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DISCUSSÃO

Resultante, entre outros fatores, do processo natural de envelhecimento do


corpo atrelado aos problemas de saúde que o paciente passa a carregar como
consequência deste processo, a Insuficiência Cardíaca passou a chamar a
atenção dos especialistas após caracterizar-se como um dos mais sérios e
agudos problemas de saúde pública, de maneira que se comprova, a partir de
recortes de estudos de diferentes autores, que ela possui um alto índice de
chances para a morbimortalidade (MESQUITA et. al, 2016).

Esta questão de saúde pública, como pontuou o autor, está quase em um


terço somente nos estados que compõem a área do Nordeste brasileiro. No
período avaliado entre 2001 e 2012 essa região geográfica concentrou 24% de
todos os casos de Insuficiência Cardíaca que se diagnosticava em todo o país
(KAUFMAN, et al., 2015).

Não obstante, faz-se pertinente observar ainda que este número


apresentou-se com comportamento expansivo na região, enquanto no restante do
País de maneira geral, as tabelas mostram que houve uma redução gradativa dos
casos de Insuficiência Cardíaca, frente aos pontos elencados nos diagnósticos
como taxa de mortalidade e tempo de internação do paciente, por exemplo
(KAUFMAN, et al., 2015).

Os dados levantados por meio das diferentes estratificações do estudo


ecológico apontam que, em um intervalo de cinco anos, houve uma diferença
menor dos números de casos de pacientes que precisaram ser hospitalizados
pelo problema de insuficiência cardíaca e a relação dessa taxa de internação com
a taxa de mortes em hospitais causadas a partir de um cálculo que considera o
número de 100 mil habitantes da região nordeste.

Alguns estados carregam certas peculiaridades como o Paraná, que num


intervalo de sete anos, compreendido entre os anos de 2008 e 2015, apontou
uma redução na taxa de internações, embora, curiosamente, a insuficiência
cardíaca esteja apresentada, a partir dos números, como a causa de maior
morbidade de causa sensíveis no estado e sendo os idosos o grupo de pacientes
de maior incidência (RODRIGUES; ALVAREZ, RAUCH, 2019).

Entre os 816 pacientes analisados pelo levantamento a grande maioria


apresentou o sexo masculino tendo uma idade médica de 66,5 anos. Entre os
homens que tenham apresentado a maior prevalência de internações entre os
pacientes pesquisados, Poffo (et al., 2017) concluiu que sua grande maioria tinha
a cor branca. Já as mulheres, por sua vez, minoria entre os casos de internações
no Paraná, foram o público que mais sofreram com problemas como pressão alta,
diabetes e ainda as doenças crônicas no estado de São Paulo (KOIKE et al.,
2016).

Os números também ofereceram a sugestiva percepção de uma crescente


demanda de internações de pacientes, quanto maior fossem a sua idade, o que
pode se configurar como uma questão já deduzida pela maioria dos especialistas
e estudiosos. Também se notou que houve uma mortalidade maior nos casos de
insuficiência cardíaca em pacientes com um quadro de idade mais avançada que
os dos demais pacientes.

Em se tratando de óbitos, as mulheres estão entre as maiores vítimas em


termos proporcionais à todas as macrorregiões brasileiras analisadas pelo estudo,
no período de 2004 a 2011. Já nos estados da região Nordeste, ponto central
desta pesquisa, os problemas decorrentes de insuficiência cardíaca ou pelos
problemas indiretos que dela podem ser originados, chegou a mais da metade,
atingindo o ponto percentual de 68,78% (GAUI, KLEIN, OLIVEIRA, 2016).

A partir do recorte feito dos dados das tabelas utilizados na pesquisa, e


como já exposto acima, a tese de que os casos de Insuficiência Cardíaca
apresenta-se de maneira prevalente em pacientes de maior idade é uma dedução
que pode encontrar força nos estudos de Bocchi et al., (2009). O autor mostra que
o aumento no número de pacientes que nos consultórios apresentem
condicionantes a problemas de saúde que possuam associação com a
insuficiência cardíaca, está intimamente ligado ao também crescimento da
população da terceira idade no país.

Com a expectativa de vida atingindo pontos cada vez mais otimistas,


idosos se apresentariam em proporções maiores do que o observado no período
anterior ao estudo, o que, por consequência, faria ser maior a quantidade de
pacientes que apresentem problemas relacionados ou mesmo a Insuficiência já
diagnosticada.

Por sua vez, Nogueira, Rassi e Correia (2010) mostram que a melhora no
quadro de tratamento para pacientes que apresentem problemas de infarto no
miocárdio, seria a resposta para um número maior da população idosa no período
do levantamento quantitativo. A sobrevida, no entanto, embora se faça em maior
número, também acarretaria o fator internação hospitalar aumentar, uma vez que
quanto maior a quantidade de idosos e maior a incidência destes nos estados do
Nordeste em apresentarem o problema aqui estudado, maiores seriam as
necessidades de internação.

No Recife, um dos mais importantes estados da região Nordeste, um outro


ponto que surge a partir da análise dos números e que merece uma especial
atenção: o fato de que a maioria dos benefícios da previdência social foram
atribuídos por questões relacionadas a problemas do coração, uma vez que a
insuficiência cardíaca se mostrou como a segunda doença da categoria vascular
como a responsável não apenas pelo maior número de atestados apresentados,
bem como ocasionou no problema que deixou por mais tempo os trabalhadores
afastados do seu posto de trabalho. Estas informações podem ser constatadas na
análise feita no período de 2011 a 2015, sendo os homens a maioria dos
pacientes nestas condições.

Também merece ser notado o fato de que as altas taxas de reinternação


que se apresentam na região alvo da pesquisa, ocasionam um comprometimento
numa análise mais detalhada sobre a prevalência deste tipo de problema. Pode-
se verificar, por exemplo, que a miocardiopatia isquêmica e a hipertensão se
apresentam como as principais causas de insuficiência cardíaca no paciente que
ainda está hospitalizado.

CONCLUSÃO

Indiscutivelmente, está nos estados da região Nordeste os maiores


números de casos de internações ligadas a problemas de Insuficiência Cardíaca
do País. Os números foram coletados em tabelas construídas das mais variadas
formas, de maneira que pudesse fornecer a chance mais variada possível de
análises.

Estes números, por sua vez, comportam-se de maneira a evidenciar uma


tendência de projeção inferior em relação a todos os estados da região, de casos
ligados a internações pelo problema supracitado, no entanto, as variações que
nas tabelas se constatam em relação aos números em queda, possuem
diferenças muito fortes, o que de todo, não permite constatar com exatidão, as
questões relativas à quedas constantes na região.

Houve uma forte correlação negativa entre as hospitalizações e o ano de


investigação no cenário nacional. Entre as macrorregiões, ainda na análise das
internações, apenas no Norte esta tendência de queda foi menos acentuada (R =
-0,43). No outro espectro, quando consideradas as taxas de internamentos, a
tendência de adequação ao modelo linear atingiu patamares mais elevados, com
os dados nacionais e de quatro macrorregiões, à exceção da região Norte,
apresentando ajuste de pelo menos 74% (Tabela 4).

As pacientes hospitalizadas por endometriose apresentam em média


permanência hospitalar de até três dias. Ainda que numericamente exista uma
variação percentual negativa tanto no cenário regional quanto nacional, em todas
as unidades de análise geoespacial há uma oscilação anual deste desfecho
secundário. Nota-se uma tendência de que em nível nacional permaneçam em
aproximadamente 2,5 dias internadas (Tabela 3).
A rigor, portanto, é possível notar que existem questões de limitações que
são evidenciadas, o que se explica pelo uso de dados secundários, fator que não
permite que seja agregado tanta confiabilidade e qualidade nos registros que ora
puderam ser analisados.

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