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INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE - CÂMPUS LUZERNA

MATÉRIA: SEGURANÇA DO TRABALHO

TEXTOS DE APOIO

- A próxima pandemia: estamos preparados?


- Revisitando a espanhola: a gripe pandêmica de 1918 no Rio de Janeiro
- Diretrizes para a proteção do Trabalhador
- Coronavírus - Obra

Pandemias do Passado X COVID-19

As epidemias para comunidade de maneira geral é configurada como sinônimo


de crise, e de certa maneira até é, porém muitos sequer pensam nos benefícios que as
mesmas já ‘proporcionaram’ para evolução da humanidade. As pragas têm papel
fundamental no desenvolvimento humano e proporciona de maneira cíclica (em torno
de 80 anos) a preparação para uma próxima aparição ou mutação do mundo dos
microorganismos.
As pandemias são rotineiras desde o início da história do homem, e tem papel
fundamental no desenvolvimento de práticas de controle das mesmas, maneiras de
prevenção, higienização, saneamento, sanitarismo, tecnologia e pesquisa, valorização
médica, progresso da medicina em geral, institutos de pesquisas, órgãos públicos
nacionais e internacionais etc, ou seja, essas pestes induz uma resposta forçada da
sociedade para a sobrevivência e alavanca a evolução de diversas áreas da civilização.
Apesar de ser imprevisível determinar o impacto e capacidade de um novo micro
agente sem tê-lo conhecido a priori, pode se dizer que o conhecimento adquirido com
pestes passadas tem tornado as medidas de prevenção, capacidade de detecção e
desenvolvimento de tratamentos cada vez mais rápidas e eficazes.
Em 1918, ano que seria culminado o fim da primeira guerra mundial, algumas
nações devastadas e com poderio sócio-econômico comprometido, recebem o ataque
silencioso e inesperado da gripe espanhola ou Influenza, que embora seja denominada
‘Espanhola’, não surge na Espanha, mas devido a ter um papel neutro na grande
guerra e reportar as mortes de indivíduos pela peste, enquanto outros países
deixavam-na a deriva com receio de amedrontar seus exércitos, o nome do surto foi
conhecido mundialmente por tal. Entretanto, ainda há dúvidas do real local de
surgimento do flagelo, alguns historiadores afirmam que foi no estado do Kansas (EUA)
e outros na França. Independente da origem, o que pode se afirmar que a epidemia
matou tanto quanto a 1º guerra, quiçá mais, estima-se que morreu entre 20 e 50
milhões de pessoas.
No Brasil, afirma-se que a gripe espanhola chegou de navio da cidade Dakar
(Senegal) e do navio inglês S.S. Demerara no porto de Recife, fazendo escala em
Salvador e posteriormente na Capital da República Brasileira, o Rio de Janeiro. A
princípio, a influenza foi considerada como inofensiva por parte do governo brasileiro
(Wenceslau Brás - 1914-1918) e com discursos que a mesma era uma ‘gripezinha
benigna’, entretanto com o aumento do número de mortos e pressão popular e
imprensa, devido a falta de medidas públicas eficazes, o presidente foi forçado a trocar
seu diretor de Saúde Pública, Carlos Seidl, colocando em seu lugar Theófilo Torres que
pouco fez também, posteriormente entrando o Dr. Carlos Chagas, que antes fazia
trabalhos com o sanitarista Oswaldo Cruz e recebendo e tomando medidas para o
cuidado população brasileira em instituições de apoio. Assim ao ser nomeado diretor
após desejo da massa e meios de comunicações, as medidas tomadas por Carlos
Chagas tiveram impactos positivos na luta, criando hospitais provisórios
(emergenciais), quarentena de navios (Controle dos portos), notificação compulsória de
casos, postos de atendimento, disseminando a importância da higienização e do
saneamento básico, fechamento de escolas e teatros, paralisação do futebol, redução
de missas nas igrejas, fechamento de parte do comércio e exigências para evitar
aglomerações. Com isso, no ano de 1919 através das medidas tomadas pelo governo
em geral, o Brasil conteve o agente, entretanto infelizmente com vidas perdidas, em
torno de 35 a 40 mil brasileiros(as). Mas enfim, não há maneiras de apagar o grande
ataque mortal desses seres e a destruição de vidas em massa que ocorreram e
ocorrem na história do homem.
Contudo, a despeito de todos os ataques dos micro agentes passados (Peste
Negra, Influenza, Tuberculose, dengue etc), o que se pode extrair para luta contra o
novo Coronavírus (Covid-19) e as medidas que podem ser tomadas pelas nações para
minimizar os impactos desta nova epidemia?
Como foi descrito a anteriormente, as medidas públicas devem ser muito bem
planejadas para a contenção do vírus, com instruções e recomendações como se
portar mediante a exposição, higienização, quarentena e isolamento, classificação de
grupos de riscos definindo para tais padrões de comportamento com a exposição e
medidas de acordo com o nível de risco ocupacional. As organizações em geral,
principalmente as que fornecem suprimentos e atendimento básicos para as nações
(Hospitais, Farmácias, Mercados etc), não devem parar, pois são essenciais para a
vida, porém os empregadores devem fornecer para seus funcionários meios para o
trabalho, com medidas de Controle Administrativo, Controle de Engenharia,
fornecimento de Equipamentos de proteção Individual (EPI) e recursos para
higienização, tudo de acordo com o risco do empregado. Ainda, verificar a possibilidade
de realização do trabalho a distância (Home Office), realização de reunião por
webconferência.
Por parte dos indivíduos que têm a possibilidade de ficar isolados,
recomenda-se que os mesmo evitem em sair dos seu lares, somente em casos de
extrema necessidade, e ao sair tomar os devidos cuidados com a utilização de
respiradores e desinfetantes para as mãos com alto grau de concentração.
Assim, apesar de ser a favor das medidas de proteção, exposição, higienização
e quarentena, no Brasil, acredito que não pode ocorrer a parada total da economia, já
que o mesmo não têm capacidade econômica para passar totalmente isolado, pelo
menos não por um período longo (meses), pois isso acarretaria em problemas maiores,
por exemplo: a fome, aumento do desemprego, segurança pública, roubos etc; logo,
recomendaria, além das medidas expostas acima o chamado isolamento vertical, na
qual isola apenas as pessoas que participam dos grupos de risco, protegendo-as até a
controle da peste, com isso, não ocorreria a quebra da economia e a vida das pessoas
mais vulneráveis seriam preservadas.

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