
0.2
0.1
Idc [pu]
-0.1
-0.2
0 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06
0.5
Udc [pu]
-0.5
-1
0 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06
Tempo [s]
Métodos de regulação
Todas as pontes de rectificação que alimentam a máquina encontram-se
reguladas em corrente. O circuito de excitação também se encontra alimentado por uma
ponte de rectificação regulada em corrente cujo valor de referência é designado por Ifref.
Os valores de referência do cicloconversor são designados por ia*, ib* e ic*
respectivamente. Utilizam-se reguladores PI como no caso do sistema Ward-Leonard
estático.
A função do sistema de regulação consiste em determinar quais as correntes de
referência de modo que a máquina tenha um desempenho aceitável do ponto de vista
dinâmico. No que se segue vai fazer-se referência a dois métodos. No primeiro,
designado por controlo por orientação de campo com modelo estático, a posição do
fluxo do estator da máquina e o valor de referência da corrente de excitação são
determinados utilizando um modelo de regime permanente para a máquina síncrona. No
segundo método utiliza-se um modelo da máquina válido em regime transitório.
Cap. 3. Motor Síncrono Alimentado por Cicloconversor 103
Rede
+
ia *
-
+
ib *
-
ic * +
-
ψ s2 + (Ls I )2
1
if = (3.9)
M df
0.5
-0.5
-1
Is
-1.5
-1 -0.5 0 0.5 1 Is
Rede
Iq ref ic * - +
R abc
-
F1
ψsref
F2 PR f
F3
If ref
+
-
Sensor de
posição
Sensor de
velocidade
β x
ψs
q Ls is
us ks is d
y iM
π/2 ψsf
δ
is if
θ
f
α
Ixref i a*
xy +
i b* - +
Nref + Mref Iy ref i c* -+
o
o abc
- -
ψs Modelo
+ do
cosδ Fluxo
ψsref + -
IM - PRf
If ref + -
o
o
Sensor de
posição
Sensor de
velocidade
Ia abc id Fluxos ψd R ψs
em
Ib função
iq das ψq δ ρs
Ic correntes
dq P + +
I x=0 i a*
xy
i b*
Mem * ic *
abc
ρs
us
ψs Modelo
de is
fluxo
ψs* + - iref
Iα
abc r
-
1 ψα R
ψs
i abc
s
+
+ ψβ ρs
1
u abc αβ r - s P
Iβ
Exemplo 3.3
Considere uma máquina síncrona alimentada com um cicloconversor
trifásico.
Esta máquina tem as seguintes características:
SN=20MVA UN=6kV p=22 Xs=1,3pu rs=0,01pu fN=50Hz
Cap. 3. Motor Síncrono Alimentado por Cicloconversor 110
Resolução
a) O diagrama vectorial para este sistema é o que se encontra
representado na figura E3.5. Considera-se que a corrente e a
tensão estão em fase sendo o factor de potência unitário. Na
convenção gerador o vector corrente aparece em oposição de fase
face ao vector da tensão.
Is Us
180º
jXs Is
Ψf
Ψs
Ls Is
Εf
Ef = 12 + 1.32 = 1,64pu
Dado que o triângulo dos fluxos é semelhante ao triângulo
das tensões, o fluxo de excitação em pu será também 1,64pu. A
corrente de excitação será If=1,64×100=164A
ψf = ψ s2 + (LsIs )2
Utilizando grandezas pu, fica:
2
if ⎛I ⎞
= 1 + 1,3 ⎜⎜ s
2
⎟⎟
100 ⎝IN ⎠
Cujo gráfico se apresenta na figura E3.6.
160
140
120
100
If [A]
80
60
40
20
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
I/IN
Figura E3.6 Variação da corrente de excitação em função da
corrente do estator.
1 dψ q
uq = rs iq + + ω mψ d (A3.2)
ω b dt
Equação da excitação
1 dψ f
u f = rf i f + (A3.3)
ω b dt
Equação dos amortecedores
1 dψ D
0 = rD iD + (A3.4)
ω b dt
1 dψ Q
0 = rQ iQ + (A3.5)
ω b dt
Equação do binário electromagnético
M em = ψ d iq − ψ q id (A3.6)
2ª lei de Newton
dω m
2H = M em − M c (A3.7)
dt
Os valores de base são definidos:
Ub=UN I b= 3 I N ωb=ωN ψb=Ub/ωb
2
1 ⎛ω ⎞
J⎜ ⎟
2 ⎜⎝ p ⎟⎠
ωmb=ωb/p Mb=Ub Ib/ωmb H=Wc/PN =
Ub Ib
⎡ψ d ⎤ ⎡ Ld M dD M df ⎤ ⎡ id ⎤
⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎢ ⎥
⎢ψ D ⎥ = ⎢ M dD LD M Df ⎥ ⎢i D ⎥ (A3.8)
⎢ψ f ⎥ ⎢ M df M Df L f ⎥⎦ ⎢⎣i f ⎥⎦
⎣ ⎦ ⎣
Eixo q
⎡ψ q ⎤ ⎡ Lq M qQ ⎤ ⎡ iq ⎤
⎢ψ ⎥ = ⎢ M LQ ⎥⎦ ⎢⎣iQ ⎥⎦
(A3.9)
⎣ Q ⎦ ⎣ qQ
Pretende obter-se um modelo onde as entradas sejam as correntes id e iq, a
tensão de excitação uf e o binário de carga Mc. As saídas serão ψd, ψq, ψD, ψf, ψQ, Mem,
ωm, if, iD e iQ.
Considerem-se as equações relativas ao eixo q. Da equação A3.9
ψQ=MqQ iq+LQ iQ (A3.10)
Tira-se:
1
iQ = L
Q
(ψQ-MqQ iq) (A3.11)
ou seja:
MqQ
ψq = L ψQ + σq Lq iq (A3.14)
Q
A partir das equações A3.11, A3.12 e A3.14 obtém-se o modelo da figura A3.1
sob a forma de diagrama de blocos.
-K-
1/LQ iQ
-
1 -K- + -K- 1/s -K- + 1
Sum4 +
iq MQq wb/tauQ YQ M/L Yq Yq_
-K-
M/L1 + 2
Ly du/dt +
Derivative1 dYq/dt out_1
Ly
O fluxo ψd também pode ser calculado a partir dos fluxos ψD, ψf e da correntes id.
−1
⎧⎪⎡ψ D ⎤ ⎡ M dD ⎤ ⎫⎪
[
ψ d = Ld id + M dD ] ⎡ LD
M df ⋅ ⎢
M Df ⎤
L f ⎥⎦ ⎨⎢ψ ⎥ − ⎢ M ⎥id ⎬ (A3.18)
⎣ M Df ⎪⎩⎣ f ⎦ ⎣ df ⎦ ⎪⎭
ou seja
ψd=kD ψD + kf ψf + kd id (A3.19)
onde
−1
[k D ] [
k f = M dD
⎡ LD
M df ⋅ ⎢ ] M Df ⎤
L f ⎥⎦
(A3.20)
⎣ M Df
−1
[
k d = Ld − M dD M df ⋅ ⎢]
⎡ LD M Df ⎤
L f ⎥⎦
⎡ M dD ⎤
⎢M ⎥ (A3.21)
⎣ M Df ⎣ df ⎦
As equações A3.3, A3.4 e A3.19 dão origem ao modelo da figura A3.2 que se
encontra escrito em termos de diagramas de blocos.
Cap. 3. Motor Síncrono Alimentado por Cicloconversor 116
Kd du/dt + 1
+
Derivative + out_3
Kd
M/L dYd/dt
KD iD
-rD
wb 1/s rD +
YD KD + 2
wb +
+ KD out_2
1 -K- - Yd
id Sum
MdD Mux K Demux
-K- -
+ Mux Matrix Demux
Mdf Sum1 Gain
2 + wb 1/s Kf
-
uf Sum2 wb1 Yf Kf if
rf
Kf rf
Kf1
As equações A3.1, A3.2 e A3.6 são calculadas usando os dois blocos atrás
descritos e ligados da forma como se representa na figura A3.3. Nesta figura o bloco
Mem calcula o binário. Este bloco constitui o modelo da máquina síncrona em
coordenadas de Park em que as correntes do estator são impostas.
rs
rs
1 +
-K- + 1
id -
1/wb ud
3 Sum3
*
uf
Yd,dYd Product
3 4
Mem ws
Mem
2
* +
iq + 2
Yq,dYq Product2 +
-K- uq
Sum5
1/wb
rs
rs
Figura A3.3: Obtenção das tensões do estator e do binário. Bloco “Síncrona Correntes”.
1 1
ia ua
2
2
ib
3 4 ub
abcDQ 3
ic uf 4 DQabc
Sincrona uc
correntes Mem
+ -K- 1/s -K- 1/s 6
5 -
Mc Sum 1/2H V wb P Pos
5
v
-pi/2+delta+pi/8 Corrente
Posição da +
+
corrente Demux Tensão
Sum
Demux
1 Inverter-C
Idc Mem
uf
uf
wm
Mc
SincabcCorr
Look-Up
Table2
1 -K- f(u) Mux * 1
angle 180/pi Fcn Look-Up Mux Rate Limiter out_1
Product
Table
2
Look-Up Idc
Table1
500
Udc
0 +
-
id_ Sum Relay
+
- DQabc
Iqref Sum1 Relay1
DQabc1 abcDQ fi
+
- Inv Volt fluxo
Sum2 Relay2
Mc
Sincrona
Ld=.005;Lq=.005;r=1;Delta=.5;fluxo=.7
r 5
1/s
r w1 teta
- 1
1 + -K- 1/s
+ id
ud 1/Ld id -K- 3
Sum
* Mem
Ld-Lq
Product
-K- +
Lq + * +
-K- 1/s 4
-K- Sum2 P -
w wm
Sum3 1/J
* Ld 2 4
Product1 - iq Mc
2 + -K- 1/s
-
uq - 1/Lq iq
* Sum1
3
fluxo Product2 r
r1
1
Udc
2 f(u) * 1
a Fcn Product3 out_1
3 Mux
f(u) * 2
b Mux Fcn1 Product6 out_2
4
c f(u) * 3
Fcn2 Product7 out_3
Mux
Idref Mux I1
Iqref
DQabc1 Cont_Corr
Mem
+
-
Iref Sum wm
Sabc
AntiWPI RectifierLim
If
Initialize\sincp
sincp
4
1 1
Mem
ua ia
2 2
ub ib
3 DQabc 3
abcDQ
uc 7 ic
4
uf 5 if
Mc dqfDQ wm
6
teta
rf 4
rf - if
3 + K- 1/s
uf Sum2 wb Yf 2
Linv-d id
1 1
ud + Mem
K- - K- 1/s
+ +
rs wb2 Yd Momento K-
Sum - 1/s
* Sum3 1/2H wm
5
P1 4 wm
* Mc -K
P2 wb3
-
K- - K- 1/s 3
+ 1/s 6
rs_ wb1 Yq iq
Sum1 Linv-q
2 Int1 teta
uq
2
2 1
Mux K Demux id
Yd Yq
1 1
1 Mux K Demux
Mux Ldinv Demux iq
if
Yf Mux Lqinv Demux
1/s -K
1/s -K
YD wb rD
Yq1 wb rq1
Cicloconversor
O modelo do rectificador representado em anexo do capítulo 2 foi alterado de
modo a representar o cicloconversor. Este bloco é representado na figura A3.14.
1
Mains peack V
2
idc Relay *
K- Product
t Clock w Mux f(u) 1
6 Mux f(u) V*cos Urect
Mux2
p RG RRL
Mux1
1 K-
alfa(–) S angle (rad)
pi + Switch
-
p1 Sum
1
iaref + 1
- 1
2 Tcm.s+1
Sum1 ua
ia AntiWPIf1 Transfer Fcn1
3
+ 1
ibref - 2
4 Tcm.s+1
Sum2 ub
ib AntiWPIf2 Transfer Fcn
5 + 1
- 3
icref Tcm.s+1
Sum3 uc
6 AntiWPIf3 Transfer Fcn2
ic
TauFqo=(Xmq+xlkq2)/(wb*rf)
TauFdo=(Xmd+xlfd)/(wb*rf)
% parâmetros dos controladores PI
% quando alimentada com ciclo-conversor
Tcm=.02/12;
Tnf=TauFdo
kcm=uf0/5
Tif=2*kcm*Tcm/rf
kpf=Tnf/Tif
kif=1/Tif
kia=kif
kpa=kpf
Ud=-Uds*sin(delta);Uq=Uds*cos(delta);Id=-sin(delta+pi/6);Iq=cos(delta+pi/6);
iF=(Uq-rs*Iq-Xd*Id)/Xmd;uf0=rf*iF;
Io=[Id iF 0];Yod=LDmat*Io';Yoq=LQmat*[Iq 0]';
YD0=Yod(3);Yf0=Yod(2);YQ0=Yoq(2);
Cap. 3. Motor Síncrono Alimentado por Cicloconversor 126
Cap 4. Máquina de indução em cadeia aberta alimentada com inversor 127
Capítulo 4
Introdução
Nesta secção estuda-se o comportamento da máquina de indução quando se
encontrar alimentada com sistemas que fornecem uma forma de onda de tensão não
sinusoidal de frequência variável.
A figura 4.1 representa a configuração básica do sistema de potência do
conjunto “Máquina de indução inversor de tensão”. Pode utilizar-se uma máquina de
indução vulgar sem nenhumas alterações construtivas especiais para esta aplicação.
Como se verá mais à frente, o sistema terá melhores características se a máquina de
indução tiver uma construção especial onde seja aumentada a indutância de dispersão
total, [14], [19], [22], [22], [23].
Ga Gb Gc
Alimentação C
Udc MI
1.5
1
Ga
0.5
0
0 1 2 3 4 5 6
1.5
1
Gb
0.5
0
0 1 2 3 4 5 6
1.5
1
Gc
0.5
0
0 1 2 3 4 5 6
wt [rad]
Figura 4.2 : Forma de onda dos sinais de disparo com seis passos por período.
Gab
0
-1
0 1 2 3 4 5 6
1
Gbc 0
-1
0 1 2 3 4 5 6
1
Gca
0
-1
0 1 2 3 4 5 6
wt [rad]
2Gb-Ga-Gc
ub = 3 Udc = fb Udc (4.3)
2Gc-Gb-Ga
uc = 3 Udc = fc Udc
1
0
fa
-1
0 1 2 3 4 5 6
1
fb 0
-1
0 1 2 3 4 5 6
1
0
fc
-1
0 1 2 3 4 5 6
wt [rad]
0 0.6
0.4
-1
0.2
Ubeta [pu]
-0.2
1
Ubeta [pu]
-0.4
0 -0.6
-0.8
-1
-1
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Tempo [s] Ualfa [pu]
π
⎧ 2 j (υ −1)
⎪ U dc e 3 (υ = 1....6)
uυ = uαυ + ju βυ =⎨ 3 (4.5)
⎪⎩ 0 (υ = 0,7)
Imag.
(0, 1, 0) u2
u3
(1, 1, 0)
u4 (0, 1, 1) (0, 0, 0) u1 Re
(1, 1, 1) (1, 0, 0)
(0, 0, 1) (1, 0, 1)
u5
u6
0.8
1
0.6
Ialfa [pu]
0
0.4
-1
0.2
Ibeta [pu]
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04
0
-0.2
1
Ibeta [pu]
-0.4
0
-0.6
-1
-0.8
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04 -1 -0.5 0 0.5 1
Tempo [s] Ialfa [pu]
1.5
1
Yds [pu]
1
0
-1 0.5
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04 Yqs [pu]
0
1 -0.5
Yqs [pu]
0
-1
-1
-1.5
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Tempo [s] Yds [pu]
1.5
1
1
Ydr [pu]
0.5
-1
Yqr [pu]
1 -0.5
Yqr [pu]
0
-1
-1
-1.5
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Tempo [s] Ydr [pu]
Optou-se por representar dois períodos. A forma de onda das grandezas nas
fases a, b, c é semelhante à forma de onda na fase transformada α. Notem-se os seis
picos de corrente por período. Na representação no plano estes seis picos estão
regularmente dispostos em forma de estrela. Os fluxos do estator têm um andamento
linear por troços e a sua representação no plano dá origem a um hexágono regular. A
forma de onda dos fluxos do rotor é aproximadamente sinusoidal como se pode
observar na figura 4.9. A sua representação no plano origina uma circunferência. Estas
Cap 4. Máquina de indução em cadeia aberta alimentada com inversor 134
duas formas de ondas sugerem que entre os fluxos do estator e os do rotor existe uma
acção de filtragem. Este assunto será retomado mais à frente quando se estudar a
máquina com controlo directo do fluxo e do binário.
A figura 4.10 representa a forma de onda do binário electromagnético em
função do tempo. Note-se que a frequência de oscilação do binário é 6 vezes a
frequência de alimentação da máquina.
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
Mem [pu]
-0.1
-0.2
-0.3
-0.4
-0.5
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04
Tempo [s]
1.5
1
Ud [pu]
1
0
-1 0.5
1
-0.5
Uq [pu]
0
-1
-1
-1.5
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Tempo [s] Ud [pu]
1.5
1
Ids [pu]
1
0
-1 0.5
1 -0.5
Iq [pu]
0
-1
-1
-1.5
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Tempo [s]
1 1
Yds [pu]
Ydr [pu]
0 0
-1 -1
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04 0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04
1 1
Yqs [pu]
Yqr [pu]
0 0
-1 -1
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04 0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04
Tempo [s] Tempo [s]
Os fluxos, apresentados na figura 4.13 têm uma forma de onda semelhante aos
obtidos em vazio. Os fluxos do estator tem uma forma de onda que se pode aproximar
por troços lineares, enquanto que os fluxos do rotor são aproximadamente sinusoidais.
As correntes têm agora um aspecto mais próximo da forma sinusoidal. Na
representação no plano de Argand continua a ter os seis picos, embora sejam menos
pronunciados pois os valores da corrente são agora mais elevados (note-se as escalas
dos dois gráficos).
Cap 4. Máquina de indução em cadeia aberta alimentada com inversor 136
1.5
1
1
Ialfa [pu] 0
0.5
-1
Ibeta [pu]
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04
0
1 -0.5
Ibeta [pu]
0
-1
-1
-1.5
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Tempo [s] Ialfa [pu]
1
0
-1 0.5
Iqs [pu]
1 -0.5
Iq [pu]
0
-1
-1
-1.5
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5
Tempo [s] Ids [pu]
0.9
0.8
0.7
0.6
Mem [pu]
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04
Tempo [s]
− 5ω syn − pω m pω m
s5 = = 1+ (4.7)
− 5ω syn 5ω syn
7ω syn − pω m pω m
s7 = = 1− (4.8)
7ω syn 7ω syn
1
s7=1-7 (4.11)
In Lcc
un
M em = p
M
Lr
(
ψ rd i sq − ψ rd i sd ) (4.15)
M em = p
M
Lr
{~
ℜe jψ~r is * } (4.16)
ψ~r = ψ r e jω s t (4.17)
Onde se considerou um instante inicial que anule o ângulo deste fluxo.
Por sua vez as correntes do estator podem ser representadas por um vector que
se pode escrever como:
M em = p
M
Lr
{ }
ψ r ℜe jI s1e j ( −γ s1 ) + jI s 5 e j ( 6ω st −γ s 5 ) + jI s 7 e j ( −6ω st −γ s 7 ) + ... (4.19)
Exemplo 4.1
Considere uma máquina de indução com as seguintes
características:
UN=400V, PN=3,4 kW, IN=8.1A NN=1420rpm
O valor dos parâmetros do seu esquema equivalente reduzido ao
primário são os seguintes:
rs=1,5 Ω, rr=2 Ω, ωLs= ωLr =44Ω ωM=41Ω
Esta máquina é alimentada a partir de um inversor de tensão de
onda completa que é por sua vez alimentado por uma fonte de
tensão contínua de tensão igual a 500V.
a) Para a frequência de 50Hz determine o valor eficaz das
harmónicas de tensão seguintes: Harmónica fundamental, 5ª, 7ª,
11ª e 13ª.
b) Qual o valor das harmónicas de corrente provocadas pelas
harmónicas de tensão calculadas na alínea a). Para a harmónica
fundamental considere a corrente nominal.
c) Determine o conteúdo harmónico do binário electromagnético.
Resolução:
a) O valor das harmónicas de tensão são dados pela expressão 4.5
que reproduzimos aqui:
∞
2U dc 1
ua(t) =
π
∑
n = 1 + 6k n
sen(nωst) (k = 0,±1,±2...)
Ua [pu]
0
-1
0 0.005 0.01 0.015 0.02
2
Ia [pu]
0
-2
0 0.005 0.01 0.015 0.02
1
Mem [pu]
0.5
0
0 0.005 0.01 0.015 0.02
Tempo [s]
Idc
Ldc
Udc
Idcref + fs
Figura 4.19: Esquema de base da máquina assíncrona alimentada com inversor de corrente.
1
Ia
0
-1
0 1 2 3 4 5 6
1
Ib
0
-1
0 1 2 3 4 5 6
1
Ic
0
-1
0 1 2 3 4 5 6
ωt [rad]
Esta forma de onda é uma réplica exacta das tensões compostas fornecidas pelo
inversor de tensão. Não pode ser implementada na prática pois as correntes não podem
variar instantaneamente na máquina. Com efeito, devido à reactância de dispersão,
apareceriam picos de tensão infinitos aos terminais da máquina durante as comutações.
As transições entre as fases são asseguradas pelo circuito de comutação e são realizadas
num tempo finito garantindo uma derivada finita. A figura 4.21 apresenta a forma de
onda da tensão, da corrente, e do binário na máquina eléctrica quando alimentada com
inversor de corrente.
5
Ua [pu]
-5
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
2
Ia [pu]
-2
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
0.5
Mem [pu]
-0.5
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
Tempo [s]
Figura 4.21: Formas de onda da máquina de indução alimentada com inversor de corrente.
c-b
b
c-a
a-b
a
a-c
b-a
c b-c
Udc
C Udc
* +
ia
- + *
ib * iabc +
- +
i c* -
-
-H H erro
10
I1 [A]
0
-10
0 2 4 6 8 10 12
10
I2 [A]
0
-10
0 2 4 6 8 10 12
10
I3 [A]
0
-10
14
12
10
8
Binário [Nm]
6
-2
0 2 4 6 8 10 12
wt [rad]
Udc
Hca
*
+ dα Ga
iα
-
Tabela
Gb
* + Gc
iβ
- dβ
Hcb
αβ -
abc -
ψ~ r = ψ dr + jψ qr (A4.9)
ψ~ s = ψ ds + jψ qs (A4.10)
Cap 4. Máquina de indução em cadeia aberta alimentada com inversor 152
ψ qs = L s i qs + Mi qr (A4.12)
ψ dr = Lr i dr + Mi ds (A4.13)
ψ qr = Lr i qr + Mi qs (A4.14)
dψ qr
r
(
0 = r ψ qr − Miqs +
Lr dt
)+ (ω R − pω m )ψ dr (A4.18)
ou, definindo
Lr
τr = (A4.19)
rr
1 K- -K *
Ids M/Taur2 1/Taur2 Product1 3
-
+ K- 1/s 1 Te
* +
wb1 Ydr Ydr
3 P Sum -
+ K- + K- 4
- 1/s
wr * Sum4 p/rr Sum1 1/J Int3 wm_
P2 -
+ K- 1/s 2
2 K- -
wb Yqr Yqr
Sum3
Iqs M/Taur1 -K *
1/Taur3 Product3
500
Udc Mem
pi/6
Constant1 + ids
+
Sum2 InvVolt
abcDQ ia
Subsystem 0
1/s Integrator3 DQabc
0
ws
Mc + iar
Ws -
0 Sum DQabc1
0
Indução
wm
4
1 -
Mc + K- 1/s 7
Uds
Sum1 1/J Int wm
1
Mem
2 Momento p p
Uqs 2
3 ModEstator
Ids
ws
3
5
Iqs
Udr 1/s 6
+ 4 Int1 teta
-
Sum2 Fluxos-Correntes Idr
6
5
Uqr
ModRotor Iqr
1 +
Uds 2 K- - 1/s 1
Ids rs + Int Yds
Sum
* 1 1
Product
Yds Ids
3
2 2
ws
* Yqs Mux K Demux Iqs
Product1 3 3
- Linv
4 K- Ydr Mux Demux Idr
- 1/s 2
Iqs rs1 4 4
5 + Int1 Yqs
Yqr Iqr
Uqs Sum1
314 Current
1/s
ws Integrator Demux Mem
Demux
10 Inverter-C wm
abcAB
Idc
voltage
Induction
Tl Motor
Currents
Look-Up
Table
+ 500
- Udc
Sum Relay
Idref InvVolt 0
+ abcDQ
- Mux 3 0
Iqref Sum1 Relay1 Mux 0 DQabc
DQabc1 1
+ 2
1/s Integrator -
Sum2 Mc
Relay2
ws 0
4 0
Indução
% Ficheiro param.m
% foi utilizado para o traçado das figuras relativas ao
% conjunto Máquina de indução inversor de corrente e de tensão
% Utiliza valores do rotor reduzidos ao estator
global Ls Lr rs rr M Uds Uqs;
Uds=380;Uqs=0;p=2;
rs=1.4;
rr=.22*9;
Ub=220;Ib=8.1;Zb=220/8.1;wb=314;LB=Zb/wb;Bn=20;
ws=314;
Ls=44;Lr=44;M=40.8;
Ls=Ls/314;
Lr=Lr/314;
M=M/314;
sigma=1-M*M/(Ls*Lr);
sigmar=(Lr-M)/Lr;
L=[Ls,0,M,0
0,Ls,0,M
M,0,Lr,0
0,M,0,Lr];
Linv=inv(L);
alfa=Ls/M;
Lcc=alfa*alfa*Lr-alfa*M;
RR=alfa*alfa*rr;
tau=Lcc/RR;
Wcr=1/tau
Jin=.33;
taur=Lr/rr;
Kt=p*M/(3*Lr);
delta=.1;
deltaT=.5;
Deltaf=.02;
Capítulo 5
Controlo V/f
Introdução
Interessa conhecer bem o método V/f pois é um método bastante simples e
todos os outros métodos têm em regime permanente comportamentos qualitativamente
semelhantes a ele. Neste método a tensão é aumentada proporcionalmente à frequência
de alimentação de modo a manter constante o fluxo ligado com o estator, ou, noutros
casos, o fluxo associado ao entreferro.
Fundamentos do método
Considere-se o esquema equivalente da máquina de indução em que as
grandezas do rotor são reduzidas com um factor que elimina a reactância associada ao
estator, figura 5.1.
Cap. 5 - Métodos Escalares de Controlo da Máquina de Indução 161
Is rs Lcc I’R
Vs jωψsp
I’M
RR
2 Ls s
I R' = 2 (5.3)
RR
+ jωLcc
s
Por sua vez, o binário é dado por:
RR ' 2
IR
M em =3 s (5.4)
ω
p
Definindo:
L
τ = cc (5.5)
RR
2
Normalmente, na literatura técnica de Máquinas Eléctricas, utiliza-se o valor máximo como amplitude
dos vectores ou fasores que representam grandezas sinusoidais para todas as grandezas com excepção das
que representam a tensão e a corrente. Nestes dois casos utiliza-se antes o valor eficaz.
Cap. 5 - Métodos Escalares de Controlo da Máquina de Indução 162
3 ψ sp sω
2
M em = p (5.6)
2 RR 1 + ( sωτ ) 2
1
Mem/MN
-1
-2
-3
0 0.5 1 1.5 2
N/Nsyn
3 ψ sp ω
2
M emarr = p (5.7)
2 RR 1 + (ωτ ) 2
O binário máximo é dado por
3 ψ sp
2
M em max = p (5.8)
4 Lcc
e ocorre para um escorregamento de:
1
s=± (5.9)
ωτ
Na zona normal de funcionamento, para escorregamentos baixos, a
característica é aproximadamente linear e é dada por:
Cap. 5 - Métodos Escalares de Controlo da Máquina de Indução 163
3 ψ sp
2
M em = p sω (5.10)
2 RR
O binário é assim proporcional à frequência de escorregamento que é dada por
sω.
Esquema de base
A figura 5.3 mostra o esquema de princípio do método V/f. A máquina de
indução é alimentada por um inversor de tensão cujo circuito de comando recebe, como
sinais de entrada, a amplitude da tensão a aplicar ao estator e a sua frequência. A
frequência de escorregamento é proporcional ao erro de velocidade. A frequência do
estator ωs é calculada de modo que a frequência de escorregamento seja limitada e
assim se mantenha a máquina a funcionar numa zona em que a relação entre as
correntes e o binário é elevada. À frequência de escorregamento, obtida através do erro
de velocidade, é adicionada a velocidade de rotação de modo a obter-se a frequência do
estator. A partir desta grandeza gera-se a amplitude da tensão a aplicar através do bloco
indicado na figura 5.3.
Vs
Circuito
ωm* ωr de
p comando
+ + ωs
- +
ωm
Este esquema não necessita de sensores de corrente nem de tensão sendo por
isso um sistema relativamente simples e económico. Necessita contudo de um sensor de
velocidade. Este é um inconveniente grande que pode ser colmatado através de técnicas
como as que serão vistas mais à frente.
A introdução destes efeitos pode ser efectuada com correcções na função V(f).
O efeito da resistência faz-se sentir especialmente a baixas velocidades onde as quedas
de tensão indutivas não são muito superiores às quedas de tensão resistivas. Assim, para
velocidades próximas de zero, a tensão não está na relação V/f. É aplicada uma tensão
mais elevada de modo a compensar as quedas de tensão resistivas nas resistências do
estator e a manter assim o fluxo num valor constante.
Os efeitos da carga são mais difíceis de compensar pois são diferentes em
regime motor e em regime gerador. Este assunto não será abordado neste capítulo. O
leitor mais interessado poderá consultar as obras [1], [27], [31], [34].
Resultados
Para ilustrar o comportamento da máquina de indução controlada com o
método V/f, vamos apresentar resultados de simulação. Escolheu-se o transitório de
arranque directo sem carga mecânica seguido da aplicação da carga mecânica sob a
forma de um escalão de binário de carga. Os resultados encontram-se nas figuras 5.4, a
5.9.
Verifica-se que o método conduz a respostas oscilatórias com um factor de
amortecimento muito reduzido. Estes efeitos verificam-se no início do transitório. A
aplicação do escalão de binário de carga tem uma resposta mais amortecida, mas é
caracterizada por um erro estático de posição relativamente elevado.
180
70
160
60
140
Vel. Angular [rad/s]
50
120
Mem [Nm]
100 40
80
30
60
20
40
10
20
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
Tempo [s] Tempo [s]
25 350
20 300
Tensão [V]
I1 [A]
15 250
10 200
5 150
0 100
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
Tempo [s] Tempo [s]
Figura 5.6: Andamento da corrente I1. Figura 5.7: Tensão aplicada ao estator.
300 0.9
0.8
250
0.7
Fluxo [Wb]
200
ws [rad/s]
0.6
150
0.5
100
0.4
50 0.3
0 0.2
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
Tempo [s] Tempo [s]
180 70
160
60
140
Vel. Angular [rad/s]
50
120
Mem [Nm]
40
100
30
80
20
60
10
40
20 0
0 -10
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
Tempo [s] Tempo [s]
Controlo V/f
24
22
20
18
16
I1 [A]
14
12
10
4
0 2 4 6 8 10
Tempo [s]
300 70
60
250
Vel. angular [rad/s]
50
Mem [Nm]
200
40
150
30
100
20
50 10
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
Tempo [A] Tempo [A]
350
20
300
15
Tensão [V]
I1 [A]
250
10
200
5
150
0 100
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
Tempo [A] Tempo [s]
Figura 5.15: Andamento da corrente I1. Figura 5.16: Tensão aplicada ao estator.
Cap. 5 - Métodos Escalares de Controlo da Máquina de Indução 167
0.9
600
0.8
500
0.7
Fluxo [Wb]
ws [rad/s]
400 0.6
0.5
300
0.4
200
0.3
100 0.2
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
Tempo [s] Tempo [s]
Exemplo 5.1
Considere uma máquina de indução com as seguintes
características:
UN=400V, PN=3,4 kW, IN=8.1A NN=1420rpm
O valor dos parâmetros do seu esquema equivalente reduzido ao
primário são os seguintes:
rs=1,5 Ω, rr=2 Ω, ωLs= ωLr =44Ω ωM=41Ω
Esta máquina é alimentada a partir de um inversor de tensão de
onda completa que é por sua vez alimentado por uma fonte de
tensão contínua de tensão regulável.
Resolução
a) Esquema equivalente
O esquema equivalente geral da máquina de indução é o que se
encontra representado na figura E5.1. O parâmetro a é arbitrário
e representa um grau de liberdade.
rs Ls-aM a2Ls-aM
Is Ir
Us aM a2rr
a
s
3 ψ sp
2
M em = p sω
2 RR
3 ψ sp
2
Princípio
No método do controlo escalar de binário as grandezas a controlar são o
binário e o fluxo do rotor. A fonte de energia encontra-se controlada em corrente. As
grandezas de referência são o binário e o fluxo. As grandezas de saída do controlador
são a corrente a injectar no estator da máquina e a sua frequência. Se se pretender
controlar a velocidade deverá adicionar-se uma cadeia de velocidade externa como se
faz para o caso do sistema Ward-Leonard estático.
É interessante estudar este método de controlo pois existem algumas
semelhanças com os métodos baseados no princípio de orientação de campo que se
estudarão mais à frente.
Para se deduzir a lei de controlo considere-se o esquema equivalente da
máquina de indução da figura 5.19 onde as grandezas do rotor se encontram reduzidas
de modo a que a reactância de dispersão associada ao rotor se encontra anulada.
Is rL σLs
I’R
IM
Vs RRR
jωψrp s
LM
2
I R' ⊥I M (5.11)
2
I s = I R' + I M 2 (5.12)
O binário será dado por:
Cap. 5 - Métodos Escalares de Controlo da Máquina de Indução 171
M em = IR = = = 3 pI R' LM I M (5.13)
ω s ω s 2
O binário é assim dado pelo produto de duas correntes que se encontram em
quadratura no tempo. Uma destas correntes IM é proporcional ao fluxo do rotor. Assim
pode fazer-se uma analogia com a máquina de corrente contínua e afirmar que a
corrente IM produz o fluxo e a corrente I’R produz o binário.
Pela igualdade das duas quedas de tensão dos ramos que se encontram em
paralelo, tem-se:
RRR
ωLM I M = I 'R (5.14)
s
donde:
RRR I 'R 1 I 'R
ω r = sω = = (5.15)
LM I M τ R I M
com
LM
τR = (5.16)
RRR
Sendo dados os valores de referência do binário e do fluxo, os valores de
referência das duas componentes da corrente do estator serão dados por:
2 M em
I 'R = (5.17)
3 pψ rp
ψ rp
IM = (5.18)
2 LM
A frequência do rotor será dada pela expressão 5.15. A frequência do estator
será dada por:
ω s = pω m + ω r (5.19)
A corrente de referência do estator será dada pela expressão 5.12.
Esquema de base
O esquema de base do método escalar de controlo de binário encontra-se
representado na figura 5.20. As grandezas a impor à máquina, isto é, a corrente Is e a
frequência das grandezas do estator ωs são calculadas a partir de dois calculadores em
série. O calculador das componentes da corrente utiliza as expressões 5.17 e 5.18. A
partir das componentes de binário e de fluxo calculam-se as correntes Is e a frequência
das correntes do estator utilizando as expressões 5.12, 5.15 e 5.19.
Cap. 5 - Métodos Escalares de Controlo da Máquina de Indução 172
Mem* 2
3p
IR* Is
2 2
IM* x +y Circuito
de
ψrp* 1 1 ωr comando
2 LM τR + ωs
+
ωm
Resultados
As figuras 5.21 e 5.22 apresentam os resultados de simulação de um transitório
de arranque com o método de controlo escalar de binário. O binário de referência é de
20Nm, um pouco acima do binário nominal (15Nm). Verifica-se que este método é
capaz de controlar o binário no valor de referência estabelecido em regime permanente.
Controlo escalar de binário Controlo escalar de binário
25 1.4
1.2
20
1
Fluxo do rotor [Wb]
15
Mem [Nm]
0.8
0.6
10
0.4
5
0.2
0 0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Tempo [s] Tempo [s]
+ (sωLM )
2 2
RRR
I1 = IM (5.22)
RRR
Ι1
ωr
Ldc
Udc
IM
ωs
Idcref +
ωmref
+ -
- + +
ωr
Resultados
As figuras 5.21 a 5.24 apresentam resultados de simulação de dois transitórios
semelhantes aos que se tem vindo a descrever nos casos anteriores. No instante inicial a
máquina está parada e aplica-se um escalão de velocidade de referência. Nesta situação
o binário de carga é nulo. No instante t=7s aplica-se um escalão de binário de carga de
valor próximo do valor nominal.
180
50
160
140 40
Vel. Angular [rad/s]
120
Mem [Nm]
30
100
20
80
60 10
40
0
20
0 -10
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
Tempo [s] Tempo [s]
350
20
300
250
15
ws [rad/s]
Idc [A]
200
10
150
100
5
50
0 0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
Tempo [s] Tempo [s]
Figura 5.27: Andamento da corrente Idc Figura 5.28: Andamento da frequência do estator
Deve notar-se que em carga o sistema não tem erro estático de posição nulo.
As formas de onda são qualitativamente semelhantes às do sistema V/f. Este resultado é
de esperar pois estes dois sistemas são semelhantes.
Cap. 5 - Métodos Escalares de Controlo da Máquina de Indução 176
Mc
Initialize\param 0 Iq I1
Mux
0
Mux Wm*/Wm param Indução
p + Mem
+ 1/s
p ws Qs Demux
Initialize\param
Demux
wm
Inversor-C abcAB
param
+ p
- Mux f(u)
Wm* Sum tensão
KG S Modelo de
5 Mux Idc* Idc Tl correntes
IM
Capítulo 6
Introdução
Todos os sistemas electromecânicos obedecem à segunda lei de Newton. Esta
lei adaptada a sistemas electromecânicos rotativos escreve-se:
dω m
J = M em − M c (6.1)
dt
Como Mc é o binário exterior aplicado, para se poder alterar o movimento é
necessário poder controlar o binário electromagnético Mem.
Para uma exposição mais clara desta matéria vai considerar-se que a máquina
eléctrica é um sistema que produz binário a partir de duas grandezas de referência: o
fluxo e o binário. Pretende-se controlar o movimento controlando o binário
electromagnético. A figura 6.1 apresenta o diagrama de blocos ilustrando este conceito.
ψ∗ Motor Mem + 1 1 θm
Mem ∗ controlado Js ωm s
-
Mc
O nível de fluxo a especificar não deverá ser muito baixo para não aumentar o
nível das correntes necessárias, nem muito alto para não se atingir a saturação
magnética nem aumentar as perdas magnéticas. Deverá ser determinado de modo a
optimizar uma dada grandeza que se deseje, por exemplo, minorar as perdas totais, etc.
Nos accionamentos de velocidade variável, com uma gama muito larga de
velocidades, utiliza-se a regra comum a todas as máquinas e que se volta a descrever na
figura 6.2. Na zona de velocidades baixas deve manter-se o fluxo constante e na zona de
velocidades elevadas deve diminuir-se o fluxo em função da velocidade seguindo uma
hipérbole.
N0 N
Nos estudos que se vão seguir admite-se o sistema na zona de fluxo constante,
isto é, na zona de velocidades mais baixas. O nível de fluxo a utilizar é determinado por
um sistema exterior, mas é sensivelmente igual ao valor do fluxo que se obtém em
situações nominais.
Na máquina de indução alimentada em corrente pelo estator (Máquina de rotor
em gaiola de esquilo) a corrente de alimentação do estator tem duas funções:
• Criar campo de indução magnética.
• Produzir o binário.
O desacoplamento do sistema de controlo é obtido pela decomposição da
corrente do estator em duas componentes: a componente que produz o fluxo e a
componente que produz o binário.
Os métodos de controlo baseados no princípio de orientação de campo tem
vindo a ser desenvolvido deste 1968 [20], [43]. Utilizam um referencial síncrono com o
campo girante e cuja posição se encontra alinhada com um dos vectores representativos
dos fluxos ligados da máquina. Distinguem-se 3 casos:
Orientação de campo do rotor (RFOC)
Cap. 6. Princípio de orientação de campo 182
M em = p
M
Lr
(
ψ dr iqs − ψ qr ids ) (6.6)
M
M em = p ψ r iqs (6.10)
Lr
Cap. 6. Princípio de orientação de campo 183
β d
q iqs ids
ψr ρr
Transformação
de Referencial
pM
Lr
ρr iqs
Mem
ir = − ( jω rψ~r + pψ~r )
~ 1
(6.15)
rr
Quando o fluxo do rotor no referencial do campo girante for constante no
tempo, o que é a situação normal, a sua derivada é nula. O vector espacial da corrente
do rotor encontra-se em quadratura com o vector espacial do fluxo ligado com o rotor.
Esta situação encontra-se ilustrada na figura 6.5.
Cap. 6. Princípio de orientação de campo 185
~
ψ
r
ρ
r
~
i
r
Controlo directo
Esquema de base
No controlo directo, a posição do fluxo para a qual se deseja a orientação é
medida directamente através de sensores ou estimada através de algum processamento
de sinal a medidas aos terminais da máquina. Uma vez que não é possível utilizar
sensores que meçam directamente o fluxo do rotor, para se obter a desejada informação,
é necessário empregar alguns cálculos a partir dos sinais que sejam possíveis de obter.
Cap. 6. Princípio de orientação de campo 186
*
ψr* + id
dq *
iabc +
Mem - +
*
*
iq
abc
- ρr
Mem
Calculador
de Binário
ψr sensores
e de Fluxo
ψr + ψr
* 1+sTfn M
sTfi 1+sτr
-
Controladores de binário
O diagrama de blocos do controlador de binário encontra-se representado na
figura 6.8.
Comportamento dinâmico
A figura 6.9 mostra a resposta que se obtêm no controlo directo quando se
admite que os sensores de fluxo do rotor são ideais. Os controladores foram sintetizados
para um valor de τeq=1ms. No instante t=0,02s a referência do fluxo do rotor passa para
Cap. 6. Princípio de orientação de campo 188
1.5
Yr [pu] 1
0.5
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
0.5
Mem [pu]
-0.5
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
Tempo [s]
Controlo indirecto
Uma alternativa à detecção directa da posição do campo do rotor consiste em
utilizar a relação da frequência de escorregamento para estimar a posição do fluxo
relativamente à posição do rotor. A figura 6.10 ilustra este conceito. As correntes ids* e
iqs* são obtidas a partir das equações 6.12 e 6.13. A posição do fluxo do rotor é obtida
pela soma da posição do rotor com a posição relativa do fluxo do rotor em relação e
este. A posição do rotor é medida utilizando um sensor de posição enquanto que a
segunda grandeza é obtida a partir de cálculos utilizando os sinais de referência para o
fluxo do rotor e do binário utilizando as equações 6.13.
Cap. 6. Princípio de orientação de campo 189
τ ⎛ 1 ⎞ *
*
ids = r ⎜⎜ s + ⎟⎟ψ r (6.22)
M ⎝ τr ⎠
A partir da equação 6.10 tira-se:
* Lr 1 *
iqs = M em (6.23)
pM ψ r
A equação 6.13 pode ser escrita na forma:
*
iqs
ωr = (6.24)
τr
ψr
M
As equações 6.22, 6.23 e 6.24 dão origem ao diagrama de blocos da figura
6.10.
Udc
ids*
ψr* τr s+1/τr
M+ dq *
iabc +
Mem
*
Lr - iqs* abc
pM ψr
ωr* +
1
s +
posição
Comportamento dinâmico
A figura 6.11 apresenta a resposta deste sistema a um escalão do binário de
referência que se opera no instante t=0,02s. Nesta figura admitiu-se que o conhecimento
dos parâmetros da máquina é perfeito.
Cap. 6. Princípio de orientação de campo 190
1.5 1.5
1
1
Yr [pu]
0.5
0.5
Correntes [pu]
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
0
1.5
1 -0.5
Mem [pu]
0.5
-1
0
-0.5 -1.5
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
Tempo [s] Tempo [s]
1.5
1
Yr [pu]
0.5
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
1.5
1
Mem [pu]
0.5
1
s+
στ r
ω r* = iqs* (6.32)
ψ *
s
− ids*
σLs
A estas equações corresponde o sistema de desacoplamento da figura 6.13.
ψ s* 1 1 + 1
*
i ds
s+
σLs τr s+
1
+ στ r *
* iqs
iqs
1
s+
στr
ω r*
+ -
Numa primeira abordagem, o fluxo do estator pode ser obtido através de:
~
ψ~ˆ s = ∫ u~s − rse is dt (6.33)
Controlo directo
O esquema de base do controlo directo por orientação de campo do estator
encontra-se representado na figura 6.14.
Cap. 6. Princípio de orientação de campo 193
ψs
-
+
+ *
i ds
ψs* 1 1 + 1
s+
σLs τr s+
1
Mem* + στ r *
+ iqs
-
1
s+
στr
ω r*
+ -
Sistema de desacoplamento
Mem
1.5
1
Ys [pu]
0.5
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
1.5
1
Mem [pu]
0.5
-0.5
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
Tal como no RFOC, também o SFOC garante uma resposta rápida. As mesmas
considerações que se fizeram para o RFOC são agora válidas para o SFOC. Deve-se
chamar a atenção de que em ambos os casos se utilizou o mesmo nível de fluxo de
referência. Como o nível de fluxo vai diminuindo ligeiramente do estator para o rotor
pode afirmar-se que neste estudo, e nesta segunda situação, o nível de fluxo em geral é
mais baixo do que no correspondente RFOC apresentado anteriormente.
Cap. 6. Princípio de orientação de campo 194
+ -
Comportamento dinâmico
As figuras 6.17 e 6.18 mostram a resposta obtida por sistemas baseados no
SFOC em condições ideais de sintonia, isto é admitindo que o conhecimento dos
parâmetros da máquina é perfeito e que o sensor de posição do rotor não introduz erros.
1.5
1.5
1 1
Ys [pu]
0.5
0.5
Correntes [pu]
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
0
1.5
-0.5
1
Mem [pu]
0.5
-1
0
-0.5 -1.5
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
Tempo [s] Tempo [s]
1.5
Ys [pu]
0.5
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
1.5
1
Mem [pu]
0.5
-0.5
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
Tempo [s]
Mais uma vez tem-se uma dependência considerável do valor dos parâmetros e
um comportamento oscilatório de baixa frequência.
Limitações do SFOC
Excluindo as condições de aquecimento, os esquemas de controlo por
orientação de campo do rotor não impõem nenhum limite teórico aos sinais de binário e
de fluxo. Tais limites existem contudo nos sistemas de orientação de campo do estator e
do entreferro.
Tomando as equações 6.31 e 6.32 em regime permanente (s=d/dt=0):
ψ *
*
ids = s + ω r*στ r iqs
*
(6.34)
Ls
1
*
στ r ψ* 1 iqs
ω r* = *
iqs ⇒ *
ids = s − (6.35)
ψ s* * σLs στ r ω r*
−i
σLs ds
Eliminando a variável ids* obtém-se:
*
2 ψ s* ⎛ 1 ⎞ * iqs
στ r iqsωr −
* *
⎜ − 1⎟ω r + =0 (6.36)
Ls ⎝ σ ⎠ στ r
A equação 6.36 é uma equação de segundo grau de variável ωr*. Para que esta
equação tenha raízes reais, isto é para que ωr tenha significado, é necessário que o seu
discriminante seja positivo, isto é:
Cap. 6. Princípio de orientação de campo 196
2
⎛ ψ s* ⎛ 1 ⎞ ⎞ * 2
⎜ ⎜ − 1⎟ ⎟ − 4iqs ≥ 0 (6.37)
⎜ Ls ⎝ σ ⎠ ⎟⎠
⎝
Daqui resulta a relação entre as duas entradas,
* ψ s* ⎛ 1 ⎞
iqs ≤ ⎜ − 1⎟ (6.38)
crit 2 Ls ⎝ σ ⎠
A frequência de escorregamento crítica, substituindo 6.38 em 6.36, será:
1
ω rcrit = (6.39)
στ r
O binário crítico, atendendo a 6.26 será:
2
ψ* ⎛ 1 ⎞
M em crit ≤ p s ⎜ − 1⎟ (6.40)
2 Ls ⎝ σ ⎠
As equações 6.38, 6.39 e 6.40 representam limitações inerentes ao SFOC. Estas
limitações não existem no RFOC. O parâmetro fundamental que determina estas
restrições é o coeficiente de dispersão σ. Note-se que quanto maior for o nível de fluxo
na máquina mais elevados serão os valores críticos da corrente iqs, da frequência de
escorregamento ωr e do binário Mem [23].
~ ψ~m ~ Lr ~ ~
ir = − is ψ~r = ψ m − Llr is Llr=Lr-M (6.42)
M M
Introduzindo na equação do rotor na notação condensada e substituindo as
expressões de ir e ψr, tem-se:
1 + σ rτ r (s + jω r ) ~
ψ~m = M is (6.43)
1 + τ r (s + jω r )
Cap. 6. Princípio de orientação de campo 197
Onde:
Llr
σr = (6.44)
Lr
A equação 6.43 é a equação desejada e é formalmente semelhante à equação
6.30.
Tal como na orientação de campo do estator deve utilizar-se um sistema de
desacoplamento para se conseguir um controlo independente de fluxo e do binário. Este
sistema de desacoplamento é obtido do mesmo modo que no caso anterior pela
separação da equação em parte real e parte imaginária. Obtém-se expressões análogas às
obtidas na orientação de campo do estator.
⎛ 1 ⎞ ψ*
⎜⎜ s + ⎟⎟ m + ω r*iqs*
τr ⎠σrM
ids* = ⎝ (6.45)
1
s+
σ rτ r
1
s+
σ rτ r
ω r* = iqs* (6.46)
ψ *
m
− ids*
σrM
A estas equações corresponde o sistema de desacoplamento da figura 6.19.
ψm
*
1 1 + 1
*
i ds
s+
σrM τr + s+
1
* σ rτ r *
iqs iqs
1
s+
σrτr
ω r*
+ -
(~ ~
ψ~ˆ m = ∫ u~s − rse is dt − Llse is ) (6.47)
Tabela 1
Estator Entreferro
σ σr
Ls M
ψs ψm
ψm
* ⎛
1 ⎞
*
iqs ≤ ⎜⎜ − 1⎟⎟ (6.48)
crit 2M ⎝ σ r ⎠
A velocidade de escorregamento crítica será:
1
ω rcrit = (6.49)
σ rτ r
O binário crítico será:
2
ψ* ⎛ 1 ⎞
M em crit ≤ p m ⎜⎜ − 1⎟⎟ (6.50)
2M ⎝ σ r ⎠
Neste caso é o parâmetro σr (menor que σ) que é determinante nas restrições
entre as valores de binário, frequência de escorregamento e fluxo de referência.
Controlo directo
Esquema de base
A analogia com o controlo por orientação de campo do estator permite
determinar o esquema do controlo directo por orientação de campo do entreferro. A
figura 6.20 representa este esquema.
Cap. 6. Princípio de orientação de campo 199
ψm
-
+
+ *
i ds
ψm* 1 1 + 1
s+
σrM τr + 1
s+
Mem* σ rτ r *
+ iqs
-
1
s+
σrτr
ω r* ω r*
+ -
Sistema de desacoplamento
Mem
Comportamento dinâmico
A figura 6.21 apresenta a resposta dos sistemas baseados no princípio de
orientação de campo do entreferro com controlo directo.
1.5
1
Ys [pu]
0.5
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
1.5
1
Mem [pu]
0.5
-0.5
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
Tempo [s]
Controlo indirecto
A figura 6.22 representa o sistema de controlo indirecto por orientação de
campo do entreferro. Este sistema é análogo ao representado na figura 6.16 para o
SFOC:
Cap. 6. Princípio de orientação de campo 200
Udc
Sistema de desacoplamento
ψm
*
1 1 + 1
*
i ds
s+ dq
σrM τr 1 iabc* +
+ s+
σ rτ r *
Mem* 1
iqs
abc
ψm
+
1
1 s
s+ +
σrτr
ωr posição
+ -
Comportamento dinâmico
A figura 6.23 representa a resposta do sistema de controlo indirecto sintonizado
de forma ideal.
1.5 1.5
1
Ye [pu]
0.5
0.5
Correntes [pu]
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
0
1.5
1 -0.5
Mem [pu]
0.5
-1
0
-0.5 -1.5
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
Tempo [s] Tempo [s]
pode concluir-se que os 3 esquemas são análogos. As limitações nas relações entre os
fluxos e os binários desaparecem. Estas analogias deram origem ao princípio de
orientação de campo universal. Este princípio leva a conceber um “software” sofisticado
que permite utilizar um dos 3 princípios e com esquemas directo e indirecto donde
resultam as vantagens:
1. Só é necessário produzir um tipo de controlador vectorial e empregar
sensores ou observadores mais convenientes consoante a aplicação.
2. O modo de operação pode ser adaptado ao ponto de funcionamento. Por
exemplo, a velocidades baixas é preferível utilizar um sistema de orientação indirecto
enquanto que a velocidades médias e elevadas um sistema de orientação directo
representa uma escolha mais vantajosa pois este esquema não é tão sensível às variações
dos parâmetros.
Quando a frequência de escorregamento angular for superior a ωcrit não há
estabilidade estática. A figura 6.24 ilustra a relação entre o binário e a frequência de
escorregamento para os 3 casos estudados.
5 4
4.5 E
3.5
E R
4
R 3
3.5
3 2.5
Mem [pu]
Mem [pu]
2.5 2
2 S
1.5
1.5
S
1
1
0.5
0.5
0 0
0 50 100 150 200 250 300 350 0 50 100 150 200 250 300 350
ωr [rad/s] ωr [rad/s]
(a) (b)
Figura 6.24: Relação entre o binário e a frequência de escorregamento em regime permanente
(S-estator, E-entreferro, R-rotor).
Na figura 6.24a admite-se que o nível de fluxo é igual nos 3 casos e igual ao
fluxo do estator em regime nominal. No EFOC e no RFOC os níveis de fluxo do estator
são mais elevados do que os que se têm na situação nominal. A figura 6.24b apresenta
uma situação mais realista onde o nível de fluxos de cada esquema é calculado de modo
que nos 3 casos se está próximo da situação nominal.
De modo a resumir o que acabou de se afirmar, a tabela 2 apresenta os valores
da frequência de escorregamento e do binário críticos para uma máquina de 11kW, [31],
[66], [67].
Cap. 6. Princípio de orientação de campo 203
Tabela 2
Memcrit [pu] ωrcrit [rad/s]
Estator 3.41 69.9
Entreferro 5.58 125.8
Udc
ψr* + id * ud*
dq
- Desacoplador
Mem* + iq * de tensão uq*
- abc
Mem
ψr ρr
id dq
Calculador
de Binário iq
e de Fluxo
abc
sensores
Figura 6.25: Controlo por orientação de campo com máquina controlada em tensão.
Como:
M ~ ~
ψ~s = ψ r + σLs is (6.53)
Lr
No referencial do campo do rotor
M
ψ ds = ψ r + σLs ids
Lr (6.54)
ψ qs = σLs iqs
Donde:
dids M dψ r
u ds = rs ids + σLs + − ω sσLs iqs (6.55)
dt Lr dt
diqs M
u qs = rs iqs + σLs +ωs ψ r + ω sσLs ids (6.56)
dt Lr
uds + 1 ids
rs + σLs s
+
ωsσLs
ωsσLs
- iqs
uqs + 1
rs + σLs s
diqs M
hqs = u qs − ω sσLs ids = rs iqs + σLs + ωs ψr (6.58)
dt Lr
O desacoplador de tensão pode ser assim obtido com um diagrama de blocos
que traduza as equações 6.57 e 6.58. Introduzindo os controladores PI obtém-se o
esquema da figura 6.27 que é designado na literatura de língua inglesa por sistema de
desacoplamento “FeedForward”. Este sistema de desacoplamento anula os termos
cruzados da máquina de indução que se podem observar na figura 6.26 com a adição de
novos termos cruzados externamente.
ids* + + uds*
- -
ids ωsσLs
iqs ωsσLs
- +
iqs* uqs*
+
+
A figura 6.28 apresenta a resposta ao escalão das duas entradas para o controlo
de orientação de campo do estator sem circuito de desacoplamento. Apenas se
considerou o desacoplador para a realização do controlo de corrente. No instante inicial
aplica-se um escalão no fluxo para ψs=0,8Wb, e no instante t=0,5s aplica-se um escalão
ao binário para 10 Nm. Esta resposta foi obtida com o programa VSFOC.mdl
desenvolvido de acordo com o diagrama da figura 6.27.
Resposta do sistema controlado em tensao
1
0.8
0.6
Ys [Wb]
0.4
0.2
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
15
10
Mem [Nm]
-5
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Tempo [s]
0.8
0.6
Yr [Wb]
0.4
0.2
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
15
10
Mem [Nm]
-5
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Tempo [s]
Conclusão
Neste capítulo apresentaram-se os aspectos teóricos dos métodos de controlo
da máquina de indução baseados no princípio de orientação de campo. A sua aplicação
a outras máquinas eléctricas, como por exemplo a máquina síncrona, é em geral mais
fácil. Este assunto já foi abordado, embora superficialmente, no capítulo 3.
Para a realização prática é necessário o conhecimento da posição angular do
fluxo respectivo. A aquisição deste sinal é em geral difícil e este assunto será tratado
mais à frente.
Cap. 6. Princípio de orientação de campo 208
Initialize\foc
500
foc.m
Udc ia
+ PID -
- +
Fluxo Sum6 PI Sum1 Relay
-
+ PID +
- Sum2 Relay1
Binário Sum4 PI DQabc2 - 0 Mem
+
Sum3 Relay2 wR
Inv Volt
1
Mc Maqind
Yr abc C-P
ângulo
Mux
500
-K- PID Mux2 iabc
Udc
Fluxo taur/M PD -
+
Sum1 R1
-
Mux f(u) +
0 Mem
Fcn Sum2 R2
Binário Mux - ws
DQabc2 +
Sum3 R3 5
Inv Volt Maqind
Mc abc wm
+ + Sum7
Mux f(u) 1/s 1/s
Mux1 Fcn1 wr posição
1 -K- PID + 1
+ 1
Ysref 1/SigmaLs s+1/(sigma*taur)
PD Sum Id
* Product Transfer Fcn
Mux f(u) 2
2
Tref Mux 3/(p Ys) Iq
PID PD 1
+ Mux f(u) 3
-
Sum1 Mux1 : wr
Initialize\foc
foc.m Mux
500
Udc Mux2 ia
-
Fluxo +
Sum1 R1
-
+
Binário 0 Mem
Referencias Sum2 R2
de Corrente e DQabc2 - ws
Escorregamento +
Sum3 R3 5
+ + Sum7 Inv Volt Maqind
Mc abc
1/s 1/s
Integrator2 posição
Mem
To Workspace2
500
x* Udc
o Id* Mem
Yr x
Udc a
Ud* Udc d Memme
PIY Id Isabc em b
d a Vabc Uabc
Mem* x* V1 c
Gabc
o Iq* o Irabc angle1 q
x q b V2
Iq V3 InvVolt3 wm ABCdq
PIm Uq* angle
c
ws DQ-abc SVM Yds
Controlador Mc
Initialize\foc Yqs
de corrente
Mc ws1 Cartesian to
Polar Ys
foc.m
Maq ind abc To Workspace3
t
Clock To Workspace
Saturation ws
Ys
1 x* 1
o
Id* x Ud*
2 PII
Id sigma*Ls
Product1
Gain2
sigma*Ls
Product2
3 x* Gain3 2
o
Iq* x
Uq*
PII1
4
Iq
5
ws
Capítulo 7
Introdução
Nos processos de controlo baseados no princípio de orientação de campo, o
fluxo e o binário são controlados indirectamente através das componentes directa e em
quadratura da corrente do estator. O sistema de desacoplamento entre estas duas
variáveis é realizado com recurso à escolha do referencial e de um sistema de
desacoplamento eventual. Este sistema de desacoplamento é necessário nos casos do
controlo por orientação de campo do estator e do controlo por orientação de campo do
entreferro.
Em 1985 Manfred Depenbrock por um lado, e Takahashi e Nogushi por outro,
apresentaram, independentemente, abordagens diferentes, [54], [62], [73]. Nestas
abordagens o binário e o fluxo do estator são controlados directamente sem recurso à
regulação de nenhuma grandeza intermédia nem ao uso de nenhuma transformação de
Park. Nasceu o método do controlo directo do fluxo e do binário cujos princípios serão
descritos neste capítulo.
A figura 7.1 apresenta o diagrama de blocos de princípio do esquema de
controlo directo do fluxo e do binário.
As grandezas de referência, o fluxo do estator e o binário, são comparadas com
as respectivas grandezas obtidas através de estimadores do binário e do fluxo. Os erros
∆ψs e ∆Mem constituem as entradas do sistema que selecciona o vector de tensão a
aplicar à máquina.
Cap. 7 Controlo directo do fluxo e do binário 214
Udc
ψs* + ∆ψs Ga
Selecção
do Vector Gb
Μem* + - ∆Μem de Tensão Gc
- Ga Gc
Estimador Estimador αβ
do binário do Fluxo
do estator abc
αβ
abc
Sistema de comando
Conceitos Fundamentais
Esta secção descreve os conceitos fundamentais dos métodos descritos neste
capítulo. Na primeira parte estabelecem-se as relações básicas úteis para a compreensão
dos métodos que se irão descrever, e na segunda faz-se uma descrição de princípio
destes métodos.
Cap. 7 Controlo directo do fluxo e do binário 215
Relações básicas
Considere-se o modelo de uma máquina de indução num referencial comum ao
estator e ao rotor. A relação entre os fluxos e as correntes escreve-se:
~ ~
ψ~ = L i + M i
s ss r (7.1.a)
~ ~
ψ~r = Lr ir + M is (7.1.b)
Destas equações obtém-se:
~ 1 ~
is =
Ls
(
ψ s − M ir )
~
(7.2.a)
~
ir =
1 ~
Lr
(
ψ r − M is )
~
(7.2.b)
~ 1 ⎧~ M ~ ⎫
is = ⎨ψ s − ψ r ⎬ (7.4.a)
σLs ⎩ Lr ⎭
~ 1 ⎧~ M ~ ⎫
ir = ⎨ψ r − ψ s ⎬ (7.4.b)
σLr ⎩ Ls ⎭
O binário é obtido através de:
v v
M em = pψ s × is (7.5)
Introduzindo a equação 7.4a em 7.5, obtém-se:
M em = − p
M
(ψ~s ×ψ~r ) = p M ψ sψ r senδψ (7.6)
σ L s Lr σ L s Lr
Nesta expressão o binário é obtido pelo produto das amplitudes dos fluxos
ligados multiplicando pelo seno do ângulo entre eles. As figuras 7.2 e 7.3 ilustram esta
expressão.
Cap. 7 Controlo directo do fluxo e do binário 216
β ψs
δψ ψr
ψs 1/σ Ls
Mem
Sin
ψr M/Lr
ψ~s =
Ls
[( sστ r + 1)ψ~r + jστ rω rψ~r ] (7.11)
M
que se pode escrever como:
Ls ⎡ σLr ⎤
ψ~ s = ~
⎢( sστ r + 1)ψ r + j M em ⎥ (7.12)
M ⎣ pψ r ⎦
Nesta equação a componente de ψs que se encontra em fase com ψr obedece a
uma expressão semelhante a 7.9. A componente que se encontra em quadratura é
proporcional ao binário electromagnético desenvolvido pela máquina. Este resultado
está de acordo com o obtido pela expressão 7.6.
β
uk+2 uk+1
uk+3 uk
α
~
ψs
uk-2 uk-1
Variação do binário.
Atendendo à expressão 7.9 pode concluir-se que o vector ψ~r tem tendência
para seguir o vector ψ~ s com uma dinâmica de primeira ordem. Isto significa que a
acção de filtragem exercida por esta dinâmica se traduz por um movimento do vector
ψ~ de uma forma quase uniforme. As variações rápidas do vector ψ~ são filtradas pois
r s
um sistema de primeira ordem comporta-se como um filtro passa baixo. Para uma
melhor compreensão do método do controlo directo do fluxo e do binário, vai admitir-se
que o vector ψ~ roda continua e uniformemente. A figura 7.5 ilustra a forma de
r
desenvolvimento e controlo do binário.
β
Avança ou recua com vectores
ψs
de tensão activos.
Pára com vectores nulos.
q d
ψr
ψqs Roda continuamente
δψ
1.5
ψs
1
ψr
Fluxos [Wb]
0.5
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
Tempo [s]
20
Is [A]
-20
15
Mem [Nm]
10
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
Tempo [s]
A figura 7.6 ilustra bem a equação 7.9 e a acção de filtragem que existe na
função de transferência que relaciona os fluxos do rotor com os fluxos do estator.
A figura 7.7 mostra que a corrente no estator é praticamente sinusoidal e sofre
uma variação rápida quando se varia o fluxo do estator. O binário não é alterado pela
alteração do fluxo.
O efeito da variação do binário encontra-se ilustrado na figuras 7.8 e 7.9. Nesta
situação foi aplicado um escalão no binário de referência. É notória a rapidez de
resposta do sistema e o ligeiro abaixamento do fluxo do rotor. Este abaixamento é
devido ao aumento da frequência de escorregamento e por consequência à diminuição
do valor do módulo da função de transferência, equação 7.11.
20
Is [A]
-20
10
Mem [Nm]
-10
1.4
1.3
Ys [Wb]
1.2
1.1
1
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
1.2
1.15
Yr [Wb]
1.1
1.05
1
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
Tempo [s]
A dupla seta representa uma variação muito acentuada das grandezas em causa.
Aplicando o vector de tensão nulo ou vectores radiais o vector do fluxo pára
determinando um abaixamento do binário. Para que se tenham respostas dinâmicas
rápidas a baixa velocidade e permitir operações nos quatro quadrantes, é necessário
utilizar os vectores retorno. A estratégia será assim a indicada na tabela 2.
Tabela 2
Mem ↑ Mem ↓
ψs ↑ uk+1 uk-1
ψs ↓ uk+2 uk-2
Para cada um dos seis vectores esta estratégia pode ser implementada
utilizando a tabela 3.
A definição dos 6 sectores que dividem o plano de Argand encontra-se
representada na figura 7.10.
Im
3 2
II
III I Re
1
4
IV VI
V
6
5
Tabela 3
Sector
Fluxo Binário 1 2 3 4 5 6
Mem ↑ 2 3 4 5 6 1
ψs ↑ Mem ↓ 6 1 2 3 4 5
Mem ↑ 3 4 5 6 1 2
ψs ↓ Mem ↓ 5 6 1 2 3 4
Com esta estratégia obtém-se uma velocidade de diminuição do binário mesmo a baixa
velocidade. A consequência negativa é uma frequência de comutação muito elevada. É
possível reduzir a frequência de comutação utilizando vectores nulos e comparadores de
3 níveis no controlo do binário. Obtém-se a tabela 4.
Tabela 4
Sector
Fluxo Binário 1 2 3 4 5 6
Mem ↑ 2 3 4 5 6 1
Mem - 0 7 0 7 0 7
ψs ↑ Mem ↓ 6 1 2 3 4 5
Mem ↑ 3 4 5 6 1 2
Mem - 7 0 7 0 7 0
ψs ↓ Mem ↓ 5 6 1 2 3 4
Udc
ψs* + ∆ψs Ga
- EPROM Gb
Μem* + ∆Μem Gc
- Ga Gc
Estimador Estimador αβ
do binário do Fluxo
do estator abc
αβ
abc
Sistema de comando
1.5 1
0.8
1
0.6
0.4
0.5
0.2
Yqs [pu]
Is [pu]
0 0
-0.2
-0.5
-0.4
-0.6
-1
-0.8
-1.5 -1
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
Yds [pu] Tempo [s]
1.5 1.5
1 1
0.5 0.5
Yqs [pu]
Is [pu]
0 0
-0.5 -0.5
-1 -1
-1.5 -1.5
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
Yds [pu] Tempo [s]
1.5 1.5
1 1
0.5 0.5
Yqs [pu]
Is [pu]
0 0
-0.5 -0.5
-1 -1
-1.5 -1.5
-1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
Yds [pu] Tempo [s]
ψ ds =
Ls
(1 + sστ r )ψ r* (7.15)
M
Ls σLr *
ψ qs = M em (7.16)
pM ψ r*
ψr Ls
1+sστr ψs
2 2
M x +y
σLr
Μem *
Ls
ψr
pM
1.5
ψs
Fluxos [pu]
1
ψr
0.5
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1
Tempo [s]
ψs
*
G’b C
De
G’c Ga
Gb
Μem
* Binário
+ Gc
-
Ga Gc
Estimador Estimador αβ
do binário do Fluxo abc
do estator
αβ
abc
Sistema de comando
Controlo do binário
O controlo do binário Mem é obtido actuando no ângulo δψ. Para isso actua-se
na paragem ou avanço do vector fluxo do estator. Quando a saída do comparador de
histerese do binário electromagnético for um (lógico) o avanço do vector fluxo do
estator é parado e impõe-se um vector zero de tensão ao estator. O vector fluxo do
estator ficará parado no plano de Argand, mas o vector fluxo do rotor continuará a rodar
progressivamente diminuindo assim o ângulo entre estes dois vectores e por
consequência o binário electromagnético. Quando a saída do comparador de histerese
do binário for zero (valor lógico), aplica-se o vector determinado pelo controlador de
Cap. 7 Controlo directo do fluxo e do binário 227
C (011) B
ψcs
(001) (010)
ψs
D A α
ψas
ψbs
(101) (110)
E F
(100)
−ε ε
ε=ψs*
C (011) B
ψcs
(001) (010)
ψs
D A α
ψas
ψbs
(101) (110)
(100)
E F
Da análise da figura 7.20 pode verificar-se que este método, realizado da forma
aqui descrita, em regime permanente, conduz a representações no plano de Argand
diferentes do hexágono. Este facto é indesejável pois traduz-se por desequilíbrios nas
fases da máquina.
Para criar hexágonos regulares em regime permanente o método pode ser
melhorado utilizando fluxos criados pela integração de tensões compostas. O hexágono
de referência encontra-se agora na figura 7.21. A única diferença consiste em que os
eixos resultantes das tensões compostas estarem desfasados de 30º e por consequência o
mesmo se passará com os fluxos. Com esta alteração as bandas de histerese ficam
paralelas à trajectória e por conseguinte vão-se criar hexágonos regulares, ver figura
7.22.
Cap. 7 Controlo directo do fluxo e do binário 230
β
bc
C (011) B
(001)
(010)
ψca
ψs
ψbc
D A α
ψab
(101)
ca (110) ab
E F
(100)
β
bc
C B
(011)
(001) (010)
ψca
ψs
ψbc
D A α
ψab
(101)
ca (110) ab
(100)
E F
Note-se que a variação do fluxo só é feita junto aos vértices do hexágono. Isto
significa que o sistema de controlo do fluxo introduz um atraso que é variável com o
ponto onde se actuou à semelhança do que se passa nos rectificadores a tiristores.
A trajectória típica encontra-se na figura 7.23. Note-se que a trajectória do
fluxo é idêntica à que se obterá quando se alimentar a máquina com inversor de 6
impulsos. Isto resulta do facto de que o sistema de controlo introduz estados de zero de
tensão parando a trajectória e por consequência não afectando a sua forma de onda. A
forma de onda da corrente também não é sinusoidal e é semelhante à da que se verifica
quando a máquina se encontrar alimentada com inversor de 6 impulsos.
Nas figuras 7.23 a 7.25 apresentam-se resultados de simulação onde se fez um
transitório na referência dos fluxos. A figura 7.23 apresenta, no plano de Argand, a
trajectória do vector fluxo do estator. Note-se que está de acordo com as considerações
que se têm vindo a referir. A trajectória não é um hexágono perfeito devido as quedas
de tensão nas resistências do estator.
DSC
2
1.5
0.5
beta flux [Wb]
-0.5
-1
-1.5
-2
-2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2
alfa flux [Wb]
DSC
2
Ybeta [Wb]
0
-1
-2
0 0.05 0.1 0.15 0.2
1
Yalfa [Wb]
-1
-2
0 0.05 0.1 0.15 0.2
Tempo [s]
DSC
40
20
Ibeta [A]
-20
-40
0 0.05 0.1 0.15 0.2
40
20
Ialfa [A]
-20
0 0.05 0.1 0.15 0.2
Tempo [s]
DSC
25
20
15
Mem [Nm]
10
-5
0 0.05 0.1 0.15 0.2
Tempo [s]
Conclusão
500
Udc Mem
BinárioRef
abcAB ids
FluxoRef
0
Udr wm
DTC-controlo InvVolt
5
Mc Yd
Indução
3 + 2
-
Ysref Sum 2-D Look-Up Look-Up out_2
Relay
Table1 Table1
4 3
Yd fluxo out_3
Look-Up
Table2
BinárioRef1
InvVolt
abcAB
DSC control 0
Udr
0
Mc wm
Indução
Parâmetros em param.m
1 * 3
4 rs
Ysref Product Gc
IA Gain3 SHT
6 + 1/s
- * 1
UA Sum1 Int
SHT1 Product1 Ga
7 + 1/s
-
UB Sum2 Int
ABabc1 * 2
5 rs
Product2 Gb
IB Gain4 SHT2
XY Graph
fluxoc
3 -
Mem +
2 Sum Memory Relay
Mref
1 + -K- -1 1
-
in_1 Sum Outport
Gain Saturation Gain1 Saturation1
* Product
2 in_2 Memory
Capítulo 8
Introdução
Os métodos baseados no princípio de orientação de campo bem como os
métodos baseados no controlo directo do fluxo e do binário recorrem ao conhecimento
dos fluxos da máquina. Como estas grandezas não estão directamente acessíveis
torna-se necessário determiná-los de uma forma indirecta. Neste capítulo descrevem-se
os processos mais conhecidos para a determinação dos fluxos que conduzem à
realização prática dos sistemas de controlo das máquinas de indução baseados nos
princípios que se descreveram nos capítulos anteriores.
O sucesso da obtenção de um sistema de controlo depende da qualidade da
determinação das grandezas necessárias para a sua implementação prática,
nomeadamente da precisão da determinação da amplitude do fluxo que se está a utilizar
e da sua posição no espaço.
Podem definir-se alguns critérios para medir o desempenho destes sistemas:
1. Carga computacional
2. Robustez a erros de parâmetros e de medidas
3. Rejeição de ruído das medidas
4. Velocidade de convergência para o valor de regime permanente.
Cap. 8 Realização Prática do Controlo das Máquinas Eléctricas 238
ψdm Lr
M
Figura 8.1. Determinação da amplitude e posição do fluxo do rotor com recurso a sensores de
efeito Hall no entreferro.
Cap. 8 Realização Prática do Controlo das Máquinas Eléctricas 239
ias
Calculador do
ibs
fluxo do rotor
ics
ρr
iαs ids ψr
abc abc
αβ iβs dq iqs Mem
kT
Calculador de binário
iβs
Llr
- +
1 Lr
+ - ψβr
s M
1 Lr
ψαr
+ s M +
…- -
Llr
iαs
Figura 8.3: Obtenção dos fluxos do rotor através de espiras colocadas no entreferro.
Uma das espiras é colocada segundo o eixo α, alinhada com a fase a e a outra
espira é colocada em quadratura, portanto alinhada segundo o eixo β. A f.e.m. induzida
nas espiras está relacionada com o fluxo do entreferro. A integração dos sinais
produzidos por estas espiras permite obter o fluxo do rotor no referencial do estator
depois de algumas operações simples utilizando a equação 8.1.
Este método permite obter o fluxo do rotor para frequências acima de 0,5Hz se
se utilizarem integradores de alta qualidade e controladores de “Drift”.
x 1 + y
s + ω0 +
ω0
s + ω0
A solução apresentada na figura 8.4 passa pelo uso de dois filtros passa baixo.
Para se verificar que é equivalente a um integrador puro, obtenha-se a função de
transferência entre a entrada e a saída.
Cap. 8 Realização Prática do Controlo das Máquinas Eléctricas 241
1 ω0
y= x+ y
s + ω0 s + ω0
⎛ ω0 ⎞ 1
y⎜⎜1 − ⎟⎟ = x
⎝ s + ω0 ⎠ s + ω0
(8.3)
⎛ s ⎞ 1
y⎜⎜ ⎟⎟ = x
⎝ s + ω0 ⎠ s + ω0
1
y= x
s
ψ αs
uαs 1 + Lr
+ ψ αr
- s - M
rs σLs
iαs Modelo de
tensões
ψβ s
uβs 1 + Lr
+ ψβ r
- s - M
rs σLs
iβs Modelo de
tensões
Figura 8.5: Estimador em cadeia aberta para os fluxos do estator e do rotor no referencial do
estator designado por Modelo de Tensões.
0.05
Yd [Wb]
0
-0.05
-0.1
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
0.1
0.05
Yd [Wb]
-0.05
-0.1
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
Tempo [s]
0.5
Yd [Wb]
-0.5
-1
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
0.5
Yd [Wb]
-0.5
-1
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
Tempo [s]
tira-se:
dψ~r
+ (1 − jpω mτ r )ψ~r = M is
~
τr (8.7)
dt
Baseado na equação 8.7 obtém-se o modelo da figura 8.8 que permite estimar o
fluxo do rotor a partir das correntes do estator e da velocidade de rotação. Este modelo é
caracterizado por uma boa precisão na gama baixa das frequências. A altas frequências
é necessário uma leitura muito boa da velocidade ωm. Qualquer erro de velocidade actua
como falso escorregamento introduzindo erros de posição do fluxo [14].
-
iα s τr ψαr
M +
- s
τr
pωm
τr
+ ψβr
iβs
M + τr
- s
0.02
Ydr [Wb]
0
-0.02
-0.04
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
0.04
0.02
Ydr [Wb]
-0.02
-0.04
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
Tempo [s]
0.02
Ydr [Wb]
-0.02
-0.04
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
0.04
0.02
Ydr [Wb]
-0.02
-0.04
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
Tempo [s]
0.02
Ydr [Wb]
0
-0.02
-0.04
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
0.04
0.02
Ydr [Wb]
-0.02
-0.04
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
Tempo [s]
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
Ydr [Wb]
-0.1
-0.2
-0.3
-0.4
-0.5
0.4 0.41 0.42 0.43 0.44 0.45 0.46 0.47 0.48 0.49 0.5
Tempo [s]
iα s ids + - 1 ψr
αβ M
τr s
iβs iqs M ωr
dq
τr
1 +
s +
pωm
Posição do fluxo
do rotor
σLs
Ref. Rotor +
iαs M M +
ψαs
αβ dq
1+τrs Lr
ψαr
iβs M ψβr
dq αβ M
1+τrs
θm Lr + ψβs
+
σLs
Figura 8.13: Estimador em cadeia aberta para os fluxos do estator e do rotor no referencial do
estator baseado na leitura de correntes designado por modelo de correntes.
Uαβs + 1 + Lr ψ’αβr
+ s - M
-
rs σLs
Modelo de
tensão
Iαβs +
-jθr M -jθr -
e e
1+τrs
ψαβr
θr
Modelo de corrente
Conclusão
Neste capítulo descreveram-se algumas formas de detecção das grandezas
necessárias para a implementação do princípio de orientação de campo ou do controlo
directo do fluxo e do binário. Embora os métodos descritos tenham como base o modelo
da máquina de indução, eles também poderão ser usados, como princípio, para o
controlo das máquinas síncronas com recurso a alterações mínimas.
Nem todos os métodos usados e descritos na literatura estão aqui
representados. Escolheram-se aqueles que nos pareceram mais significativos e que
servem de base a outros.
Cap. 8 Realização Prática do Controlo das Máquinas Eléctricas 250
-K-
Mem
V/f
ia
1
20 -K-
s
YrV
f 2pi wt
comando InvVolt
Obs_C_V YrI
Initialize\param
Mc wm
param Ind_abc
wm
t
To Workspace To Workspace1
Clock
2 Demux filtro2
Mux 2
Iabc
Demux1 1 Outport1
Mux1
abcAB1 .001s+1 Current
filtro3 Model
3 -K-
wm p
-K-
sigma Ls
3 -K- -K- 1
1/s
ialfa Gain Sum YAr Sum5 Lr/M out_1
1
ualfa
4 -K- 1/s
-K- 2
ibeta Gain1 Sum1 YBr Sum6 out_2
Lr/M
2
ubeta
-K-
sigma Ls
-K-
taur
1 -K-
1/s
ialfa M/taur YAr1
Sum2 1
Outport
Product
3
wm
Product1 2
Outport1
2 -K- 1/s
ibeta M/taur YBr1
Sum3
-K-
taur
Capítulo 9
eα
∫ E2
- ω1
∫ +
eβ
1000
800
N [rpm]
600
400
200
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
Tempo [s]
Este resultado foi obtido com o modelo designado por Abondanti.mdl que se
encontra anexo a este texto. A velocidade do campo girante foi obtido com um método
que se descreve mais à frente. Note-se os transitórios violentos que se verificam no
início. A resposta do estimador, representada a verde, oscila em torno da verdadeira
resposta, representada a azul.
⎛r ⎞
(r0 +
jx 0 )⎜ 2 + jx 2 ⎟
Z1 = r1 + jx1 + ⎝ s ⎠ (9.5)
⎛ r2 ⎞
⎜ r0 + ⎟ + j ( x 0 + x 2 )
⎝ s ⎠
0.08
0.06
0.04
escorregamento s
0.02
-0.02
-0.04
-0.06
-0.08
-0.1
-140 -130 -120 -110 -100 -90 -80 -70 -60 -50 -40 -30
angulo de desfasagem [º]
Figura 9.3: Variação do escorregamento em função da diferença de fase para vários valores de
frequência estatórica
p ⎛⎜ ⎛ dψ dr ⎞ ⎛ dψ qr ⎞⎞
M em = − ψ qr ⎜ + pω mψ qr ⎟ + ψ dr ⎜⎜ − pω mψ dr ⎟⎟ ⎟ (9.8)
rr ⎜⎝ ⎝ dt ⎠ ⎝ dt ⎠⎠
⎟
M em =
p
rr
(
ω r ψ dr2 + ψ qr2 ) (9.9)
donde:
rr M em
ωr = (9.10)
p (ψ dr
2
+ ψ qr
2
)
M e βr i βs + eαr iαs
ωr = ωs rr (9.14)
Lr eα2r + e β2r
ωs
M rr ωr
Lr
Is rs+σLsd/dt
x2+y2
Us Lr
M
1000
800
N [rpm]
600
400
200
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
Tempo [s]
O transitório apresentado na figura 9.5 foi obtido com o modelo Jotten.mdl que
se encontra anexo a este texto.
erref
x2 + y2
Controlador
de
PWM
ωsref
ωs
iqs
Circuitos
de cálculo
er
M
ψ r = ψ dr
2
+ ψ qr
2
(9.23)
Cap. 9 Controlo sem sensores mecânicos - Estudo de casos 261
⎛ ψ qr ⎞
ρ r = artg ⎜⎜ ⎟
⎟ (9.24)
⎝ ψ dr ⎠
Derivando a expressão 9.24 em ordem ao tempo, tem-se:
dρ r ψ& qrψ dr − ψ qrψ& dr
= (9.25)
dt ψ r2
A expressão 9.25 permite calcular a velocidade de rotação de uma grandeza
representada por um vector rotativo. Está escrita em termos do fluxo do rotor pois,
como se viu, é a grandeza que apresenta o movimento de rotação mais uniforme. É
assim a grandeza mais apropriada para calcular a velocidade do campo girante.
Para a obtenção da velocidade de rotação do rotor, substituindo as equações do
modelo, obtém-se:
dρ r
= pω m +
M
(
iqsψ dr − idsψ qr ) (9.26)
dt τ rψ r2
Notando que o segundo termo é proporcional ao binário desenvolvido pelo
motor, tem-se:
dρ r 3r
pω m = − r M em (9.27)
dt pψ r2
Estas equações permitem obter o observador representado na figura 9.7.
1
Mem
Mux f(u)
Mux1 Mem Mux
1/s
- -K-
+ YAr f(u) Mux2 f(u) rrT/Yr2
1 Demux RL Sum 2
Lr/M Mux Yr2
Corretes Demux Yr
- -K- Mux -
abcAB + f(u) + 3
RL1 Sum1 Lr/M 1/s
ptetar wm wm
YBr
2 Demux
Tensões Demux1
abcAB1
Modelo x^
Adaptativo
Mecanismo de
Adaptação
dψ~ˆ ri ⎛ 1 ⎞ M~
= ⎜⎜ + jpω m ⎟⎟ψ~ˆ ri + is (9.29)
dt ⎝τr ⎠ τr
Cap. 9 Controlo sem sensores mecânicos - Estudo de casos 263
~
u
Modelo de ψru
~
i Tensão
ε
Modelo de ψ^ri
Corrente
ωm
∆ε ∆ωm
G1(s) Kp+Ki/s
+
-
Figura 9.10. Diagrama de blocos global do sistema de observação de velocidade.
Cap. 9 Controlo sem sensores mecânicos - Estudo de casos 264
1800
1600
1400
1200
N [rpm]
1000
800
600
400
200
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6
Tempo [s]
dψ~ˆ ri ⎛ 1 ⎞ M
= eˆri = ⎜⎜ − + jpω m ⎟⎟ψ~ˆ ri + iˆs (9.35)
dt ⎝ τr ⎠ τr
O esquema está representado na figura 9.12.
Modelo de Er
Tensão
ε
Modelo de ^
Er
Corrente
ωm
Mecanismo de adaptação
É semelhante ao utilizado no esquema anterior. Em vez dos fluxos trabalha-se
com as f.e.m.
A resposta deste sistema pode ser determinada através do programa Peng.mdl
realizado em MatLab e anexo a este texto.
Cap. 9 Controlo sem sensores mecânicos - Estudo de casos 266
1800
1600
1400
1200
N [rpm]
1000
800
600
400
200
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6
Tempo [s]
~ Lr ⎛ ~ ~ di~s ⎞
q m = is × ⎜ u − r i − σL s ⎟ (9.37)
M⎝ s ss dt ⎠
Cap. 9 Controlo sem sensores mecânicos - Estudo de casos 267
~ ⎛ 1 ⎞
q m = is × ⎜⎜ − + jpω m ⎟⎟ψ~ri (9.38)
⎝ τr ⎠
Como o produto externo entre a mesma grandeza é nulo, tem-se:
L ⎛ di~ ⎞
qm = ~is × r ⎜ u~s − σLs s ⎟ (9.39)
M⎝ dt ⎠
⎛1 ⎞
q m = M ⎜⎜ im × is + (is .im ) pω m ⎟⎟
~
(9.40)
⎝τ r ⎠
A estrutura do MRAS encontra-se na figura 9.14.
us
Equação qm
is
9.39
ε
Equação ^
qm
Cálculo 9.40
de IM
ωm
is × ( e~m − e~$m )
ε = q m − q$ m = ~ (9.41)
Introdução
Recentemente têm sido estudados numerosos esquemas de detecção de
grandezas da máquina de indução que se baseiam na aplicação de redes neuronais.
Descreve-se a seguir aquele que é o mais simples e talvez o mais conhecido.
O princípio baseia-se em dois simuladores de fluxo de rotor à semelhança do
que se descreveu para o caso do MRAS.
Tem-se o modelo de tensão, equação 9.42.
~
dψ~ˆ ru Lr ⎛ ~ ~ d is ⎞
= ⎜ u s − rs is − σLs ⎟ (9.42)
dt M ⎜⎝ dt ⎟⎠
Cap. 9 Controlo sem sensores mecânicos - Estudo de casos 268
dψ~ˆ ri ⎛ 1 ⎞ M~
= ⎜⎜ − + jpω m ⎟⎟ψ~ˆ ri + is (9.43)
dt ⎝ τr ⎠ τr
A rede neuronal é baseada na discretização do modelo de correntes. Assim:
⎡ T ⎤
⎢ 1− τ pω mT ⎥ ˆ
⎡ψˆ dri ⎤ ⎡ψ dri ⎤ MT ⎡iαs ⎤
⎢ψˆ ⎥ =⎢ r ⎥.⎢ ⎥ + ⎢i ⎥ (9.44)
T ⎥ ψˆ qri
⎣ qri ⎦ k +1 ⎢− pω mT 1− ⎣ ⎦k τ r ⎣ βs ⎦
⎢⎣ τ r ⎥⎦
Em que T é o período de amostragem. Esta equação pode ser interpretada como
uma rede neuronal com ganhos constantes excepto o ganho pωmT que deverá ser
calculado em cada instante. O diagrama de blocos encontra-se representado na figura
9.15.
us
Modelo de
is Tensão ψr
+
- ψ^r
Rede
Neuronal
ψαr(k-1)
w1
ψβr(k-1) -w2 w2 ψαr(k)
w1
iαs(k-1) w3 ψβr(k)
w3
iβs(k-1)
T MT
w1 = 1 − w2 = pω mT w3 = (9.45)
τr τr
O erro da saída é dado por:
⎡e d ⎤ ⎡ψ dr − ψˆ dr ⎤
⎢ e ⎥ = ⎢ψ − ψˆ ⎥ (9.46)
⎣ q ⎦ k ⎣ qr qr ⎦ k
A. Algoritmo de “Back-propagation”
É o mais popular e é baseado no gradiente. Minimiza o erro quadrático dado
por:
E=
1 2
2
(
ed + eq2 ) (9.47)
∂E ∂E ∂ψ r ( k )
∆w2 (k ) = −η = −η (9.49)
∂w2 ∂ψ r ( k ) dw2
∂ψ r ( k )
dw2
[
= − ψˆ qr (k − 1),ψˆ dr (k − 1) T] (9.51)
ωˆ m (k ) = ωˆ m (k − 1) −
η
T
(− edψˆ qr + eqψˆ dr )(k − 1) + ∆ωˆ m (k − 1)
α
T
(9.52)
g 2 (k )
α (k − 1) = (9.54)
g 2 (k − 1)
1400
1200
1000
800
N [rpm]
600
400
200
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Tempo
⎡ rs 1 − σ M 1 M ⎤
⎢− σL − στ 0 pω m ⎥
σLs Lr τ r σLs Lr
⎢ s r ⎥
⎢ r 1−σ M M 1 ⎥
0 − s − − pω m
⎢ σLs στ r σLs Lr σLs Lr τ r ⎥
A=⎢ ⎥ (9.60)
M 1
⎢ 0 − − pω m ⎥
⎢ τr τr ⎥
⎢ M 1 ⎥
⎢ 0 pω m − ⎥
⎣ τr τr ⎦
Cap. 9 Controlo sem sensores mecânicos - Estudo de casos 272
us Máquina de is
Indução
+
B + ∫ C
-
Â
ψr
ωm Adaptação
Onde
⎡ ⎤
p(ωˆ m − ω m )⎥
M
⎢0 0 0
σLs Lr
⎢ ⎥
p(ωˆ m − ω m )
M
∆A = ( A − A) = ⎢0
ˆ 0 − 0 ⎥ (9.65)
⎢ σLs Lr ⎥
⎢0 0 0 − p(ωˆ m − ω m ) ⎥
⎢ ⎥
⎣⎢0 0 p(ωˆ m − ω m ) 0 ⎦⎥
Quando o valor da velocidade de rotação estimada ω̂ m tender para o valor real
Onde:
⎛ r 1−σ 1 ⎞
g1 = −(k − 1)⎜⎜ s + + ⎟⎟ (9.67)
⎝ σLs στ r τ r ⎠
g 2 = (k − 1) pω m (9.68)
⎡ σL L ⎛ rs 1 − σ ⎞ M ⎤ σLs Lr ⎡⎛ r 1−σ ⎞ M⎤
g 3 = (k 2 − 1) ⎢ s r ⎜⎜ + ⎟⎟ + ⎥ − (k − 1) ⎢⎜⎜ s + ⎟⎟ + ⎥ (9.69)
⎣⎢ M ⎝ σLs στ r ⎠ τ r ⎦⎥ M ⎣⎢⎝ σLs στ r ⎠ τ r ⎦⎥
σLs Lr
g4 = − (k − 1) pω m (9.70)
M
De modo a poder ilustrar o comportamento deste observador foi criado um
programa em MatLab a que se deu o nome de Luenberger.mdl. Este programa encontra-
se anexo a este trabalho.
Cap. 9 Controlo sem sensores mecânicos - Estudo de casos 274
90
80
70
Velocidade (rad/s)
60
50
40
30
20
10
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
Tempo (s)
90
80
70
Velocidade (rad/s)
60
50
40
30
20
10
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
Tempo (s)
Introdução
O controlo vectorial das máquinas síncronas baseia-se na determinação da
velocidade e do ângulo θ para a transformação de referencial. Nesta secção faz-se um
resumo de um trabalho realizado em 2000 num trabalho final de curso [75] realizado
por um aluno onde se estudou um filtro de Kalman “estendido” (Extended Kalman
Filter ou EKF). A designação de extended vem do facto de ser aplicável a sistemas não
lineares. O EKF é um estimador recursivo óptimo no sentido em que minimiza o erro
quadrático médio[12]. Tem a vantagem de ser utilizável em sistemas dinâmicos (não
lineares) e de já ser actualmente possível efectuar os seus cálculos em tempo real, já que
os DSP actuais têm uma capacidade elevada de cálculo.
⎪ diq R 1 ψ f0
⎪⎪ = − S iq + u q − ω m − id ω m
dt LS LS LS
⎨ (9.71)
⎪ dω m
⎪ dt = 0
⎪
⎪ dθ m = ω
⎪⎩ dt m
⎡id ⎤
⎢i ⎥
x=⎢ ⎥
q
(9.72)
⎢ω m ⎥
⎢ ⎥
⎣⎢θ m ⎦⎥
Sendo a saída dada por:
⎡iα ⎤
y=⎢ ⎥ (9.73)
⎣i β ⎦
O sistema é definido por:
⎧⎪ •
x = A⋅ x + B ⋅ u
⎨ (9.74)
⎪⎩ y = C ⋅ x
Onde o vector de entradas [u] não pode conter as tensões ud e uq já que estas
não se podem medir. Assim, utiliza-se a transformação d,q para α,β que já são
“observáveis” (através de medição ou na prática, dadas directamente pelo inversor.
Assim, as matrizes A, B e C virão:
⎡ RS ⎤ ⎡ 1 1 ⎤
⎢− L ωm 0 0⎥ ⎢ L ⋅ cos(θ m ) ⋅ sen(θ m )⎥
LS
⎢ S ⎥ ⎢ S ⎥
ψ f0
A = ⎢ − ωm 0⎥
1 1
B = ⎢− ⋅ cos(θ m ) ⎥
RS
− − ⋅ sen(θ m )
⎢ LS LS ⎥ ⎢ LS LS ⎥
⎢ 0 0 0 0⎥⎥ ⎢ 0 0 ⎥
⎢ ⎢ ⎥
⎢⎣ 0 0 1 0⎥⎦ ⎣⎢ 0 0 ⎦⎥
⎡ cos(θ m ) − sen(θ m ) 0 0⎤
C=⎢ ⎥ (9.75)
⎣− sen(θ m ) cos(θ m ) 0 0⎦
e o vector de entrada é, para este modelo de estado:
⎡ uα ⎤
u=⎢ ⎥ (9.76)
⎢ ⎥
⎢⎣u β ⎥⎦
A discretização do modelo de estado definido leva a:
⎧ x ( k + 1) = Ad ⋅ x ( k ) + Bd ⋅ u( k )
⎨ (9.77)
⎩ y (k ) = Cd ⋅ x(k )
onde as matrizes se relacionam com as do modelo contínuo através de:
Ad = exp[ A(k )] = I + A(k ) ⋅ h (9.78)
Bd = B(k ) ⋅ h (9.79)
Cd = C (k ) (9.80)
Cap. 9 Controlo sem sensores mecânicos - Estudo de casos 277
⎡ cos(θ m ) − sen(θ m ) 0 0⎤
C=⎢ ⎥ (9.81)
⎣− sen(θ m ) cos(θ m ) 0 0⎦
O modelo discreto seria o modelo ideal já que não entra em consideração com
os ruídos na medição, erros de modulação ou erros de quantização. Na realidade o
modelo da máquina em tempo discreto será:
⎧ x ( k + 1) = Ad ⋅ x ( k ) + Bd ⋅ u( k ) + v ( k )
⎨ (9.82)
⎩ y ( k ) = C d ⋅ x ( k ) + w( k )
Onde v(k) e w(k) representam respectivamente ruídos do processo e de medição
[12]. Assume-se que estes ruídos são “brancos”, independentes e gaussianos (têm
distribuição Normal de média nula) com funções de probabilidade:
p(v) ~ N(0, Q) p(w) ~ N(0, R) (9.83)
Onde Q e R são respectivamente as matrizes de covariância dos ruídos v(k) e
w(k). Além destas duas matrizes, existe uma terceira, P, que representa a covariância do
erro na estimação do estado.
O algoritmo do filtro de Kalman pode ser dividido em duas fases distintas:
Predição e filtragem [12] [44]. Na predição, o algoritmo faz uma predição do estado
actual com base nas estimativas anteriores. Actualiza ainda a matriz P antes de efectuar
uma nova leitura de dados, utilizando para tal a matriz Q. Na filtragem, A estimativa do
estado é corrigida utilizando para tal o estado predicto e o erro entre a saída real e a
estimada, ponderada por uma matriz de ganhos (K, matriz dos ganhos de Kalman). A
matriz de covariância do estado (P) também é actualizada com base nas medições
efectuadas e na matriz K. Este algoritmo é recursivo e computacionalmente exigente. A
qualidade dos resultados obtidos depende bastante dos parâmetros do modelo (entre
estes, o período de amostragem).
Cap. 9 Controlo sem sensores mecânicos - Estudo de casos 278
∂[Ad ( k ) ⋅ x + Bd ( k ) ⋅ u( k )]
onde f ( k + 1) =
∂x ^
x = x ( k +1)
[
K ( k + 1) = P( k + 1) ⋅ h T ( k + 1) ⋅ h( k + 1) ⋅ P( k + 1) ⋅ h T ( k + 1) + R ]
−1
(9.86)
∂[C d ( k ) ⋅ x ]
onde h( k + 1) =
∂x ^
x = x ( k +1)
x ( k + 1) = x ( k + 1) + K ( k + 1) ⋅ [ y ( k + 1) − C d ( k + 1) ⋅ x ( k + 1)]
^
(9.87)
6-) Correcção da estimação da matriz de covariância:
^
P ( k + 1) = P( k + 1) − K ( k + 1) ⋅ h( k + 1) ⋅ P( k + 1) (9.88)
7-) k=k+1, x(k)=x(k-1), P(k)=P(k-1) e voltar ao passo 2.
5 12
10
2.5
8
iq (A)
id (A)
0 6
4
-2.5
2
-5 0
0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 0 0.25 0.5 0.75 1 1.25
Tempo (s) Grandeza real Tempo (s)
Grandeza estimada
3500 4
3000
2
2500
Teta (Rad)
wm (rpm)
2000
0
1500
1000 -2
500
0 -4
0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 0 0.25 0.5 0.75 1 1.25
Tempo (s) Tempo (s)
2 1.5
1
1
0.5
id (A)
iq (A)
0
0
-1
-0.5
-2 -1
0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 0 0.25 0.5 0.75 1 1.25
Tempo (s) Grandeza real Tempo (s)
Grandeza estimada
350 4
300
250 2
Teta (Rad)
Wm (rpm)
200
0
150
100 -2
50
0 -4
0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 0 0.25 0.5 0.75 1 1.25
Tempo (s) Tempo (s)
Ganhos relativos a id 1 1
Ganhos relativos a iq
0.5 0.5
0 0
-0.5 -0.5
-1 -1
5000 5200 5400 5600 5800 6000 5000 5200 5400 5600 5800 6000
Amostras Factor multiplicador de ialfa Amostras
Factor multiplicador de ibeta
1 0.25
0.5 0.125
0 0
-0.5 -0.125
-1 -0.25
5000 5200 5400 5600 5800 6000 5000 5200 5400 5600 5800 6000
Amostras Amostras
1.5 1
1
Ganhos relativos a id
Ganhos relativos a iq
0.5
0.5
0 0
-0.5
-0.5
-1
-1.5 -1
0 500 1000 1500 2000 0 500 1000 1500 2000
Amostras Factor multiplicador de ialfa Amostras
Factor multiplicador de ibeta
1 0.25
Ganhos relativos a Teta
Ganhos relativos a wm
0.5 0.125
0 0
-0.5 -0.125
-1 -0.25
0 500 1000 1500 2000 0 500 1000 1500 2000
Amostras Amostras
Introdução
Tal como na secção anterior, esta secção descreve parte de um trabalho final de
curso realizado por um outro grupo de alunos em 2000 [76]
[
Y (t ) = ids ]
iqs
T
(9.91)
U (t ) = [u u ]
T
ds qs (9.92)
⎡ Rs (1 − σ ) M pω m M ⎤
⎢− σL − στ 0
σLr Lsτ r σLr Ls
0⎥
⎢ s r
⎥
⎢ 0
R
− s −
(1 − σ ) −
pω m M M
0⎥
⎢ σLs στ r σLr Ls σLr Lsτ r ⎥
A=⎢ M 1 ⎥ (9.93)
⎢ 0 − − pω m 0⎥
⎢ τr τr ⎥
⎢ M 1 ⎥
⎢ 0 pω m − 0⎥
⎢ τ r τr ⎥
⎣ 0 0 0 0 0⎦
Cap. 9 Controlo sem sensores mecânicos - Estudo de casos 283
T
⎡ 1 ⎤
⎢σL 0 0 0 0⎥
B=⎢ s ⎥ (9.94)
⎢ 0 1
0 0 0⎥
⎢⎣ σLs ⎥⎦
⎡1 0 0 0 0⎤
C=⎢ ⎥ (9.95)
⎣0 1 0 0 0⎦
O Modelo Amostrado
Para a implementação do filtro de Kalman num DSP e em simulação é
necessário obter um modelo amostrado e definir um critério para a escolha do período
de amostragem.
Utilizando, para a amostragem do modelo, a fórmula de variação das
constantes, [2] e considerando a aproximação de 1ª ordem da expansão em série de
Taylor da matriz exponencial, o modelo discretizado toma a forma:
X (k + 1) = Φ ⋅ X (k ) + Γ ⋅ U (k )
(9.96)
Y (k ) = C ⋅ X (k )
com:
[
X (k ) = ids (k ) iqs (k ) ψ dr (k ) ψ qr (k ) ω m (k ) ]T
(9.97)
[
Y (k ) = ids (k ) iqs (k ) ] T
(9.98)
U (k ) = [u (k ) u qs (k ) ] T
ds (9.99)
⎡ ⎛ Rs (1 − σ ) ⎞ Mh pω m Mh ⎤
⎢1 − ⎜⎜ + ⎟⎟h 0 0⎥
⎢ ⎝ σLs στ r ⎠ σLr Lsτ r σLr Ls ⎥
⎢ ⎛ R
1 − ⎜⎜ s +
(1 − σ ) ⎞⎟h − pωm Mh Mh ⎥
⎢ 0 0⎥
⎢ ⎝ σLs στ r ⎟⎠ σLr Ls σLr Lsτ r ⎥
Φ=⎢ Mh h ⎥ (9.100)
⎢ 0 1− − pω m h 0⎥
τr τr
⎢ ⎥
⎢ Mh h
0 pω m h 1− 0⎥
⎢ τr τr ⎥
⎢ 1⎥⎦
⎣ 0 0 0 0
T
⎡ 1 ⎤
⎢σL 0 0 0 0⎥
⎡1 0 0 0 0⎤
Γ=⎢ s ⎥ (9.101) C=⎢ ⎥ (9.102)
⎢ 0 1
0 0 0⎥ ⎣0 1 0 0 0 ⎦
⎢⎣ σLs ⎥⎦
Cap. 9 Controlo sem sensores mecânicos - Estudo de casos 284
Resultados obtidos
Começa-se apresentação das simulações relativas à máquina a rodar à
velocidade nominal e sem carga, passando-se depois a simulações em carga e
comparando a hipótese clássica de inércia infinita, com a avançada pelo grupo e
denominada por carga nula, descrita em [61]. Fazem-se por último simulações variando
a velocidade e a carga para verificar a gama de convergência do algoritmo. Em todas as
simulações foram utilizadas condições iniciais para o estado que consistiam nas
correntes lidas no momento e a velocidade de 1 p.u..
0.5 0.5
p.u.
p.u.
0 0
-0.5 -0.5
-1 -1
0.3 0.35 0.4 0.45 0.3 0.35 0.4 0.45
t (s) t (s)
Componentes d
Componentes q
Fluxos (Simulação) Fluxos (Resultados Experimentais)
1 1
0.5 0.5
p.u.
p.u.
0 0
-0.5 -0.5
-1 -1
0.3 0.35 0.4 0.45 0.3 0.35 0.4 0.45
t (s) t (s)
Figura 9.25: Resultados para motor a rodar a 1500 r.p.m. sem carga (fluxos e correntes)
1
Radianos
-1
-2
-3
1
Radianos
-1
-2
-3
Velocidades (Simulação)
1.2
0.8
p.u.
0.6
0.4
0.2
0
0.3 0.35 0.4 0.45
real t (s)
estimativa
Velocidades (Resultados Experimentais)
1.2
0.8
p.u.
0.6
0.4
0.2
0
0.3 0.35 0.4 0.45
t (s)
0.4
0.35
0.3
p.u.
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
0
0.3 0.35 0.4 0.45
t (s)
(a) (b)
1 1
0.8 0.8
0.6 0.6
0.4 0.4
0.2 0.2
0 0
0.3 0.35 0.4 0.45 0.3 0.35 0.4 0.45
(c) (d)
1 1
0.5 0.5
0 0
-0.5 -0.5
-1 -1
0.3 0.35 0.4 0.45 0.3 0.35 0.4 0.45
(e) (f)
0.2 0.2
0.1 0.1
0 0
-0.1 -0.1
-0.2 -0.2
Figura 9.29: Ganhos de Kalman para a experiência de estimação a velocidade nominal sem
carga. (a),(c) e (e) - Simulação. (b),(d),(f) – Experimental.
Legenda:
(a) Ganhos correspondentes às correntes em simulação: ___ k11 , ___ k12 , ___ k21 , ___ k22
___
(b) Ganhos correspondentes às correntes experimentais: k11 , ___ k12 , ___ k21 , ___ k22
(c) Ganhos correspondentes aos fluxos em simulação: ___ k31 , ___ k32 , ___ k41 , ___ k42
(d) Ganhos correspondentes aos fluxos experimentais: ___ k31 , ___ k32 , ___ k41 , ___ k42
(e) Ganhos correspondentes à velocidade em simulação: ___ k51 , ___ k52
(f) Ganhos correspondentes à velocidade experimental: ___ k51 , ___ k52
Veja-se o que acontece aplicando carga ao motor. Os fluxos nesta situação
apresentam-se na Figura 9.30.
Cap. 9 Controlo sem sensores mecânicos - Estudo de casos 289
0.5 0.5
p.u
p.u.
0 0
-0.5 -0.5
psid
psiq
-1 -1
0.3 0.35 0.4 0.45 0.3 0.35 0.4 0.45
t (s) t (s)
Figura 9.30: Estimação dos fluxos com binário de carga útil de 3.9 Nm.
1.2
0.8
p.u.
0.6
0.4
0.2
0
0.3 0.35 0.4 0.45
real t (s)
estimativa
Velocidades em carga (Resultados Experimentais)
1.2
0.8
p.u.
0.6
0.4
0.2
0
0.3 0.35 0.4 0.45
t (s)
Binário Electromagnético
0.8
Modelo
Estimado em Simulação
Estimado experimentalmente
0.7
0.6
0.5
p.u.
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0.3 0.35 0.4 0.45
t (s)
designou por hipótese de carga nula onde se considera que o binário de carga é nulo.
Para a sua implementação é necessário o conhecimento do momento de inércia do
sistema e basta a alteração de uma linha do modelo de estado.
Velo cida d e - in é rcia in fin ita Mó d u lo d o flu xo n o ro to r - iné rcia in fin ita
1 .5
1500
1000
1
r.p.m.
Wb
500
0 .5
0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
t(s) G ra nd e zas e stima d as t(s)
R e ferê n cia s
Ve lo cid a d e - ca rg a n ula G ra nd e zas re ais Mó du lo d o flu xo n o roto r - ca rg a n u la
1 .5
1500
1000
1
r.p .m.
Wb
500
0 .5
0
0 2 4 6 8 10 0 2 4 6 8 10
t(s) t(s)
Pode observar-se que para ωmref = 0 (t < 1s) a estimação do fluxo está afectada
de um erro estático de posição, desaparecendo após se definir uma velocidade diferente
de zero. Isto deve-se ao facto de a componente q da corrente do estator ser nula, pois
esta só depende do comando de velocidade, que é nulo para t < 1s. Portanto o EKF
acaba por convergir para outro valor de fluxo quando Iqs = 0, notando-se mais este erro
quando se utiliza a hipótese de carga nula.
Após o estabelecimento da velocidade em 1500 r.p.m., verifica-se a existência
do já esperado erro estático de posição, e que se torna cada vez maior com a diminuição
da velocidade, confirmando uma vez mais o mau desempenho do EKF a baixas
Cap. 9 Controlo sem sensores mecânicos - Estudo de casos 292
Erro re la tivo d e ve lo cid a d e a 1 5 0 0 r.p .m. (%) Erro re la tivo d e flu xo a 1 5 0 0 r.p .m. (%)
5 10
4 8
3 6
2 4
1 2
0 0
3 3 .2 3 .4 3 .6 3 .8 4 3 3 .2 3 .4 3 .6 3 .8 4
Erro re la tivo d e ve lo cid a d e a 7 5 0 r.p .m. (%) Erro re la tivo d e flu xo a 7 5 0 r.p .m. (%)
5 10
4 8
3 In é rcia 6
in fin ita
2 C a rg a 4
n u la
1 2
0 0
6 6 .2 6 .4 6 .6 6 .8 7 6 6 .2 6 .4 6 .6 6 .8 7
Erro re la tivo d e ve lo cid a d e a 6 0 r.p .m. (%) Erro re la tivo d e flu xo a 6 0 r.p .m. (% )
100 100
80 80
60 60
40 40
20 20
0 0
9 9 .2 9 .4 9 .6 9 .8 10 9 9 .2 9 .4 9 .6 9 .8 10
t(s) t(s)
9 18
8 16
7 14
6 12
5 10
f = 5KHz
4 f = 2KHz 8
f = 1KHz
3 6
2 4
1 2
0 0
3 3 .2 3 .4 3 .6 3 .8 4 3 3 .2 3 .4 3 .6 3 .8 4
te m p o ( s ) te m p o ( s )
Pode verificar-se que, como seria de esperar, o erro de estimação aumenta com
a largura do período de amostragem, pois o modelo amostrado deixa de se adequar à
realidade quando o período aumenta, degradando assim o desempenho do EKF. De
referir que o erro de estimação do fluxo para 1kHz acaba por ser bastante elevado e
ruidoso, comprovando a inadequação do modelo amostrado para essa frequência.
O facto de se ter efectuado estes testes com a hipótese de carga nula não vem
ao acaso. Os resultados satisfatórios que foram obtidos com esta nova hipótese acabam
por permitir que se possa diminuir a frequência de amostragem, obtendo os mesmos
resultados da hipótese de inércia infinita. O DSP tem capacidade para executar todas as
operações referentes ao EKF em menos de 0,2 ms, mas não pode executar muito mais
código, sendo indispensável aumentar o período de amostragem se se quiser
implementar o sistema de controlo por orientação de campo e a geração dos sinais de
comando para o inversor.
Mux 30/pi
Mux Nrpm
Gain
Fluxo Gain1
Mem Nrpm
1/p
To Workspace1
Initialize\foc
w slip
foc.m
Binário Est_Abondanti
Sum1 t
Dfoc
Clock To Workspace
ws
1
.001s+1
filtro
1 Demux 1
Uabc Mux
Demux .001s+1
E1^2/w
filtro1 Mux
abcAB
Rotor emf
1 Mux f(u) 1
.001s+1
Mux2 Fcn Outport
2 Demux filtro2
.
Iabc Mux
Demux1 1
Pe
abcAB1 .001s+1 Mux1
filtro3
1
.001s+1
filtro er
1 Demux 1
Uabc Mux .
Demux .001s+1
filtro1 Mux Ei^2
abcAB
Rotor emf
1 Mux f(u) 1
.001s+1
Mux2 Fcn Outport
2 Demux filtro2
.
Iabc Mux
Demux1 1
Pe
abcAB1 .001s+1 Mux1
filtro3
-K- du/dt
sigma Ls Derivative
3 rs -K- 1
ialfa Gain 1 Lr/M out_1
ualfa Sum5
2
ubeta
4 rs -K- 2
ibeta Gain1 Lr/M out_2
Sum6
-K- du/dt
sigma Ls Derivative1
1
.001s+1
filtro
1 Demux 1 *
Uabc Demux .001s+1 Product4
- PID 1
filtro1 +
abcAB Sum4 wm 1
Voltage PID
1 model *
.001s+1 Product3
2 Demux filtro2
Iabc Demux1
1
abcAB1 .001s+1 Current
filtro3 Model
-K-
-K-
sigma Ls
- taur
3 rs - + -K- 1 -
+ 1/s
ialfa Sum5 Lr/M out_1 1 + 1/s
Gain Sum YAr -
ialfa YAr1 1
1 Sum2
*
ualfa Outport
3 Product
4 rs - wm *
+ 1/s + -K- 2
ibeta - 2
Gain1 Sum1 YBr Product1
Sum6 Lr/M out_2 + Outport1
2 2 + 1/s
-
ubeta ibeta YBr1
-K- Sum3
-K-
sigma Ls
taur
1
.001s+1
filtro
1 Demux 1
Uabc .001s+1
Demux 1/p
filtro1 1
abcAB .001s+1
Voltage wm 1
filter
model
1
.001s+1 BP
2 Demux filtro2
Iabc
Demux1
abcAB1 1 Ydr
.001s+1
NN
filtro3
1
-K-
z
k-1 e(-T/tau)
cos(u[1])
Product2
Fcn1
1
1 -K- 1
z
ialfa k-3 W31 Ydr
Product Sum3
3 T sin(u[1])
wm T Fcn 2
Memory Product1
1 Yqr
2 -K-
z Sum4
ibeta k-4 W32
Product3
1
-K-
z
k-2 e(-T/tau)1
1
in_1
h
3 Sum4 1
Product Sum7 Gain
in_2 out_2
Sum6
2
Sum5
in_3
-K-
4 Product1 DW
1 Gain1
in_4 k-1
z
1 Demux
Uabc Sum Mux K
Demux
1
G
abcAB 1/p wm
Sum1
Mux 1/p
Product4 PID
Sum4
Ind_Is_Yr PID
Product3
2 Demux
Iabc
Demux1
abcAB1
1
1
0.0002s+1
ua* x
Transfer Fcn
To Workspace16
1
2 1
0.0002s+1
ub* x^
Transfer Fcn1
3
up MATLAB
emu
Function 60/(2*pi)
4 emu
(ialfa*, ibeta*) Zero-Order EKF Zero-Order Gain Wm^
Hold Hold1
atan2
cos
5
Trigonometric
t Trigonometric Function4 Teta^
Function3
sin
Trigonometric
Function5
function x = ekf(dados)
% Máquina síncrona de ímanes permanentes
% dados = [ua;ub;ia;ib;t]
% A função ekf retorna o vector o vector de estado x.
% Recebe como argumentos as tensões ualfa, ubeta e up as correntes
% ualfa e ubeta e ainda o vector de estado actual x(k).
global x;
global P;
global t;
global t1;
global i;
rs = 0.7; Ls = 0.0043; T = 0.0002; fi=.6;
if(t==0)
P = Po;
x=zeros(4,1);
i=1;
t1=0;
end;
up = x(3)*fi;
u = [ua;ub];
y = [ia;ib];
x1 = Ad*x+Bd*u;
⎡ dψ~s ⎤ ⎡− rs − jω Mrs ⎤
⎢ dt ⎥ ⎢ σLs R
σLs Lr ⎥ ⎡ψ~s ⎤ ⎡u~ ⎤
⎢ dψ~ ⎥ = ⎢ ⎥⋅⎢~ ⎥ + ⎢ s⎥ (Af1.7)
− jω Rr ⎥ ⎣ψ r ⎦ ⎣ 0 ⎦
Mrr rr
⎢ r⎥ ⎢ −
⎣ dt ⎦ ⎢⎣ σLs Lr σLr ⎥⎦
⎡ dψ~s ⎤ ⎡ − rs Mrs ⎤
⎢ dt ⎥ ⎢ σLs σLs Lr ⎥ ⎡ψ~ ⎤ ⎡u~ ⎤
⎢ dψ~ ⎥ = ⎢ Mr ⎥ ⋅ ⎢ ~s ⎥ + ⎢ s ⎥ (Af1.8)
+ jpω m ⎥ ⎣ψ r ⎦ ⎣ 0 ⎦
rr
⎢ r⎥ ⎢ r −
⎢
⎣ dt ⎦ ⎣σLs Lr σLr ⎥⎦
(Af1.10)
Anexo 1: Modelos da máquina de indução com diferentes variáveis de estado 302
ψ~s =
M ~
Lr
~
ψ r + σLs is
~
ir =
1 ~
Lr
(
ψ r − M is )
~
(Af1.11)
⎡ d is ⎤ ⎡− rs − 1 − σ − jω
~ M 1 M ⎤
−j pω m ⎥ ~ ⎡ u~s ⎤
⎢ ⎥ ⎢ σLs στ r R
σLs Lr τ r σLs Lr ⎡ i ⎤
dt
⎢ ~ ⎥ = ⎢ ⎥ ⎢ ~s ⎥ + ⎢ σLs ⎥ (Af1.13)
⎢ dψ r ⎥ ⎢ ⎥ ⎣ψ r ⎦ ⎢ 0 ⎥
M 1
− − jω Rr ⎣ ⎦
⎢⎣ dt ⎥⎦ ⎢⎣ τr τr ⎥⎦
⎡ rs 1 − σ M 1 M ⎤
⎢− σL − στ ωR pω m ⎥
σLs Lr τ r σLs Lr
⎢ s r ⎥
⎢ r 1−σ M M 1 ⎥
−ωR − s − − pω m
⎢ σLs στ r σLs Lr σLs Lr τ r ⎥
A=⎢ ⎥ (Af1.16)
M 1
⎢ 0 − ω Rr ⎥
⎢ τr τr ⎥
⎢ M 1 ⎥
⎢ 0 − ω Rr − ⎥
⎣ τr τr ⎦
No referencial do estator:
Anexo 1: Modelos da máquina de indução com diferentes variáveis de estado 303
⎡ rs 1 − σ M 1 M ⎤
⎢− σL − στ 0 pω m ⎥
σLs Lr τ r σLs Lr
⎢ s r ⎥
⎢ r 1−σ M M 1 ⎥
0 − s − − pω m
⎢ σLs στ r σLs Lr σLs Lr τ r ⎥
A=⎢ ⎥ (Af1.17)
M 1
⎢ 0 − − pω m ⎥
⎢ τr τr ⎥
⎢ M 1 ⎥
⎢ 0 pω m − ⎥
⎣ τr τr ⎦
ψ~r =
M
(ψ s − σLs is )
Lr ~ ~
(Af1.19)
Donde,
⎛ σL M ⎞~
⎜ (ψ s − σLs is ) − M is ⎟ = ψ~s − ⎜⎜ s +
~ 1 ⎛ Lr ~ ~ ~⎞ 1
ir = ⎟ is (Af1.20)
Lr ⎝ M ⎠ M ⎝ M Lr ⎟⎠
(Af1.21)
Após algumas operações, obtém-se:
~
⎡ d is ⎤
⎥ ⎡− rs Lr + rr Ls − jω Rr ⎤ ~ ⎡ u~1 ⎤
⎢ rr
−
1
( jp ω ) ⎡ i ⎤
⎢ dt~ ⎥ = ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ + ⎢σL ⎥ (Af1.22)
m s
σLs Lr σLs Lr σLs
⎢ d ψ ⎢
⎥ ⎣ ⎥ ⎣ψ~s ⎦ ⎢ ~ s ⎥
s − rs − jω R ⎦ ⎣ u1 ⎦
⎢⎣ dt ⎥⎦
Em grandezas dq, tem-se:
dX
= Aω X + BU (Af1.23)
dt
onde
Anexo 1: Modelos da máquina de indução com diferentes variáveis de estado 304
⎡ iαs ⎤
⎢i ⎥
βs ⎥ ⎡uαs ⎤
X =⎢ U =⎢ ⎥ (Af1.24)
⎢ψ αs ⎥ ⎣u βs ⎦
⎢ ⎥
⎣⎢ψ βs ⎦⎥
⎡ a1 ω Rr a2 a 3 pω m ⎤
⎢− ω a1 − a 3 pω m a 2 ⎥⎥
Aω = ⎢ Rr (Af1.25)
⎢ − rs 0 0 ωR ⎥
⎢ ⎥
⎣ 0 − rs −ωR 0 ⎦
⎡ 1 ⎤
⎢ σL 0 ⎥
⎢ s ⎥
1 ⎥ ⎡1 0 0 0 ⎤
B=⎢ 0 C=⎢ ⎥ (Af1.26)
⎢ σLs ⎥ ⎣0 1 0 0⎦
⎢ 1 0 ⎥
⎢ ⎥
⎣⎢ 0 1 ⎦⎥
( Ls rr + rs Lr ) rr 1
a1 = − a2 = a3 = (A1.27)
σLs Lr σLs Lr σL s
No referencial do estator, tem-se:
⎡ a1 − pω m a2 a3 pω m ⎤
⎢ pω a1 − a 3 pω m a 2 ⎥⎥
Aω = ⎢
m
(Af1.28)
⎢ − rs 0 0 0 ⎥
⎢ ⎥
⎣ 0 − rs 0 0 ⎦
Anexo 2: Modelos da máquina de indução em valores pu 305
Introdução
⎪⎩ dt p
J ⋅ Ω b2
com k J = .
p ⋅ Mb
A estrutura da equação manteve-se, alterando-se apenas o significado físico do
termo que multiplica a aceleração.
mem =
lM
(ψ dr ⋅ iqs − ψ qr ⋅ ids ) (Af2.18)
lr
A nova equação do binário já não depende do número de pares de pólos nem
contém o factor de escala, mas mantém a sua estrutura original.
Como a forma das equações em grandezas físicas e em valores em pu é
semelhante, muitas vezes estas equações são escritas numa forma sem ser referido
explicitamente se se referem a valores por unidade ou não.
Bibliografia 310
Bibliografia
Livros
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Sons, 1951.
11. Fitzgerald; Kingsley; Umas, Stephen D., “Electric Machinery”, Sixt Edition on SI
Units, McGraw-Hill 2003.
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Artigos
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