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Anotações Semana 4 – Pt.

DNA
Composto por 2 fitas de ácido nucleico, extremidade 5’3’, e na antiparalela no sentido
inverso 3’5’; composto por bases nitrogenadas (A-T, 2 pontes; C-G, 3 pontes); dupla
hélice
Durante a intérfase, na fase S (síntese), acontece a replicação do DNA

Replicação do DNA
Processo de duplicação do material genético
Separação das fitas de DNA
Cada fita de DNA -> molde (fitas parentais, pois elas que originarão novas fitas)
Fita nova -> complementar à fita molde
Fim da replicação -> 2 cópias da molécula de DNA original
Replicação semiconservativa (1 molde, 1 fita nova)

Separação das fitas de DNA para a replicação


Pontes de hidrogênio -> estabilidade, alta energia térmica
Enzima helicase -> rompe as ligações de hidrogênio (mantem fitas
“abertas”); recrutamento de outras proteínas de replicação
Origem de replicação -> pontos específicos na fita de DNA; regiões ricas em A e
T; quando ocorre a separação com a helicase, recruta a primase, que entra na região
de origem de replicação e adiciona nucleotídeos iniciadores (primers); primase fornece
grupo 3’OH livre para DNA polimerase iniciar o alongamento da cadeia de nucleotídeos
de DNA

Início da replicação – Polimerização


Replicação só ocorre no sentido 5’3’; DNA sintetizado recebe o nome de replicon
Surge, após a ação da helicase, uma estrutura chamada bolha de replicação; a bolha
apresenta sempre 2 forquilhas de replicação (estruturas em “Y”)
Alongamento
DNA polimerase III
Adiciona nucleotídeos para formar nova fita; precisa de sequência inicial
(primer, que vem da primase); então, continua a partir do primer adicionando
nucletotídeos; direção apenas 5’3’ = problema 2
Resolvendo o problema: fita nova começa no 3’, DNA polimerase III não
consegue trabalhar; quando a forquilha abre mais um pouco, outro primer é colocado
nessa fita -> DNA polimerase III vai trabalhar no sentido correto dela (5’3’), mas
“costurando para trás”, a partir de cada primer

Topoisomerase I e II (DNA-girase)
Alivia estresse da torção ; quebra e união das ligações

Replicação semi-descontínua
Fita líder (leading) -> processada de forma contínua e progressiva; menos
primer de DNA
Fita atrasada (lagging) -> polimerização descontínua; mais primer de DNA; cada
fragmento replicado de DNA é chamado de fragmento de Okasaki

Replicação bidirecional, pois cada forquilha vai para um lado; também é simultânea,
pois são replicadas ao mesmo tempo
Várias bolhas de replicação -> agiliza a replicação; união das bolhas de replicação;
genoma humano = 10 mil origens de replicação (e leva 8 horas para replicar o genoma)
Lembrar que, a partir do ponto de origem de replicação, a helicase abre a bolha tanto
para o lado esquerdo como para o direito

Final da replicação
Todas as fitas terão, pelo menos, um primer de RNA; ao final da replicação, é preciso
remover o primer do DNA = RNaseH
Então, fica uma lacuna onde existia o primer, o que não pode ocorrer = DNA
polimerase I, adiciona nucleotídeos no local do RNA degradado
Para ligar os fragmentos de DNA sintetizados = ligase

Terminação fita atrasada -> extremidade não possui DNA (primer)


Telômeros região repetida de T-G; não codificante; extremidades se associam
com uma série de proteínas que dão a conformação da extremidade como um looping,
que protege a extremidade dos cromossomos para manter a integridade dos
cromossomos
A cada ciclo celular, fica um pedacinho de DNA sem ser copiado; a cada divisão
celular, perde uma parte do telômero, até que atinja o período de senescência e
ocorre a apoptose

Telomerase
Função semelhante às demais DNA polimerase
Região de RNA – TER
Se une à fita parental; possui região de RNA chamada de TER; alonga a fita
parental, copia o final de DNA que iria ficar sem replicação (telômero não reduz a cada
cópia celular com esse processo)
Encontrada em células tronco, tumorais e germinativas; células entrando em
estado de apoptose pode ativar a telomerase, e isso pode gerar células tumorais

Mecanismos de Reparo do DNA


Processo extremamente preciso, mas ainda há 1 erro a cada 107 pares de nucleotídeos;
a falha no processo de replicação e no reparo leva à mutação
Mutação de um único par de nucleotídeos -> alteração em posição vital na sequência
de DNA
Proteína com sequência alterada -> função alterada
Mutações em células germinativas -> descendentes
Origem das mutações
Agentes exógenos -> mutações induzidas
Radiação não ionizante, radiação ionizante (luz solar, raios gama, raio-X)
Exposição a produtos químicos (agentes intercalantes)
Agentes endógenos -> mutações espontâneas
Depurinação
Desaminação

Processos de Reparo:

1) Reparo do Malpareamento
DNA polimerase III
Atividade exonuclease (remoção de nucleotídeo errado); sentido 3’5’; corrige
erros da própria enzima; correção de 99%

2) Nuclease Reparadora
Corta a sequência que contém o(s) nucleotídeo(s) incorreto(s); dependendo do
tipo de mutação, a enzima que realiza a excisão é diferente
A lacuna é preenchida (DNA polimerase)
União dos fragmentos através da DNA ligase
Excisão – ressíntese – ligação

3) Junção de extremidades não homólogas


Lesão de fita dupla
Enzimas especializadas se unirão às fitas onde ocorreu a quebra, e aproximam
as extremidades não homólogas; existe, normalmente, perda de nucleotídeos
no local do reparo (é ruim, mas é melhor do que deixar o DNA com um buraco
no meio)

4) Recombinação homóloga
Reparo mais preciso do que junção de extremidades não homólogas
Troca de informação genética entre um par de moléculas de DNA homóloga ->
dupla hélice intacta é molde para dupla-hélice quebrada
Alinhamento da linha de cima da fita de cima com a linha de cima da fita de
baixo -> usar como molde para realizar a síntese de nucleotídeos que estão
faltando
Processo que ocorre também na meiose

Anotações Semana 4 – Pt. II

Transcrição e Tradução – Introdução


Leitura dos genes: da informação genética à expressão de proteínas
Transcrição: mantém o mesmo código de leitura (nucleotídeos)
Tradução: mudança das letras (aminoácidos)

Transcrição
Abertura de uma pequena porção da dupla-hélice – gene
Uma das fitas de DNA atua como molde para a síntese de RNA
Adição de nucleotídeos (pareamento por complementaridade de bases) -> RNA
transcrito será o complementar à fita molde

Semelhante à replicação; veremos as diferenças:

1) Adição de ribonucleotídeo; pois a molécula é um RNA

2) A fita de RNA não permanece ligada à fita de DNA-molde por pontes de


hidrogênio
Liberação quase imediata da fita de RNA recém-sintetizada

3) RNA é mais curto do que as moléculas de DNA; o transcrito é um gene, uma


parte da molécula de DNA

4) Enzima: RNA polimerase


Abertura da fita de DNA e liga os nucleotídeos; resulta em maior taxa de erro (1
a cada 104 nucleotídeos

Tipos de RNA:

1) RNA mensageiro (RNAm): possibilita a tradução da informação genética


(eucarioto 1 gene = 1 proteína)

2) RNA ribossomal (RNAr): forma a região central dos ribossomos, onde é


realizada a tradução do RNAm em proteínas

3) RNA transportador (RNAt): adaptadores que selecionam e posicionam os


aminoácidos no ribossomo para que sejam incorporados em proteína
(anticódon RNAt para o códon RNAm)

4) Pequenos RNAs nucleares (microRNA): reguladores da expressão gênica

Processamento do RNAm ainda no núcleo

1) Capeamento

Modificação da extremidade 5’ do transcrito de mRNA (sintetizada primeiro)


RNA é “capeado” pela adição de um nucleotídeo atípico, guanina associada
com grupo metila
Ocorre após a RNA polimerase ter sintetizado 25 nucleotídeos de RNA, antes do
término da transcrição
Auxilia exportação para citoplasma – estabilidade para molécula;
2) Poliadenilação
Formação de uma cauda na extremidade 3’ da maioria dos mRNA recém
sintetizados; as extremidades 3’ são inicialmente clivadas por uma enzima que corta o
RNA em uma sequência particular de nucleotídeos e, a seguir, são complementadas
por outra enzima que adiciona uma série repetitiva de nucleotídeos adenina (cauda
poli-A)

3) Splicing
Corresponde a remoção de íntrons (regiões não codificadoras); lembrando que
regiões codificadoras são os éxons
Ação de RNAs nucleares ligados a proteínas (snRNP) = “spliceossomo”
Splicing alternativo – diferentes proteínas podem ser obtidas a partir de um
mesmo tipo de gene (tropomiosina, por exemplo); regulação da atividade gênica

Processamento do RNA no núcleo – Finalidades


Aumentam a estabilidade da molécula
Auxilia a exportação para o citoplasma
Permite sua identificação no citoplasma de forma completa
Transporte das moléculas de RNA acontece através dos complexos de poro nuclear;
iniciada pela região de 5’ do cap (capeamento)
Complexo de poro utiliza outras proteínas associadas à molécula de RNA
(hnRNP)

Tempo de vida dos RNAm é curto


Bactérias – 3 minutos
Eucariotos – tempo médio < 30 minutos (alguns chegam a 10hs)
Controle de atividade da célula

A partir do transporte dos RNAs para o citoplasma, as células estão prontas para iniciar
o processo de tradução

Anotações Semana 4 – Pt. III

Tradução
Síntese proteica que ocorre no citoplasma a partir do RNAm
Tradução da mensagem de nucleotídeos em aminoácidos
Se baseia na sequência dos 4 nucleotídeos que formam o RNAm: A, U, C, G
As combinações desses nucleotídeos compõem os 20 aminoácidos que precisamos;
aminoácidos são formados em trincas -> códons de 3 nucleotídeos para cada
aminoácido (há, ao todo, 64 códons possíveis)
Código genético é degenerado (pois há 64 códons e apenas 20 aminoácidos -> mais de
um códon representa o mesmo aminoácido); 2 primeiros nucleotídeos tendem a ser
constantes, e o terceiro é o variável
(RNAt)

Códon de terminação (stop codon) – UAA, UAG, UGA


Código universal (com exceção das mitocôndrias e protozoários ciliados)

Ligação covalente de alta energia entre aminoácido e RNAt é catalisada por uma
enzima (aminoacil-RNAt-sintetase); cada aminoácido possui uma enzima específica
Para que aconteça pareamento de bases entre anticódon (RNAt) e códon (RNAm), é
preciso de estrutura de síntese proteica funcionando, inclusive com a presença de
ribossomos

Ribossomos
Local de síntese proteica; catalisa a ligação peptídica entre aminoácidos -> considerado
ribozima; apresentam entre 20-30 nm de diâmetro
Há ribossomos ligados ao RE e soltos no citoplasma (não há diferenças estruturais
entre eles)

Composto por 2 subunidades:

1) Unidade pequena (40S) – responsável pelo pareamento do RNAt ao códon do


RNAm

2) Unidade maior (60S)

Ribossomo (80S); não é estrutura simples, em cada subunidade, há um segmento de


RNAr e proteínas associadas; na subunidade menor, há RNAr 18S associado a 33
diferentes proteínas; já na subunidade maior, há 3 segmentos de RNAr (28S, 5S e 5,8S),
associados uns aos outros e ainda a 50 diferentes proteínas
Ribossomo, como estrutura, só existe quando está acontecendo a síntese proteica;
quando não, subunidades estão soltas no citoplasma; se associam quando também há
a presença de RNAm

Três sítios específicos no ribossomo


Sítio A – recebe complexo aminoacil-RNAt
Sítio P – permite a ação da peptidil-RNAt
Sítio E – saída, terminação, onde RNAt permanece temporariamente

As subunidades se associam ao RNAm próximo ao seu início (5’) e se separam quando


a síntese proteica acaba

Tradução pode ocorrer por vários ribossomos ao mesmo tempo em uma fita de RNAm
= poliribossomos

Ação de drogas (antibióticos) contra a síntese proteica em bactérias que não afetam
células eucariotas – diferenças estruturais e funcionais do mecanismo de tradução das
proteínas
Exemplo: antibiótico tetraciclina bloqueia ligação da aminoacil-RNAt
transferase ao sítio A do ribossomo

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