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Orientador
Profº. Dra. Ronaldo Pierosan
Co-orientadora
Profª. Dra. Rúbia Ribeiro Viana
CUIABÁ
2016
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
REITORIA
Reitora
Profª. Drª. Maria Lucia Cavalli Neder
Vice-Reitor
Prof. Dr. João Carlos de Souza Maia
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
Pró-Reitora
Profª. Drª. Leny Caselli Anzai
FACULDADE DE GEOCIÊNCIAS
Diretor
Prof. Dr. Paulo César Correa da Costa
Coordenador
Prof. Dr. Ronaldo Pierosan
Vice-Coordenador
Prof. Dr. Jayme Alfredo Dexheimer Leite
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
N°
Orientadora
Profº. Dr Ronaldo Pierosan
Co-orientadora
Profª. Dra Rúbia Ribeiro Viana
CUIABÁ
2016
PETROGRAFIA DAS ROCHAS METAMÓRFICAS DA REGIÃO
DE SÃO VALÉRIO DA NATIVIDADE (TO) E LITOQUÍMICA E
GEOCRONOLOGIA DOS GNAISSES
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
Profº. Dr. Ronaldo Pierosan
Orientador (UFMT)
_______________________________________
Prof. Dr. João Batista de Matos
Examinador Interno (UFMT)
_______________________________________
Profª. Drª. Maria Emilia Schutesky Della Giustina
Examinador Externo (UnB)
Dedicatória
Aos meus irmãos.
Agradecimentos
i
Sumário
Agradecimentos .................................................................................................................. i
Resumo .............................................................................................................................vii
Abstract ...........................................................................................................................viii
CAPÍTULO 1 ...................................................................................................................... 9
INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 9
1.1 Apresentação do tema ............................................................................................................ 9
1.2 Problemática e Relevância ...................................................................................................... 9
1.3 Objetivos ................................................................................................................................ 10
1.4 Localização e vias de acesso .................................................................................................. 10
1.5 Materiais e Métodos ............................................................................................................. 11
1.4.1 Etapa Preliminar ............................................................................................. 11
1.4.1.1 Revisão Bibliográfica ................................................................................ 12
1.4.1.2 Interpretação Fotogeológica ..................................................................... 12
1.4.2. Etapa de Aquisição de Dados ........................................................................ 12
1.4.2.1 Trabalhos de Campo ................................................................................. 12
1.4.2.2 Trabalhos de Laboratório ......................................................................... 13
Análises Petrográficas....................................................................................... 13
Análises Geoquímicas ....................................................................................... 14
Análises Geocronológicas ................................................................................. 14
1.4.3. Etapa de Tratamento e Sistematização dos Dados ...................................... 15
1.6 Contexto Geológico Regional ................................................................................................ 15
1.5.1 Faixa Brasília ................................................................................................... 16
1.5.1.1 Maciço Goiás ....................................................................................... 18
1.5.1.2 Bloco Crustal Cavalcante-Natividade ................................................. 18
1.5.1.3 Grupo Araí ........................................................................................... 19
CAPÍTULO 2 .................................................................................................................... 21
ARTIGO SUBMETIDO A SERIE CIÊNTIFICA DA USP ........................................ 21
RESUMO.......................................................................................................................... 21
ABSTRACT ..................................................................................................................... 21
1 - INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 22
2 - MÉTODOS ................................................................................................................. 23
3 - GEOLOGIA REGIONAL ......................................................................................... 23
3. 1 Geologia Estrutural e Evolução Tectônica ............................................................................. 26
ii
4 - GEOLOGIA LOCAL ................................................................................................ 27
4.1 - Bloco Crustal Cavalcante-Natividade .................................................................................... 28
4.1.1. Biotita migmatito metatexítico ......................................................................... 28
4.1.2. - Biotita gnaisse ................................................................................................ 29
4.1.3 – Quartzitos – Grupo Araí...................................................................................................... 30
4.2 - Maciço de Goiás .................................................................................................................... 31
4.2.1 - Muscovita-biotita gnaisses .............................................................................. 31
4.2.3 - Muscovita gnaisses ......................................................................................... 33
4.2.2 – Xenólitos pelíticos .......................................................................................... 34
5 - LITOQUIMICA ......................................................................................................... 37
6 - GEOCRONOLOGIA ................................................................................................. 42
7 - DISCUSSÕES E CONCLUSÕES ............................................................................. 44
Agradecimentos ................................................................................................................ 46
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................. 46
CAPÍTULO 3 .................................................................................................................... 50
CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 50
Referências Bibliográficas .............................................................................................. 51
iii
Lista de Figuras
CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO
iv
Figura 8: Diagramas classificatórios. A) diagrama AFM de Irvine e Baragar (1971); B)
Diagrama SiO2 vs K2O de Peccerillo e Taylor (1976) C) Barker e Arth (1976)
modificado por Moyen (2011), CA - trend cálcio-alcalino, Tj - trend trondjemitico; D)
classificação por mineral normativo de O’ Connor (1965); E) índice de alumina saturação
com campo dos granitos tipo S (Frost et al., 2001)........................................................... 39
Figura 9: Diagramas binários de elementos maiores, menores e traços......................... 40
Figura 10: gráficos de elementos menores a) classificação quanto a fonte por Pearce et
al. (1984) demostra a afinidade para rochas de arco vulcânico; b) Moyer (2011) diagrama
Sr/Y e La/Yb para diferentes magmas TTG, alta pressão (HP), média pressão (MP), baixa
pressão (LP) e granitos potássicos; c) Amostra vs. Manto Primitivo segundo Sun e
McDonough (1989), para elementos incompatíveis. Campo cinza corresponde a
composição média a 1σ para TTG paleoproterozóico segundo Condie (2005); d)
elementos terras raras normalizados por condrito (Boynton, 1984), campo em cinza
pertence a composições de TTG s.s. e campo preto a outros gnaisses cinzas, segundo
Moyen e Martin (2012).................................................................................................... 41
Figura 11: Imagem de catodoluminescência dos zircões, exemplo de zircões usados para
o diagrama concórdia....................................................................................................... 42
Figura 12: Diagrama concórdia para as idades U-Pb, acima idades Pb/Pb, abaixo relação
com idades Pb/Pb e razão Th/U, evidencia da origem ígnea das idades U/Pb................ 44
v
Lista de Tabelas
vi
Resumo
vii
Abstract
The geological context of the São Valério da Natividade region in the Tocantins state
consist of the Goiás Massif and the Cavalcante-Natividade Crustal Block, that are both
related to the Brasília Belt basement. The study area is composed mainly by
Paleoproterozoic rocks such as orthogneisses complexes of granodioritic and tonalitic
composition and migmatitos. Xenoliths of metapelitic schists with garnet and staurolite
porphyroblasts, psamitic gneisses and quartzites occur locally. Orthogneisses show a
continuous banding with NE direction and subvertical deeps and the migmatitos consist
of metatexites formed under compressional regime and shear zones. The metapeite
schistosity is concordant to the gneisses and its mineralogical association record a
metamorphic peak of the upper amphibolite facies with a green schist facies
retrometamorphism. Based on the internal foliation of the staurolite, two ductile
deformational phases were identified and the third phase is marked by the schistosity and
the gneissic banding. A fourth deformational phase, of brittle character, can also be
observed. The chemical composition of the orthogneisses suggests a granodioritic
protholith with affinity with TTG calc-alkaline suites, crustal reworking and contribution
of MORB sources. Geochronological data (U-Pb LA-ICP-MS) of the orthogneiss show,
in the concordia diagram, an upper intercept of 2229±13 Ma, interpreted as the protholith
age of crystallization, and a lower intercept of 614±85, interpreted as the metamorphism
age. Similar crystallization ages were obtained in the Almas-Conceição Domain, also
related to calc-alkaline TTG suites (Almas-Dianópolis Suite). The metamorphism age is
consistent with the Brazilian-Pan African Cycle in the Brasília Belt.
viii
Borges, M.B. 2016. Petrografia das Rochas Metamórficas da Região de São Valério da Natividade (TO) e
Litoquímica e Geocronologia dos Gnaisses.
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.3 Objetivos
O acesso à área partindo da capital Cuiabá, pela BR-364 até a BR-156 já no estado de
Goiás, até o estado de Tocantins, seguindo pela TO- 248 até o município de São Valério da
Natividade em Tocantins (fig. 1). A área é acessada, na porção norte pela TO-248, e de sul a
norte pela estrada para Paranã (TO-490), sem pavimentação, as demais porções são acessadas
através de estradas vicinais (fig. 2).
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Borges, M.B. 2016. Petrografia das Rochas Metamórficas da Região de São Valério da Natividade (TO) e
Litoquímica e Geocronologia dos Gnaisses.
Figura 1: Mapa de Localização e vias de acesso do município de São Valério da Natividade - TO, imagens de
OpenStreetMap.
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Litoquímica e Geocronologia dos Gnaisses.
A revisão bibliográfica explorou toda a literatura acessível aos portais públicos, livros e no
portal de periódicos da CAPES, envolvendo a área em estudo, bem como as técnicas
aplicáveis as unidades previamente encontradas na literatura.
Análises Petrográficas
Universidade Federal de Ouro Preto. A descrição microscópica foi realizada com auxílio de
microscópio binocular modelo BX41 marca Olympus, localizado no Laboratório de
Microscopia, na Faculdade de Geociências - UFMT. O estudo petrográfico focou na descrição
da assembleia mineralógica e feições texturais das amostras. As fotomicrografias foram
adquiridas utilizando-se um aparelho modelo Fugitsu General Limitad acopladas ao
microscópio.
Análises Geoquímicas
São selecionadas 12 amostras para a analises litoquímicas, britadas manualmente com
auxílio de marretas e posteriormente pulverizadas no Laboratório Multiusuário de Técnicas
Analíticas (LAMUTA) da Faculdade de Geociências - UFMT, com o uso de um moinho de
disco da Marca AMEF modelo AMP1-S com panela de carbeto de tungstênio, com ciclos de
100 segundos, utilizando o sistema pneumático e motor de alta rotação acoplado a um
compressor de ar da marca Schulz com pressão máxima de 8Pa.
Análises Geocronológicas
Para análise geocronológica, pelo geocronometro U-Pb, foi selecionada uma amostra de
gnaisses no afloramento MG-04, previamente preparadas no laboratório de preparação de
amostras do DRM-UFMT, com britagem manual com auxílio de marreta seguido de moagem
em moinho de disco, e peneiramento nas frações 63, 90 e 250 mesh. As frações passam por
remoção dos minerais magnéticos com a utilização de ímã.
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Litoquímica e Geocronologia dos Gnaisses.
foram concentrados para confecção dos mount, seguido de polimentos, utilizando pasta de
diamante de 3 a 1 μm de diâmetro, após o polimento o mount limpos com ultrassom em
HNO3 a 3% e água purificada.
Esta etapa consiste no tratamento dos dados coletados nas etapas anteriores, desde a etapa
preliminar a etapas de laboratório, onde é elaborado a selecionados os dados qualitativos e
representativos e seu refinamento, obedecendo a parâmetros e metodologias encontrados na
revisão bibliográficas, com o auxílio de softwares, como Argis e Qgis para dados vetoriais
georeferenciados, Excel com extensão Isoplot, para dados geocronológicos, GCDKit 4.0 e
Excel para os dados geoquímicos, e Infinit Capture e Adobe Inlustrator para fotomicrografias.
Os dados foram integrados e sumarizados em artigo cientifico e nesta dissertação com auxílio
de Microsoft Word.
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Borges, M.B. 2016. Petrografia das Rochas Metamórficas da Região de São Valério da Natividade (TO) e
Litoquímica e Geocronologia dos Gnaisses.
A Faixa Brasília é formada na borda oeste do Cráton São Francisco, e se estende por
aproximadamente 1000 Km em direção norte-sul, composta por unidades arqueanas,
embasamento e bacias paleo a mesoproterozoicas, e arcos juvenis neoproterozoicos, ao qual
pode ser segmentada em zona externa e zona interna. Em relação aos estilos estruturais pode
ser dividida em Faixa Brasília extremo sul (Fig. 3), com orientação E-W, centro-sul de
direção NNW-SSE, ao qual e segmentada da porção norte, pela sintaxe dos Pirineus, cujo as
direções NNE-SSW (Fuck et al. 2014).
Figura 3: Mapa da Província Tocantins, suas faixas orogênicas (modificado de Delgado et al. 2003) e divisão da
Faixa Brasília (modificado de Delgado et al. 2003 e Fuck et al. 2014)
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Litoquímica e Geocronologia dos Gnaisses.
Figura 4: Faixa Brasília Norte e domínios do Bloco Crustal Cavalcante Natividade e Maciço de Goiás,
modificado de Fuck et al. 2014 e Cordeiro et al. 2015.
A zona interna é constituída pelo Maciço de Goiás (MG) formado por terrenos granito-
greenstone arqueanos e ortognaisses paleoproterozóicos cobertos por sequências
metassedimentares meso a neoproterozóicas relacionados ao Grupo Serra da Mesa; por um
Núcleo Metamórfico representado pelo Complexo Granulitos Anápolis-Itauçu, separados por
falha de rochas metassedimentares de baixo grau do Grupo Araxá; e pelo Arco Magmático de
Goiás formado por duas granitogênese neoproterozóicas, a primeira como um arco juvenil
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entre 930 a 800 Ma e outra como um arco continental entre 630 a 600 Ma, com sequencias
vulcânicas e granitoides pós orogênicos mais jovens (Pimentel et al. 2000, Fuck et al. 2014).
A área deste trabalho está relacionada ao norte da porção norte da Faixa Brasília (Fig. 4),
onde a zona externa é composta pelo embasamento (Bloco Crustal Almas-Cavalcante)
recoberto por sedimentos da Bacia do Araí. A zona interna é constituída pelos Maciço de
Goiás. O limite entre a zona externa e interna e marcada pela Zona de Cisalhamento Rio
Maranhã (ZCRM), essas unidades são descritas nos itens a seguir.
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Litoquímica e Geocronologia dos Gnaisses.
norte pelo Grupo Natividade (Praxedes, 2015) e a mais ao sul, desse domínio, pelo Grupo
Araí (Cordeiro et al., 2014).
Domínio Almas-Conceição do Tocantins é formado por uma associação de granitos
gnaisses associados as rochas supracrustais com anfibolitos, basaltos, sericita e clorita filitos,
formação ferrífera bandada e tulfos felsicos localizado entorno dos granitos gnaisses. Duas
suítes de granitos cálcio-alcalinas, são encontradas a mais velha forma uma suíte de baixo Al
com tonalito, trondhjemito, granodiorito e quartzo diorito rico em hornblenda, com idades
entre 2,3 Ga, e a mais jovem de tonalito e granodiorito ricos em biotita e de alto-Al, com
idades entre 2,1 Ga (Fuck et al. 2014).
Domínio Cavalcante-Arrais é formado pela Suíte Aurumina formada por metagranitos
peraluminosos associados a metassedimentos de grafita xisto e paragnaisses da formação
Ticunzal, associados a essa formação são comuns a presença de a magmatismos
peraluminosso sin-colisionais (Cordeiro et al., 2014). Idades U-Pb LA-ICPMS realizadas em
zircão de metatonalitos da Suíte Aurumina, revelam idades de cristalização magmática 2172 ±
16 Ma (Praxedes, 2015). Segundo Marques (2009), essa suíte se restringe ao Terreno Jaú-
Cavalcante, análogo ao Domínio Cavalcante-Arrais (Fuck et al. 2014), a sul da Falha de
Paranã, limitando sua extensão a norte, fora da área alvo deste trabalho. Contudo Abdallah &
Rodrigues (2014), relacionam uma suíte de granitos peraluminosos com idades U-Pb LA-
ICPMS de 2265±9,6 Ma como idade de cristalização, cujo as idades da fonte são de 2456±6
Ma, relaciona a Suíte Granítica Ribeirão Areias, associada a um arco intraoceânico por
Cordeiro (2014).
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Litoquímica e Geocronologia dos Gnaisses.
CAPÍTULO 2
ARTIGO SUBMETIDO A SERIE CIÊNTIFICA DA USP
PETROGRAFIA DAS ROCHAS METAMÓRFICAS DA REGIÃO DE SÃO VALERIO DA
NATIVIDADE (TO) E LITOQUIMICA E GEOCRONOLOGIA DOS GNAISSES.
PETROGRAPHY METAMORPHIC ROCKS OF THE SÃO VALÉRIO DA NATIVIDADE (TO)
REGION AND LITHOCHEMISTRY AND GEOCHRONOLOGY OF GNEISSES
Gilliard Medeiros Borges ˡ, Ronaldo Pierosan ²*, Rubia Ribeiro Viana²**.
ˡ Programa de Pós-Graduação em Geociência, Faculdade de Geociências, Universidade Federal de
Mato Grosso – UFMT – Cuiabá (MT) E-mail: gilliardgeo@gmail.com
² Faculdade de Geociências, Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT – Cuiabá (MT). E-mail:
*ronaldo.pierosan@yahoo.com.br; **rrviana@gmail.com
RESUMO
A geologia da região de São Valério da Natividade no estado de Tocantins está relacionada ao
Maciço de Goiás e ao Bloco Cavalcante Natividade, ambos relacionados ao embasamento da
Faixa Brasília. A área de estudo é constituída dominantemente por rochas Paleoproterozóicas
que consistem de complexos gnáissicos ortoderivados de composição granodiorítica a
tonalítica e migmatitos. Localmente, ocorrem xenólitos de xistos metapelíticos, com
porfiroblastos de granada e estaurolita, gnaisses de origem psamítica e quartzitos. Os gnaisses
ortoderivados apresentam um bandamento contínuo com orientação NE e mergulhos
subverticais e os migmatitos são representados por metatexitos formados em regime
compressional e sob influência de zonas de cisalhamento. A xistosidade dos metapelitos são
paralelas à dos gnaisses e sua associação mineralógica registra um pico metamórfico da fácies
anfibolito superior com retrometamorfismo da fácies xisto verde. Com base nas foliações
internas dos porfiroblastos de estaurolita dos metapelitos foi possível identificar duas fases de
deformação dúctil, além de uma terceira fase marcada pela xistosidade dos mesmos e pelo
bandamento gnássico. Uma quarta fase de deformação, de caráter rúptil, também pode ser
observada. A composição química dos gnaisses ortoderivados sugere protólito granodiorítico,
com características de suítes TTG’s cálcio-alcalinas, com retrabalhamento crustal e
contribuição de fusão parcial de fontes tipo MORB. Os dados geocronológicos U-Pb de
gnaisse ortoderivado em diagrama concórdia apresentam um intercepto superior de 2229±13
Ma, interpretado como idade do protólito, e um intercepto inferior de 614±85 Ma,
interpretado como a idade do metamorfismo. Idades de cristalização semelhantes foram
obtidas para o Domínio Almas-Conceição do Tocantins, também relacionadas a suítes TTG’s
cálcio-alcalinas (Suíte Almas-Dianópolis). A idade do metamorfismo é compatível com as
idades estimadas para o Ciclo Brasiliano-Pan Africano na Faixa Brasília.
PALAVRAS-CHAVES: Faixa Brasília Norte; Gnaisses paleoproterozóicos; Fácies anfibolito.
ABSTRACT
The geological context of the São Valério da Natividade region in the Tocantins state consist
of the Goiás Massif and the Cavalcante-Natividade Crustal Block, that are both related to the
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Borges, M.B. 2016. Petrografia das Rochas Metamórficas da Região de São Valério da Natividade (TO) e
Litoquímica e Geocronologia dos Gnaisses.
Brasília Belt basement. The study area is composed mainly by Paleoproterozoic rocks such as
orthogneisses complexes of granodioritic and tonalitic composition and migmatitos. Xenoliths
of metapelitic schists with garnet and staurolite porphyroblasts, psamitic gneisses and
quartzites occur locally. Orthogneisses show a continuous banding with NE direction and
subvertical deeps and the migmatitos consist of metatexites formed under compressional
regime and shear zones. The metapeite schistosity is concordant to the gneisses and its
mineralogical association record a metamorphic peak of the upper amphibolite facies with a
green schist facies retrometamorphism. Based on the internal foliation of the staurolite, two
ductile deformational phases were identified and the third phase is marked by the schistosity
and the gneissic banding. A fourth deformational phase, of brittle character, can also be
observed. The chemical composition of the orthogneisses suggests a granodioritic protholith
with affinity with TTG calc-alkaline suites, crustal reworking and contribution of MORB
sources. Geochronological data (U-Pb LA-ICP-MS) of the orthogneiss show, in the concordia
diagram, an upper intercept of 2229±13 Ma, interpreted as the protholith age of
crystallization, and a lower intercept of 614±85, interpreted as the metamorphism age. Similar
crystallization ages were obtained in the Almas-Conceição Domain, also related to calc-
alkaline TTG suites (Almas-Dianópolis Suite). The metamorphism age is consistent with the
Brazilian-Pan African Cycle in the Brasília Belt.
KEYWORDS: North Brasília Belt, Paleoproterozoic gneisses, amphibolite facies.
1 - INTRODUÇÃO
A área de estudo se encontra no sudeste do Estado de Tocantins, próximo a cidade de
São Valério da Natividade. Esta região está geologicamente inserida na Província Tocantins
(Almeida et al., 1981), composta por três faixas orogênicas: Paraguai, Araguaia e Brasília;
localizadas entre os Crátons São Francisco, Amazônico e Paranapanema. Correspondente a
porção norte da Faixa Brasília, a área é cortada pela Zona de Cisalhamento Rio Maranhão
(ZCRM), que delimita o Maciço de Goiás e o bloco crustal Cavalcante-Natividade (Fuck et
al., 2014) ao qual é fortemente influenciada por esse sistema reativado no Neoproterozóico
(Frasca et al., 2010).
Segundo Drago et al. (1981), na área estão presentes biotita gnaisses de composição
granítica e migmatitos, compostos por quartzo, feldspato alcalino, plagioclásio e biotita.
Recentemente, os trabalhos desenvolvidos nos gnaisses graníticos e granodioríticos,
encontrados no município de São Valério da Natividade, apontam uma idade do protólito
ígneo por U-Pb de 2143±11 Ma e idade modelo Nd de 2,46 Ga, relacionadas ao
retrabalhamento de crosta Arqueana, associados ao Maciço de Goiás (Fuck et al., 2014).
Trabalhos anteriores (Delgado et al., 2003; Frasca et al., 2010) relacionavam os gnaisses a
faixa móvel paleoproterozóica Dianópolis-Silvânia, ao qual os gnaisses compõem o
Complexo Almas-Cavalcante (Abdallah e Rodrigues, 2014). Esta faixa móvel é relacionada a
colagens de arcos de origem primitiva ainda no paleoproterozóico (Delgado et al., 2003;
Frasca et al. 2010; Abdallah e Rodrigues, 2014; Cordeiro, 2014). Contudo, outros autores
(Fuck et al., 2014; Marques, 2009), afirma que a convergência desses blocos ocorre apenas no
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2 - MÉTODOS
As amostras e dados estruturais são coletados em trabalho de campo, guiados por
mapas confeccionados a partir de interpretações de imagens de satélite com sensores
LANDSAT-8 e SRTM, encontrados no portal do serviço geológico do Estados Unidos da
América (USGS), e base cartográfica e geológica da Companhia de Pesquisa de Recursos
Minerais - Serviço Geológico do Brasil (CPRM), nas cartas Gurupi SC.22-Z-D e Alvorada
SD.22-X-B, sumarizados pelo software Qgis 2.8.2. O produto dessa integração de dados e o
mapa esquemático geológico, encontrado no cap 4.
A petrografia dispõe de 60 laminas confeccionadas a partir de amostras de rocha
coletadas em 11 pontos (MG01-11), preparada no Laboratório Laminação no Departamento
de Recursos Minerais na Universidade Federal de Mato Grosso.
As análises litoquímicas dos gnaisses foram obtidas no laboratório Acme Lab. Os
elementos maiores foram analisados por de emissão atômica por plasma acoplado
indutivamente (ICP-AES), e os elementos traço por espectrometria de massa por plasma
acoplado indutivamente (ICP-MS). Os elementos maiores (SiO2, TiO2, Al2O3, Fe2O3t, MnO,
MgO, CaO, Na2O, K2O, P2O5) são expressos em porcentagem em peso enquanto os elementos
menores (Ba, Rb, Sr, Zr, Y. Nb, La, Ce, Pr, Nd, Sm, Eu, Gd, Tb, Dy, Ho, Er, Tm, Yb e Lu, U,
Th, Hf, Ta e Pb) são expressos em parte por milhão (ppm). Os dados são tratados para base
anidra, com os softwares Excel e GCDkit 3.0.
A geocronologia U-Pb com análise produzidas por LA-MC-ICP-MS (Lasers Ablation
Multi-collector inductively coupled plasma mass spectrometry) em cristais de zircão em um
aparelho modelo Thermo Finnigan Neptune acoplado a um sistema laser NewWave de 213
μm Nd-YAG no laboratório de geocronologia da UnB, conforme os procedimentos gerais
propostos por Bühn et al. (2009). Os dados são tratados através do software Isoplot 4.1,
segundo os procedimentos de Ludwig (2012).
3 - GEOLOGIA REGIONAL
O sudeste do estado de Tocantins compõe parte norte da Província Tocantins (Almeida
et al., 1981), formada por três faixas orogênicas denominadas de Faixa Paraguai a sudoeste,
Faixa Araguaia a noroeste, e Brasília localizada margem ocidental do Cráton São Francisco
(Pimentel et al., 2000b; Fuck et al., 2014).
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Figura 1: a) Contexto geológico regional da Faixa Brasília setentrional segundo, Fuck et al. (2014), b) Domínios geológicos da porção sudeste do estado de Tocantins, a
direita, (adaptado de Fuck et al., 2014; Drago et al., 1981).
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4 - GEOLOGIA LOCAL
A área de estudo envolve parte do perímetro urbano cidade de São Valério da
Natividade e se estende em direção norte-sul ao longo do Rio São Valério. Está segmentada
pela Zona de Cisalhamento Rio Maranhão (ZCRM), sendo que a porção oeste é representada
pelo Maciço de Goiás e a leste pelo Bloco Crustal Cavalcante-Natividade.
Figura 2: Mapa geológico da região de São Valério da Natividade (lineamentos extraídos de Frasca et al. 2010,
Abdallah et al. 2013).
Ao todo, foram descritos 20 afloramentos de rocha, sendo que em 11 pontos foram
coletadas amostras representativas para petrografia. No Bloco Crustal Cavalcante-Natividade
ocorrem biotita migmatitos metatexíticos e biotita gnaisses, recobertos por quartzitos do
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Litoquímica e Geocronologia dos Gnaisses.
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Litoquímica e Geocronologia dos Gnaisses.
Figura 3: Aspecto de campo do Bloco Crustal Cavalcante-Natividade: a) biotita migmatito com dobras com eixo
sub-horizontal, com dique pegmatítico discordante (seta preta); d) dique pegmatítico em biotita gnaisse
discordantes do bandamento estromático (seta preta). c) Biotita migmatito, rb - ribbons de quartzo, bm -
bandamento máfico marcado por biotita e epidoto, Plg - porfiroclastos de plagioclásio; d) plagioclásio em BM,
inclusões de quartzo, epidoto (seta branca) e biotita (seta clara), mx – matriz.
dinâmica por migração de borda de grão do tipo left-over e window. O feldspato alcalino
(microclina e ortoclásio) é subédrico a anédrico e ocorre como porfiroclasto geralmente não
maclados ou na matriz como microclina com macla concentrada no núcleo e bodas ameboides
sem macla. Possui lamelas de exsolução (pertitas) e forma intercrescimento micrográfico com
quartzo (fig. 4c). O quartzo é anédrico e restrito a matriz, formando geralmente textura
granoblástica interlobada ou poligonal, principalmente em sombras de pressão. Ocorre
também em ribbons de cristais anédricos e ameboides. Contém inclusões de zircão e apatita.
A biotita é subédrica a anédrica com pleocroísmo de amarelo pálido a castanho escuro e sob
forma lamelar em ripas. Alguns cristais de biotita não apresentam a extinção mosqueada
característica. A alanita ocorre como cristais geminados ou zonados e associada com
clinozoisita. O zircão é euédrico prismático e a granada euédrica granular. Os minerais de
alteração são pistacita, mica branca e argilominerais, como resultado de processos de
saussuritização e sericitização (fig. 4b).
Figura 4: a) bandamento gnáissico; b) Porfiroclasto de plagioclásio com bordas de crescimento (seta branca) em
BG, a esquerda matriz (mx) recristalizada por SGR e GMB; c) Mimerquita (seta branca) formada por
recristalização de melt in sito em BG e no canto inferior esquerdo migração de borda (setas pretas); d) feldspato
alcalino em substituição por muscovita, alteração sericítica.
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Figura 5: a) estratificação plano paralela; b) fotomicrografia dos quartzitos, laminas de muscovita (seta cinza).
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Figura 6: Aspecto de campo do Maciço de Goiás: a) migmatito estomático com selvedge de biotita (seta branca)
e leucossoma de migração em dique pegmatítico (seta preta); b) selvedge de biotita (seta branca) e leucossoma
com porfiroclastos rotacionados (seta preta); c) orientação de biotita marcando a foliação S 4 (setas pretas),
feldspato alcalino com inclusões de quartzo globular (setas brancas); d) ao centro: mimerquita vermicular, a
esquerda, migração de borda (setas pretas), cristalização de melt em junção tríplice (seta cinza); e) fratura em
shear band (seta branca) em plagioclásio com maclas deformadas; f) muscovita gnaisses com textura
granolepidoblásticas.
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Figura 7: a) porfiroblastos de granada e estaurolita; b) detalhe de estaurolita com foliação relíquiar dobrada. c)
inclusão de estaurolita (St), em granada; d) Textura coronitíca em estaurolita; e) Cianita em truncated fish com
matriz lepidoblástica; f) Fibrollita em silimanita-muscovita gnaisses.
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5 - LITOQUIMICA
Foram analisadas 13 amostras de gnaisses para elementos maiores e traços, incluindo
terras raras. Os dados litoquímicos estão apresentados na tabela 1 e representam o paleossoma
do migmatito metatexítico e o biotita gnaisse, ambos do Maciço de Goiás. O Bloco Crustal
Cavalcante-Natividade está representado pelas análises do muscovita-biotita gnaisse e do
silimanita-muscovita gnaisse.
As principais caraterísticas são os valores de SiO2 maiores que 70%, Al2O3 entre
13,5% e 15%, Na2O ~ 4,0% e razões Na2O/K2O > 2, e de ~1,4 para as amostras de MBG. Os
índices AFM de Irvine e Baragar (1971) indicam afinidade com suítes não toleíticas (Fig. 8a)
e os valores de Na2O + K2O vs SiO2 relacionam os gnaisses com séries subalcalinas. Seus
valores de K2O entre 1,4 e 1,9 sugerem relação com a série cálcio-alcalina (Fig. 8b) de médio
potássio (Le Maitre et al., 1989; Rickwood, 1989; Peccerillo e Taylor, 1976). Quanto a
afinidade com suítes TTG, o diagrama K-Na-Ca (Fig. 8c) de Barker e Arth (1976) mostra que
as amostras não plotam no campo dos throndjemitos (Martin, 1994), enquanto as amostras do
Domínio Cavalcante-Arrais se trend trondjemitico, as amostras do Maciço de Goiás seguem
um trend paralelo ao cálcio-alcalino. Elementos de afinidade com ferromagnesianos (Fe2O3 +
MgO + MnO + TiO2 < 5%), excerto para os BM com valores ~6, e as razões K 2O/Na2O <
0,5, em sua maioria, são compatíveis com series TTG (Martin, 1999). Os valores baixos de
Mg# < 0,20, são menores que a média pra TTG de Moyen e Martin (2012), em quanto os
SMG tem valores médios de 0,30 e valores de ferromagnesianos ~2.
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Tabela 2: Dados litoquímicos dos gnaisses da região de São Valério da Natividade (elementos maiores e
menores expressos em % peso e traços em ppm).
MG 11A MG 11G MG 01E MG 01F MG 09B MG 02D MG 02G MG 04A MG 04J MG 04H MG 08A MG 08B MG 08C
Uni SMG SMG MBG MBG MBG BG BG BG BG BG BM BM BM
SiO₂ % 80,29 80,97 75,25 76,24 74,04 74,22 72,69 74,53 74,20 71,34 72,56 72,48 70,94
Al₂O₃ % 16,02 13,63 13,73 13,71 13,95 14,28 14,80 13,81 14,28 15,90 13,89 13,94 14,03
Fe₂O₃ % 1,33 1,52 1,39 1,40 2,33 2,63 2,85 2,40 2,39 3,22 4,05 4,44 4,68
CaO % 0,48 1,26 1,08 1,05 1,80 2,72 2,79 2,55 2,44 2,99 2,85 3,20 2,77
MgO % 0,96 0,52 0,28 0,24 0,81 0,76 0,85 0,62 0,71 0,89 1,06 1,09 1,38
Na₂O % 1,18 4,14 4,42 4,39 4,10 4,18 4,33 3,89 4,10 4,64 4,25 4,01 4,06
K₂O % 0,57 0,51 2,93 3,06 2,51 1,69 1,74 1,88 1,80 1,67 1,44 1,48 1,70
TiO₂ % 0,02 0,09 0,21 0,18 0,24 0,26 0,29 0,24 0,25 0,33 0,50 0,53 0,54
MnO % 0,02 0,02 0,02 0,02 0,03 0,04 0,04 0,03 0,03 0,04 0,06 0,07 0,07
P₂O₅ % 0,13 0,03 0,01 0,01 0,03 0,06 0,05 0,02 0,04 0,07 0,09 0,12 0,10
SrO % 0,01 0,02 0,03 0,03 0,02 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,01 0,02 0,01
BaO % 0,00 0,01 0,09 0,09 0,05 0,04 0,04 0,05 0,04 0,02 0,05 0,04 0,05
Total % 101,01 102,73 99,44 100,43 99,91 100,92 100,50 100,06 100,32 101,14 100,81 101,43 100,33
Ba ppm 48,20 63,70 794,00 816,00 399,00 340,00 346,00 501,00 362,00 210,00 426,00 395,00 468,00
Ce ppm 6,70 27,70 75,50 63,60 21,60 35,10 26,10 40,00 37,20 12,30 46,30 46,10 52,90
Cr ppm 30,00 30,00 30,00 30,00 40,00 40,00 40,00 40,00 30,00 40,00 40,00 40,00 60,00
Cs ppm 1,13 0,79 3,52 3,10 1,92 1,47 1,66 1,41 1,90 3,20 1,53 1,75 2,09
Dy ppm 2,10 1,08 0,69 0,59 0,75 1,48 1,73 1,22 1,22 1,01 4,68 5,38 5,77
Er ppm 0,98 0,44 0,15 0,24 0,33 0,81 0,97 0,73 0,55 0,52 3,11 3,38 3,47
Eu ppm 0,41 0,60 0,68 0,62 0,42 0,63 0,69 0,61 0,62 0,71 1,11 1,03 1,13
Ga ppm 30,80 20,30 25,80 24,60 19,50 24,70 20,90 22,80 20,90 23,90 20,30 20,20 21,40
Gd ppm 1,85 1,93 1,69 1,64 1,07 1,92 2,11 1,57 1,87 1,28 4,65 5,87 6,19
Hf ppm 0,70 2,30 3,50 3,30 3,30 3,10 2,90 2,70 3,60 6,90 5,40 6,00 5,20
Ho ppm 0,36 0,14 0,10 0,08 0,13 0,32 0,32 0,23 0,18 0,19 1,00 1,12 1,19
La ppm 2,80 12,90 39,90 34,00 8,80 17,20 13,20 23,00 19,90 7,10 22,30 21,60 21,30
Lu ppm 0,12 0,06 0,03 0,05 0,05 0,12 0,12 0,10 0,05 0,07 0,38 0,46 0,44
Nb ppm 3,60 4,80 3,70 3,10 4,50 3,90 4,20 3,90 4,80 7,60 7,70 7,90 8,20
Nd ppm 4,30 12,90 25,30 21,20 6,40 11,60 10,40 13,30 14,70 4,90 23,40 24,60 26,40
Pr ppm 0,93 3,14 7,20 6,15 1,87 3,33 2,77 3,78 3,93 1,37 5,59 5,86 6,21
Rb ppm 33,80 26,30 195,00 193,50 126,00 72,10 74,30 65,70 85,40 89,00 47,30 49,90 57,60
Sm ppm 1,67 2,75 3,55 3,09 1,27 2,09 2,03 1,94 2,45 1,12 4,62 4,96 6,09
Sn ppm 1,00 1,00 4,00 3,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 3,00 3,00
Sr ppm 69,00 171,50 320,00 326,00 212,00 293,00 281,00 286,00 289,00 307,00 191,50 201,00 199,00
Ta ppm 0,70 0,40 0,80 0,60 0,60 0,80 0,70 0,40 0,60 0,80 0,80 0,80 0,90
Tb ppm 0,33 0,24 0,15 0,17 0,17 0,30 0,28 0,24 0,24 0,20 0,78 0,87 0,96
Th ppm 3,79 6,69 9,31 8,03 3,35 2,91 2,33 3,73 4,19 0,95 4,43 4,28 3,50
Tm ppm 0,15 0,08 0,03 0,03 0,05 0,12 0,13 0,10 0,08 0,08 0,45 0,47 0,51
U ppm 3,90 2,82 3,03 3,41 0,27 0,28 0,26 0,42 0,46 0,69 0,94 0,83 1,17
V ppm 14,00 15,00 24,00 20,00 31,00 36,00 35,00 33,00 29,00 39,00 47,00 43,00 51,00
W ppm 197,00 279,00 642,00 445,00 602,00 654,00 531,00 321,00 668,00 693,00 680,00 601,00 688,00
Y ppm 11,40 4,40 2,30 2,20 4,00 8,70 9,00 7,30 5,20 5,10 27,70 30,30 35,40
Yb ppm 0,96 0,38 0,18 0,14 0,26 0,73 0,71 0,62 0,37 0,42 2,72 2,95 3,22
Zr ppm 16,00 70,00 135,00 131,00 124,00 128,00 121,00 98,00 142,00 258,00 231,00 243,00 214,00
Abreviações: SMG – silimanita-muscovita gnaisse; MBG – muscovita-biotita gnaisse; BG – biotita gnaisse; BM
– paleossoma do migmatito metatexítico.
e 34%, anortita de 12% a 15%, exceto para três amostras de MBG entre 5% e 8%, albita entre
32% e 38%, ortoclásio de 8% a 18%. Ao plotar os valores de Ab, An e Or no diagrama
triangular de O’Connor (1965), as amostras ocupam o campo dos tonalitos e trondhjemitos
para as amostras do Domínio Cavalcante-Arrais, enquanto as amostras do Maciço de Goiás
ocupam o campo dos granitos (Fig. 8d). Além disso, o coríndon normativo é entre 1,2 e 0,7%,
e, segundo Chappell e White (2001), rochas com valores de coríndon >1 podem estar
relacionadas a fusão de sedimentos ou a granitos Tipo-I extremamente fracionados. Contudo,
o decréscimo de P2O5 com o aumento da sílica contraria a evolução de granitos Tipo-S, mais
uma vez a exceção ocorre nos SMG, com valores de coríndon normativos acima de 3,9. Os
dados de alumina saturação são levemente maiores 1,0 e compatíveis, segundo Frost et. al.
(2001), com granitos peraluminosos a fracamente metaluminosos (Fig. 8e), a exceção se faz
por parte das amostras de SMG (Maciço de Goiás) com valores entre 1.4 e 1.8, o que pode
indicar uma fonte paraderivada. Os valores de álcalis e da razão FeOt/ (FeOt+MgO) indicam
relação com rochas magnesianas e cálcicos (Frost et. al. 2001).
Figura 8: Diagramas classificatórios. A) diagrama AFM de Irvine e Baragar (1971); B) Diagrama SiO2 vs K2O
de Peccerillo e Taylor (1976) C) Barker e Arth (1976) modificado por Moyen (2011), CA - trend cálcio-alcalino,
Tj - trend trondjemitico; D) classificação por mineral normativo de O’ Connor (1965); E) índice de alumina
saturação com campo dos granitos tipo S (Frost et al., 2001).
compatíveis com os esperados para suítes cálcio-alcalinas em magmas de alto Na2O (Moyen,
2011) e se apresentam tanto no Maciço de Goiás quanto no Domínio Cavalcante-Arrais.
Novamente a exceção se faz por parte da amostra SMG com valores baixos de CaO, K 2O,
Fe2O3, Ba, Rb, Sr e Zr muita inferiores.
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Figura 10: gráficos de elementos menores a) classificação quanto a fonte por Pearce et al. (1984) demostra a
afinidade para rochas de arco vulcânico; b) Moyer (2011) diagrama Sr/Y e La/Yb para diferentes magmas TTG,
alta pressão (HP), média pressão (MP), baixa pressão (LP) e granitos potássicos; c) Amostra vs. Manto Primitivo
segundo Sun e McDonough (1989), para elementos incompatíveis. Campo cinza corresponde a composição
média a 1σ para TTG paleoproterozóico segundo Condie (2005); d) elementos terras raras normalizados por
condrito (Boynton, 1984), campo em cinza pertence a composições de TTG s.s. e campo preto a outros gnaisses
cinzas, segundo Moyen e Martin (2012).
As amostras da fácies biotita gnaisse apresentam anomalias negativas de Ba, Nb, Ta,
Th, P e Ti, relativas ao manto primitivo de Sun e McDonough (1989), ausência de anomalia
de Sr, e valores de Yb abaixo de 4ppm, similares a granodioritos e trondhjemitos de suítes
TTG (Martin, 1999; Moyen e Martin, 2012). Os baixos valores de Sr (<300ppm) se
assemelham aos de suítes TTG de baixo alumínio, com cristalização fracionada de
plagioclásio (Condie, 2005), valores de Zr e anomalias de Nb e Ta compatíveis com o modelo
de Martin (1999) para fontes com restitos de eclogitos ricos em rutilo. As razões de Zr/Hf são
compatíveis com as de basaltos, portanto maiores que as composições de granitos Tipo-S,
segundo Thompson et al. (1984).
As razões de Zr/Sm altas (entre 30 e 230), Lu/Hf entre 0,08 e 0,02, Nb/Ta entre 4 e 12
e Yb entre 0,12 e 3,22, são próximas a valores médios de suítes TTG (Moyen e Martin, 2012).
A razão La/Yb, combinada com razões altas de Zr/Sm para os MBG, correspondem a magmas
TTG de média pressão (Fig. 10b) em equilíbrio com clinopiroxênio, anfibólio e granada
(Moyen 2011). As amostras de BG apresentam baixa razão La/Yb compatíveis com a
evolução de um magma E-MORB. Porém, essas razões baixas de La/Yb, aliadas a valores
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Borges, M.B. 2016. Petrografia das Rochas Metamórficas da Região de São Valério da Natividade (TO) e
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variados de Yb, são relacionadas por Condie (2005) a suítes TTG com afinidade cálcio-
alcalinas pós arqueanas (fig. 10c), que sofreram diferenciação magmática. Os valores de
anomalia de Eu/Eu* ≤1, por média geométrica (McLennan e Taylor, 2012), se aproxima de
magmas derivados do manto, com apenas uma amostra com valores de 1,8 relativo ao BG.
Com relação ao condrito de Boynton (1984), é possível relacionar três grupos
distintos: o primeiro com baixa razão LaN/LuN e baixo fracionamento de ETRL em relação
ETRP, correspondente aos BM, mostrando uma relação de equilíbrio do liquido com granada,
mais similares aos plagiogranitos (Fig. 10d) do que a valores de TTG s.s., em comparação
com o trabalho de Moyen e Martin (2012). O segundo grupo com razão LaN/LuN média,
relativos aos BG, mostra uma possível relação com fracionamento de granada e cristalização
de biotita. O terceiro evidencia um alto fracionamento de elementos terras raras, com altas
razões LaN/LuN, relativo ao MBG, possivelmente relacionado ao fracionamento de granada e
biotita.
6 - GEOCRONOLOGIA
Os dados isotópicos U-Pb foram produzidos a partir da análise de 21 zircões (Tab. 2)
de uma amostra de biotita gnaisse (ponto MG-04). Dominam cristais de zircão incolores a
translúcidos com comprimento entre 200 a 400 µm (Fig. 11), formas euédricas com hábitos
prismáticos bipiramidais e razão comprimento e largura de 1:3. Alguns grãos são subédricos
granulares com razões comprimento/largura entre 1:1 e 1:2, levemente castanhos e fraturados.
As imagens de catodoluminescência evidenciam zonações composicionais e a presença de
núcleos herdados em alguns cristais. A partir das razões isotópicas foi elaborado um diagrama
concórdia se utilizando do software Isoplot 4.1, seguindo as orientações de Ludwig (2012).
Figura 11: Imagem de catodoluminescência dos zircões, exemplo de zircões usados para o diagrama concórdia.
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Tabela 2: Dados de isótopos de U-Pb de zircões do biotita gnaisse (Bloco Crustal Cavalcante-Natividade) da
região de São Valério da Natividade.
Razões Idades (Ma)
MG-04 ²³²Th/ ²⁰⁷Pb/² ²⁰⁷Pb/² ²⁰⁶Pb/² ²⁰⁷Pb/ ²⁰⁷Pb/ ²⁰⁶Pb/ Conc
%206Pb 1s(%) 1s(%) 1s(%) Rho 1s(Ma) 1s(Ma) 1s(Ma)
²³⁸U ⁰⁶Pb ³⁵U ³⁸U ²⁰⁶Pb ²³⁵U ²³⁸U (%)
004-Z1 0,1165 0,44 0,13 0,45 5,60 0,84 0,31 0,71 0,82 2060,23 8,10 1916,33 7,24 1742,15 10,87 90,91
006-Z3 0,0108 0,46 0,14 0,47 6,75 1,12 0,36 1,01 0,9 2140,54 8,48 2078,64 9,88 1967,83 17,18 94,67
011-Z6 0,0052 0,36 0,14 0,50 7,26 1,14 0,38 1,03 0,89 2140,90 8,93 2144,09 10,18 2095,83 18,38 97,75
012-Z7 0,4226 0,30 0,13 0,89 5,58 2,32 0,31 2,14 0,93 2055,40 15,64 1912,41 19,78 1739,39 32,57 90,95
015-Z9 0,0358 0,36 0,14 0,65 7,48 1,01 0,40 0,77 0,74 2114,88 11,68 2170,11 9,02 2175,76 14,25 100,26
016-Z8 0,0574 0,31 0,13 0,49 5,44 0,78 0,31 0,61 0,74 2033,69 8,83 1891,31 6,72 1720,77 9,28 90,98
018-Z11 0,0078 0,45 0,14 0,47 6,95 0,98 0,37 0,86 0,86 2124,83 8,48 2104,82 8,74 2034,10 15,09 96,64
021-Z12 0,0038 0,43 0,13 0,43 6,25 1,03 0,34 0,94 0,9 2107,82 7,77 2011,86 9,04 1872,84 15,26 93,09
023-Z14 0,008 0,37 0,14 0,81 7,40 1,17 0,39 0,84 0,69 2143,50 14,62 2160,86 10,47 2126,94 15,25 98,43
027-Z15 0,1242 0,26 0,13 0,48 4,91 1,36 0,28 1,27 0,93 2006,79 8,79 1804,65 11,47 1594,14 17,95 88,33
028-Z16 0,1845 0,48 0,14 0,47 5,87 1,02 0,31 0,90 0,88 2119,15 8,46 1956,94 8,81 1762,80 13,90 90,08
029-Z17 0,0468 0,49 0,14 0,58 6,29 1,01 0,33 0,83 0,8 2136,97 10,44 2016,51 8,88 1854,48 13,39 91,97
030-Z18 0,0125 0,35 0,14 0,54 6,84 0,96 0,36 0,79 0,8 2157,31 9,78 2090,76 8,53 1974,79 13,52 94,45
033-Z19 0,0112 0,21 0,13 0,46 5,47 1,02 0,30 0,92 0,88 2060,91 8,27 1896,29 8,78 1706,32 13,73 89,98
036-Z22 0,0076 0,43 0,14 0,40 6,98 1,01 0,37 0,93 0,91 2142,66 7,14 2108,65 9,01 2023,88 16,21 95,98
039-Z23 0,01 0,31 0,14 0,44 7,10 1,26 0,37 1,18 0,93 2149,91 8,00 2124,33 11,20 2047,40 20,66 96,38
040-Z24 0,0041 0,41 0,14 0,45 6,93 0,88 0,37 0,76 0,84 2132,53 8,13 2102,07 7,83 2021,05 13,14 96,15
041-Z25 0,007 0,35 0,14 0,34 6,82 1,17 0,36 1,12 0,95 2130,92 6,09 2087,88 10,36 1995,01 19,22 95,55
042-Z26 0,0088 0,37 0,14 0,44 7,11 1,04 0,37 0,94 0,9 2156,00 7,84 2125,62 9,26 2043,83 16,53 96,15
045-Z27 0,0079 0,44 0,14 0,47 7,37 0,93 0,39 0,80 0,84 2144,30 8,51 2156,83 8,31 2117,96 14,45 98,20
046-Z28 0,0193 0,32 0,13 0,46 6,21 0,91 0,33 0,78 0,84 2110,34 8,28 2005,36 7,95 1858,47 12,66 92,68
047-Z29 0,1095 0,39 0,13 0,58 4,55 2,14 0,25 2,06 0,96 2073,44 10,48 1741,04 17,80 1440,69 26,57 82,75
A distribuição da razão Th/U pelas idades Pb/Pb mostram uma leve perturbação
isotópica do sistema na direção de idades mais jovens, estes zircões podem ser excluídos da
obtenção da idade final mais apurada. A existência de uma idade concordante de 2175±14
Ma, porem fora da projeção da reta discórdia sobre a curva concórdia, não representa
necessariamente uma idade real do protólito ígneo, neste caso, essa idade pode ter absorção de
Pb durante um evento tectono-termal, que segundo Hoskin e Black (2000), pode resultar em
uma idade intermediária entre o evento tectono-termal mais jovem e a idade do protólito
ígneo mais velho, bem como uma idade relacionada a recristalização.
A elaboração do diagrama concórdia com as análises de 12 zircões, selecionados pelo
baixo erro individual das idades, pela maior probabilidade linear e por fim usando média
ponderada, resulta em uma coerência linear com MSWD=1 e uma probabilidade de ajuste de
0.44 aceitável (Ludwig, 2012). Com essa seleção há uma melhora significativa das idades do
sistema concórdia a partir de uma idade com MSWD = 6.6 para 1.0, com erros de ±20 Ma
para ±13 Ma para o intercepto superior e erros de ±140 para ±85Ma para intercepto inferior.
Assim assume-se que a idade de 2229±13 Ma obtida com os 12 zircões selecionados é mais
significativa e precisa.
Ao usar esses dados podemos relacionar a idade de intercepto inferior de 614±84 Ma a
uma idade próxima à do último evento tectono-termal, relacionado ao evento Brasiliano. Esta
interpretação condiz com a evolução da Faixa Brasília, porém com a ressalva de que esta
idade não pode ser considerada absoluta pelo grande erro. O elevado erro na idade de
intercepto inferior pode ser evidencia de ao menos 2 eventos tecno-termais, ao passo que pode
43
Borges, M.B. 2016. Petrografia das Rochas Metamórficas da Região de São Valério da Natividade (TO) e
Litoquímica e Geocronologia dos Gnaisses.
ser gerado pela rotação da reta discórdia. Esse evento intermediário, entre a cristalização e o
último evento metamórfico, pode ter ocorrido entre 2114±11Ma e 2114±19Ma, marcado pela
idade concordia e pela idade Pb/Pb, respectivamente, ou estar relacionadas as idades Pb/Pb
mais jovem de 2006±8 Ma.
Figura 12: Diagrama concórdia para as idades U-Pb, acima idades Pb/Pb, abaixo relação com idades Pb/Pb e
razão Th/U, evidencia da origem ígnea das idades U/Pb.
Sendo assim, temos que a idade de 2229±13 Ma a 1σ (Fig. 12), do intercepto superior
é interpretada com a idade de cristalização do protólito ígneo dos gnaisses. Idades
intermediarias, entre 2010 e 2006 Ma, estão relacionadas a um evento tectono-termal. A idade
de 614±85 Ma para o intercepto inferior é interpretada como resultado do último evento
metamórfico que afetou os gnaisses, temporalmente correlato ao Ciclo Brasiliano Pan-
Africano.
7 - DISCUSSÕES E CONCLUSÕES
A região de São Valério da Natividade é constituída dominantemente por dois
complexos constituídos por gnaisses e migmatitos miloníticos ortoderivados associados a
rochas metassedimentares pelíticas e psamíticas. Os gnaisses possuem um bandamento
marcado pela alternância de bandas quartzo-feldspáticas com bandas máficas onde dominam
essencialmente biotita, biotita + muscovita e muscovita. Os migmatitos são constituídos por
um paleossoma gnássico cortado por leucossomas de injeção. Os xenólitos consistem de
xistos metapelíticos e gnaisses metapsamíticos. O trend estrutural da área estudada é nordeste,
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Borges, M.B. 2016. Petrografia das Rochas Metamórficas da Região de São Valério da Natividade (TO) e
Litoquímica e Geocronologia dos Gnaisses.
Agradecimentos
Agradecemos ao Programa de Pós-Graduação em Geociências da Universidade
Federal de Mato Grosso, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso pelo
apoio no projeto “Minerais não Metálicos da região Amazônica: Caracterização e Gênese. ”
Edital nº 009/2009 – PRONEX, Processo: Nº8434612009 e a CAPES pela concessão da bolsa
de mestrado do primeiro autor.
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CAPÍTULO 3
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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