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MODELO 11-A ALEGAÇÃO JUSTIFICATIVA DE REAPRECIAÇÃO DE PROVA

IDENTIFICAÇÃO DA PROVA

Prova /Código Biologia e Geologia 7 0 2

Ensino Básico: 1.ª FASE 2.ª FASE Ensino Secundário: 1.ª FASE 2.ª FASE
(A preencher pelo Agrupamento do JNE)

Número Convencional da Prova Número Suposto da Prova

N.º total de páginas

A alegação deve indicar as razões que fundamentam o pedido de reapreciação e referir os itens cuja classificação se contesta.
Os motivos invocados apenas podem ser de natureza científica ou de juízo sobre a aplicação dos critérios de classificação
ou existência de vício processual, não podendo conter elementos identificativos do aluno ou referências à sua situação
escolar ou profissional, nestes se incluindo a referência a qualquer estabelecimento de ensino frequentado, ao número de
disciplinas em alta para completar a sua escolaridade, às classificações obtidas nas várias disciplinas, bem como à
classificação necessária para conclusão de ciclo e, no caso dos alunos do ensino secundário, para acesso ao ensino superior,
sob pena de indeferimento liminar do processo de reapreciação.

FUNDAMENTAÇÃO DO PEDIDO DE REAPRECIAÇÃO


Após a consulta da prova de Biologia e Geologia, análise da sua correção e comparação com os
critérios de classificação disponibilizados no endereço eletrónico do Instituto de Avaliação Educativa,
venho por este meio solicitar respeitosamente a V. Exa. a reapreciação das questões 9, 15 e 21, do
Grupo I, conforme seguidamente se expõe.

I. 9

Nesta pergunta é pedido que se explique a mudança de posição da microplaca Ibérica nos últimos
100 Ma, implicando a atribuição da cotação total o desenvolvimento de dois tópicos de resposta. Ora,
o tópico (A), que diz respeito à referência dos valores de latitude relativos à mudança de posição da
microplaca, encontra-se presente na resposta por mim elaborada (4 pontos). Contudo, no tópico B,
deduz-se pelo facto de estar sublinhada a referência ao limite convergente entre a “microplaca Ibérica
e a placa Euroasiática” que este item constituiu uma falha no rigor científico, que previa que fosse alu-
dida a colisão entre a Placa Africana e Eurasiática, consoante os critérios de classificação consultados

Contudo, se nos reportarmos à mudança de posição da microplaca ibérica nos últimos 100 M.a.,
existem referências bibliográficas que apontam no sentido da colisão entre a microplaca Ibérica e a
placa Euroasiática, corroborando cientificamente o que foi por mim mencionado no tópico B. Assim
sendo, a referência à colisão entre a microplaca Ibérica e Euroasiática (patente na indicação do limite
convergente entre estas duas placas) como forma de explicar a mudança de posição da microplaca
Ibérica nos últimos 100 Ma não constituirá uma falha no rigor científico. Na Dissertação de Mestrado
de Francisco Sousa(1), páginas 10 e 11, é referido que “A compressão Pirenaica [final do Cretácico –
Paleogénico] resultou da colisão entre a Ibéria (solidária com a Placa Africana) e a Placa Euroasiática
(…). Desta imensa compressão e como o próprio nome indica, resultaram os Pirenéus, após subdu-
cção incipiente no Golfo da Biscaia”, informação esta que é corroborada pela Tese de Doutoramento
de Edite Bolacha(2), página 185, quando refere que “a Ibéria movimentava-se, nesse tempo, de forma

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solidária com a África (Ribeiro, 2013b), estando separada da Eurásia, pela margem Cantábrica (no
Norte da Península). Porém (…) após completa subducção da litosfera oceânica do Tétis, aconteceu a
colisão continental e a formação da cadeia de montanhas Cantábrico-pirenaica [Montes Cantábricos e
Pirenéus] (Fernández-Lozano et al., 2011). Como consequência da colisão na Zona Norte, a partir do
Oligocénico superior, a Ibéria passou a integrar a placa euroasiática (…).”

Uma vez que os eventos citados ocorreram nos últimos 100 Ma, conclui-se que a colisão da micro-
placa Ibérica com a placa Euroasiática constitui uma explicação cientificamente válida para a mudan-
ça de posição da microplaca Ibérica no intervalo de tempo considerado. Saliente-se que na figura 2
não havia indicação dos tipos dos limites tectónicos entre placas, pelo que várias interpretações pode-
riam ser efetuadas tendo em consideração a posição da microplaca Ibérica desde há 100 M.a. até à
posição atual.

Nesta pergunta foi atribuída à resposta a cotação de 6 pontos. Venho através da exposição supra
solicitar a apreciação de V. Exa. no sentido de considerar a cotação completa da resposta, qual sejam
8 pontos.

(1)
Sousa, Francisco Tiago Amorim Miranda (2019). Análise estrutural de uma pedreira de rocha orna-
mental carbonatada – utilização e comparação dos métodos fotogramétricos e clássico. Coimbra: De-
partamento de Ciências da Terra da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coim-
bra, 2019. Dissertação de Mestrado em Engenharia Geológica e de Minas orientada pelo Professor
Doutor Fernando Pedro Ortega Oliveira Figueiredo e pelo Doutor João António Marques Duarte.
[acesso 2021-08-04]
(2)
Bolacha, Edite Paula Silva (2014). Modelos de Dinâmica da Terra aplicados à Geologia de Portugal:
Relevância da Experimentação Análoga no Ensino e na Divulgação da Geologia. Lisboa: Departamen-
to de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 2014. Tese de Doutoramento
em Geologia (Geologia Interna) orientada pelos Professores Doutores Paulo Emanuel Talhadas
Ferreira da Fonseca e Rui Manuel Soares Dias. [acesso 2021-08-04].

I. 15

Nesta pergunta é pedido que se explique, de acordo com os dados fornecidos, de que modo as
características biológicas de A. armata fazem dela uma espécie com potencial invasor. Nesse sentido,
verifica-se que os tópicos (A), (B), e (C) encontram-se patentes na resposta, e sem falhas no rigor
científico, senão vejamos:

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• ao referir que “O tetrasporófito de vida livre permite espalhar uma grande quantidade de
tetrásporos em locais distintos, potencializado a sua reprodução” vai ao encontro do preconi-
zado no tópico (B) “Os tetrasporófitos, por serem estruturas livres, permitem uma maior
disseminação da espécie”, uma vez que se explica a maior disseminação da espécie pelo facto
de a capacidade de reprodução da alga ser beneficiada pelo seu ciclo de vida incluir
tetrásporos de vida livre;

• no tópico (A), cuja correção previa a resposta “Os gametófitos de A. armata fixam-se em
diferentes substratos, permitindo a colonização do habitat” ao referir que “Aliado a isto o facto
de os gametófitos poderem-se fixar numa grande variedade de estruturas (rochas, lapas, e
outras algas) facilita o seu contacto e fecundação” explica-se como é possível a colonização do
habitat através do facto dos gametófitos de A. armata se fixarem em diferentes substratos,
facilitando a fecundação, que é um processo inerente ao de reprodução sexuada e que implica
o surgimento de novos indivíduos, o que corresponde à colonização do habitat – tópico (A);

• ao referir que “as células glandulares dos filamentos do tetrasporófito sintetizam metabolitos
que repelem os herbívoros, seus principais predadores, o que favorecerá ainda a mais a sua
sobrevivência e multiplicação” explica-se o facto da alga A. armata evitar o herbivorismo devido
ao facto de possuir células de produtoras de substâncias repelentes de herbívoros e de evitar
os seus predadores – tópico (C).

Por fim, ao afirmar que “Devido aos factos anteriormente expressos que evidencia a elevada capaci-
dade de sobrevivência e multiplicação desta alga podemos concluir que esta é uma espécie com ele-
vado potencial invasor” conclui-se de forma rigorosa cientificamente o porquê desta alga ser uma
espécie com potencial invasor, uma vez que se estabeleceu em toda a extensão da resposta a cone-
xão entre esta propriedade e as características biológicas de A. armata.

Nesta pergunta foi atribuída a cotação de 5 pontos (2 elementos de resposta com rigor científico).
Venho através da exposição supra solicitar a apreciação de V. Exa. no sentido de considerar a cota-
ção completa da pergunta, qual sejam 8 pontos, correspondentes aos 3 elementos de resposta, com
rigor científico.

I. 21

Nesta pergunta é pedido que se explique o papel do ambiente no aumento da resistência de P. vul-

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gata ao stress térmico, em dois tópicos de resposta: segundo uma perspetiva lamarckista e segundo
uma perspetiva darwinista.

Verifica-se que tópico (A) (relativo à perspetiva lamarckista) encontra-se presente na resposta ao
referir-se que “as elevadas temperaturas do ambiente provocaram nos seres vivos a necessidade de
serem capazes de resistir ao stress térmico” e que “ao longo de esforços continuados estes seres fo-
ram-se tornando capazes de resistir a elevadas temperaturas e passaram as características à descen-
dência”. Este tópico vai totalmente ao encontro do exigido nos critérios de classificação do elemento
(A): “A exposição a elevadas temperaturas induz no indivíduo o aparecimento de uma caracteristíca
que lhe confere maior capacidade de resistência ao stress térmico”. Verifica-se igualmente que o tó-
pico (B) (relativo à perspetiva darwinista) encontra-se presente, pois refere-se que “o ambiente é que
permite selecionar dentro de uma população que possui variabilidade na resistência a elevados níveis
de stress térmico, os indivíduos mais aptos aos elevados níveis temperatura desse ambiente”.

In Dicionário Priberam, resistir é definido como “suportar”, stress é definido como “conjunto das per-
tubações orgânicas e psíquicas provocadas por vários estímulos” e térmico é definido como “que é re-
lativo a temperatura”. Por outro lado (e no mesmo dicionário), aptidão é definida como “capacidade”.
Deste modo, verifica-se que expressão “indivíduos mais resistentes a elevados níveis de stress térmi-
co” é semanticamente equivalente a afirmar que os indivíduos suportam perturbações relativas a tem-
peraturas elevadas e o que é, por sua vez, equivalente a dizer que os “indivíduos são mais aptos a
elevados níveis de temperatura”. Assim, conclui-se semanticamente que afirmar que os indivíduos são
mais aptos aos elevados níveis de temperatura do ambiente é o mesmo que afirmar que esses indiví-
duos são mais resistentes ao stress térmico (provocado pelo mesmo ambiente). Nesta situação, a
utilização da expressão “indivíduos são mais aptos a elevados níveis de temperatura” no lugar da
expressão “indivíduos mais resistentes a elevados níveis de stress térmico” surge, não como um equí-
voco que constituiu uma feliz coincidência, mas como uma decisão consciente e deliberada de se utili-
zar uma expressão semanticamente equivalente de modo a evitar a repetição despropositada de uma
mesma expressão.

Nesta resposta foi atribuída a cotação de 6 pontos. Venho através da exposição supra solicitar a
apreciação de V. Exa. no sentido de considerar a cotação completa da pergunta, qual sejam 8 pontos
(dois elementos de resposta com rigor científico).

Pede deferimento.

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