Você está na página 1de 21

Cap.

2 – TEORIA DE CIRCUITOS MAGNÉTICOS

Tópicos:

Perímetro médio do meio magnético


Saturação, Remanescência e Histerese Magnética
3. Propriedades dos Materiais Magnéticos

Perímetro médio do meio magnético

 Para tornar a análise envolvendo circuitos magnéticos o menos imprecisa possível,


geralmente se faz uso do cálculo do perímetro médio do circuito magnético.

 Quando o comprimento médio do caminho magnético não é fornecido diretamente,


porém se dispõe das medidas do núcleo, esse procedimento torna os cálculos mais
próximos dos valores reais, como mostra o circuito abaixo:

 Sendo:
 A = 30 cm externo
 B = 25 cm externo
 A’ = 20 cm interno
 B’ = 15 cm interno
3. Propriedades dos Materiais Magnéticos

Perímetro médio do meio magnético

 O perímetro médio seria a média da soma do perímetro externo com o perímetro


interno.

 Perímetro externo = (30 + 25) x 2 = 110 cm

 Perímetro interno = (20 + 15) x 2 = 70 cm

 Perímetro médio = (110 + 70) / 2 = 90 cm

 Calculando B através do perímetro médio do núcleo, sendo N = 30, i = 2 A, μr = 700:

ú ú
3. Propriedades dos Materiais Magnéticos

Linhas de campo magnético

 Esse tipo de análise refere-se a um circuito magnético linear, pois não foi considerada a
curva de magnetização do material.

 Adota-se, portanto, uma permeabilidade constante para o material do núcleo.

 Porém, a grande maioria dos estudos envolvendo circuitos magnéticos depende da


curva de magnetização dos materiais.

 Mantendo-se H constante, isto é, não se alterando o número de espiras, a corrente que


passa através delas e o comprimento da bobina, se um núcleo de ferro for introduzido
ao circuito, a indução sofre um acréscimo de acordo com a qualidade do material
(maior permeabilidade).
3. Propriedades dos Materiais Magnéticos

Linhas de campo magnético

 A figura ao lado ilustra as curvas


de magnetização de materiais
comumente utilizados na
construção de núcleos.

 Para valores iniciais de H, B sobe


rapidamente.

 Porém, após a curva acentuada B


se torna praticamente constante.

 Isso significa que o número de


linhas de força por área no
material atingiu seu valor máximo.

 O núcleo está saturado.


3. Propriedades dos Materiais Magnéticos

Saturação, Remanescência e Histerese

 A utilização dos materiais magnéticos gera elevada densidade de fluxo magnético (B)
com reduzida FMM para produção de H;

 Além disso, os materiais magnéticos que formam o núcleo possuem o papel de


delimitar e direcionar os campos magnéticos dentro da estrutura.

 Os materiais ferromagnéticos, tipicamente compostos de ferro e ligas de ferro como


cobalto, tungstênio, níquel, alumínio e outros metais, são os mais comuns.

 Os materiais magnéticos podem apresentar “saturação”, quando a densidade de fluxo


magnético se estabiliza apesar da elevação da intensidade de campo magnético
fornecida.
3. Propriedades dos Materiais Magnéticos

Saturação, Remanescência e Histerese

 Além disso, ao se retirar o campo magnético aplicado, a densidade de campo


magnético pode não retornar ao valor inicial (histerese magnética).
3. Propriedades dos Materiais Magnéticos

Saturação, Remanescência e Histerese

 Em várias aplicações de engenharia é suficiente descrever a magnetização de um


dado material pela curva unívoca abaixo (curva normal), desprezando sua natureza
histerética:
3. Propriedades dos Materiais Magnéticos

Saturação, Remanescência e Histerese

 Exemplo: Considerando a curva normal anterior do aço M-5, encontrar a corrente


necessária para produzir Bnúcleo = 1 T, considerando lnúcleo = 0,3 m, g = 5 x 10-4 m.

Solução:

 O valor de H para Bnúcleo = 1 T é de, pela curva: Hnúcleo = 11 A.e/m

 A queda de FMM no núcleo é de: FMMnúcleo = Hnúcleo . lnúcleo = 3,3 A.e

 A queda de FMM no entreferro é de: FMMg = Hg . lg = (Bg/μ0) . g = 396 Ae.m

 A corrente necessária é de: i = (FMMnúcleo + FMMg)/N = (3,3 + 396)/500 = 0,80 A


3. Propriedades dos Materiais Magnéticos

Saturação, Remanescência e Histerese

 Quando o campo magnético em um material é aumentado até a sua saturação e em


seguida reduzido, a densidade magnética B não acompanha a redução de H.

 Sendo assim, quando H chegar a zero ainda existirá uma densidade magnética
remanescente no material.

 Para se anular B, é preciso aplicar no material um campo magnético H de polaridade


oposta ao causador da remanescência inicial (força coercitiva).

 Aumento o campo –H, a remanescência positiva Br+ vai até zero, mas o material se
magnetiza com polaridade oposta, com densidade –B.
3. Propriedades dos Materiais Magnéticos

Saturação, Remanescência e Histerese

 Se atingida a saturação, há uma remanescência negativa.

 Para eliminar a remanescência negativa, é preciso aplicar um campo magnético


positivo até zerá-la.

 É importante destacar que enquanto se aplica o campo para se anular a


remanescência, a densidade correspondente a esse fluxo ainda não existe porque a
remanescência provoca um atraso na densidade magnética.

 Esse atraso entre H e B possui o nome de histerese magnética.


3. Propriedades dos Materiais Magnéticos

Saturação, Remanescência e Histerese

 Curva de histerese de um dado material


3. Propriedades dos Materiais Magnéticos

Excitação CA

 Circuito magnético sem entreferro:


3. Propriedades dos Materiais Magnéticos

Excitação CA

 Supondo uma variação senoidal φ(t) para o fluxo no núcleo:

 Onde:
 max: amplitude do fluxo do núcleo  em webers.
 Bmax: amplitude da densidade de fluxo B em teslas

 Lembrando que: e = N.d/dt = d/dt

 Assim:
3. Propriedades dos Materiais Magnéticos

Excitação CA

 Na operação CA em regime permanente, é mais interessante se trabalhar com valores


eficazes das tensões e correntes do que com valores instantâneos ou máximos.

 O valor eficaz Frms de uma função periódica no tempo f(t), de período T, é definida
como:

 Através da solução da equação acima pode-se calcular o valor eficaz da tensão


induzida:
3. Propriedades dos Materiais Magnéticos

Excitação CA

 Para se produzir fluxo magnético no núcleo, é necessário que uma corrente, conhecida
como corrente de excitação i, esteja presente no enrolamento de excitação.

 As propriedades magnéticas não-lineares do núcleo requerem que a forma de onda da


corrente de excitação seja diferente da forma de onda senoidal do fluxo.

 A curva da corrente de excitação em função do tempo pode ser obtida graficamente a


partir das características magnéticas do material do núcleo.
3. Propriedades dos Materiais Magnéticos

Excitação CA
3. Propriedades dos Materiais Magnéticos

Excitação CA

 Em um instante de tempo qualquer, o valor de iφ correspondente a um valor dado de


fluxo pode ser obtido diretamente do laço de histerese.

 No tempo t’, o fluxo é φ’ e a corrente é i’.

 Já no tempo t’’, o fluxo é φ’’ e a corrente é i’’.

 Como o laço de histerese achata-se devido aos efeitos de saturação, a forma de onda
da corrente de excitação apresenta picos acentuados.
3. Propriedades dos Materiais Magnéticos

Perdas no Núcleo

 A corrente de excitação fornece a FMM necessária para produzir o fluxo no núcleo e o


ingresso da potência associada com a energia do campo magnético do núcleo.

 Parte dessa energia é dissipada como perdas das quais resulta em aquecimento do
núcleo.

 O restante aparece como potência reativa associada ao armazenamento de energia no


campo magnético.

 Essa potência reativa não é dissipada no núcleo. Ciclicamente ela é fornecida e


absorvida pela fonte de excitação.
3. Propriedades dos Materiais Magnéticos

Perdas no Núcleo

 Corrente de excitação:
1. Fornece a FMM para produzir fluxo no núcleo;
2. Ingresso de potência associada com a energia do campo magnético gerado.

Energia Reativa associada Energia Ativa dissipada no


ao armazenamento de energia na núcleo provocando seu
forma de campo magnético – aquecimento (perdas)
Energia não dissipada no núcleo
sendo ciclicamente fornecida e
absorvida pela fonte de excitação.
1) Perdas R x I2 (Correntes parasitas)
2) Perdas por histerese magnética
3. Propriedades dos Materiais Magnéticos

Perdas no Núcleo

 Para reduzir os efeitos das correntes parasitas, as estruturas magnéticas são


construídas geralmente com chapas delgadas de material magnético.

 Essas chapas, alinhas na direção das linhas de campo, estão isoladas entre si por uma
camada de óxido em suas superfícies, ou por uma fina cobertura de esmalte ou verniz
de isolação.

 Quanto mais delgadas são as chapas, menores as perdas devido a circulação de


correntes parasitas no núcleo.

 As correntes parasitas tendem a aumentar com a elevação da frequência de excitação


e da densidade de fluxo.

Você também pode gostar