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16.3 Responsabilidade ambiental administrativa .................................... 26
24 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 44
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Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
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1 GESTÃO AMBIENTAL
Para que a empresa consiga manter sua Política Ambiental se faz necessário
o conhecimento das leis, a legislação aplicada pelo município, estado e
federal; quando os produtos são importados o conhecimento de leis
internacionais também são necessários; para agir de modo preventivo de
modo a não ter gastos com a remediação de risco a adoção de políticas mais
restritivas é uma estratégia contudo a Gestão Ambiental é de
Responsabilidade Social, pois a proteção do Meio Ambiente normalmente
realizada com o intuito econômico é um erro e deve-se buscar o benefício
comum da preservação da VIDA em seu sentido maior, a VIDA não só da
fauna e flora, mas a Vida HUMANA é necessária então uma Gestão
Socioambiental. (Apud MARTINS L. A. M. 2018).
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A visão atual das organizações com relação ao meio ambiente insere-se no
processo de mudanças que vem ocorrendo na sociedade nas últimas décadas, que
faz a empresa ser vista como uma instituição sociopolítica com claras
responsabilidades sociais que excedem a produção de bens e serviços. Neste
contexto, a responsabilidade social implica em um sentido de obrigação para com a
sociedade de diversas formas, entre as quais, a proteção ambiental.
Fonte:
unichristus.edu.br
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Todas as oportunidades e melhorias nos processos do negócio também devem
ser buscadas pelo SGA, a fim de reduzir os impactos de suas atividades produtivas
no meio. A norma ISO 14001, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
é a responsável por regulamentar o sistema, estabelecendo os requisitos de
implementação e operação. Este modelo sustentável de gerenciamento está
fundamentado em cinco princípios, que devem ser obedecidos pelas empresas:
Conhecer o que deve ser realizado, assegurando o comprometimento com o
SGA e definindo a política ambiental;
Elaborar um plano de ação voltado ao atendimento dos requisitos da política
ambiental;
Assegurar as condições para o cumprimento dos objetivos e metas ambientais
e implementar as ferramentas de sustentação necessárias;
Realizar avaliações quali-quantitativas periódicas de conformidade ambiental
da empresa;
Revisar e aperfeiçoar a política ambiental, os objetivos e metas e as ações
implementadas para assegurar a melhoria contínua do desempenho ambiental
da empresa.
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Ela é baseada no ciclo PDCA (Plan, Do, Check e Act):
Planejar: definição da política ambiental, impactos ambientais e metas
ambientais;
Executar: implementação do SGA e documentação, treinamento;
Verificar: auditorias ambientais e avaliação de desempenho ambiental e
Agir: ações de melhoria contínua.
Os dados para a certificação ISO 14001 são obtidos em auditoria externa, mas
a norma pode ser utilizada para autoavaliação, para avaliação por clientes ou por
organizações externas, sem necessariamente certificar a empresa-alvo da avaliação.
Internamente, de acordo com a norma, a empresa deve realizar auditorias do SGA em
intervalos planejados, verificando se ele é mantido corretamente. Estas auditorias
devem ser sistemáticas e independentes.
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1- Definição e comunicação do projeto, bem como a geração de um documento
detalhando as bases;
2- Revisão ambiental inicial para planejamento do SGA;
3- Implementação;
4- Auditoria e certificação.
No princípio da era industrial, nos séculos XVIII e XIX, não havia muita
preocupação com o meio ambiente. Afinal, a sociedade acabara de conhecer a
produção em massa e não existia outro método disponível, a não ser a queima em
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larga escala de combustíveis fósseis e o desmatamento de grandes áreas para manter
o ritmo das fábricas.
No século XX, percebeu-se que a natureza não tinha uma capacidade de
regeneração tão grande quanto a necessidade de extração de recursos. Iniciou-se
então um processo de “limpeza” das operações industriais, otimizando o consumo de
recursos naturais e já se pensando na ideia de recomposição e sustentabilidade.
Mas foi no fim do século XX, mais precisamente nos anos 80 e 90 que os níveis
de riqueza permitiram que exigências ambientais pudessem ser feitas e que surgisse
uma categoria de consumidores que se preocupasse com o meio ambiente na hora
de selecionar seus produtos.
Desde então, o nível de exigências, tanto dos consumidores, quanto dos
governos só tem crescido, de forma que o gerenciamento das questões ambientais é,
não só fundamental para o licenciamento da empresa, quanto também para seu
sucesso estratégico.
Praticar uma administração de recursos naturais neste nível, só é possível
através de um sistema de gestão ambiental.
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Fonte: engrenarconsultoria.com.br
Além do mais, o SGA trará o ferramental necessário para que a empresa atue
preventivamente em relação à gestão de resíduos, contaminação do solo, adaptação
às mudanças climáticas e uso eficiente de recursos naturais.
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Uma vez que o SGA foi implementado, o gerenciamento das questões
ambientais na empresa será muito mais simples e automatizado, uma vez que os
processos foram desenhados para obedecer a um padrão.
A conformidade aos requisitos legais estará garantida, evitando que a empresa
sofra com sanções por descumprimento à legislação. Haverá também um incremento
na vantagem competitiva da empresa, por se tratar de uma companhia certificada e
exposta ao mercado como ambientalmente responsável, o que pode melhorar os
resultados financeiros.
Há que se destacar também a vantagem econômica de se gerenciar
corretamente as questões ambientais, pois o uso racional de recursos como água e
energia geram produzem resultados positivos no resultado da companhia.
Além do mais, o SGA auxiliará na melhoria do desempenho ambiental dos
fornecedores, ajudando a evitar responsabilização por ações de terceiros.
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7 COMO TORNAR A GESTÃO AMBIENTAL DAS EMPRESAS RELEVANTE?
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Indiretamente, a gestão ambiental acaba sendo obrigatória, pois, mesmo que a
empresa não possua um departamento exclusivo para ela, sua prática acaba sendo
distribuída a outros setores, uma vez que a legislação precisa ser respeitada ao longo
do processo.
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Fonte:
revistaconstrua.com.br
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Os custos com consultoria dependem da complexidade dos processos da
empresa. Logo, uma organização que possua vários processos, com muitas
implicações, deverá consumir muito mais horas de consultoria que uma microempresa
com poucos colaboradores.
A falta de gestão ambiental pode ser muito perigosa para a empresa e para a
sociedade ao redor. Suas consequências podem ser desde multas e perda de
credibilidade junto à comunidade, até o sacrifício completo da operação da empresa.
Um exemplo disso é o caso da mineradora Samarco, que por não observar a
gestão ambiental e o risco ambiental na execução de suas obras, acabou provocando
o maior desastre ambiental da história do país, gerando bilhões de dólares em
prejuízos e fechando a operação da mineradora.
A gestão ambiental não é mais parte auxiliar dos processos das empresas, mas
está intimamente ligada à sua estratégia de gestão. (Apud ARRUDA G. L.).
Durante séculos a fio, a humanidade exerce uma influência incisiva nos meios
sustentadores da harmonia do planeta, caracterizando-se, com isso, como uma
sociedade de risco.
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Nesse contexto, na tentativa de reverter o presente quadro de perigo e prevenir
danos futuros ao meio ambiente, encontram-se leis que tratam da matéria e que
estabelecem, dentre outros feitos, aspectos considerados de imperiosa observação
nas análises relacionadas à implantação e operação dos empreendimentos produtivos
Para controle, a Administração Pública possui mecanismos através dos quais
autoriza e controla os interesses do Estado. Dentre os atos administrativos,
destacamos a licença para o presente estudo.
A Licença Ambiental corresponde ao instrumento administrativo que tem por
objetivos técnicos a verificação da viabilidade de um empreendimento e o controle, a
prevenção, o monitoramento, a mitigação e a compensação dos impactos ambientais
ocasionados pela atividade efetiva ou potencialmente poluidora.
O conceito de licenciamento ambiental pode ser encontrada na Resolução
CONAMA 237/97 que trata do tema, como sendo o procedimento administrativo pelo
qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a
operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer
forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e
regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.
Verifica-se, assim, ser a licença ambiental uma forma de controle da atividade
econômica, tendo por finalidade primordial a proteção da qualidade ambiental,
procurando evitar, diminuir/mitigar, controlar e/ou compensar os impactos decorrentes
da implantação e operação do empreendimento.
Boa parte do papel de prevenção e mitigação de impactos se dá através das
condicionantes que, em suma, representam qualquer obrigação, medida, atividade ou
diretriz, exigível como pressuposto de validade de uma licença, objetivando
conformar, controlar e adequar um empreendimento aos desígnios legais de proteção,
conservação, melhoria e uso sustentável dos recursos naturais.
Diante à sua vinculação com a validade das licenças ambientais,
apresentaremos no presente artigo os principais impactos, assim considerados, para
a gestão ambiental das empresas.
Das Condicionantes
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Como visto, as condicionantes são cláusulas do ato administrativo emitido
pelos órgãos públicos competentes que definem condições, restrições e medidas de
controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor (pessoa física ou
jurídica), visando à minimização ou até mesmo à compensação dos impactos
ambientais causados pelas atividades produtivas autorizadas a instalar e/ou operar.
Encontram-se regulamentadas no inciso II do art. 1º da resolução CONAMA
237/97 e devem guardar relação direta com os impactos ambientais da atividade ou
empreendimento identificados nos estudos requeridos no processo de licenciamento
ambiental, considerando os meios físico, biótico e socioeconômico, bem como ser
proporcionais à magnitude desses impactos.
Brandt e Avelar explicam que por princípio, as Condicionantes Ambientais
consistem nos compromissos e garantias que o empreendedor deve assumir com
base em seu projeto e nos programas e medidas mitigadoras previstos nos estudos
ambientais; compromissos e garantias essas que, necessariamente, tanto por força
dos limites e padrões previstos em normas e leis, quanto em função dos Objetivos e
Metas que se busca para a mitigação dos impactos ambientais prognosticados.
E continuam discorrendo que em função da especificidade das Condicionantes
estabelecidas, e dos interesses que as trouxe ao processo, observa-se que em muitos
casos estas Condicionantes passam a ser a principal base, e talvez a única, de
verificação de conformidade ambiental do empreendimento na fiscalização ou na
revisão das licenças ambientais, em detrimento da verificação do cumprimento dos
planos e programas propostos ou mesmo das diversas recomendações contidas nas
medidas mitigadoras propostas no estudo ambiental (EIA).
A Cartilha de Licenciamento Ambiental (BRASIL, 2007), elaborada pelo
Tribunal de Contas da União em conjunto com o IBAMA, ao discorrer sobre as
condicionantes presentes nas licenças ambientais, assevera que se obtempera que
as condicionantes são obrigações adicionais (e nem por isso menos importantes) e
não substituem os requisitos que devem ser observados previamente à concessão da
licença ambiental. Assim, não devem as condicionantes servir como procrastinadoras
de exigências elementares e basilares que devem ser avaliadas e cumpridas antes
mesmo da expedição da licença.
Percebe-se, assim, que a finalidade precípua das condicionantes é garantir a
adequada proteção ao meio ambiente em relação a uma atividade potencial ou
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efetivamente degradadora (prevenção, mitigação, controle e/ou compensação dos
impactos), durante a instalação, operação e encerramento/descomissionamento das
atividades, nos prazos fixados pelo órgão ambiental.
Além disso, as condicionantes devem ter nexo direto, imediato e proporcional
com os impactos ambientais do empreendimento ou atividades licenciadas, sendo
vedado seu uso para substituir políticas públicas, adotar critérios proibidos pelo direito
vigente ou internalizar questões que não dizem respeito aos impactos negativos
decorrentes do empreendimento/atividade sujeita ao licenciamento.
A portaria interministerial MMA/MJ/MINC/MS 60/15 preceitua, no art. 7º, § 12 e
art. 16, § 2º, que as condicionantes enviadas pelos intervenientes devem guardar
"relação direta com os impactos” adversos decorrentes da atividade ou do
empreendimento identificados nos estudos ambientais e deverão “ser acompanhadas
de justificativa técnica".
Ademais, as condicionantes devem ser proporcionais, fazendo com que a carga
que recaia sobre o proponente do projeto não seja descolada dos impactos adversos
causados pelo empreendimento ou atividade que se pretenda licenciar.
As condicionantes devem ser empregadas para gerenciar os impactos do
empreendimento, não se podendo utilizar o licenciamento ambiental como mero
balcão de troca, com compensações que não possuem relação de nexo e proporção
com o impacto causado pelo empreendimento que se está licenciando.
Assim sendo, constitui prerrogativa do órgão ambiental revê-las mediante
análise técnica e jurídica do caso concreto. Desse modo, demonstrada a necessidade
de revisão da obrigação para adequação, por perda de objeto ou um fato novo
(alteração das condições ou contexto fático, novas tecnologias/alternativas,
mudanças no projeto, alterações legislativas, etc), poderá o órgão ambiental de ofício
ou mediante requerimento da parte interessada, alterar o conteúdo das obrigações
(condicionantes) previstas no âmbito do licenciamento ambiental. De igual modo,
prorrogar o prazo para o adimplemento das obrigações quando pertinente.
É de suma importância a tratativa acima, pois o descumprimento das
condicionantes pode acarretar sanções diversas nas esferas administrativa, cível e
até mesmo criminal, além de impactar de forma negativa quando da renovação da
validade da licença em voga, conforme será tratado no próximo tópico.
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10 O QUE É IMPACTO AMBIENTAL?
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Fonte: racismoambiental.net.br
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atividade. E os impactos ambientais são grandes e descontrolados: degradação de
ambientes de delicado equilíbrio ecológico (dunas e manguezais), alteração de canais
naturais de rios e dos aspectos paisagísticos.
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Após essa substituição, ainda é preciso conter as plantas que naturalmente
cresciam ali. Esta ação destrói o capital genético do planeta e altera o equilíbrio dos
ecossistemas.
Além disso, a agricultura moderna é mecanizada. Ou seja, utiliza equipamentos
como tratores e outros maquinários agrícolas. E estas máquinas são movidas a
combustíveis fósseis que poluem o ar.
Outro problema é a utilização de insumos agrícolas. São os adubos químicos,
corretores do solo, agrotóxicos e demais produtos químicos utilizados na produção
em massa. A água das chuvas e da irrigação leva esses produtos para os rios,
causando a contaminação da água.
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15 IMPACTOS AMBIENTAIS NO BRASIL
Cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, além da Região
Metropolitana de São Paulo são áreas que sofrem com estes problemas, bem
como outras grandes cidades brasileiras. (Apud BRITO R. 2018)
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Fonte: vidaemebulicao.blogspot.com
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16 DA RESPONSABILIDADE AMBIENTAL PELO DESCUMPRIMENTO DAS
CONDICIONANTES
A Constituição Federal de 1988, no §3º do art. 225, determina que aqueles que
praticam atividades consideradas lesivas ao meio ambiente poderão sujeitar-se, de
forma cumulativa, às sanções nas esferas penal, civil e administrativa.
Assim sendo, passemos então a analisar a possibilidade de responsabilização
penal, civil e administrativa das empresas pelo descumprimento de condicionantes
presentes nas Licenças ambientais e pelos danos ambientais porventura ocasionados
pelo não atendimento dessas.
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16.2 A responsabilidade civil ambiental
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ou suspensão das atividades, (V) apreensão, destruição e demolição e (vi)
revogação/cassação de licenças/autorizações.
Para a imposição das penalidades, é necessário identificar o infrator,
estabelecer o nexo de causalidade e verificar o dolo/culpa do infrator para a ocorrência
do fato (responsabilidade subjetiva).
No Estado de Minas Gerais, diferentemente dos demais estados federados,
além da multa simples pelo ato de descumprimento de condicionante acresce-se ao
valor da multa 30% a mais por condicionante descumprimento e 0,5% por relatório ou
atendimento considerado intempestivo.
Com isso, como exposto no item acima, recomenda-se, além da revisão do
mérito das condicionantes quando imprescindível à sua adequação, o atendimento
tempestivo ou a sua justificativa junto o órgão ambiental quanto ao não cumprimento
das condicionantes em tempo hábil.
Desde a década de 70, a legislação ambiental evolui aspirando à
compatibilização da proteção ao meio ambiente e do desenvolvimento dos
empreendimentos econômicos. A sociedade tem voltado os seus olhos para o setor
produtivo e cobrado deste uma postura ambientalmente coerente com as políticas
públicas e seus preceitos.
As condicionantes ambientais são obrigações que se encontram previstas nas
licenças e autorizações emitidas pelo poder público competente.
Elementos de interesse público, as condicionantes devem guardar relação
direta, imediata e proporcional com o impacto causado, não podendo substituir
políticas públicas imputadas a certos órgãos estatais, atentar contra o ordenamento
jurídico ou internalizar questões que não dizem respeito ao controle ambiental.
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cavidades naturais, áreas remanescentes de quilombos, áreas indígenas e ruído. As
análises dos impactos permitirão, além da viabilização do projeto, a definição de
medidas mitigadoras e de compensação eficazes àqueles percebidos.
Somado aos benefícios acima apontados, podem ainda ser relacionadas (i) a
redução/eliminação de multas, passivos e acidentes; (II) melhoria da imagem da
empresa junto à comunidade; (III) conhecimento da legislação aplicável ao
empreendimento de modo sistematizado; (IV) determinação de uma diretriz única de
gestão organizacional e, por fim, (V) o aumento da competitividade no mercado.
Assim, resta claro que o gerenciamento dos aspectos e riscos ambientais
minuciosamente estudados e tratados dos projetos de infraestrutura em qualquer
realidade organizacional, não deve ser enxergado como algo periférico e sim, como
instrumento estratégico e hábil à uma diferenciação competitiva nos mercados, além
da redução de custos, meta tão almejada em momentos de instabilidade econômica.
Boa parte dos rios brasileiros está poluída, afetando peixes e outros animais e
prejudicando famílias ribeirinhas que dependem da pesca. A poluição hídrica também
favorece a transmissão de doenças, como a cólera, disenteria, verminoses e hepatites
A e B, e pode comprometer ainda o abastecimento de água nas grandes cidades. Em
geral, a poluição das águas está diretamente associada a outras questões ambientais,
como o desmatamento, o descarte inadequado do lixo e a emissão de gases poluentes
na atmosfera, que precisam ser discutidas e enfrentadas pelo poder público,
empresas e cidadãos.
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Para Heringer, a poluição tira o prazer de uma pessoa contemplar um rio,
porque ninguém quer estar à beira de um rio poluído e malcheiroso. Essa poluição
traz impactos negativos na questão estética e na saúde humana, o que, segundo ele,
demonstra um nível de mentalidade incompatível com o que a natureza necessita. A
má qualidade da água impede que ela seja utilizada sem o devido tratamento.
No país, as fontes de água doce, em geral, recebem lixo sólido, agrotóxicos e
outros produtos químicos, além do esgoto de residências, hospitais e até resíduos
industriais.
“O tratamento do esgoto não está sendo bem feito no Brasil. Nos poucos
locais onde há tratamento, ele é insuficiente. Trata-se apenas uma parte e
não de forma completa. Estamos produzindo esgoto e lixo que caem na água,
tornando-a impossível de ser utilizada, tanto por seres humanos como pelas
plantas e demais animais. Então, o impacto sistêmico na natureza é muito
negativo, porque interfere na cadeia alimentar de todos os seres vivos”, alerta
Apolo Heringer. (Apud VALADARES Warlen, 2018).
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Fonte: pensamentoverde.com.br
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Maria Drumond considera que iniciativas que promovem o uso sustentável dos
recursos naturais disponíveis em biomas brasileiros e ações educativas de longo
prazo, direcionadas à população geral, indicam a melhor forma de administrar a
questão ambiental. “Essas ações não devem estar isoladas do contexto social. Eu
vejo a educação ambiental como a possibilidade de transformação da sociedade em
todos os níveis, atuando na causa do problema, não pontualmente. Por exemplo, fazer
brinquedo com garrafa pet pode ser educativo, mas será que temos que consumir pet
mesmo? Ou devemos atuar nas raízes do problema, trabalhando na postura política,
lidando com os interesses econômicos? Acho que esse processo educativo deve ser
sistêmico”, argumenta. (Apud VALADARES Warlen, 2018).
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Apesar disso, de acordo com Portillo (2010), é somente a partir da década de
1970 que se inicia a internalização das questões ambientais nas organizações,
motivado em muitos casos pela pressão de novas normas e exigências ambientais,
ou pela pressão de movimentos ambientalistas, que utilizavam denúncias,
manifestações e boicotes e, ainda, pelos próprios empresários que se mostravam
mais conscientes em termos de meio ambiente e adotavam iniciativas nessa área.
Em termos globais, a inserção definitiva das questões ambientais como
limitante ao desenvolvimento ocorreu com a divulgação do relatório “Nosso futuro
comum”, em 1987, pela Comissão Mundial de Meio Ambiente e também com a
realização da Conferência Mundial para o Desenvolvimento e o Meio Ambiente, em
1992, no Rio de Janeiro, na qual o conceito de desenvolvimento sustentável foi
apresentado como uma das saídas para o impasse decorrente da necessidade de
continuar o crescimento econômico e considerar a possibilidade de esgotamento dos
recursos naturais (DIAS, 2014, Apud ALVES R. R.,2018).
De um lado, estão as organizações com suas necessidades inadiáveis de
maior participação em fatias de mercado, melhoria de imagem institucional e busca
pelo lucro; do outro lado estão as pessoas que necessitam do trabalho fornecido pelas
empresas para garantir seus salários e, com isso, sua própria sobrevivência. Além
disso, as pessoas precisam atender às suas necessidades, comprando os produtos
fabricados pelas empresas e pagando os impostos e recebendo em troca a
infraestrutura e diversos serviços proporcionados pelos governos.
Entre os dois agentes (empresas e pessoas) está o meio ambiente, que possui
a função de proporcionar suporte à vida, fornecer matéria-prima para as empresas e
assimilar resíduos gerados pelos processos produtivos e pelos consumidores.
Algumas décadas atrás, obter matérias-primas do meio ambiente e utilizá-lo
como depositário de resíduos não era problema. Julgava-se que os recursos naturais
eram inesgotáveis. Hoje, verifica-se que as questões ambientais têm assumido papéis
importantes nunca antes alcançados na história da humanidade. A problemática
ambiental não se limita tão somente à falta de matérias-primas para as empresas ou
acúmulo de resíduos sólidos urbanos, mas também à geração de diversos outros
problemas. A alteração das condições naturais do planeta, graças às constantes
intervenções humanas, causou profundos desequilíbrios no clima, provocando
situações incomuns em diversas partes do globo terrestre.
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A solução para a problemática ambiental passa pela responsabilidade das
empresas em buscar fontes de matérias-primas renováveis, fabricar produtos
utilizando energias limpas e cujos resíduos possam ser assimilados pelo meio
ambiente. Além disso, as empresas passam a agir com responsabilidade social e
ambiental, contribuindo para o progresso da sociedade e para a proteção do meio
ambiente. Torna-se competitivamente insustentável a existência de empresas que não
operem buscando esses tipos de responsabilidades.
A responsabilidade ambiental também passa pela educação e consciência das
pessoas. Se as empresas poluem o meio ambiente com seus produtos tão
necessários à vida moderna é porque existe o consumidor que os adquire. Exigir que
as empresas tenham uma maior responsabilidade social e ambiental também é função
dos consumidores, que, primeiramente, devem fazer a sua parte nesse processo.
Destaca-se que um mediador entre as empresas e as pessoas na questão do
consumo social e ambientalmente responsável é o governo. Por meio de leis e
regulamentações, o Estado é capaz de interferir a favor de produtos mais “amigáveis”
ao meio ambiente, que são conhecidos como produtos verdes. Contudo, esses
instrumentos legais nem sempre são eficientes, restando ao consumidor
desempenhar o seu papel, que é exigir o compromisso social e ambiental das
empresas e, se for necessário, exercer também pressão sobre seus governos.
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procedimentos para proteger a integridade dos meios físicos e bióticos, bem como dos
grupos sociais que deles dependem. Inclui também, o monitoramento e o controle de
elementos essenciais à qualidade de vida, em geral, e à salubridade humana, em
especial”.
Nesse sentido, o gestor ambiental é o profissional com formação
multidisciplinar e interdisciplinar, com uma visão holística que vai trabalhar
diretamente com a gestão ambiental, elaborando projetos com o objetivo de alcançar
resultados positivos em relação ao meio ambiente, bem como a redução dos impactos
ambientais provocados pelas ações do homem, melhorando a qualidade de vida, para
que todos se sintam bem em um ambiente menos poluído, além de garantir o uso mais
racional dos recursos naturais, preservando-os para as gerações vindouras e
contribuindo para a sustentabilidade econômica, social e ambiental.
A profissão de gestor ambiental é nova no mercado, mas é uma área que está
em expansão devido às exigências ambientais da atualidade, este profissional pode
atuar em empresas e instituições públicas que pretendem incorporar o conceito de
sustentabilidade. Diante do cenário vigente, da crescente globalização dos mercados,
a gestão ambiental é um fator estratégico de competitividade para as organizações
que pretendem se manter ativas, competitivas e com uma boa imagem. Sendo assim,
o gestor ambiental tem o papel de encontrar alternativas de projetos e técnicas para
a manutenção do equilíbrio ambiental, desta forma, é importante que este profissional
desenvolva suas atividades de forma integrada com as novas tecnologias e em
sintonia com seu conhecimento técnico o que resultará em uma gestão inovadora com
responsabilidade socioambiental, que leve em consideração a preservação ambiental
e melhoria da qualidade de vida.
O gestor ambiental é o responsável por organizar, dirigir e controlar atividades
relativas ao meio ambiente. Entre tais atividades, merecem destaque o planejamento,
o gerenciamento e a execução de tarefas voltadas para o diagnóstico socioambiental,
a avaliação de impactos, proposição de medidas mitigadoras (tanto preventivas como
corretivas), a recuperação de áreas degradadas e monitoramento da qualidade
ambiental visando à promoção do desenvolvimento sustentável, enfim, a adoção de
medidas voltadas para a obtenção de efeitos positivos sobre o meio ambiente, seja
reduzindo ou eliminando danos ou problemas de origem antrópica (atuação reativa),
seja evitando seu aparecimento (atuação preventiva).
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O gestor ambiental tem grande responsabilidade e deve ser étnico para
administrar os recursos naturais e propor técnicas científicas para minimizar os
impactos ambientais provocados pelas ações humanas. Além de todas as
características citadas, cabe destacar que todo gestor ambiental é também um
educador ambiental, pois assume um papel importante para um novo modelo de
desenvolvimento, promover a gestão racional e equilibrada dos recursos naturais.
A atuação do gestor ambiental como educador ambiental é:
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Fonte: conexaoplaneta.com.br
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Dessa forma, a finitude dos recursos naturais começa a ser mais percebida e
vigiada. É nesse sentido, e com tal percepção, que as empresas inauguram os anos
noventa e adentram o século dois mil, gerindo o meio ambiente.
O sistema de gestão ambiental é um instrumento com procedimentos
semelhantes a qualquer nível gerencial de uma empresa moderna, como por exemplo,
gestão financeira, ou de produção, marketing, ou recursos humanos. Sua
particularidade é a importância conferida às questões ambientais da empresa, daí a
denominação específica para a gestão que controla: uso racional de matérias-primas,
insumos, energia, água, ar e também se preocupa com processos produtivos que
cause menores danos à natureza, mediante a redução de sucatas, resíduos sólidos e
líquidos, lixo e degradação ambiental em geral.
Verificamos então, que o gerenciamento ambiental é uma das atividades mais
importantes relacionadas com qualquer operação industrial. De modo geral, o
gerenciamento ambiental está ligado aos sistemas organizacionais e programas que
visam a questão práticas tais como:
-Controlar e reduzir os impactos do meio ambiente,
-Cumprir as leis e normas ambientais,
-Desenvolver tecnologia apropriadas para eliminar resíduos ambientais,
-Eliminar ou reduzir os riscos ao meio ambiente e ao homem,
-Utilizar tecnologia limpa com objetivo de reduzir gastos de energia e materiais,
-Melhorar o relacionamento com a comunidade e com o Governo,
-Antecipar as questões ambientais que podem causar ao meio ambiente e/ou
a saúde humana.
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Objetivos e metas ambientais são estabelecidos com base na significância dos
aspectos e impactos ambientais, na disponibilidade de recursos e no alinhamento com
a Política Ambiental da empresa e com os requisitos legais pertinentes.
Programas Ambientais são estabelecidos para que sejam atingidos os objetivos
e metas ambientais definidos e para cumprir integralmente a Política Ambiental.
Monitoramentos e inspeções de equipamentos e instalações são efetuados, de
acordo com procedimentos específicos, para permitir o controle e a avaliação contínua
destes, assegurando, assim, manutenção do padrão de desempenho ambiental.
Em intervalos de tempo, devidamente especificados, são realizadas Auditorias
do Sistema de Gestão Ambiental para avaliar o nível de conformidade das práticas
empregadas com os requisitos do Sistema de Gestão Ambiental e da Política
Ambiental.
Os riscos e perigos ambientais relacionados aos produtos, serviços e atividades
são estudados, conhecidos e registrados. Planos de Ação de Emergência são
estabelecidos para mitigar ou minimizar os impactos ambientais provocados por
eventuais acidentes.
Periodicamente a Alta Administração da Empresa deverá reunir-se e efetuar
Análise Crítica do Sistema de Gestão Ambiental, definindo, sempre que necessário,
ações apropriadas à melhoria do desempenho ambiental da Organização. "A
competitividade ambiental" implica certamente em modernização de todo o processo
produtivo, que vem ganhando, mundialmente, um novo alvo além da busca da
produtividade e da otimização dos custos. De certa forma, pode-se dizer que os
processos de modernização da produção incorporam, intimamente, os conceitos de
redução de impactos ambientais.
Com o estabelecimento de objetivos e metas de qualidade ambiental,
identificando e influenciando fornecedores com potencial poluidor, demonstrando aos
mesmos, oportunidades de melhorias as grandes Empresas atingem resultados
excelentes no seu sistema de gestão ambiental.
Com tudo isso, concluímos que o Sistema Gestão Ambiental faz parte de um
esforço integrado e contínuo de toda cadeia produtiva de uma empresa na busca da
excelência ambiental. A postura pragmática conduz a empresa a gerir seu sistema
ambiental através de desenvolvimento de tecnologias limpas, com atividades de
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natureza estratégica, portanto, os investimentos e o comprometimento de todos os
colaboradores e da alta administração podem ser traduzidos em:
A redução de custo por meio de reciclagem de subprodutos do processo
industrial.
A redução no consumo de insumos.
A melhoria da qualidade de vida no trabalho.
Fortalecimento da imagem da empresa entre clientes e comunidade local.
Melhoria na qualidade das relações com os órgãos governamentais.
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Tratamento e reutilização da água e outros recursos naturais dentro do
processo produtivo.
Criação de produtos que provocam o mínimo possível de impacto ambiental;
Uso de sistemas que garantem a não poluição ambiental. Exemplo: sistema
carbono zero;
Treinamento de funcionários para que conheçam o sistema de
sustentabilidade da empresa, sua importância e formas de colaboração;
Criação de programas de pós-consumo para retirar do meio ambiente os
produtos, ou partes deles, que possam contaminar o solo, rios, etc.
Nos hospitais, as questões ambientais têm várias soluções sustentáveis como:
a coleta seletiva do lixo, economia dos insumos (água, energia elétrica e gás),
realização de campanhas e treinamentos para os funcionários do hospital.
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Aquisição de containers e de caixa compactadora de resíduos ampliando o
manejo dos resíduos.
Fonte: smashingmagazine.com
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garantir que se encontram informados e que se orientam pelos mesmos
princípios de gestão ambiental;
Prevenir lesões e doenças de seus colaboradores;
Todos os processos, atividades e serviços serão realizados com base na
preservação do meio ambiente, respeitando a saúde e segurança dos colaboradores,
clientes, fornecedores, comunidade e partes interessadas.
Essas ações de mitigação dos impactos de toda a operação hospitalar envolve
a mobilização e o comprometimento de colaboradores, fornecedores e demais
públicos que são envolvidos nos processos da Gestão ambiental.
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23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 11. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2008.
FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental. São Paulo: Editora
Saraiva, 2004. 5. ed.
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24 BIBLIOGRAFIA
Philippi Jr. Arlindo. Curso de Gestão Ambiental. 2ª Ed. 2013. ISBN 9788520433416.
PEARSON BRASIL. Gestão Ambiental. 1ª Ed. 2010. Editora Pearson Brasil. ISBN:
8576056984.
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