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Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Departamento de Oceanografia e Limnologia

FISIOGRAFIA DO FUNDO OCEÂNICO E FEIÇÕES DO


AMBIENTE MARINHO

Prof. Henrique Borburema

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ZONAS DO RELEVO Expansão térmica das rochas → grandes
OCEÂNICO montanhas submarinas

Planícies
abissais

Zona continental Resfriamento e Dorsal meso- Limites de zonas


costeira contração das oceânica convergentes 2
rochas
MARGENS
CONTINENTAIS Sub-províncias características de margens continentais
passivas (não ocorre em limite tectônico)

• Zonas de transição entre a


crosta continental e a crosta
oceânica;

• Estão localizadas entre a zona


costeira dos continentes, ao nível
do mar, até regiões de mar
profundo com até 5 km de
profundidade;

• Importância econômica e social:


transporte naval, recursos
naturais, extração de mineral e de
petróleo.

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MARGENS
CONTINENTAIS
talude
200 m
400
1200
zona 600 1400
costeira 800
1600
1000
1800

plataforma
continental
platô

borda de
plataforma

cânion Sopé ou elevação continental

Platôs: feições semelhantes às plataformas continentais, entretanto ocorrem a profundidades


maiores (entre 200 e 2400 m), sendo separados das mesmas por meio de um talude
continental incipiente.
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PLATAFORMA ± 300km
Alargamento
CONTINENTAL decorrente do grande
aporte sedimentar do
rio Amazonas

• Declive pouco acentuado e o aumento progressivo da


profundidade até cerca de 200 metros → queda brusca da
profundidade → talude continental;

• Largura extremamente variável (no Brasil, varia de 8 a


300km);
± 8km

± 50km
Alargamento
decorrente do
Banco de
Abrolhos

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PLATAFORMA
CONTINENTAL

Isoterma de
10°C
➢ Sub-divisão biológica
• Província nerítica: supralitoral (limite
das marés; exposto), mesolitoral ou Isoterma de 4°C
litoral (coberto na maré alta) e
sublitoral ou infralitoral (coberto na
maré baixa).

➢ Distribuição de organismos de acordo Estabilidade térmica

com as características físico-químicas,


grau de exposição e substrato.

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• - Invertebrados marinhos em zonas intertidais para sobreviver às condições adversas podem ter o
comportamento de enterrar-se no substrato, alojar-se em fendas ou serem fortemente aderidos ao
substrato (ex.: cracas, mexilhões, ostras, anêmonas, etc.)
• - Em ambientes intertidais durante a maré baixa os organismos presentes em costões
rochosos ficam submetidos a períodos de dessecação, temperaturas mais altas e a força das
ondas;
• - Há um nítido padrão de zonação em costões rochosos de acordo com a tolerância dos
organismos à dessecação, maiores temperaturas e resistência ao hidrodinamismo:
TALUDE
CONTINENTAL Como se formaram os cânions submarinos?
Correntes de densidade durante as regressões
do nível do mar; correntes de turdibez →
avalanche de sedimentos.

• Zona da margem continental


localizada entre a quebra da
plataforma continental, em
profundidades de 200 m, até
profundidades entre 3-5 km;
• Largura variada: 20 km margens
ativas; 100 km margens passivas;
• Declive acentuado;
• Presença de cânions submarinos e
depósito sedimentar.

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ELEVAÇÃO
CONTINENTAL

• Também conhecida como sopé


continental;
• Estende-se da base do talude até
a planície abissal, profundidades
> 5 km;
• Relevo irregular → montes e
platôs submarinos;
• Fim da transição entre a crosta
continental e a crosta oceânica.

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BACIAS
OCEÂNICAS

• Planícies abissais – cobrem cerca de 30 %


do assoalho oceânico; relevo plano; prof
4 – 5 km;
• Colinas abissais - domos ou colinas
alongadas, com alturas inferiores a 1000
m e largura variando entre 100 m a 100
km;
• Montes submarinos - muitos são vulcões
com topos cônicos e encostas íngremes
que chegam a mais de 1000 m acima do
assoalho marinho, mas não alcançam a
superfície do oceano;
• Fossas oceânicas (ou abissais) - regiões
mais profundas da Terra. Relativamente
íngremes, longas, com depressões https://www.batepapocomnetuno.com/post/o-assoalho-oce%C3%A2nico-
margens-continentais-bacias-oce%C3%A2nicas-e-cordilheiras-
estreitas, de 3 a 5 km mais profundas do
mesoce%C3%A2nicas
que o assoalho oceânico ao redor.
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Placa Euro-Aiática

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Deriva continental
Evidências: padrões para terremotos e
vulcões no mundo

Zonas sísmicas no mundo. Fonte:


https://static.mundoeducacao.uol.com.br/mundoeducacao/conteudo/zonas-sismicas.jpg
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Tectônica de placas
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Relevo oceânico ao longo da Fossa das Marianas

A Fossa das Marianas é


resultado da colisão da
placa tectônica do
Pacífico (crosta
oceânica) com a Placa
das Filipinas (crosta
oceânica) que formou,
além da fossa, um
conjunto de ilhas no
centro do Oceano
Pacífico.

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BACIAS
OCEÂNICAS
Cordilheiras meso-oceânicas

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20
BACIAS
OCEÂNICAS

• Cordilheiras meso-oceânicas:
• Região central dos oceanos;
• Formadas por vulcanismo pelas fissuras
dos limites divergentes;
• Os picos mais elevados podem formar
ilhas e arquipélagos acima da
superfície do mar.
• Ex: Arquipélago de São Pedro e São
Paulo e a Islândia.

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BACIAS
OCEÂNICAS
Dorsal Meso-Oceânica com vista do rift-valley na
Islândia.

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BACIAS
OCEÂNICAS
“O arquipélago de São Pedro e São Paulo é a única localidade
oceânica até hoje conhecida em que ocorre a exposição in situ do
manto abissal acima do nível do mar.”

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OUTRAS
FEIÇÕES

➢ Fumarolas submarinas ou
fontes hidrotermais Fumarola negra do campo de fontes hidrotermais do limite
divergente de placas do Atlântico Norte
• Gêiseres no assoalho oceânico;
• Localizam-se geralmente em limites
divergentes de placas tectônicas;
• Podem atingir 400°C sem entrar em
ebulição devido à alta pressão que a
coluna d’água;
• Fluido hidrotermal rico em metais como
ferro, zinco, cobre, chumbo e cobalto
(altas temperaturas e contato com
magma) → o contato do fluido hidrotermal
com as águas geladas profundas precipita
estes metais em formato de torres
hidrotermais de até 60 m de altura;
• Microrganismos anaeróbicos que
realizam sulfato-redução.
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OUTRAS
FEIÇÕES
Mapa batimétrico do vulcão submarino de
Kolumbo no Mar Egeo
➢ Vulcões submarinos

• Formados a partir de fissuras do


assoalho oceânico → o extravasamento de
magma do manto;

• Zonas de anomalia de calor no manto,


conhecidas como pontos quentes (Hot
Spots), como o Hot Spot do Havaí ou da
Cadeia Vitória-Trindade no Brasil.

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OUTRAS
FEIÇÕES

➢ Platôs oceânicos

• Vulcanismo submarino em grandes


proporções → platôs oceânicos →
grandes elevações com até 3 km de
altura, caracterizadas por uma
superfície de topo plana e bordas
íngremes;

• 184 platôs oceânicos, cobrindo


uma área de 5,11 % dos oceanos;

• Extinção de vida marinha →


formação dos platôs de Ontong e o
Caribenho, entre 110 e 100 milhões
de anos atrás, resultou em uma das
maiores extinções da vida marinha.

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OUTRAS
FEIÇÕES

MONTES SUBMARINOS
E ILHAS OCEÂNICAS

Movimentação da placa
litosférica sobre o Hotspot
(extravasamento do magma da
pluma mantélica)

Formados geralmente próximos


às dorsais meso-oceânicas e em
áreas de convergência de placas.

Quando afloram acima da


superfície, formam as ilhas
vulcânicas.

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Montes submarinos e
ilhas oceânicas

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OUTRAS
FEIÇÕES

Ilha oceânica em formato circular formado pela interação entre diferentes


processos geológicos ao longo do tempo.
Gerando montanhas e ilhas. Recifes de corais se desenvolvem próximo a
ATÓIS superfície, formando uma franja de corais circular ao redor da margem da ilha
vulcânica;
Afundamento da crosta oceânica e pela ação erosiva das ondas, formando uma
laguna na parte central da ilha.
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Atol das Rocas
Atol das Rocas

Brasil

Latitude: 03°50’30" S
Longitude: 33°49’29" W
N 230 Km da costa

Atlantic Ocean

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31
Elevação continental

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ECOSSISTEMAS RECIFAIS

RECIFES DE CORAIS
• Edificações biogênica;
• Formação carbonática: corais
como comunidades construtoras;
• Maior biodiversidade global;
• Regiões tropicais e subtropicais;
• Águas oligotróficas (baixas
concentrações de nutrientes);
Recife de Maracajaú
• Ameaça quanto às mudanças Foto: Marcelo landim
climáticas globais: aumento da
temperatura e acidificação dos
oceanos.

Heterogeneidade de
hábitats
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ECOSSISTEMAS RECIFAIS

OUTROS ECOSSISTEMAS RECIFAIS


• Bancos de arenito ou
beachrocks(grãos de quartzo
cimentados com CaCO3); Recife de arenito de praia. Natal, RN.
• Arenito com associações de
corais;
• Banco de rodolitos (algas
coralináceas)

Fundo coberto por rodolitos na APA Costa das Algas (ES).


Rocha et al. (2020) 34
Mapa das construções carbonáticas, inorgânicas e recifais presentes na região de Touros–RN (a) e entre São
Bento e Macau–RN (b). Fonte: Santos et al. (2007)

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Documentário Expedição para a Fossa das
Marianas: Deepsea Challenge 3D

Arquipélago São Pedro e São Paulo


https://www.youtube.com/watch?v=1z_Rfq33Pv8

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