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Direito Constitucional I

DIREITO CONSTITUCIONAL I

PODER CONSTITUINTE

Legislação para leitura e acompanhamento durante a aula:


 Constituição Federal de 1988
Leitura:
Acessem a Biblioteca Virtual da Faculdade e façam a seguinte leitura:
Direito Constitucional I. Ilanes, Miriany Cristini Stadler e outros. Editorial: Bookman/Sagah. Edição: 1.
Fazer a leitura do tema da aula.
Profª. Me. Rafaela C Juliatto
Direito Constitucional I

PODER CONSTITUINTE
O Poder Constituinte é a força política que se funda em si mesma, a expressão da vontade de um povo em
estabelecer as bases que irão organizar uma determinada sociedade política. É o responsável pela elaboração da
Constituição, norma jurídica superior que inicia a ordem jurídica e lhe confere fundamento de validade.
Atribuição: a criação de um novo Estado (sob o aspecto jurídico), a partir da apresentação de um novo documento
constitucional.
A titularidade do poder constituinte pertence ao povo ou por seus representantes:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,
nos termos desta Constituição.
Direito Constitucional I

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos
desta Constituição.

Ainda sobre soberania popular: art. 14 CF/88


Ainda sobre democracia: Democracia, Liberalismo e Estado de Direito.
Direito Constitucional I

Classificação do Poder Constituinte

Poder Constituinte pode ser originário ou derivado e pode ser assim, classificado:
Direito Constitucional I

Poder Constituinte Originário

O Poder Constituinte Originário é o que cria uma Constituição.


Proporciona a Constituição de um novo Estado, organizando-o e estruturando-o. É um poder independente do
ordenamento jurídico anterior, que cria uma nova Constituição totalmente diferente da anterior. Esta criação pode
ser inédita ou suceder uma Constituição anterior não mais em vigor.

Poder Constituinte Originário é o poder que cria o Estado, ao celebrar sua


Constituição, ao fixar a forma de governo; ao definir as funções e competências
dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, estabelecendo as diretrizes e os
limites ao exercício daquelas competências públicas; e ao garantir os direitos
individuais fundamentais do ser humano e do cidadão.
Direito Constitucional I

Poder Constituinte Originário

Há duas formas básicas de expressão do Poder Constituinte Originário:

a) Poder Constituinte Originário histórico: cria a primeira Constituição de um País, por meio de sua liberdade
política. No caso brasileiro, vimos a expressão deste poder na Constituição de 1824.

b) Poder Constituinte Originário revolucionário: é o responsável pelas demais constituições de um País. Em


sentido jurídico, revolução é o rompimento de uma ordem jurídico-constitucional, que retira a eficácia de uma
constituição em vigor, abrindo caminho ao poder constituinte originário para implantar uma nova constituição.
No Brasil, vimos a expressão deste poder nas constituições de 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988.
Direito Constitucional I

Características do Poder Constituinte Originário:


 Inicial
 Autônomo
 Incondicionado
 Ilimitado
 Permanente

INICIAL: instaura uma nova ordem jurídica, rompendo, por completo, com a ordem anterior, servindo como um
ponto de partida para o início de uma nova ordem constitucional.

AUTÔNOMO: o poder constituinte é autônomo, porque somente ao seu titular (o povo, o grupo) cabe decidir qual
a ideia de direito prevalente no momento histórico e que moldará a estrutura jurídica do Estado.
O Poder Constituinte Originário é autônomo, porque não está sujeito a qualquer limitação ou forma prefixada para
manifestar sua vontade.
Trata-se de um pode politico com ampla liberdade para dispor sobre as mais diferentes matérias.
Direito Constitucional I

Características do Poder Constituinte Originário:


INCONDICIONADO: não está sujeito a qualquer limitação da sua vontade, não tendo que seguir nenhum
procedimento pré-fixado pela ordem anterior.
O Poder Constituinte Originário, é incondicionado, porque não tem ele que seguir qualquer procedimento
determinado para realizar sua obra de constitucionalização.

ILIMITADO: o Poder Constituinte Originário é incondicional e ilimitado juridicamente, porque não tem que
respeitar os limites estabelecidos pela ordem anterior, inclusive as cláusulas pétreas, se for o caso.
Doutrinadores jusnaturalistas afirmam que preexistem princípios à constituição escrita, autônomos em relação às
decisões do legislador constituinte, e que o vinculam de tal sorte que as normas constitucionais que os contrariem
devam ser consideradas juridicamente inválidas e não-obrigatórias.
Haveria limitações, por exemplo, de índole religiosa, cultural e internacional.

O Brasil adotou a corrente positivista, para a qual Poder Constituinte


originário é absolutamente ilimitado, não devendo qualquer obediência ao
Direito Internacional ou a quaisquer outras restrições.
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Características do Poder Constituinte Originário:


PERMANENTE: não desaparece com a elaboração da Constituição, manifestando-se novamente mediante uma
nova Assembleia Nacional Constituinte ou um ato revolucionário. O poder constituinte originário não se extingue
quando é editada uma constituição, razão pela qual, além de ser inicial, incondicionado e ilimitado, ele se caracteriza
por ser permanente.

ob uma perspectiva objetiva, a Assembleia Constituinte não tem liberdade de criar normas de maneira esparsa,
injustificada, mas somente àquelas que correspondam a realidade jurídica e cultural da sociedade à que estão
inseridas, sendo um reflexo do seu Povo e da sua ordem natural. Esse é o pensamento de José Joaquim Gomes
Canotilho.
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Origem (histórico) do Poder Constituinte Originário:


O percursos do estudo do Poder Constituinte Originário foi o abade Emmanuel Joseph Sieyès. Ele divulgou às vésperas da Revolução
Francesa intitulado “Qu’est-ce que le Tiers État? ( O que é o Terceiro Estado?), um dos estopins que deflagraram a Revolução. Ali ele
apresentou as reivindicações do Terceiro Estado contestando as prerrogativas dos nobres e do alto clero.
Primeiro Estado: nobreza
Segundo Estado: Clero
Terceiro Estado: Burguesia - responsável pelas atividades de produção que culminavam na formação da riqueza do país, mas
completamente excluído do processo político.
Sem participação nas decisões políticas o Terceiro Estado (a rigor, a burguesia) passa a reivindicar seu papel na conformação política do
país.
“Em seu manifesto, Sieyés identificou que a formação da sociedade política passava por três fases. Num primeiro momento, haveria
somente a reunião dos indivíduos; na sequência, estes começariam a se organizar e debater, ainda que forma rudimentar, as melhores
fórmulas para satisfazerem suas necessidades básicas comuns. Mas como os componentes desse grupo vão se tornando muitos e se
espalhando por territórios cada vez mais amplos, tornar-se-ia inviável a manifestação direta de cada integrante sobre todos os assuntos. É
nesse contexto que passaria a ser necessária a delegação das decisões a alguns poucos indivíduos que, representantes legítimos dos demais,
decidiriam por todos. Ao apresentar seu conceito de representação política, Sieyés rompe com o ideal de participação popular direta
(Rousseau)para se chegar à vontade geral.

Precisamente no momento em que esta terceira fase de uma sociedade é alcançada, o autor preconiza ser essencial a organização desse
corpo de indivíduos por uma Constituição. Esta, segundo o abade francês, deveria ser criada pelo poder constituinte, titularizado pela
nação, entidade que sintetizaria a unidade política do povo, e que, em sua percepção, existiria antes de tudo e seria a origem de tudo. A
nação, enquanto titular do poder originário, seria soberana “para ordenar o seu próprio destino e o da sua sociedade, expressando-se por
meio da Constituição”.
Masson, Nathalia. Manuel de Direito Constitucional. 7 ed. Salvador: Juspodivim, 2019, p. 114
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O exercício do Poder Constituinte Originário na criação da CF/88

 A Constituição Cidadã, promulgada em 5 de outubro de 1988, tornou-se o principal símbolo do processo de


redemocratização nacional.

 Após 21 anos de regime militar, a sociedade brasileira recebia uma Constituição que assegurava mecanismos
para evitar abusos de poder do Estado.

 A Assembleia Nacional Constituinte, convocada em 1985 pelo presidente José Sarney, trabalhou durante 20
meses.

 Participaram 559 parlamentares (72 senadores e 487 deputados federais), com intensa participação da
sociedade.
Direito Constitucional I

O exercício do Poder Constituinte Originário na criação da CF/88

 Durante 05 meses, cidadãos e entidades representativas encaminharem suas sugestões para a nova Constituição.
 Cinco milhões de formulários foram distribuídos nas agências dos Correios. Foram coletadas 72.719 sugestões
de cidadãos de todo o País, além de outras 12 mil sugestões dos constituintes e de entidades representativas.
 O debate formal sobre a nova Constituição começou em Julho de 1985, com a Comissão Provisória de Estudos
Constitucionais, composta por 50 membros.
 O anteprojeto constitucional foi entregue em Setembro de 1986 e em Fevereiro de 1987, começaram os debates
oficias para a construção da nova Constituição.
 Em sessão solene, realizada no dia 5 de outubro de 1988, e com a participação das maiores autoridades do país e
de convidados do exterior, foi promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil.
 O texto final ficou composto por 315 artigos, dos quais 245 distribuídos por oito títulos das disposições
permanentes e 70 nas disposições transitórias.
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O exercício do Poder Constituinte Originário na criação da CF/88

Exercício do Poder Constituinte


Originário Revolucionário:
 Inicial
 Autônomo
 Incondicionado
 Ilimitado
 Permanente
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Poder Constituinte Derivado

Também chamado de Poder instituído, constituído, secundário, de segundo grau ou remanescente.


É criado/instituído pelo Poder Constituinte Originário.
O Poder Constituinte Derivado é o poder já estabelecido na própria Constituição pelo poder Originário, que está
inserido com o objetivo de legitimar a sua alteração quando necessária.

Conforme ensina Manoel Gonçalves Ferreira Filho:


“Embora grupo constituinte algum cuide de preparar a substituição da ideia de direito que incita a agir, a
experiência faz prever a necessidade futura de alterações ou complementações no texto que edita. Por isso é que
dispõe sobre a revisão da Constituição, atribuindo a um poder constituído o direito de emendá-la. Esse poder
instituído goza de um Poder Constituinte Derivado do originário. Sua Modalidade principal é o poder de modificar
formalmente a Constituição”.
Direito Constitucional I

Poder Constituinte Derivado

Ao contrário do seu instituidor que é inicial, ilimitado, incondicionado juridicamente, o Poder Constituinte
Derivado deve obedecer as regra impostas pelo originário, tendo como suas principais características:
 Limitado
 Condicionado
Pode ser classificado em:
 Reformador
 Decorrente
 Revisor
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Poder Constituinte Derivado REFORMADOR


É poder responsável pela alteração e ampliação do texto constitucional, que se manifesta através das emendas
constitucionais, bem como os tratados de Direitos Humanos com força de emenda constitucional.

A titularidade desse poder emana do povo, que, por sua vez, será representado pelo Congresso Nacional (Art. 60,
CF/88).
Tem por principais características ser:
a) Subordinado, porque retira a sua força do poder originário, previamente estabelecido;
b) Limitado, porque tem os seus limites definidos pelo poder originário, que estabeleceu o texto base
constitucional;
c) Condicionado, sendo que o seu exercício deve seguir as regras previamente estabelecidas na Constituição.
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Poder Constituinte Derivado REFORMADOR


Limitações à edição de emendas constitucionais:
1. Iniciativa: são titulares para apresentarem o projeto de emenda constitucional (Art. 60, I a III, CF/88):
a) o Presidente da República;
b) 1/3 dos membros da Câmara dos Deputados (171 dos 513) ou 1/3 dos membros do Senado Federal (27
dos 81);
c) mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades dos Estados, cada uma delas, manifestando-se
pela maioria relativa dos seus membros (13 dos 26 estados).
Obs: exemplo da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo: 47 dos 94 deputados (art. 27 CF).

2. Deliberação: a proposta deve ser discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional em 2 (dois) turnos,
sendo aprovada se obtiver, em ambas, 3/5 dos votos dos respectivos membros, ou seja, a maioria qualificada (Art.
60, §2, CF/88).
Câmara: 308 votos, no mínimo.
Senado: 49 votos, no mínimo.

3. Promulgação: as emendas são promulgadas pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o
respectivo número de ordem – não há participação do Executivo (veto ou sanção)
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Poder Constituinte Derivado REFORMADOR

O Poder constituinte derivado reformador está sujeito a limites, estes que tratam tanto da matéria do conteúdo da
emenda, até os procedimentos formais da promulgação, são estes os limites:
1. Material: Art. 60, §4, CF/88) - "cláusulas pétreas“:
a) forma federativa do Estado;
b) voto direto, secreto, universal e periódico;
c) separação dos Poderes e
d) direitos e garantias individuais

a) Circunstancial: é defeso que a Constituição Federal seja alterada durante diversas situações em que o Estado
esteja vivendo, como a vigência do estado de sítio, estado de defesa ou intervenção federal (Art. 60, §1, CF/88);

a) Temporal, ao passo que uma proposta de emenda constitucional é rejeitada ou prejudicada, a mesma matéria
não pode ser tratada através de nova proposta até nova sessão legislativa (Art. 60, §5, CF/88).
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Poder Constituinte Derivado DECORRENTE

Trata-se do poder de cada Estado-Membro (unidade federativa) em criar a sua própria Constituição estadual,
respeitando a supremacia da Constituição Federal.

Auto-organização: cada assembleia Legislativa, com os poderes constituintes definidos, deveriam elaborar a sua
Constituição do Estado dentro do prazo de 1 (um) ano, à partir da promulgação da Constituição Federal.

CF/88:
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios
desta Constituição.
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e
aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios
estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em dois turnos
com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos
os princípios estabelecidos nesta Constituição.
Direito Constitucional I

Poder Constituinte Derivado REVISOR OU REVISIONAL

 Art. 3˚ da ADCT (Atos das Disposições Constitucionais Transitórias),


 Necessidade do Congresso Nacional realizar uma "revisão constitucional" após 5 (cinco) anos da promulgação
da Constituição Federal.
 É um poder de revisar a Constituição por um processo legislativo menos dificultoso à forma das emendas
constitucionais.
 Tem eficácia exaurível, ao passo que fora realizada em 1993, originando 6 (seis) emendas de revisão.
 Não pode mais ser exercido, sendo que qualquer mudança na Constituição Federal atualmente só poderá ser
feito através de emendas, pelo poder Reformador.
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Poder Constituinte Difuso

Além do poder constituinte originário e do poder constituinte derivado, a doutrina define outras duas modalidades
de poder constituinte: o poder constituinte difuso.
Poder Constituinte Difuso
O poder constituinte difuso é um poder de fato e se manifesta por meio das mutações constitucionais (alterações
nos sentido interpretativo da norma)
Por meio da MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL, são dadas novas interpretações aos dispositivos da Constituição,
mas sem alterações na literalidade de seus textos, que permanecem inalterados. Constituem, portanto, alterações
informais, decorrentes de fatos e transformações políticas, econômicas e sociais.
É fundamental em decorrência da evolução das situações de fato sobre as quais a norma constitucional incide, além
das novas visões jurídicas acerca dessas situações.
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MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL:

O texto é o mesmo, mas o sentido que lhe é atribuído, é outro.


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MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL:

Art. 226, §3º da CF/88


ADPF 132 – julgamento em Maio de 2011
Direito Constitucional I

MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL:

Leitura para aprofundamento do Tema:

https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/tres-grandes-casos-de-mutacao-constitucional-
reconhecidos-no-stf/
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Poder Constituinte Supranacional

Além do poder constituinte originário e do poder constituinte derivado, a doutrina define outras duas modalidades
de poder constituinte: o poder constituinte difuso e o poder constituinte supranacional.
Poder Constituinte Supranacional
Busca sua fonte de validade na cidadania universal, pluralismo de ordenamentos jurídicos. Ele segue uma tendência
mundial de globalização do direito constitucional, ou ainda do transconstitucionalismo, matérias que buscam
sistematizar temas como os conflitos entre constituições ou poderes constituintes em um mesmo espaço político. A
definição de um poder constituinte supranacional se torna importante em contextos como o da União Europeia,
cujos países membros compartilham regras comuns que transcendem as fronteiras nacionais e que podem
apresentar verdadeiras características de Constituições.
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Nova Constituição e ordem jurídica anterior: recepção, repristinação e


desconstitucionalização

O que acontece com as normas que foram produzidas durante a vigência da Constituição anterior?, diante do
advento de uma nova Constituição?

Análise de 03 institutos:
1. Recepção
2. Repristinação
3. Desconstitucionalização
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Nova Constituição e ordem jurídica anterior: recepção, repristinação e


desconstitucionalização

1. Recepção
O fenômeno da recepção é aquele que trata sobre a adequação das normas infraconstitucionais anteriores ao novo
texto constitucional. À partir da edição de uma nova Constituição, a anterior é revogada, todavia, não
obrigatoriamente todas as normas perdem a sua validade. Desta forma, as que forem compatíveis com o novo texto
devem ser aproveitadas e ratificadas sob nova validade. Esta é a chamada recepção. A legislação anterior que se
adeque ao novo texto jurídico constitucional é recepcionada com as devidas alterações que possam ser necessárias.
As normas que não se adequem à nova ótica constitucional devem ser revogadas, posto que não passem pelo crivo
material e formal do seu conteúdo.

 Compatibilidade e não inconstitucionalidade (STF - Teoria da Inconstitucionalidade superveniente),


 Revogação ou inexistência de recepção
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Nova Constituição e ordem jurídica anterior: recepção, repristinação e


desconstitucionalização

2. Repristinação
O fenômeno ocorrerá quando um alei revogada volta a produzir efeitos se a lei revogadora vier a ser revogada. É,
de forma literal, a revalidação de uma norma anteriormente revogada, em que apresenta compatibilidade com a
Constituição vigente.
Não é automático. É necessária previsão expressa.
Exemplo:
A Lei nº. 1001/1934 foi produzida na vigência da CF de 1934 e foi revogada com a vigência ada CF/67 porque era
com esta incompatível.
Promulgada a CF/88 verifica-se a adequação/compatibilidade da Lei nº. 1001/1934 – Só represtina com previsão
expressa, ou seja, para que seja recebida, o texto da CF/88 teria que expressamente assim determinar.
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Nova Constituição e ordem jurídica anterior: recepção, repristinação e


desconstitucionalização

2. Desconstitucionalização
É o fenômeno pelo qual as normas da Constituição anterior, desde que compatíveis com a nova ordem, permanecem
em vigor, mas com o status de lei infraconstitucional.
Não é automático. É necessária previsão expressa na nova Constituição.
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FIM

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Direito Constitucional I. Ilanes, Miriany Cristini Stadler e outros. Editorial: Bookman/Sagah. Edição: 1.
Fazer a leitura do tema da aula.

Até a próxima aula!

Profª. Rafaela C Juliatto

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