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PLANO DE ENSINO

Disciplina: HST 7501 Semestre: 2019/2 Turma: 05327


Nome da disciplina: Teoria da História II
Professor: Rodrigo Bragio Bonaldo
Monitores/estagiários: Doutorando Joaquim Paka Massanga (Estagiário Docente)
Horário: 51830 Local: Sala 313 do CFH
Horários de atendimento do professor: Sextas-feiras, às 14h e 30 min
Local de atendimento: Sala 14 do Departamento de História
Email do professor: rodrigobonaldo@yahoo.com.br
Email do monitor/estagiário: jpakamassanga1@hotmail.com
Ementa:
Estudo dos fundamentos teóricos da historiografia dos séculos XX e XXI
Objetivos:
O curso de Teoria da História II tem como objetivo geral aprofundar discussões que atravessam os fundamentos teóricos da prática
historiográfica nos séculos XX e XXI. Parte-se da compreensão da história da historiografia em sua função de memória da disciplina histórica,
observando seus fundamentos normativos e aportando em performances contemporâneas relacionadas a demandas sociais do tempo
presente. Dessa forma, a reflexão é agendada pela historicização dos problemas teóricos, mantendo o olhar distante de uma possível
perspectiva a-histórica a respeito da produção historiográfica. Como objetivos específicos, espera-se observar o desenvolvimento do raciocínio
abstrato, a utilização precisa do vocabulário especializado, a apropriação e compreensão dos temas e o uso coerente e lógico da crítica e das
correlações, sempre a partir da leitura densa e cuidadosa dos textos indicados.
Metodologia:
Aulas expositivas e dialogadas, leitura de textos teóricos e historiográficos. Exercícios escritos. Apresentação de textos. Realização de debates.
Conteúdo programático com cronograma:
Março (6 encontros)
Aula I – 8 de agosto
Apresentação da disciplina
Tópico I – A disciplina e a escrita da história: teoria, discurso e virtudes epistêmicas
Aula II – 15 de agosto
RÜSEN, Jörn. Razão Histórica. Teoria da história: os fundamentos da ciência histórica. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 2010. “Cap
1: Tarefa e Função de uma Teoria da História” pp 25-51
Texto de apoio: ASSIS, Arthur. What Is History For? Johann Gustav Droysen and the Functions of Historiography. Goiania: Editora UFG, 2010 pp
19-34.
Aula III – 22 de agosto
FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. São Paulo: Edições
Loyola. 1996, pp 5-79
Texto de apoio: CHARTIER, Roger. A história ou a leitura do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2009 pp 11-31.
Aula IV – 29 de agosto
PAUL, Herman. Historicismo fraco: sobre hierarquias de virtudes e de metas intelectuais. In: história da historiografia. Ouro preto, n 21, agosto
de 2016, pp 25-42
Textos de apoio: OHARA, João Rodolfo Munhoz. Virtudes epistêmicas na prática do historiador: o caso da sensibilidade histórica na
historiografia brasileira (1980-1990). In: História da Historiografia: Ouro Preto, n 22, dezembro de 2016 pp, 170-183; SILVEIRA,
Pedro Telles da. História, ação e ética - comentário a respeito de Herman Paul. In: História e Cultura, Franca, v. 6, n. 3, dez-mar
2017, pp 104-127
Aula V – 5 de setembro
Primeira Avaliação (Tópico I)
Tópico II – Os tempos da história: duração, simultaneidade, heterocronias
Aula VI – 12 de setembro
HARTOG, François. O olhar distanciado: Lévi-Strauss e a história. In: Evidência da História: o que os historiadores veem. Belo Horizonte:

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PLANO DE ENSINO
Autêntica, 2011, pp 185-201
RODRIGUES, Henrique Estrada. Lévi-Strauss, Braudel e o tempo dos historiadores. In: Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 29, n 57, 2009
pp 165-186
Aula VII – 19 de setembro
KOSELLECK, Reinhardt. Estratos do Tempo: Estudos sobre história. Rio de Janeiro, Editora Puc-Rio, 2014 “Estratos do tempo”, pp 19-25.
BLOCH, Ernst. Heritage of our times. Berkley and Los Angeles: UCL Press, 1991, pp 1-5.
SALOMON, Marlon (org). Heterocronias: Estudos sobre a multiplicidade dos tempos históricos. Edições Ricochete, 2018, pp 9-38.
Tópico III – A história vista de baixo e a micro-história
Aula VIII – 26 de setembro (leituras das teses e discussão sobre o conceito de classe I)
LÖWY, Michael. Walter Benjamin: aviso de incêndio. Uma leitura das teses “Sobre o conceito de história”. São Paulo: Boitempo, 2005.
TRAVERSO, Enzo. Melancolia de Esquerda: Marxismo, História e Memória. Belo Horizonte: Âyiné, 2018.
THOMPSON, E.P. “Introdução”, In: A formação da classe operária inglesa. São Paulo: Paz e Terra, 2004, pp 9-14.
Aula IX – 03 de outubro (leituras das teses e discussão sobre o conceito de classe II)
LÖWY, Michael. Walter Benjamin: aviso de incêndio. Uma leitura das teses “Sobre o conceito de história”. São Paulo: Boitempo, 2005.
TRAVERSO, Enzo. Melancolia de Esquerda: Marxismo, História e Memória. Belo Horizonte: Âyiné, 2018.
THOMPSON, E.P. “Introdução”, In: A formação da classe operária inglesa. São Paulo: Paz e Terra, 2004, pp 9-14
Aula X – 10 de outubro (apresentação de clássicos recentes)
GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes: o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela inquisição. São Paulo. Companhia das Letras.
1997, “Prefácio à edição italiana”, pp 15-34
DAVIS, Natalie Zamon. O Retorno de Martin Guerre. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987
Aula XI – 17 de outubro
Segunda Avaliação (Tópicos II e III)
Tópico IV – Gênero e memória disciplinar da historiografia
Aula XII – 24 de outubro
SCOTT, Joan. Gênero: Uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade. 20(2), jul-dez, 1995, p. 71-99
PEDRO, Joana Maria. Traduzindo o debate: o uso da categoria gênero na pesquisa histórica. História, São Paulo, v 24, n 1, 2005 pp 77-98
Aula XIII – 31 de outubro
EPPLE, Angelika. Gênero e a Espécie da História. In: MALERBA, Jurandir. (org). A História Escrita: teoria e história da historiografia. São Paulo:
Contexto, 2006 pp 139-156
OLIVEIRA, Maria da Glória. Os sons do silêncio: interpelações feministas decoloniais à história da historiografia. História da Historiografia, v. 11,
n 28, set-dez ano 2018, pp 104-140
Aula XIV – 07 de novembro
Tópico V – O giro ético-político: historiografias periféricas e os caminhos da história global no século XXI
AVILA, Arthur Lima de. “Povoando o presente de fantasmas”: feridas históricas, passados presentes e as políticas do tempo de uma disciplina.
Expedições: Teoria da História & Historiografia. Ano 7, n 2, Ago-Dez de 2016, pp 189-209.
CHAKRABARTY, Dipesh. O Clima da História: Quatro Teses. Sopro 91, Julho 2013
DE BAETS, Antoon. O Impacto da Declaração Universal dos Direitos Humanos no estudo da História. In: História da Historiografia. Ouro Preto:
número 05, setembro de 2010, pp 86-114
HUYSSEN, Andreas. Culturas do passado-presente: modernismo, artes visuais, políticas de memória. Rio de Janeiro: Contraponto. 2014, Cap 9:
“Usos tradicionais do discurso sobre o Holocausto e o colonialismo”, pp 177-194

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PLANO DE ENSINO
SETH, Sanjay. Razão ou Raciocínio? Clio ou Shiva? História da Historiografia. Ouro Preto. Abril 2013, pp 173-189
SANTOS, Pedro Afonso Cristovão dos; NICODEMO, Thiago Lima; PEREIRA, Mateus Henrique de Faria. Historiografias periféricas em perspectiva
global ou transnacional: eurocentrismo em questão. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol 30, n 60, jan-abril 2017, pp 161-186
Aula XV – 14 de novembro (Discussão de livro)
MBEMBE, Achille. Crítica da Razão Negra. N-1 edições, 2018 / MBEMBE, Achille. A Crítica da Razão Negra. Lisboa: Antígona. 2014
Aula XVI – 21 de novembro
Terceira avaliação (Tópicos IV e V)
Aula XVII – 28 de novembro
Segunda chamada das provas
Aula XVIII – 5 de dezembro
Prova de recuperação
Avaliação:
A avaliação ocorrerá através de provas escritas, sem consulta e feitas em sala de aula. Todas as avaliações são individuais. Os critérios de
avaliação da prova escrita são: capacidade de articular as ideias centrais dos textos e das aulas expositivas na resposta às questões propostas;
cruzamento de autorxs, conceitos e debates historiográficos; clareza e concisão. Todos xs estudantes deverão fazer três provas escritas,
valendo 10 cada. A média final será a soma das notas dividida por 3 e subtraída em 1 ponto.
O ponto adicional será concedido mediante participação nos debates e apresentações de textos.
Não comparecer às avaliações ou não apresentar trabalhos no prazo estabelecido terá como consequência a atribuição de nota 0 (zero), exceto
em casos previstos pela legislação vigente.
Recuperação:
Estudantes com frequência suficiente e média das notas de avaliações do semestre entre 3,0 (três) e 5,5 (cinco vírgula cinco) terão direito a
realizar uma atividade de recuperação presencial dia 5 de dezembro, que englobará tópicos nos quais demonstrou mais dificuldade.
Observações:
A) Discentes que faltarem em quaisquer das avaliações terão somente direito à segunda chamada mediante requerimento circunstanciado,
pessoalmente encaminhado e protocolado na Secretaria do Departamento de História da UFSC no prazo máximo de 72 horas a partir da data
de avaliação. Estimula-se que estudantes ausentes no dia de uma avaliação, compareçam na aula seguinte para realiza-la.
B) Discentes com nota final menor que 3,0 (três) ou com frequência inferior a 75%, serão reprovados na disciplina.
C) Com o perdão da redundância, cabe lembrar que as leituras obrigatórias são obrigatórias.
D) Plágio. Plagiar é a apresentar ideias, expressões ou trabalhos de outros como se fossem os seus, de forma intencional ou não. Serão
caracterizadas como plágio a compra ou apresentação de trabalhos elaborados por terceiros e a reprodução ou paráfrase de material,
publicado ou não, de outras pessoas, como se fosse de sua própria autoria, e sem a devida citação da fonte original. Os casos relacionados à
compra, reprodução, citação, apresentação etc, de trabalhos, ideias ou expressões serão encaminhados pelo professor da disciplina ao
Colegiado do Curso e rigorosamente examinados.
"o fato de haver um plagiário no STF não torna o plágio menos criminoso ou menos antiético" (NICOLAZZI:2017)
E) É importante que o discente informe-se sobre o Regulamento dos Cursos de Graduação da UFSC, para tanto, acesse a resolução
17/CUN/1997: http://antiga.ufsc.br/paginas/downloads/UFSC_Resolucao_N17_CUn97.pdf.
F) Gestante, informe-se sobre seus direitos assegurados na lei 6.201 de 17 de abril de 1972 e procure a coordenação do curso.
Bibliografia complementar
BASCHET, Jérôme. Défaire la tyrannie du présent: temporalités emergentes et futurs inédits. Paris: La Découverte, 2018.
BLOCH, Ernst. Heritage of our times. Berkley and Los Angeles: UCL Press, 1991
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano. 1. Artes do Fazer. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
CHARTIER, Roger. A verdade entre a ficção e a história. In: SALOMON, Marlon. História, verdade e tempo. Chapecó: Argos. 2011, pp 347-374
DUMOULIN, Olivier. O Papel Social do Historiador: da cátedra ao tribunal. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

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PLANO DE ENSINO
GINZBURG, Carlo. Relações de Força: história, retórica, prova. São Paulo: Cia das Letras, 2002.
HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
_____________. Crer em História. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.
HOBSBAWN, Eric. Sobre História. São Paulo: Cia das Letras, 1998.
KOSSELECK, Reinhart. Futuro Passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto. 2006.
JAMIN, Jérôme. Cultural Marxism and the Radical Right. In: JACKSON, Paul. SHEKHOVTSOV, Anton. The Postwar Anglo-American Far Right: A
Special Relationship of Hate. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2014 pp 84-103 [“Marxismo cultural e a direita radical”].
MALERBA, Jurandir. História & Narrativa: a ciência e a arte da escrita histórica. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016, pp 35-43
_______________. Lições de História: da história científica à crítica da razão metódica no limiar do século XX. Porto Alegre: FGV/EDIPUCRS,
2013.
MBEMBE, Achille; SARR, Felwine. Écrire l’Afrique-Monde. Dakar: Jimsaan, 2017 pp 17-50
PEREIRA, Allan Kardec da Silva. Intervir no passado performando o tempo: Achille Mbembe e a Critica da Razão Negra. História e Cultura,
Franca, v 6, março de 2017, pp 172-192
PEREIRA, Mateus; ARAUJO, Valdei. Atualismo: como a ideia de atualização mudou o século XXI. Mariana, MG: Editora SBTHH, 2018.
RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Campinas: Editora Unicamp, 2007.
SARR, Felwine. Afrotopia. Paris, Éditions Philippe Rey, 2016.
SPIEGEL, Gabrielle. Revising the Past / Revisiting the Present: How Change Happnes in Historiography. In: History and Theory, Theme Issue 46
(December 2007), pp 1-19.
WHITE, Hayden. O evento modernista. Lugar comum, Rio de Janeiro n 5-6, janeiro de 1997 pp 191-219.
TURIN, Rodrigo. História da historiografia e memória disciplinar. História da Historiografia. Ouro Preto, n 13, dez 2013 pp 78-95

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