Alexandre O'Neill

Alexandre Manuel Vahia de Castro O'Neill de Bulhões, nasceu dia 19 de dezembro de

1924 em Lisboa, com descendência irlandesa. O seu pai José António O’Neill era
empregado bancário e a sua mãe Maria de Castro era empregada doméstica. Ele foi um
importante poeta do movimento surrealista português. Faleceu dia 21 de agosto de 1986.
Em 1932, iniciou os seus estudos, frequentou a Escola Náutica e mais tarde foi
jornalista e publicitário. Em 1947 fundou um Grupo Surrealista sendo preso várias
vezes pela PIDE. Casou-se por duas vezes e teve dois filhos. O’Neill, sofreu um ataque
cardíaco e dois acidentes vasculares cerebrais, onde num deles, o levou a ficar internado
por um longo período. Em 1982 recebeu o Prémio de Críticos Literários.

Em 1958, viu-se reconhecido como poeta e na década de 60, que foi provavelmente a
mais produtiva, publicou livros de poesia, antologias de outros poetas e traduções. A sua
poesia concilia uma atitude vanguardista com a influência da tradição literária. Os
textos caracterizam-se por uma intença sátira a Portugal e aos portugueses.

Análise dos poemas

O teu nome
Flor de acaso ou ave deslumbrante,
Palavra tremendo nas redes da poesia,
O teu nome, como o destino, chega,
O teu nome, meu amor, o teu nome nascendo
De todas as cores do dia!
O amor é o amor
O amor é o amor e depois?!
Vamos ficar os dois
a imaginar, a imaginar?...
O meu peito contra o teu peito,
cortando o mar, cortando o ar.
Num leito
há todo o espaço para amar!

Na nossa carne estamos

sem destino, sem medo, sem pudor
e trocamos somos um? somos dois?
espírito e calor!

O amor é o amor e depois?

Análise interna:
Na minha opinião estes dois poemas completam-se, no poema “O teu nome” fala de um
amor que irá aparecer, irá nascer, tal como o nome. No primeiro verso, “Flor de acaso
ou ave deslumbrante” dá a entender que flor de acaso é como amor à primeira vista, que
nos aparece quando menos esperamos e ave deslumbrante que vamos encontar o nosso
amor. No poema “O amor é o amor” fala sobre o que pode significar o amor, um dia
podemos encontrar alguém, pode ser cedo ou mais tarde. Há sempre espaço para amar
para partilhar sentimentos com outra pessoa, temos de confiar e não ter medo, mas um
dia esse amor pode acabar, o destino não está traçado. O amor um dia há-de chegar, mas
não quer dizer que seja para sempre.

Análise externa:

O poema “O teu nome” é constituído por 1 estrofe com 5 versos classificando-se de

quintilha. O seu esquema rimático é abcdb e o primeiro e último versos têm 8 sílabas
métricas.

O poema “O amor é o amor” é constituído por 4 estrofes com 3 versos, 4 versos, 4

versos e 1 verso respetivamente classificando-se de terceto, quadra e monóstico. O seu
esquema rimático é aab/cbcb/deaea e o primeiro e último versos têm 10 sílabas
métricas.

Mariana nº18 9ºB