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31/08/2021 AVA UNINOVE

A Desigualdade Econômica e Social



na Contemporaneidade
Neste tópico procuraremos mostrar a atualidade de Marx na contemporaneidade.
Parodiando a frase de Thomas Piketty : Marx hoje é mais importante que Jesus.
Porque o mundo capitalista que surgiu na década de 1990 exibia, em vários
aspectos uma certa semelhança com o mundo previsto por Karl Marx e Friedrich
Engels , no Manifesto Comunista de 1848.

NESTE TÓPICO

Tópico

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A ATUALIDADE DA TEORIA MARXIANA


Paradoxalmente, quem redescobriu Marx foram os
capitalistas. Em outubro de 2008, o jornal
londrino Financial Time estampou a seguinte
manchete:

“ Capitalismo em convulsão”, e dizia nas


entrelinhas; enquanto o capitalismo mundial
estiver passando por crises econômicas, será 
improvável que Marx saia de cena. Por outro lado,
segundo Hobsbawm (2011), o Marx do século XXi

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será , com certeza, bem diferente do Marx do


século XX e muito diferente do Marx do século
XIX.

Na verdade, dificilmente o Marx do século XIX


teria afirmado que o socialismo era superior ao
capitalismo como meio para garantir o máximo de
rapidez no desenvolvimento das forças produtiva.
O que Marx asseverava é que o desenvolvimento o
desenvolvimento da lei tendencial da composição

orgânica do capital, levaria a irregularidades no
crescimento capitalista produzindo crises
periódicas de superprodução que, poderiam se
mostrar incompatíveis com a maneira capitalista
de gerir a economia e provocaria conflitos sociais
aos quais ele não poderia sobreviver. Marx tinha
uma visão do capitalismo como sistema
econômico temporário, e a análise que fez de seu
modus operandi – continuamente expansionista e
concentrador, gerador de crises e
autotransformador.

A RELEVÂNCIA DE MARX NO SÉCULO XXI

Em seu livro “ O Capital no século XXI “ (2014), o


francês Thomas Piketty, realizou um meticuloso
estudo sobre o crescimento da riqueza privada
nos países ricos. Ao coletar dados de declarações
de renda de 20 países em um período de 200 anos,
Piketty identificou uma curva de crescimento da
concentração da riqueza a partir da década de
1970.No Reino Unido e na França, a riqueza
acumulada equivale atualmente a quase seis vezes
a renda nacional do trabalho. Nível próximo de
1870, quando a razão era de 7 par 1. O
crescimento econômico baixo nos países ricos
promoveu um aumento da desigualdade social. A
combinação de um fundamentalismo de mercado,

com a globalizaçãoe consequente concentração da
riqueza gerou uma extrema desigualdade
econômica dentro dos países e entre regiões,
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gerando uma desordem no ciclo básico da


economia capitalista em 2008, tão ou mais grave
que a crise mundial de 2008.

A crise de 2008 deixou claro que a visão crescente


das flutuações econômicas no produto e no
emprego estavam erradas. A lição da crise, no
mundo avançado, trouxe uma profunda reflexão
sobre os rumos da política econômica, em
especial sobre a política monetária que assumiu

ares de magia negra.

Cornel Ban (2014), professor da Universidade de


Boston e Oliver Blanchard, economista chefe do
FMI, concluíram em estudos diferenciados que:
“dado o colapso da demanda privada, os Estados
deveriam não só deixar funcionar os
estabilizadores contracíclicos automáticos (
mecanismos institucionais a exemplo do seguro-
desemprego, da previdência social e da tributação
progressiva sobre rendimentos , que dão
sustentação à renda nacional em conjunturas
econômicas adversas), mas aumentar os
investimentos públicos e expandir o alcance das
transferências de renda àqueles mais propensos a
gastar, os desempregados e às famílias pobres. Ou
seja, sustentam que no coração da economia está
o bem-estar-humano. E que o fracasso da
hipótese dos mercados eficientes, suposição de
que os preços dos ativos agregam e refletem
plenamente toda a informação relevante colocou
todas as inovações teóricas dos mainstream desde
a década de 1970 distrações autoreferenciais.

Como disse o velho e bom Keynes (1982): “ a boa


administração da economia não é a civilização. É,
apenas , a possibilidade da civilização!” O
capitalismo é mais um episódio dessa história, na

qual procuramos conciliar alguns valore
fundamentais: a) a liberdade individual; b) o
igualdade e; c) a eficiência produtiva.
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Há, portanto, um óbvio conflito entre os


imperativos do mercado capitalista, crescimento
máximo e contínuo em busca do lucro e o
aumento da desigualdade econômica , como
assinalou Piketty. O evidente crescimento da
desigualdade econômica entre diferentes partes
do mundo e entre as classes não produz
necessariamente a “expropriação dos
expropriadores”, como assinalava Marx. Essa
esperança no futuro eram vistas em sua análise,

mas não derivavam dela.

Por outro lado, o que Mezáros (2002), citando


Schumpeter, chamou de destruição criadora
permanente, é uma análise irresistível de Marx da
dinâmica global do desenvolvimento econômico
capitalista e de sua capacidade de destruir tudo
quanto se antepusesse a ele, até mesmo aqueles
elementos do legado do passa do humano, como
as estruturas familiares, as profissões
respeitáveis, rompendo o halo de santidade.

Podemos concluir que não há soluções mágicas


para o mundo no século XXI, mas quem quiser
solucioná-los, deverá fazer as perguntas de Marx.
Para os que concordam ou não com as suas
possíveis respostas, Marx é hoje um pensador
para toda a humanidade e não apenas para uma
parte dela, e com toda justiça, um pensador para o
século XXI.

Quiz
Exercício

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Referências
BAN, CORNEL.

Htpp://www.bu.edu/pardee/research/global-economic-governance-
2/fiscalpolicyworkingpaper/

BLANCHARD,OLIVIER.

htpp://www.imf.org/esterna/pubs/ft/fandd/2014/09/Blanchard.htm

HOBSBAWM, ERIC. COMO MUDAR O MUNDO, São Paulo: Companhia das


Letras, 2011.

KEYNES, JOHN MAYNARD. A TEORIA GERAL DO EMPREGO, DOS JUROS E


DA MOEDA, São Paulo: Atlas, 1982.

MÉZAROS, ISTVAN. PARA ALÉM DO CAPITAL: RUMO A UMA TEORIA DA


TRANSIÇÃO, São Paulo: Boitempo,2002.

PIKETTY. THOMAS. O CAPITAL NO SÉCULO XXI, São Paulo: Companhia da


Letras, 2014.


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