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PRAÇAS:
HISTÓRIA, USOS E FUNÇÕES
Bruno Luiz Domingos De Angelis, Generoso De Angelis Neto,
Gabriela De Angelis Barros e Rafaela De Angelis Barros
CONSELHO EDITORIAL
Profª. Drª. Ruth Izumi Setoguti, Prof. Dr. Benedito Prado Dias Filho,
Prof. Dr. Carlos Alberto Scapim, Prof. Dr. Edson Carlos Romualdo,
Prof. Dr. Eduardo Augusto Tomanik, Prof. Dr. Edvard Elias de Souza Filho, Profª. Drª.
Hilka Pelizza Vier Machado, Prof. Dr. José Carlos de Sousa,
Prof. Dr. Luiz Antonio de Souza, Prof. Dr. Lupércio Antonio Pereira. Secretária: Maria
José de Melo Vandresen.
Bruno Luiz Domingos De Angelis
Generoso De Angelis Neto
Gabriela De Angelis Barros
Rafaela De Angelis Barros
PRAÇAS:
HISTÓRIA, USOS E FUNÇÕES
Coleção Fundamentum
nº 15
Maringá
2005
Divisão de Editoração Marcos Kazuyoshi Sassaka
Marcos Cipriano da Silva
Paulo Bento da Silva
Cristina Akemi Kamikoga
Luciano Wilian da Silva
Solange Marli Oshima
Capa – arte final Luciano Wilian da Silva
Marcos Kazuyoshi Sassaka
Projeto gráfico e Editoração eletrônica Luciano Wilian da Silva
Marcos Kazuyoshi Sassaka
Normalização Biblioteca Central - UEM
Tipologia Garamond
Tiragem 100 exemplares
ISBN 85-7628-029-9
Livraria Eduem
Av. Colombo, 5790 - Campus Universitário, 87020-900 - Maringá-Paraná
Fone/ Fax: (44) 261-4394
E-mail: livrariaeduem@uem.br
Índice
Prefácio ................................................................................................................ 1
Introdução........................................................................................................... 1
As praças no tempo ........................................................................................... 3
Ágora ..................................................................................................................... 4
Fórum romano ..................................................................................................... 5
Praça medieval ...................................................................................................... 6
Praça Maior (Plaza Mayor) ................................................................................. 7
Praça de Armas .................................................................................................... 8
Praça Renascentista.............................................................................................. 9
Praça Barroca........................................................................................................ 9
O Classicismo Inglês e a praça ........................................................................... 11
A praça no Brasil .................................................................................................. 12
A praça no Século XXI ....................................................................................... 14
Importância das Praças ..................................................................................... 16
Valores ambientais ............................................................................................... 16
Valores funcionais................................................................................................ 17
Valores estéticos e simbólicos ............................................................................ 17
A praça e o projeto ............................................................................................ 17
Criatividade ........................................................................................................... 18
A inserção da praça na malha urbana ................................................................ 18
Localização e distribuição ................................................................................... 24
Praça temática....................................................................................................... 25
Anseios da população lindeira à praça (ouvir a população) ........................... 25
Características e aptidão do terreno .................................................................. 26
Mobiliário e estruturas......................................................................................... 26
Características do entorno .................................................................................. 30
Disponibilidade de recursos financeiros ........................................................... 31
Disponibilidade de recursos humanos .............................................................. 32
Tipologia ............................................................................................................... 32
Metodologia para diagnóstico, levantamento e avaliação de praças .......... 34
Referências .......................................................................................................... 42
Sobre os autores ................................................................................................. 45
Prefácio
Reminiscências de infância reportaram-me a minha cidade natal
(Cornélio Procópio - PR), onde duas de suas praças, Brasil e Botafogo,
fizeram-me muito refletir e, sem sombra de dúvida, foram
determinantes na escolha da presente temática. Ainda com dez anos de
idade era assíduo freqüentador desses públicos espaços nas tardes
domingueiras, onde, por razões que sequer me lembro, juntava-me à
multidão que a ela acorria para ser “ator” em um caminhar sem fim por
seus passeios. A praça enchia-se de gente tal qual um formigueiro em
frenético labor. A pipoca “corria solta”, da mesma forma que a
paquera, a “fofoca”, o sorvete. Na praça havia vida, havia gente! Praça,
então, me era sinônimo de festa, encontro, confraternização; era a
praça enquanto agente de coesão social. Seu piso em petit pavè e seus
bancos de granitina simbolizavam, para mim, toda a ostentação e
primor arquitetônicos que uma cidade poderia oferecer aos seus
habitantes.
Esses mesmos bancos traziam inscritos em seu encosto
oferecimento os mais diversos: “das Casas Secos e Molhados ao povo
procopense”; vereador “fulano de tal” oferece a Cornélio Procópio; da
família “beltrano” aos seus concidadãos. Minha vista de adolescente
sonhador perpassava por aqueles dizeres e me fazia “viajar”: “quando
for grande vou ter meu nome gravado num desses bancos”. ...o tempo
passou... a praça mudou... do burburinho das pessoas das Praças Brasil
e Botafogo não resta sequer um murmúrio de lamento. Também não
inscrevi meu nome no banco de granitina...
Introdução
As praças são as mãos de uma cidade. Lugar de encontro, ou
promessa de encontrar. Esta palavra - que provem do latim
PLATEA, e esta do grego PLATÝS - resume o sentido da ágora
grega e do fórum romano: o espaço do público, da reunião.
(LLORCA, 1997, p. 3).
As praças no tempo
Do símbolo de liberdade (a ágora ateniense era o lugar onde, não
só era possível fazer reuniões, mas também onde cada um podia dar
sua própria opinião) ao símbolo de poder (o fórum romano era local de
comércio e de política popular), as praças foram reduzidas a um
estreito oásis de verde, ou a meros espaços de estacionamento, em uma
cidade que, com o seu destruidor poder urbano, não dá mais espaço ao
prazer de viver em coletividade, fazendo com que as pessoas tenham
perdido o encanto do estar junto e do confronto direto. Nesse
contexto o presente item mostra como tem se comportado a praça ao
longo do tempo. A História demonstra que a praça ocidental tem seu
embrião na ágora ateniense, local de reunião e discussão dos destinos
de muitas das cidades gregas. Da ágora, passando pelo Fórum romano,
pelas praças medievais, renascentistas e modernas, até chegar aos dias
de hoje, é possível constatar que as praças desempenharam – e
desempenham – papel de fundamental importância na vida citadina.
Ora como local de comércio, de encontro e sociabilização, de
espetáculos ou testemunho de religiosidade, esse espaço público tem
sofrido alterações, sobretudo física, ao longo da História.
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Ágora
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Fórum romano
O fórum romano diferencia-se da ágora por seu traçado
complexo, absolutamente desordenado, em que se misturam os
edifícios destinados a diversas funções - a basílica, a praça central, o
mercado, os templos e o teatro -, sem relação formal explícita entre eles
(MATAS COLOM et al.,1983; ORLANDI, 1994). A origem do fórum
romano remonta ao tempo em que Roma era constituída pela união de
várias tribos estrangeiras. O símbolo da união dessas tribos foi a
fundação de um mercado comum - o fórum -, com um lugar de
assembléia, que era também usado nos primeiros tempos para disputas
atléticas e gladiatóricas (LAVEDAN, 1926). Inicialmente, mero espaço
aberto localizado em uma zona baixa e pantanosa entre colinas
íngremes, o fórum romano cessa sua atividade de mercado por volta do
século IV e se torna uma verdadeira praça, quase seguindo o que
escrevera Aristóteles, apud Rossi (1995, p. 175): “A praça pública...
nunca será sujada por mercadorias e a entrada será vedada aos
artesãos... Distante e bem separada da cidade será a que é destinada ao
mercado...”. Precisamente na época de Aristóteles, o fórum vai se
cobrindo de estátuas, templos, monumentos, aparentemente privado de
ordem, onde as edificações imponentes formam uma estrutura que
cresce por recintos sucessivos. Combinação de ágora e acrópole, o
fórum romano não apresenta quaisquer características radicalmente
novas que não se conseguiria identificar em seu protótipo helenístico
(MUMFORD, 1982).
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Figura 3 – Praça medieval: planta da piazza del campo na cidade de Siena, Itália. Fonte: Cerone (1994)
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Praça Renascentista
É a partir do Renascimento que a praça se insere em definitivo
na estrutura urbana, sendo que aquelas estruturas - o largo do
mercado, o adro fronteiriço à igreja e outros espaços vazios -
existentes na cidade medieval não são ainda verdadeiras praças. As
praças renascentistas, através do artifício da perspectiva, foram
enriquecidas de novos elementos: os pórticos criaram visuais
filtrantes; fontes, colunas, obeliscos e pavimentação acentuaram seu
caráter axiforme (GIEDION, 1961; CALCAGNO, 1983). Nesse
período histórico, a praça se converte em um dos principais
elementos urbanísticos para transformação e embelezamento das
cidades. Ela é entendida como um recinto ou lugar especial, e não
apenas um vazio na estrutura urbana. Muito mais do que valor
funcional, a praça adquire valor político-social, e também o máximo
valor simbólico e artístico (MATAS COLOM et al., 1983).
Praça Barroca
O Barroco enquanto manifestação artística distingue-se do
Renascimento, segundo Wolffin apud Lamas (1993, p. 170), “[...] Por
um grande sentido de direção e movimento, recorrendo ao poder da
emoção para comover e subjugar com a força de seu impacto cênico”.
Aliado ao seu caráter dinâmico, as praças barrocas caracterizam-se por
um postulado fundamental que é a imaginação, e seu fim é o de
persuadir, envolver, de criar uma nova realidade (CERONE, 1994). Na
busca de tais objetivos projetaram-se grandiosas e impressionantes
praças, como a Piazza del Popolo, a Piazza Spagna e a Piazza di San Pietro,
todas em Roma.
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Figura 4 – Praça barroca: desenho esquemático da piazza di San Pietro na cidade de Roma, Itália. Fonte:
Unwin (1984)
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Figura 5 – Praça barroca: desenho esquemático da place royale situada na cidade de Paris, França, 1612.
Fonte: Webb (1990)
1 Pai e filho, ambos de nome JOHN WOOD. Arquitetos ingleses que a partir de 1727 dirigiram os
trabalhos de renovação da cidade termal de Bath, na Inglaterra.
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Figura 6 – Classicismo inglês - novas formas urbanas: crescent (Bath/Inglaterra). Fonte: Lamas (1993)
A praça no Brasil
No percurso de cada século, os jardins tiveram suas interpretações
e características ligadas ao pensamento paisagístico do período,
influenciadas pelo amor à natureza, principalmente no que diz respeito
à atividade de planejamento. Somente no final do século XVIII é que
no Brasil a tentativa de reaproximar-se do meio ambiente natural,
organizando-o a partir de uma ordem e de um princípio humanos, fará
com que os jardins sejam adaptados às nossas particularidades,
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Praças: História, Usos e Funções
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2De acordo com Wilfried KOCH (1982), o modernismo artístico tem origem em diferentes países, com
diferentes características e denominações. Dessa forma vamos encontrar o Estilo Liberty na Itália (1890-
1910); Art Nouveau na França (1890-1910); o Modernismo na Espanha (1880-1925); Jugendstil na
Alemanha (1890-1925); e Arts and Crafts na Inglaterra (1888-1910).
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Valores ambientais
Melhoria na ventilação e aeração urbana. Metrópoles padecem
atualmente de problemas devido à poluição atmosférica. O espaço
livre urbano, não só o público, mas todo e qualquer espaço livre, é
importante para permitir a circulação de ar, facilitando a dispersão
dos poluentes.
Melhoria da insolação de áreas muito adensadas.
Ajuda no controle da temperatura. A vegetação arbórea colabora no
sombreamento das ruas e praças e as superfícies vegetadas
(canteiros) não absorvem nem irradiam tanto calor quanto os pisos
processados, como asfalto, concreto, cimentados. Em cidades
muito quentes, principalmente do Norte, Nordeste e Centro-oeste
do país, a utilização da vegetação é importante para o controle da
temperatura.
Melhoria na drenagem das águas pluviais com superfícies
permeáveis, que absorvem parte das águas e diminuem sua
velocidade de escoamento, devido à rugosidade das superfícies
plantadas, evitando, assim, enchentes. Atualmente, devido ao
processo maciço de impermeabilização do solo, as cidades
enfrentam problemas que podem ser minimizados com uma correta
política de implantação e distribuição de áreas permeáveis.
A praça e o projeto
Não há “receita pronta” para se projetar uma praça. Cada um
desses espaços inseridos na malha urbana deve apresentar uma
“identidade” própria, uma feição que o torne referencial em um espaço
maior (bairro, por exemplo). De acordo com De Angelis (2000),
diversos são os fatores que concorrem para a melhor elaboração do
projeto, conforme apresentado na seqüência:
criatividade
inserção na malha urbana
localização e distribuição
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praça temática
anseios da população lindeira à praça (ouvir a população)
características e aptidão do terreno
mobiliário e estruturas
características do entorno
disponibilidade de recursos financeiros
disponibilidade de recursos humanos
tipologia
Criatividade
Criatividade é a mola que imprime um caráter diferenciado ao
projeto de uma praça. É claro que não se constrói coisa alguma se não
se tiver recurso financeiro. Por outro lado, muitas vezes com pouco
dinheiro implanta-se interessante espaço público. Praça não é,
necessariamente, um logradouro onde se deva ter toda parafernália de
equipamentos e/ou estruturas. Confunde-se o que seja um bom
projeto de espaços públicos com a necessidade de se fazer obras
grandiosas que destaque a ação política de um prefeito. Muitas vezes
uma praça com gramado bem cuidado, árvores e, quando muito, alguns
bancos, satisfazem muito mais que uma outra em que se entulhou de
obras. É na criatividade do projetista que reside grande parte do
sucesso de uma praça e seu uso continuado pela população.
Criatividade se traduz por fugir dos lugares comuns: os desenhos
clássicos; a praça entulhada por plantas; os caminhos retos; a
proporcionalidade entre os elementos; a repetição dos motivos; a
artificialidade; a falta de significância para cada componente do
logradouro. Criatividade é resultado não só da emoção que se coloca
naquilo que se faz, mas também do estar atento (percepção) àquilo que
as pessoas esperam do espaço a ser trabalhado.
A inserção da praça na malha urbana
Uma cidade tem por espinha dorsal de sua estrutura as vias
públicas, sendo que, de toda infra-estrutura urbana, é a viária a primeira
a se fazer presente, remontando a Roma antiga (ZMITROWICZ; DE
ANGELIS NETO, 1997). Seus cruzamentos e interseções determinam
não somente o fluxo de automóveis pela urbe, mas também o
surgimento de logradouros públicos, no caso de interesse da presente
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PRAÇA PRAÇA
4 Praça Rocha Pombo, Presidente Kennedy, José Bonifácio, Sete de Setembro, Rotary Internacional,
Geofrey Wild Diment, da Catedral, Manoel Ribas, dos Expedicionários, Pio XII, 21 de Abril, Deputado
Heitor Alencar Furtado, sem denominação (localizada à Av. Carlos Correia Borges com Anel Viário),
Pioneiro Julio Ribeiro Vilella, Pioneira Thereza R. Barriquelli Covre, Emílio Farjado Espejo, Megumi
Tanaka, das Palmeiras, Pioneiro Jacinto Ferreira Branco, Atleta Reinaldo G. Bittencourt, Arnaldo
Armstrong de Oliveira, Ney Braga, sem denominação (localizada à Av. Antônio Ruiz Saldanha com Anel
Viário), sem denominação (localizada à Av. Pioneiro Maurício Mariani com Anel Viário), Luiz Gonzaga,
Henrique Fregadolli, Jitsuji Fujiwara, das Américas, Senador Abilon Souza Naves, Pioneiro Bento de
Freitas da Silva, da Independência, Pioneiro Galilleu Rigolin, Vila Rica, São Vicente, Ouro Preto,
Farroupilha, Regente Feijó, Emygdio de Britto, Largo Pioneiro Irineu Murazi, Raphaelha Name
Lucchesi.
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Praças: História, Usos e Funções
Subtipo (c)
Formada a partir de uma via que cruza uma segunda que, por sua
vez, está circundando o espaço em questão. Essa interceptação de vias
acaba por propiciar o aparecimento de uma praça descontínua, ou seja,
há o surgimento de dois “bolsões”, criados em ambos os lados de uma
das vias. Nesse caso, como resultado, tem-se uma praça circular bipartida
(figura 8c). A exemplificar o subtipo em questão temos um único
representante em Maringá - Praça Ary Barroso.
Subtipo (d)
Esse subtipo propicia o aparecimento de praças que se
comportam como “alças” dentro da trama urbana, visto serem
formadas pela interceptação de uma via retilínea com outra que
apresenta traçado semicircular (figura 8d). Três praças compõem esse
subtipo: das Bandeiras, Nilza de Oliveira Pipino e Pioneiro Fiori
Progiante.
Subtipo (e)
O espaço se forma em um ângulo resultante da interseção de duas
vias, sem que estas interrompam a continuidade da praça. Na parte
posterior da praça encontram-se edificações (figura 8e). Um único caso
a ilustrar o presente subtipo - Praça Largo das Garças.
PRAÇA PRAÇA
PRAÇA
Figura 8 – Esquema das praças de Maringá conformadas por duas vias. Fonte: De Angelis (2000)
PRAÇA
PRAÇA
5 Ministro Antônio Oliveiro Salazar, Vereador Malaquias de Abreu, Amábile Giroldo, Pioneiro Antônio
Laurentino Tavares, Londrina, sem denominação (localizada às Avenidas Gastão Vidigal e Centenário),
Pioneiro Olímpio Forcelli, sem denominação (localizada à Rua Mitsuzo Taguchi com Luiz Carlos Sossai),
sem denominação (localizada à Rua Alexandra com Nicarágua), Maestro Aniceto Matti, Professor Ester G.
Josepetti, Professor Ary de Lima, Júlio Jerônimo dos Santos, Professora Nadir Aparecida Cancian, Olinda,
sem denominação (localizada às Avenidas Jinroku Kubota com Lucílio de Held), Largo Júlio do Carmo
Esteves, sem denominação (localizada à Av. Alziro Zarur), Zumbi dos Palmares, sem denominação
(localizada à Rua Antônio Tait com Olivar F. de Paiva).
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Subtipo (h)6
Origina praças quadrangulares ou retangulares, frutos que são do
cruzamento de quatro vias, sendo duas a duas paralelas entre si (figura
10h).
Subtipo (i)
É o caso da praça triangular bipartida, conformada por duas vias
que se interceptam ortogonalmente, e duas outras que, ao se cruzarem,
formam o vértice de um triângulo. A praça, nesse caso, é secionada em
duas partes (figura 10i). Os exemplos em Maringá são: Praça dos
Sertões e Lions.
PRAÇA
PRAÇA PRAÇA
6 Praça Nações Unidas, Napoleão Moreira da Silva, Largo General Osório, Largo Pioneiro José Inácio da
Silva, Pedro Álvares Cabral, sem denominação (localizada à Rua Gebel com Alfredo Braido), da Glória,
Cidade de Bréscia, do Aeroporto, Sagrado Coração de Jesus, sem denominação (localizada à Rua São
Lourenço com Diogo Zuliani), Santo Antônio, Santa Isabel, Emiliano Perneta, Raposo Tavares, Juiz
Fernando Antônio Vieira, da Capela, Nossa Senhora da Aparecida, Vereador Eurico Vieira Guido, Salgado
Filho, Elídio Neto Laranjeira, São Benedito, Deputado Renato Celidônio, Vicente Simino, Professora Rachel
D. P. Pintinha, José Bertoni, Vereador Oswaldo Vieira, General Gomes Carneiro, sem denominação
(localizada à Rua Projetada 45-6 com Projetada 45-7).
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PRAÇA
PRAÇA
Figura 11 - Esquema das praças de Maringá conformadas por cinco vias. Fonte: De Angelis (2000)
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MURO DE CONTENÇÃO
MURO DE CONTENÇÃO
Figura 13 – Desenho esquemático de banco adaptado sobre mureta. Fonte: De Angelis (2000)
Palmeira
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Árvore
Árvore
Figura 16 – Desenho esquemático de banco com assento reto e encosto “serpenteado”. Fonte: De Angelis
(2000).
Figura 17 – Desenho esquemático de banco recuado em que se aproveitou o muro de contenção como
encosto. Fonte: De Angelis (2000)
Figura 18 – Desenho esquemático de banco coletivo em foma de “U”. Fonte: De Angelis (2000)
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Figura 19 – Desenho esquemático de luminárias tipo poste com um, dois, três e quatro globos,
respectivamente. Fonte: De Angelis (2000)
Figura 20 – Desenho esquemático de luminárias tipo super poste encimada por “tulipa”, bifurcada e
encimada por “trevo”, respectivamente. Fonte: De Angelis (2000)
Características do entorno
Uma praça não é um elemento aleatório no conjunto da cidade,
mas algo que compõe e interage com todos os outros espaços públicos
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*AR Espécie arbórea - *AB Espécie arbustiva - *PA Palmácea - *FR Forração
** Quantidade
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5. OCUPAÇÃO
6. EM MÉDIA, QUANTAS HORAS VOCÊ TRABALHA POR SEMANA?
7. EM MÉDIA, QUANTO TEMPO VOCÊ DEDICA AO LAZER?
8. NOS SEUS DIAS DE FOLGA, NA MAIOR PARTE DAS VEZES, VOCÊ:
( ) FICA EM CASA ( ) SAI
9. QUANDO VOCÊ FICA EM CASA NOS DIAS DE FOLGA, O QUE MAIS FAZ
(ATÉ 3 OPÇÕES)?
10. QUAIS LUGARES (ATÉ 3) VOCÊ COSTUMA FREQÜENTAR NOS SEUS DIAS
DE FOLGA?
11. VOCÊ FREQÜENTA ALGUMA PRAÇA?
( ) SIM - QUAL (OU QUAIS)?
( ) NÃO - POR QUÊ?
SE A RESPOSTA À PERGUNTA ACIMA FOR NEGATIVA, PASSE DIRETAMENTE
PARA A DE N.º 18.
12. QUAL, OU QUAIS DIAS DA SEMANA VOCÊ VAI À PRAÇA?
( ) DURANTE A SEMANA ( ) SÁBADO ( ) DOMINGO ( ) FERIADOS
13. EM QUE PERÍODO VOCÊ VAI COM MAIS FREQÜÊNCIA À PRAÇA?
( ) MANHÃ ( ) TARDE ( ) NOITE
14. EM MÉDIA, QUAL É O SEU TEMPO DE PERMANÊNCIA NA PRAÇA?
15. QUAL, OU QUAIS, OS MOTIVOS QUE O LEVAM A UMA PRAÇA?
16. O QUE MAIS GOSTA E O QUE MENOS GOSTA NA(S) PRAÇA(S) QUE
FREQÜENTA?
17. O QUE VOCÊ ACHA NECESSÁRIO MELHORAR NAS PRAÇAS QUE
FREQÜENTA?
18. QUAL É SUA OPINIÃO SOBRE AS PRAÇAS DA CIDADE?
_________________________________________________________________
Fonte: De Angelis (2000).
Praça, piazza, plaza, place, platz, square,... Espaço público, “cenário
da vida urbana”, “palco coletivo”,... Urbanistas, arquitetos, geógrafos,
sociólogos,..., definiram-na, conceituaram-na, caracterizaram-na.
Deram-lhe funções e atributos os mais diversos. Ocupada por reis,
desocupados, prostitutas e pelo cidadão comum, já teve dias de
grandeza, e hoje vai encolhendo, encolhendo, encolhendo, encolhendo,
encolhendo, encolhendo, encolhendo, ,...
encolhendo
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Referências
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Praças: História, Usos e Funções
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Praças: História, Usos e Funções
Sobre os autores
Bruno Luiz Domingos De Angelis é professor Doutor do Departamento
de Agronomia e dos Programas de Pós-Graduação em Agronomia
(PGA/UEM) e Pós-Graduação em Geografia (PGE/UEM).
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