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GEOGRAFIA GERAL

GEOGRAFIA GERAL - ESPAÇO NATURAL - ESTRUTURA


E DINÂMICA DA TERRA - FORMAS DE RELEVO E
RECURSOS MINERAIS
ESTRUTURA E DINÂMICA DA TERRA: FORMAS DE RELEVO E
RECURSOS MINERAIS
ͫ Relevo: diferentes formas da superfície terrestre ou litosfera.
ͫ Formas de relevo: com menor ou maior altitude, com formas planas, acidentadas, côn-
cavas ou íngremes. Os distintos formatos presentes na crosta terrestre são resultado de
agentes transformadores e modeladores do relevo.
ͫ Altitude: é a distância vertical entre um ponto da superfície terrestre e o nível do mar. É
diferente de altura que a distância entre a base e o topo do objeto em apreciação.

MODIFICADORES DAS FORMAS DO RELEVO


ͫ São dois tipos de agentes:
» Agentes endógenos ou internos: são ocasionados pela dinâmica interna do planeta
Terra: movimentações tectônicas, abalos sísmicos e vulcanismo.
» Agentes exógenos ou externos: são os agentes modeladores do relevo provocam
erosão, desgaste e acomodação por meio do intemperismo: precipitações como
chuvas, neve e granizo, oscilações de temperatura e pressão atmosférica, o vento e
os seres vivos, em especial os humanos.
Características gerais do relevo continental:
» É característico da porção emergente da litosfera, ou seja, se distingue do relevo
oceânico ou submerso.
» Apresenta enormes irregularidades em consequência da ação erosiva e sedimentar
do vento, da chuva e dos rios , e também dos movimentos tectônicos ao longo do
tempo.

RELEVO SUBMARINO
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Ilustração com algumas das formas de relevo submarino e outros aspectos. Ilustração: stihii
/ Shutterstock.com
No fundo dos oceanos podemos encontrar formas de relevo semelhantes aos dos continentes,
contudo, têm algumas características próprias.
» Plataforma continental: é a continuidade do continente submergida. É o prolonga-
mento da planície costeira em direção ao fundo dos oceanos. A região apresenta
declive suave em relação ao continente e permanece plana. É formada por rochas
sedimentares e tem profundidade média de 200 metros. É nessa porção da crosta
oceânica que ocorrem as pesquisas e a exploração de petróleo.
» Talude: Porção do relevo submarino que se caracteriza por uma inclinação acen-
tuada e estreita, que tem início aproximadamente em 200 metros de profundidade
e mergulha abruptamente da borda oceânica até os 2000 metros, onde encontra
o assoalho oceânico.
» Zona Abissal ou Região Pelágica: É a porção mais profunda do modelado oceânico,
onde são encontradas diversas formas de relevo como as fossas marinhas. Tem
aproximadamente 8000 metros de profundidade e ainda é pouco conhecida, uma
vez que em tal profundidade as condições de pressão, visibilidade e temperatura
ainda são um limite para o ser humano.
Outras formas de relevo na crosta submersa oceânica:
» Montes Marinhos: são montanhas submarinas, isoladas que permanecem
submersas.
» Ilhas oceânicas: Forma de relevo que alcança a superfície criando ilhas. Em geral é
formada por um vulcão ou mais vulcões que ao entrar em erupção seguidas vezes,
foi ganhando altitude até alcançar a superfície. As ilhas havaianas, por exemplo,
foram formadas por um processo como este.
» Dorsal Mesoceânica: cadeias de montanhas localizadas no fundo dos oceanos.
Constituídas por processos tectônicos, da mesma forma que as cadeias de monta-
nhas continentais.
» Bacia oceânica: com uma profundida de 2000 a 5000 metros. Relevo plano, suave
e coberto de matéria orgânica e sedimentos.
ͫ Relevo litorâneo ou costeiro
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O relevo costeiro pode ser constituído por golfos, deltas, ilhas, baías, cabos, penínsulas, ensea-
das, ístmos, lagoas, dunas, fiordes, rios e praias.

Relevo costeiro ou litorânea. Ilustração: stihii / Shutterstock.com

FORMAS DO RELEVO
ͫ Planalto
São superfícies elevadas e relativamente planas, com encostas íngremes e bem delimitadas.
Nesse tipo de relevo há a predominância da erosão e sua localização varia de 300 a 2000 metros
acima do nível do mar.
Principais tipos de planaltos:
» Sedimentares: formados por rochas sedimentares;
» Cristalinos: formados por rochas metamórficas e magmáticas originadas do desgaste
de montanhas;
» Basálticos: formados por rochas provenientes de erupções vulcânicas.
Exemplos de planaltos:
» Planalto Antártico, é uma região da Antártica Oriental que se estende por várias
centenas de quilômetros ao redor do Polo Sul, e tem uma altitude média de 3 000 m.
» Planalto da Patagônia, é uma região geográfica que abrange a parte mais meridional
da América do Sul. Localiza-se na Argentina e no Chile, e integra a seção mais ao sul
da cordilheira dos Andes, rumo a sudoeste até o oceano Pacífico, e, a leste, até os
vales em torno do rio Colorado até Carmen de Patagones, no oceano Atlântico. A
oeste, inclui o território de Valdívia, através do arquipélago da Terra do Fogo.
» Planalto Tibetano, localizado na China, é um planalto vasto e elevado situado na
Ásia Oriental, ocupando a maior parte da Região Autónoma do Tibete. Este planalto
ocupa uma superfície de aproximadamente 2,5 milhões de km2, com uma elevação
média de 4000 metros, porém a região conhecida como Changtang facilmente ultra-
passa os 5000 metros de altitude, sendo praticamente inabitável. Chamado teto do
mundo, é o maior e mais elevado planalto do mundo.
ͫ Planície
Caracteriza-se por ser uma superfície plana, pouco acidentada e de baixa altitude. O processo
de formação das planícies é a sedimentação, pelo acúmulo de sedimentos geralmente provenientes
das regiões mais altas, onde é maior a erosão.
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Trata-se de uma forma de relevo em construção. Normalmente, as planícies situam-se nas


proximidades de montanhas e planaltos.
Os principais tipos de planícies são:
» Costeiras: formadas por sedimentos trazidos pelo mar;
» Fluviais: formadas por sedimentos trazidos pelos rios;
» Lacustres. formadas pela sedimentação de lagos.
Exemplos de planícies:
» Planície da Panônia, localizada na Europa Central;
» Planície Jeffara, localizada entre Tunísia e Líbia;
» Planície do Pantanal, localizada no Brasil e pequena porção em outros países da
América do Sul.
Lembrando que planície não é mesma coisa que bacia sedimentar. Enquanto a planície é uma
forma de relevo, a bacia sedimentar é uma estrutura geológica.
ͫ Depressão
Uma depressão geográfica caracteriza-se como uma superfície mais baixa em relação às regiões
vizinhas, com predominância da erosão. Esse tipo de relevo pode estar situado próximo de mon-
tanhas, planaltos e planícies.
Temos dois tipos de depressões:
» Depressão Absoluta: localiza-se baixo do nível do mar.
» Depressão Relativa: localiza-se acima do nível do mar.
Exemplos de depressões:
» Depressão Cuiabana, localizada na região central do Brasil, está embutida entre
os Planaltos e Serras Residuais do Alto Paraguai e os Planaltos e Chapadas da
Bacia do Paraná. Sua altitude varia de 150 a 400 metros, e as formas de relevo são
arredondadas.
» Mar Cáspio, localizado entre a Europa e a Ásia, divide em três partes principais: a
primeira é a porção sul, onde se encontram as maiores profundidades, com média
de 325 metros. A segunda parte é a parte central do mar, com profundidade média
de 170 metros. A terceira é a porção norte, que integra a depressão Aralo-Caspiana
(depressão absoluta, cuja altitude média é de –28 m). É a parte mais rasa do mar,
onde a profundidade não passa dos dez metros. Esta parte do mar também é mais
vulnerável aos impactos socioambientais, por estar situada junto a áreas continentais
baixas e planas, além de possuir menor volume e profundidade.;
» Mar Morto, localizado entre Israel, Palestina e Jordânia no Oriente Médio. O mar
Morto é um lago endorreico localizado no vale do rio Jordão, uma característica
geográfica formada pela falha transformante do mar Morto. Este movimento lateral
esquerdo em falha transformante fica ao longo de uma fronteira de placas tectô-
nicas, entre a placa Africana e a placa Arábica. Ele corre entre a Falha Oriental da
Anatólia na zona da Turquia e no extremo norte da fenda do mar Vermelho ao largo
da ponta sul do Sinai.
» O mar Morto visto do espaço, com as áreas de extração de sal ao sul.
ͫ Montanha
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Apresenta forma elevada, cuja altitude é maior que as áreas que a cercam. O ponto mais alto
de uma montanha recebe o nome de cume.
Esse tipo de relevo é formado por terremotos, erupções vulcânicas ou pela ação do vento e
da água nas regiões ao redor.
Os principais tipos de montanhas são:
» Vulcânicas: formadas a partir de erupções vulcânicas;
» Falhadas: formadas a partir de falhas geológicas;
» Dobradas: formadas a partir do movimento das placas tectônicas.
Exemplos de montanhas:
» Monte Everest, localizado na cordilheira do Himalaia entre Nepal e China;
» Monte Fuji, localizado entre as províncias de Shizuoka e Yamanashi no Japão;
» Monte Olimpo, localizado na cordilheira do Olimpo na Grécia.
Outras formas de relevo
» Escarpa: declive acentuado nas proximidades de um planalto.
» Cuesta: relevo com diferença de inclinação, uma região de declínio suave e outra
de declínio abrupto.
» Chapada: também chamado de planalto tubular, é um tipo de planalto caracterizado
pela região mais elevada ser aplainada.
» Serra: superfície constituída de diferentes formas de relevo.
» Inselberg: estrutura saliente e rochosa encontrada em regiões de clima árido e
semiárido.

RECURSOS MINERAIS
São caracterizados como materiais inorgânicos que ocorrem naturalmente na crosta terrestre,
e cuja exploração é economicamente viável.
Estes são amplamente utilizados como matéria-prima para a elaboração de diversos bens,
desde aviões até eletrodomésticos. Da mesma forma, os chamados recursos minerais energéticos
são utilizados para a produção de energia.

TIPOS DE RECURSOS MINERAIS


Temos duas categorias de minérios:
» Metálicos: são aqueles compostos por elementos químicos com propriedades metá-
licas, possibilitando condução de calor e eletricidade.
» Não metálicos: como o próprio nome diz, são aqueles cuja composição não contém
propriedades de metal.

PRINCIPAIS MINERAIS METÁLICOS


Observa-se alguns dos recursos minerais metálicos mais conhecidos e explorados são: alumínio,
ferro, manganês, urânio, magnésio, cobre, mercúrio, ouro e prata.
Verificamos agora três deles:
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ͫ Al – Alumínio: Este é obtido a partir da bauxita. O alumínio é uma mistura de óxidos de


alumínio, formada a partir da decomposição de rochas alcalinas ao longo de milhões de
anos.
Esse metal tem diversas aplicações econômicas, desde estruturas de veículos de todos os portes
até embalagens de alimentos. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de alumínio (sendo
o maior estado produtor o Pará, na Serra de Oriximiná), junto com Austrália, China, Guiné e Vietnã.
ͫ Fe – Ferro: É utilizado majoritariamente para a produção do aço, que é amplamente uti-
lizado na construção civil e indústria pesada, assim como em bens de uso. As siderúrgicas
são responsáveis pela transformação do minério na liga.
O Brasil também é um grande produtor de minério de ferro, ao lado de países como a Austrália,
China, Índia e Rússia. A exploração no Brasil ocorre em três principais polos: Quadrilátero Ferrífero
(MG), Serra dos Carajás (PA) e Maciço do Urucum (MS).
ͫ U – Urânio: É utilizado principalmente na geração de energia nuclear, tanto em usinas
nucleares quanto na propulsão de sondas espaciais e veículos de grande porte, como
submarinos e navios.
Países que concentram as maiores reservas de urânio são, respectivamente, Austrália, Caza-
quistão, Rússia, Canadá e Nigéria. O Brasil possui 5% das reservas de urânio conhecidas no mundo,
com jazidas no Nordeste (Ceará, Bahia, Paraíba), Centro-Oeste (Goiás), Sudeste (Minas Gerais) e
Sul (Paraná).

PRINCIPAIS MINERAIS NÃO METÁLICOS


Recursos minerais não metálicos mais conhecidos e explorados são: carvão mineral, água,
petróleo, enxofre, fosfatos, nitratos, areia e argila.
ͫ Carvão mineral: É uma rocha sedimentar formada por meio da decomposição de plan-
tas. Esse recurso ocorre em basicamente todos os continentes. As alterações climáticas
ao longo do tempo possibilitaram a ampla formação de reservas de carvão ao redor do
mundo, em diferentes eras geológicas.
Temos quatro tipos de carvão mineral, que se diferenciam pela sua formação e origem:
» Turfa,;
» Antracito;
» Hulha; e
» Linhito.
Mundialmente, os maiores produtores de carvão mineral são:
» China;
» Estados Unidos;
» União Europeia;
» Austrália; e
» Rússia.
As reservas de carvão mineral brasileiras cuja exploração é economicamente viável estão con-
centradas nos estados do Sul do país, mas há também a ocorrência de reservas em outros estados
do Sudeste e Nordeste.
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ͫ Petróleo: é formado por meio da decomposição de matéria orgânica acumulada. Quase


70% do petróleo produzido mundialmente é destinado à produção de combustível,
enquanto o resto é utilizado na indústria como matéria-prima.
Países com as maiores reservas de petróleo são:
» Venezuela,
» Arábia Saudita,
» Canadá,
» Irã e
» Iraque.
Nesse ranking, o Brasil ocupa o 15º lugar, com a 9º maior exploração mundial desse recurso.
A produção de petróleo no Brasil está concentrada no Sudeste (Rio de Janeiro, Espírito Santo, São
Paulo) e Nordeste (Rio Grande do Norte, Bahia, Sergipe).
ͫ Água: além de ser um elemento essencial para a vida humana, é também um recurso
mineral importante para a economia mundial. Além do abastecimento para áreas urba-
nas e rurais (para o uso da população em geral), os setores da indústria e agricultura a
utilizam vastamente para a produção de bens de consumo e irrigação, respectivamente.
Muitos países do Oriente Médio sofrem com o limitado acesso à água, principalmente água
potável. Por exemplo, Israel recorre a processos caros de dessalinização da água para garantir o
recurso no país. Já o Brasil, além de sua extensa rede hidrográfica, possui em seu território a maior
extensão do Aquífero Guarani (aproximadamente 70%), que está também no Uruguai, Paraguai e
Argentina. Compõe a maior reserva subterrânea de água doce do mundo.
GEOGRAFIA GERAL
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GEOGRAFIA GERAL - ESPAÇO NATURAL - ESTRUTURA


E DINÂMICA DA TERRA - DINÂMICA DA CROSTA
TERRESTRE, TECTONISMO, VULCANISMO E
INTEMPERISMO
ESTRUTURA E DINÂMICA DA TERRA: DINÂMICA DA CROSTA
TERRESTRE, TECTONISMO, VULCANISMO E INTEMPERISMO
DINÂMICA DA CROSTA TERRESTRE:
TECTONISMO
O tectonismo ou diastrofismo é um fenômeno que está relacionado com o movimento das
placas tectônicas presentes na litosfera (camada externa da terra) terrestre.

Este movimento das placas tectônicas pode ocorrer de três maneiras:


» convergente (choques das placas);

»
divergente (afastamento das placas);
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»
transformante (deslizamento das placas sobre outras).

»
O tectonismo é produzido pelas forças do interior da Terra e colabora com a formação do
relevo, sendo que sua atuação pode provocar diversos abalos sísmicos, por exemplo, os terremotos
e os maremotos.
As placas tectônicas (que se deslocam no sentido horizontal e vertical) são grandes blocos
rochosos rígidos que cobrem a superfície terrestre, sendo que as mais importantes são:
» Placa Africana;
» Placa da Antártida;
» Placa Australiana;
» Placa Euroasiática;
» Placa do Pacífico (rodeada pelo Círculo de Fogo do Pacífico);
» Placa Norte-americana;
» Placa Sul-americana.
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CLASSIFICAÇÃO
De acordo com o processo envolvido no tectonismo, ele é dividido de duas maneiras:
» epirogênese: também chamado de movimento epirogênico, esse tipo de tectonismo
revela um processo lento de verticalização que causa os levantamentos e rebaixa-
mentos da crosta terrestre, que sofre diversas falhas e fraturas em sua estrutura.
Pode ocorrer em sentido ascendente ou descendente, ou seja, movimentos de soer-
guimento (para cima) ou de rebaixamento (para baixo).

» orogênese: também chamado de movimento orogênico, esse tipo de tectonismo


determina um processo de pressão horizontal em que ocorre os dobramentos e
enrugamentos das superfícies terrestres, por exemplo, os dobramentos modernos,
um tipo de formação geológica que forma as montanhas e cordilheiras.
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As placas tectônicas movem-se graças à ação das chamadas células ou correntes de convecção,
que são os movimentos circulares exercidos pelo magma e que funcionam como uma espécie de
“esteira” que, ao girar, provoca o deslocamento dessas placas.
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Existem 12 placas tectônicas:


» Africana;
» Antártica;
» Arábica;
» Caribenha;
» dos Cocos;
» Eurasiática;
» Filipina;
» Indo-Australiana;
» de Nazca;
» Norte-Americana;
» do Pacífico; e
» a Sul-americana.

»
ͫ Principais consequências do tectonismo:
Além dos terremotos e vulcanismos, geralmente presentes nas regiões de fronteira entre duas
placas tectônicas, o movimento das placas tectônicas provoca a modelagem do nosso relevo, como
as montanhas, as falhas, depressões e dobramentos na superfície. Além disso, é graças a esses
movimentos que os continentes se encontram em sua atual forma, pois, antes, sua distribuição
sobre a superfície da Terra era bem diferente.
No início, segundo a teoria da Deriva Continental, havia apenas um continente, chamado de
Pangeia, que se dividiu por várias e várias vezes, formando a Gondwana e a Laurásia, que nova-
mente se dividiu, dando origem aos atuais continentes. Como as placas tectônicas continuam se
movimentando, é possível que daqui a alguns milhares de anos as configurações das terras emersas
do planeta sejam diferentes das atuais.

VULCANISMO
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É um fenômeno geológico natural determinado pelas atividades vulcânicas. O processo de


vulcanismo ocorre por meio da alta pressão e temperatura presente no interior da Terra, onde há
expulsão do magma (lava), cinzas, gases, poeira, vapor d’água e de outros materiais (piroclastos)
para a superfície.

ͫ Tipos de Vulcanismo
Há dois tipos de vulcanismo:
» vulcanismo primário: também chamado de “vulcanismo eruptivo”, trata-se do pro-
cesso principal que resulta na formação de vulcões (centrais) ou de fraturas na
superfície (fissurais);
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» vulcanismo secundário: também chamado de “vulcanismo residual”, esse tipo de


vulcanismo está relacionado com a energia térmica e não é tão violento, resultando
na formação de nascentes termais, fumarolas e gêiseres.
De acordo com os tipos de magma, o vulcanismo é classificado em:
» vulcanismo explosivo: processo de explosão vulcânica, que normalmente gera even-
tos catastróficos, os quais são decorrentes da grande pressão no interior da Terra, que
possui elevada quantidade de gases. Nesse caso, ocorre pouca libertação de gases
e a textura do magma é bem mais viscosa, ou seja, de teor mais ácido. São deno-
minados de erupções do tipo “vulcanianas”, formado cones mais altos e estreitos;
» vulcanismo efusivo: processo de vulcanismo mais calmo, decorrente da pouca pre-
sença de gases, que torna a pressão menor. Nesse caso, uma maior quantidade de
gases é liberada e a textura do magma é mais fluida, ou seja, de teor mais básico.
São denominados de vulcanismo do tipo “havaiano”, uma vez que estão relacionados
com os vulcões presentes no Havaí, com cones mais baixos e largos;
» vulcanismo misto: nesse caso, o processo de vulcanismo ocorre das duas maneiras:
explosiva e efusiva, ou seja, com períodos de violência vulcânica, seguida de momen-
tos mais calmos. São classificados em vulcões “Estroebolianos”, em referência ao
vulcão Stromboli, na Itália. Seu cone é de tamanho mediano.
Segundo o local que ocorrem, o processo de vulcanismo pode ser:
» fissural: ocorre através de fissuras (fraturas) situadas na superfície terrestre;
» submarino: vulcanismo do tipo efusivo, ocorre abaixo das massas de água.

INTEMPERISMO
Conhecido como meteorização, é o conjunto de processos mecânicos, químicos e biológicos
que ocasionam a desintegração e a decomposição das rochas.

No caso da desintegração mecânica (ou física), as rochas podem partir-se sem que sua com-
posição seja alterada.
Nos desertos, as variações de temperatura acabam partindo as rochas, assim como nas zonas
frias, onde a água se infiltra nas rachaduras das rochas.
Não podemos confundir intemperismo com erosão, pois esta implica em transporte de material.
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O intemperismo se diferencia do metamorfismo (transformações sofridas pelas rochas, quando


submetidas ao calor/temperatura, pressão, os fluidos e o tempo) porque incide na pressão e tem-
peratura ambientes, enquanto as transformações metamórficas ocorrem em pressão e temperatura
mais elevadas.
Os produtos do intemperismo são muito variáveis. No geral, as rochas e minerais vão sendo
intemperizadas da superfície para baixo. Logo, num mesmo local podemos ter materiais em níveis
de alteração bem distintos, o que atribui ao conjunto um aspecto diferenciado.
Na superfície, temos um material em estado avançado de desagregação e decomposição,
diferentemente do material mais profundo, no qual pode-se encontrar uma mistura de material
não alterado com material alterado. Ao conjunto do material alterado, independente do seu estado,
damos o nome de regolito ou manto de decomposição.
Ao material superficial, em estado avançado de alteração e lixiviação, associado à matéria
orgânica, damos o nome de solo. Como o intemperismo depende do clima e do relevo, o solo e o
regolito são sempre o produto da interação do clima com as rochas. Uma mesma rocha, em climas
diferentes, produzirá solos distintos.
Para fins de estudo, podemos dividir o intemperismo em dois tipos: físico e químico.
Na prática, essa divisão é problemática, pois os dois processos ocorrem juntos, apesar de
muitas vezes um se sobrepor ao outro, dependendo dos fatores clima e relevo.
ͫ Intemperismo físico
» esse processo causa uma desagregação da rocha em fragmentos cada vez menores,
mas com as mesmas estruturas químicas. Portanto, não há decomposição de rocha;
» temperatura - minerais sofrem dilatação;
» cristalização de sais - sal trazido pela maresia;
» atividades biológicas - raízes de árvores que penetram no solo.
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»
ͫ Tipos de intemperismo físico
» intemperismo termal: ocorre devido à variação de temperaturas nas rochas e é
bem comum em locais de climas secos, sejam lugares quentes ou frios. Quando a
temperatura está muito quente, as rochas tendem a expandir e quando faz frio, se
contraem. Isso enfraquece as estruturas das rochas e ajuda a fazer com que elas
se fragmentem. Também temos que considerar que os minerais que compõem as
rochas têm coeficientes de dilatação diferentes entre si, o que facilita a fragmen-
tação das rochas;
» intemperismo mecânico: ocorre em razão de vários fatores, entre os quais a disso-
lução de água em geleiras, além da a sua cristalização em fraturas, que provocam
o esfacelamento dos blocos de rochas pelo aumento do volume de água dela. Os
sais então se precipitam e fazem com que o volume das fissuras de rochas, assim
como os minerais, aumente.

Intemperismo Físico (mecânico)

ͫ Intemperismo Químico (água/umidade)


» ocorre a decomposição da rocha e alteração da sua constituição.
O intemperismo químico depende da região em que ele está ocorrendo. Ou seja, fatores como
o clima, vegetação, pluviosidade, entre outros, estão diretamente ligados com o quanto de intem-
perismo irá ocorrer. As regiões intertropicais são mais favoráveis para a ocorrência desse fenômeno.
ͫ Tipos de intemperismo químico
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ͫ
Dentro do grande grupo do intemperismo químico, podemos fazer subdivisões de acordo com
os agentes desse processo:
» intemperismo de oxidação: trata-se da mudança do estado de oxidação de um
elemento através da reação com o oxigênio. Esse tipo de reação destrói a estrutura
cristalina do mineral;
» intemperismo de hidratação: nesse processo, através da incorporação da água na
estrutura, é formado um novo mineral;
» intemperismo de dissolução: trata-se da solubilização completa de minerais por
ácidos;
» intemperismo de hidrólise: pelo fato de as rochas serem compostas em grande
parte por Silicatos, quando entram em contato com a água, sofrem o processo de
hidrólise e disso resulta uma solução alcalina;
» intemperismo de acidólise: é a reação de decomposição dos minerais em ambientes
frios. Nesses casos, a decomposição da matéria orgânica é incompleta, e por isso
mesmo forma ácidos orgânicos que diminuem de forma significativa o pH das águas
e acabam complexando e solubilizando o Fe e o Al.
» intemperismo biológico: acontece pela ação das bactérias que produzem a decom-
posição biótica dos materiais orgânicos. A grande importância desse tipo de Intempe-
rismo é que ele produz um dos solos mais férteis do mundo. É um processo bastante
comum na Rússia e Ucrânia.

Intemperismo químico
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ͫ Fatores que influenciam o intemperismo


Alguns fatores tornam mais favoráveis as condições para a ocorrência do intemperismo. São
eles:
» clima: pode ser classificado como o principal agente do intemperismo, pois é ele
quem determina a quantidade de chuvas que atingirão as rochas, bem como a tem-
peratura do local em que elas estão. A chuva e a temperatura modificam as rochas
quimicamente, e os ventos, também obra do clima, causam alterações físicas;
» relevo: tem um papel muito importante como agente do intemperismo, pois a sua
inclinação decidirá quão intenso será o contato da água das chuvas com as rochas.
Nos casos de terrenos mais íngremes, a infiltração da água no solo será baixa. Já em
terrenos mais planos, será maior. Isso é importante, pois, quanto mais tempo em
contato com a água, mais reações químicas ocorrerão nas rochas.
ͫ Diferença entre intemperismo e erosão
» intemperismo: provoca alteração nas rochas.
» erosão: desgasta a superfície, faz o transporte de material e deposição.
GEOGRAFIA GERAL
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GEOGRAFIA GERAL - ESPAÇO NATURAL -


SUPERFÍCIES LÍQUIDAS - OCEANOS E MARES
SUPERFÍCIES LÍQUIDAS: OCEANOS E MARES
DIFERENÇA ENTRE OCEANO E MARES
» Oceanos: são os maiores corpos de água salgada do mundo.
Para compararmos: o menor dos oceanos, o oceano Índico, tem 73 milhões de km² de superfície.
» Mares: são porções menores, também de água salgada, por vezes cercadas com-
pletamente pelos continentes.
Já o maior dos mares: O Mar Arábico, se estende por 3,6 milhões de km².
O que dificulta a defensão de oceanos e mares, é que eles estão quase sempre conectados.
Pois se pensarmos de uma forma mais ampla, pode não haver diferença entre oceano e mar. Eles
são uma coisa só.
Mas para facilitar a identificação de porções de água com características parecidas, foram
criadas essas classificações.
ͫ Oceanos: são grandes massas d’água salgada que envolve os continentes. Cobrem 71%
do nosso planeta. E entre sua extensão encontram-se as porções de terra emersas, os
Continentes. Sua profundidade média é de 3,8 mil metros. O que equivale a cerca de
102 “cristos redentores” empilhados. Cobrem 2/3 da superfície terrestre. São as maiores
porções de massas líquida da superfície terrestre e separam massas continentais.
Podemos considerar 5 oceanos:
» Atlântico;
» Pacífico;
» Índico;
» E os glaciais Ártico e Antártico.
Cada oceano tem suas características de salinidade, temperatura média e padrões de circulação.
ͫ Mares: São porções de água salgada maiores do que lagos e menores do que oceanos.
Possuem menor profundidade que os oceanos, e maior salinidade que os oceanos.
Existem três tipos de mares:
» Mares abertos: Neles, há pouco contato com o continente. Exemplos, os mares
Arábico e de Labrador.
» Mares interiores: Conectam-se com o oceano por meio de estreitos. Exemplos o
Mar Vermelho e o Mar Mediterrâneo.
» Mares fechados: Sem conexão nenhuma com os oceanos. Exemplos o Mar Cáspio
e o Mar Negro.
A maioria dos mares fechados já estiveram em contato com os oceanos. Porém, os movimentos
de subida e descida do nível do mar modificaram essa condição.
Geografia Geral - ESPAÇO natural - SUPERFÍCIES LÍQUIDAS - OCEANOS E MARES 3

ͫ Quantidade de mares e oceanos.


Segundo a Organização Hidrográfica Internacional, existem 5 oceanos e 113 mares. E dentre
eles, apenas 3 são completamente fechados.
ͫ Como os mares e oceanos se conectam:
» O Oceano Atlântico está conectado a 40 mares.
» O Pacífico a 33.
» O Índico a 9.
» O Ártico a 17.
» E o Antártico a 11.
ͫ Importância dos Mares e Oceanos.
Observamos que, nos corpos de água, seja doce ou salgada, se encontram pequenas algas que
produzem 55% do oxigênio do planeta.
Essas algas, outros microrganismos e as próprias características do oceano têm a capacidade
de amenizar os efeitos das mudanças climáticas. Porém, tudo tem um custo.
Os oceanos e mares foram capazes de absorver, desde a revolução industrial, mais de 26%
do gás carbônico (CO2) antropogênico. Ou seja, o carbono emitido pelos seres humanos. Ele é
proveniente principalmente de:
» Combustíveis fósseis;
» Desmatamento;
» Produção de cimento, e outros.
Estudos mostram que os seres humanos já lançaram mais de 400 bilhões de toneladas de car-
bono na atmosfera. Essa grande quantidade de gás carbônico causa um aumento de pH das águas.
Isso influencia diretamente a vida marinha, sua biodiversidade e seus ecossistemas.
Outro problema é a poluição causa por plástico, que afetam negativamente todos os animais
do oceano.
Em contrapartida do que muitos dizem, os oceanos são o pulmão do mundo, e não a Amazônia.
Lembrando que os responsáveis por grande parte da produção de oxigênio são as algas, seres
aquáticos que podem ser microscópicos ou macroscópicos. Estes microrganismos formam o que
chamamos de fitoplâncton.
O fitoplâncton, produz mais de 50% de todo o oxigênio da Terra, como resultado de sua
fotossíntese.
Ainda nesse mesmo processo, ele absorve entre 25% e 30% de todo o CO2 emitido pelo homem,
atuando como reguladores do nosso clima.
Por fim o fitoplâncton compõe a base da cadeia alimentar dos ambientes aquáticos. Ou seja,
ele serve de alimento para organismos maiores, estruturando e equilibrando toda a teia trófica.
ͫ Oceanos e mares sustentam a vida.
Sabemos que os mares são e sempre foram grandes controladores do clima.
Observa-se que nos últimos 200 anos, os oceanos absorveram 80% do calor adicionado pelo
ser humano na atmosfera. Sem eles, estaríamos fritos, literalmente.
4

Com a evaporação da água dos mares, temos a circulação atmosférica retornando à água
como chuva e neve, restaurando rios, lagos e aquíferos. Sem os oceanos não haveria nem água
potável na Terra.
Isso significa que os oceanos nos fornecem diversos serviços ecossistêmicos. Ou seja, eles
garantem os benefícios da natureza para nós e para toda a vida.
Sem eles não há floresta, não há regulação do ambiente feita pelos ecossistemas e organismos,
não há alimentos.
Então se destruirmos os oceanos, nós acabamos com a biodiversidade, impactamos o turismo,
a economia, transporte de mercadorias, pois estamos completamente interligados pois sem os
oceanos, todas as formas de vida sofrerão consequências.
ͫ Curiosidades sobre oceanos e mares.
» Existem aproximadamente 286 sextilhões de gotas de água no planeta Terra. Esse
cálculo considera água contida no oceano, rios, lagos, calotas polares e a subterrânea,
bem como um tamanho médio de gota de água e pondera as densidades diferentes
das formas de água: líquida e sólida.
» O lugar mais fundo dos oceanos, a Fossa das Marianas no Oceano Pacífico, tem
11.033 metros de profundidade e a temperatura varia entre 2 e 0ºC.
» O lugar mais perigoso do Oceano Atlântico (e um dos mais perigosos do mundo)
fica no Mar de Iroise. A combinação da circulação no local com o formato do fundo
faz desse Mar um dos mais bravos e violentos do mundo.
» Diversos rios não desaguam no mar ou no oceano. Por exemplo o Rio Ônix, o mais
longo da Antártica, de 32 km de comprimento, corre de um lago a outro.
ͫ Característica dos Oceanos:
» Oceano Pacífico: Mais extenso de todos, 1/3 da superfície do planeta. Mais profundo
podendo chegar a 11.033 m (Fossa das Marianas no oceano Pacífico, encontro da
placa do Pacífico com a das Filipinas). Separa a Ásia e a América.
» Oceano Atlântico: Mais importante para a economia mundial, devido à navegação.
Divide-se em Atlântico Norte e Sul. Separa a América, Europa e África. Possui um
grande fluxo de navegação. O relevo oceânico do Atlântico possui uma grande cadeia
de montanhas (de norte a sul) chamada de Dorsal Mesoatlântica. Em algumas regiões
da costa da América, existe uma grande quantidade de reservas de petróleo e gás.
A principal corrente marinha do Oceano Atlântico é a Corrente do Golfo. Grande
biodiversidade marinha, sendo muito importante para a pesca.
» Oceano Índico: Menor dos oceanos. Maior parte localizado no hemisfério sul. Entre a
Ásia, África e a Oceania. Temperatura de suas águas mais aquecida permite o maior
desenvolvimento de recifes de corais.
» Oceano Glacial Ártico: Banha o norte da Europa, Ásia e da América. Águas com baixas
temperaturas, congeladas durante parte do ano. Presença de gigantescos blocos de
gelo os (icebergs), dificultam a navegação.
» Oceano Glacial Antártico: (Austral) posicionadas ao sul do Círculo Polar Antártico.
Circundam o continente da Antártida. Prolongamento das águas dos oceanos Ártico,
Antártico e Índico. Baixas temperaturas. Apresenta uma grande biodiversidade, ao
contrário do Ártico (pinguins, focas, leões-marinhos, cetáceos, plânctons e outros).
ͫ Características e Movimentos das Águas Oceânicas:
» Marulhos: pequena oscilação da água ocasionada pelas brisas.
Geografia Geral - ESPAÇO natural - SUPERFÍCIES LÍQUIDAS - OCEANOS E MARES 5

» Vagas ou ondas: ocasionados pelos ventos.


» Vagas sísmicas: conhecida como tsunami, ocasionado pelos movimentos das placas
tectônicas.
» Marés: fluxo e refluxo marinho ocasionado pela força gravitacional da Lua e Sol
sobre a Terra.
» Sizígia ou águas vivas: marés de grande amplitude ocorrem na lua Cheia.
» Quadratura ou de águas mortas: marés de pequena amplitude.
» Macaréu ou Pororoca: encontro das águas de um rio caudaloso com o mar.
» Correntes marítimas: ocasionados pelo movimento de rotação da Terra; pela ação
dos ventos e pelas diferenças de aquecimento das águas. Exemplos de correntes
frias: Humbold, Canárias, Labrador, Bengala e Groelândia. Exemplos de correntes
quentes: Das Guianas, Do Brasil, Golfo, Centro e Sul Equatorial.
» Ressurgência: O fenômeno da ressurgência ocorre especialmente em algumas regiões
costeiras e se dá quando as águas frias e profundas (em geral, com profundidades
inferiores a 200 metros) sobem para as áreas mais quentes e rasas dos oceanos.
» Plataforma continental: Estende-se desde a faixa de terras até o talude continental.
De 70 a 90 km. Profundidade de até 200 m. Apresenta declive suave. Compreende
solo e subsolo.
» Talude continental: estendem-se da plataforma continental as planícies abissais.
Declividade acentuada podendo chegar a 3500 m. Formado pelo acúmulo de sedi-
mentos caídos da plataforma continental. Aparecem vales, montanhas e cânions
submarinos.
» Fossas oceânicas: são regiões abaixo das fossas abissais em zonas de encontro de
placas tectônicas.
GEOGRAFIA GERAL
- ESPAÇO NATURAL -
ESTRUTURA E DINÂMICA
DA TERRA - TIPOS DE
ROCHAS E SOLOS
2

GEOGRAFIA GERAL - ESPAÇO NATURAL - ESTRUTURA


E DINÂMICA DA TERRA - TIPOS DE ROCHAS E SOLOS
ESTRUTURA E DINÂMICA DA TERRA: TIPOS DE ROCHAS E SO-
LOS
CAMADAS DA TERRA
O planeta Terra é formado por camadas.

A mais externa delas, chamada de crosta, é composta por três tipos de rochas:
» Magmáticas
» Sedimentares
» Metamórficas
Elas são formadas através da junção de diversos minerais e podem ser classificadas de acordo
com a composição química, textura ou forma, porém a especificação mais utilizada é baseada na
origem.
Geografia Geral - ESPAÇO natural - ESTRUTURA E DINÂMICA DA TERRA - tipos de rochas e solos 3

TIPOS DE ROCHAS
A litosfera é formada por aglomerados de minerais de diferentes tamanhos. Devido às trans-
formações ocasionados por fatores externos, a exemplo do vulcanismo e tectonismo, e internos
como a ação da água, ventos, clima, etc, é possível o surgimento de diversos tipos de rochas.

ͫ Rochas magmáticas ou ígneas


São provenientes do magma, uma substância existente no interior do planeta de consistência
pastosa e que é derretida em altas temperaturas (variam de 700°C a 1.200°C).
4

Cerca de 80% das áreas rochosas da Terra, o magma pastoso transforma-se em rocha através
do processo de solidificação. Esse tipo de rocha é dividido em duas subcategorias:
» Intrusivas ou plutônicas: formam-se no interior terrestre e em etapas mais lentas.
Ainda as rochas intrusivas, por exemplo, apresentam uma quantidade maior de
minerais em sua composição.
» Extrusivas ou vulcânicas: aquelas que decorrem do resfriamento do magma expelido
durante atividade vulcânica. As extrusivas solidificam-se em uma velocidade muito
maior, dificultando a unificação dos minerais.
» MAGMAS E FORMAÇÃO DE ROCHAS ÍGNEAS

»
ROCHAS MAGMÁTICAS OU ÍGNEAS

Entre os tipos de rochas magmáticas estão:


» Granito;
» Diorito;
» Diabásio;
» Basalto;
» Obsidiana;
» Pedra pome.
ͫ Rochas sedimentares
Geografia Geral - ESPAÇO natural - ESTRUTURA E DINÂMICA DA TERRA - tipos de rochas e solos 5

Compostas por lavas transportadas pelo calor, gelo ou vento e acumuladas em planaltos da
crosta terrestre. Uma de suas principais características é a estruturação em camadas. Essas cama-
das são, muitas das vezes, responsáveis por recobrir corpos de animais e plantas, dando origem
aos fósseis.

Com a união das pequenas partículas que formam as rochas sedimentares pode se manifestar
em duas etapas:
» Sedimentogênese: ocorre através da sucessão dos processos de meteorização, ero-
são, transporte e sedimentação.
» Diagênese: ocorre após a primeira etapa e engloba uma série de processos químicos.

»
Este processo se manifesta a partir do processo de compactação e cimentação. A compactação
ocorre quando as várias camadas de sedimentos vão sendo depositadas umas sobre as outras. Assim,
o peso e a pressão exercidos sobre as camadas mais inferiores agem no sentido de compactar as
partículas de rochas então dispersas.

Verifica-se que logo em seguida, durante a cimentação, as camadas desidratam-se e unem-se,


formando, finalmente, as rochas. Alguns exemplos de rochas sedimentares são:
» Argila;
» Areia;
» Arenito;
» Sal-Gema;
» Calcário;
6

» Gesso;
» Carvão Mineral.

ͫ Rochas metamórficas
São os tipos que resultam das modificações que acontecem tanto com as rochas magmáticas
quanto sedimentares. No entanto, para que essa composição aconteça, é necessário que a rocha
original (preexistente) não tenha passado pelas fases de litificação (transformação em lava) ou
sedimentação (fragmentação em partículas).

Quando a “rocha-mãe” é transportada para a região da litosfera que apresenta umidade,


pressão ou temperatura diferentes do seu ponto de origem, as suas propriedades mineralógicas
começam a ser alteradas. Esse fenômeno é chamado de metamorfismo, que pode acontecer de
maneiras distintas:
Geografia Geral - ESPAÇO natural - ESTRUTURA E DINÂMICA DA TERRA - tipos de rochas e solos 7

» Metamorfismo dinamotermal ou regional: É motivado pela intervenção da tem-


peratura e pressão. Como acontece na profundidade da Terra, geralmente na zona
de colisão das placas tectônicas, gera uma deformação e dobramento nas rochas.
» Metamorfismo termal ou de contato: Ocorre em consequência da liberação de calor
durante o contato entre rochas magmáticas, permitindo também o desenvolvimento
de corpos metamórficos, pois há o fornecimento de energia térmica.
» Metamorfismo dinâmico ou cataclástico: Acontece em virtude do atrito em zonas
com falhas geológicas, locais em que a intensidade da pressão causa movimentações
na superfície e rupturas na crosta.
» Metamorfismo de soterramento: Provocado pelo peso dos fragmentos de rochas
sedimentares e vulcânicas depositados em bacias sedimentares, estruturas pre-
sentes em regiões de depressão relativa (forma de relevo com altitude mais baixa
em relação as áreas que as circundam) ou absoluta (terrenos com altitude abaixo
do nível do mar).
» Metamorfismo hidrotermal: Resultado do transporte de grandes quantidades de
gases ou água quente para o interior das rochas, o que acabam promovendo mudan-
ças químicas nos minerais.
» Metamorfismo de impacto ou choque: Ocorre em locais que sofrem impactos de
grandes meteoritos. No momento que atingem a superfície terrestre, a energia é
dissipada em ondas, deslocando as rochas e formando crateras.
» TIPOS DE METAMOSFISMO
8

Os tipos de rochas metamórficas mais comuns são:


» Mármore;
» Ardósia;
» Anfibolito;
» Xisto;
» Mármore;
» Gnaisse;
» Quartzito.

Devemos ressaltar que em virtude do fenômeno natural chamado de ciclo das rochas, esses
conjuntos de minerais sempre estão em processo de transformação. Como a superfície da Terra é
dinâmica, constantemente há alterações nas propriedades químicas e físicas das rochas, acarretando
a mudança de uma categoria para outra.

CICLO DAS ROCHAS


Geografia Geral - ESPAÇO natural - ESTRUTURA E DINÂMICA DA TERRA - tipos de rochas e solos 9

DIFERENÇA ENTRE MINERAIS E ROCHAS


» Rocha: é definida como um agregado de minerais. Portanto, os minerais são apenas
composições que estruturam as rochas. Um exemplo é o granito, pois em uma de
suas variações apresenta a composição de quartzo, mica e feldspato.
» Granito

»
Minerais: são compostos químicos quase sempre inorgânicos e presentes na forma
sólida. Costumam ser homogêneos e subclassificados conforme suas diferentes
propriedades, como: textura, dureza, opacidade, brilho, cor, entre outras. Existem
rochas que são formadas por um único tipo de mineral. Essas nada mais são do
que um mineral agrupado em grande quantidade, como é caso do quartzito, que é
formado apenas por quartzo.
» Quartzo Branco

SOLOS
Consiste em uma fina camada que cobre as rochas. Formados há milhões de anos. Resul-
tado da fragmentação de rochas ocasionada por processos de modificação química delas,
além dos desgastes ocasionados por processos erosivos a partir da ação do calor, dos ventos,
das águas das chuvas e de microrganismos.
10

O solo é um recurso renovável, ou seja, o solo é um elemento natural que pode ser por diver-
sas vezes utilizado pelo ser humano em suas atividades produtivas, embora a má utilização e a não
conservação dos solos façam com que eles se tornem incultiváveis.
Para que seja realizada uma melhor compreensão da estrutura do solo, observe um breve
esquema a respeito dos horizontes do solo, assim nomeados: O, A, B, C e rocha mãe.

Ainda podemos observar que os elementos e as características do solo costumam seguir uma
combinação de diferentes características, tais como: o tipo de rocha mãe, idade do solo, transporte
de sedimentos advindos de outras áreas, presença de matéria orgânica resultante da decomposição
de seres vivos, entre outras.”
Observe o esquema do perfil e se suas principais camadas, para melhor compreender a for-
mação dos solos.

Perfil do solo e suas principais camadas


Geografia Geral - ESPAÇO natural - ESTRUTURA E DINÂMICA DA TERRA - tipos de rochas e solos 11

ͫ Origem dos Solos

Classificação quanto à origem:


» Eluviais: Formados por rochas encontradas no mesmo local da formação. Quando
a rocha que se decompôs e se alterou para a formação do solo.
12

» Aluviais: Formados por rochas localizadas em outros lugares. Graças à ação das águas
e dos ventos, os sedimentos foram transportados para outro local.

» Orgânicos: Formados pela decomposição de matéria orgânica (restos de animais e


vegetais).
Geografia Geral - ESPAÇO natural - ESTRUTURA E DINÂMICA DA TERRA - tipos de rochas e solos 13

Classificação quanto à influência externa:

Quanto à influência externa, existe outra forma de classificação dos solos, também chamada
de classificação zonal, que divide os solos em zonais, intrazonais e azonais:
ͫ Zonais: são maduros, bem delineados e profundos.
» Latossolos: São solos pouco férteis. Presentes geralmente em climas quentes e
úmidos. Com profundidades superiores a 2 m.
» Podzóis: São solos férteis, ricos em minérios, húmus e matéria orgânica. De climas
frios e temperados.
» Solos de pradarias: São extremamente férteis. São ricos em cálcio e matérias orgâ-
nicas. Estão presentes em regiões subúmidas de clima temperados.
» Desérticos: Pouco profundos e pouco férteis.
ͫ Intrazonais:
» Solos salinos: Também chamados de halomórficos. Caracterizam-se pelo alto índice
de sais solúveis. Próprios de regiões áridas e próximas ao mar. Possuem uma baixa
fertilidade;
» Solos hidromórficos: Localizados próximos a rios e lagos, apresentam grande umi-
dade. Sua fertilidade depende do índice de umidade: quanto mais úmidos, menos
férteis.
ͫ Azonais: Muito rasos.
» Litossolos: Presentes em locais com declives acentuados (montanhas). Costumam
estar posicionados diretamente sobre a rocha formadora. São solos inférteis.
TIPOS DE SOLOS DO MUNDO
14

DEGRADAÇÃO DOS SOLOS NO MUNDO


GEOGRAFIA GERAL - ESPAÇO
NATURAL - DOMÍNIOS
NATURAIS - DISTRIBUIÇÃO
DA VEGETAÇÃO E
CARACTERÍSTICAS GERAIS
DAS GRANDES PAISAGENS
NATURAIS
2

DOMÍNIOS NATURAIS: DISTRIBUIÇÃO DA VEGETAÇÃO E


CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS GRANDES PAISAGENS NATURAIS
DOMÍNIOS NATURAIS

São extensas áreas geográficas com condições ambientais semelhantes, com predominância
de elementos como vegetação, relevo, clima e solos.

Fonte: Reprodução/SIMIELLI, M. Geoatlas. São Paulo: Ed Ática, 2010.

DISTRIBUIÇÃO DA VEGETAÇÃO
A vegetação em todo o mundo é muito diversa, dependendo da localidade e das características
climáticas.

Fonte: https://pt.slideshare.net

Observamos que a vegetação tanto no Brasil quanto no mundo é influenciada por diversos
fatores importantes, como relevo, solo, pressão atmosférica, hidrografia, massas de ar, altitude e
latitude.
ͫ Classificação das vegetações de acordo com a habitat natural
 3

Os elementos do clima, como a umidade, interferem no porte e na densidade da vegetação.


Podemos classificá-la de acordo com o habitat natural, sendo:
» higrófilas: são formações vegetais típicas de regiões úmidas. Essa vegetação possui
folhas largas e perenes (latifoliadas) para facilitar a transpiração (florestas tropicais);

»
Fonte: https://olivrodaareia.blogspot.com/2019/11/bialowieza-unica-e-fabulosa-
-floresta.html
» xerófilas: aparecem em regiões de clima seco. Assim, os vegetais se adaptam à falta
de chuva, substituindo as folhas por espinhos, perdendo a folhagem ou cobrindo-a
com uma cera que pode impermeabilizar a folha, evitando a evaporação. Também
possuem raízes profundas ou uma multi radicação que permite otimizar o aprovei-
tamento da água que infiltra no subsolo;

»
Fonte: https://www.oeco.org.br/colunas/colunistas-convidados/28634-o-brasil-
-tem-que-prestar-mais-atencao-na-caatinga/
» tropófilas: são vegetais que vivem em climas com alternância de pluviosidade (um
período chuvoso e outro seco). Assim, perdem a folhagem na estação seca do ano
e são chamados vegetais caducifólios ou caducos.
4

»
Fonte: https://aquelemato.org/2018/04/vegetacao-do-cerrado-tropofila.html

CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS GRANDES PAISAGENS NATURAIS


Segundo seus aspectos, as vegetações podem ser:
» arbórea (árvores): de acordo com as teorias de botânica, pode-se dizer que a vege-
tação arbórea é classificada como grupo de espécies constituídas por árvores de
grande porte. Estão presentes principalmente nas florestas e mata;

»
Fonte: https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/especial-publicitario/energi-
sa-ms/cidade-das-arvores/noticia/2019/08/01/cortina-arborea-impede-poeira-e-
-reduz-impactos-de-atividade-industrial.ghtml
» arbustiva (arbustos): diferentemente das árvores, não possuem um único tronco,
mas vários pequenos troncos, que surgem perto do nível do solo. Os arbustos são
geralmente mais curtos do que as árvores, com menos de 6 metros de altura, com
os pequenos galhos possuindo um diâmetro inferior a 8 centímetros de diâmetro;

Fonte: https://www.terraclass.gov.br/geoportal-cerrado/
 5

» herbácea (ervas, gramíneas): são formadas por ervas, não designa um grupo taxo-
nômico, pois reúne muitas espécies não necessariamente aparentadas entre si. Os
caules dessas plantas são flexíveis, ou seja, não são lenhosos como os caules dos
arbustos e das árvores;

Fonte: https://sitiodamata.com.br/blog/dicas/plantas-herbaceas-especie-e-sugestoes-para-
-o-seu-jardim/

VEGETAÇÕES PELO MUNDO


As principais são:
ͫ Vegetação Arbórea
» Florestas equatoriais

Fonte: https://pt.slideshare.net/becresforte/trabalho-biologia-final Fonte: https://www.


todamateria.com.br/floresta-equatorial/
Em suma, aparecem em áreas de clima equatorial. São formações higrófilas, latifoliadas e hete-
roclitas (apresentam grande heterogeneidade de espécies). Assim, recebem essas denominações:
floresta equatorial, por causa do clima equatorial; floresta pluvial, em razão dos elevados índices
pluviométricos que caracterizam as regiões. Possuem uma grande variedade de espécies vegetais
e é uma floresta fechada.
» Florestas tropicais
6

Fonte: https://pt.slideshare.net/becresforte/trabalho-biologia-final Fonte: https://


www.artstation.com/artwork/tropical-jungle-3d
Aparecem em climas tropicais úmidos e se assemelham bastante às florestas equatoriais. Dessa
forma, possuem em muitos trechos vegetação imponente, com árvores de 25 a 30 m de altura,
como perobas, paus-d’alho, figueiras e cedros.
» Florestas temperadas
 7

Fonte: https://pt.slideshare.net/becresforte/trabalho-biologia-final Fonte: https://guiadoen-


sino.com.br/geografia/os-grandes-dominios-da- vegetacao-no-brasil-e-no-mundo/
Aparecem nos climas temperados menos frios. Geralmente, são bosques de árvores frondosas
e espaçadas, que possuem a propriedade caducifólia de perda da folhagem nas estações secas ou
muito frias. Aliás, também são conhecidas como florestas caducas. Sendo assim, as árvores perdem
as folhas no outono para suportar o frio do inverno.
» Florestas de coníferas

Fonte: https://pt.slideshare.net/becresforte/trabalho-biologia-final Fonte: https://www.infoes-


cola.com/biomas/taiga/
Aparecem em regiões de clima temperado, nas áreas mais frias, com pelo menos três meses
cobertas de gelo. Contudo, possuem árvores espaçadas, com copa em forma de cone e folhas
agulhadas (aciculifoliadas). São poucas espécies diferentes, formando uma floresta homogênea.
Assim, as coníferas são muito cobiçadas por causa do aproveitamento da sua madeira, excelente
para a fabricação da celulose vegetal.
» Matas galerias ou ciliar
Fonte: https://pt.slideshare.net/becresforte/trabalho-biologia-final Fonte: https://www.iguie-
cologia.com/mata-ciliar/
As matas galerias correspondem a pequenas florestas alongadas que se desenvolveram ao
longo dos rios, aproveitando a umidade do solo. Dessa forma, são encontradas nas regiões de
cerrado, de campos ou em florestas.
ͫ Vegetação Arbustiva
» Savanas
8

Fonte: https://pt.slideshare.net/becresforte/trabalho-biologia-final Fonte: https://www.


todoestudo.com.br/geografia/savanas
A savana é uma formação vegetal formada por arbustos espalhados e com uma composição
gramínea de base. Aparece bordejando as florestas equatoriais, em climas tropicais típicos, com
uma estação seca e outra chuvosa. É o habitat natural dos animais de grande porte da África. O
cerrado brasileiro é uma das savanas mundiais.
» Caatinga
 9

Fonte: https://pt.slideshare.net/becresforte/trabalho-biologia-final Fonte: https://escolae-


ducacao.com.br/geografia-do-rio-grande-do-norte/caatinga-bioma/
Apresenta grande heterogeneidade quanto ao aspecto e à composição vegetal. Isso porque,
em certos trechos, forma uma mata rala ou aberta. Já em outros, o solo apresenta-se quase a des-
coberto, possuindo arbustos isolados.
Na época das secas, as plantas da caatinga perdem suas folhas, o que constitui uma adapta-
ção das plantas às condições climáticas, fazendo com que a planta diminua a transpiração e evite,
assim, a perda de água armazenada.
» Formações litorâneas

Fonte: https://pt.slideshare.net/becresforte/trabalho-biologia-final Fonte: http://www.safarin.


net/
São classificadas como halófilos e higrófilos. Apresenta ora vegetação de praias e dunas, ora
vegetação de mangue. A vegetação de mangue é a que se forma nas reentrâncias da costa. Por
se tratar de uma área salina e deficiente de oxigênio, as plantas tiveram que desenvolver vários
dispositivos morfológicos para absorverem o oxigênio.
ͫ Vegetação Herbácea
» Campos temperados ou pradarias
10

Fonte: https://pt.slideshare.net/becresforte/trabalho-biologia-fina Fonte: https://noticias-


concursos.com.br/enem-e-vestibular/pradarias/
Essas vegetações se caracterizam pela predominância de gramíneas, cuja altura varia de 10 a
50 cm. Além disso, são formações herbáceas contínuas e aparecem geralmente em climas tempe-
rados, nas áreas de planícies.
» Estepes

Fonte: https://pt.slideshare.net/becresforte/trabalho-biologia-final Fonte: https://www.resu-


moescolar.com.br/geografia/estepes/
São formações herbáceas descontínuas que se caracterizam por apresentar “moitas” espalha-
das de ervas. Aparecem em climas semiáridos, geralmente nas bordas dos desertos, onde servem
para o pastoreio de animais adaptados a estas regiões.
» Tundra
 11

Fonte: https://pt.slideshare.net/becresforte/trabalho-biologia-final Fonte: https://www.infoes-


cola.com/biomas/tundra/
Vegetação rasteira, constituída de musgos e liquens. Aparecem em climas subpolares, em
regiões onde o solo está coberto de neve por, pelo menos, nove meses. Nos três meses de verão,
a tundra nasce e tem um ciclo de vida muito curto. Serve para o pastoreio de animais das regiões
subpolares no período do verão.
ͫ Tipos de Tundra
De acordo com localização, tipo de relevo e vegetação que desenvolvem, a tundra é classificada
de duas maneiras, a saber:
» Tundra Ártica: caracterizada pela latitude, a tundra ártica é encontrada nas regiões
mais frias do ártico, próximas ao polo norte.
» Tundra Alpina: caracterizada pela altitude e com clima mais ameno que a tundra
ártica, a tundra alpina é encontrada no alto das montanhas chamadas alpes (cordi-
lheira europeia), sendo destituídas de árvores devido aos fortes ventos que atingem
a região
Distribuição da Tundra na superfície terrestre
12

Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/tundra.htm
» Taiga

» Fonte: https://pt.slideshare.net/becresforte/trabalho-biologia-final Fonte: https://


www.estudokids.com.br/taiga-caracteristicas-onde-encontrar-e-riscos-de-extincao/
A Taiga e a Tundra são vegetações semelhantes, pois ambas se desenvolvem em lugares frios
com longos invernos, embora apresentem algumas diferenças.
A tundra é mais fria que a taiga, uma vez que está localizada mais acima do globo, na região
do polo norte.
Na vegetação da taiga é comum a presença de árvores (sobretudo coníferas), enquanto na
tundra é difícil encontrá-las, sendo composta majoritariamente por uma vegetação rasteira.
 13

Em ambos os biomas, existem animais que hibernam nos longos invernos, tal qual o urso.
GEOGRAFIA GERAL
2

GEOGRAFIA GERAL
ORIENTAÇÃO E LOCALIZAÇÃO – CARTOGRAFIA - A CARTOGRA-
FIA E AS VISÕES DE MUNDO, AS VÁRIAS FORMAS DE REPRE-
SENTAÇÃO DA SUPERFÍCIE TERRESTRE
CARTOGRAFIA: A CARTOGRAFIA E AS VISÕES DE MUNDO, AS
VÁRIAS FORMAS DE REPRESENTAÇÃO DA SUPERFÍCIE TERRES-
TRE
CARTOGRAFIA
A Associação Cartográfica Internacional, define a cartografia como a ciência que representa
graficamente uma área geográfica ou uma superfície plana. É o estudo que atua na concepção, a
produção, divulgação, representação e todo o processo dos mapas.

ͫ
Podemos dizer que a cartografia é um campo complexo em mudança constante e, no sentido
mais amplo inclui desde a recolha até a avaliação e processamento dos dados de origem por meio
da recolha de dados, avaliação, processamento, concepção gráfica do mapa e desenho final.
Além da representação física, a cartografia é utilizada para ilustrar a realidade social, econô-
mica, histórica e cultural.

HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
Os primeiros mapas surgiram por volta do ano de 2.500 a.C. quando foi confeccionado pelos
Sumérios, o que é considerado o primeiro mapa da história: uma placa de barro cozido com ins-
crições em caracteres cuneiformes (escrita suméria) onde foi representado o lado setentrional da
região mesopotâmica.
Geografia Geral 3

Antes, o homem já havia se utilizado de pinturas (inclusive pinturas rupestres feitas com a
intenção de representar o caminho dos locais onde havia caça) e até mesmo de entalhes e verda-
deiras maquetes de pedra confeccionadas por esquimós e pelos astecas, respectivamente, como
uma tentativa de representar pequenas localidades.
“Pedra de Saihuite”, com entalhes, chamada de “cartografia em relevo”.

Os astecas eram hábeis na confecção de representações geográficas, como o “Mapa de Tec-


ciztlán” que contêm dados como a fauna da região retratada.
“Mapa de Tecciztlán”

Verificou-se que os chineses usam a representação gráfica de regiões desde o século IV a.C.
Para eles, os mapas serviam não só para se orientar, mas também, para fins bélicos e para demarcar
regiões garantindo, assim, que os impostos fossem pagos.
Também os egípcios usavam como ferramenta administrativa, para cobrar impostos e demar-
car a terra. Foram eles que desenvolveram o método da Triangulação para determinar distâncias
baseados na matemática, e o “nível”, instrumento em forma de “A” com um pêndulo no meio usado
para medir áreas. Ainda os egípcios faziam, registros cadastrais das terras em documentos consi-
derados cartas geográficas. Seus túmulos e alguns papiros representavam o mundo dos mortos.
4

Como se fossem um mapa do outro mundo eles serviam para guiar as almas e, frequentemente,
representavam o rio Nilo e planícies férteis.

Os gregos foram os que se destacavam na cartografia. O sistema cartográfico contemporâneo


nasceu nas escolas de Alexandria e Atenas.
A primeira tentativa de representar o mundo foi babilônica, mas sua concepção de mundo era
limitada à região entre os rios Eufrates e Tigre, o que não diminui a importância do feito.
Usando-se da trigonometria, Erastótenes (276-194 a.C.) mediu a circunferência da terra che-
gando bem perto dos 40.076 km reais (segundo ele eram 45.000 km). Anaximandro de Mileto
(610-546 a.C.) representava o mundo como um círculo achatado onde estavam Europa, Ásia e África
circundadas por um oceano. Foi ele quem primeiro sugeriu que a terra, por estar à igual distância
dos demais astros, flutuava no espaço sem nenhum tipo de suporte ou apoio.

Mais tarde, Pitágoras defendeu que a terra era esférica de acordo com suas observações
práticas e filosóficas (para ele a forma esférica era a mais perfeita) que só seriam aceitas no meio
científico, anos depois, pela influência de Aristóteles.
Hiparco (séc. 11 a.C.), astrônomo grego, foi quem criou o sistema de coordenadas geográficas
de latitude e longitude utilizando-se da matemática e da observação dos astros celestes.
Mas, o trabalho mais importante da cartografia na época clássica foi, sem dúvida, a obra em
oito volumes escrita por Claudius Ptolomeu. Sua obra, “Geographia”, contém as coordenadas de
8.000 lugares, a maioria calculada por ele próprio e, no último volume, ele dá dicas para a elabora-
ção de mapas-múndi e discute alguns pontos fundamentais da cartografia. Foi Ptolomeu também
Geografia Geral 5

quem primeiro defendeu a teoria geocêntrica ao afirmar que a terra era um corpo fixo em torno
do qual giravam os outros planetas.
Os romanos também se utilizavam de mapas embora se preocupassem mais com seu caráter
prático e, por isso, preferiam mapas que representavam áreas menores, rotas comerciais e territó-
rios. Como, por exemplo, a “Tábua de Peutinger” que em seus mais de 6 metros de comprimento
por 30 centímetros de largura representava diversos itinerários do Império Romano. Para isso, eles
usavam o astrolábio, ou dioptra – como era chamado pelos gregos, um instrumento usado para
se determinar a localização de pontos na terra por meio da observação dos fenômenos celestes.
Findo o período clássico, a cartografia passou por um período de pouco desenvolvimento
durante o início da Idade Média quando a Igreja teve forte influência sobre a confecção dos mapas
que eram feitos de tal forma a perderem a exatidão. Nessa época, os árabes foram os principais
responsáveis por qualquer desenvolvimento na área e foram, inclusive, responsáveis por trazer a
bússola para o ocidente propiciando os mecanismos para o desenvolvimento de mais um tipo de
carta pelos genoveses, as Cartas Portulanas, utilizadas para navegação.
Logo em seguida a esse período, no final da Idade Média, todo o conhecimento em torno
da cartografia que estava esquecido no ocidente, mas que vinha sendo preservado pelos árabes,
voltou à tona atingindo seu apogeu na época das Grandes Navegações quando se inicia a Idade
Moderna. Com a descoberta do continente americano a cartografia toma mais um fôlego e iniciam
os trabalhos para mapear o novo continente. Juan De La Cosa faz então, o primeiro mapa-múndi a
conter o novo mundo em 1500. Foi nessa época (Séc. XVI), após o descobrimento da América, que
o holandês Gerard Mercator, utilizando-se de todo o conhecimento produzido até a época para
produzir o mapa-múndi que levaria seu nome e que representava grandes rotas em linhas retas.
Mas foi só a partir do século XVII que os países começam a se preocupar mais com o rigor
científico dos mapas. É realizado então, o primeiro levantamento topográfico oficial na França, em
1744, chefiado por César – François Cassini (1744 – 1784) que seriam os precursores dos mapas
modernos.
Do século em diante, com o desenvolvimento das técnicas cartográficas, o aperfeiçoamento
da fotografia a aviação e a informática, a cartografia dá um salto.
Atualmente são utilizadas fotos áreas e de satélites para a realização de mapas e cartas que
cada vez mais são utilizados eletronicamente, descartando a necessidade de impressão e tornan-
do-os interativos.

TIPOS DE CARTOGRAFIA
A cartografia pode ser dividida em duas grandes áreas:
ͫ Cartografia sistemática: ramo da cartografia dedicado à representação das característi-
cas físicas da superfície terrestre, e por essa razão é também chamada de cartografia
topográfica. As informações representadas são de caráter genérico e, por isso, duradouras
no tempo, sendo coletadas e replicadas por meio de técnicas específicas.
ͫ Cartografia temática: ramo da cartografia dedicado à produção de mapas com base em
informações geográficas diversas, não se restringindo às dimensões físicas de uma área.
Seus produtos indicam a ocorrência espacial de fenômenos específicos, como econômi-
cos, sociais, demográficos e mesmo naturais. Por essa razão, recebe o nome também de
cartografia geográfica.
6

CONCEITOS DE CARTOGRAFIA
ͫ Coordenadas geográficas: são valores numéricos que indicam a localização de um objeto
ou ponto qualquer na superfície terrestre. São definidas com base nos valores de latitude
e longitude, indicadas, respectivamente, pelos paralelos e meridianos.
ͫ Projeção cartográfica: são representações da Terra em uma superfície plana. Para isso,
baseiam-se em uma rede composta por linhas imaginárias horizontais e verticais (paralelos
e meridianos) perpendiculares entre si. São classificadas quanto à superfície de pro-
jeção (cônica, cilíndrica, plana) e quanto às suas propriedades (conforme, equidistante,
equivalente).
ͫ Escala cartográfica: é uma relação numérica (proporção) entre as dimensões de uma
superfície, conforme são representadas no mapa, e suas dimensões reais, medidas de
forma linear. Uma escala de 1:250.000 expressa em centímetros, por exemplo, indica que
cada centímetro do mapa corresponde a 250.000 cm ou 2,5 km na superfície do terreno.
ͫ Mapas: são representações gráficas, em escala reduzida, da superfície terrestre ou de
parte dela sobre um plano. Podem ainda representar espacialmente determinadas infor-
mações geográficas, compondo, assim, os mapas temáticos.

AS VÁRIAS FORMAS DE REPRESENTAÇÃO DA SUPERFÍCIE TERRESTRE


Em Geografia, utiliza-se diferentes formas de representação da superfície terrestre, tais como:
os globos, os mapas e os planisférios.
Globo Terrestre

O globo é uma representação em escala reduzida do planeta terra.


Com seu formato esférico, ele representa a superfície terrestre de maneira mais fiel que o
Planisfério.
Porém, por ser muito pequeno, o globo não nos permite estudar todos os fenômenos da Terra.
Assim, é necessário ter outras formas que possam representar a superfície terrestre em maio-
res dimensões. É o caso do mapa.
O mapa: destaque Ilha do Bananal
Geografia Geral 7

O termo mapa tem origem no vocábulo latim mappa e diz respeito a uma representação gráfica
e métrica de uma porção de território.
O mapa é uma representação gráfica e métrica da superfície da Terra ou uma parte dela numa
dimensão plana. Em um mapa é possível representar diferentes lugares do planeta, partindo do
particular como um bairro, cidade ou estado e geral como um país, continente ou o mapa mundi.
Porém, como os mapas são planos, não é possível representar a superfície arredondada da
Terra.
Os mapas que representam toda a superfície terrestre são os planisférios.

ͫ Tipos de mapas:
Existem dois tipos diferentes de mapas aos quais se recorre em função da informação que se
necessita. Deste modo, o geógrafo recorre aos mapas gerais ou mapas de base quando se pretende
obter diversas informações de carácter geral ou quando se pretende construir nova cartografia a
partir dos mesmos. Entre eles destacam-se:
ͫ Planisfério
» É a representação do globo terrestre no papel na forma plana.
» Sua cópia mais fiel é no globo pelo fato do planeta ser esférico.
8

» Conhecido como mapa-múndi, o planisfério tem a finalidade de exibir todo o seu


conteúdo de forma cômoda para seu estudo em diversas disciplinas.

ͫ Mapa
» Representação plana em escala pequena. (1:30.000.000 até 1:250.000)
» Poucos detalhes representam grandes áreas.
» Mapas gerais (mundi) cabe em uma folha.
» Especiais (item específico) (Brasil VEGETAÇÃO, RELEVO, CLIMA, ETC...).
» Temáticos (MAPA DO CRIME).
» Mapa corográfico - “descrição de um país”

» Mapa topográfico
Geografia Geral 9

ͫ Planta
» Escala grande. (1:10.000 até 1:2.000)
» Representação de uma área muito limitada.
» Usada para representar uma casa, praça, etc. (muitos detalhes)

ͫ Cartas
» Representação em escala média. (1:100.000 até 1:25.000).
» Maiores detalhes que os mapas.
» Parte de um mapa.
» Para avaliação precisa de direções. Obs.: (cartas náuticas).
» Cartas temáticas → Mapas temáticos.
» Usadas para representar um tema específico; Ex.: vegetação, população, índice de
criminalidade, relevo, etc.
10

»
ͫ Anamorfoses geográficas
São mapas esquemáticos, que não apresentam escala cartográfica. Nessas representações as
áreas sofrem deformações que são matematicamente calculadas.

ͫ
Quando se pretende estudar/trabalhar um tema específico utilizam-se os mapas temáticos:
» Físico
Geografia Geral 11

» Político

» Demográfico
12

» Econômico

ͫ Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG)


Os SIG permitem recolher, analisar e representar informação geográfica georreferenciada, tendo
em vista a resolução de problemas reais. Num SIG a informação (dados) é organizada por camadas,
o que permite analisar as inter-relações entre os diferentes fenômenos espaciais. A importância
da sua utilização resulta:
» Da facilidade de trabalhar com grande quantidade de informação;
» Do tempo de resposta em tempo real no apoio à decisão;
» Da fácil gestão e armazenamento dos dados geográficos;
» Da rapidez com que a informação pode ser atualizada.
» Diferentes tipos de dados e respectivas camadas num SIG
GEOGRAFIA GERAL
- ESPAÇO NATURAL
- DINÂMICA DA
ATMOSFERA -
CAMADAS E SUAS
CARACTERÍSTICAS
2

DINÂMICA DA ATMOSFERA - CAMADAS E SUAS CARACTERÍSTI-


CAS
ATMOSFERA PRIMITIVA
A atmosfera da Terra no início era bem diferente da que conhecemos hoje. Acredita-se que sua
formação, há 4 bilhões de anos, foi influenciada por um grande aquecimento do planeta, seguido
de resfriamento, o que provocou a liberação de gases.
O planeta apresentava uma mistura de hidrogênio, metano, amônia e vapor de água, carac-
terizando um ambiente altamente redutor.
Gradualmente, reações químicas aconteceram, viabilizadas por radiação solar e descargas
elétricas, mudando os gases atmosféricos e permitindo a existência dos seres vivos.
Esses gases teriam sofrido reações químicas pela ação da radiação solar e de descargas elétricas
em processos fotoquímicos, originando a atmosfera atual. Por exemplo, amônia (NH3) e metano
(CH4) podem ter reagido entre si, formado nitrogênio (N2) e dióxido de carbono (CO2).

FONTE: HTTPS://WWW.GOCONQR.COM/SLIDE/10573188/CONDI-ES-DA-
TERRA-QUE-PERMITEM-EXISTENCIA-DE-VIDA
CAMADAS DA ATMOSFERA
Atmosfera é uma camada de gases que envolve geralmente um corpo material com massa
suficiente.
Os gases são atraídos pela gravidade do corpo e são retidos por um longo período de tempo
se a gravidade for alta e a temperatura da atmosfera for baixa.
Alguns planetas consistem principalmente de vários gases e, portanto, têm atmosferas muito
profundas (um exemplo seria os planetas gasosos).
 3

Fonte: https://www.vix.com/pt/ciencia/551520/camadas-da-atmosfera-sao-1000-km-de-tem-
peraturas-absurdas-ate-vacuo-do-universo
O termo atmosfera estelar é usado para designar as regiões externas de uma estrela e normal-
mente inclui a porção entre a fotosfera opaca e o começo do espaço sideral. Estrelas com tempe-
raturas relativamente baixas podem formar compostos moleculares em suas atmosferas externas.
A atmosfera terrestre protege os organismos vivos dos raios ultravioleta e também serve como um
estoque, fazendo com que o gás oxigênio não escape.

FONTE: WWW.TODOESTUDO.COM.BR/GEOGRAFIA/TERMOSFERA
PRESSÃO ATMOSFÉRICA
É a força exercida pela massa de gases da atmosfera sobre uma determinada superfície.
O valor da pressão atmosférica não é constante. Varia em função da altitude do local, sendo
menor à medida que a altitude aumenta.
Além da variação com relação à altitude, seu valor também sofre alterações ao longo do tempo
e em locais de mesma altitude.
4

Essas variações se devem ao fato de a pressão atmosférica estar intimamente relacionada com
a temperatura, a densidade e o volume da massa de ar.
Como a medida da pressão atmosférica é um importante indicador de mudanças meteoroló-
gicas, seu valor é registrado ao longo do dia em diferentes pontos da Terra.
O barômetro é usado para medir a pressão atmosférica

Fonte: https://www.todamateria.com.br/pressao-atmosferica/
ͫ Variação da Pressão com a Altitude
Observa-se que o valor da pressão atmosférica padrão ao nível médio do mar é de 760 mmHg
(milímetros de mercúrio) ou 1 atm (atmosfera). Esse valor corresponde a 101325 Pa ou 1013,25
hPa (unidade mais usada).
Já ao subir ao longo da atmosfera, o peso da coluna de ar diminui e, consequentemente, o
valor da pressão atmosférica também reduz.
A tabela abaixo apresenta os valores médios da pressão para diferentes altitudes:
 5

Fonte: www.todamateria/pressaoatmosferica Fonte: www.significados.com.br/pressao-


atmosferica/

ͫ Composição de gases da atmosfera


Em volume de ar seco, aproximadamente 99%, é formado por nitrogênio e oxigênio e 1% por
outros gases.
Alguns dos gases que constituem a atmosfera e as respectivas porcentagens são:
» 78,08% de nitrogênio;
» 20,95% de oxigênio;
» 0,93% de argônio;
» 0,035% de dióxido de carbono;
» 0,0018% de neônio.

ͫ
ͫ Fonte: https://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/cap1/cap1-2.html
ͫ As camadas da atmosfera:
Juntas, compõem uma extensão de aproximadamente 1000 km.
São elas: troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e exosfera.
6

Fonte: http://geoconceicao.blogspot.com/
» Troposfera: é a camada mais próxima da crosta terrestre. Nela, encontra-se o ar
usado na respiração de plantas e animais. Ela é composta, basicamente, pelos mes-
mos elementos encontrados em toda a atmosfera, Nitrogênio, Oxigênio e Gás Car-
bônico. Quase todo o vapor encontrado na atmosfera situa-se na troposfera, que
ocupa 75% da massa atmosférica. Chega a atingir cerca de 17 km nas regiões trópicas
e pouco mais que 7 km nas regiões polares.

»
Fonte: https://misistemasolar.com
» Estratosfera: é a segunda camada mais próxima da Terra. Nela, encontra-se o gás
ozônio, responsável pela barreira de proteção dos raios ultravioleta, mais conhecida
como Camada de Ozônio. Podendo chegar a até 50 km de altura, a estratosfera é
caracterizada por apresentar pouco fluxo de ar e por ser muito estável. Como possui
uma pequena quantidade de oxigênio, a estratosfera não é propícia para a presença
do homem. Contudo, no dia 14 de outubro de 2012, o austríaco Felix Baumgartner
saltou de uma altura de 39 km, impressionando o mundo todo (porém, para isso,
ele precisou de uma roupa especial que garantisse a sua respiração). Muitos aviões
a jato circulam na estratosfera porque esta é muito estável. É nesta camada que
começa a difusão da luz solar (que origina o azul do céu).
 7

»
Fonte: www.todoestudo.com.br/geografia/estratosfera
» Mesosfera: com alturas de até 80km, a mesosfera é caracterizada por ser muito
fria, com temperaturas que oscilam em torno dos -100 ºC. Sua temperatura, no
entanto, não é uniforme em toda sua extensão, uma vez que a parte de contato
com a estratosfera é um pouco mais quente, ponto da troca de calor entre as duas.

»
Fonte: http://es.slideshare.net/edmikel/trabajo-de-informatica-999
» Termosfera: é a camada atmosférica mais extensa, podendo alcançar os 500 km
de altura. O ar é escasso e, por isso, absorve facilmente a radiação solar, atingindo
temperaturas próximas a 1.000 ºC e se tornando, assim, a camada mais quente da
atmosfera.

»
Fonte: https://www.todoestudo.com.br/geografia/termosfera
» Exosfera: é a camada mais longe da Terra, alcançando os 800 km de altura. É com-
posta basicamente por gás hélio e hidrogênio. Nessa camada não existe gravidade e
as partículas se desprendem da terra com facilidade. Nela encontram-se os satélites
de dados e os telescópios espaciais.
8

»
Fonte: http://exosfera.net/gordon-gould-uno-de-los-padres-olvidados-del-laser/

DINÂMICA DA CIRCULAÇÃO DOS VENTOS


Dinâmica dos ventos ou dinâmica da circulação atmosférica: é a responsável, principalmente,
pela variabilidade climática.
Ela acontece em três níveis, chamados de “célula”.

» Fonte: http://www.todamateria.com.br/o-que-e-atmosfera/amp/
A circulação atmosférica atua na movimentação das massas de ar. Essa movimentação ocorre
na Troposfera, a camada da atmosfera mais próxima da Terra.
A circulação atmosférica ocorre em razão do desequilíbrio da radiação recebida pela Terra ao
longo de sua extensão. As regiões que se localizam mais próximas da Linha do Equador recebem
mais radiação solar e, consequentemente, tornam-se mais aquecidas. Enquanto, nas regiões pola-
res, o índice de radiação é menor e o aquecimento, também. Desse modo, para que haja um maior
equilíbrio, acontecem muitas trocas de massas de ar entre as regiões mais quentes e as mais frias.
 9

Fonte: https://www.infoescola.com/geografia/zonas-climaticas-da-terra/
A movimentação das massas de ar só é possível graças às diferenças de pressão. O ar frio
é mais pesado e, por isso, tende a descer e provocar uma pressão maior, enquanto o ar quente
tende a subir e diminuir a pressão da atmosfera. Como a decida do ar frio e a subida do ar quente
acontecem simultaneamente, observa-se uma movimentação constante e circular dessas massas,
que é responsável pela ocorrência dos ventos e pelas variações climáticas.

Este padrão na circulação da atmosfera se dá através de três células de movimentação, que


são consequências diretas dos movimentos de rotação e de translação.
Este padrão na circulação da atmosfera se dá através de três células de movimentação, que
são consequências diretas dos movimentos de rotação e de translação.

Fonte: https://www-
geografia.blogspot.com/2019/11/zona-de-convergencia-intertropical-zcit.html

» Célula tropical ou Célula de Hadley: ocorre nas regiões de baixa latitude (mais pró-
ximas da Linha do Equador). É caracterizada pelo movimento em direção aos polos
acontecer na porção superior da atmosfera.
10

» Célula de Ferrel ou célula das latitudes médias: ocorre nas latitudes intermediárias
(entre a Linha do Equador e os polos). Caracteriza-se pela direção do movimento
em direção aos polos ocorrer na porção inferior da atmosfera.
» Célula polar: o ar proveniente das outras duas células, ao alcançar os polos, desce e
forma uma forte pressão polar. Em seguida, a superfície desloca esse ar para zonas
de menor pressão e para as zonas tropicais.

TIPOS DE VENTO
O vento é o ar em movimento. Ele é resultante das diferenças de pressão atmosférica entre
os diferentes lugares.
Por ocasião das dinâmicas, algumas áreas podem momentaneamente apresentar uma menor
pressão atmosférica que outras, isto é, ter uma menor quantidade de ar sobre a superfície. Quando
isso ocorre, o ar que está acumulado nas zonas de maior pressão vai tentar se deslocar para as zonas
de menor pressão a fim de “preencher” esses espaços. Eis a origem dos ventos.
Apesar de ser um processo aparentemente simples, existem vários tipos de ventos. Eles alte-
ram-se conforme a sua durabilidade, variando entre ventos constantes, periódicos e locais ou
variáveis.
» Os ventos constantes: são aqueles que ocorrem de forma periódica e cujas caracte-
rísticas não fogem a determinados padrões gerais. São divididos em ventos alísios
e contra-alísios.
» Ventos alísios: sopram constantemente das zonas polares e dos trópicos em direção
à linha do equador. Carregam umidade e provocam chuvas nas regiões onde eles se
encontram com outros ventos e massas de ar.
» Ventos contra-alísios: realizam o movimento contrário aos ventos alísios, direcio-
nando-se da linha do equador aos trópicos. São ventos geralmente muito secos.

»
F o n t e : h t t p s : / /g u i a d o e s t u d a n t e . a b r i l . c o m . b r /c u rs o - e n e m - p l ay /
atmosfera-meteorologia-os-principais-fenomenos-que-influenciam-o-clima/
Os ventos periódicos são aqueles que ocorrem de forma repetitiva ou durante uma estação
do ano.
 11

Existem dois principais tipos: as monções e as brisas.


» Monções: ventos que sopram do mar para o continente e do continente para o mar,
variando conforme as estações do ano. O principal lugar onde ocorre esse fenômeno
é na Ásia Meridional que, por isso, também é chamada de Ásia das Monções;

Fonte: http://atividades.santosanjosjuizdefora.com.br/super-esquema-dos-furacoes-e-regi-
me-das-moncoes
» Brisas: são movimentos constantes e repetitivos que sopram do mar para o conti-
nente durante o dia, e do continente para o mar durante a noite.

»
Fonte: http://professormarciosantos3.blogspot.com/2014_03_01_archive.html
GEOGRAFIA DO BRASIL
- ESPAÇO NATURAL -
ATMOSFERA E O CLIMA -
FENÔMENOS CLIMÁTICOS E
OS CLIMAS NO BRASIL
2

ATMOSFERA E OS CLIMAS
Atmosfera terrestre: corresponde a uma camada de ar que envolve todo o planeta Terra e
auxilia na manutenção da vida. É composta por gases que não se dissipam, mantendo-se por meio
da gravidade. Com base no critério da dinâmica da temperatura, a atmosfera terrestre divide-se
em camadas.

https://conhecimentocientifico.com/o-que-e-atmosfera/

FENÔMENOS E FATORES CLIMÁTICOS


O clima pode ser compreendido a partir de seus fatores e elementos, termos que, aparente-
mente semelhantes, referem-se a questões totalmente diferentes.
» Elementos climáticos: são as grandezas atmosféricas que podem ser medidas ou
instantaneamente mensuradas. São os elementos atmosféricos que variam no tempo
e no espaço e que se configuram como o atributo básico para se definir o clima da
região. Os principais elementos climáticos são: radiação, temperatura, pressão e
umidade.

» https://piradageografia.blogspot.com/2017/05/fatores-climaticos.html
» Fatores climáticos: são as condições que determinam ou interferem nos elementos
climáticos e os climas deles resultantes. São eles que ajudam a explicar o porquê de
uma região ser quente e úmida e outra ser fria e seca, por exemplo. Os principais
fatores climáticos são: latitude, altitude, maritimidade e continentalidade, massas
de ar, vegetação, correntes marítimas e até o relevo.”
 3

» FATORES QUE INFLUENCIAM O CLIMA

https://m.facebook.com/geografia.on

ELEMENTOS CLIMÁTICOS
» Radiação: a radiação climática, em linhas gerais, pode ser definida como todo o calor
recebido pela atmosfera, a maior parte advinda do sol, mas que também recebe
a influência dos seres vivos e dos elementos naturais e artificiais que refletem o
calor já existente. A radiação solar manifesta-se em diferentes tons de intensidade
ao longo do planeta, o que contribui para a formação das chamadas zonas térmicas
ou climáticas da Terra.

https://www.slideserve.com/skip/a-radia-o-solar
4

» Temperatura: é a mensuração do calor na atmosfera, podendo ser medida em graus


celsius (ºC) ou em outras unidades de medida, como fahrenheit (ºF) e o kelvin (K).

https://huriyatynews.com
» Pressão atmosférica: é o “peso” ou “força” exercidos pelo ar sobre a superfície, pois,
ao contrário do que muitas pessoas pensam, o ar possui massa e, consequentemente,
peso. A pressão atmosférica costuma ser medida em milibares (mb).

https://pt.slideshare.net/professoredugonzaga/clima-2013-professor-edu-gonzaga
» Umidade: é a quantidade de água em sua forma gasosa presente na atmosfera.
Temos, assim, a umidade absoluta (quantidade total de água na atmosfera) e a umi-
dade relativa do ar (quantidade de água na atmosfera em relação ao total necessário
para haver chuva).
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https://www.climatempo.com.br/noticia/2020/03/30/como-a-variacao-da-umidade-no-ar-
-interfere-na-nossa-saude--2546

FATORES CLIMÁTICOS
» Latitude: está intrinsecamente ligada às diferenças da radiação solar sobre a Terra.
Assim, quanto mais próximo à Linha do Equador (baixas latitudes), mais as tempe-
raturas tendem a aumentar. Por outro lado, à medida que nos direcionamos rumo
às zonas polares (altas latitudes), menores tendem a ser as temperaturas.”

https://pt.slideshare.net/professoredugonzaga/clima-2013-professor-edu-gonzaga
» Altitude: em regiões mais altas, a pressão atmosfera costuma ser menor, além do
fato de a irradiação também ser mais diminuta. Assim a temperatura costuma ser
inferior, o que nos faz concluir que quanto maior a altitude, menores as temperaturas
e, quanto mais próximo ao nível do mar, maiores as temperaturas.
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https://explicandotudo.blogspot.com/2013/04/altitude.html
» Maritimidade ou continentalidade: são termos que designam, respectivamente, a
proximidade de um local do mar ou a sua posição em uma região mais continental,
o que interfere diretamente sobre o clima. Isso ocorre porque o solo costuma se
aquecer ou se resfriar mais rapidamente do que a água, o que acarreta uma maior
amplitude térmica (diferença entre a maior e menor temperatura) ao longo do ano
em regiões continentais e o inverso em regiões litorâneas.

https://www.slideshare.net/tojal7/climatologia-13983506
» Massas de ar: em função das diferenças de pressão atmosférica, temos a movimen-
tação do ar. Quando esse movimento ocorre em blocos de ar com a mesma tempe-
ratura e umidade, formam-se as massas de ar, que transferem suas características
para o clima dos locais por onde passam. Massas de ar frio e úmido, por exemplo,
são responsáveis por diminuírem as temperaturas e aumentarem a umidade. O
encontro entre duas massas diferentes forma as frentes de ar.
 7

»
https://www.researchgate.net/figure/Distribution-of-the-source-areas-of-the-main-
-air-masses-today-modified-from-6-cA-is_fig3_331297306
» Vegetação: interfere no clima de várias formas diferentes. As principais delas são a
contenção ou absorção dos raios solares, minimizando os seus efeitos, e a elevação
da umidade por meio da evapotranspiração, o que ajuda a diminuir as temperaturas
e elevar os índices de chuva.

https://www.slideshare.net/flaviocosac/relao-entre-vegetao-e-clima/3
» Relevo: também influencia o clima quando as regiões mais altas impedem a passa-
gem de massas de ar, fazendo com que algumas regiões se tornem mais secas ou
até desérticas.
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https://www.coladaweb.com/geografia/fatores-que-alteram-o-clima
» Correntes marítimas: apresentam condições específicas de temperatura, influen-
ciando diretamente o clima. Em regiões em que o mar é mais quente, por exemplo, a
evaporação aumenta e eleva a umidade, que se dispersa para outras regiões. Quando
as correntes são mais frias, a umidade local diminui e a pressão atmosférica e a
umidade passam a ser menores, o que faz com que essa região acabe “sugando” as
massas de ar de outras localidades, que passam a sofrer alterações em seus climas.

https://wikigeo.pbworks.com/w/page/36429950/Correntes%20Mar%C3%ADtimas

FENÔMENOS CLIMÁTICOS
Demos observar que além de todos esses fatores, que são os de ordem natural, também é
preciso lembrar que o homem acaba se tornando um dos agentes mais intensos de transformação
do clima. Ele pode ser responsável tanto por fenômenos climáticos mais localizados (ilhas de calor,
inversão térmica e outros) quanto por processos mais amplos e diversificados.
 9

» Ilhas de calor: são zonas de elevadas temperaturas, quando comparadas com as


regiões ao seu redor, que acontecem principalmente nas grandes cidades. Por esse
motivo, esse fenômeno climático também é chamado de Ilha de Calor Urbano (ICU).

https://pt.slideshare.net/BSZNAYDER/ilhas-de-calor

https://www.todamateria.com.br/ilha-de-calor
» Inversão térmica: é um fenômeno atmosférico característico dos grandes centros
urbanos e industrializados e corresponde ao aprisionamento temporário de uma
camada de ar frio próximo da superfície. Essa camada de ar frio, que é mais densa,
tem a sua circulação interrompida por uma camada de ar quente que fica posicio-
nada sobre ela. Esse movimento faz com que haja uma inversão das temperaturas
e provoca ainda a retenção da poluição na camada inferior, bem próxima do solo.»

https://www.vivendociencias.com.br/2015/05/inversao-termica.html
10

OS CLIMAS NO BRASIL
ͫ Características gerais:
O clima é o conjunto de condições atmosféricas que caracterizam uma região.
O território brasileiro, em virtude da sua localização e grande extensão, apresenta diferentes
tipos de clima.
A maior parte do território brasileiro encontra-se nas áreas de baixas latitudes, entre o Equador
e o Trópico de Capricórnio. Por essa razão, predominam os climas quentes e úmidos.
Os climas influenciam as características da vegetação.
Determinadas espécies de vegetais se desenvolvem em determinados climas.
Os principais climas do Brasil são: equatorial, tropical úmido, tropical Semiúmido, tropical de
altitude, tropical semiárido e subtropical.

https://trabalhosparaescola.com.br/clima-brasileiro/
Tipos de Clima do Brasil
ͫ Clima Equatorial:
» Região Amazônica.
» Alta pluviosidade, de 2000 a 2500 mm/ano.
» Médias térmicas de 24°C.
» Elevada umidade.
» Ventos alísios.
» Evapotranspiração da floresta Amazônica.
» Densa malha hidrográfica da região.
» MEC e MEA.
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https://
brasilescola.uol.com.br/geografia/clima-equatorial.htm https://www.geografiaopinativa.com.
br/2016/03/classificacao-climatica-brasileira.html

ͫ Tropical Úmido: (Tropical Litorâneo)


» Ao longo do litoral Brasileiro de Nordeste a Sudeste.
» Pluviosidade elevada 1500 a 2000 mm/ano.
» Médias térmicas 20 a 24°C.
» No Nordeste as chuvas ocorrem de março a agosto.
» MTA.

https://www.concursosnobrasil.com.br/escola/geografia/tipos-de-climas-no-brasil.html https://
www.geografiaopinativa.com.br/2016/03/classificacao-climatica-brasileira.html

ͫ Tropical Semiúmido: (Tropical Central)


» Região Centro-Oeste, parte do Nordeste e parte do Sudeste.
» Duas estações bem definidas: verão chuvoso e inverno seco.
» Pluviosidade entre 1000 a 1500 mm/ano.
» Média térmica 24°C.
» MTC e MEC.
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https://www.infoescola.com/geografia/planalto-central/ https://www.geografiaopinativa.com.
br/2016/03/classificacao-climatica-brasileira.html

ͫ Tropical de Altitude:
» Região Serrana do Sudeste (Serra da Mantiqueira).
» Relevo é fator determinante para explicar as temperaturas amenas.
» Pluviosidade entre 1500 mm/ano.
» Média térmica 17 °C a 22°C.
» MTA.

https://climasebiomas.wordpress.com/2017/01/23/clima-tropical-de-altitude/ https://www.
geografiaopinativa.com.br/2016/03/classificacao-climatica-brasileira.html

ͫ Tropical Semiárido:
» Clima do interior Nordestino (Sertão).
» Baixos índices pluviosidade inferior a 600 mm/ano.
» Planalto da Borborema e Planalto do Maranhão Piauí.
» Chuvas irregulares e mal distribuídas (fevereiro a junho).
» Média térmica 26°C a 28°C.
» MTA, MEC, MPA e MEA.
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https://escolaeducacao.com.br/clima-semiarido-caracteristicas-vegetacao-e-acao-no-brasil/
https://www.geografiaopinativa.com.br/2016/03/classificacao-climatica-brasileira.html

ͫ Subtropical:
» Predominante no Sul do Brasil.
» Chuvas bem distribuídas o ano todo, de 1500 a 2000 mm/ano.
» Inverno com chuvas Frontais.
» Presença de geadas no inverno.
» Temperaturas médias térmicas são inferiores a 18°C.
» Amplitude térmica elevada.
» MPA e MTA.

https://www.estudopratico.com.br/clima-subtropical/ https://www.geografiaopinativa.com.
br/2016/03/classificacao-climatica-brasileira.html

https://www.estudokids.com.br/climas-brasileiros-tropical-semiarido-e-equatorial/
GEOGRAFIA DO
BRASIL - ESPAÇO
NATURAL - RECURSOS
HÍDRICOS - BACIAS
HIDROGRÁFICAS
2

RECURSOS HÍDRICOS
ͫ Água e sua distribuição no Planeta
Sabemos que aproximadamente 70% da superfície terrestre encontra-se coberta por água.
Mas, menos de 3% deste volume é de água doce, cuja maior parte está concentrada em
geleiras (geleiras polares e neves das montanhas), restando uma pequena porcentagem de águas
superficiais para as atividades humanas.
Distribuição da água pelo planeta Terra:
97,5% da água do mundo está nos oceanos - água salgada.
2,5% de água doce está distribuída da seguinte forma:
29,7% aquíferos.
68,9% calotas polares.
0,9% outros reservatórios (nuvens, vapor d’água etc).
0,5% rios e lagos.

http://fontehidrica.blogspot.com/2011/11/distribuicao-da-agua-na-terra.html
DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA DOCE NOS CONTINENTES

Fonte: Distribuição da água doce nos continentes. Crédito: Ana Lúcia Souto, domínio público
 3

HIDROGRAFIA BRASILEIRA
A hidrografia brasileira ocupa um lugar de destaque entre os elementos naturais. O destaque
nesse sentido é proveniente da quantidade e variedade hídrica presente no país.
Grande parte dos rios brasileiros nasce em relevos com pouca altitude, exceto o rio Amazonas,
que nasce na Cordilheira dos Andes.
Com 55.467 km2 o país ocupa o primeiro lugar em rede hidrográfica, isso devido à sua exten-
são. A riqueza hídrica nacional favorece a presença de rios de grande profundidade, além de rios
largos e extensos, em decorrência do tipo de relevo predominante no país forma rios de planaltos.
No Brasil, os rios são caudalosos e as bacias hidrográficas extensas, proporcionando um signi-
ficativo potencial hídrico no desenvolvimento de usinas hidrelétricas, captação de água, irrigação,
transporte entre outros.
ͫ As principais características da hidrografia brasileira são:
» Ocorrência de grande parte dos rios do tipo caudalosos, isso significa cursos com
elevado volume de água e que não secam (perene), característica derivada do clima
úmido. Somente no sertão nordestino ocorre, em determinadas localidades, rios
temporários.
» Domínio principal de foz do tipo estuário e alguns rios com foz do tipo delta.
» Os regimes dos rios brasileiros são de predominância do tipo pluvial, isso quer dizer
que os períodos de cheias e vazantes são determinados pela ocorrência de chuvas
e secas, influência direta do clima na hidrografia.
» Modesta quantidade de lagos.
» Superioridade de rios que deságuam no mar, nascem no interior do país e percorrem
em direção ao oceano, chamado de drenagem do tipo exorreica.
» Grande parte dos rios corre sobre planaltos e depressões, esses são os tipos de relevo
que mais se destacam no Brasil, favorecendo a instalação de usinas hidrelétricas.
Em detrimento da abundância hídrica, o Brasil se coloca como um privilegiado nesse sentido,
uma vez que a escassez de água assola muitos países do mundo.
Apesar dessa riqueza, a população não cuida dos rios, pois diariamente são lançados esgotos,
produtos químicos, lixo e muitos outros detritos nos mesmos.

DISTRIBUIÇÃO HÍDRICA PELO BRASIL


A distribuição da água no Brasil ocorre de maneira irregular, pois há localidades pouco povoadas
e com muitas reservas e outras com uma relação inversa.
O Brasil possui a maior reserva mundial de água potável, com cerca de 12% do montante total,
o que não necessariamente livra o país de sofrer com a falta desse importante recurso natural.
Uma das grandes questões referentes à problemática da água no Brasil está na localização
geográfica da disponibilidade desse elemento.
A distribuição da água no Brasil é naturalmente desigual, de modo que justamente as áreas
menos povoadas do país é que concentram a maior parte dos recursos hídricos.
Vejamos na tabela a seguir, a relação entre densidade demográfica e a disponibilidade de água
entre as diversas regiões do país.
4

Distribuição dos recursos hídricos e densidade demográfica do Brasil

Verificou-se que, a região Norte, que possui uma densidade de apenas 4,12 habitantes para
cada quilômetro quadrado, concentra quase 70% de todos os recursos hídricos disponíveis no Bra-
sil. A maior parte desses recursos encontra-se nos rios da Bacia do Amazonas e, principalmente,
no Aquífero Alter do Chão, exclusivo dessa região e com um volume de água superior ao Aquífero
Guarani, que se distribui entre as demais áreas (exceto o Nordeste).
A região nordestina, por outro lado, conta com uma densidade de 34,15 pessoas para cada
quilômetro quadrado, ao passo em que detém apenas 3,3% de todos os recursos hídricos do país, o
que seria mais do que suficiente se houvesse políticas públicas de combate à seca nessa área. Vale
lembrar que apenas uma parte do Nordeste a região do Polígono das Secas é que eventualmente
sofre com a falta d’água, e não a região nordestina como um todo.
A região Centro-Oeste apresenta um melhor equilíbrio. Sua densidade demográfica apresenta
uma média de 8,75 habitantes para cada quilômetro quadrado, e sua população total representa
pouco mais que 6% do total da população brasileira. A região possui cerca de 15,7% dos recursos
hídricos do país, relativamente bem distribuídos em seu interior, embora o Pantanal mato-grossense
detenha a maior parte.
Já o Sudeste conta com apenas 6% dos recursos hídricos do país e uma densidade demográfica
superior aos 86 habitantes para cada quilômetro quadrado, média que se acentua muito nas áreas
das grandes cidades, principalmente Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. A capital paulista é
a que mais vem sofrendo com a seca que se iniciou no ano de 2014, embora as raízes do problema
de baixa nos reservatórios sejam anteriores. Há, inclusive, uma disputa política muito forte entre
Rio e São Paulo envolvendo a transposição do Rio Paraíba do Sul.
A região Sul do Brasil, por sua vez, apresenta um desequilíbrio menor, porém não menos
preocupante. Com uma densidade demográfica de 48,58 habitantes por quilômetro quadrado e
cerca de 15% da população brasileira, os sulistas detêm cerca de 6,5% da água potável do país.
Em geral, o que podemos observar é que, apesar da má distribuição da água no território
brasileiro, mesmo as áreas com menor disponibilidade de água pode ser corretamente abasteci-
das se existirem planejamentos e ações públicas de interesse social. Além disso, a conservação de
rios, mananciais e das reservas florestais é de fundamental importância para a preservação desse
estratégico e vital recurso natural.
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BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS


ͫ Bacia Hidrográfica
É uma área drenada por um rio principal e seus afluentes (possui divisores de águas).
Bacias primárias: rio principal e seus afluentes.
Bacias secundárias: junção de vários rios menores.
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ͫ Rede Hidrográfica
Constitui um conjunto de um rio principal, seus afluentes e subafluentes.

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PRINCIPAIS BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS


ͫ Bacia Hidrográfica Amazônica
É considerada a maior bacia hidrográfica do planeta, responsável por drenar água de uma área
de aproximadamente 7 milhões de quilômetros quadrados. No Brasil, ela compreende uma área
de 3.870.000 km², apresentando grande potencial para geração de energia hidrelétrica, além de
possuir características propícias para o transporte fluvial.
ͫ Bacia Hidrográfica do São Francisco
Importante meio de ligação entre as Regiões Nordeste e Sudeste, a bacia do São Francisco
possui cerca de 640 mil quilômetros quadrados. Apresenta extensos trechos navegáveis, além de
grande potencial hidrelétrico. O garimpo, a mineração, a irrigação e a poluição hídrica ameaçam a
qualidade dos rios dessa região.
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ͫ Bacia Hidrográfica do Tocantins-Araguaia


Com 967.059 quilômetros quadrados, essa é a maior bacia hidrográfica exclusivamente bra-
sileira. Seu potencial energético é explorado, com destaque para a usina hidrelétrica de Tucuruí,
no estado do Pará.
ͫ Bacia Hidrográfica do Paraná
A bacia do Paraná, presente no Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, possui rios de planalto
e encachoeirados, perfeitos para a instalação de hidrelétricas. Esse potencial é aproveitado pelas
usinas de Ilha Solteira, Itaipu, Capivari, Engenheiro Sérgio Mota, Água Vermelha, etc.
ͫ Bacia Hidrográfica do Parnaíba
Abrangendo uma área de aproximadamente 340 mil quilômetros quadrados, essa bacia hidro-
gráfica está presente nos estados do Piauí, Maranhão e na porção oeste do Ceará. Os principais rios
são o Balsas, Uruçuí-Preto, Gurgueia, Longá, Poti e Canindé.
ͫ Bacia Hidrográfica do Uruguai
Essa bacia está presente nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O principal rio, o
Uruguai, nasce da confluência dos rios Canoas e Pelotas. Suas características são propícias para a
construção de usinas hidrelétricas.
ͫ Bacia Hidrográfica do Paraguai
A bacia hidrográfica do Paraguai é típica de planície, apresentando grandes extensões para
navegação. No Brasil, ela está presente nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, englo-
bando uma área de 361.350 quilômetros quadrados. Tem como principal rio o Paraguai, que nasce
na Chapada dos Parecis (MT).
ͫ Bacia Hidrográfica do Atlântico Nordeste Oriental
A bacia do Atlântico Nordeste Oriental é responsável por drenar água de uma área de 287.348
quilômetros quadrados, compreendendo os estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Per-
nambuco e Alagoas. Os principais rios são o Beberibe e Capibaribe, além do Jaguaribe, considerado
o maior rio intermitente (temporário) do mundo.
ͫ Bacia Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental
Situada nos estados do Maranhão e Pará, essa bacia hidrográfica possui 254.100 quilômetros
quadrados. Os principais rios perenes são: Mearim, Itapecuru e Turiaçu.
ͫ Bacia Hidrográfica Atlântico Leste
A bacia do Atlântico Leste, com 374.677 quilômetros quadrados, abrange territórios de Ser-
gipe, Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo. O Rio Jequitinhonha se destaca nessa área de drenagem.
ͫ Bacia Hidrográfica Atlântico Sudeste
Formada pelos rios Doce, Itapemirim, São Mateus, Iguape, Paraíba do Sul, entre outros, a bacia
hidrográfica do Atlântico Sudeste está presente nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio
de Janeiro, São Paulo e Paraná, correspondendo a uma área de 229.972 quilômetros quadrados.
ͫ Bacia Hidrográfica Atlântico Sul
Com predominância de rios de pequeno porte, essa bacia hidrográfica possui 185.856 quilô-
metros quadrado. Seus rios desaguam no Oceano Atlântico.
Mapa bacias hidrográficas brasileiras
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https://images.educamaisbrasil.com.br/content/banco_de_imagens/mb/D/bacias-hidrograficas-
brasileiras.jpg
GEOGRAFIA GERAL
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GEOGRAFIA GERAL
ESPAÇO NATURAL - SUPERFÍCIES LÍQUIDAS - HIDROGRAFIA,
CORRENTES MARINHAS - TIPOS E INFLUÊNCIA SOBRE O CLIMA
E A ATIVIDADE ECONÔMICA E UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS HÍ-
DRICOS E SITUAÇÕES HIDROCONFLITIVAS
HIDROGRAFIA, CORRENTES MARINHAS: TIPOS E INFLUÊNCIA
SOBRE O CLIMA E A ATIVIDADE ECONÔMICA E UTILIZAÇÃO DOS
RECURSOS HÍDRICOS E SITUAÇÕES HIDROCONFLITIVAS
HIDROGRAFIA:
Observa-se que o planeta Terra é formado por 97% de água, concentrada principalmente em
oceanos e mares. No total, a água contida no planeta abrange um volume de aproximadamente
1.400.000.000 km³.
O oceano Pacífico é o maior em extensão e profundidade, com mais de 179.700.000 km² de
área e 11.020 metros de profundidade. O maior rio, por sua vez, é o Amazonas, com 10.245 km
de extensão.

ÁGUA E SUA DISTRIBUIÇÃO


Sabemos que aproximadamente 70% da superfície terrestre encontra-se coberta por água.
Mas, menos de 3% deste volume é de água doce, cuja maior parte está concentrada em
geleiras (geleiras polares e neves das montanhas), restando uma pequena porcentagem de águas
superficiais para as atividades humanas.
Distribuição da água pelo planeta Terra:
ͫ 97,5% da água do mundo está nos oceanos - água salgada.
ͫ 2,5% de água doce está distribuída da seguinte forma:
» 29,7% aquíferos.
» 68,9% calotas polares.
» 0,9% outros reservatórios (nuvens, vapor d’água etc).
» 0,5% rios e lagos.
Geografia Geral 3

ͫ DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA DOCE NOS CONTINENTES

Fonte: Distribuição da água doce nos continentes. Crédito: Ana Lúcia Souto, domínio público

ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
Compreende toda a água que temos abaixo da superfície da Terra, preenchendo os poros ou
vazios intergranulares das rochas sedimentares, ou as fraturas, falhas e fissuras das rochas com-
pactas, e que sendo submetida a duas forças (de adesão e de gravidade) desempenha um papel
essencial na manutenção da umidade do solo, do fluxo dos rios, lagos e brejos. As águas subterrâneas
cumprem uma fase do ciclo hidrológico, uma vez que constituem uma parcela da água precipitada.

FONTE: BOSCARDIN BORGHETTI et al. (2004)


ͫ Uso das Águas Subterrâneas
4

Conforme estudos e relatórios, observa-se que a relação, em termos de demanda quanto ao


uso, varia entre os países, e nestes, de região para região, constituindo o abastecimento público,
de modo geral, a maior demanda individual (PROASNE, 2003).
Segundo Leal (1999), praticamente todos os países do mundo, desenvolvidos ou não, utili-
zam água subterrânea para suprir suas necessidades. Países como a Alemanha, Áustria, Bélgica,
Dinamarca, França, Holanda, Hungria, Itália, Marrocos, Rússia e Suíça atendem de 70 a 90% da
demanda para o abastecimento público (OECD, 1989 citado por REBOUÇAS et al., 2002). Outros
utilizam a água subterrânea no atendimento total (Dinamarca, Arábia Saudita, Malta) ou apenas
como suplementação do abastecimento público e de atividades como irrigação, produção de ener-
gia, turismo, indústria etc. (PIMENTEL, 1999). Na Austrália, 60% do país depende totalmente do
manancial subterrâneo e em mais de 20% o seu uso é preponderante (HARBERMEHL, 1985 citado
por REBOUÇAS et al., 2002). A cidade do México atende cerca de 80% da demanda dos quase 20
milhões de habitantes (GARDUÑO e ARREGUIN-CORTES, 1994 citado por REBOUÇAS et al., 2002).
Segundo a estimativa feita pela UNESCO em 1992, que mais de 50% da população mundial
poderia estar sendo abastecida pelo manancial subterrâneo (REBOUÇAS et al., 2002).
Verificou-se que regiões áridas e semiáridas com o Nordeste do Brasil e a Austrália, e certas
ilhas, têm a água subterrânea como o único recurso hídrico disponível para uso humano. Até regiões
desérticas, como a Líbia, têm a demanda de água em cidades e na irrigação atendida por poços
tubulares perfurados em pleno deserto do Saara.

AQUÍFEROS
Caracteriza-se por uma formação geológica do subsolo, constituída por rochas permeáveis,
que armazena água em seus poros ou fraturas. Ainda temos outro conceito que se refere a aquífero
como sendo, somente, o material geológico capaz de servir de depositório e de transmissor da água
aí armazenada. Assim, uma litologia só será aquífera se, além de ter seus poros saturados (cheios)
de água, permitir a fácil transmissão da água armazenada.
Aquíferos mais importantes do mundo - por extensão ou pela transnacionalidade:
» Guarani – Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai (1,2 milhões de km2).
» Arenito Núbia Líbia, Egito, Chade, Sudão (2 milhões de km2).
» KalaharijKaroo -Namíbia, Bostwana, África do Sul (135 mil km2).
» Digitalwaterway vechte – Alemanha, Holanda (7,5 mil km2).
» SlovakKarst-Aggtelek -República Eslováquia e Hungria).
» Praded – República Checa e Polônia (3,3 mil km2) (UNESCO, 2001).
ͫ Tipos de Aquíferos
A sua constituição geológica (porosidade/permeabilidade intergranular ou de fissuras) é que
irá determinar a velocidade da água em seu meio, a qualidade da água e a sua qualidade como
reservatório
Quanto à porosidade, temos três tipos aquíferos:
Geografia Geral 5

FONTE: BOSCARDIN BORGHETTI et al. (2004)


» Aquífero poroso ou sedimentar: é aquele formado por rochas sedimentares conso-
lidadas, sedimentos inconsolidados ou solos arenosos, onde a circulação da água se
faz nos poros formados entre os grãos de areia, silte e argila de granulação variada.
» Aquífero fraturado ou fissural: formado por rochas ígneas, metamórficas ou cristali-
nas, duras e maciças, onde a circulação da água se faz nas fraturas, fendas e falhas,
abertas devido ao movimento tectônico.
» Aquífero cárstico (Karst): formado em rochas calcáreas ou carbonáticas, onde a
circulação da água se faz nas fraturas e outras descontinuidades (diáclases) que
resultaram da dissolução do carbonato pela água.
ͫ Exemplos de aquíferos:
» Aquífero Guarani: é um imenso aquífero que abrange partes dos territórios do Uru-
guai, Argentina, Paraguai e, principalmente, Brasil, ocupando 1 200 000 km². O nome
foi proposto em 1996 pelo geólogo uruguaio Danilo Anton. Na ocasião, ele chegou
a ser considerado o maior do mundo: hoje, é considerado o segundo maior, capaz
de abastecer a população brasileira durante 2 500 anos. A maior parte (70 % ou
840 000 km²) da área ocupada pelo aquífero está no subsolo do centro-sudoeste
do Brasil. Abrange os Estados de: MT, GO, MS, SP, PR, SC, RS e MG.
» Aquífero Alter do Chão (SAGA): é um aquífero localizado sob os estados do Pará,
Amapá e Amazonas é quase duas vezes maior que o Aquífero Guarani em volume
de água.
A maior parte do aquífero Guarani, no sul do Brasil, está debaixo de rocha. Já no aquífero da
Amazônia está em terreno arenoso. Quando a chuva cai, penetra com facilidade no solo. A areia faz
uma espécie de filtro natural deixando a água do reservatório subterrâneo, limpa e boa para beber.
AQUÍFEROS - BRASIL
6

RIOS:
Importantes agentes modeladores do relevo.
Realizam transporte de sedimentos do solo de áreas mais elevadas para áreas mais baixas.
Cidades surgiram à beira de rios.
ͫ Partes do Rio:
» Alto curso ou superior – próximo a nascente.
» Curso médio – trecho intermediário.
» Curso inferior ou baixo – próximo a Foz.
» Meandros de um rio: são suas curvas.
» Leito: onde a água corre.
» Talvegue: canal mais profundo do leito do rio.
» Montante: cabeceira, sentido contrário do fluxo.
» Jusante: sentido do fluxo da água.

ͫ Tipos de Foz:
» Foz do tipo estuário: caracteriza-se com um único canal, não apresenta obstáculos,
como exemplos temos a foz dos rios: Congo, na África e rio Itajaí-Açu, no Brasil.
» Foz do tipo delta: com vários canais entremeados de ilhas formando uma espécie de
leque, essas ilhas podem ser naturais ou formadas por sedimentos transportados
pelas águas dos rios, como exemplos temos a foz do rio Nilo, na África e dos rios
Paranaíba, Acaraú, Piranhas e Paraíba do Sul, no Brasil.
» Foz do tipo mista ou complexa: quando um rio apresenta a foz do tipo Delta e a foz
do tipo estuário, como é o caso do rio Amazonas, no Brasil.
No Brasil, predominam rios com foz do tipo estuário.
TIPOS DE FOZ
Geografia Geral 7

ͫ Tipos de Rios:
» Perenes ou permanentes: nunca secam.
» Temporários ou intermitentes: secam em períodos de estiagem.
ͫ Regime dos Rios:
» Pluvial: alimentado pela chuva.
» Nival ou alpino: alimentados pelo degelo.
» Lacustre: Formados a partir de lagos.
» Misto ou complexo: alimentado tanto pela chuva quanto pelo degelo (Rio Amazonas).
ͫ Tipos de Drenagem:
» Exorreica: Quando corre para o oceano.
» Endorreica: Quando corre para o interior do continente.
» Arreica: Desaparece por evaporação ou por infiltração.
» Criptorreica: Rios Subterrâneos.
EndorreicaExorreica Arreica

ͫ Conforme a sua topografia os rios podem ser:


» Rios de planaltos: excelentes para a geração de energia.
8

Fonte: https://www.bing.com
» Rios de planícies: excelentes para a navegação.

Fonte: Superintendência Estadual de Turismo de Rondônia (SETUR/RO)

CORRENTES MARÍTIMAS
São grandes porções de água que se deslocam pelos oceanos de um ponto a outro e que
possuem características semelhantes de temperatura e salinidade. Elas são formadas em função
da diferença de densidade entre as águas quentes e frias, pela ação de ventos ou pela influência
das marés, e podem ser classificadas em quentes ou frias. As correntes marítimas influenciam
diretamente no clima das áreas banhadas por elas e atuam na redistribuição de calor e umidade
pelo planeta, além de serem importantes para os ecossistemas marítimos.
ͫ Tipos de correntes marítimas
Considerando as suas principais propriedades, as correntes marítimas são classificadas como
quentes ou frias.
» Correntes quentes: são formadas na zona tropical do planeta, próximo da Linha do
Equador, área que recebe calor solar com maior intensidade. São menos densas
e, por essa razão, deslocam-se pela camada superficial do oceano e a velocidades
mais elevadas do que as das correntes frias. Movimentam-se em direção aos polos,
imputando elevado teor de umidade para as áreas costeiras por onde passam devido
ao elevado grau de evapotranspiração.
» Correntes frias: são formadas nos polos terrestres, que correspondem às regiões
mais frias do planeta. Por conta disso, são correntes mais densas que se deslocam em
subsuperfície e mais lentamente do que as correntes quentes. Elas se movimentam
em direção aos trópicos.
Geografia Geral 9

ͫ Principais correntes marítimas


Estas foram nomeadas conforme o seu local de origem, com exceção da corrente de Humboldt,
nomeada em homenagem ao naturalista alemão que a descobriu, Alexander Von Humboldt.
ͫ Principais correntes quentes
» corrente do golfo do México;
» corrente das Guianas;
» corrente do Brasil;
» correntes Norte e Sul Equatorial;
» corrente do Japão;
» corrente das Monções;
» corrente Norte Atlântica;
» corrente do Pacífico Norte;
» corrente Australiana.
ͫ Principais correntes frias
» corrente de Humboldt (ou corrente do Peru);
» corrente das Falklands;
» corrente Antártica;
» corrente do Atlântico Sul;
» corrente de Labrador;
» corrente da Groenlândia;
» corrente de Benguela;
» corrente Oyashio.

Fonte: https://www.coladaweb.com/geografia/correntes-maritimas
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CONSUMO DE ÁGUA NO MUNDO


O consumo obedece, de certo modo, às diferenciações socioeconômicas existentes entre os
diversos territórios.
Este assunto é um dos grandes temas em debate na atualidade.
Setores que mais utilizam a água:
» Agricultura: detém 70% do consumo;
» Indústria: detém 22%;
» Uso doméstico e comercial: detém 8%.
Média de consumo nos países subdesenvolvidos:
» Agricultura representa 82%;
» Indústria, 10%;
» Residências, 8%.
Média em países desenvolvidos:
» 59% para a indústria,
» 30% para a agricultura e
» 11% para o uso doméstico.
Levando em consideração as razões econômicas, estruturais e sociais, os países desenvolvidos
consomem muito mais água do que os subdesenvolvidos e emergentes, tanto nas práticas eco-
nômicas quanto no uso direto individual. Para se ter uma ideia, em alguns países desenvolvidos,
como nos Estados Unidos, uma pessoa consome em média 575 litros de água, enquanto em países
subdesenvolvidos a maior parte dos habitantes convive com apenas 15 litros por dia, o que revela
as grandes desigualdades econômicas e sociais existentes ao redor do globo.
Observou-se que à medida que alguns países periféricos ou emergentes vão promovendo uma
relativa melhoria de suas economias e também de suas estruturas sociais, o consumo de água vai
se acentuando, o que também eleva a média global.
Observe a tabela:

Estudos mostraram que entre 1990 e 1950, o consumo passou de 580 para 1400 km³ anuais
de água, o que representa um aumento de 2,4 vezes em um período de cinquenta anos. Já nos cin-
quenta anos seguintes, o aumento foi de 2,8 vezes, saltando para 4000 km³/ano na virada do milênio.
A ONU, estima que seguindo esses dados e as tendências de consumo atuais, no ano de 2025, o
consumo mundial de água será de 5200 km³/ano, uma alta de 1,3 vezes em um período de 25 anos.
Quando realizamos a divisão por país, notamos que a maior parte dos maiores consumidores
mundiais de água, faz parte do grupo de nações economicamente desenvolvidas, com destaque
para os Estados Unidos.
Geografia Geral 11

Observamos que existe uma disparidade muito grande com relação ao consumo de água per
capita, ou seja, em relação à quantidade de habitantes em cada país.
Algumas nações ficam abaixo do mínimo estipulado pela ONU, que é de 100 litros de água
por dia, um exemplo é a China que sofre com o seu elevado volume populacional em uma área em
grande parte composta por desertos.
Podemos destacar ainda muitas áreas com estresse hídrico, quando o consumo de água é
superior à capacidade de renovação local, tais como alguns países do Oriente Médio, a Índia e até
algumas regiões brasileiras.

GEOPOLÍTICA DA ÁGUA
Gera um profundo debate no contexto político da atualidade, principalmente em razão da
escassez crescente desse recurso e do seu elevado caráter estratégico.
A água doce, própria para consumo, é, ao lado do petróleo, o mais estratégico dos recursos
naturais da atualidade. Com o crescimento do impacto das atividades humanas sobre a natureza,
sua disponibilidade encontra-se cada vez mais escassa, sem falar em algumas áreas que já apresen-
tam uma tendência natural para esse problema. Por isso, é quase que um consenso no âmbito das
ciências políticas que o século XXI será marcado como o século das disputas internacionais pelos
recursos hídricos, o que nos faz pensar, então, na questão da Geopolítica da água.
Ainda no século XX, vários casos assinalaram também essa questão, que tende a intensificar-se
ao longo das próximas décadas em várias regiões do planeta.
Observou-se que em vários conflitos do passado, a água, se não era o propósito principal das
ações militares, foi por diversas vezes disputada, haja vista que quem controla os recursos hídricos
e sua disponibilidade possui uma ampla vantagem estratégica sobre qualquer adversário.
Um exemplo é o conflito entre o Sudão e o Sudão do Sul, que ainda continua por várias déca-
das e culminou em um último conflito em 2011, mas sem uma trégua. Disputas essas por recursos
naturais da região, poços de petróleo, oleodutos e reservas de água
A Guerra dos Seis Dias (1967), Israel conseguiu ampliar suas fronteiras recém-criadas no Oriente
Médio, um dos alvos conquistados foram as Colinas de Golã, que abrigam as nascentes do Rio Jordão,
responsável por alimentar o Mar Morto e que é amplamente necessário para o país atualmente e
também para palestinos e jordanianos.
Podemos destacar atualmente, um conflito de controle dos rios Tigre e Eufrates que é alvo,
inclusive, de grupos terroristas, mais precisamente do Estado Islâmico, que buscam o controle não
12

só da vazão dos rios, mas de inúmeras obras hidráulicas existentes ao longo de seus leitos. Nesse
caso, o caráter estratégico de uma ocupação sobre cursos d’água torna-se uma arma de guerra
capaz de ampliar sobremaneira os níveis das disputas geopolíticas na região.
Por fim temos um processo semelhante a esse que ocorre na bacia do Rio Nilo, no continente
africano, envolvendo Egito, Etiópia, Tanzânia, Uganda e Sudão. Os acordos internacionais sobre a
vazão do rio e o controle de suas atividades parecem, até hoje, não diminuir a tensão política que
existe entre esses países em torno da utilização das águas desse importante rio. Mais ao sul do con-
tinente, na bacia de Okavango, a disputa acontece por parte de Etiópia, Botsuana, Angola e Namíbia.
Verifica-se que diante da questão água, pode-se ressaltar então que o controle da água, sobre-
tudo das nascentes de grandes rios e também de áreas de grande disponibilidade subterrânea desse
recurso, é um item altamente estratégico. Por isso, teme-se que o mundo possa conhecer ainda
mais conflitos e até mesmo guerras generalizadas pela posse da água potável, que se encontra cada
vez menos disponível em várias partes do mundo.

TIPOS DE ESCASSEZ
GEOGRAFIA –
ESPÍRITO SANTO
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GEOGRAFIA – ESPÍRITO SANTO


REGIÕES DO ESPÍRITO SANTO (ASPECTOS FÍSICOS)
LOCALIZAÇÃO
Localizado na Região Sudeste, o Espírito Santo possui extensão territorial de 46.098,571 km2,
o que corresponde a aproximadamente 0,54% da área total do Brasil. De acordo com dados do Ins-
tituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população estadual é de 4.108.508 habitantes,
distribuída em 78 municípios.
Possui uma geografia marcada pelo extenso e belo litoral, banhado pelo oceano Atlântico,
e pelas serras que cortam o interior do território estadual. Foi um dos primeiros locais ocupados
pelos portugueses durante o processo de colonização do Brasil. Além dos portugueses, o estado
recebeu outros imigrantes europeus, como alemães e italianos.
Possui fronteiras ao leste com o oceano Atlântico, ao sul com o Rio de Janeiro, a oeste com
Minas Gerais e ao norte com a Bahia.
A 1.140 km da costa, situam-se as ilhas de Trindade e Martim Vaz. Todas ficam em pleno
Atlântico, mas sua administração cabe ao governo capixaba.
Entre os principais elementos físicos do estado podemos destacar: relevo, clima, vegetação
e hidrografia.
GEOgrafia – ESPÍRITO SANTO 3

RELEVO DO ESPÍRITO SANTO


O relevo apresenta duas unidades bem distintas entre si: a baixada Espírito-santense e a serra
Capixaba.
A primeira unidade partindo do litoral é baixada Espírito-santense que ocupa aproximadamente
40% do território estadual, ela segue por toda a costa, desde a divisa com a Bahia até o limite com
o Rio de Janeiro. É mais estreita ao sul, começando a alargar-se a partir de Vitória, no sentido norte.
Sua altitude média é de 40 a 50 m.
Como segunda unidade do relevo, temos a serra Capixaba, que é uma zona montanhosa
cortada por vários rios, os quais formam vales profundos. É coroada por maciços montanhosos,
como a Serra do Caparaó, onde estão situados os picos do Calçado e da Bandeira, com altitudes
que ultrapassam 2.700 m. O pico da Bandeira possui 2.891,9 m acima do nível do mar. As altitudes
tornam-se sensivelmente menores ao norte do rio Doce (principal rio do estado, com 977 km de
extensão), onde surgem algumas elevações rochosas denominadas “pontões”.
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CLIMA DO ESPÍRITO SANTO


O clima predominante no estado do Espírito Santo, o tropical úmido, registrando temperaturas
médias anuais de 23 °C, com chuvas mais intensas durante o verão, e no inverno apresentam baixo
volume. Também podemos dividir o clima do Espírito Santo em regiões distintas. No litoral temos
como predominante o tropical chuvoso, com temperatura média anual superior a 22 °C, o tropical
de altitude ocorre na região serrana, onde a temperatura média anual fica abaixo dos 18 °C e uma
zona de transição ao semiárido ao norte do rio Doce, perto da divisa com a Bahia.

VEGETAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO


O estado de Espírito Santo apresenta dois tipos de vegetação com característica litorânea.
O primeiro tipo é a vegetação mais próxima da costa litorânea, como a restinga e o manguezal. A
restinga é uma faixa arenosa litorânea com lagoas costeiras, enquanto o manguezal tem suas terras
alagadas e riquíssimo material orgânico no solo.
O segundo tipo presente na região é a vegetação da Mata Atlântica, que tem um conjunto de
florestas diversificadas tendo com característica a Floresta Ombrófila densa.
GEOgrafia – ESPÍRITO SANTO 5

A vegetação original capixaba está constantemente sendo desmatada e substituída por uma
vegetação artificial, como o eucalipto. Chamado de deserto verde, o eucalipto com seu alto valor
comercial no setor de fabricação de móveis e de celulose tem atraído empresas para a região.
Destacam-se ainda as praias arenosas, cobertas por vegetação rasteira e extensas dunas, bem
como nas ilhas, que também ocorre uma vegetação oceânica, composta principalmente por áreas
de formação de dunas.
A rica biodiversidade merece destaque. Heranças de um período em que todo o território
capixaba esteve recoberto pela floresta tropical, lá estão estabelecidas 17 unidades de conservação,
dois parques nacionais, duas áreas de preservação ambiental, seis reservas biológicas, três reservas
particulares do patrimônio natural e uma estação ecológica, além de três florestas nacionais.
Ao norte capixaba foi criada a Reserva Natural Vale, entre os municípios de Linhares, Sooretama
e Jaguaré, com a intenção de preservar a Mata Atlântica, que é considerada um hotspot (diversidade
de espécies com risco de extinção).
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HIDROGRAFIA DO ESPÍRITO SANTO


A rede hidrográfica estadual é formada pelos rios Doce, Itabapoana, Itapemirim, Itaúnas,
Jucu, Mucurí, São Mateus, entre outros. O principal é o Rio Doce, cuja nascente está localizada no
estado de Minas Gerais.
Além do rio Doce, que nasce em Minas Gerais, também são importantes os rios Itabapoana,
que separa Espírito Santo e Rio de Janeiro, o Santa Maria da Vitória, que desemboca na baía de
Vitória, o São Mateus, situado ao norte do estado, o Itapemirim, o Itaúnas e o Jucu.
As lagoas constituem outro capítulo importante na hidrografia. A maior delas, Juparanã, tem
90 km de extensão.
GEOGRAFIA –
ESPÍRITO SANTO
2

GEOGRAFIA – ESPÍRITO SANTO


A DINÂMICA RELAÇÃO ENTRE OS COMPONENTES DAS REGIÕES
(ASPECTOS DEMOGRÁFICOS E ECONÔMICOS)
FORMAÇÃO TERRITORIAL DO ESPÍRITO SANTO
O ano de 1535 marcou a chegada dos colonizadores portugueses no atual território do estado
do Espírito Santo. De acordo com fontes históricas, essa chegada ocorreu mais precisamente em
um domingo dedicado ao Espírito Santo na tradição católica. Dessa maneira, a região foi batizada
com o nome religioso.
Primeiramente, foi fundada uma vila, a Vila do Espírito Santo, atual Vila Velha. Porém, os suces-
sivos ataques de tribos indígenas fizeram com que uma nova vila fosse criada, dessa vez localizada
nas ilhas oceânicas da região. Sendo assim, foi construída a então chamada Vila Nova do Espírito
Santo, que é a atual cidade de Vitória, capital do estado.
O Espírito Santo, apesar do pequeno território, sempre foi uma região importante para a
ocupação brasileira, em razão da sua localização estratégica. Durante o Brasil Colônia, chegou a ser
anexado ao território da Bahia, mas, em 1809, retomou a sua autonomia, sendo a partir de então
uma das unidades federativas constitutivas do Brasil.
A história do Espírito Santo está vinculada às diferentes atividades econômicas que foram base
da economia brasileira ao longo do tempo, assim como à chegada de imigrantes provenientes de
vários países europeus.
O cultivo de cana-de-açúcar e, posteriormente, de café foi importante para o desenvolvimento
econômico local.
A criação de colônias de ocupação foram fundamentais para o povoamento do interior capi-
xaba, em especial as regiões serranas, que receberam muitos imigrantes europeus.
No último século, a proximidade geográfica do estado com as regiões mais desenvolvidas do
Brasil foi um precursor da implementação da infraestrutura local. Foram construídas, por exemplo,
estradas e ferrovias para o escoamento da produção de minérios provenientes de Minas Gerais. Na
atualidade, o Espírito Santo possui bons níveis de qualidade de vida e de renda.

DEMOGRAFIA DO ESPÍRITO SANTO


O estado do Espírito Santo é o menos populoso da Região Sudeste do Brasil, com cerca de 4
milhões de habitantes. O estado vem apresentando um crescimento demográfico expressivo nos
últimos anos. Sua população é predominantemente urbana e apresenta bons indicadores sociais
e econômicos.
No Espírito Santo, é forte a presença de descendentes de imigrantes europeus, como os ale-
mães, que ocuparam a região durante o processo de povoamento do território capixaba. A língua
alemã, inclusive, ainda é praticada em alguns municípios do estado. Em relação à população dos
municípios capixabas, a capital, Vitória, é apenas a quarta cidade mais populosa do estado, com cerca
de 350 mil habitantes. Além da capital, são cidades capixabas com mais de 200 mil habitantes: Serra,
Vila Velha, Cariacica, Cachoeiro do Itapemirim, Linhares, São Mateus, Guarapari, Colatina e Aracruz.
A Cidade de Vitória é a capital estadual do Espírito Santo. É um importante centro turístico e
cultural do estado.
GEOgrafia – ESPÍRITO SANTO 3

ͫ Cultura do Espírito Santo


A cultura do Espírito Santo é fortemente marcada por tradições europeias, africanas e indígenas,
povos que ocuparam o estado ao longo dos anos. As principais manifestações culturais capixabas
estão ligadas às festas religiosas e também às tradições folclóricas. Destacam-se o Carnaval, a Folia
de Reis e o Festival do Boi Pintadinho. O principal gênero musical do estado é o congo. O Espírito
Santo possui um forte artesanato, baseado na utilização de conchas e também na fabricação de
panelas de barro.
ͫ Evolução populacional do Espírito Santo
A área territorial do ES é de aproximadamente 46 095,583 de quilômetros quadrados, a den-
sidade populacional do estado era de aproximadamente 76,25 hab./km², a taxa de crescimento
demográfico é de 1,3% ao ano. A população urbana é composta por 83,4% dos habitantes, a popu-
lação residente em áreas rurais corresponde a 16,6%.
Vitória, capital do Espírito Santo, totaliza 327.801 habitantes, sendo a 4° cidade mais populosa
do estado, e possui um dos maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) entre as capitais do
país. Entretanto, o município apresenta uma das maiores taxas de homicídio do Brasil, consequência
do desemprego, do crescimento desordenado, do tráfico de drogas e das desigualdades sociais.
As cidades do Espírito Santo com concentração populacional superior a 100 mil habitantes
são: Vila Velha (414.586), Serra (409.267), Cariacica (348.738), Cachoeiro de Itapemirim (189.889),
Linhares (141.306), Colatina (111.788), São Mateus (109.028) e Guarapari (105.286). (Fonte: Censo
IBGE 2010)
A expectativa de vida da população estadual é de 73,7 anos e a taxa de mortalidade infantil
é de aproximadamente 17 óbitos a cada mil nascidos vivos. Cerca de 83,9% dos habitantes têm
acesso à água tratada, 67,4% contam com o serviço de rede de esgoto. O Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) estadual é de 0,802, fazendo com que o Espírito Santo apresente o 7° melhor IDH
entre os estados do Brasil.

Fonte: IJSN - Instituto Jones dos Santos Neves


4

ͫ Distribuição Étnica do Espírito Santo


A PNAD investigou a distribuição populacional espírito-santense por cor da pele ou raça, che-
gando aos seguintes números:

A grande miscigenação étnica do Espírito Santo ocorreu nas décadas de 1940 até 1980, quando
as grandes cidades do estado começaram a se industrializar, isso atraiu muitas famílias do interior
do estado (os italianos), para a Grande Vitória, onde havia grande concentração, sobretudo de
pessoas de ascendência portuguesa e espanhola, além de boa parte da população local ser parda,
esse êxodo rural, causou grande miscigenação de culturas no estado.

ECONOMIA DO ESPÍRITO SANTO


A economia do Espírito Santo é baseada principalmente nas atividades portuárias, de expor-
tação e importação (maior do país) e está indo muito bem na indústria de celulose e de rochas
ornamentais (mármore e granito) (maior do mundo), na celulose(fibra) (maior do país), extraída
dos pinheiros de eucalipto, na exploração de petróleo (2° maior) e gás natural (maior do país), além
da diversificada agricultura, principalmente do plantio do café (segundo maior).
Seus extensos recursos naturais e seu grande potencial foram explorados somente após a
década de 1950, pois o estado foi abandonado para servir de barreira natural, por causa da densa
floresta e pelas altas montanhas do estado para conter possíveis invasões estrangeiras que almejas-
sem chegar ao ouro das Minas Gerais. O estado somente voltou a ser efetivamente povoado com
a introdução do café, mas só começou a crescer com a industrialização que começou na década
de 1940.
GEOgrafia – ESPÍRITO SANTO 5

A economia do estado se vê em uma fase de grande crescimento que se deve, principalmente, à


ampliação da agricultura e do turismo, e da descoberta de imensas jazidas de petróleo e gás natural,
e também que só nos últimos anos o estado passou a explorar seu grande potencial econômico,
com a implantação das indústrias de rochas ornamentais, sendo que o estado é o maior produtor
de mármore e granito do mundo, e também pela implantação da empresa Aracruz Celulose.
As principais culturas agrícolas são: arroz, café (das mais importantes do país, tanto que o
município de São Gabriel da Palha determina para o resto do país a cotação diária do café Conilon
no mercado), feijão, frutas (banana, maracujá, mamão), milho. Na pecuária, gado de corte e leiteiro.
Na indústria, produtos alimentícios, madeira, celulose (Fibra), têxteis, móveis e siderurgia, des-
tacando-se no município de Serra, um dos sete que constituem a Região Metropolitana da Grande
Vitória, a CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão), que no ano de 2005 uniu-se ao grupo francês
Arcellor Mittal (um dos maiores do mundo no setor) e as usinas de pelotização da CVRD (Compa-
nhia Vale do Rio Doce). Outra indústria importante no ramo siderúrgico é a Samarco, localizada no
município de Anchieta e que possui o maior mineroduto subterrâneo do mundo, transportando
minério a partir de jazidas do vizinho estado de Minas Gerais até a indústria.
Nos últimos anos vem se mostrando próspera no estado a exploração de petróleo e de gás
natural, principalmente após descobertas ocorridas entre os últimos anos do século XX e início do
XXI de novos blocos petrolíferos no mar territorial capixaba.
Vitória é importante porto de exportação de minério de ferro.
Guarapari é um importante centro de extração de areia monazítica (rica em cério, tório, lantânio
e titânio). A presença da monazita em algumas praias do município faz com que seja muito procu-
rado por turistas em busca de alívio para alguns males do corpo, contra os quais o mineral é eficaz.
Em São Mateus, descobriram-se e exploraram-se reservas petrolíferas na plataforma continental.
ͫ Cultura cafeeira
O café foi o que fez o estado se recuperar do longo período de esquecimento, durante a era
colonial, começou a ser cultivado no sul, vindo do Rio de Janeiro, foi a principal cultura cultivada
pelos imigrantes, e enriqueceu várias cidades como Cachoeira do Itapemirim (hoje fragmentada em
mais de 10 de outros municípios), que por um tempo chegou a ser maior e mais rica que a capital
Vitória, Santa Leopoldina, cidade que enriqueceu muito durante o Século XIX, com os chamados
Barões do Café, que construíram inúmeras mansões ali, a economia da cidade chegou a rivalizar com
a de Vitória, mas, com a construção da primeira ferrovia do estado (que não passava pela cidade),
acabou por virar uma verdadeira “Cidade Fantasma”, outra cidade que enriqueceu muito com o
café foi Mimoso do Sul, o café foi a base da economia do estado até meados de 1950.
O café no estado atualmente é plantado nas variações Arábica (em grandes altitudes) e Conilon
(em pequenas altitudes), sendo o estado o maior produtor nacional da variação Conilon, e segundo
maior da variação Arábica, sendo que o município de São Gabriel da Palha determina para o resto
do país a cotação diária (preço) do café Conilon no mercado. São Gabriel da Palha e seus arredores
são atualmente os maiores produtores de café de todo o estado, cultivando a variedade Conilon.
ͫ Evolução do PIB
No intervalo de 55 anos, entre 1939 e 1994, a renda per capita dos capixabas cresceu oito
vezes, bem mais que a média nacional, de cinco vezes e meia. Por isso sua renda é maior que a
média do restante do país. Ocupando apenas 0,54% do território brasileiro, o estado responde hoje
por pouco mais de 2% do PIB. Atualmente, O Espírito Santo é considerado o Estado do Brasil mais
voltado ao comércio exterior.
O PIB capixaba até os anos 1960 era sustentado pelo setor agrícola, predominantemente o
café. O setor primário chegou a representar 54% do PIB. O café, no entanto, continua sendo de vital
importância para a economia capixaba, mas sem haver dependência exagerada.
6

Com o surgimento dos grandes projetos como a CVRD, CST, Aracruz e Samarco (1960/1967)
houve a diversificação da base econômica no Estado. A partir dos anos 1990, o setor de serviços
passou a ter significativa presença no PIB, passando a ser a âncora da economia capixaba impulsio-
nado pela forte vocação do comércio exterior. Os sete portos, o Corredor Centro Leste e a logística
tornam o Estado competitivo.
O setor terciário é o mais dinâmico da economia capixaba e o que mais fortalece o PIB no
Estado, com uma participação de 56,3%, puxado principalmente pelo segmento do comércio exterior.
O estado é viável em sua infraestrutura e logística. Sedia o maior complexo portuário da
América Latina.
A composição do PIB do Espírito Santo é a seguinte:
» Agropecuária: 9,3%
» Indústria: 34,5%
» Serviços: 56,3%
O setor de serviços é a principal atividade econômica do estado. Vitória, capital capixaba, abriga
os portos de Tubarão e Vitória, sendo esse último um dos mais movimentados do Brasil, fato que
impulsiona esse segmento da economia no estado.
A agricultura baseia-se nos cultivos de arroz, feijão, café, legumes, cana-de-açúcar e diversas
frutas (nas áreas litorâneas há plantações de banana, abacaxi, mamão, maracujá e limão, enquanto
nas montanhas são cultivados, morango e uva). O Espírito Santo é o segundo maior produtor de
café em grãos do Sudeste, atrás somente de Minas Gerais.
O setor industrial, responsável por 34,5% do PIB estadual, destaca-se pelos segmentos, ali-
mentício, madeireiro, fabricação de celulose, siderúrgico e têxtil.
O Espírito Santo é grande exportador de ferro, aço e granito, é também o segundo produtor de
petróleo e gás natural do país, sua produção é inferior apenas à do Rio de Janeiro. Com a descoberta
de grandes reservas petrolíferas em 2002, o estado passou da sexta para a segunda posição entre
os detentores das maiores reservas do país. Com o início da exploração do petróleo da camada
pré-sal, o estado aumentará de forma significativa sua produção.
Dados das exportações e importações:
Exportações:
» Minério de ferro: 46%
» Produtos siderúrgicos: 25%
» Celulose: 10%
» Granito: 6%
» Café em grãos: 6%
» Outros: 7%.
Importações:
» Carvão mineral: 14%
» Máquinas e equipamentos: 12%
» Cátodos e outros produtos de cobre: 9%
» Fios, tecidos e confecções: 7%
» Produtos das indústrias químicas: 6%
GEOgrafia – ESPÍRITO SANTO 7

» Equipamentos para movimentação de cargas: 6%


» Carros, pneus e peças: 5%
» Outros: 34%.
ͫ Infraestrutura do Espírito Santo
O estado do Espírito Santo é um dos principais centros logísticos do Sudeste, uma vez que o
seu litoral permite a exportação da produção de minérios, em especial proveniente de Minas Gerais.
O estado possui uma rede de rodovias federais que interligam diferentes regiões do Brasil,
bem como duas das mais importantes ferrovias nacionais, a Centro-Atlântica e a Vitória-Minas.
Os portos de Tubarão e Vitória são os principais centros exportadores do estado. Além da
infraestrutura logística, o estado possui boas estruturas de distribuição de água, energia e telecomu-
nicações. As redes de serviço em saúde e educação estão bem distribuídas pelo território capixaba.

Fonte: IJSN - Instituto Jones dos Santos Neves / Censo IBGE 2010.
GEOGRAFIA –
ESPÍRITO SANTO
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GEOGRAFIA – ESPÍRITO SANTO����������������������������������������������������������������������������������3


CRITÉRIOS DE DELIMITAÇÕES DAS REGIÕES (GEOGRAFIA URBANA E O ESPAÇO DAS CIDADES)���������������� 3
REGIONALIZAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO�������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������3
GEOgrafia – ESPÍRITO SANTO 3

GEOGRAFIA – ESPÍRITO SANTO


CRITÉRIOS DE DELIMITAÇÕES DAS REGIÕES (GEOGRAFIA UR-
BANA E O ESPAÇO DAS CIDADES)
REGIONALIZAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO
O Espírito Santo é uma das 27 unidades federativas do Brasil, sendo considerado o 23º no
ranking nacional de área territorial. Com uma área de 46.074,444 km², o estado perde apenas para
o Distrito Federal, Sergipe, Alagoas e Rio de Janeiro.
A sua capital é Vitória, um arquipélago constituído de 33 ilhas e com uma porção continental,
em que engloba 93,38 km².
Localizado no sul da Linha do Equador e ao oeste do Meridiano de Greenwich, o seu fuso
horário é três horas inferior a hora mundial, Greenwich Mean Time (GMT).
ͫ Divisão política administrativa do Espírito Santo
O Espírito Santo é composto por 78 municípios.
4

ͫ Distribuição dos municípios do Espírito Santo por meso e micro regiões


Seus 78 municípios estão fragmentados em 4 mesorregiões e 13 microrregiões. Veja o mapa
abaixo com essa distribuição:

As mesorregiões são:
Central espírito-santense
» Vitória
» Afonso Cláudio
» Guarapari
» Santa Teresa
Litoral norte espírito-santense
» Linhares
» Montanha
» São Mateus
Noroeste espírito-santense
» Barra de São Francisco
» Colatina
GEOgrafia – ESPÍRITO SANTO 5

» Nova Venécia
Sul espírito-santense
» Alegre
» Cachoeiro do Itapemirim
» Itapemirim
ͫ Divisão do Espírito Santo em regiões geográficas intermediárias e imediatas
Os 78 municípios do Espírito Santo estão divididos em 4 regiões geográficas intermediárias e
8 regiões geográficas imediatas. Essa divisão foi realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) no ano de 2017, com base em diferentes critérios regionais. A divisão geográfica
do Espírito Santo tem a seguinte lógica:

Regiões geográficas intermediárias Regiões geográficas imediatas


Vitória
Vitória Afonso Cláudio - Venda Nova do Imigrante -
Santa Maria de Jetibá
São Mateus
São Mateus
Linhares
Colatina
Colatina
Nova Venécia
Cachoeiro do Itapemirim
Cachoeiro do Itapemirim
Alegre
Fonte: IBGE
Principais municípios do Espírito Santo
» Vitória, a capital do estado, tem o terceiro melhor IDH entre as capitais do Brasil.
Construída numa ilha montanhosa, o que também dificultou seu crescimento, mas
foi fundamental para sua fundação de 105 km². É ligada ao continente pela Ponte
Florentino Avidos, pela Ponte do Príncipe (Segunda Ponte) e Terceira Ponte ao sul, e
pelas pontes da Passagem, Ayrton Senna e de Camburi ao norte. Vitória é a capital e o
mais importante município capixaba. Centro comercial e cultural, destaca-se também
pelos importantes portos: Tubarão e Vitória. A capital forma com os municípios de
Cariacica, Fundão, Guarapari, Serra, Viana e Vila Velha a Região Metropolitana de
Vitória, conhecida como Grande Vitória, que abriga aproximadamente 1.800.000
hab, sendo Vila Velha o município de maior população.
» Cachoeiro de Itapemirim é o principal centro urbano do sul do estado. Além de
centralizar grande parte da produção agrícola e pecuária desta região, o município
destaca-se ainda pelo seu parque industrial.
» Colatina, centro econômico da Região Noroeste capixaba, com influências até o
leste mineiro juntamente com Ecoporanga, São Gabriel da Palha, Nova Venécia e
Barra de São Francisco.
» Linhares, na foz do rio Doce, é o maior e principal município da região norte do
estado. Vem apresentando notável crescimento após o início da exploração de petró-
leo e gás, e vem se destacando nas áreas Industrial e Agrícola, principalmente por
causa da fábrica da empresa Coca Cola e pelas plantações de eucalipto.
» Itapemirim, município do sul do estado, vem obtendo crescimento econômico com a
produção, manipulação e beneficiamento de pescados, e também petróleo na bacia
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do Espírito Santo juntamente com seus vizinhos; com os municípios de Presidente


Kennedy, Marataízes, Piúma e Anchieta a região metropolitana expandida sul se
consolida como uma força de crescimento para o estado.
» Afonso Cláudio é a mais importante e o maior município da região serrana. Com
a maior população da região, se torna o maior centro econômico e industrial da
região serrana.
» Venda Nova do Imigrante é a capital nacional do agroturismo. Segunda maior cidade
da região serrana, perdendo apenas para Afonso Cláudio, abriga os imigrantes italia-
nos, e tem um ótimo padrão de vida. O Agroturismo é muito forte e encontram-se
várias fábricas de produtos do campo.
» São Mateus é uma das cidades do extremo norte, sendo a segunda cidade mais
antiga do estado. Seu crescimento econômico está focado na extração de petró-
leo e gás natural. Na cidade está localizada o campus Norte da UFES. Possui forte
apelo turístico, principalmente de temporada. Sua principal praia, Guriri, chega a
ser conhecida nacionalmente.
» Vila Velha é a cidade mais antiga e localizada na Grande Vitória; é também o segundo
melhor IDH do estado. A cidade vem experimentando rápido desenvolvimento e
progresso; nela fica também a principal rodovia estadual, a Rodovia do Sol. Possuí
muitas fábricas, inclusive a maior fábrica de chocolate do Brasil, e um porto, o de
Capuaba.
» Serra é o município mais populoso do estado, localizado na Grande Vitória. Nele
fica localizado o Porto de Tubarão, e existem vários balneários importantes no local,
como Jacaraípe e Nova Almeida. A cidade possui o maior polo industrial do estado,
tendo em seu território os centros industriais Civit I, Civit II e o TIMS. A Arcelor Mittal
Tubarão também se faz presente no município, sendo a maior siderúrgica do estado
e uma das maiores do país.
» Cariacica, localizado na Grande Vitória, é mais populosa que a capital Vitória, porém
possuí o menor IDH da região, sendo uma grande periferia da capital. A maior ati-
vidade econômica e geradora de empregos é a Fábrica da Coca-Cola, maior fábrica
da empresa no Brasil. A cidade é cortada por 2 das mais importantes rodovias do
Brasil, a BR-101 e a BR-262.
» Guarapari, cidade com menos de 150.000 habitantes, com forte vocação para o
turismo, atrai muitos turistas de todo o Brasil, por causa de suas praias e ilhas.
GEOgrafia – ESPÍRITO SANTO 7

ͫ A REGIONALIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO


O processo de planejamento do Governo Estadual do Espírito Santo propõe a adoção de uma
regionalização como forma de melhorar a distribuição de recursos públicos, além de buscar uma
adequada delimitação dos espaços para a execução de ações que levam ao desenvolvimento sus-
tentável. Na decisão de regionalizar um determinado espaço geográfico torna-se de fundamental
importância a observação do alinhamento das políticas públicas setoriais e das ações e programas,
principalmente focando a qualidade de vida da população e a redução das disparidades regionais.
A primeira proposta de regionalização econômica e administrativa do Espírito Santo foi fruto
de estudo realizado em 1993 pelo Núcleo de Estudos e Pesquisa do Departamento de Economia
da Universidade Federal do Espírito Santo(UFES) por solicitação do Governo do Estado. Intitulado
“Proposta de Estratégias de Interiorização do Desenvolvimento e Descentralização de Investimentos
no Espírito Santo”, visou garantir que até 2005 houvesse um desenvolvimento integral e integrado,
sustentado e sustentável, capaz de gerar de forma equilibrada, condições harmônicas de vida para
o conjunto da sociedade capixaba.
Observou-se que o rápido crescimento da Grande Vitória está ocorrendo sem o devido pla-
nejamento, acarretando problemas de infraestrutura, provocando: marginalização, submoradia,
aumento da violência, criminalidade, desemprego e que somente uma articulação dos interesses
públicos e privados, mediados pelo Estado, poderia reverter este processo. Foram estabele-
cidas quatro estratégias básicas prioritárias:
» corredores logísticos;
» qualificação da metrópole;
» polinucleação urbana (subordinação à metrópole, cidades regionais, cidades locais
completas e cidades locais); e
» reestruturação da base produtiva agrícola com ênfase na diversificação com café.
Tendo como base o conceito de que uma “metrópole” se efetiva com a subordinação das
demais regiões por ser maior e mais rica que as demais, foi dada ênfase à questão da interioriza-
ção do desenvolvimento e da consolidação harmoniosa da “metrópole” a partir da polinucleação
urbana no estado.
Estabeleceu-se então a identificação das cidades regionais para constituírem-se distritos indus-
triais que deveriam cumprir o duplo papel de sediar de modo dominante o parque industrial capixaba
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e de garantir para as suas regiões de subordinação e influência o conjunto de serviços terciários


necessários ao desenvolvimento regional.
Articulando-se as cidades regionais com as cidades locais desconcentra-se e diminui-se o papel
da metrópole agregando maior de valor à produção primária das cidades locais, diminuindo assim
as disparidades regionais.
ͫ DESENVOLVIMENTO REGIONAL E DESIGUALDADE SOCIAL: REDE DE CIDADES
Em 2005 o governo do estado do Espírito Santo e a sociedade capixaba, elaboraram o Plano
de Desenvolvimento do Espírito Santo até 2025 (ES 2025), coma visão de futuro e com indicação
de iniciativas e ações necessárias para torná-la realidade.
O estudo crítico dos ciclos de desenvolvimento no ES, do café, da industrialização e do recente
petróleo e gás, não registram benefícios econômicos de distribuição igualitária, gerando exclusão
social e concentração da riqueza, sobretudo na Região Metropolitana da Grande Vitória.
Para reverter esta tendência foi construído um conjunto de iniciativas envolvendo os mais
diversos atores sociais, econômicos e políticos, visando reforçar a dinâmica econômica do interior e
simultaneamente qualificar a Região Metropolitana da Grande Vitória como principal intermediária
das relações entre o Espírito Santo e os mercados interno e externo. Sendo proposta a construção
de uma rede de cidades equilibrada, uma rede onde todos os seus nódulos estão conectados, na
lógica da integração de cidades, utilizando como vetor o desenvolvimento de uma rede de serviços
focada na complementaridade entre os diversos espaços socioeconômicos.
A capacidade de polarização, ou seja, a capacidade de um município influenciar outros a partir
de investimento neste município, passa a ser determinante para o entorno econômico municipal,
aliado à escala do PIB, porque municípios com um valor de PIB elevado, cercado por outros com PIB
também elevados, tendem a ter uma menor capacidade de polarização. Por outro lado, municípios
com PIB pequenos, cercados por municípios com PIB ainda menores, poderão ter uma capacidade
de polarização maior.
A proposta ao final estabeleceu uma Rede de Cidades Regionais com 28 municípios distribuí-
dos em quatro níveis hierárquicos: Nível 1 o Polo Estadual, Nível 2 o Polo Regional, Nível 3 o Polo
Sub-regional e Nível 4 o Polo Local, observe a Figura 4.
GEOgrafia – ESPÍRITO SANTO 9

O Plano de Desenvolvimento da Rede de Cidades do Espírito Santo confirma as cidades polos


regionais -Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares, São Mateus, Nova Venécia, como uma rede
estável.
A centralização econômica pode levar a uma concentração populacional e ocasionar maiores
desigualdades sociais, reforçando o desequilíbrio entre as regiões. Dessa forma, a tomada de deci-
sões estratégicas, com foco regional, é fundamental para a redução das desigualdades e o avanço
do desenvolvimento regional. No caso específico do Espírito Santo, o estudo da Rede de Cidades
demonstra que o setor terciário –de serviços –é uma peça chave para o equilíbrio do desenvolvi-
mento e do crescimento regional.
No estado atualmente existem diversos recortes regionais produzidos pelos órgãos setoriais
elaborados a partir de referenciais específicos de cada área de governo,e criando uma delimitação
espacial da atuação desses órgãos. Um fator que une todo o Governo é o Planejamento Plurianual
–Plano Diretor de Regionalização –PDR –ES 201114PPA –e o orçamento, que possibilita o estabe-
lecimento dos programas intersetoriais tão necessário à qualidade de vida da população e dessa
forma, a aproximação dos desenhos regionais de planejamento contribuiria para a integração entre
as políticas, reduzindo o isolamento setorial e a fragmentação das intervenções.

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