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LAUDO TÉCNICO DE INSPEÇÃO PREDIAL

DADOS DO CLIENTE
Nome: Condomínio do Edifício Saint Michel
Endereço da obra: Rua Sete de Setembro, 300 - Centro, Vitória - ES, CEP 29015-
000
1. OBJETO
Laudo Técnico de Inspeção Predial solicitado pelo referido Condomínio tendo o seu
conteúdo embasado na Norma de Inspeção Predial 2009 do IBAPE (Instituto
Brasileiro de Avaliação e Perícias de Engenharia – Entidade Nacional) e da Norma
de Manutenção de Edificações NBR 5674, da ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas), que dispõe sobre as regras gerais e específicas a serem
obedecidas na manutenção e na conservação das edificações.

2. DESCRIÇÃO DOS AMBIENTES INSPECIONADOS


1- FACHADAS FRONTAL E LATERIAS
ITEM DESCRIÇÃO
Tratamento e recomposição de áreas com desplacamento de reboco em
1.1
paredes externas da fachada com alto risco de queda
1.3 Fiação e tubulações expostas
1.4 Pintura com reparos em pontos de humidade e reboco solto
1.7 Recomposição de marquises danificadas
Estudo para recomposição instalação de parapeito de proteção nas
1.8
fachadas frontais e fundos nos andares de garagem
Recomposição de reboco com pontos de infiltração de água para partes
1.9
externas do edifício
2- COBERTURAS
ITEM DESCRIÇÃO
Manutenção das portas de acesso
2.2 Recomposição de gramponamento obrigatórios para “balancim”
Refazimento de impermeabilização e drenagem de água pluvial em
2.3
todas as áreas de cobertura
2.4 Relocação de sistemas de drenagem águas pluviais
Troca de todas as telhas de fibrocimento e recomposição de estrutura
2.5
para telhado (caso opte por manter a mesma tipologia)
Manutenção e reforço de fixação para escada metálica de acesso à
2.5
cobertura
Tratamento e recomposição de áreas com desplacamento de reboco em
2.5
paredes externas das platibandas de cobertura com alto risco de queda
2.5 Tratamento de ferragens expostas
2.6 Limpeza de superfícies com matéria orgânica através de
hidrojateamento e cloro ativo
3- ANDARES DE GARAGEM
ITEM DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS
Tratamento e recomposição de áreas com desplacamento de concreto
3.1 em teto e paredes internas de todos os andares de garagem do edifício
que apresentam com alto risco de queda
3.2 Instalação de guarda corpo de proteção em áreas limítrofes da fachada
Limpeza de superfícies com matéria orgânica através de
3.3
hidrojateamento e cloro ativo
3.4 Pintura de piso e parede com faixas de sinalização
3.5 Tratamento de ferragens expostas
Elaboração e implantação de projeto de combate a incêndio e pânico
3.6
atualizados para o edifício
3.7 Substituição de tubulações ressecadas de instalações elétricas
3.8 Pintura em portas metálicas de acesso
3.9 Instalação de pontos de iluminação de emergência
Tratamento de impermeabilização em áreas que apresentam infiltração
3.10 de águas provenientes á má instalação de drenagem de águas pluviais
existentes
3.11 Recomposição de chapisco de acabamento em pontos danificados
Aplicação de pintura de resina impermeabilizante em toda extensão de
3.12
superfícies em concreto aparente
4- ACESSOS E DEMAIS LOCALIÇÕES
ITEM DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS
Substituição de tubulações ressecadas de instalações elétricas nas
4.1
áreas de corredores e acessos
Tratamento e recomposição de áreas com desplacamento e
esfarelamento de reboco em paredes internas da casa de máquinas
4.2
com risco de queda e tratamento com impermeabilizante – acabamento
em pintura
4.3 Manutenção das portas de acesso
Restauração completa de ambientes internos de salas comerciais
4.4
internas do edifício bem como áreas de corredores de acesso
Limpeza completa de ambientes internos de salas comerciais internas
4.5 do edifício bem como áreas de corredores de acesso com
hidrojateamento e aplicação de cloro ativo
Pintura de portas e janelas em cores padrão após estudo de projeto
4.6
arquitetônico de recomposição de fachadas
Projeto arquitetônico de estudo de cores e materiais de acabamento das
4.7
fachadas e partes internas do edifício
Novas instalações de esgotamento de águas pluviais na laje de
4.8
marquises impermeabilizadas
Execução de obra de instalações de contensão e amparo provisórios
4.9 para proteção de pedestres diante ao risco eminente de queda de
pedações de reboco em vias e calçadas.
3. SUPRIMENTOS
O Laudo Técnico caracteriza-se pela inspeção predial, tendo como foco central o
diagnóstico geral sobre as patologias identificadas no imóvel que abriga
condomínio do edifício garagem Saint Michel, sendo assim serão apontadas
anomalias construtivas e falhas decorrentes da falta de manutenção, soluções de
execução para obra de reparos, além da realização da análise de riscos oferecidos
aos usuários, ao meio ambiente e ao patrimônio, que prejudicam a utilização do
espaço, frente ao desempenho dos sistemas construtivos no que tange os
elementos estruturais, as alvenarias de vedações, as instalações elétricas, as
hidráulicas e as de esgotamento sanitário, drenagem de águas pluviais, coberturas,
superestruturas, elementos arquitetônicos, juntas de dilatação, exceto as
fundações da construção (onde não foram necessárias inspeções). No contexto
aqui apresentado a ANOMALIA representa a irregularidade relativa à construção e
suas instalações enquanto, FALHA diz respeito à manutenção, operação e uso da
edificação.

4. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
4.1. Identificação: Condomínio do Edifício Saint Michel
Endereço: Rua Sete de Setembro, 300 - Centro, Vitória - ES, CEP 29015-000

LOCALIZAÇÃO Vista de Satélite do Condomínio do Edifício Saint Michel


Trata-se de um imóvel de uso comercial, com idade aproximada de 30 anos,
composto por 15 andares e cobertura, com reservatório de água moldado em caixa
de concreto armado localizado no topo da edificação. O imóvel abriga instalações e
infraestrutura de para uso exclusivo como edifício garagem. Tendo o condomínio
um funcionário operador de elevador e responsável pelo estacionamento dos
carros dentro do edifício, fazendo também a função de porteiro e zelador. A
construção é erguida em estrutura de concreto armado e composta prioritariamente
por vedações de alvenaria em blocos cerâmicos, rebocados em massa de cimento
areia e argila e acabamento em pintura de tinta acrílica. O edifício possui diferentes
níveis de cobertura sendo o superior todo em laje de concreto impermeabilizada
com manta a quente e inferiores em telha de fibrocimento estruturado com madeira
e embutido em platibanda sobre lajes sem impermeabilização. O edifício também
conta com partes das paredes das fachadas revestidas com revestimento cerâmico
esmaltado, marquise em concreto armado impermeabilizada em esquadrias em
vidro e estrutura metálica de ferro com pintura em tinta esmalte sintética.
Sendo observado que todo o edifício apresenta necessidade de requalificação,
reparos de infraestrutura, reformas e manutenções.
Na tabela do item 02, foram especificados os pontos principais de serviços, sendo
os itens hachurados em amarelo identificados como itens prioritários a
serem executados, por questões indispensáveis de segurança dos usuários e
saúde da construção.

5. DA RESPOSNSABILIDADE
A responsabilidade técnica do presente trabalho está limitada pelo escopo da
vistoria e pela contemporaneidade do laudo. A Vigafort Engenharia exime-se de
qualquer responsabilidade técnica quanto à não-observação pelo condomínio do
referido edifício quanto as recomendações sugeridas e demais medidas
necessárias para sanar as anomalias e falhas apontadas, bem como por quaisquer
irregularidades construtivas, dos projetos, de materiais, e de deficiência de
manutenção, bem como de suas consequências.
6. REGISTRO FOTOGRÁFICO
Apresentamos o registro fotográfico dos ambientes vistoriados que fazem
parte da edificação, tais como: Fachadas frontal e laterais; teto e pavimentação;
nos andares garagem; coberturas, circulação interna; salas internas, casa de
máquinas e escadas de acesso.
O trabalho de mapeamento foi realizado pela equipe de profissionais e técnicos da
Vigafort Engenharia, onde foram coletadas informações e elaborada documentação
fotográfica, conforme segue neste item.
Os elementos foram coletados com objetivo de detectar, identificar e registrar
manifestações patológicas existentes no momento, merecedoras de serviços de
recuperação corretiva.

1- FACHADAS
2- COBERTURAS
3- ANDARES GARAGEM
4- ACESSOS E DEMAIS LOCALIZAÇÕES
7. METODOLOGIA

7.1. Critério Utilizado:


A inspeção predial está baseada na vistoria da edificação, que tem como
resultado a análise técnica do fato ou da condição relativa à utilização, mediante a
verificação “in loco” de cada sistema construtivo, no que tange a segurança e a
manutenção predial, de acordo com as diretrizes da Norma de Inspeção Predial do
IBAPE – 2009 e da Norma de Manutenção em Edificações - NBR 5674, da ABNT.
A inspeção procede ao diagnóstico das anomalias construtivas e falhas de
manutenção que interferem e prejudicam o estado de utilização do prédio e suas
instalações, tendo como objetivo verificar os aspectos de desempenho, vida útil,
utilização e segurança que tenham interface direta com os usuários.
INSPEÇÕES VISUAIS, foram realizadas com auxílio de profissionais que
acessaram todas as paredes verticais das fachadas analisadas identificando
visualmente as principais fissuras, trincas e falhas existentes nos revestimentos.
Além de inspeção visual a partir do térreo e da cobertura, realizadas pelos
profissionais técnicos responsáveis pelo presente laudo.
Nota: Não foram realizados testes, medições ou ensaios na ocasião das
vistorias, nem fornecimento de plantas técnicas não presentes no condomínio,
conforme nível de inspeção estabelecido no escopo para realização deste trabalho.
Os pontos de fissuração, trincas e revestimentos com som cavo foram
demarcados nas fotografias apresentadas neste laudo.
É necessário salientar que existem manifestações patológicas, vícios
ocultos, que só se confirmam através de ensaios e intervenções no local, como é o
caso de corrosão de armadura, falhas de impermeabilização, ausência de detalhes
construtivos (telas, vergas, entre outros).

7.2. Nível da Inspeção:


Esta inspeção é classificada como “Inspeção de Nível 01”, representada por
análise expedida dos fatos e sistemas construtivos vistoriados, com a identificação
de suas anomalias e de falhas que se apresentam de forma aparente.
Caracteriza-se pela verificação isolada ou combinada das condições
técnicas de uso e de manutenção do sistema da edificação, de acordo com a
Norma de Inspeção Predial do IBAPE, respeitado o nível de inspeção adotado, com
a classificação das deficiências encontradas quanto ao grau de risco que
representa em relação à segurança dos usuários, à habitabilidade e à conservação
do patrimônio edificado.

7.3. Grau de Risco:


Conforme a referida Norma de Inspeção Predial do IBAPE, as anomalias e
falhas são classificadas em três diferentes graus de recuperação, considerando o
impacto do risco oferecido aos usuários, ao meio ambiente e ao patrimônio.
● GRAU DE RISCO CRÍTICO – IMPACTO DIFICILMENTE RECUPERÁVEL
– é aquele que provoca danos contra a saúde e segurança das pessoas e meio
ambiente, com perda excessiva de desempenho e funcionalidade, causando
possíveis paralisações, aumento excessivo de custo, comprometimento sensível de
vida útil e desvalorização imobiliária acentuada.
● GRAU DE RISCO REGULAR – IMPACTO PARCIALMENTE
RECUPERÁVEL – é aquele que provoca a perda parcial de desempenho e
funcionalidade da edificação, sem prejuízo à operação direta de sistemas,
deterioração precoce e desvalorização em níveis aceitáveis.
● GRAU DE RISCO MÍNIMO – IMPACTO RECUPERÁVEL – é aquele
causado por pequenas perdas de desempenho e funcionalidade, principalmente
quanto à estética ou atividade programável e planejada, sem incidência ou sem a
probabilidade de ocorrência dos riscos relativos aos impactos irrecuperáveis e
parcialmente recuperáveis, além de baixo ou nenhum comprometimento do valor
imobiliário.

8. CONCEITOS GERAIS
Neste capítulo são apresentados conceitos básicos para o melhor
entendimento de conceitos das patologias nas obras civis e de problemas técnicos
nas construções.
i. Manifestações Patológicas são todas as alterações em uma obra que
geram desconforto ao usuário e que afetam as condições de estabilidade e uso;
ii. Sintomas são os efeitos resultantes da atuação dos agentes causadores
das manifestações patológicas;
iii. Causa de uma manifestação patológica é o fenômeno que despertou a
manifestação;
iv. Origem da uma manifestação patológica é a inconformidade construtiva
ou dano que proporcionou a causa de determinada manifestação;
v. Vícios são anomalias que afetam o desempenho de produtos e serviços,
ou os tornam inadequados aos fins que dedicam, causando transtornos ou
prejuízos materiais ao consumidor. Podendo decorrer de falha de projeto, ou de
execução, ou ainda da informação defeituosa sobre sua utilização ou manutenção;
vi. Vícios Aparentes são as falhas construtivas ostensivas, detectáveis
facilmente mesmo por leigos em construções. Exemplos: vidros quebrados,
desplacamento de revestimento, diferentes tonalidades em revestimentos ou
pinturas, entre outros.
vii. Vícios Ocultos são as falhas construtivas inexistentes ou só detectáveis
por técnicos especializados, no ato da entrega, ou que surgem ou só detectadas
algum tempo depois da entrega. Exemplos: infiltrações ou vazamentos de água,
recalque de fundações, infiltrações, entre outros.
viii. Anomalias são as deficiências constatadas de ordem construtiva ou
funcional;
ix. Falhas possuem origem em atividades de manutenção, uso e operação
inadequados;
x. Origens endógenas são provenientes de irregularidades, de projeto ou de
execução, ou dos materiais utilizados, ou ainda da combinação das etapas;
xi. Origens exógenas são fatores externos a edificação, provocados por
terceiros. Os fatores exógenos ou externos, provenientes da intervenção de
terceiros na edificação;
xii. Origens naturais são fenômenos da natureza (previsíveis e
imprevisíveis). Fatores naturais provenientes de imprevisível ação da natureza tais
como as excessivas descargas atmosféricas, as enchentes, os tremores de terra e
outros;
xiii. Origens funcionais falhas decorrentes de uso inadequado,
envelhecimento ou falha de manutenção, tais como as sujidades e desgastes de
revestimentos de fachada;
xiv. Lixiviação dissolução e remoção dos elementos constituintes do
elemento;
xv. Estalactites são formações sedimentares que se originam pela deposição
(precipitação) lenta e contínua de carbonato de cálcio arrastado pela água.

9. SISTEMAS CONSTRUTIVOS INSPECIONADOS


Os seguintes sistemas construtivos das instalações do Colégio Marista
Nossa Senhora da Penha foram inspecionados em seus elementos aparentes.
● Estruturas de Concreto Armado: Pilares, Lajes e Vigas;
● Vedação e Alvenarias – Revestimentos e Fachadas;
● Cobertura, Teto e Impermeabilização;
● Instalações Elétricas – Entrada de Energia, Percurso de fiações, Pontos de Força
e Iluminação;
● Instalações Hidrossanitárias – Reservatórios, Sanitários e Redes de Esgoto;
Os sistemas são relatados genericamente, seguindo-se a descrição e
localização das anomalias e falhas detectadas, com a classificação do grau de
risco atribuído a cada sistema: Grau Crítico (C), Grau Regular (R) ou Grau Mínimo
(M).

9.1. Estrutura de Concreto Armado e Beirais em Argamassa Armada:


A estrutura de concreto armado do imóvel possui uma idade de utilização de
aproximadamente 30 anos e é constituída principalmente por pilares e vigas de
concreto armado.
Entende-se que a concepção de uma construção durável implica na adoção de um
conjunto de decisões e procedimentos que garantam à estrutura e aos materiais
que a compõem um desempenho satisfatório ao longo da vida útil do concreto
armado.
De acordo com a NBR 6118/2004, o conceito de vida útil aplica-se à estrutura
como um todo ou às suas partes. Dessa forma, a durabilidade da estrutura de
concreto requer cooperação e esforços coordenados de todos os envolvidos nos
processos de projeto, construção e utilização.
As falhas de manutenção da estrutura acarretam a redução de sua vida útil
projetada. Nas vistorias efetuadas foram verificadas as seguintes anomalias e
falhas de manutenção da estrutura de concreto armado:

9.1.2. Fissuras em Beirais e Platibandas;


• Classificação do Problema: falha;
• Manifestações: fissuras que podem contribuir com infiltração de água e
destacamento de revestimentos e da argamassa armada, que podem provocar
danos à saúde dos usuários e do patrimônio;
• Possível Causa: infiltração de água nos beirais, que se agrava pelo fato de não
serem de concreto armado e sim de argamassa armada, ou seja, trata-se de um
sistema construtivo antigo, contendo alta quantidade de argila na massa o que faz
diminuir a resistência com o tempo. Outro fator importante é que nenhum beiral ou
platibanda possui pingadeira de proteção e também nos últimos anos não foram
dadas nenhuma manutenção ou revisão periódica, o que se tornou um agravante
da situação apresentada atualmente.
• Intervenção: demolição de pontos deteriorados nos beirais existentes para dar
lugar aos novos reparos, estruturados em concreto, com agregados minerais,
aditivos químicos e componentes de impermeabilização. Como última etapa ainda
deverá ser realizada aplicação de massa acrílica com desempenadeira de aço,
lixamento e pintura com tinta acrílica na cor a ser definida pelo cliente.
• Risco: C

9.2. Vedações e Alvenarias:


As elevações de vedação e painéis de fechamento são em alvenaria de tijolos de
cerâmica revestidos em reboco com aplicação de pintura. Com revestimentos
cerâmicos das elevações de parede dos sanitários, sala comercial e fachadas do
andar térreo. Nas vistorias efetuadas, foram verificadas as seguintes anomalias e
falhas de manutenção das elevações de alvenaria:

9.2.1. Umidade nas Alvenarias;


• Classificação do Problema: anomalia;
• Manifestações: degradação dos blocos cerâmicos e revestimentos pelo ataque
de sais (cloretos, sulfatos e nitratos);
• Causa: execução inadequada da impermeabilização e a falta de execução de
sistema de barreira contra a umidade, que permite a percolação da água do solo
que sobe nas alvenarias por capilaridade;
• Intervenção: remoção do reboco na área afetada até atingir a alvenaria de bloco
cerâmico, com posterior aplicação de reboco com aditivo impermeabilizante;
• Risco: C

9.2.2. Infiltrações nas Alvenarias;


• Classificação do Problema: anomalia;
• Manifestações: degradação dos blocos cerâmicos e revestimentos através da
ação da água;
• Causa: vazamento em tubulações hidráulicas, como tubos de água fria e de
drenagem de água pluvial;
• Intervenção: identificação do ponto de vazamento, com posterior substituição da
tubulação danificada. Após sanar o vazamento o reboco da área afetada deverão
ser removidas até atingir a alvenaria de bloco cerâmico, com posterior aplicação de
novo reboco;
• Risco: R

9.3. Cobertura, Teto e Impermeabilizações;


O complexo construtivo apresenta diferente tipologias de coberturas integradas
sendo cobertura em telha fibrocimento possuindo estrutura em madeira com
treliças, terças, caibros e ripas e lajes impermeabilizadas. Nas vistorias efetuadas,
foram verificadas as seguintes anomalias e falhas de manutenção nas cobertas e
tetos:
9.3.1. Presença de Cupins;
• Classificação do Problema: falha;
• Manifestações: degradação das peças estruturais da cobertura de madeira, com
perda de seção e resistência das peças, principalmente nas ripas;
• Causa: falta de manutenção e dedetizações periódicas contra os cupins e outros
animais;
• Intervenção: destelhamento da coberta, aplicação de veneno em todas as peças
da cobertura e substituição das peças danificadas e das telhas ou refazimento da
cobertura na tipologia de laje impermeabilizada;
• Risco: C

9.3.2. Deslocamento de telhas;


• Classificação do Problema: falha;
• Manifestações: infiltração da água da chuva através da coberta, que ocasionam
vazamentos, manchas nos forros de gesso e de lajes rebocadas, umidade nas
peças de madeira que contribuem para o processo de degradação das mesmas;
telhas quebradas e com vida útil condenadas, falta de aderência de reboco em
cumeeiras e rufos;
• Causa: falta de reposicionamento periódica de telhas e de substituição das peças
danificadas, intervenções mal executadas, drenagem de águas pluviais ineficientes
e subdimensionadas;
• Intervenção: substituição das peças danificadas e reposicionamento de todas as
telhas ineficientes na cobertura, limpeza de calhas, limpeza da parte interna dos
telhados, refazimento de impermeabilização cumeeiras e rufos, refazimento de
sistemas de drenagem de água pluvial; ou troca da tipologia de cobertura para laje
impermeabiliozada;
• Risco: C

9.3.3. Infiltrações de água da chuva nas lajes rebocadas e de concreto


armado;
• Classificação do Problema: anomalia e falha;
• Manifestações: infiltração da água da chuva através da coberta, que ocasionam
vazamentos e manchas, com a presença de bolor e fungos nas lajes, que
contribuem para o processo de degradação do mesmo; presença de pregos de
fôrma de concreto armado enferrujados oriundos da época da construção do
edifício e que não foram removidos adequadamente, tornando-se veículo de
disseminação de ferrugem por toda extensão de laje; outro fator é vazamentos de
tubulações de águas pluviais nas superfícies;
• Causa: falta de reposicionamento periódico das telhas e substituição das peças
danificadas, intervenções mal executadas na cobertura; falta de remoção de pregos
oriundos da construção do edifício; manutenção do sistema de drenagem de águas
pluviais;
• Intervenção: nesse caso o problema advém da coberta, de oxidação de ferragens
expostas e assim será necessário intervir nesses pontos para sanar o problema
das lajes;
• Risco: C

9.3.5. Acúmulo de sujeira nas calhas;


• Classificação do Problema: falha;
• Manifestações: entupimento das tubulações de drenagem das águas pluviais, que
ocasionam vazamentos e infiltrações.
• Causa: falta de limpeza periódica nas calhas.
• Intervenção: realização de limpeza com recolhimento de lixo orgânico, como
folhas e galhos de plantas e inorgânicos como sacos plásticos.
• Risco: M

A cobertura e o teto estão classificados quanto ao grau de risco como CRÍTICO,


com impacto irrecuperável e com o comprometimento do desempenho e
funcionalidade do sistema em geral, necessitando de intervenção imediata para
sanar as irregularidades verificadas, levando-se em consideração o risco à
segurança ao usuário e ao patrimônio. As áreas mais críticas, que podem colapsar
a qualquer momento estão nas lajes impermeabilizadas da área dos pavimentos de
garagem, caixa d’água e casa de máquinas. Informamos que a situação é crítica
nos outros ambientes, mas com um grau de risco menor de colapso imediato,
assim reafirmamos a importância de uma intervenção imediata em todo o sistema
de coberturas do imóvel.

9.4. Instalações Elétricas:


O sistema de instalações elétricas inspecionado é composto de entrada de energia,
circuitos alimentadores de quadros gerais e de distribuição em baixa tensão e
circuitos em geral, como refletores, iluminação, força, telefonia e internet.
Nas vistorias efetuadas, foram verificadas as seguintes anomalias e falhas de
manutenção das instalações elétricas nos ambientes:

9.4.1. Não cumprimento de Normas Técnicas;


• Classificação do Problema: anomalia;
• Manifestações: redes elétricas aparentes, com emendas sem isolamento e
extensões precárias; total desatenção às normas técnicas quanto aos aspectos de
dimensionamento e segurança das instalações ao choque e ao curto-circuito
elétrico.
• Causa: falta de comprometimento com a execução das instalações elétricas de
acordo com os parâmetros das normas técnicas.
• Intervenção: execução de reparos sistema elétrico, desde a entrada de energia,
até o encaminhamento e isolamento dos cabos alimentadores de força e
iluminação com substituição dos elementos de tomadas e substituição de
eletrodutos corrugáveis danificados por perfilados ou eletroduto rígidos ou
corrugáveis externos fixados em estrutura independente. Verificação do
dimensionamento dos disjuntores existentes e avaliar real necessidade de
substituição dos mesmos, assim como verificar necessidade de novo arranjo dos
circuitos elétricos.
• Risco: C
Classificado quanto ao grau de risco como CRÍTICO, com impacto de difícil
recuperação e com o comprometimento do desempenho e funcionalidade do
sistema elétrico em geral, necessitando de intervenção imediata para sanar as
irregularidades verificadas, levando-se em consideração o risco à segurança do
usuário e ao patrimônio.

9.5. Instalações Hidrossanitárias:


O sistema das instalações hidrossanitárias vistoriado é constituído pelas redes
hidráulicas, sanitárias, de esgoto pluvial, e reservatórios. A rede de água
atualmente utilizada é da própria rede da concessionária local, que abastece toda a
infraestrutura. O sistema sanitário é coletado nos pontos de esgotamento e levados
e interligados diretamente ao sistema público, pois, a área onde se encontra a
edificação é saneada.
Nas vistorias efetuadas, foram verificadas as seguintes anomalias e falhas nas
instalações hidrossanitárias:

9.5.1. • Descontinuidade, subdimensionamento e danos no sistema de


drenagem e coleta de águas pluviais;
• Classificação do Problema: anomalia;
• Manifestações: infiltrações de água proveniente das tubulações de drenagem de
águas pluviais comprometidas embutidas em paredes e também tubulações
externas.
• Causa: subdimensionamento do sistema, tubulação não instalada corretamente.
• Intervenção: manutenção e revisão de todas as tubulações de drenagem de
águas pluviais em toda extensão do edifício. Execução das tubulações de
drenagem e encaminhadas dentro e/ou fora da parede e piso, dependendo do
melhor escopo para drenagem, com pontos de entrega em caixas de infiltração
localizadas em pontos de coleta externos ou similares.
• Risco: R

10. QUANTITATIVOS DO MAPEAMENTO


Com relação ao quantitativo das manifestações patológicas constatadas, foi
estimamos as quantidades de anomalias apresentadas, que não são conclusivas
apenas pelo método visual, e, portanto, se faz necessário avaliação “in loco”
durante os reparos.
Vícios ocultos, como corrosão de estrutura e trincas no reboco sob o revestimento
diferentes da levantada neste mapeamento poderão ser encontrados após a
remoção dos revestimentos.
A área do Reboco com entelamento de estrutura precisa ter medidas confirmadas
em campo.

QUANTIDADE
FACHADA FACHADA FACHADA FACHADA
MANISFESTAÇÃO PATOLÓGICA UNIDADE TOTAL
LESTE OESTE NORTE SUL
ÁREA DE FACHADA m² 480 480 720 720 2400
AGLOMERADO DE TRINCAS m² 100 50 - 200 350
TRINCAS m² 50 20 - 100 170
REBOCO DESADERIDO m² 500 100 20 450 1070
RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURA m² 300 200 20 300
APROXIMADO DE COBERTURAS m² - - - - 300
COMPRIMENTO APROXIMADO DE
m 50 100 100 100 350
PLATIBANDA
JUNTAS DE MOVIMENTAÇÃO m 120 50 - 120 290

11. RECOMENDAÇÕES DOS SERVIÇOS DE RECUPERAÇÃO DA FACHADA


O conjunto de análises individuais das condições técnicas, funcionais, de
sustentabilidade e de conservação das fachadas do imóvel evidenciou a
necessidade de reparos generalizados para seu bom funcionamento e para evitar
maior deterioração da edificação e risco à vida devido a possibilidade da queda dos
revestimentos.
Foram encontradas diversas trincas, sujidade, lixiviação, desplacamento da
argamassa, ausência de amarração de alvenaria, ineficiência de vergas e
contravergas, corrosão de armadura, entre outros.
A seguir descrevemos as recomendações e procedimentos para execução
dos reparos necessários às manifestações patológicas mais comuns, e que
provavelmente abrangem as anomalias encontradas durante os trabalhos de
mapeamento.
Reforçamos a necessidade da contratação de empresa especializada e
gerenciadora / fiscalizadora de obra sob orientação de engenheiro civil para os
trabalhos de recuperação, tendo em vista a necessidade de se avaliar as
anomalias indicadas após intervenções, confirmando os tratamentos adequados,
bem como quantitativos executados. Essa nova análise é necessária tendo em
vista que o trabalho de mapeamento é limitado a análises visuais e percussão
apenas.

11.1. Recomposição do Reboco


De modo geral, o revestimento argamassado existente apresentou elevada
área de deterioração, não sendo viável a recuperação localizada das
manifestações patológicas. Recomenda-se a demolição completa de extensas
áreas do revestimento argamassado e execução de um novo.
Para recomposição dos revestimentos desaderidos será necessário:
1. Instalação de bandejas de proteção e telas fachadeiro;
2. Remoção completa do revestimento argamassado.

Para execução de novo reboco:


1. Remover o reboco, aplicar telas metálica com diâmetro mínimo de fio de
1,24 mm (BWG 18) nos locais de encontro de elementos distintos, como alvenaria
e estrutura, numa faixa de aproximadamente 20 cm de cada lado do encontro. as
telas devem resultar posicionadas aproximadamente à meia espessura da primeira
camada e em nenhuma situação podem ficar a menos de 10 mm do chapisco.
2. Umedecer a base e aplicar chapisco com o traço 1:3 (cimento e areia).
Para estruturas de concreto utilizar chapisco colante industrializado. Em seguida,
após cura de 3 dias, proceder com o emboço ou reboco paulista deverá ser
empregada argamassa industrializada aditivada com polímero acrílico com as
seguintes classes de desempenho conforme a NBR 13281:2005.
- Densidade de massa no estado fresco (D) entre 1700 a 1900 kg/m³,
retenção de água U>85%, resistência à tração na flexão R>2,0 MPa e módulo de
elasticidade entre 3 e 10 GPa
- Aditivar a argamassa com BAUCRYL ARGAREVEST da QUIMICRYL no
traço de 3% do aditivo por quilo de argamassa.
3. Após realizada a cura úmida da base (emboço ou reboco paulista) de 14
dias a superfície deve estar limpa, isenta de materiais estranhos, como por
exemplo pó, óleos, tintas, escorrimentos de concreto, eflorescências, bolores,
fuligem etc., que possam impedir a boa aderência da argamassa colante.
Superfícies que permanecem úmidas por longos períodos são mais suscetíveis ao
surgimento de depósitos salinos prejudiciais à aderência da argamassa.
Superfícies de argamassa suscetíveis a constante ação de poeira ou maresia
podem agregar compostos prejudiciais à aderência e requerer preparo adequado,
como por exemplo lavagem à alta pressão. Apresentar temperatura superior a 5 °C
e inferior a 30 °C. Em temperaturas superiores a 30 °C, deve ser feito o
umedecimento prévio do emboço para diminuir sua temperatura a patamares
adequados. Apresentar-se sem fissuras, não friável e, quando percutida, não
apresentar som cavo, o qual pode indicar problemas de aderência à camada
subjacente, ou desta ao chapisco, ou do chapisco à base;

11.2. TRINCAS NOS REVESTIMENTOS (ARGAMASSADO E/OU


CERÂMICO)
Um edifício pode parecer completamente estável e imóvel, mas sem que
visualizemos, ele se expande e contrai ao longo da sua vida útil. A maior parte
destes movimentos decorre de fenômenos de variação de temperatura e/ou de
umidade, de fenômenos químicos ou de deslocamentos de parte ou do todo da
construção. Todas essas forças agem de forma contínua durante a vida útil da
edificação. Neste processo, sempre que as tensões originadas pelas variações
dimensionais ultrapassam a capacidade resistente dos elementos afetados, estes
fraturam.
Como os edifícios são estruturas complexas e heterogêneas, as variações
dimensionais podem afetar as construções no seu todo ou nos seus materiais e
componentes, originando comportamentos diferenciais entre as suas partes
constituintes. As principais causas das variações dimensionais que ocorrem nos
edifícios estão listados no quadro abaixo:
A presença de trincas na proximidade de estruturas e aberturas, regiões com
maiores concentrações de tensões, indica a ausência ou ineficiência de telas de
reforço metálica, conforme orienta o item 8.3.1 da NBR 7200/1998, onde especifica
reforço com telas nos locais de encontro de elementos distintos, como alvenaria e
estrutura.

Figura 1 - Representação reforço com tela encontro alvenaria x x estrutura

Figura 2 - Corte esquemática aplicação de tele metálica


As propriedades físicas dos materiais que compõem a estrutura são
diferentes das que compõem a alvenaria, o que realça tensões geradas pelas
movimentações de origem higrotérmica ou pela deformação estrutural da
edificação, ocasionando uma região de cisalhamento na interface entre a parede e
a estrutura.
Quando não ocorre a ligação adequada entre estes elementos, de modo a
absorver e dissipar grande parte dos esforços oriundos das movimentações
diferenciais, estes são transmitidos e a fissuração acontece acompanhando a
interface deles, que se constitui como um plano de clivagem. Segundo o item 5.2.7
da NBR 13755/1996 para emboços com espessura superiores a 25 mm, também
deve haver reforço com tela metálica para atenuação das fissuras.
O emboço das fachadas do referido edifício possui espessura maior que 25
mm nas partes mais inferiores da edificação e nas superiores chegam até 5mm,
variando ao longo do pano das fachadas. Não foi encontrado reforço metálico no
emboço.
Outro fator contribuinte para a fissuração da base é desrespeito do tempo de
espera entre as camadas do sistema de revestimento interfere no tempo de cura
adequado de cada uma delas. Segundo Bauer (2005), a ausência da cura resulta
em uma saída de água precoce e acelerada, visto ainda que este processo pode
ser mais agravado pelo fato de que as fachadas são expostas a altas temperaturas
e altas incidências de ventos. A cura adequada pode garantir a hidratação do
cimento, melhorar a resistência de aderência, diminuir a retração e evitar a
pulverulência superficial.
A aplicação precoce de uma camada sobre a outra interferirá na eficiência
do sistema de revestimento, sendo também um dos fatores que propiciam o
fenômeno de retração. Fatores como relação água / cimento, características dos
agregadores, propriedades do cimento e dosagem dos materiais são possíveis
causas para a fissuração do revestimento.
Além desses fatores citados, possíveis vícios ocultos podem ser a causa da
trinca no revestimento, como é o caso de corrosão da armadura. Fissuras
inclinadas oriunda deformação da estrutura de concreto armado e movimentos
diferenciais entre os materiais causados por solicitações atuantes de origem
térmica. As alvenarias são suscetíveis aos esforços provenientes das
movimentações estruturais da edificação e devido ao carregamento ou as
movimentações ocasionadas por ações térmicas, que provocam fissuras por
cisalhamento na alvenaria, desenvolvendo-se inclinadas nas proximidades dos
cantos e se prolongando ao centro de acordo com a magnitude e a intensidade das
solicitações.
Para prevenção das trincas geométricas (horizontais, verticais e inclinadas):
1. Aplicação de telas metálica com diâmetro mínimo de fio de 1,24 mm
(BWG 18) no encontro de materiais distintos da base, como por exemplo, alvenaria
e estrutura;
2. Em relação ao total de argamassa do revestimento, as telas devem
resultar posicionadas aproximadamente à meia espessura da primeira camada e
em nenhuma situação podem ficar a menos de 10 mm do chapisco. As telas devem
estar posicionadas de forma centralizada em relação à origem da fissura sempre
que possível e sugere-se que tenham largura mínima de 50 cm.

11.3. TRINCAS EM ESTRUTURAS


Durante o reparo da fachada, pode-se encontrar trincas de corrosão de
armadura na estrutura da edificação. Não é possível a identificação completa
dessas trincas no processo de mapeamento pelo fato de os elementos estruturais
estarem abaixo dos revestimentos da fachada.

Figura 3 – Desplacamento em viga por corrosão da estrutura


Figura 4 – Corrosão de estrutura seguida de desplacamento do revestimento

Figura 5 – Desplacamento em fundo de viga por corrosão da estrutura

No caso de trinca por corrosão de armadura deve-se executar as seguintes


etapas:
1. Demolir o concreto até a visualização da armadura;
2. Remover de 2 a 3 cm ao redor das barras e garantir ângulo reto entre o
sulco aberto e a face do elemento;

Figura 6 - Esquema de abertura de sulco para recuperação


3. Liberar toda a extensão da barra até não se encontrar corrosão. Após
esse ponto, prosseguir por 10cm. É importante observar que o operador do
equipamento evite
direcionar a ferramenta de corte às barras da estrutura, ou, ainda, e,
principalmente, não faça alavanca nas barras para facilitar a remoção do concreto
contaminado. O equipamento a ser utilizado deverá ser, obrigatoriamente, de baixa
energia de impacto para evitar causar danos à estrutura.
4. Promover a limpeza do substrato e da armadura por lixamento manual
(em caso
de carbonatação), ou jato abrasivo (em caso de ataque por cloretos);
5. Finalizada a liberação das armaduras, o concreto deverá ser escarificado
ao longo
da superfície dos elementos, em toda a extensão do reparo. A remoção ou corte
de concreto deverá ser promovida de fora para dentro do reparo, de forma que
todas as partículas sejam removidas. Recomenda-se a utilização de jato de água
fria para a limpeza;
6. Aplicar inibidor de corrosão (SikaTop®108 Armatec ou similar) na
armadura e
camada de ponte de aderência no substrato;
Figura 7 - Aplicação de inibidor

Figura 8 - Ancoragem por transpasse


8. Preencher com argamassa de recuperação de módulo de rigidez
semelhante ao do concreto danificado. Para reparos profundos, pode-se executar
forma e utilizar graute. Reparos rasos podem ser executados com argamassa
tixotrópica (SikaMonoTop® 622 BR ou similar). Seguir orientações do fabricante
quanto a espessura de aplicação;
9. Finalizado o reparo, promover inspeção minuciosa das superfícies, para a
detecção anomalias de execução ou deficiências do produto final. Se a anomalia se
apresentar de forma localizada, poderá ser feito uma correção. Caso a anomalia
seja ampla, refazer todo o processo de recuperação;
10. Nos elementos estruturais (pilares e vigas) não fissurados, recomenda-
se a aplicação de uma solução realcalinizadora (tipo MC BAUCHMIE MC-REALC®
ou similar). Deve-se remover todo o revestimento da estrutura, como chapisco e
reboco, e proceder com a limpeza e aplicação do produto, conforme orientação do
fabricante;
11. Seguir as recomendações dos fabricantes para todas os produtos
utilizados no processo. Consultar o patologista nos casos em que houver
divergências.
12. Após finalização da recuperação seguir com o procedimento descrito em
11.1 para execução dos revestimentos.

11.4. MANCHAS SOB ABERTURAS E PEITORIS


As manchas e trincas que surgem na parte de baixo do peitoril de janelas ou
guarda-corpo (no caso do edifício em questão) são consequências de infiltrações
de água que ocorrem nas aberturas por falha do sistema construtivo dos
revestimentos. Para ocorrência da infiltração são necessários três fatores: a
existência de água, a existência de acessos nas esquadrias ou peitorís ou na
interface da superfície (parede) e a presença de fenômenos que permitam a
movimentação de água, representados à seguir:

Figura 9 –fenômenos para infiltração


Para evitar a movimentação de água para a superfície interna da parede são
executados alguns detalhes como mecanismos de dissipação das concentrações
de água nas superfícies das paredes, devendo ter tamanho, forma e
posicionamento adequado. Como exemplo podemos citar molduras, ressaltos,
frisos, pingadeiras nos peitoris.
Figura 10 – Esquema de ascendência da água

Figura 11 – Fluxos de água em diferentes geometrias construtivas

O acúmulo de pó e sujeira nas superfícies horizontais e/ou arestas laterais


de janelas e peitoris, escorrem com a água de chuva e acabam se depositando na
fachada e infiltrando na parede. Há um aumento do poder abrasivo dessa mistura
que tende a aumentar o atrito com a superfície, iniciando um processo de maior
abrasão e consequente alteração da propriedade higroscópica da parede. Quanto
maior atração molecular pela água, maior será a retenção de umidade que
consequentemente contribuirá para o surgimento de manchas ocasionadas pelo
carreamento de partículas na superfície da fachada e/ ou ocasionar desplacamento
de reboco e revestimentos.
Manchas próxima nas extremidades de peitoris: O acúmulo de umidade
citado acima forma manchas, que além de prejuízo estético, compromete a vida útil
dos materiais. A causa dessas manchas é o prolongamento longitudinal insuficiente
do peitoril e/ou erro de posição / dimensão da pingadeira.

Figura 12 – Trincas de infiltração por ineficiência do peitoril e pingadeira

Figura 13 – Detalhe da pingadeira


Declividade transversal do peitoril: Recomenda-se inclinação mínima de 2%.
Procedimento para recuperação: Instalação dos peitoris e impermeabilização de
contornos de aberturas com STO Flexyl.

11.5. SUJIDADE DO REVESTIMENTO


As manchas por sujidades como a acumulação na superfície de material
estranho de diversa natureza (poeiras, fuligem e outras partículas poluentes), com
espessura variável, pouco aderente e de fraca coesão, provenientes do próprio
revestimento, do meio ambiente ou do suporte de aplicação.

Figura 14 – sujidade no revestimento


A causa imediata do aparecimento de sujidades é a contaminação
atmosférica e, em particular, a fração sólida ou o conjunto de partículas suspensas
na atmosfera suscetíveis de se acumularem sobre os paramentos da fachada dos
edifícios, provocando uma mudança de tonalidade da superfície. A proveniência e
natureza dessas partículas é muito variada: sulfatos, nitratos, silicatos, fuligem,
cátions metálicos, compostos orgânicos, etc. Para além da natureza, o tamanho
das partículas é fundamental, uma vez que determinará o tempo de permanência
em suspensão atmosférica, assim como, o modo da deposição sobre os
paramentos, que poderá ser por via úmida (precipitação) ou via seca (CHAVES,
2009). Existem diversos fatores que contribuem para o aparecimento de manchas:
o vento, a chuva, a porosidade do material de revestimento e a forma das
fachadas. O vento, porque fará dispersar as partículas podendo depositar-se na
fachada do edifício. A chuva, porque ao escorrer sobre a fachada vai misturar-se
aos depósitos de sujidade, arrastando-os.
A porosidade do material, porque a água pode penetrar nos poros do
revestimento, colmatando-os com a sujidade nela contida. A forma das fachadas,
porque nas superfícies horizontais a deposição de partículas é maior, bem como,
nas descontinuidades, que constituem pontos de acumulação de sujidades. Essas
partículas, depositadas sobre os paramentos, passam a integrar o material de
revestimento da fachada e apenas são eliminados mediante procedimentos
específicos de limpeza. A adesão das partículas ao suporte pode ser de cinco
classes: força gravítica, união química, forças moleculares, forças eléctricas e
tensão superficial.
Com o passar do tempo, a sujidade depositada vai aumentando e
incrustando-se na fachada, alterando-se sob influência dos agentes climáticos e
das próprias características dos materiais. Para prevenção de infiltração e ataque
biológico na fachada, utilizar pintura / textura elastomérica (tipo StoCoat® Acryl
Plus, Stotex 1.0, ou similar). Recomenda-se a limpeza por hidrojateamento com
pressão de 1500 psi da superfície da fachada a cada 3 anos.

11.6. TRATAMENTO DE TRINCAS DE MOVIMENTAÇÃO TÉRMICA


Os diversos elementos que compõem a estrutura estão expostos a variações
de temperatura sazonais e diárias que provocam a dilatação e contração que
somadas as restrições existentes à sua movimentação, resultam em tensões que
provocam fissuras. A variação de temperatura é maior em elementos mais
expostos, como coberturas e paredes externas. As coberturas planas são mais
suscetíveis à exposição solar do que as paredes da edificação, proporcionando
movimentos diferenciados entre esses elementos. O coeficiente de dilatação
térmica do concreto é, em média, duas vezes maior que o das alvenarias,
considerando tijolos e juntas (VERÇOSA, 1991). A configuração destas fissuras é
geralmente horizontal, na interface entre parede de alvenaria e laje de concreto
armado, ou mais abaixo, em uma linha paralela à laje.

Figura 15: Esquema de trincas por variação térmica


A dilatação plana das lajes e o abaulamento provocado pelo gradiente de
temperaturas ao longo de suas alturas e introduzem tensões de tração e de
cisalhamento nas paredes das edificações, conforme se consta na prática, e
segundo observações de diversos autores, as fissuras se desenvolvem quase que
exclusivamente nas paredes, apresentando tipicamente as configurações indicadas
nas figuras 15 e 16.

Figura 16: Esquema de trincas por variação térmica


Figura 17 – Trinca de movimentação térmica
Para as trincas de movimentação térmica deve-se executar a prevenção das
trincas conforme especificações de Normas técnicas pertinentes.. Aplicar Malta
Bianco - TeMa - Technologies & Materials (ou similar) - argamassa polimérica
especial não cimentícia à base de compostos minerais industrializados (fillers).
Seguir orientações de preparo e aplicação do fabricante.

11.7. DESTACAMENTO E DESCASCAMENTO DE TINTAS


Dentre muitas causas, o descascamento de tintas é fomentado por falta de
aderência do produto aplicado devido à presença de pó (tinta antiga pulverulenta
ou de partículas suspensas na atmosfera) sobre a superfície (reboco), falta de
diluição da tinta (má execução, não seguindo as recomendações do fabricante),
uso de fundos ou massas de baixa qualidade. Ainda pode se elencar motivos como
reboco fraco, esfarelado e desagregando por presença de umidade ou erro na
composição do seu traço (cimento, areia e argila).
Antes da aplicação da pintura deve-se atentar as orientações dos fabricantes
e as condições meteorológicas como sol em excesso, ventos fortes e chuva. Por
exemplo, após um período chuvoso, é necessário aguardar pelo menos três dias
de estiagem para que a umidade absorvida pela alvenaria evapore. Já a incidência
da luz solar na parede pode fazer com que o solvente evapore rapidamente, antes
do necessário para a tinta curar.

Figura 18 – Destacamento e descascamento de pintura na fachada


Para o tratamento é necessário:
1) Remover todas as partes soltas, eliminando os resquícios contaminantes;
2) Lixar e remover o pó das paredes (pode ser usado um pano úmido);
3) Aplicar uma demão de um fundo preparador, é indicado para superfícies que
apresentam baixa coesão, pois possui excelente poder de aglutinação de partículas
soltas;
4) Corrigir imperfeições com massa acrílica (paredes externas);
5) Novamente lixe e limpe o espaço com um pano úmido, eliminando totalmente o
pó;
6) Aplicar a pintura desejada
11.8. JUNTAS DE MOVIMENTAÇÃO
Não foi encontrado juntas de movimentação na fachada da edificação. A
ausência de junta movimentação causou diversas trincas que contribuiu para gerar
sérios danos à fachada da edificação, bem como, contribui diretamente para o
surgimento de outras manifestações patológicas como desplacamento cerâmico
nas fachadas, infiltrações, manchas no revestimento, e outros.
Juntas de movimentação são usualmente utilizadas em regiões dos revestimentos
onde existe a possibilidade de movimentação diferencial entre dois elementos da
base, como, por exemplo, a interface alvenaria/fundo de viga em estruturas
convencionais.
E, uma vez que esta interface apresenta desvios em relação a um perfil
retilíneo, a junta precisa apresentar certas características geométricas para que
uma eventual fissura seja confinada em seu interior. A Figura 19 ilustra, em uma
estrutura de concreto armado moldado in loco com fechamento em alvenaria, a
posição de maior probabilidade do surgimento de fissuras: a interface fundo de
viga/fixação da alvenaria. Caso haja movimento diferencial na interface fundo de
viga/alvenaria e uma fissura tenha início, esta fissura tende a percorrer o emboço
pelo caminho de menor energia. Assumindo um comportamento homogêneo do
emboço nesta região, a fissura aparecerá na região da fachada se a distância E
(espessura da argamassa) for menor do que a distância que a separa da junta (L).
Desta forma, a distância L< E é a distância máxima que o sulco pode estar da
região mais suscetível à fissuração. O sulco pode estar afastado da região de
origem da fissura no máximo de uma distância igual à espessura do emboço para
que consiga “atrair” a fissura para seu interior. Este afastamento pode ser dado
tanto pelo próprio nível do friso quanto pela profundidade do corte do sulco. Se esta
premissa não puder ser atendida devido à posição do friso ou à baixa espessura
pontual do emboço, detalhes específicos devem ser previstos em projeto. Caso isto
não ocorra, a movimentação diferencial pode causar a ruptura da camada do
revestimento de forma não previsível e comprometer o desempenho do sistema.
Figura 19 - Posicionamento de juntas de movimentação
As juntas seladas devem apresentar a geometria ilustrada na Figura 39.
Ademais, devem possuir perfil retangular, com bordas firmes, coesas, lisas e livres
de irregularidades, depressões e saliências. O correto preenchimento da junta,
mantendo uma geometria regular do selante, é fundamental para seu desempenho.

Figura 20 - Configuração típica das juntas seladas

O seguinte procedimento deve ser seguido para execução das juntas de


movimentação:
1. Abrir as a junta entre 2/3 da profundidade do reboco e revestimento
interno (alvenaria / concreto) com largura mínima (Lj) de 15 mm;
OBS.: Antes da abertura das juntas deve-se executar ensaio de
arrancamento no reboco para garantir que o mesmo tenha resistência estabelecido
por norma e garanta a estabilidade do sistema.
2. Aplicação do selante a base poliuretano ou MS Polymer de desempenho
comprovado tipo NP-1 da BASF ou SIKAFLEX CONSTRUCTION da SIKA ou
HARD MS 435 da HARD. As recomendações do fabricante devem ser estritamente
seguidas, uma vez que suas propriedades podem variar significativamente. devem
apresentar tempo adequado de trabalhabilidade, secagem e cura (polimerização)
em função das condições de utilização.

Figura 21 - Impermeabilização da junta de movimentação

Figura 22 - Exemplo de impermeabilização de junta de movimentação


Figura 23- Exemplo de impermeabilização de junta de movimentação
3. as bordas devem possuir perfil retangular e estar firmes, coesas, lisas e
livres de irregularidades e obstruções estranhas à junta, depressões e saliências.
Caso necessário, adotar procedimentos de correção que garantam integridade,
homogeneidade, resistência mecânica e boa aderência do reparo;
4. a junta deve estar isenta de contaminações e impregnações de qualquer
natureza, como óleos, graxas, desmoldantes, partículas pulverulentas e
desagregadas ou micro-organismos biológicos, como mofo, fungos etc;
5. As juntas devem ser preparadas conforme orientações do fornecedor do
selante e devem estar secas, uma vez que a presença de umidade pode prejudicar
a aderência dos selantes (o uso de produtos sobre superfícies úmidas apenas deve
ser aprovado se houver orientações formais do fabricante);
6. Tanto nos casos de uso limitador de fundo (Figura 43-a) ou de fita
isoladora (Figura 43-b) como fator limitante de profundidade do selante, o fator de
forma precisa ser garantido. No primeiro caso, o limitador de fundo deve ser
inserido com auxílio de um gabarito até a profundidade desejada, resultando no
fator de forma especificado em projeto; no segundo, a geometria da junta deve ser
adequada quando da sua execução. Como regra geral, o limitador deve possuir
diâmetro maior que o tamanho do sulco, de modo que seja inserido por pressão e
lá permaneça sem a necessidade de fixação auxiliar;
Figura 24 - Exemplos de limitadores de fundo
7. a espessura mínima no ponto mais crítico da junta (profundidade do
selante) deve ser de 6 mm, mas as prescrições do fabricante devem ser
contempladas. Quando o limitador de fundo for incapaz de acompanhar as
movimentações da junta, ele deve ser previamente preparado para evitar a adesão
do selante em sua superfície. Ademais, aplicação de primer e outros cuidados
específicos com as bordas das juntas devem seguir as recomendações do
fornecedor do selante;
8. Previamente à aplicação do selante, a superfície das placas deve ser
protegida com auxílio de fitas tipo crepe ou similar, evitando que o produto fique
impregnado nestes locais durante o preenchimento da junta;
9. O selante (Sikaflex® Construction ou similar) deve ser aplicado com
pistola própria, imediatamente após a inserção do limitador de profundidade,
sempre no mesmo sentido e preenchendo completamente a junta. O limitador não
pode ser inserido no dia anterior, evitando desta forma acúmulo de água de chuva
ou mesmo de umidade proveniente de condensação noturna. Demais
recomendações do fabricante devem ser seguidas;
10. É recomendável que o acabamento superficial do selante seja levemente
côncavo. Da mesma forma que a aplicação do produto, seu alisamento final é feito
sempre no mesmo sentido, pressionando o produto para o interior do sulco com o
objetivo de eliminar possíveis cavidades ocas. Terminado o alisamento do selante,
as fitas de proteção das laterais são removidas e o perfil final da junta;
11. A configuração final do selante deve se assemelhar àquela mostrada na
Figura 44-c, sendo que a região central deve ser menos espessa, evitando
acúmulo de tração nas bordas aderidas quando a junta estiver em regime de
trabalho. Como regra geral e caso não existam recomendações contrárias do
fabricante do produto, devem ser utilizadas proporções entre profundidade e
largura do selante de 1:1 a 1:2. As configurações a e b da Figura 25 são
inadequadas e não podem ser executadas;

Figura 25 - Configuração final do selante nas juntas de movimentação

12. RECOMENDAÇÕES E SUSTENTABILIDADE


O conjunto de análises individuais das condições técnicas, funcionais, de
sustentabilidade e de conservação dos elementos da fachada do Ed. Saint Michel
evidenciou a necessidade de recuperação para seu bom funcionamento. O estado
atual da fachada possibilita a queda de revestimentos de reboco e concreto,
colocando em risco os usuários da edificação e pedestres. De modo geral, a
fachada apresenta diversas manifestações patológicas oriundas da concepção
construtiva e falha de execução. A ausência de detalhes construtivos e erros de
execução / manutenção não permitem a duração da vida útil projetada.
A exiguidade de amarrações entre estruturas e alvenarias ou ineficiência/
inexistência de vergas e contravergas e corrosão da estrutura de concreto armado
propiciam o aparecimento de trincas e desplacamento dos revestimentos.
Recomenda-se a demolição integral do revestimento argamassado e execução de
novo revestimento, seguindo as orientações do presente laudo além da remoção
imediata dos revestimentos desplacados e com risco de queda, visto a alta
quantidade de trincas e patologias manifestadas no sistema de revestimento,
principalmente relativo ao reboco externo das fachadas. A proximidade das trincas
e sua extensão não justifica correções pontuais e localizadas. Orienta-se também a
instalação de bandejas de proteção e tela fachadeiro para proteção dos usuários e
edificações vizinhas. A estrutura de concreto armado apresenta diversos pontos
com corrosão e necessitam de recuperação imediata por já apresentar
desplacamento do concreto e armação aparente. Por fim, recomenda-se a
contratação de gerenciadora / fiscalizadora da obra com especialidade em
engenharia diagnóstica para acompanhamento dos serviços e garantia de
aplicação dos procedimentos descritos no presente laudo, bem como o controle
das medições dos serviços executados, umas vez que o quantitativo pode sofrer
alterações devido a limitação visual / persecução utilizada no quantitativo
apresentado, avanço das manifestações patológicas até o início dos serviços e
nocivos vícios construtivos.

12.1 CONSTRUÇÃO PROVISÓRIA COMO MEDIDA PROTETIVA AO CIDADÃO


PEDESTRE - CONTRA QUEDA DE REBOCO EMINENTE

Visando a proteção imediata de pedestres transeuntes e usuários diretos do


Edifício vistoriado que apresenta alto risco de colapso com queda eminente de
revestimento de reboco das paredes externas da fachada. Sendo necessária a
construção de bandejas de proteção periférica de fachadas que deverão ser
instaladas logo acima da primeira laje do edifício com apoio na marquise existente
conforme figura 26. Estando ela a um pé-direito acima do nível do terreno. Estas
são as bandejas primárias ou plataforma principal de proteção, devem ter
dimensões mínimas de 2,50m de projeção horizontal da face externa da construção
e um complemento de 0,80m de extensão, com inclinação de 45º a partir da
extremidade. As bandejas primárias só devem ser retiradas, segundo a norma
técnica NR 18, quando todo o revestimento externo da edificação estiver com
reparo concluído e não houver mais qualquer risco de queda de material.
A bandejas serão projetadas para cargas de trabalho estáticas equivalentes 100kg,
na plataforma primária, além do peso dos próprios componentes. As bandejas
serão constituídas de estrutura de sustentação, suporte e madeiramento.
Figura 26 – Local de instalação bandejas de proteção predial periférica

A estrutura suporte será feita em madeiramento imunizado com vedações de


chapas de zinco. A fixação no edifício, será feita na laje com utilização
de chumbadores, suportes e/ou vergalhões de aço deixados como espera e
ancoragem no interior do edifício. Os montadores devem receber treinamento
seguindo as diretrizes relativas ao trabalho em altura, e portarem os equipamentos
de proteção individual (EPI) exigidos pela norma, como cinto de segurança
conectado à linha de vida, capacete e luvas.
O chumbador precisa ter uma penetração mínima de 40mm no concreto, livre dos
calços de nivelamento da bandeja, para evitar intempéries como ventos que
possam movimentá-la e provocar quedas.

12.2 SUPORTES DE FIXAÇÃO


As bandejas são ancoradas à edificação através de alças a ela concretada. Na
parte superior ela é encaixada à alça, e na parte inferior apoiada na própria
estrutura da edificação.
Após marcar a posição dos dois furos do suporte, é necessário furar a laje
com profundidade mínima de 50mm e encaixar o chumbador com o auxílio de um
martelo. As porcas do chumbador que fixam o suporte devem ser apertadas e a
distância entre a borda da edificação e o primeiro chumbador será de 275 mm, com
a finalidade de facilitar a retirada do suporte após o término da reforma do edifício.
Em seguida a bandeja deve ser encaixada e a posição do chumbador de
travamento deve ser marcado. Ele será fixado pelo furo localizado no perfil vertical
de apoio na viga, para manter a bandeja na posição e resistir a oscilações
provocadas por ventos. Na sequência, após furar a viga, será encaixado um
chumbador com penetração mínima de 40 mm no concreto, para calçar o apoio de
parede da bandeja com material resistente a compressão, de maneira que ela fique
nivelada no decorrer do uso.

12.3 FORRAGEM COM MADEIRA E ZINCO


Quando todas as bandejas estiverem ancoradas, deve ser feito o processo
de forração, com guias de madeira de aproximadamente 15cm de largura. Criando
um ripamento para estruturar o madeiramento que virá logo em seguida,
concluindo a forração das bandejas com chapas de zinco. O madeiramento das
plataformas de proteção periférica precisa ser contínuo, sem vãos, com exceção da
passagem de prumadas que deve ser realizada através de recortes minimamente
necessários na forração.
Todo o procedimento de instalação das bandejas precisa ter
acompanhamento de responsável técnico qualificado, para emitir laudo dos
serviços e garantir correta instalação, sempre respeitando as normas de
segurança. O mesmo se aplica para o processo de desmontagem das bandejas.

12.4 FORRAGEM DA FACHADA COM TELA


Devido ao alto risco de desplacamento de reboco nas fachadas sinalizadas
do edifício, será necessária também a colocação de telas fachadeiras, destinadas à
sua proteção do edifício e de seus usuários. Seguindo procedimento de instalação
como dita as normas técnicas pertinentes.
IMAGENS DE REFERÊNCIA
13. CONCLUSÃO
Diante das inconformidades técnicas construtivas e da falta de desempenho
nos sistemas verificados no imóvel vistoriado, assim como pela falta de
manutenção periódica, classificamos a edificação do Edifício garagem Saint Michel,
de uma maneira global, como de GRAU DE RISCO CRÍTICO, principalmente no
que diz respeito às condições encontradas nas coberturas, lajes de pavimentos tipo
e fachadas externas, que possuem em vista o impacto de desempenho
tecnicamente de difícil recuperação, sendo necessária a intervenção imediata para
sanar os problemas apontados no laudo de inspeção.
Este Laudo Técnico de Inspeção Predial é composto por oitenta e oito folhas
impressas e numeradas, foi elaborado pelo Engenheiro Civil Rafael Curty e a
Arquiteta e Urbanista Carla Bianchi Mognhol, que o subscreve.

14. OBSERVAÇÕES
• Todos os procedimentos executados em conformidade com a lei e normas
técnicas vigentes brasileiras, bem como todos os conceitos de
sustentabilidades aplicáveis a vistorias.

ENCERRAMENTO

A VIGAFORT ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO agradece e se coloca à disposição


para prestar quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários.

Rafael Curty Carla Bianchi Mognhol


Engenheiro Civil Arquiteta e Urbanista
CREA ES - 0050073/D CAU ES - A63024-1

Vitória/ES, 12 de agosto de 2021.

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