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XVII Congresso do Partido Socialista

Sessão de Encerramento

Intervenção do Secretário-Geral

José Sócrates

10-04-2011

1. Saudações

Caro Presidente do Partido Socialista, amigo e camarada

Almeida Santos;

Caros membros da Comissão de Honra e da Mesa do

Congresso:

Cumprimento os membros da nova Comissão Nacional do

Partido Socialista. A vossa eleição demonstra a unidade e a

força do PS.

Cumprimento o Presidente da Câmara Municipal de

Matosinhos, o nosso camarada Guilherme Pinto. É notável o

progresso deste concelho e das suas gentes laboriosas. E

este é mais um exemplo da diferença que faz o PS: a gestão

autárquica do PS melhora efectivamente as condições de

vida das populações!

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Saúdo também o Presidente da Federação do Porto do

Partido Socialista, o nosso camarada Renato Sampaio, e

todos os militantes do distrito.

Dirijo agora palavras de reconhecimento e incentivo à

Juventude Socialista, à Tendência Sindical Socialista e ao

Departamento das Mulheres Socialistas. Todos contribuem

para a vitalidade, a energia e a modernidade do PS, um

partido que se dirige a todos os Portugueses, de todas as

condições.

Saúdo o Presidente e todos os militantes do PS-Açores. E

meu caro Carlos César: o teu trabalho à frente do Governo

Regional dos Açores mostra bem como a autonomia

regional pode e deve ser conjugada com rigor e

responsabilidade, com solidariedade nacional e com

democracia adulta.

Saúdo também o Presidente e todos os militantes do PS-

Madeira. Quero dizer-lhes, em nome de todo o PS, que

podem contar com o nosso apoio, nos combates que se

avizinham e que incluem a eleição regional do próximo

Outono. O PS-Madeira lidera a construção de uma

alternativa de rigor, transparência, convivência democrática

e desenvolvimento para a Região Autónoma da Madeira. E

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tem, nesta sua tarefa histórica, a solidariedade e o apoio de

todos os socialistas.

Cumprimento todos os Congressistas, com uma palavra

especial para os delegados que, vindos de todas as partes

do mundo, representam o PS nas comunidades

portuguesas.

Em meu nome e no nome de todos vós, dou também as

boas-vindas aos nossos convidados.

Saúdo o Chefe da Casa Civil do Senhor Presidente da

República.

Saúdo o Representante da Entidade de Contas do Tribunal

Constitucional.

Saúdo os senhores Embaixadores e elementos do Corpo

Diplomático; e saúdo os representantes dos partidos

estrangeiros e do Partido dos Socialistas Europeus, que

tanto nos honram com a sua participação.

Cumprimento ainda, com respeito e consideração

democrática, os partidos políticos portugueses que

aceitaram o nosso convite e estão aqui representados. Eis

uma boa tradição da nossa democracia, que o PS cultiva

com gosto e honra. É um prazer ter-vos connosco, neste

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momento que é também a afirmação da democracia

pluralista e pluripartidária. Saúdo e agradeço, portanto, a

presença das delegações do PSD; do CDS; do Bloco de

Esquerda; do PCP; e do PEV.

Cumprimento igualmente os representantes dos parceiros

sociais – da CAP, da CIP, da Confederação do Comércio, da

Confederação do Turismo, da CGTP e da UGT. Sabem, por

experiência própria, que o PS é um partido empenhado na

concertação social. Pois é assim que o PS vai continuar:

defensor e praticante do diálogo social, a bem dos

trabalhadores e das empresas.

Saúdo os representantes da Associação Nacional de

Municípios e da Associação Nacional de Freguesias e,

nelas, o poder local democrático.

Saúdo os representantes das ordens profissionais, das

instituições da economia social e das associações que

quiseram honrar-nos com a sua presença.

Saúdo a Associação 25 de Abril e, nela, os militares de Abril.

Cumprimento, em suma, todas as convidadas e todos os

convidados. E deixem-me dirigir uma palavra final de

reconhecimento aos que trabalharam na preparação deste

Congresso de Matosinhos. Aceita, caro Joaquim Raposo,

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como Presidente da Comissão Organizadora, e em nome de

todos, uma palavra de felicitações e agradecimento.

Caras e caros Camaradas:

2 Um Partido Unido, mobilizado e determinado

Este Congresso foi uma lição para muita gente! Que Partido

Socialista é este que os portugueses puderam ver aqui, reunido

em Congresso?

Os portugueses puderam ver aqui, em primeiro lugar, um Partido

unido. Sim, um Partido unido. Porque este Congresso foi uma

grande lição de unidade. A unidade de todo o Partido na

afirmação dos seus princípios e dos seus valores; a unidade de

todo o Partido na defesa do seu trabalho no Governo, ao serviço

do País e na defesa do seu projecto para o futuro de Portugal.

Mas este Congresso mostrou também um Partido mobilizado.

Mobilizado e de que maneira!! E de que maneira! Mobilizado, com

toda a sua força, para defender Portugal e para lutar pela vitória

nas próximas eleições de 5 de Junho!!

Neste Congresso o PS deu também, uma grande lição de energia

e determinação. A determinação de quem não esmorece. A

determinação de quem não se resigna. A determinação de quem

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está aqui para enfrentar e para superar as dificuldades, ao lado

dos portugueses, ao lado das famílias, ao lado das empresas, em

defesa do interesse nacional e de um futuro melhor para todos.

Mas este Congresso mostrou também aos Portugueses que o PS

é um partido com ideias conhecidas e claras. A nossa agenda não

é uma caixinha de surpresas, feita de ideias vagas e de palavras

vazias. Os portugueses sabem onde nos podem encontrar. O

nosso lugar é o centro-esquerda, democrático, moderno e

europeu. Defendemos a consolidação das contas públicas, com

um programa de medidas credível e conhecido. Defendemos a

promoção do investimento económico, de modo a gerar mais

emprego e riqueza nacional. Defendemos a protecção social do

Estado, com serviços públicos fortes, eficientes, acessíveis a

todos e a todos garantindo igualdade de oportunidades.

Defendemos a modernização da nossa sociedade, com mais

qualificação e mais tecnologia, mas com menos burocracia para

os cidadãos e menos burocracia para as empresas. Defendemos

a iniciativa, a inovação, o empreendedorismo. Estamos ao lado

daqueles que não temem correr riscos e querem contribuir com o

seu talento para o progresso do País. Defendemos uma visão

universalista para o nosso País, o prestígio de Portugal no Mundo,

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o empenhamento activo no Conselho de Segurança das Nações

Unidas, a participação plena no projecto europeu, a defesa da

lusofonia e a ligação estreita com as comunidades portuguesas

espalhadas pelo Mundo.

Este é o Partido Socialista, o grande partido da esquerda

democrática, que sempre soube, nos momentos mais difíceis,

identificar e defender o interesse nacional. O partido da liberdade.

O Partido da igualdade. O Partido da modernidade. O Partido da

solidariedade social!

Um partido, pois, unido, mobilizado, com sentido de

responsabilidade e com ideias claras para o País. E se há coisa

de que Portugal hoje precisa, é responsabilidade, maturidade

política e ideias claras.

3.

Quero dirigir-me a todos os portugueses que nos acompanham.

Portugal foi arrastado para uma crise política que era totalmente

evitável. Essa crise foi provocada no pior momento possível.

Sabemos quem provocou essa crise: foram todos os partidos da

Oposição – extrema-esquerda e direita - unidos numa aliança

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contranatura, sem coerência nem alternativa. Unidos para destruir,

não para construir fosse o que fosse. Sabemos porque

provocaram essa crise: por ambição de poder. Ambição de poder.

Ambição de poder a qualquer custo.

E sabemos as graves consequências desta crise: a subida

vertiginosa dos juros da dívida soberana, a descida brutal do

“rating” da República, dos bancos e das empresas públicas. Esta

crise empurrou o País para a ajuda externa!

Poucos momentos haverá em que a leviandade política e o

calculismo partidário provocaram danos tão graves e tão

profundos no interesse nacional. Poucos momentos haverá em

que são tão evidentes as consequências devastadoras para a vida

das pessoas, da irresponsabilidade e da sofreguidão pelo poder.

Vejo agora que os autores desta crise preferem que não se fale

nisto. Querem à viva força que não se discuta o assunto. Que se

passe ao lado da questão. Agora, dizem eles, o que interessa è

falar do que temos pela frente, que o passado é o passado. Mas

quem fala assim, é porque tem a consciência pesada. Mesmo

muito pesada! Esta má consciência mostra bem a gravidade do

que fizeram e do que tentam agora esconder.

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Mas era só o que mais faltava! O País ser conduzido para uma

crise política absurda. O País ser arrastado para a ajuda externa.

E ser agora proibido discutir o assunto, apagando as

responsabilidades de quem prejudicou o País. Não, lamento. O

caso é demasiado grave. Não há fuga possível às

responsabilidades políticas por esta crise!

Há uma pergunta muito simples, que é mesmo a pergunta básica

de uma democracia: então o povo não se pode pronunciar, nas

urnas, sobre a irresponsabilidade dos que arrastaram o país para

uma crise política perfeitamente evitável? Então o povo não pode

responder, com o seu voto, à irresponsabilidade dos causadores

de instabilidade política? Então o povo não se pode pronunciar

sobre aquela extraordinária, simbólica e marcante posição política

“i-rre-du-tível”? Mas alguém quererá confiscar ao povo o seu

direito de avaliar a rresponsabilidade das oposições que

desprezaram o interesse nacional e tiraram o tapete ao seu

próprio País? Porque foi mesmo isso: tiraram o tapete ao País! E

tiraram o tapete ao País no momento em que o País mais

precisava de uma oposição com sentido do interesse nacional.

4.

Caros Amigos:

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Realmente, o que, na actual crise política, mais conta é a

capacidade de liderança. Não a liderança na agenda mediática,

mas sim a liderança no Estado e na sociedade. E liderar quer

dizer ter responsabilidade, demonstrar elevação, saber propor e

saber agir.

Já o disse e quero aqui reafirmá-lo: a gravidade da situação

presente torna absolutamente necessário que das próximas

eleições saia um Governo maioritário. Um Governo forte, que se

baseie num verdadeiro compromisso social e político pela reforma

e pela modernização do País.to

É por isso que digo com clareza: este não é o momento para

dispersar votos em partidos que vivem apenas do protesto, que se

auto-excluem de qualquer entendimento e que nunca, nem no

passado, nem no presente, estão disponíveis para construir seja o

que for.

O momento é de concentrar vontades e votos na escolha da

liderança política para que Portugal consiga enfrentar com

sucesso os difíceis desafios da hora presente. Nós, socialistas,

estamos prontos a assumir essa liderança. A liderança política de

um compromisso estável e coerente, que possa contar como

apoio das forças mais modernizadoras da sociedade portuguesa,

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das universidades, das empresas, dos parceiros sociais.

Compromisso estável e coerente, sim. Compromisso que permita

a mobilização social, em torno de um verdadeiro pacto para a

competitividade e para o emprego, que reúna os parceiros sociais

e que, ao mesmo tempo que se garante o financiamento da

economia, assuma objectivos claros e medidas concretas para a

promoção do crescimento económico e para a qualificação e

protecção dos trabalhadores.

E nós sabemos do que estamos a falar. Temos a experiência do

nosso lado. Temos a experiência de vários acordos de

concertação social, em áreas tão importantes como a reforma da

segurança social, a legislação laboral, a promoção da negociação

colectiva ou o aumento do salário mínimo. Temos a cultura política

do diálogo e do compromisso. E é isso que queremos pôr ao

serviço do País neste momento.

Mas aqui neste Congresso, o Partido Socialista reafirma a sua

identidade, a sua linha política, o seu compromisso com o País.

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Nós estamos do lado da reforma e da modernização dos serviços

públicos. Mas queremos serviços públicos fortes, modernos e

acessíveis a todos os Portugueses.

Nós estamos do lado da sustentabilidade financeira da protecção

social. Estamos do lado do rigor na protecção social do Estado.

Gastando melhor os recursos e fiscalizando mais as prestações

sociais. Mas nós queremos a protecção social do Estado.

Queremos uma Segurança Social pública. Queremos um serviço

público de educação. Queremos o Serviço Nacional de Saúde.

Nós estamos do lado de quem quer favorecer a flexibilidade e a

adaptabilidade das empresas e combater os factores de rigidez no

mercado de trabalho. Mas não aceitamos os despedimentos sem

justa causa nem os contratos a prazo orais, porque o que nós

queremos é a protecção do trabalho e do emprego, contra a

arbitrariedade e a precariedade.

Sentido do compromisso. Princípios claros. Pontos de partida

transparentes. Os portugueses podem contar com o PS na busca

dos entendimentos que a situação nacional exige.

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Deste Congresso sai um Partido Socialista com ideias claras e

vontade firme. Um Partido à altura deste tempo. Um Partido para

servir o País.

5.

Mas quero responder à questão política mais importante do

momento. E para dizer que Portugueses podem contar, desde já,

com a assunção plena das suas responsabilidades pelo PS.

E deixem-me ser totalmente claro a propósito deste ponto,

muitíssimo importante.

Vejo que alguns dos que provocaram esta crise política,

precipitando eleições antecipadas, ensaiam agora um jogo de

empurra, como se não lhes competisse fazer nada para remediar

o mal que provocaram. Vejo que alguns a única coisa em que

pensam é sacudir a água do capote. Vejo que alguns se andam a

esconder atrás dos arbustos. Sim, atrás dos arbustos. Sem

apresentarem as suas ideias, sem apresentarem as suas medidas

e sem apresentarem as suas propostas. E nós sabemos porquê:

eles fogem a comprometer-se não porque estejam a pensar no

País mas porque estão a pensar apenas nas eleições!

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Pois bem: chega de aventuras, chega de jogar às escondidas,

chega de irresponsabilidades. O momento exige elevação política

e sentido de Estado. Repito: o momento o exige elevação política

e sentido de Estado.

O Governo assumirá a responsabilidade de liderar as negociações

com as instituições europeias sobre o programa de assistência

financeira, de modo a que o País não corra riscos no

financiamento do Estado, do sistema bancário e da economia. E

sem outros comentários lembro apenas que, como já foi decidido

pelas instituições europeias, a base destas negociações será o

Programa de Estabilidade e Crescimento apresentado pelo

Governo e já apoiado em Bruxelas. E quero dar ao País esta

garantia: da nossa parte não haverá jogo do empurra. Nós só

queremos que isto corra bem para Portugal, porque do se trata é

do interesse nacional. Asseguraremos, por isso, o

acompanhamento deste processo por parte de todos os órgãos de

soberania e por parte dos partidos políticos. E o que espero é que

desta vez haja sentido das responsabilidades, consciência dos

superiores interesses do País e apoio ao Governo de Portugal

nesta difícil negociação que é crucial para o futuro dos

portugueses.

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Os portugueses podem estar seguros. Não encontrarão o PS

escondido atrás dos arbustos ou a assobiar para o lado.

Encontrarão o PS, também aqui, também agora, sem olhar a

outros interesses que não o interesse nacional. Encontrarão o PS,

e o Governo do PS, sem hesitações nem subterfúgios, a defender

os interesses de Portugal nas duras e difíceis negociações a que

a irresponsabilidade política da Oposição nos conduziu.

7.

Caras e caros Camaradas:

Encerrando este nosso Congresso, dirijo-me às Portuguesas e

aos Portugueses. A todos quero dirigir uma palavra de serenidade

e de confiança. Sei que há muita gente preocupada e inquieta. E

compreendo, compreendo muito bem as vossas inquietações.

Partilho inteiramente esse vosso sentimento. Esta crise

internacional atingiu duramente a economia portuguesa. Fez subir

o desemprego. Tornou a vida mais difícil para muitas empresas e

para muitas famílias. A consolidação das contas públicas exigiu

um grande esforço da parte de todos. E agora, ainda por cima, de

um momento para o outro, a sede de poder de uns quantos

acrescentou à crise económica esta irresponsável crise política,

com consequências muito graves. Muito graves para a

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credibilidade do Estado. Muito grave para a saúde das finanças

públicas e do próprio sistema financeiro. Temos pela frente a

negociação de uma ajuda externa que tudo fizemos para evitar. E

não sabemos ainda, exactamente, o que é que vai ser exigido ao

País.

Por isso quero dar-vos a garantia de que o Governo do Partido

Socialista continuará a ser um referencial de segurança. U defesa

de Portugal. Este não é tempo para embarcar em aventuras ou

para governantes à experiência. Não é tempo para ideias

perigosas, nem para desvios por caminhos arriscados. O tempo

não é de rupturas nem de cartilhas ideológicas radicais. O tempo

é de garantir o essencial: garantir segurança às pessoas, garantir

segurança às famílias.

Este não é tempo para desenterrar um preconceito absurdo contra

o Estado. Porque é nos momentos de crise que os portugueses

mais precisam da acção e da protecção do Estado. Mais precisam

da sua Segurança Social pública. Mais precisam do seu Serviço

Nacional de Saúde. Mais precisam da sua escola pública. Mais

precisam dos seus transportes públicos. Porque tudo isso conta.

Tudo isso faz a diferença na vida de todos os dias. Tudo isso é

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necessário para uma sociedade mais justa e com mais igualdade

de oportunidades.

O tempo não é de abrir mão de uma Caixa Geral de Depósitos

pública, que continue a ser um referencial de segurança e de

estabilidade no nosso sistema financeiro. O tempo é, isso sim, de

combater a evasão fiscal e de garantir que os que têm mais

rendimentos paguem mais com os seus impostos para o esforço

que o País precisa de fazer!

E o País não se pode dar ao luxo de interromper o caminho que

está a ser percorrido. Nos três primeiros meses deste ano, a

despesa pública baixou, como nunca tinha acontecido e a receita

aumentou. O défice, por isso, caiu. Isto quer dizer que o objectivo

orçamental para 2011, de reduzir o défice para 4,6% do PIB, está

ao nosso alcance.

E o País que está para além do estreito círculo político, o País que

está para além do universo fechado dos jogos de poder, esse País

quer trabalhar, quer gerar riqueza, quer ter iniciativa, quer

qualificar as suas gentes e quer modernizar-se e modernizar as

suas instituições. Apesar da crise, o dado mais recente diz-nos

que as exportações portuguesas subiram 21%. 21%! Isto é uma

grande lição de um País que não se resigna e que tem futuro. Um

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País que está a fazer um caminho que não nos podemos dar ao

luzo de travar e fazer regredir.

É este imenso Portugal que aqui saúdo. É nele que penso, é ele

que me guia. É com ele e é para ele que procuro, com todo o vigor

de que sou capaz, vencer as dificuldades e superar os bloqueios.

Porque é nele que projecto um horizonte de ambição, de vontade

e de querer, de modernidade e de um futuro melhor para o nosso

País.

Saúdo os empresários e os trabalhadores que fazem mexer a

economia portuguesa e, em particular, os sectores exportadores,

que estão a melhorar a sua incorporação tecnológica, e estão a

ganhar a batalha da conquista e diversificação de mercados, nas

condições extremamente competitivas da economia internacional.

Saúdo o sistema científico e tecnológico nacional, fonte de

conhecimento e inovação, e em particular a investigação e

desenvolvimento nas áreas-chave das engenharias, da saúde e

do mar.

Saúdo os jovens. Conto com o vosso ânimo e a vossa

determinação. Saúdo a melhoria da qualificação dos jovens, a

expansão do ensino secundário e profissional, o crescimento do

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acesso às universidades, o domínio do inglês e a difusão maciça

dos computadores e das tecnologias de informação.

Continuaremos a desenvolver os apoios às famílias jovens, com o

investimento nas creches, e reforçaremos as políticas de apoio à

inserção dos jovens no mercado de emprego, com mais estágios

profissionais e com menos barreiras no acesso às profissões.

E comprometo-me com a continuação da defesa da economia

verde e, em particular, com o investimento nas energias

renováveis, que combate a nossa dependência energética e o

desequilíbrio externo da nossa economia.

Saúdo, também, as mulheres. A causa da igualdade é uma das

causas mais queridas dos socialistas, e continuará a sê-lo. A

despenalização da interrupção voluntária da gravidez, as quotas

para a participação política paritária das mulheres, a

modernização do direito da família e o combate à violência

doméstica, estão entre as marcas mais importantes da nossa

governação. E continuarão ser objectivos centrais do nosso

próximo Governo.

E não me esqueço dos idosos. A criação do complemento

solidário para idosos, o lançamento da rede de cuidados

continuados e o investimento nos equipamentos sociais de apoio

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à terceira idade, são provas concretas da importância dos idosos

para a política social do PS – e assim vai continuar a ser.

Saúdo todos os profissionais da administração pública e dos

serviços públicos. Os médicos e enfermeiros cujo empenhamento

fez melhorar radicalmente a actividade e os resultados do Serviço

Nacional de Saúde, os professores que fazem viver, diariamente,

a escola pública, os funcionários envolvidos no processo de

simplificação e modernização administrativa. Saúdo, enfim, todos

os trabalhadores dos serviços públicos, porque só com o seu

trabalho e com a sua competência é que os serviços públicos

desempenham as suas funções de integração e coesão social.

Saúdo, ainda, os imigrantes que residem e trabalham em

Portugal, e a todos recordo que, com justiça, o nosso pais, que

também é deles, é um caso exemplar e está no topo mundial das

políticas de integração. E ao mesmo tempo saúdo as

comunidades portuguesas no estrangeiro, embaixadoras do

prestígio nacional e exemplos concretos do cosmopolitismo que

nos distingue.

Saúdo, portanto, todas as Portuguesas e todos os Portugueses,

de todas as idades e condições. O seu esforço não será em vão.

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O dinamismo, a persistência, o empenhamento de que dão provas

não serão em vão.

O País não se reduz aos jogos de salão de actores políticos que

teimam em funcionar em vaso fechado. O País quer segurança,

quer estabilidade, quer consensos fortes e duradouros em torno

de metas claras e caminhos, certamente de exigência, mas

também de eficácia e de justiça.

Pois é este país que se vai pronunciar no próximo dia 5 de Junho.

E este País vai vencer. Este País vai superar a crise, este país vai

concluir as reformas, este país vai continuar na senda da

modernização, melhorar as suas qualificações, aumentar a sua

produtividade e reforçar a sua competitividade.

O PS está ao vosso lado, disposto a liderar esta nova fase da

história nacional. Com sentido da responsabilidade. Com

elevação. Com clareza nos propósitos. Mas também com

objectivos precisos: queremos que as exportações representem

40% do PIB, queremos que as energias renováveis representem

um terço do total de energia produzida, queremos que o

investimento em investigação e desenvolvimento atinja 3% do

PIB, queremos colocar a taxa de abandono escolar precoce em

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linha com a média da OCDE. Queremos mais talento, mais

conhecimento e mais coesão social.

Esta é a nossa agenda. E é esta agenda, Camaradas, que dá

sentido ao esforço de consolidação das contas públicas, como

condição necessária para retomar a trajectória de crescimento. É

esta agenda que dá sentido os esforços de hoje, que projecta um

horizonte de confiança e que nos inspira também na superação

imediata da crise.

É tempo, agora, de enfrentar mais esta dificuldade, este cenário

de uma ajuda externa que os Portugueses não mereciam e que o

PS tentou evitar a todo o custo. Mas os Portugueses contarão

mais uma vez com o PS e o seu Governo.

Apresentaremos as nossas ideias e candidatos às eleições

legislativas. E enfrentaremos, com confiança, o julgamento

democrático dos portugueses.

Como alguém disse aqui neste Congresso. Uma oposição

irresponsável poder ter feito cair o Governo. Mas fez levantar o

Partido Socialista. E vai fazer levantar o País. Um País que pode

contar comigo, um País que pode contar connosco, um País que

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pode contar com o PS para defender Portugal e para construir o

futuro.

Viva o Partido Socialista!

Viva Portugal!

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