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Preparando para tomar a terra

por Rick Joyner*


13 de Junho de 2005

Brevemente revendo o que nós cobrimos anteriormente nesse estudo, após Paulo recitar as experiências de Israel no deserto,
nós lemos: “Ora, tudo isto lhes acontecia como exemplo, e foi escrito para aviso nosso, para quem já são chegados os
fins dos séculos” (I Coríntios 10:11). Isso deixa claro que tudo que aconteceu a Israel foi um modelo bíblico do que
aconteceria à congregação de Deus no fim dessa era. A igreja tem de fato seguido de perto o mesmo padrão. Agora, após
séculos vagueando no deserto, a igreja está prestes a cruzar o Jordão e começar a tomar sua Terra Prometida tal como Israel
o fez. Os sucessos de Israel serão modelos dos nossos, e seus erros podem nos fazer evitar cometer os mesmos erros.

Após cruzar o rio, todos que não foram circuncidados no deserto tiveram que ter isso feito antes que pudessem seguir e
possuir sua herança (veja Josué 5). Isso representa cortar fora a carne ou a natureza carnal, que é o porquê de termos
dedicado um tempo para estudar as obras da carne listadas em Gálatas 5, e como elas devem, de igual modo, ser removidas
de nossas vidas se é que queremos “herdar o Reino de Deus.”

Em Gilgal, no vale de Jericó, Israel foi humilhada e feita fraca à vista de seus inimigos. Isso é o que a igreja tem passado de
muitas formas. A circuncisão espiritual da igreja tem sido exposta ao mundo, e a igreja foi feita para parecer fraca. Através das
falhas de alguns dos ministros de maior visibilidade, e coisas como escândalos sexuais da Igreja Católica, a igreja pode
parecer como uma verdadeira bagunça, mas que está para se erguer como um poderoso exército conquistador.

Alguns consideraram se exposição desses pecados foi realmente o julgamento do Senhor em Sua casa por ter vindo,
principalmente, do noticiário secular. Um dos princípios básicos ditos no Velho Testamento é que o Senhor geralmente usa as
nações pagãs ao redor de Israel para disciplinar Seu povo. Ele não mudou e nós podemos esperar que Ele continue fazendo
isso. Contudo, tal como o Senhor julgou as nações pagãs por terem sido presunçosas o suficiente para tocar em Seu povo, é
um estudo crucial ver o que acontece àqueles que presunçosamente tocam em Seu povo hoje.

Isso traz uma outra boa pergunta: Por que o Senhor julga os ímpios por tocarem em Seu povo quando eles, na verdade, estão
fazendo isso por Seu propósito? Primeiro, o Senhor usa as circunstâncias desse mundo e até o diabo para cumprir Seus
propósitos. A maléfica intenção do diabo é destruir o que Jesus fez dentro dos planos de Deus, mas o diabo ainda sofrerá seu
julgamento, e também aqueles que têm tocado em Seu povo. Os ímpios costumam buscar alguma falha nos cristãos porque
isso os ajuda a se sentirem justificados em sua rebelião e pecado. O Senhor irá algumas vezes usar tais pessoas para ajudar a
trazer correção ao Seu povo, mas Ele não deixará que fiquem sem punição.

Muitos cristãos ficaram desencorajados pelas revelações públicas desse péssimo comportamento na igreja, especialmente
quando vem pelos líderes da igreja. Eu ainda encontro pessoas que começaram a desviar quando isso aconteceu. Entretanto,
o maduro e o que discerne não foram desencorajados por essas revelações. Isso não significa que é certo se alegrar com essa
exposição e humilhação de irmãos e irmãs em Cristo ou dos problemas que eles causaram a toda igreja. Todavia deveria ser a
coisa mais assustadora para nós ir estivermos pecando e nos afastando com isso. Tal como foi esclarecido em Hebreus 12, o
Senhor disciplina Seus filhos, e se nós estamos sem disciplina então não somos Seus filhos. Essa disciplina vindo sobre a
igreja é a evidencia do amor de Deus por nós, incluindo aqueles que foram expostos publicamente, e não sua rejeição.

Se estivermos tão endurecidos em nosso pecado ao ponto do Senhor ter que fazê-lo público para ter nossa atenção, então
deveríamos ser gratos, pois Ele nos ama o suficiente para não nos deixar nos afastando. Ainda assim, após a dor de Gilgal nós
deveríamos ter que decidir nunca mais querer passar por isso de novo! “...Os que tais coisas praticam não herdarão o
reino de Deus “ (Gálatas 5:21), e nós queremos seguir e conquistar nossa herança, que é Seu Reino.

Logo após a circuncisão, Israel celebrou a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos que é ligada à Páscoa. Eles foram ordenados a
celebrarem a cada ano para lembrarem da Fonte de sua liberdade, o Cordeiro. Após a intensa dor de nossa circuncisão
espiritual e de cortar fora a natureza carnal, nós, também, seremos tendenciosos ao egocentrismo, focando nós mesmos e
nossos atalhos, e iremos do mesmo modo necessitar rapidamente trazer nossa atenção de volta ao Senhor, “Cristo nossa
Páscoa”.

Como você deve ter me ouvido dizer ou escrever, um grande retorno é o voltar à cruz no cristianismo. O verdadeiro
cristianismo é uma vida de sacrifício, tomando nossas cruzes diariamente. Porém, se nos tornarmos focados em nossas cruzes
mais do que na cruz de Cristo, iremos não apenas abrir uma porta para o demoníaco espírito da religiosidade, mas
prepararemos nossa derrota final.

Quando o Senhor corta fora nossa carne, precisamos focar nessa obra e deixar que o arrependimento que vem de Deus por
nossa maneira pecaminosa tenha seu resultado esperado. No entanto, necessitamos superar isso o quanto antes e tirar a
atenção de nós mesmos e de volta a Ele. A libertação de nossa maneira pecaminosa não vem apenas por enxergar nossos
caminhos maus; nós temos que então contemplar Sua glória e sermos transformados em Sua imagem de glória em glória (veja
II Coríntios 3:18).

Uma vez que tenhamos verdadeiramente contemplado a glória do Senhor, toda glória humana parecerá insignificante. Nossas
obras e realizações serão pálidas à luz do que Ele fez. Quando nós verdadeiramente contemplarmos a cruz de Cristo, não
estaremos tendenciosos a nos gloriar em nossos sacrifícios, mas veremos qualquer sacrifício requerido de nós como pequeno
e uma grande honra a ser feita em favor do Seu nome.

Muitos desses ensinos e movimentos de auto-melhora na igreja tem conseguido boas coisas para o povo, ajudando alguns a
serem mais frutíferos em suas vidas. Ministérios que são dedicados à cura interior também têm ajudado alguns. Contudo, a
forma como alguns desses ensinos são promovidos e praticados não estão realmente curando ninguém, mas na verdade tem
levados cristãos a um buraco negro de egocentrismo do qual pouco escapam. Apenas porque algo diz ser Cristo-cêntrico não
significa que seja.

Recentemente perguntei a um cirurgião sua opinião do quanto a ciência médica moderna realmente entende o corpo humano.
Sua resposta foi que os grandes especialistas tem cerca de 35% de entendimento. Nós podemos agradecer ao Senhor por
entendermos esse tanto e pelo quanto a medicina moderna ajuda as pessoas, mas nós também precisamos saber suas atuais
limitações, e elas são consideráveis. Seriamos bem tolos se permitíssemos um amador simplesmente mexer em nossos
corpos tentando consertar coisas.

Em relação em como nossas mentes trabalham uma porcentagem ainda menor que essa é compreendida pelos grandes
profissionais. Isso também dá sinais de que a mente do homem é ainda mais frágil e facilmente atingível do que o corpo. Não
obstante, há movimentos e mestres que procuram liberar multidões de conselheiros amadores no corpo de Cristo para
realizarem cirurgias nas mentes e almas dos cristãos. Eles geralmente realizam isso cavando a alma de uma pessoa tal como
um cirurgião amador tentando consertar coisas que ele só tem um pequeno entendimento sobre. O resultado disso tem sido
uma catástrofe para muitos, deixando-os muito mais danificados do que estavam inicialmente.

Isso não significa que não precisamos de conselho, tanto que deveria ser um domínio especial da igreja e fundamental para o
verdadeiro ministério pastoral. Em meus trinta e cinco anos como cristão, ainda não encontrar alguém que eu sinta que de fato
foi ajudado por uma “cura interior” ou conselheiro amadores. Eu encontrei alguns que se sentiram melhores por um curto
período, mas então inevitavelmente regressaram a um estado ainda pior de egocentrismo e constantemente tentando se auto
consertarem.

No entanto, eu creio na cura interior, e tenho testemunhado muitas fortalezas sendo quebradas pela revelação profética, mas
eu nunca vi algo real tomar mais do que algumas horas no máximo. As pessoas podem ficar viciadas em aconselhamento
muito facilmente porque isso alivia seu egocentrismo. É uma tolice tentar ressuscitar o “velho homem” e curá-lo. O velho eu
precisa ser crucificado e enterrado, e precisamos avançar. Nossa circuncisão espiritual é essencial; a natureza carnal precisa
ser cortada fora, mas então precisamos ser curados nos voltando ao Senhor e Sua cruz e avançando para possuir nossas
promessas.

Devemos aprender a nos guardar de ensinos ou ministrações que nos colocam mais focados em nós mesmos do que em
Cristo. Muitos desses ensinos, que podem ser um grande desvio, de fato têm muita verdade neles, e nunca encontrei alguém
os promovendo que não fosse genuinamente interessado em tentar ajudar ao povo. Todavia, precisamos examinar seriamente
o fruto até do mais profissional ministério de aconselhamento e até o mais amadores de todos. Eles podem ser devastadores
em desviar crentes do verdadeiro caminho da vida – o conhecimento do próprio Senhor.

Muitos de nós continua tendo centenas de coisas erradas em nós. A estratégia do diabo é nos pôr focado em todos de uma
vez, nos quebrando pequenos pedaços para nos fatigar e facilmente derrotar. Essa é uma parte da estratégia do diabo para
“fatigar os santos”. É uma rede que poucos conseguem se livrar uma vez que tenha sido enredados em tal “auto-melhora”. Não
precisamos de auto-melhora – precisamos ser transformados pelo Espírito Santo. Não podemos nos consertar, mas confiar no
Espírito Santo para fazer isso. O jeito que Ele quase sempre age é focar um ou talvez duas coisas ao mesmo tempo. Quando
vencemos pelo menos uma coisa, a tendência é seguir em vitória em todas as outras áreas.

Nossa vitória sobre a carne não virá de tomarmos nossas cruzes. Fomos ordenados a tomar nossas cruzes com o propósito de
entregar nossas vidas pelo bem de outros, não por nós mesmos. A libertação que recebemos de nossos pecados somente virá
da cruz de Jesus. Ele é o Único que devemos buscar por nossa expiação e libertação do pecado. O caminho da real libertação
não vem de focarmos aquilo que está errado em nós, mas na glória do Senhor que nos transforma. Devemos ver aquilo que
está errado em nós para que recebamos o pesar que vem de Deus por nossos pecados que é a evidência do verdadeiro
arrependimento. Mas então devemos trazer nossa atenção para o único remédio para o pecado, a cruz de Cristo, e a única
libertação do pecado, que é contemplar Sua glória e ser transformado por ela.

Após fazer esse estudo das obras da carne, muitos me contaram o quanto foram convencidos de como estavam, tal como eu
fui enquanto os escrevia. Convicção é uma obra do Espírito Santo e é a evidência de Sua obra em nós. Porém, para que o
convencimento tenha seu resultado esperado, temos que ir à provisão. É o que vamos estudar agora.
Quando Israel cruzou o Jordão, imediatamente o maná parou e eles começaram a viver do fruto da terra. Logo, nós teremos
um tempo para também estudar o fruto do Espírito. De muitas formas a ressurreição de Jesus Cristo é a primícia da Terra
Prometida e andar no poder da Sua ressurreição é a evidência não apenas do poder dos dons do Espírito, mas, também, do
fruto do Espírito em nossas vidas.

*Tradução autorizada: Jônatas C. Damasceno

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