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SS 1009 – Verba de gabinete:

D E S P A C H O: O Estado do Rio Grande do Norte requer a suspensão da execução de


acórdão do Tribunal de Justiça que concedeu mandado de segurança impetrado por ex-
Deputados Estaduais e viúvas de Parlamentares falecidos, beneficiários da antiga Carteira
de Previdência Parlamentar do Estado, extinta pela L. est. 6.072/91. Insurgiram-se os
impetrantes contra o ato do Governador do Estado que determinou a exclusão da base de
cálculo dos respectivos proventos e pensões da "verba de gabinete" paga aos Deputados no
exercício do mandato, sob alegação de que o ato estatal contraria dispositivos
constitucionais federais (Art. 5º, XXXVI, LIV e LV; Art. 37, caput, e inciso XV; Art. 40, § 4º) e
leis estaduais (L. est. 6.072/91, arts. 2º e 3º e L. est. 5.394/85, art.18). Foi deferida medida
liminar, posteriormente suspensa por despacho do Sr. Presidente do Superior Tribunal de
Justiça (f.90 ). Referida decisão é objeto de reclamação interposta pelos impetrantes
perante o Supremo Tribunal Federal (Rcl 568). O acórdão impugnado, que deferiu o
restabelecimento nos proventos e pensões dos impetrantes dos valores de junho de 1995,
calculados sobre todas as parcelas pagas pela Assembléia Legislativa a seus Deputados no
exercício do mandato, ficou sintetizado nesta ementa (f. 93): "Mandado de Segurança - Ato
Administrativo. Transferência para a oportunidade do julgamento do mérito da preliminar de
carência de ação por impossibilidade jurídica do pedido. -Proventos e pensões da extinta
previdência parlamentar; inclusão, na respectiva base de cálculo, de verba de gabinete,
paga pela Assembléia Legislativa a seus Deputados, mensal e permanentemente em
valores prefixados; verba aparentemente indenizatória, que, nem por isso, pode deixar de
ser considerada como remuneratória, nos termos da legislação estadual de regência. -Ato
do Governador do Estado, que determinou a exclusão da questionada verba da base de
cálculo dos referidos benefícios previdenciários. Ilegalidade. -Ato, ademais, não motivado, e
que contraria o devido processo legal e o direito de defesa, constitucionalmente
assegurados. -Segurança concedida." Os embargos de declaração opostos pelo Estado
foram rejeitados (f. 140/148). Ainda em curso o prazo para o recurso extraordinário que
pretende interpor, o Estado do Rio Grande do Norte, à vista de determinação para execução
imediata do julgado (f. 158/160), que pode acarretar riscos para a economia pública, ajuizou
o presente requerimento de suspensão. Entende o requerente que a questionada "verba de
gabinete" não possui conteúdo remuneratório, mas, sim, indenizatório: destina-se ao
custeio de manutenção dos gabinetes parlamentares; por isso, sobre esta parcela não se
desconta o Imposto de Renda; ademais, por força do limite estabelecido no artigo 27, § 2º,
da Constituição Federal, com a redação da EC nº 1/92, a remuneração dos Deputados
Estaduais não pode ultrapassar 75% (setenta e cinco por cento) daquela estabelecida, em
espécie, para os Deputados Federais. Sustenta, assim, que o ato estatal procurou "corrigir
uma distorção nos proventos dos Ex-Deputados e Pensionistas, percebidos em dissonância
com o art. 27, § 2º," da Constituição Federal. Para demonstrar a potencialidade lesiva do ato
decisório impugnado sobre a economia pública, informa o requerente "os valores percebidos
pelos Deputados Estaduais desde o último mês de julho: -Subsídios R$ 3.287,23.
-Representação R$ 2.712,77. -Verba de Gabinete R$ 9.889,20. -TOTAL R$15.889,20."
Acrescenta que "os gastos com a Carteira Parlamentar representaram, no mês de fevereiro
do ano passado R$ 372.340,89 e a diferença, que os Impetrantes pretendem receber é de
R$ 1.194.906,23", valor "extremamente significativo" para o Estado, "onde o pagamento do
funcionalismo está atrasado" (f. 8). Registra ainda o profundo desajuste do orçamento
público com que convive o Estado e assinala que, não obstante o esforço administrativo
para a contenção de despesas com pessoal, a folha de pagamento representa mais de
oitenta por cento (80%) da receita. Decido. É no mínimo extremamente razoável a
sustentação do ato governamental questionado no mandado de segurança, segundo a qual
a "verba de Gabinete" - estabelecida com caráter indenizatório, a fim de cobrir despesas do
Deputado em exercício com a administração do seu próprio gabinete -, não se pode integrar
à base de cálculo de proventos da aposentadoria de ex-Deputados, nem das pensões
correspondentes. Que o caráter supostamente indenizatório da referida verba visasse a
dissimular a indevida evasão do imposto de renda e a regra constitucional da equivalência
dos tetos (CF, art. 37, XI) - segundo alega a impetração mesma (f. 43) - e, de sobra, a
fraudar o limite de 75% da remuneração dos Congressistas (art. 27, § 2º) - é questão que diz
apenas com a legitimidade do seu pagamento aos parlamentares estaduais em exercício. O
que evidentemente jamais decorreria da alegada natureza fraudulentamente remuneratória
da parcela discutida é o pretendido direito adquirido à sua incorporação aos proventos ou às
pensões dos impetrantes. Desse modo, à primeira vista, é ponderável a alegação do Estado
de que o mandado de segurança deferido pode pôr em cheque o princípio da moralidade
administrativa, ao qual não pode ser estranho, para o fim de lastrear a suspensão de sua
eficácia imediata, o conceito de ordem pública. Impressiona, nessa linha, o voto vencido do
il. Desemb. Caio Alencar. De resto, para as finanças de um Estado em mora no pagamento
dos vencimentos do seu funcionalismo, é considerável o ônus da execução imediata da
ordem, que implicaria dispêndio de difícil ou, pelo menos, lenta recuperação, na hipótese -
que, à delibação, não se entremostra pouco provável - de vir o recurso extraordinário
anunciado a ser provido. Defiro, pois, o pedido e suspendo, até o trânsito em julgado da
decisão definitiva, a execução do mandado de segurança. Comunique-se. Brasília, 22 de
março de 1996. Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE - Presidente

Auxílio-doença, Assistência Escolar e Assistência Médica:


EMENTA: EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. DECADÊNCIA.
PRAZO QUINQUENAL. INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 45 DA LEI N.º 8.212/91.
MULTA. EXCESSIVIDADE NÃO CONFIGURADA. RETROATIVIDADE DA LEI MAIS
BENÉFICA. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. SEGURO
DE VIDA. BOLSA DE ESTUDO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. 1. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se
após cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o
lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, do CTN). 2. Nos termos da Súmula
Vinculante nº 8 do eg. STF, in verbis: "São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do
Decreto-lei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e
decadência de crédito tributário". 3. Descumprida a obrigação, configurada está a infração
tributária e a possibilidade de aplicação da respectiva penalidade, de acordo com os critérios
legais. 4. In casu, a multa por descumprimento de obrigação acessória foi aplicada com
base no art. 32, IV e §5º, da Lei 8.212/91, e se parte do crédito principal é declarado
indevido, considerando que a multa foi aplicada em relação a cada mês em que a GFIP foi
apresentada incompleta, e varia de acordo com critérios previstos na lei, a CDA deve ser
adequada ao novo montante da dívida e aos critérios previstos na lei. 5. Não há falar em
multa excessiva quando não evidenciada a desproporção entre a penalidade aplicada pelo
desrespeito à norma tributária e sua conseqüência jurídica. 6. Por outro lado, é
entendimento pacífico desta Corte que, por força do art. 106, II, 'c', do CTN, aplica-se de
forma retroativa, sobre fatos ainda não definitivamente julgados, a lei tributária que imponha
penalidades mais brandas ao contribuinte. Recurso parcialmente provido no ponto para
determinar a aplicação da nova regra para cálculo da multa ao contribuinte que deixar de
apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32, da Lei 8.212/91, mas
apenas nos meses em que a aplicação do art. 32-A da Lei 8.212/91, incluído pela Medida
Provisória nº 449/2008, convertida na Lei 11.941/2009, represente a redução do valor da
multa, por força do art. 106, II, 'c', do CTN. 7. Para que as contribuições pagas pela empresa
a Programa de Previdência Complementar não integrem o salário de contribuição, é
imperativo que o programa seja disponibilizado à totalidade de seus empregados e
dirigentes, o mesmo valendo para contribuição previdenciária sobre a bolsa de
estudos, convênio odontológico e complementação de auxílio-doença. 8. In casu,
entretanto, como bem decidiu o magistrado singular, no que tange à aposentadoria
complementar, o procedimento adotado pela Embargante não é discriminatório, e não
impede o amplo acesso dos seus empregados ao benefício, pois todos os empregados
terão acesso à referida verba, apenas tendo que respeitar o prazo de carência estabelecido,
podendo alcançar o requisito salarial para contribuição. Quanto ao convênio odontológico,
igualmente bem entendeu o juiz singular que o fato de a empresa estender o benefício aos
dependentes dos funcionários não caracteriza discriminação nem diferenciação salarial. Da
mesma forma, todos os empregados da embargante terão acesso a bolsa de estudo e
complementação do auxílio-doença, apenas tendo que respeitar o prazo de carência
estabelecido, ou seja, a questão não é se terão acesso ao benefício, mas sim quando. 9.
Com a reforma da sentença, e com sucumbência em maior proporção por parte da
embargada, resta a União condenada ao pagamento de honorários advocatícios, fixados em
R$20.000,00 (vinte mil reais), com base no art. 20, §§3º e 4º, do CPC, corrigidos, a partir
dessa data, pelos índices aplicáveis aos depósitos em poupança, nos termos do art. 1º-F da
Lei 9.494/97, na redação dada pela Lei 11.960/2009, devendo a verba ser reciprocamente
compensada, na forma do art. 21 do CPC. (TRF4, APELREEX 2007.72.05.001615-6,
SEGUNDA TURMA, Relator OTÁVIO ROBERTO PAMPLONA, D.E. 07/03/2012)

Salário-maternidade:
Ementa: Direito constitucional. Direito tributário. Recurso Extraordinário com repercussão
geral. Contribuição previdenciária do empregador. Incidência sobre o salário-maternidade.
Inconstitucionalidade formal e material. 1. Recurso extraordinário interposto em face de
acórdão do TRF da 4ª Região, que entendeu pela constitucionalidade da incidência da
contribuição previdenciária “patronal” sobre o salário-maternidade. 2. O salário-maternidade
é prestação previdenciária paga pela Previdência Social à segurada durante os cento e vinte
dias em que permanece afastada do trabalho em decorrência da licença-maternidade.
Configura, portanto, verdadeiro benefício previdenciário. 3. Por não se tratar de
contraprestação pelo trabalho ou de retribuição em razão do contrato de trabalho, o salário-
maternidade não se amolda ao conceito de folha de salários e demais rendimentos do
trabalho pagos ou creditados, a qualquer título à pessoa física que lhe preste serviço,
mesmo sem vínculo empregatício. Como consequência, não pode compor a base de cálculo
da contribuição previdenciária a cargo do empregador, não encontrando fundamento no art.
195, I, a, da Constituição. Qualquer incidência não prevista no referido dispositivo
constitucional configura fonte de custeio alternativa, devendo estar prevista em lei
complementar (art. 195, §4º). Inconstitucionalidade formal do art. 28, §2º, e da parte final da
alínea a, do §9º, da Lei nº 8.212/91. 4. Esta Corte já definiu que as disposições
constitucionais são legitimadoras de um tratamento diferenciado às mulheres desde que a
norma instituidora amplie direitos fundamentais e atenda ao princípio da proporcionalidade
na compensação das diferenças. No entanto, no presente caso, as normas impugnadas, ao
imporem tributação que incide somente quando a trabalhadora é mulher e mãe cria
obstáculo geral à contratação de mulheres, por questões exclusivamente biológicas, uma
vez que torna a maternidade um ônus. Tal discriminação não encontra amparo na
Constituição, que, ao contrário, estabelece isonomia entre homens e mulheres, bem como a
proteção à maternidade, à família e à inclusão da mulher no mercado de trabalho.
Inconstitucionalidade material dos referidos dispositivos. 5. Diante do exposto, dou
provimento ao recurso extraordinário para declarar, incidentalmente, a
inconstitucionalidade da incidência de contribuição previdenciária sobre o salário-
maternidade, prevista no art. art. 28, §2º, e da parte final da alínea a, do §9º, da Lei nº
8.212/91, e proponho a fixação da seguinte tese: “É inconstitucional a incidência de
contribuição previdenciária a cargo do empregador sobre o salário- maternidade”.
(RE 576967, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 05/08/2020,
PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-254 DIVULG 20-10-
2020 PUBLIC 21-10-2020)

Creche e Reembolso babá:


“sendo, portanto, base de cálculo da contribuição social sobre a folha de salários; (ii) quanto
ao auxilio-creche, o afastamento da contribuição dá-se até a faixa etária de cinco anos
de idade, por ser este o limite constitucional da educação infantil; (iii) quanto ao vale
transporte, não preenchidas as exigências da legislação, a verba deve se sujeitar à
incidência da contribuição previdenciária; (iv) não consta da lista de exclusões do conceito
de folha de salários da Lei nº 8.212 as ausências permitidas ao trabalho. O recurso
interposto por Barreto & Santos Ltda – EPP busca fundamento no art. 102, III, a, da
Constituição Federal. A parte recorrente alega que o acórdão recorrido inseriu verbas não
salariais e das verbas indenizatórias na base de cálculo da contribuição previdenciária.
Sustenta que: (i) foi violado o art. 195, I, ao tributar como se salário fossem parcelas que em
nada traduzem uma contraprestação por serviços prestados; (ii) as verbas pagas a título de
férias gozadas, décimo-terceiro salário, auxílio-alimentação convertido em pecúnia, adicional
noturno, de insalubridade e de periculosidade e adicional quebra-de-caixa, não devem
compor a base de cálculo da contribuição pecúnia (inclusive mediante o fornecimento de
tíquetes) ou creditado em conta-corrente, em caráter habitual, integrará a base de cálculo da
contribuição previdenciária. Precedentes do STJ. 4. O auxílio-creche/ auxílio-babá possui
natureza indenizatória, cuja finalidade é ressarcir o contribuinte dos valores despendidos
no pagamento de creche. Não há, portanto, incidência de contribuição previdenciária. 5. As
verbas pagas a título de recomposição pecuniária pelo uso de veículo próprio têm nítido
caráter indenizatório, não incidindo sobre elas contribuições previdenciárias. 6. É legítima a
incidência de contribuição previdenciária sobre as horas-extras e os adicionais noturno, de
periculosidade e de insalubridade. 7. A jurisprudência do STJ já firmou o entendimento de
que não incide contribuição previdenciária sobre o abono-assiduidade convertido em
pecúnia e sobre e as folgas não gozadas, pois não se trata de contraprestação ao trabalho.
8. A verba paga a título de quebra de caixa tem natureza salarial, devendo, pois, integrar a
base de cálculo da contribuição previdenciária’.”
(RE 1059178 AGR / RS ; MIN. ROBERTO BARROSO; Brasília, 26 de março de 2018)

Licença-prêmio Indenizada:
Sentença que extinguiu o processo, sem resolução do mérito, em relação à incidência das
contribuições previdenciárias sobre os valores pagos aos empregados a título de abono
pecuniário de férias, ganhos e abonos eventuais, despesas com educação básica, férias
indenizadas e gratificações por assiduidade, produtividade e regência de classe, julgando
improcedente o pedido remanescente, condenando-o ao pagamento de honorários
advocatícios, fixados em 10% do valor da causa. 2. É pacífico o entendimento de que todos
os valores pagos pela pessoa jurídica, que ostentem natureza remuneratória, e não
indenizatória, devem ser incluídos na base de cálculo da contribuição previdenciária. 3. Os
valores pagos a título de abono de férias, auxílio-educação, abonos de incentivo,
assiduidade e de produtividade, diárias que não excedam 50% da remuneração,
ajudas de custo não habituais, licença prêmio convertida em pecúnia e às férias
indenizadas detêm natureza indenizatória, constituindo, assim, verba infensa à incidência
da contribuição previdenciária patronal.
(RE 1098369; Relator(a): Min. GILMAR MENDES; Julgamento: 28/03/2019)

Salário-família, Férias pagas em dobro e Férias indenizadas:


EMENTA: TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONTRIBUIÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS. PATRONAL. SAT/RAT. TERCEIROS. TEMA 20. RE 565.160. dobra da
remuneração de férias. vale-transporte pago na forma da legislação própria. auxílio-creche.
bolsa de estudos/auxílio-educação. salário-família. adicional constitucional sobre férias
gozada. primeiros quinze dias de afastamento por motivo de doença ou acidente. auxílio
alimentação pago por meio de ticket ou vale-alimentação. férias recebidas em reclamatória
trabalhista que não foram gozadas. salário maternidade. salário paternidade. horas extras e
respectivo adicional. adicionais noturno, de insalubridade e periculosidade. descanso
semanal remunerado. faltas justificadas/licença remunerada. prêmios, gratificações,
bonificação. produtividade. anuênio, auxílio-alimentação pago em pecúnia, adicional de risco
de vida. gratificação natalina proporcional ao aviso-prévio indenizado. valores recebidos à
título de férias gozadas recebidas em reclamatória trabalhista e respectivo adicional.
COMPENSAÇÃO. ATUALIZAÇÃO. 1. No julgamento do RE 565.160 - Tema 20, o STF não
esclareceu quais parcelas deveriam ser excluídas da base de cálculo da contribuição
previdenciária patronal porque isso é matéria de natureza infraconstitucional. 2. Como
compete ao STJ a interpretação da legislação federal, a legitimidade da incidência da
contribuição previdenciária patronal deve ser analisada em conformidade com a
jurisprudência daquela Corte. 3. Sobre as férias indenizadas e respectivo adicional
constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias,
vale-transporte pago na forma da legislação própria, auxílio-creche, bolsa de
estudos/auxílio-educação e salário-família não incide contribuição previdenciária em
face da exclusão legal. 4. Não incide contribuição previdenciária sobre o adicional
constitucional sobre férias gozadas, primeiros quinze dias de afastamento por motivo de
doença ou acidente, auxílio alimentação pago por meio de ticket ou vale-alimentação, não
ficará sujeito à incidência da contribuição previdenciária, a partir da vigência da Lei
nº13.467/17, férias recebidas em reclamatória trabalhista que não foram gozadas. 5. Incide
contribuição previdenciária sobre salário maternidade/salário paternidade, horas
extras e respectivo adicional, adicionais noturno, de insalubridade e periculosidade,
descanso semanal remunerado, faltas justificadas/licença remunerada, prêmios,
gratificações, bonificação, produtividade, anuênio, auxílio-alimentação pago em pecúnia,
adicional de risco de vida, gratificação natalina proporcional ao aviso-prévio indenizado,
férias gozadas e respectivo adicional, valores recebidos à título de férias gozadas recebidas
em reclamatória trabalhista e respectivo adicional, bem como sobre o auxílio alimentação
pago em pecúnia ou pago por meio de ticket ou vale-alimentação, observada a vigência da
Lei nº 13.467/2011. 6. Os entendimentos acima delineados aplicam-se às contribuições ao
SAT/RAT e Terceiros, uma vez que a base de cálculo destas também é a mesma. (TRF4
5018391-82.2018.4.04.7001, PRIMEIRA TURMA, Relator FRANCISCO DONIZETE
GOMES, juntado aos autos em 15/06/2020)

Alimentação ("Salário in Natura"):


PREVIDENCIÁRIAS. FÉRIAS GOZADAS. DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO. AUXÍLIO-
ALIMENTAÇÃO. AUXÍLIO-CRECHE. AUXÍLIO-CONDUÇÃO. ADICIONAIS NOTURNO, DE
PERICULOSIDADE E DE INSALUBRIDADE. ABONO ASSIDUIDADE E FOLGAS NÃO
GOZADAS. AUXÍLIO QUEBRA DE CAIXA. 1. O valor pago a título de férias indenizadas,
inclusive o respectivo terço constitucional, constitui verba indenizatória não sujeita à
contribuição previdenciária. A inexigibilidade da cobrança, aliás, está expressamente
prevista no artigo 28, § 9º, alínea 'd', da Lei nº 8.212/91. 3. Em situações ordinárias, em que
há o efetivo gozo do direito, a verba referente às férias se reveste de indubitável caráter
salarial, conforme previsão constitucional do artigo 7º, inciso XVII, devendo, pois, nestes
casos, incidir contribuição previdenciária. 2. A teor da Súmula 207 do STF, o décimo
terceiro salário possui natureza salarial, o que, aliás, não se transmuta pelo fato de ser
pago quando da extinção do contrato de trabalho, uma vez que tem por base o número de
meses efetivamente trabalhados. 3. O pagamento in natura do auxílio-alimentação, ou
seja, quando a própria alimentação é fornecida pela empresa, com o intuito de
proporcionar um incremento sendo, portanto, base de cálculo da contribuição social
sobre a folha de salários; (ii) quanto ao auxilio-creche, o afastamento da contribuição
dá-se até a faixa etária de cinco anos de idade, por ser este o limite constitucional da
educação infantil; (iii) quanto ao vale transporte, não preenchidas as exigências da
legislação, a verba deve se sujeitar à incidência da contribuição previdenciária; (iv) não
consta da lista de exclusões do conceito de folha de salários da Lei nº 8.212 as ausências
permitidas ao trabalho. O recurso interposto por Barreto & Santos Ltda – EPP busca
fundamento no art. 102, III, a, da Constituição Federal. A parte recorrente alega que o
acórdão recorrido inseriu verbas não salariais e das verbas indenizatórias na base de
cálculo da contribuição previdenciária. Sustenta que: (i) foi violado o art. 195, I, ao tributar
como se salário fossem parcelas que em nada traduzem uma contraprestação por serviços
prestados; (ii) as verbas pagas a título de férias gozadas, décimo-terceiro salário, auxílio-
alimentação convertido em pecúnia, adicional noturno, de insalubridade e de
periculosidade e adicional quebra-de-caixa, não devem compor a base de cálculo da
contribuição Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT. A contrário sensu, quando o
auxílio-alimentação for pago em pecúnia (inclusive mediante o fornecimento de
tíquetes) ou creditado em conta-corrente, em caráter habitual, integrará a base de
cálculo da contribuição previdenciária. Precedentes do STJ. 4. O auxílio-creche/
auxílio-babá possui natureza indenizatória, cuja finalidade é ressarcir o contribuinte
dos valores despendidos no pagamento de creche. Não há, portanto, incidência de
contribuição previdenciária. 5. As verbas pagas a título de recomposição pecuniária pelo
uso de veículo próprio têm nítido caráter indenizatório, não incidindo sobre elas
contribuições previdenciárias. 6. É legítima a incidência de contribuição previdenciária
sobre as horas-extras e os adicionais noturno, de periculosidade e de insalubridade. 7. A
jurisprudência do STJ já firmou o entendimento de que não incide contribuição
previdenciária sobre o abono-assiduidade convertido em pecúnia e sobre e as folgas não
gozadas, pois não se trata de contraprestação ao trabalho. 8. A verba paga a título de
quebra de caixa tem natureza salarial, devendo, pois, integrar a base de cálculo da
contribuição.
( RE 1059178; Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO; Julgamento: 30/08/2017)

Fretes, Carretos e Transportes pagos a pessoa jurídica:


EMENTA: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI).
FRETE. DESPESAS ACESSÓRIAS. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. TEMA 84/STF.
1. A autonomia das filiais, em relação à empresa matriz, é reconhecida nas hipóteses em
que se discute expedição de certidão de regularidade fiscal, em que se exige a inexistência
de débitos fiscais relativa àquela unidade inscrita no CNPJ, bem como nos casos em que se
questiona a exigibilidade e a repetição dos valores recolhidos indevidamente a título de IPI,
que se trata de tributo que incide sobre as operações realizadas em cada unidade. 2.
Legitimidade ativa do contribuinte de direito para restituição de indébito de tributos indiretos
(Recurso Especial de nº 903.394/AL ). 3. Inconstitucionalidade dos §§ 1º e 3º do art. 14 da
Lei nº 4.502/1964, na redação conferida pelo art. 15 da Lei nº 7.798/1989, por violação ao
artigo 146, inciso III, alínea "a", da Constituição Federal, prevalecendo o disposto na alínea
"a" do inciso II do art. 47 do Código Tributário Nacional. Precedentes do STF. 4.
Reconhecido o direito da impetrante de excluir da base de cálculo do Imposto sobre
Produtos Industrializados os valores relativos ao frete e demais despesas acessórias,
relativamente aos produtos que industrializa. (TRF4 5003559-81.2017.4.04.7000, PRIMEIRA
TURMA, Relator FRANCISCO DONIZETE GOMES, juntado aos autos em 27/07/2020)

Vale-transporte:
EMENTA: TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONTRIBUIÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS. PATRONAL. SAT/RAT. TERCEIROS. TEMA 20. RE 565.160.
PRIMEIROS QUINZE DIAS DE AFASTAMENTO POR MOTIVO DE DOENÇA OU
ACIDENTE. descontos sobre o vale-transporte e alimentação. ATUALIZAÇÃO.
COMPENSAÇÃO. 1. No julgamento do RE 565.160 - Tema 20, o STF não esclareceu quais
parcelas deveriam ser excluídas da base de cálculo da contribuição previdenciária patronal
porque isso é matéria de natureza infraconstitucional. 2. Como compete ao STJ a
interpretação da legislação federal, a legitimidade da incidência da contribuição
previdenciária patronal deve ser analisada em conformidade com a jurisprudência daquela
Corte. 3. Não incide contribuição previdenciária sobre os primeiros quinze dias de
afastamento por motivo de doença ou acidente. 4. Os descontos realizados na remuneração
dos empregados, a título de participação no custeio do vale-transporte e do vale-
alimentação, constituem ônus que são suportados pelo próprio funcionário. 5. Assim,
tratando-se de despesas que suportadas pelo empregado, não possuem, qualquer
natureza indenizatória, que possa levar a exclusão da base de cálculo das exações
previstas art.22, incisos I e II, da Lei n° 8.212/1991. 6. Os entendimentos acima delineados
aplicam-se às contribuições ao SAT/RAT e Terceiros, uma vez que a base de cálculo destas
também é a mesma. 7. Os valores indevidamente pagos deverão ser atualizados pela taxa
SELIC a partir do mês seguinte ao do pagamento indevido (art. 89, caput, §4º, da Lei
8.212/91 e art. 39, §4º, da Lei 9.250/95 c/c o art. 73 da Lei 9.532/97). (TRF4 5065912-
17.2018.4.04.7100, PRIMEIRA TURMA, Relator FRANCISCO DONIZETE GOMES, juntado
aos autos em 15/06/2020)
Bolsa de Estágio:
TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO AO FGTS. TERÇO DE FÉRIAS. QUINZENA INICIAL DO
AUXÍLIO DOENÇA OU ACIDENTE. FÉRIAS INDENIZADAS. ABONO PECUNIÁRIO. AVISO
PRÉVIO INDENIZADO (E REPERCUSSÕES). - Cabe ao Ministério do Trabalho e da
Procuradoria da Fazenda Nacional a legitimidade para fiscalizar o recolhimento das
contribuições ao FGTS, realizar as cobranças e determinar os créditos tributários. - A CEF é
responsável pela administração do FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço -
possuindo, destarte, legitimidade para inscrever o débito respectivo na dívida ativa da União,
podendo, ainda, representar judicial e extrajudicialmente o Fundo, nos termos do art. 2º, da
Lei 9.467/97, em convênio firmado com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional - No que
concerne ao terço constitucional de férias, salário maternidade, férias gozadas, aviso prévio
indenizado, auxílio-doença ou acidente, descanso semanal remunerado, décimo terceiro,
horas extras, os adicionais noturno, de periculosidade e de insalubridade não há como
afastá-las da base de cálculo das contribuições ao FGTS, por ausência de previsão legal
que expressamente preveja a sua exclusão, legítima a incidência de FGTS sobre referidas
rubricas, visto que apenas as verbas expressamente elencadas em lei podem ser excluídas
do alcance de incidência do referido Fundo. Precedentes do STJ - Os valores pagos a título
de auxílio-transporte e auxílio-alimentação, pago em pecúnia; abono pecuniário de férias,
férias indenizadas, auxílio médico, odontológico e farmácia, bolsa estágio, férias em dobro
não integram o salário-de contribuição, em face do disposto no artigo 15, parágrafo 6º, da
Lei nº 8.036/90 c.c. o artigo 28, parágrafo 9º, da Lei nº 8.212/91 - Preliminar de apelação de
ilegitimidade passiva da CEF acolhida, remessa oficial e apelação da União provida.
Apelação da impetrante desprovida.
(TRF-3 - ApelRemNec: 00012266320144036100 SP, Relator: DESEMBARGADOR
FEDERAL SOUZA RIBEIRO, Data de Julgamento: 22/10/2019, SEGUNDA TURMA, Data de
Publicação: e-DJF3 Judicial 1 DATA:30/10/2019)

Habitação, Uniforme, Previdência Privada e Uso de veículos próprio do


empregado com ressarcimento de despesa comprovada:
EDcl no RECURSO ESPECIAL Nº 1867801 - PR (2020/0066718-2) RELATOR : MINISTRO
HERMAN BENJAMIN EMBARGANTE : INDÚSTRIA DE COMPENSADOS SUDATI LTDA
ADVOGADOS : FRANCISCO NIEBUHR NETO - PR065848 GABRIEL SOCIO GARCIA -
PR093184 JORGE WADIH TAHECH - PR015823A ARLI PINTO DA SILVA - PR020260A
EMBARGADO : FAZENDA NACIONAL DECISÃO Trata-se de Embargos de Declaração
contra decisão monocrática (fls. 433-436, e-STJ) que negou provimento do Recurso
Especial. Em síntese, a parte embargante alega que houve omissão e erro material. Afirma:
7. Ao anotar que "a irresignação merece prosperar", a decisão induz ao provimento do
recurso, mas logo considera ilegítima a incidência de contribuições previdenciárias sobre os
valores pagos a título de quinze dias que antecedem o auxílio-doença, o terço constitucional
de férias e o aviso prévio indenizado. (...) 10. O julgado ainda incorre em omissão, já que
nos termos do recurso interposto, a matéria ventilada é, em especial, a contribuição paga
pelo empregador nos primeiros trinta dias do auxílio-doença (que equivale aos 15 primeiros
dias do auxílio- doença). (...) 30. Não há condenação em honorários nos presentes autos;
contudo, ante o explícito erro ao condenar impetrante de mandado de segurança em
honorários sucumbenciais, cabe suscitar nos presentes embargos. Houve impugnação. É o
relatório. Decido. Os autos foram recebidos neste Gabinete em 10.6.2020. O objetivo dos
Embargos de Declaração é a complementação ou a declaração do verdadeiro sentido de
uma decisão eivada de omissão, contradição, obscuridade ou erro material, não possuindo,
em regra, natureza de recurso com efeito modificativo. Em análise detida do decisum
embargado, constato que assiste razão a parte embargante, no tocante à ocorrência de erro
material. Assim, onde se lê, "A irresignação merece prosperar", leia-se "A irresignação não
merece prosperar". Em relação à alegada omissão, apenas para esclarecimento, destaco
que, para efeito de exclusão da base de calculo do FGTS, o art. 28, § 9º, da Lei 8.212/1991,
elenca as seguintes verbas: Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição: (...) § 9º. Não
integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei: (Redação dada pela Lei nº
9.528, de 10.12.97) a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais,
salvo o salário-maternidade; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). b) as ajudas
de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta nos termos da Lei nº 5.929, de
30 de outubro de 1973; c) a parcela "in natura" recebida de acordo com os programas
de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos
da Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976; d) as importâncias recebidas a título de férias
indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à
dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da Consolidação das Leis do
Trabalho-CLT; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). e) as importâncias: (Incluída
pela Lei nº 9.528, de 10.12.97 1. previstas no inciso I do art. 10 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias; 2. relativas à indenização por tempo de serviço, anterior a 5
de outubro de 1988, do empregado não optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço-FGTS; 3. recebidas a título da indenização de que trata o art. 479 da CLT; 4.
recebidas a título da indenização de que trata o art. 14 da Lei nº 5.889, de 8 de junho de
1973; 5. recebidas a título de incentivo à demissão; 6. recebidas a título de abono de
férias na forma dos arts. 143 e 144 da CLT; 7. recebidas a título de ganhos eventuais e os
abonos expressamente desvinculados do salário; (Redação dada pela Lei nº 9.711, de
1998). 8. recebidas a título de licença-prêmio indenizada; (Redação dada pela Lei nº
9.711, de 1998). 9. recebidas a título da indenização de que trata o art. 9; f) a parcela
recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria; g) a ajuda de custo,
em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de local de
trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de
10.12.97). h) as diárias para viagens, desde que não excedam a 50% (cinqüenta por
cento) da remuneração mensal; i) a importância recebida a título de bolsa de
complementação educacional de estagiário, quando paga nos termos da Lei nº 6.494, de
7 de dezembro de 1977; j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando
paga ou creditada de acordo com lei específica; l) o abono do Programa de Integracao
Social-PIS e do Programa de Assistência ao Servidor Público-PASEP; (Incluída pela Lei
nº 9.528, de 10.12.97) m) os valores correspondentes a transporte, alimentação e
habitação fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em
localidade distante da de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força
da atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção
estabelecidas pelo Ministério do Trabalho; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) n) a
importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio-doença,
desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa;
(Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) o) as parcelas destinadas à assistência ao
trabalhador da agroindústria canavieira, de que trata o art. 36 da Lei nº 4.870, de 1º de
dezembro de 1965; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). p) o valor das contribuições
efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência
complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de seus
empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e ; q) o valor relativo à
assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou por
ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos,
aparelhos ortopédicos, despesas médico-hospitalares e outras similares, desde que a
cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa; (Incluída pela
Lei nº 9.528, de 10.12.97) r) o valor correspondente a vestuários, equipamentos e
outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para
prestação dos respectivos serviços; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) s) o
ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado e o reembolso creche
pago em conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis
anos de idade, quando devidamente comprovadas as despesas realizadas; (Incluída pela
Lei nº 9.528, de 10.12.97) t) o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que
vise à educação básica de empregados e seus dependentes e, desde que vinculada às
atividades desenvolvidas pela empresa, à educação profissional e tecnológica de
empregados, nos termos da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e: (Redação dada
pela Lei nº 12.513, de 2011) 1. não seja utilizado em substituição de parcela salarial; e
(Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011) 2. o valor mensal do plano educacional ou bolsa
de estudo, considerado individualmente, não ultrapasse 5% (cinco por cento) da
remuneração do segurado a que se destina ou o valor correspondente a uma vez e meia o
valor do limite mínimo mensal do salário-de-contribuição, o que for maior; (Incluído pela Lei
nº 12.513, de 2011) u) a importância recebida a título de bolsa de aprendizagem garantida
ao adolescente até quatorze anos de idade, de acordo com o disposto no art. 64 da Lei nº
8.069, de 13 de julho de 1990; Alínea acrescentada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) v) os
valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais; (Alínea acrescentada
pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) x) o valor da multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT. y) o
valor correspondente ao vale-cultura. (Incluído pela Lei nº 12.761, de 2012 Tendo em vista
que o legislador não excluiu da base de cálculo as parcelas relativas aos valores pagos a
título de aviso prévio indenizado, primeiros 15 (quinze) dias de afastamento por auxílio
doença ou acidente, terço constitucional de férias gozadas, férias gozadas ou indenizadas,
salário-maternidade, adicionais de horas extras, de insalubridade, de periculosidade, de
transferência e noturno, impõe-se reconhecer a validade da incidência da contribuição em
comento sobre essas verbas, consoante extrai-se do julgado assim ementado: TRIBUTÁRIO
E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ALEGADA
NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. AFRONTA AO ART. 535 DO CPC NÃO
CONFIGURADA. BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO PARA O FGTS. ART. 15,
CAPUT E § 6º, DA LEI 8.036/90. INCLUSÃO DAS PARCELAS RELATIVAS AO TERÇO
CONSTITUCIONAL DE FÉRIAS GOZADAS, AO AVISO PRÉVIO INDENIZADO, AOS
QUINZE PRIMEIROS DIAS DE AFASTAMENTO DO TRABALHO DECORRENTE DE
DOENÇA OU ACIDENTE, ÀS HORAS EXTRAS E À MULTA RESCISÓRIA SOBRE TAIS
VALORES. PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. I. Não há falar,
na hipótese, em violação ao art. 535 do CPC, porquanto a prestação jurisdicional foi dada na
medida da pretensão deduzida, de vez que os votos condutores do acórdão recorrido e do
acórdão dos Embargos Declaratórios apreciaram fundamentadamente, de modo coerente e
completo, as questões necessárias à solução da controvérsia, dando-lhes, contudo, solução
jurídica diversa da pretendida. II. Cinge-se a controvérsia a analisar a possibilidade de
inclusão, na base de cálculo da contribuição para o FGTS, dos valores pagos a título de
terço constitucional de férias gozadas, de aviso prévio indenizado, dos quinze primeiros dias
de afastamento do trabalho decorrente de doença ou acidente, de horas extras e da multa
rescisória sobre tais valores . III. Ante os termos do art. 15, caput e § 6º, da Lei 8.036/90,
verifica-se que o legislador ordinário determinou a exclusão, da base de cálculo da
contribuição para o FGTS, apenas das parcelas elencadas no art. 28, § 9º, da Lei 8.212/91.
Assim, não tendo o legislador ordinário excluído o terço constitucional de férias gozadas, o
aviso prévio indenizado, os quinze primeiros dias de afastamento do trabalho decorrente de
doença ou acidente, as horas extras e a multa rescisória sobre tais valores da base de
cálculo da contribuição para o FGTS, não prospera a alegação recursal de que as
mencionadas verbas devam ser excluídas da contribuição em comento, sobretudo porque,
conforme o entendimento firmado nesta Corte, o rol do art. 28, § 9º, da Lei 8.212/91 é
taxativo. Nesse sentido: STJ, AgRg no REsp 1.499.609/SC, Rel. Ministro HUMBERTO
MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 10/06/2015. IV. Ademais, na esteira da
jurisprudência desta Corte, o FGTS, por não ter natureza de imposto ou de contribuição
previdenciária, não tem a sua base de cálculo atrelada à natureza jurídica da verba paga ao
trabalhador, sendo devida a inclusão de todas as parcelas que não se enquadrem no art. 15,
§ 6º, da Lei 8.036/90, a exemplo do terço constitucional de férias gozadas, do aviso prévio
indenizado, dos quinze primeiros dias de afastamento do trabalho decorrente de doença ou
acidente, das horas extras e da multa rescisória sobre tais valores. Nesse sentido: STJ,
AgRg no REsp 1.531.922/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe
de 11/09/2015; AgRg no REsp 1.472.734/AL, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA
TURMA, DJe de 19/05/2015; REsp 1.486.093/PE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,
SEGUNDA TURMA, DJe de 21/05/2015; REsp 1.448.294/RS, Rel. Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe de 15/12/2014. V. Agravo Regimental
improvido. (AgRg no REsp 1522476/RN, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 01/12/2015, DJe 14/12/2015) Por fim, ressalto que não há
condenação em honorários advocatícios em Mandado de Segurança, nos termos do art. 25
da Lei 12.016/2009 e das Súmulas 105 do STJ e 512 do STF. Deste modo, onde se lê "Caso
exista nos autos prévia fixação de honorários de advogado pelas instâncias de origem,
determino a sua majoração, em desfavor da parte recorrente, em 10% sobre o valor já
arbitrado, nos termos do art. 85, § 11, do Código de Processo Civil, observados, se
aplicáveis, os limites percentuais previstos nos §§ 2º e 3º do referido dispositivo legal, bem
como eventual concessão da gratuidade da justiça", leia-se:"Deixo de aplicar o art. 85, § 11,
do CPC, porque são incabíveis honorários advocatícios em Mandado de Segurança." Diante
do exposto, acolho os Embargos de Declaração, sem efeitos infringentes, apenas para
sanar os apontados erros materiais constantes na decisão embargada, mantidos os demais
termos, para integrar o julgado. Publique-se. Intimem-se. Brasília, 10 de junho de 2020.
MINISTRO HERMAN BENJAMIN Relator
(STJ - EDcl no REsp: 1867801 PR 2020/0066718-2, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN,
Data de Publicação: DJ 01/09/2020)

Multas incluídas em acordo ou sentença decorrente de ação trabalhista:


EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO. EXECUÇÃO DE SENTENÇA
CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. DECISÃO QUE INDEFERIU A INCLUSÃO DE
GRATIFICAÇÃO NATALINA NAS PARCELAS DEVIDAS A TÍTULO DE PENSÃO VITALÍCIA,
DETERMINOU A EXCLUSÃO DA MULTA DIÁRIA DA BASE DE CÁLCULO DO
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, AFASTOU A APLICAÇÃO DA MULTA DIÁRIA EM FACE
DO ESTADO DO PARANÁ E RECONHECEU O PARCIAL CUMPRIMENTO DA
OBRIGAÇÃO PELA UNIÃO. 1. A imposição da multa diária em face da União está sendo
discutida nos autos do AI nº 5035976-33.2020.4.04.0000, no qual parcialmente deferido o
pedido de efeito suspensivo para fixar o período de incidência da multa diária entre 6-3-2020
até 25-5-2020 e para considerar correto o valor da pensão vitalícia implantada pela União de
R$ 120,67 (cento e vinte reais e sessenta e sete centavos). Ou seja, houve o
reconhecimento do integral cumprimento da obrigação pela União, não prosperando a
insurgência do exequente. 2. A pensão em questão destina-se a remunerar a parcial perda
da capacidade laboral em razão da cegueira irreversível em seu olho esquerdo, eis que
comprovada a omissão dos réus na realização do procedimento cirúrgico indicado. 3. Caso
em que a pensão vitalícia em questão não se confunde com benefício previdenciário,
inexistindo amparo legal para concessão do décimo terceiro salário, quando ausente
expressa condenação no título executivo. 4. Correto o Juízo a quo ao afirmar que a multa
diária, aplicada na fase de execução, não possui cunho indenizatório e não integra a
base de cálculo dos honorários advocatícios da fase de conhecimento. (TRF4, AG
5044339-09.2020.4.04.0000, TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR DO PR, Relator
FERNANDO QUADROS DA SILVA, juntado aos autos em 11/12/2020)

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