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~-- PROf.

JOAQUIM ROQUE - -- - ,

REZAS E BENZEDURAS
POPULARES
PROf. JOAQUIM ROQUE

REZAS E BENZEDURAS
POPULARES
(E tnograf i a A l ente j ana )

• 9 • •
"IN E HVA, CO M EWC I""
r"lIl.'lS A C.", L."
.II .. II .... UfS

.. " J ...

)
PREFÁCIO
- F ei em 1940 que ouvi , 1JeI a 7)rimeira vez, falelT ele Joaquim RO(1Ue,
ao ler um livro q!IC me deS1JCr toll vivo i/lteresse.
Mal sabia cu que, tempos de corridos, entraria em cordiais Tela~
çOes epistOlares com mil jove m illvcstiyculor 7W$ domínios largu fsshnos
da Et nografia. TratclVa-se tb Professor Jouc/ ltim R oque, o autor de
~ Alentejo cem por cento"
Não havia dilvicla nenhuma de que estáva mOs e"~ presença de um
n ovo escritor, com illdiscutiveis quahdocles para marcar pOsição séria
na v ida.
RecDnllcCClldo-lhe reais qualidades de ilwcst igador. abri_lhe de
par em par as pági7!as do cA rquivc de Medicina POp/tla r:. , secçcio que
venho dirigindo no cJamal do lI1cclico , e pttTa a qual convidei t odoS
aqueles que, meSmo sem serem médicas, quisessem corttribuir para o
conhecimento de tão importante ramo da Etnografia. O professo r
Joaquim Roque accrreu à minha chamada e tem sido um dos mais
assiduos e competelltes colaboradores. Habituei-me a verificar com que
atenção e escnlpulo recolhia c material fOlclórico e como inteligente-
mente o comparava e interpreta va. E assim, através dOs est udos de
folclore , as nOssas relações de amizade f oram t omando- se cada veo:
mais fortes.
No entanto devo dizer, em nOme da verdade que ndo f Oi apenas
uma raztlo de amizade que me levou a aceder ao' honroso convite de
Joaquim Roque para escrever este prefáciO, mas ta mbém pres tar home_
nagem aos ilwulgares merecimel, tos do autor e estimulá-lo a COllti/lUar
a seguir O seu caminho ende j á marcou, lIitidamell(e, a Slla personali-
dad e. • .
O auter de cRezas e benzeduras populares) é um exemplO
de tenacidade e de f orça de vCll t ade, servido por uma hi.Cicla inteligéll -
ela . Fil ho de Pais humildes e de jrueos recursos financeiros, fez-se, pode
afirmar-se, por si próprio. Nll seeu em Perogfwrda, segllndo liaS ülforma,
a Aldeia mais ca raete risticct do Baixo Alent ejo do COll cell1O de F er-
reira do Alentejo. '
A afirmaçáo de que PeroyllCtrcla é a Alelda mais caracteristica do
Ba'ixo Ale,dejo demollstra 1á, em JcarJuim RO(l lle , um amor profltlldo d
T erra onde 1lasceu e ai estilo as ra zões da sua vaixdo pelos traiJalll O$
de f olclore, o seu estudo às OO/SClS que o Povo crlCl e selite e am.a.
" ,OT Ilc eNsino primário (Oficial) e de cllsino 8ecu ,
P roJ..,ç, d" d t.
, / ) JOII(/lIim Roq ue tcm de !cc! o o pouco empo lavre q
n 6."A•
( parllCII ar " á' S to I , o ue lhe
rrs/(I, (I I• ( . • • '" o "/I
r IIJ(llItM del/ti/icOs e h cr n CIS. e (O S pro/essores ...
.
rios fossem CIIIIIO ~o(/qllim Roq/le, que (l s tIS serlllços Se Jj('Q~
,"1111(1

d~rtl lHf() (I t!io prestl1l/Osa classe. . ..


A minl/fl admiraçuo 1lelo Pro/ess?, PnmuTlo vem da ternura e do
r espeito qUe sempre tive p or meu Avo Paterll.o, o Professo r Fema l/do
Pires de Llmfl, ele fllICm J/cnlel o n01lle e. tnJchzmcnte, l XJltcas das SILOS
eXc(!11cill1lais Qualidades. .
P OI/CO mais ele trintel COIO$ tcm J c aqm7ll R OC/1/C e. exclusivalr.-cnt
u CI/sta elo seu tral/aUw e da S/UI il/teliyêncla, já tcm 'Wt cCl/rTiCUllI~
vitae .. pura consiclerar e 1}{/.T(j lUIWar.
Com . Alel/I,ejo cem. por cellto ~ surgiu metis 111n 1I0VO nas LeLrcu
p ortuguesas. D cpois deste curiOsíssim o livro, c utros trabalhos tem pu.
blicado o seu uutor.
Em. 1941 fez 1'cprescnlf/1' a sI/a lJri1llcira }Jeça de teatro, em tru
actes. escrtln especialmente ]lara (J concurso ele peças do _Secretariado
da Prcpagewda Nac/onah, Teatro d o Pov o, com o titulo _A n os.~a Casa
do Povo • . e quc assinou com o pseudonimo . J Oa qflún d'Aldeia,. Esta
obra ele TeC/tro está cheia de selo 1JOrtl/yuesism o e bem demonstra Q~
crnvieçõcs tlaeionalis tas do Aulor,
A lém de seus estudos sc.Qre Etnogra.j ia publicados 110 00r1lal do
lIlédjco ~ , Porte'. e 1/0 cArquivo de Beja" , tem distribuído por vários jor-
nais, entre eles o _Diário do Ale'ltCjo .. e cNotfcias de Beja ~, artigos
sobre regi01talism~, educação, i1/struçcio e cultura popular, etc.
Na . Revis ta de PortU{Jflh fez 8c<ir um est1/do de Filologia, o que
1/te ocasionou acesa pOlémica. obrigando_o a escrever novo trabalhO
s, bre o mesmo aSsunte. com o Utulo _ .I\,~nda: Rdl z ou Ruaz ?~
Joaq11im Roque. lIeste seu !tltimo estudo re v ela - se um polemiS-
ta, mais uma faceta da sUa personalidade e dq,' SilO juventude.
, Não tellllo ? direi.to de prOlollg07 este prefácio, e apenas quiS
reJeTlr-me as reaIs qltalldades do autcr para a/lrmar que estamOs lIa
presença de um 1I0vo que 'lá-de marcar nas L etras Portuguesas. testa
a profecta de um CCll/rade mais velllo.
Clleg:~~cos _dtas alllda tl1iha o alio de 1946 Quando do Brasil me
querido A ,,~;;~$ eU~!a carta do decallo da Etrzcgra/la Brasileira. o mell
el,tre outra, coisus, ~~!O d~~~/:. D 011l0r Basllio de MagalMles. 11'" quol,
-Ayrutla.rlJl/j lIIe tucl Ar
qult;a de MCdic:illa - J' , OS Os doze (IrUg es deste T o mo II do seu c -
I, . U/)1I III' ~ ((llte /1" , B n~il uma
PI'vlu:uç(lu tlslIlm I) t!1l(.t lIao h aver ameia tiO r ....
COusuram 08 pe A L •' l1/i1S tlelJo ce 11 Jcssar-llLe que mflis Imprê ' :;'sd o me
lm;:úo mtlterlltl. c' ([: '~':-mCI.IT"eirO sOb/'e .Gravj(/e~ .. " Parto., . A mal/H!/I.
r
0.1 cOT/{:crllclIlel; a ' U i'" JTlY~ de SÚ Coelho, ,'Wi/re- ;O/J.,'tet rlc.itl poP/dl/ ,,'
J "' , "'n I bllu cu . . e o d
v<H/" ln R U/IIIC 8/"1- IIH/(I, Pcllls (lois Pires de LI'II(I
• ·e t AS rc ",/ I ti
A uJlillido Uuturi ~ lIfil .'.. II e )Cll z edIlTCII>' 110 BflUO AleI/ e o~~ 9 a-
TU7ltill muls tio que S'l/i~IC/j::"I1(1 (Ie MClIlre B allilio de Ma galJllies ue.
Port.o F e . do é,l'Uo '/e,He IlOtlO livro de JOllquilll Ror;
• vel eiro de 1940.

FERNANDO DE CASTRO pI.RES DE LL\1.-\


REZAS E BENZEDU RAS POPULAR ES

Num trabalho por nós publicado em 1940 (l) Incluim os as rezas e as


bellzeduras no número da s superstições e crend ices populares .ai nda h oje
mui!.) usadas pelo nosso peNo como TemécUo san to para curar entol'Ses,
desmanchos, queimaduras, InsOlação, erislpela olh ados e tantos Gutros
males que afectam, por véus, não s6 a satide do corpc~ m JS também a do
espirito.
A pág. 64 -65 .d o nosso referido trabl lho a pont.ámos,
então, como
exemplo, tedo o "cerimonlab e a .. oraçâo~ empregados )laca benzer de en_
torse ou desm.lI ncho:
Vamos desenvc.lver neSte nov·:) .trabalh e, t a nto Qlt mlo pO~ivcl. o
que. en tão, dissem os sobre es te interesSJntissimo ram e da Etn ogr a fia P or-
tugue1"a.
T odas estas praticas são ac"J1tlpanhadas de cerim ónias e oraçóes
(ensalmcs) especiais. dlt3.s em voz alta peJo benzedcr ou benzedell'l e repe-
tidos pelo paciente,

c DESMANCHOS, ENTORSES OU LINHAS DESMENTIDAS '

A n a tureza da doença - dlzlam.:jS - é primeiram ente verificada p Or


meio de umas pingas de a zeite que, com um ramo (le oliveira se d eixam
cal.r dentro d e um pires com ág\~a. ; essa á gua é depois m etida' numa bac ia
Que é coberta com um panozinho; ao lado Já estã.o uma tesoura, um no-
vélo de linh as e um a a gulh a; o paciente põe a pa rte do CCt:l)O lll(Ilest.ad-a
(ger a lmente o pé, la perna, a mão ou o braço) sóbre a bacia; o bell<:edor
(curandeiro) faz c s inal da cruz sobre:) dow te . pega n a agulha e n o no-
vélo, si mula coser, enquanw diz, P(Y:' t rês vezes, a cc,ração:> ;
. Ai, ]oms, <lU' é' cô;.:o
. ClHIl C Irucida, l iCITO t(!lin,
.Nervo tôT10 IlInt' ri sti/daT ,
.Nel'Vo t (n1Cl v I'llh ' fi sâ lu ga r !
.1\' r,ús' c l,n ,v:!o, fi ViTja cCJSC no ar."
. I~ld à I" TJO ('OSC lIIifllOT qll' é ' cúso l. "
. I'.m 1Il1H!T de n"IIRc da Virjll Alaria
. Jl :L lin ,·l'\ o~)o,t . ", AV'-·IJl. l\lalia. '
- -- --
1I . - ..... J.Y.NT1-:JO C . :,\l P(lll C FNl'O . '
,. • -u l.J~ldl06 parn o ' d
<l1\",·a. "L1'VII I"IU1:l t 1oltJu:~ 1" '~iQl"ll'\'lu, ('$ II o <1011 COStumes. U"a,

5
. cntelll cnte colhemos tull o.utro ensallnc., Vana
Ma Ls r~~" benzer ele entorse ou de cUnha clesme1ltida , E~te d.~ste
Igualmente Jlk . Ho: '
_E' Cb50: - carne fo!~,a~a nervo tôrto I
- 1s..'õo IIIcsm' c qll e coso !
:E' cô!'o por Ilovêlo e a Virja por a carne,
. E S. Domin gos por o ~Je ;v~:tllla1/ o c por O ôsso. (2)
.S' é ca rne cobrada , Y;l o se lu ga r,
.5' é nervo tôrto v5 à sê pôslo,
.5' é fi"lIa de,\'!//Cll l ida vá o sê' lOll/i/e .
• ~ glória .. . é Padre . .. é de semp re
, 1~ de mmc' ... essa glória ... Amên. (3)
.Em lavor de Deus c da Virja Maria ., etc ..
Esta. prát.ica costuma ser feita durante cinco <lias : n o primeiro reza.
.se nc.\'e \'êzes o ensalrno, no segundo sete, no t erceiro cinco, no Quarto três.
no quinto apenas uma. Ao Que nos )nfonnam, para se aplica·r, não exige a
presença do doente: êst.e pOde e,;tar ausente, e ,até mesmo nou tra lc.:allda.
!àe. ('d Quilómetros de distAncia - o que não impede a consecução do 11m
em vista ...
Ainda um c.:ttl:o ensalmo para o entorse:
J as/IS, qu' é s..1.nto nome de Ja slls!
curandeira,' E,' te côso
pacic'IlC:· Carne cobrada , netvo tôrto
CIIral/dClra: IS?D mesm ' é qu' ê, côso I
E côso pela pele,
A Virja rel,a ca~l,? e Deu s pelo ôsso !
::-'Idhor cos a Vlr]a qu' ê' côso r
~arne cobrada scrá soldada .
i~~;~,. de.!lro.~illlos e linhas desm entidas
• rao v S~ ugar.
Em la vo , de Deus e da ~.,.. a 11 .
p. I X . • 1'l'1 , ana
,I( rc-. 0$50.,. Avcm-l\laria.

Mais outro :
]lU/lS !lll'é Santo nome d ' J
(~~~le /ti. o Sa nto nome d~ IBm! '
X a pod ha ver ma 1 nem I,!SIIS
1;' te c~. p ngo lIill/'lIl1/.
--(' anw co /lrada !l('rvo lA.
--{ .,,~' a Virj(/ ,,/!lIl<lr {I • l ~to
A, Virja ('OSl' />/l/u ~fi fl II (: coso
r: n ~·l'l Iml" vfio !
I ~ Jl I Ii'P or th· IJ, :'.~ I ' d· II · .
__ ~ _ __
J '" , ln·· :\ I ,.,. 0
____
. ., .1 ",~i. .:-:,'.,'na
."JII !\ia ria

6
Depois da benzedura o curundeil';) molha" os dedc-s em azeite e unta
com ele a parte derida, rezl n cil,:;. o P. N. ea A. M. em honra. de Sanf/;, Ama-
r o -advcgado das pernas e doo braç :s.
, A benzedura C feita durante n : ve dias; enqu.mt-o recit:l. o cnsalmo a
benzedeira shnula c~ser um novelo de linhas c: m uma agulha. No final
orer.::ce tudJ- à Sagrada Paixão e Morte de Nós'Senhor Jasu-Cri ~ t:',.,

... e outro:

Coni uma agulha e uma linha , esfregada com alecrim, Hmão e ar-
rllda ~ , ccsc_se o nerv,) t.oreid;) dizendo, dllnnte a prática

Cose que tL'nho cos ido,


Em came cobrada
Em nervo lrocido,
.".... - ;
Em In vur da Virjn, AII/vj.

• • •
ERSíPLA (PARA CORTAR OU TALHHR A)

Sã :> muit:s os ellsalmos que ültlmamenle temo.> registado e alguns


bem curiosos e ext:nwagantes L ..
En tre este~ , figura um, colhido hã ainda poucos meses n uma aldeia.
do Baix: Alentejo ,p ara cortar ou ataU/ar a erslpla (doença que ~ulgamc$
corresponder a. Que em espanhOl e c1eslgtHlua. p ; 1' , mal de la Jl:S"") I".l cujlls
e ~trOfes rezam de forma mu lto semelhante à citada p elo Dr. OlsWho de
Lucas, de Madrid, no seu 'artlg'J> o , M 3 ] de la rosa-seu tratament,.), .lntigo,
per rezas, e moderno, p: r vitamlnas~ , inserto no ' Jornal do l\'Iêdlco. '1.°79,
de 1 de Março ultimo, pág. 212,
P or nos parecer digll(;l de eslbdo aqui a .deixamos rca-istada, para que
o 1eitoT, estud1csc, e intere!sado por êstcs assulltos, possa fazer o confronto
entre esta oração para cortar a erisipcla. e aquela a Que jã nos orefe:imos,
tr.anscrlta pelo Dr. Castillo dum prccesso conSC1'vado 1J'l0 Arquivo Hjslórico
Nacional espanhol e Instaurado pela Inquisição de Toledo conlra uma cu.
t'andeira Que, no pais Vizinho, se entregava a esUls prãtiC'J.s no Já remcoto
ar.o de 1513,
Enquanto.a o/lciante rela a 'QTaçâo~, corU, CC.rJl um\1. faqulnha. um
pedaço de pau de figueira, às lasquinhas: .

• And ' aqui (cita a parte do corpo molestada)


.'ma vormcllw! ... (4)
. -11' I/ã sou vormcJha,
.Sou r Osa poçoll//Osa (5) CSl/lfi .wlosa .. ,
•... te como a carne,
,., .~e bebo o S<1.llgue,
.... te rôo o ôsso 1. ..
(4)_Vermt-)ha - ebr por que Q:erolm('nte se :\!JN'$entl1c A erlslpela..
(6J-Peçonhosa, peçonhenta, Que tem peçonha. 7
.. - :\ ~ ... ilH LÓIlIO lU és r o!./1 I)vço l/ilo~ a, esma.çoluSQ
ca rlle,
• .. . l lIe LOlrl(: :' <J

" .. me ht ·hes o sangu e,
•. .. me rúis o ússo,
-r\ !-sim i {!ln esta 1:lquillkl i ' é' Ité·de corla r. ..
• I<aízc~ (; r ;H I H1S j ' IIi-de 'scavaca r,
. jI' rti .~ O lld a~ do nlar t' ê' I/(~- de dé/((r, (&)
. Donde mi' oiças ga lo Célnta r, (7)
. ~I · m pin lo piar.
" ~(' 11l pai p'Jo filho úràdar (8)
.R: te corto (; te torn o a cortar ,
. P ·ra que daqui !lã ' possas lavrar !.
. E. ê' te corto.
oErsipa preta ... ersiPa hra nca .. .
• Ers1 pa vo rmdlla ... c a marela •... c cr sip'ltio (9)
oE ond' ê' ponh ' as minhas,
. Ponha Deuli as suas mãos. (10)
.Em lavor de VellS c da Virja rolaria
.Um Padrc-~osso c 'ma Avém-Ma ria •.
Eis uma variante desta, Igualmente paJ1a cortar a erlSlpela :

· J a·~IIS, qu' é santo nome de l ams!

. J nd ~' Nú' Senhor per 11m camin ho


.Com Ruiva s' encontrou:
. J a .~ l/ s Cristo te prcgl/llfolf:
. Unde v rís til Rtliva?

Itl-ProcuramOS du aqui uma I!:nlf ia, ' 1nJO qlLan\o pO$d~"eI , aproxim.3dJ. dilo pr0-
núncia popular caraewrl~lica da Tq,ião : o j do ditongo t i lde:>Jgpa.rect, por c()ll1l)letC, II'
ll.ngllO " em do povo do Baixo Ak-nlt~.
41 )~~t.eA VI't"SOl Ii:io a lJ"ad uçiío. qu lUiC )itc-rnl,
~ referénela:
, ....la, ................
d '.:
.
raiz te (:(rt~· ···,·,·, ···· ,
d·; a I ... 0I1d (UI de ln. mQr te üClllll~•
• Dwlde nl e:allo canta
_NI vaca hmma •
........................ " ' " .. ..... , ... ''''.

8
.l ' llã! ::.ou r" ;7'U, ~' ,Il v ormdlU/;
.Ciuu' a c,lrlle, 111'1) ' o ~ llJ!::lI' e riJu o I':"...." )
.Com êslc c/I/clo I' é' hJ-f.lI! (;(Irtar! (cflrta 11/, p, :d"'r" d,~ f.'
1: 111:; / ;, J
. 11' te corl' c /ur/,' a " o rla r! (0 '1"101 Jlo Va llll!lJ\e /II, 1':111 )
.'\s ondas do mar t ' l'li- de ,1,:/lI r •
• Aonde nã ' oi\'as ga lu 111"/11 ga linha \..: ,1.1 ,,1',
.:\'CIIl mães por filhe,s h rhdar 1..,
_Que a qui te SC<JILI.~~, qu e ;1I111i te I/I;r/'l '!-o
_lJuc da qu i mais nã ' l )()!;Sô t S lavr,J.r I . . ,

. Em lavo r de DeliS e da Virjfl !\I aria


. Pa drc-!\os~o ... Av(lm-:'\I a ria •.

Outro:

jU $ II .Ç , qu ' é Santo nome de jll .\ lI g !


Onde l á o Sa nto II t H1W de JlI.~ II S,
:;.Jã' pod' haver lIIa l nem p 'ri~o 1/;1//1/1111
I ndo l'\.ossa St'nhm-rl. p : r um camin hn
C<lm a vO l1lwlha s' ellOOlltrou,
};'o:sa ScnhOla le prcigll1/w lf .-
p 'rá DI/de vás tu, vurmclhillha ?
A vormeIltillha r<.-spo ndcu :
Vou comcr a lua CdrJIe ,
R ocr os lt'i's OS~ c IlUbcr k; lê' S:IIll;lW,
1\'C1SSa Scllhoról II: disse :
!'iã' há-des ocmer a 'Ilha COlme ,
N ei roe r cI:; m l1's ossos, nem '1OII('r o m';' sa nguc,
P crqu' i' aqui t ' hê-dcJ corl:l r
E hi-de te reta lhar,
J asus, o qu ' t' corto ?
ErsipIJ COitO:
A ersipa salIC/lúla , er.,ipa ncgr;ll,
A ersiPa c o ar,
E todas as culidadc..~ d' rtsipa qu ' IU/jl:,
Aqui te seco e te corlo,
e mOJ'fcrás c <!:ujlli nii ' p;l,l.a rú:-:,
Em lavor de n('II ~ e da Viljll l\laria
Padre N os~ c A;n(l/h\!al"ia,

( etuconto ~e dIzem IIS J)a ~:lvrns, é'corlo IllZ-RC ItOmprc umc!çdo de


cortar com a. faea o pedaço de pau de fIgue ira que se tem na mão. __ adver-
te-nos a nessa Informadora ... )
M".lls <outro :
Nf,f.-;a Scuhnr:! p'. 'lo MLllIII' :lIltluu
Cum a l/urmdhu ,,' cun m trou 9
ko,..:~a Senhora ic j>reglfll tu u' :
- Qnc 1Jo rll/ cl lt ' é esta ?
- 1:.' - !lã.' '<:='O U vOl'l11cll/a,
Sou tc..~ a côn. .',l ',
Com ' :L caril ' e m in ' o osso.
- I~!-; l 1(ls a co rCCJ1o,.;a ( ?),
Co me,:; a ca rn ' c mina s O os:1o ?
F. tc cort ' a ca beça , rab ' e corpo todo
p ' rás ondas do te d ê. f,~f ê
111ílf
p'r'fi,oll de n ã' 'O i ~' a$
ga lo canta r
Nem pai por lilh.o brádar,
Em la'VOr de Dê.' s c da Virja :Maria
Padre-Noss' c Avém-l\1 ruia .

, ..c outro :

Q'fJ"d' o Senh or p 'lo mund' andou


CC'~m a 1 03.'\ vOrmelll!l s' encontrou
E ela le preglllll0ll, "
-Donde vens , l'Qsa v ormelha ? !
-~ã ' me chames rma vorm elha,
Chama-me rOSt\ comilon;:t :
Co m' a cam ' e mi n' 10 ICffiQ
- P ' ra nã ' minar's o OSElO
Vou cortar-t' o pescoço.
Em lavor de Dê' s c da Virja ?\'l aria
Pad rc -~ d5I::lO c A vém - Mari;l .

Estes en ~ al m:-s costumam ser recitadosclnc') vezeS e 110 fim de cadâ


vez, reza -se o p , N , e a. A. M .; f-az_5e 'a, seguir o ofereo'imento

.. Of'rcç' estes cinco P adres-Nossos


.. e c."ta s cin co A. vel/ s-Maria s '
.. e e Slas sa n l;IS pa lavras
.. p ' ra que lJê's sl;je sorv ido
.de ~('dr c ' :-; ll1 i rr~, r cst' I'rsípla
. e 111(11 d ' t:mlw ltl p 'ra
~qu (: ma is !l ã' ! )(If"WI/I' Ç' aqtll,
.Amí1i • .

. ,. c ainda outro:
Em I//:)"r d e Ik ',\ t' da Firjll ~I:-tria
A lIIã' d e /J. :' s v:', mlwu l/· .
(lu ' a lll iub:t u ;'i' 11-11\ tm/ill .
S, S I'S ll'I IIIin 1,.,/11 f\ l ulld ' ;1 11,1"11
( :(1 111 :'I V,r/a ~: 1 ' l w~, ", rUtl "
' .S.·I,ltora I.' 1,,.,'n'-;,rOl' - i )
I '. .,
_ 1 ) /1 01111.: \' I 'U " l U, ' r ' lIIlIlf II "
- E' , ~e l l l lO ra, v c llllu d e 1,0 111,1,
10
-Que tJislt:s por I:í. ?
- Ersípla.
-Volt' àlní$ e cOIi'-à .
-Er.~ípl(l br;ln1 a , e rs~pl(l branqull~I"\!;1,
Ersipla vormdha , erslpla vorm dlllllha
Ers ípla ampola'/' e negra!...
Tod ' o Illal d' crsípla,
E' te rorloo te dt;to
p 'rô fun do do mar,
p 'r' àOl/de nã ' oiças
Ga]o nem gali nhíl ca ntar,
Nem mãe palo filho bràdar.
Em lavo r da s Ci nco Chagas
De Nós' Senhor fa stI. Cristo
E da sua Santa 1\l ãe
Todos os males que I1c.,;.jc lugar ' /tio
Sêje srérvido de los tirar
E de pôr Fulan o &10 ...
A par destas rezas pura atalhar a erisi11ela registámos ,UilllJlJ outra
«benzedura. contl1a. o mesmo mal e que, a seguir, r.eproduzimos, por ser
t otalmente diferente:
.Pedro e Palo veio de Roma,
. Ja sft Crist' encontrou .
• E o Senhor le pregtmlou:
.-Donde vens, P edro e Palo?
• .....::..Venho de Roma mi ' Senhor L..
• -Que mal há por lá ?
.-Munta mal qlt' empola!
. -Volt' atrás, Pedro e Palo:
.Com cinco fios de 'sparto,
.Cinco gotas d' 61io d oliva, (II)
.Cinco pin gui nhas do sumo da vis (12)
.E assim a curarias . .
•Em la vor de Dê's e da Virjn Maria
.Padre-Nosso... Avém-Maria.
Variante :
O'ando P edr' e Palo p'to Mund' aI/dou
Com Jasu Cristo s' cllcontrou
E E/i li prcgulI um :
-Pedr' e Palo daol/di ve ns?
-Viemos di Roma , Sil//I/;'.
- P ede' e Palo, di qui morrem por i;i ?

( lI )-Olivu _ oliveira : romn arcaica, cuja exlstüncla, na lin,m\, é nssc-glltnd;l pela


forma. actual _ oliveira:.tollva + sur. eira ; óleo de olil~ .. at('ite.
(2)-Vi(l K. vide, videira : oom rreqilmeia ouvimos p rooul\cklr vidia, vida e vis:
.uma da. vll-virutiH ou VinllO. Aqui, v1n4ew. 11
- ~: 'lJh'~f', d ' 1'I',\ i/l/l/ {' mal d' c'lII/mia
--:- [ ~ 'd r t.: I 'alu vfJ /t' ,Unis
I ... pio II/ O l/!i l>a ssal'fÍ,ç
E 11m '",pilrlin ho colltil'ás
E CO Ill aziti úCll zirú::.
E 1.:Ill, Iay or di DJ' s c da Virja J\laria,
!'{/ dn ;\ OS"O c /l vi';j-j\ la ria,

A .oraçcio ~ é rezada cinco vezes, enquanto se vão fazend '


sób re a parte d o corpe. ta fectuda com os cinco pedacinhos o cruzlIlhas d
Ihadcs no . ólio d'oliva. e alO . SIU;LO da vis. _ e esparto me-
Como acab a m cs de ver, são muito3 os ensaln~, Que a tradição oral
f ez chegar Mé nós, para oJrla r ou aM,Jhar a erisipela .
No interessantissimo e c,urlo.::o livro cArte de lallwr a erisiJ1eia , d: s
Ilustres e o:msagrados e tnó g r a.td~ Drs, Alexandre de Lima Carneiro e 'Fer-
nando de Castro P ires de L ima, encontram -se r egistada.; algumas :1czenas
de ensalrnes que no Norle do P ais se eU\pregam i)ara o me.: mc fim, muitos
dos qu ais bas t ante se assemelh a m oacs qu e l emos registado, por nó: di:-ecla-
mente recclhidos da t ra diçã.o oral, nos con celhos de Ferreira do Alentejo,
Alju strel, Beja Serpa, Moura e Barran coo.
De resló, sabem : s que .cs fc rmu lários empregados. nesta como em
muitas cutras praticas de medicina popular, são, com ligeiras varisntes
conhecid: s em t edo o Pa is e até mesmo na Espanha (C'Jmo exuberantemen.
t..e o p rcva. a fórmula t.ranscrita do Dr. Castilh o, a que Já me referi ) e nJ
Brasil ( para onde fo nam levados pelOSl Celon'06 portugueses),
A p ar do tratamento mlstJco pela benzedura, também o pow emprega,
p')T vezes, o tratamento emplrlco,
Assim sabemDS h a,v er ainda quem reoomende a apllcaçâo de panes
embebidos e'm vinagre ãgua de m l.lvas, fl or de S:l bugueiro ou de piemo. E '
ccnveniente_ esclarecem- nos.-que a âgua com qu e 'te preparam estes ba-
nhos sej a das goteiras (agua da chuva) e deve aplica r-se morna, ,
Os pa.nos Que tervem para ta is aplicações c.:::stuma m previamente pi·
ca r_sc com uma tes ~ u ra paN que, através deles, se faç a n:....is fàcilmente a
lrradlaç(io do':) calor cau'!o.do pela erislpela , Em seguida, embebidos ou enso-
pados os panos no liquido e colocacL":1S Sobre oa parte lesada, ai permanec~Jll
até enxugarem, L : g.o qu e> Lal i e veraique, molh:un-se de novo, e :ISSIJll
suces.<;lvamente, até se fazerem umas trés ou quatro apUooçoeI. Ar'lbad:1
esta operaçâo p olvi/lla-se co m p ó de Hlllido c u p ó de b,IV,I(,I, ou b('sunt:1_5e
com o !'Iumo da t omate fresc o (13) II!;. folhas ele er lJ(I sl/IUl/ei ra pj >(Lel:I~, a
banha de po rco 011, a inda melhor e, _v ergai/H; . d o porcO, a. goma df' trigo'
cl.c. •

' 13/ - A I"",ule OU ti / "1/11</1' _ I! nI m"lt:UI locnHdoll;l ... do B , " lr ll Lo'jO "",,,,/lId,L.
m"nl'- .. m Ieda" a s do ronc-f"lho d " P I!TI'i' h" •• "-'lfI p;>ln\'", " do ro ,<,,,.. •(..""nmo ' d'z._
Jll
" ... , nI _ _ " I .', IOrn:lIC' ,,, o .. " UI /"",,,/,, r,,, l><ml"" n o Ij(.. ,rl'o n1 n:C"IDlO ~ "0 p ! " .." j "
,,,,,,,,,,",,,n,,
, ,
'I ' '''' 'lu llI'I< "XI! ~ nltIH "'1! " f, I"'"
OuU" . """.m'.••.. •,
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po\'o, ()fi ,,,,,l kuIUl , o .. " " "II~.- " r,.. , como Iie Ouve d zel' m....
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12 COL" ."'" . "1011; ' '''3 , "'\ 0" "'," <:t"" ~" LN,,, d(). Le,,,,o ou..N'fu>, ('01\10 O v"", ..,ro
.~ ", ,,Jic'\Ç'\O d ' lS bichas ( c,rCI m lJe-:I'I/(Jas »)
iF ainda quem rccomen dc ....... . ., • ..
a h ' est, pratic':\ c~ la hoje quase CJOlplct<\lllcnLC post.l de
atras das orei riS, m .• s . , ,
parte ...
cBE.,..~ZEDURA DE ESPI NHELA C!\ iD.'h

E " II\finda ....el 1 série de c(raçues, rezas e benzeduras. f'U Que o povo.
i s quer
rccol'l'e p:l ra encontrar remédi :: para ~ cus males, Quer ~s ~o. "
loorais. Continuarcm.:::s com Os primeiros. reservando estes ultilnos !).lra
caplt.ulo especial.
E' vulg :lr Ollvir dizer que Fil/fUlO esM ~ dcsmanchad o. (tem UIll
deslIICl1IcllO) e vai 0\1 f.:l camem/wr-se . ao ~l1ert/los(,') (14) E' lima prâti-
ca muito corrente entre a gcnw do nos~ o pov'), simples, ingénua, crente.
Trat(l-se, QuAse sempre, ele doença ( II lesão int.e rna, provocada
por f'Orte traumat.ismo e que denominam por cESPINH ELA CAlDA . 01 1
c VENTRE OAíDO,. '
Colhêmos duas orações diferentes, um :\ para .;:, primeiro, outrll
para o segu'ndo, cmbora out.r'::6 considerem i} , ventre caldo, e a cC.<';Jll -
nhela caida, como uma e a mesllla coisa.
P ara benzer de _espinhela cald~u senta-.se ,=- paciente .sóbl'c o
meio-alqueire, dc pés unidos e cm p:U ·\lm jo antro. O curaI/deiTo scgu-
l'3.·-lhe pelos _p:>legares das mã.~" e e~tas \'ém unir atrAs d as costas,
.p alma com palma. Em segu ida, })uxaondo-os, eleva-lhe lcntamente am-
bos os braç.cs, l'3. terahnell~e, até q u~ rus. mão:;.,,; :se UHem de novo, palma
com palma, SObre a cabeça.
Esta opera<;âo tem por f im verificar a E'xistê nci-;l da <!o:.-ença: se a
espinhela estiver calda. os dedos de \lma das mão3' (15) firam m a is
salientes .do Que C6 da outra. A diferença é bnto maior quanto ma ior
fOr O _desmancho,.
Verificado êste, reza·se a seguinte OTlIÇdo, enquanto::., com o dedo
polególr d'a mão direita, ~ e fazem cruze~, por três vezes nas co~"tas três
,fl() ,peito e três no alto da eabe<;a : '

senhor·). d·EnC(l.l'naçáo é M~,e da Virja Mana


A Viria Maria é Màe de JaslI Cristo:
E' t.A.' certO Isto') com' é cert.· c padre
'tar a dezer mls;a mo altar
E a 'splnhela 'lar tombada
E to-rn'a r 6 s!!, lugllr ...

Durante O trntamento - Que gCI'ulmente sc pl'olong:a p()r 'fI.ove


dias - costumam '(IS doentes tomar cm _jml/) de n
entes do sol narcer 'inda mU/wr) I:J.lguns tó""OO' lanhà cedo. (IlC fOr
'" - os mesmos que IIS(lI1\
no trnLamenlo') do eSClIllumellto ou /ra<ll/e::.a ae 1Jelto.

(14) Cu:ra.r>4elro ou eumnd~lrD.: hOll'leln ou Inl II .


bela _ em AlIundlo. J''CIl\It'I!II", qUf' d ist o. 1\Pl'tl1Ul 3 I ler d(' VIrtude. No d !sl1'lto de
nllla], _ exl,1AI um. de ~l1Inde ~nome e rem ]n, kn\S de PerOl!lInrdn.. 1100<S1\ ternl.
A]nuel o e aIA! "'-mo de OUt./'fUI f>r.....,nc lM. lU' clk>l1t.~n d" v4 r1ua pontO'! do
(l5J 8cmpn! .. direi"., como VI!~1ll(W mll.is adianto. 13
Ei~ a l)..:lI ru:cs f ó rmulas:
)- 1\1('101 11,1'0 de vi nho bl',I!\l"O com CIIl CO " 0 1" . I "
T oma -se du ran t e IK '''c di as. '" .1;>; ( C b,II ' ,IlIl":: catúl ieu.
bl - Trl's grll1.l$ <lc ovo, m eio li t.ro de vinho b l'a n 'o
gm mas) cic ~cúC 3 r Ill<lscavad.:>. -Toma_se t ,e b<é uma (/ uurLIt ( !IJIJ
d i a.s. • ' . ,10l 'fl1 dura nte f}ltV C

c) - Me io ~~i I O d e m e l . m eio lI1"ro de vi nho branco. melo qu ilo de )i n ,')


de 100c mho vélho (Qua,nt.o Ill '\is vêlho lIlclh(,)1' ) < d . I g.
C· ). Ó p . < . CIS tostões de
.lnc.\ cm p. ICp3f'a-SC da scg n ilfl'~ 1l1'.Ill cira : Primeiramente
(lcrret e-se O toi,cinho ao l ume: junt.'1-sc-!hc depois o melo vinho
e ~ ,canela ~. delxa-~~ fer ver a té f!~C'a r cm 1:)~lntQ. T i'ra -se do lume e
den.::1,-se aI I efecer um pouco, para mão CO:-:Cr os ovos que ncstl.
'3. 1tm:a, se.luntam: M e xe-s e .tudo muito: uem e toma-se às c~ J hcres ,
de m anha em jeJum , e maLS um as t res .. ézes por di a ger almente
antes d as refe.ições. '
d ) -Lembedo T d e agriõc,"': Pisam-se os agr iàc i num almofariz -a té obtér
dois decilitros dr') se u sum O' ; junt.(i m-se ciols dec ilitras de mel. Va i
ao lume e ferve a té fi.car reduz ido a três decilitras. T oma-se às
colheres.
e)-Variante: coze - se uma porção de '3lgriões em melo litro c e á g:.J a
deixando ferver até fioar em três decilltros. Juntam-ie dois decill-
trOS de mel e deixa-se ferver novamente Olé r eduzir a três decilitras.
T ema-se da mes ma m aneira.
O - Sumo de trinta limões e dez ovos, 'tud'Q muit') ,bem batid o e fican -
do de j.n!usão u ma noite. N,Jo dia -segu':n le ju·n.ta-se-Ihe um q uilo
de açucar p .il é, sete decilitros e melo Je conhl: que. É t ud o. muit·)
bem mexrlo e coado para uma, garrafa. T.:ma-se um decili tro a
cad.:; r efelçào.
g)_ I ntrod·uzem_se no sumo de quin ze llmões ::e is .:·VOS1, i nteiros ( ccom
casca e tudo~), f ica ndo a ssjm durante três dla.!>. No fi m dé~es
t.rês 'Ó:ias o limâ.o tel'á comido todo o calC!Í reo d os ovos, aparent"J,n -
d o és tes os cha mados cavos m ole~... (emolt()s ape n as nà pe licula
que sepal'a. ~ c onteúdo d·a casca). Rasga-se e.,s .l .pellcula. j u n[;.l-
- se meio qu ilc d e a çúcar pile, mel., !ltro de v il': ho do P õrl o (ou de
qual Cj uer ou l ro, n a falta. déste) c.btlle-se tlltlo muito bem bl/(jdu'
c CO:'J.- se lura uma gan .... fa que f.C conSi'rva be m !"Olhadol. T. ~ Ill;'\ ­
- se c erno o :;:..nt.crior.
h) - l Cju a rta ( 100 ~r .) de marmcl:.da, m el o lil.ro d e vinho bra ncO. 125
gr a m as de açúcar mal.ca vado, 3 gemas d e ovo-, 1 1001;\0 dl~ c:tl w la
cm p6.
N u ta : Aglw _"e mul l o bl'lH a mlst.ur •• e de ixe-se (k:H· de ill( ~I ,,:l (),
podendo COIll Cf,'a r a I/AlIar-;;c '110 d ia scyuln te.
1) _ O l>l>OS d e va ca, t. r r ad os e mu lto h .·11I Illsad ;. 0 11 1I 1t1i(l us. TU I1l" -~ C
C(, ffi vll1ho branco. d ci t:.4nd o Iw:olc ll lj.!uns pÓ': do..; os.so,s ,,;,,~i rn prC-
P " rad:J6. .
I )--Ca.seus. de C YQS , 1))". 'JI "I·:ItI : ~ i l.' lurn :u..!",. C. lII o .~l' iudi':;I 11;1 :dtrl l':l,
:.I111,(,r10r .
\ ) _ T ambl: rn cos lHm ~ 1ll tom .H . C; !U :J I Ôll lco . di: 1U;U1h;\ , 1.'111 jdILIl1. leit e
d e burr~
14
OrdenhrH:c o alimal e tom[\ - re \.:go em seguida. A dona da
burra costuma ir com es ta à porta do freguês (doente) e ali meE-
mo 'ao ordenha. para que seja be bido logo em segu~da.
est.e leite é tclr'l; do cm pequenas '1uantlidades, por wr multo
forte. Geralme nte tomu-.!"e um decilitro de cad'u vez. dUl'ante n.:lVe
d ia.s. no fim d os qua is se descansa outros nove, para recomeçar
depois. sendo ne c e~,á rio. No pt'jmeit·o di'à . porém, deve tomar- se
{l pcnas meio decili!lro, pois o es!(jllwf!o não agücntari mais ...
O tratamento da t eSpi1l11eltl ca/d(u fica ,rá completo se, depois
da "benzedura, e de creceltad,:!) algum d C5 tónicos -atrás referidos, se
aplio: rem uns t emprastos) ou qualquer 0111.1'0 lI'ngiiento t collstlali ov J
(colljol'tivo .: u construt ivo, segnnldo ou,v imos algumas vezes) .
.&!Ies emplastros vendem-.!"e nas farmácias 011 Jllas drogarias e
podem também prepa~J r-.se em casa. Aplicam-se s6bre o peito - t em
riba do Osso, apanhando tMa a arca do peito ) - e na mesma direc-
ção, sôbre '<Js -costas _ t em riba da espinha ou, idivid'ido em dUM pac-
res, dos l'a dOS, para ~lão tocar l)1e~It;l.
Se o paciente tiver. de ,facl,~, a cspinhela calda, «o emprasto
agarra-se que 'lem 101t cão (fortemente) e vai come1l'lo tõda a TlLi1lda -
de, até que se desprende; se nd.' tiver, o emprasto ,ui' s' agarra ) ,

«BENZEDURA DO VENTRE CAíDO,


I nd J Sa nt' André e Sant' Andria, (16)
Indo ambos p'or um sêrro arriba,
Diz Sant' André p'ra Sant' Andria:
- -'\rida dai , Andria!
- Na.' posso.
- P arqué? .. Que tens?
-Tenh' o vent·re ~aldo.
- Por que nã' mo diSsestes
Qu' t' já to tinh' erguid o!
----OJm quê?
---Com o ólio d' oliva, (17)
O sum.o da vis (18)
E -CIS cinco ramos d' c!lOrtig{h (19)
Em lavor de Dé's e da Viria M:u-U.
J>radre-No'so .. Avci-Maria.

E.~la «oração:. , é rezada t rês vezes }for dia (elites do solllurcer. 110
melo· dia e ao SOI1)6.:;to - ,p ór do sol) e durante cinco. sele ou nove dias
- «I~pcJlde das melhonls <lo doente 011 d,l, vo:'tade da cl'!atllr;l) (CIIl"!Ul-
deiro).

'16' Uma!; vi'~""'lI OUVlnuJ:'l d iwI' AluIri a, Ouln.s. /;JUlri lh>l,


( 17) A~.c l te.
'IH, VIIHljfI"C.
'I!H li o rl('j{" S''I(I IIHJ" lU", inhl!'ln a ram , Pu.. '","~a t'a~.úo U,,' d ,-m,,,, mplc hl gmh:l. 15
Ve ja mos agora o
, c/elidi: • complicado modus la.

,",. -se
Enquanto ';e diz a «oraçÜOl
:IS diferentes parles do co~srreg:un.
COll~ O vel'~tllos. vão formando cru!:s) (~IC.
os mgrcdlCntes di' que a mesma fal m
c~nco r l mos de . h Ol'tlga,. que Se ;)ISrll:: -~3
Vlamcnte. num al mofar iz com os ,~r -
p iu f,!oS de cólio d' olilJa~ c ;3 ci nco gOt~mdCO
«slLmo ela vis. , S o
Começa-se pnr c/recçar. (rriccionar) a
PERNA ESQUERDA , desde o Joelho ao (frito
fJrande do pé e, desta. passa-se no BRAÇO
DIREITO. dC-;:dc o decio yra'ICle ao ombro
! de currec/lus, (de arrepio, para Cima) par~
I o braço minguar; depois passa-se ao BRA-
Ir ÇO ESQUERDO, do ombro ao dedo grande,
s empre a _/recçar • .para baixo, para o braço
,:' I
•. es tender (20); é agor,a a vez da PER..~A DI_
, I
I l \ REITA q ue cornt'ça a . /ré cçur.se. desde ':
(ledo grande :1:0 JoeJho, de . arreCUas.
I
'i~ ( . Q'ando os ingr('diente.;. Que se tém na mão
~ ',qtlverem . dados cabos. (gas tos, consam l-
".'1.. dOS ). arrell1am ·3e outr()S.-Qv/sam·no-s I!m
à-parte).
F ig. I : Belludura do t;1H!>I tre
caido:r.: a. b, c. d - cruz for.
Passa-se em seguida às . FONTESl re·
mada pelas pernas e bl-aços: as gUio dos temporais) que se esfregam segu-
!!tIas marcam o sentido em que rando o ungüento, em a mbas as mãos, entre
ê d a d o. a fricção e as partes o l!111cador e o p('\legar. vindo aquelas j\l11-
fr:!cclonadas. ta r -se (c rnzar-.~ e l na testa.
E Sfrega -se , agora, a . CANA. DO NA~IZ. de _arrecua,;;. (para
cima) e até a:: ponto em que hã pOIlCO se Junt a ram ambas a.!I mãos. :la
testa.
Segue- se a c/ricçüo. na BARRIGA, r.omeçll udo. com amb:ls as
mãos ( uma de c gd a I Jdo, por bahe.:> dos _rim.es. . nas _CRUZES. ati
.. CAD~RAS . ) e v indo esl.as crmmr-se sObre .) bai xo vent.re: el~ s.egui-
da a mão d ireita circunda sObre a b l r riga, 'apertando (COnlPrum.n dol
as 'trilJOS . Lud·: ell/- re([u do cmlJfyo ( ce m ri/lu dêlc, n .1 d it_n _ '.'e r fIg, r.
Co mo já o trã ~ di ~I;C UlO!' , a co ração. é lezada dUl';l nte ClIlr?, sele
OU nove d ias e, em cJda d ia, dcvcm Junt.u'-I:e, 110$ restes d.~ ungüento,
n ov a s qu a n tidades, nunc: 1 · C P ~ (h'Zldu deillH f ~ ra aJ~llrn que sobrf' Se
erl flcar que o ungUe nt o sObcJantc do dia an te rior é s urlclcntr,. dc\'-e
,<;e v s um n ovo r'uno dt' . h o r tiJw-. Só 110 fllll se
j unla r -se- Ihe, ~;) O 1IH111O • '
pode d eita r f e r a alg um qu e !io~ brc.

6
Em complemento, d iremos a ind.a Que ~f::te tratamento <r. tem res-
twrdo , ' _ nos primeiros t.rês dias, ao men,: s, d eve estllr-se de cama.
r,Se se p'uder estar durante todos os dias do tratan:ento, tant o melh"cT.
Nào p odendo. dcvcm evitar·se 000.03 Q$ trabalhos. nao se meler a.s !11âoS
(' Ill ág ua.') fria s, etç ,

«DOE}.lÇAS D 'AR , (CONGESTOES)

A congestão cerebrJl ou pulmonar, n~c é excluída do núm(!r'o


d;1S doenças trat(Í1:clS e curáveis pelos empiricos e superstioiosos pro -
ces.~~s usados na medicina popular.
Supõe o povo que a m anifestação ou r. parecimento dest a doença
é devido a \lm .'ar ma.u, que. ao passar por dJ:!lt-rminada pe :t3oa. lhe ino-
cula o m al. Dai chamar à congestão . AR MATj, ou . DOE..i.'lÇA DE AR ~ e
dizer, com frequência , que . deu o au a F ulu110 ou a Cicra1lO . O: m esta
idéia fixa, qu:3 ndo o efeito da congestão se ~az se ntir m a:s num braço
ou numa perna. deixando-o~ <l esquecidos .. (pnralit.iccs) diz. expresslVa-
mente , que . a F ulano le deu (011 passou ) o (Ir Illml braço Olt numa per-
1Ia " ou. mais s im plesmente: . / 01 a r q!le le deu ' ! .. . (2 1 ).
A fórmula emp:egada par a. • BENZER D ·AR .. . na cabeça ou em
Qualquer outra parte do corpo. é a ~eguinte:
J asus, qu' é Santo o Nome de JaslIs!
O nde 'tá. o Sanlo Nome de Jaslls
Na.' pod' haver m al nem p'rlge ninhlttn !
t' te benzo F ... (22)
D ' ar mau . d' ar frio, d' ar quente,
D ' ar malin'Ü , d' ar 'stravagante , d ' ar poente ...
Vai -te daqui, a r mau. ar frio, ar Quente,
Ar m atino ar 'stI"l; vagante. ar poent.t-~
Nã' é aqui a t Ul. morada! .. .
F oi p alav ras Que Dê's dls,e
p 'la sua bóca sagt2da ...
Em Zu t:or de Dé's e da V /riu !',Iaria
P ô:ldl'c N essa e Ave l-Maria.
A or01ç::O") é rc)';..:<ia c inco vezes cm cad:"\ d Ia e d\n'.1 l1te ci nco. ~(' tt>
ou n o ve dias. Em ca.da d ia, depois das cinco rezas. faz·se o of('r('('\u lt'n-
to, d o RI:;( u lntc modo:
. Ol'rcç' estes cinco P'Jdre-Ncs·os. es t..ls cin co AI'êl- l\tarlas e (,SI as
~sa nl:.<s bcnzcdllrili'~ (lU' ê' aqui lt:nho TtI ;:;fHlo. ( fel"t.'~o ~\ V/ rj u N essa
. Se uhora e O ::;mdí :s,~ i"'n S~I1' ]"anwIl M p'r a (IIIC Sl~ je SOf l ' /tlO a tir.' r
. daqul l:sLc ar mail . ê.~ l c ar f rio, ês te ar (IU enle ... «('t e . ) p'ra que
. daqul séje tnado e Il ã ' sl:J' (wlc,Umfil. :h ontb.'iõ do lUar srje ./,}_
':.1 1 ,1->0' Ol. c .. n~''''U tn n :'", l\j". Ilt"l. ", ' nllr 11 11" 111"""'1\1<,. n u M' as >111:1.1' ron~'qu<·n('m.5
"",,' I' .......:..... ·U·,,", tI+- ]" ,uru 'h" ~";:,(). o ] )(l\';, I'lC]"'i uu' H '. ,,11"11\. l)Or 0-,;1".. 1,,\1:,,"" :5:
_h" ,,,,,,,,, .. , ,,·.. r. 011 _,,,, II"''' ,","'1' do ' /II VII" ,mh'l,j I ~ '" 1"/0'. '.h.. .·nl... . 17
'~:l, N"n ... "" IIÓlC '''UU'.
· .' "'d e ntl' r erercl
' I Cldo, p l a o.. . . cça nem
, . . _ I . Ponh'
floreça ,.
I<:I s '111IQS "za'
" 'd c. D cs poah as suas p Ta
~ ii Ta sa ti t: ,
Ver d i( e, p la ~empr ' l1.A éth a
tn
Ollt,:O ensa lrn : empregado p a'ra o m~s mo fim:
1.; ' te b C1l 7.Q F .. .
D' ,; }" f r jo, ar qu en te , ardente ,
Ar CIll cI/lj ll ido. ar coitado , ar C1icote velCldo,
Por àg ua e por vento fóstes aqui ent"'ado!
Vai - te daqui a-r quente. ar frEo, ar flrdente,
Ar ell tel1Yllirlo. ar co it.aclo, ar cncotl'velado,
Com a bó' hora. a bó' noute e 'C bom dia .
Em lav or de Dé's e da Virja Maria
Padre-~osso ... Avém-Maria.
Varia.nte:
Ar mau , ar quente ar trio, ar ardente ,
Ar coitado, ar cllttmguiclo, lar cncote1'elado,
Quem te troux' aqui?
A má hora, a má nout' e o mau dia!
Tira-te daqui , ar mau , ar quente, ar frio,
etc,
Em boa hora. em boa n.oute e em bom dia!
&"~')im com::> Jaslt - Cr i.~to nã' tem frio nem calor
As.<;i m séj ' o corpo d~te pocador! . ..
Em la vor de Deus e da Virja Maria.
Padre-Nessa ... Avém -Maria.

18
:! :í1:1I,, ~ cio ('(IPO «(;Oll1cça a ferver .. ! ... Em caso c:mtrárlo, tal não acon_
/,{'I ·('1";\! ...
P a ra tnll,;u' dl' ,jl:I)" f10011 Q_Lil praticam ~ chulllad.~ benzedura da
/'fllllla / :!-I) Gil 11.'.t:-; calmarias ,

E is l:tlgUIlS / 'n:-;aJIll()S empregados p ) ·ra ~&~'e fim:

Senhora S:lnL' I l"ia p'Jo Mund' ia ndc u


Com No<t, a Senhora s' enconLrou
E Ntn:·a Senhora la preyltlllvl/:
- Ondc vá s 1111 Ir ia?
- A mC{JlIlIla d e remeiclo p'ra cur::tr F ...
Q lfC tá morto com calmaria ...
(E NOS!l3., Senhora preguntvlI com que a curaria):
- Com lIove iC!6bras do p.1;nal e um COI'" doe fl.gl]l! f d:L"
Em lavor de Dê's e da Virja Maria,
Pndl'e-.Nosso,. ,Avé-Maria.
Vlll·jante :
Irb pelo m,a r ia
NOSSo. Senhor' encontrou
E nO !~J , Senhora la preylllltou:
- Onde vás Iria?
- Vou Ur,.'l.r esta calmar ia!
Nossa Senhora le pre(luntou
Com Que a tiraria,
---O.:m l o 11:1 n/3,1 em nove tlõbras
E um copo d' água frja,
Em lavor de Dé's e da Virja Mnia
PI'",dre Nos ~o e Avém Maria .
Rcza-.~e 'n ove vêzes e depoio.,. oferece-se a NossJ' Senhora. «p'ra
que séje sorvicla tirar esta calmaria que .no cr-A"pO de F .. , 's tá pranta-
(lU, P'r.3J q)ue Séje domim/Ída e nd' àmelltada , e ãs ondas do mar s~je
rlélada, p'rà onde nã' cre'ça nem f1ore'ça ..
:t' ponh' as 'nhds mãos p'rà saúde e Dê's ponh' âs suas .p'd vir-
tude. E em nome de Dé's Pai , Dé's Filho e De'~ 'Spri to Santo, Amén. ~

outro
6ant' EIlTia 1)010 mar ia
O Padr' Enlern' cnconLrcu
Êl' le l'rcljulllulI
A Ollrl' é (lll e tu vás Ellria ?

/:.!4! Em Iinj!I!;II.(ern )mpll)m' di:r.. ~·l~. a i ulla hoje, no Bfli)(o Ail'ntejO. «l er ca/!Il(lJJ
." .v lllr " fi/mil . ,mI' «l"" ca)on, «,'s/lIr c/llflr. _ la) COIIIO se enu:)ll!rfl nafi CartaS, CO
J>," An timlo VII,ira: "As cII/mIlS Ul "S lcs olas fonl tl1 nor cá !-:"io ext.nlOl"din/lrins qllt' se
n f.o Jeml/nun O" hOllu:ns d/, Otlln~~ t;imllhanlftl, lIIa,~ kmbmva.. me eu muito, pelrnl
r "-" pffir"s cio Ill<'U ma ior (:u uü"Jo, Il uai ,~ .:crinlll as fio Alt'llt:jo», tCarLa a D. RodriGO
(lI: M. ' /w!;(," _ Coimhra, II de &lCllLl)/u de 1&t4, ct 11I1S.s; III ) ,
19
Von benzer o Mé' filllo (p aciente)
Da doell ça ela call1lClrin ! (25)
Volta p'ra trás e va) benzê-lo
Entr' as ': nz' e o me'_di a,
c em um górclCWCLp' em cruz
E um copo d' água fria.
Em lavor de Dé's e da Virja Maria.
Padre-Nosso e Avem-M aria,

Nola: c em o se conclui, das palavras do en~ lmo, esta '


r ' t ' d ' - ' t ( ' pràt\ca
d cve ser el a ao mel ': - la: «pac-se a cna ura paClenle) 'ao '01· t
. .. " en ada
nmll.a cadeIra, com um guardanap o na cabeça e um c:po de ágUol frl n

V\3rS'ê'nt.e , arqulv'lKia eln «A Tradiçeí o:t , Vol. l , 175, Serpa 1a99:


.. Jesus, Santo nome de Jesus,
..On'ode ei:.tá o S l nto nome de Jesus
«Não ei:s.tá mal nenhum.
«Sexta-feira da luz subiu o Senhor à Cruz,
c- Perguntl:u Pilatos a J esus:
c-Quem treme? Tremo eu ou treme a Cru z?
«-Respondeu o Senhor:
..Não tremo eu nem treme a Cru z;
",Não treme nem tremerá,
«Que eu sou o Senhor ~a Crl' ) ment,ado,
",Que pelo Mundo t.en'ho andado,
cCalmas e calmar1iaso (tenho) apanhado,
c-PO:iS con1.'::' fe bh~a rt~?
c--Com a 'ltl ma da oliva talha da e Idobraóa duas vêies
«E com e!:: piga d' agua fria.
«Em louvor de Deus e eh. Virgem Maria,
«padre Nosso e Avé Maril.'\.
edadnll'l
", N, B, Todas a~ ipes~oa=. Que benzerem devem pór um P '111,-10 :l
. de \}ã.o no seio e, c!epols de conelullfo: a he~zed'ul1:31 develll MI A' de
, • Iol d:~ eth~
",um animal, porque. se nào fizerem isw , podem adqmnr ner- dos
", que benzeram Tod~s as p ~l;: oas que pndeçam dos dentes ali orJ d:t$
«vos, tkem de rezar nove v~zel) o C!'eclb, oferecendo-o à senl'!
Dores •.
",BENZEDURA DA CONSTIPAÇAO- (2li)

.. J e ~m.<;, S Jo lo nome d e Jes us,


.. Onde {' ~ tá o &lnlo nome de Jes us
.. Nã o I'~ t{l mal IwnhulIl .
.. Bt'nzo {"tn cOI1,'\tl p"'l (,:ào d(' ~ 1I1
. Em ht )l1r~, d e Dl'u s Om:l l j::nku l (';

,:.!~ , " I", II II"'S Y"7" M nllYlInOO\ , l ' 7" I' : .0 , ,'0('11[" I' (':llm:11;".
20 ' :l c" - " , h a~d , ' ,L ' O lll'l'l"\ -" "' '''''''(''''', I VoL. 142. ~I'I):' , I ~M
, Bt'llZt1 ('sl.1 rOll::-tip:1Çào dv (':1101' t:' de ft'brt's
.. Em hom:' di' Noss;! Senhora ~:\s Neves:
.. Bt'l:ZO {'st'J ('(ln~tip:H,,:''') n~pt'ntlD:l, . ,
.. Em hlU,'or d(' D('us t' de g :r n~a C;!tanll:l,
, Bt'lIZJ ('$1:1 c : llstip:I\,'ú ) doi fl"lt'Z:l,
.. Em 10\1\'01' dt' Deus r dr S.1nl:1 Teresa ,
, Tir:1-tr p;II':\ f J l";\ d;l ~ ('oslr}:l.<: " .
' :1$$lm como Jl'SIIS Cristo f(ll ('1'11('1(1(':100,
.. Til'a-to(' par:l fi)!'.1 d:1 bflITig-:1, ,,
.Em 10llvor de DeliS t' de Santa i\l;trg;u'!ua:
"TiI'.l-!e p::rra for.1 do ('o rp~),
f' a~lm como Jt'SIIS Cristo foi 1II0rto;
, Tir.l-te p;ua for:\ d .~ s péi.l
, Em lou\'or da Virgt>m S,S.'U", ]I.·[àe dos pe-cItdores
cEm lou\'or de Deus e da Vil'g-em l\'[:lria
, Padre Nosso e Avé I\o[:lria, )
' N, B. Benzt'-sc o p:lcicllte três dias c elll cada dia três vezes;
.'·01w. -'~e a criatura com as costas para qllcrn -a benze e diz-~e o Credo
.. nove vezes. sempre com .1 mflO a fazer crllzrs '~ õbre as cosb:J s do p.1_
,ciente, No fim de I1m:l st"rie de trê~ cred.os r('za-se lima Salvê Rainha
, à N,' S,a da$ DorE"'S e 11m p, N, {' lima A, M, ,tt cinco cha~; s de CristQ,
.. o P"Jciente rt'za também, )

f'BENZEDUR.'\ PAR ..I\ DORES DE CABEÇA )

Eis alguns ensahnos Que. segundo dizem, são remédio santo


,para as dores de cabeça, dores de .l1l iolo ~ , el/.T'aqllecas, etc,:

JaSlIS qu'é Sa.ntl: o nome de JaSlIs !


F ", t' te benzo
De der de cabeça, de d~ r de miolo, de der mnldHa,
De dor 7lorVOsa , de dor d'ellxaqlleia,
Nó' Senhor pregulltou :
Que 'stás 'aqui f:1zendo,
Dor de cabeça, dor de miolo, dor m"lditn
Dor norvosa, dor d'ellxaqucta?... '
- t 'stou aqui lll oend' a cabeça
E desvailld' o miolo! .. ,
-Nã' há-des moer a cabeça
Nem desvair o miolo
( FOi palavras Que De's dis, e
P'b SUa bõca sagraM ... ) ,
Em lavor de Dc's e da Vil'ja Maria
Padre-Nosfb .. , Avé-Maria. '
Rez:l-sf' C'i!1ro v('z('~ a nr(t('fio e f:\,,_,..:",
1Il6nto : '- em ."('gui<b o ofereci -
21
.. orreç' c:tes cinc-:: Padre-N: ss::s. estas cinc: Avei_t_
:;;ant:lS bCllzed uras qu' c' aqu i tenho r ezado . ofereço ao s ,tatlas t ts
crr\lllento (' à V irj {/ N:'sa Se nh ora p'ra que sej e ser Vida t\:nU~lrnc. :::
dor de cabeça ou, e~ t'e ll:r(~ q~l(?ta que n a cabeça de F ... 'st~ ~lqUi t&1.~
qUe sej e cfom ellllula e \lã. CI men ta da e p'rà l:lnde nã' T l ela e p'r
jloreç a. p on h , ::l.~
'1 '- "
II /(IS l/h! S P r
à Ea u'o e e D cus iponh' 45 suas
everd"
' . II I!l!•
de. p'r., ~empr' Amén ... P Ta vtthl.

Outra :
J asltS, qu' é sanl-o n ome de JaslIs
Q':1 de tei o Sln to n ome de JaslLs
Nã' p : d' haver m al nem p 'ri.go nifl hum:.
J aSlIs é verbo
Vero' é Dé's
E JaslIs , benza_te Dê's !
lndo S. P edr:) mais S. Palo
Caminhand'l p'rô monte T abor
O Senhor d isse a Pedro :
-Anda P edro !
- t'. Senh:.r nã.' p:ss' andar,
Porque tenho 'ma dor de morte
O Senhor le dis!"e :
_ Apertl a cabeça três vezes em cruz
E diz :-Jasus qu' ê !;a~ to no:me de Ja sus
E em laver de Dê's e da Viria Maria ,
Padre-No;s :- e Avém-Maria.
Varltante , recolhida em cA Trad ição' ; VoI. l , 174 :
Sa nto n1: me de Jesus, etc .
c J esu·~ .
cOnde eu ponha a minha mã.Q
~ Ponha o Senhor a SU a divina vonWdc.
cQu2:1do S . Pedro pelo MundO 1"3n(\':)u,
_ Encont~ou o seu Divino r.,·l estrc.
· 0 Senl1: r lhe prtguntou : Onde Vl lS, I'r-d ro ?
c-'Eu , Senh or? Vcu para o 110nte Forte.
c-Anda. P edro.- Não pos' o , Senh or.
c_ P ois, que te n s? -D ~ r de cabeça.
eJesu-.:, Jesus, Jes.us-Credo em Cruz.
_N. B . Enqu JIlto a ben zed eira d iz a quchl O".lç~\O co:~t'r\' .\ ao ill~O
c .~ob re a cabeça d o pa ciente, lUas. sem lh e t O\::ar nem {;tZ('f Cl'lIZt'S·.

C(jlhclllo~ ú l n(Íl J 'C ulro ensalmo pOIrlic\llar nH'nte ('ll\pre!w(\O p:)ri


benze r de du r d e Cabt .::a .

El.- Io:

~ \l a l\ du lr\UM,a ~ 1 '1! 1\(1I· .. pI·hl IIHII\{I ' .Indo\l


.....ul! 1.1. I lI f
N . di ' coJhl."'. ' .' ,
~ , .. \·II! ' n \ rou
' ,
.Ú " !1>:1 H' ·l lhllra /c " " ." ."" I II U II . '
Ú ~ 1,.\1 . lI e "'Iill"I,l.,l.f .
22 lU C I l ! lI r
Vou fm il r o miolo, desmiolar o senticLo L..
Vai-te d,lqUj, dor de cabeça,
QU' aqui nâ' é a tua llloI'ada
(Foi palavnas que Dc's disse
D a sua bõca sagr.lda) ," .
Em [<llIor de Dc's e da Virja Mana
Padre-Nosso., . Avém-MJ.ria.
ALUda temos regi~ tadi, igualmente para curar a dôr de ~abeça,
lima outra fórmula cujos verslculos embora destitui dos de seguimento
lógico, aqui deixamcs transcrit:::s :
QU Z.11(!:J No-;t; O SenJ10r pelO mund' andou
A um mOI/te f oi pedir .poisllC!'a. :
O homem la d l va a mulher la negava ...
Deu-Ie de ceia mn' ,pão de cevada ...
Vai te daqui dor maldHa, dor m alvada ,
Nesta cabeça nã' tenli.1.s enLTada
(F oi palavras Que Dé's disEC
Da sua Meu sagrada) ...
Em lavor de Dé's e da Virja M!.lria,
P a dre~Nos.;.o , . , Avém-Maria.

«BENZEDURA DA DOR D E BARRIGA,

Nã,:; pudemos compreender bem as palavras do ensalmo Que r egis-


támos para curar as dores de barriga ...
No entanto porque nos afiançam a sua eEcáci-a'-Que o lelter po-
derá pôr â prova Qu-ando se vir nalgum assado, que In3.1i' provOQue-aqui
v deixam : s regh; tado :
Jaslls, QU' é Santo :Nome de JaSlls
Onde 'tá. o Santo Nome de Jasus
Na.' pod' haver mal nem p'rigo ?lillhum J
Indo Nossa Senhora por um caminho
Chiyou a um mont' c pediu poisada
O homem ia dava e a mulhcr la neg&iva .. .
Deu-le p'ra dromir 'ma &ôca de palha e '111•.1 m anta molhad;\·...
Vai- te daqui, dor de barrig'.l, Que aQlli t~ n.' é .~ tua morada ...
Em luvcr de Dê's e da Vir ja M,nia
Padre NO'.;..<)o e Avém - Maria,
C:A. Tru diçclG, tem regisl'.J.do no scu I vaI. , i,43, 1899, outro cns,llmo,
muito f../:'Q'ccldo com êste e QUc a seguir roproduzlmos:
_Jesus, Santo nomc de Jesus
_Onde eJlá o S:.nto nome de 'Jesus
_Não C'~ tá mal 'nCnh\1Il1 .
• Quando Nos.:o Senhor pelo Mundo andUv;l
. Cheg:fll a cu -I). dum hOlllem bom e dUIll:l mulher bl'uva
~Pcdlll ,poll.~da c o h omem da\' ~ e a mulher não dJ.va 23
cÁ Senhora foi deitar-se e iogo começou fi. chovcr
cAgua por cima e ~r b aixo ...
cE com estas mesmas pal·a.vras "31 dor de b::Lrriga será cunada
cEm louvor de DelllS e da Virgem Marital, .
Padre Nosso. Avem ~Maria.

c BENZElDURA DO cNORVOSO, J

t' ,te 'sconjuro jlato norvoso,


Témoso, raivoso p ~mado e amuado.
Do ata(f.ue das almorroides e do rabatismo sareis livrado.
Nã' sareis dei' entrevado lIlem rp elo corpo da criatura passado.
Se jôstes apanhada d ' ar frio, ou d' ar quente do chão
t ' te 'sconjuro em lavor de S. João.
Se jôstes apanhado d' ar frio· ou d' ar quente da cabeça
t' le 'sconjuro cm lavor da San,t a-'Madrc Abadessa.
VaJ.L1e flato norvosO, salta 'polas unhas dos péis
Lá p'r' aquelas bandas das águas d'O mar
Aonde nâ' ciças galo nem galinha cantar
Nem ovelhas .berrar.
Esta é qu' é a benzedura da Santa Viria P·lIra
Que no mund' a deixou.
Entes de ser Santa, ,tlant:~ tromentos paiiSOU:
Numa cama s' entrevou,
Os encaxes lf. precurolt,
PIcadas e forroadas ·no ClOf1PO le davam, dezendo:
Já nâ' me vejo curada
Enca n to nã' fOr supultada.
Ia a Virja Pu roa. pala rua d' Amargura
Um hom' enccntrcu dO'smaiado e le disse:
Quem desser Illove vezes esta benzedura
Outras tantas ~e porseg7lur,
De todo o mal de .norvoso s' ha-de curar.
Em laVOr de Dés e da Virja Maria
P adre-Nosso e Avém-MarIa.

~PARA TRATAMENTO DE FEBRE E DORES REU1olATICAS"

p,ara trat.amento de f(!bres várhls e dóres de O:l'r.áctcr re-UJlHl.tlS-


mal, costumam os populares Hipócrates ,a.p llcar ainda l1OjO a Sf'gul n -
;,e ~/Tecçãc.: ' . ,
. Q,u-a tro colheres de 1Ill'hllça" três de m oohrd' l uma grama de QUi-
c.n no, uns pedaCinh d. . " [r ~
-decllitros d 'a à tl °lS e canela em pau, "m__", gem a de ovo,
t t~do mUI~o ~e6~ e forte e três decllltl'os de vlm\gre~. on-
serva bem rolhada A n m exl<i!o e metido numa ganufa Que se ~ O'
e a.s ,p ornus. , ollt!, ,",o dell.ur, ct r ecc:. •. se. a espinha, os br. ç
Também e limite usada ii :segulllte : .
1 decilitro de vinagre branco, 1 decIlitro de água-raz, 1 clara de
ovo batida. . r a um '- u dois dias de
Faz-'<e a mistura, qu e ~e ~ gita e deixa .IC r -
infllsã e. D~pOiS fricciona-se a parte do corpo molesbld~.
Toma- .i e, em seguida, bem quente uma chávena de chá ~c
e rva-li lsa (bela-lIt isa) com dóze cabecinhas de marcela e U1~ pedacI-
nho d casca de limão. . .
AS DORES REUMATICAS (e ,também ccrtJ.S doenças de mu: stJ -
nos, G;. ;gnadmllenle a entcroco lit-e) são combatid·:l& com o :scgumte
com 1: 8tO medicamcntO'-o, p 3'ra liSO interno: .
«Deixflln-se de infu',-úo cm mcio litro de a)cool puro, durante tnn-
«ta dias, q\u. renta :3. ' cincoenta donles de alho. Ao fim daq<lele te~­
, po paEsa -Ee O liquido para. um fl'asco ~ vai-se toma.ndl>, aos Pil1-
~gos , de manhã em jejum :> .
Come<::l -se por tomar quLm:e pingos no primeiro dia.. e vai-se
Iment.andlJ" um em cada dia, fJté chegar aos vinte. Não se tomam maIs
ue vinte de cac,a vez e deve wmar-sc, pelo menos, tJl'intll. dilal) segui-
dos.. Pode preparar- se , meia receita , e depob mJ.j~, conforme fó r ne-
I
cessário.
)
, t BE.:'lZEDURA PARA CORTAR A mGUA E A QUEBRADURA ..
I
I
Entre os vários ensalmos registados na «Arte de talhar a ínglla t> ,
i1l Arquivo de Medicina Popular, Vol. I , 87, <los consagrados etnógrafos
D~. Alexandre de Lima Carneiro e Fernando de Castro Pires de Lima,
alguns se encontram parecidos com um ~\le recolhemos no Ba:xo
Alentejo.
Aqui o deixamos registado, pedindo aos ilustres Etnógrafos nos
perdOem Ião escas~ a contrIbuição pa'NI trabf.l lho de tanta valia como
aquêle a que me refiro.
PaI"!3., .cortar a Í1zgua , corta-se com !lIlU. faon, em cruz, a: cinza
da lareira e, alternadamente, a própria ingua, limas cinco, sele ou
nove vezes, enquanw se diz:

i ngua e fôrca foi a via ( ? )


Fôrca veio e ingu·;)., MO:
1ngua, t' te corto
E te torno a cortar
P'ra que scqu~s e mi..n·êS,
E cá nã' op ~ssas vollmr! ...
Em lavor de Dê's e da Vir:Jc1 Mar':.,
Padre Nosso .. . Avel Maria

Por cllda vez quc ~ (l tcpete a ora.ç1iú devem I"f';,;.\r-se cinco, sete
ou nove P. N. e A. M. (conformc as vezes que se rezur a ora~rlOJ e la-

!
U!r o cofc reclmento ~ .a Nos.~a Senhora. d:\ Ou Ia. 2S
V:lri:ullC :
"Strei'l, luzente," t
tenh' nma II1gua .
Il~'
ÊI:1 cU." q\le m :1l1 da m ais d~ que tu.
E til dizes que n~P.il1 da s maIS do qlU ela
Ré"a tu c scgue-~ e ela !

Outra :
A estl.1 janela me venho 1Jranlar
P or est~ 'streIjnha vcnho Ib radar
Estrelinh a, d' tenh' umar ingua !
Ela diz QUc segues tu
E ê' digo Que segue ela ...
E réllcs tu ! ...

E-, tas invocações são feitas à noite ca luz d uma 'strela> e com os
.clhos fitos nela.
Temoc. :notado Que, enbre a gente do p.:ovo, existe uma certa con-
f<usão entre a íngua e aquilo a Que chamam ccolJradura>. E assim,
aplica- se o en ~almo anterior tanto p ; ra curar Q. íngua con1!~ para tra-
tllr a quebrad'U~a.
Apei'a.r desbJ. confusão, registámos também um ensalmo em -
Ip reg=<do exclU:;ivamente para CURAR A c COBR.ADURA~, e Que deve
ser aplicado ll1a noite de S. J/:ão (23 !palr a 24 de J unho), à m e:l.! noite.
A benzedura é feira com uma. vide (·h aste 'de videira ou de par-
reira) qUe se deve abrir ( rachar) ao meio, no ~:e il1tido do comprimen-
to, sem, contudo, chegar à ponta. A h aste não de.ve cortar-se da ,par-
rell'1a- mãe. Um Il'3paz e uma raparlg:a, Que devem, obri,gatóri-amente,
estar virgens e ch amar-se, rrespect.~vamente, Manuel e M:aria serão
os pr,;:ticantes. Colocam ...: :.e um de cada lado dia vide e lPassam o doen-
te. (Quase sempre uma cr~alI1.ça) de um para o outro, p er d~ntro da
<a:bertura (rachadela) feita na. v,ide (ver fig. II), e p :)r três vezes a O
mesmo tempo que vã.o dizendo:

N a noite de S. João
.tste monino cobrado
P~la vime va~ ser pass~o :
-.t Maria e tu Mane l
Em lavor de Sa:nt' Iria e S. João .
Passo-to p'ra lá doente
E déta-mo p"ra cá são! ...

t' Manel e tu Maria


l!:ste monino cobrado
Pela vime /Vai ser p al&;ado
.Em luvor de Sant' Iria e S. João:

I
26 Passo-to «l'ra lO. doente
E manda-mo IP'ra cá sào !
- É' Mari;t e tu Mallc1
tste 1I1() ,Ii,W co/lrado
P ela vime vai ser pa ssado,
Em lavor de S"nt' Iri a e S, J oú":
MCllldasti- o p'ra cá doente
t' passo-to p'ra lá. são:
La vores e graç,:'", .:I S,llnt: Ir ia e S. João

(u~ fo1.l .. i" .. .

FIG. II
Dep::.is desta prática, .a vim e é ":l tada com a mão e ~ Qlt erda, p elos
doiS rapazes v irias, a Maria e o Manel, o m .: ~ m o se fazendo à queb ra -
dura. do p aciente. A vid e, que :;c não de';1pr('ndcu ~'l parreira . vai sa-
rando e cical'rizando a fenda ao me ;mo tempo que a Quebradura vai
desaparecendo no doente, Quando aquela estiver completamente sa -
sadia. _ o que não deve demora r ma.is que um m es _ êste estará ig ual-
mente são e salvo .. , Lembram- nos, por último que será de tMa a con-
veniên cia colocar sbbre a quebradura, quan~ es ta se li'gar, um Vjll -
tém e n:volto em algodão.
E agora, pcrque paluvru puxa p alavra, também a vidia, por natu-
ral .associação de ideias, In es tI':'lIxe à lll emÓl'ja Cutrã ,prâ.: ica p or nÓS
há tempo recolh ida da tradição.oru l e que, de ce rto m ::x1o, é anâloga à
antcrl (}r , p ois nela IgualmclltC' fIgura a videira eOll1o:) fàrm :\eo p redomi-
nante, embcra a 'Sua· oacçã':', em rela('â : ;10 cioente , seja , .. de .simples
.p resença.
Trata- se, nad~l m a is, nada n ien os do que de UUla rece ita p.'l ra ...
eura r Q. culvlcle I
Aiegrem...sc, )lois. os cal vos Que d o!<.'onheci,nll est;l milllyrcsa lor·
mula de um grande (l.::outO l" - o Dr. Zé r evi/lho.
Fiquem sabClH-'" que -a. mar.lvilhosa piaI/ t a dlls pllrras, alélll do
delldoso c.ehâ de 'l ~·H"relru. - que, 110 dl)!cr das Escrjtures . all'gf"ll o
COraç!io das Kent.cs.- , Jlodcrtl. dar-lhes, de h oje p !llU °f utui·o, Ulll po· 21
(/c r u:m;S;lIIfI (ónico Cll}lila r , IIIIl csLl muia,nte ai:) l!r esdmcn to d--JIS seus
c;Ibclos.
Com o acontecer á t\ld ~ ISSO ? !
Pl"occdcnd:) da 'seguinte maneira
Em no it e de S, J O{l.Q. - nes.soa n .:J lte de sonho, em que somente aos
nav es era dado ter esperanças .. . - 'a.bri, lSen h ores carecas, uma haste
de vi dl!lm, tal c: mo se indicou atrAs ,p ar,a, curar a quebradura. Intra.
duzi na fenda. cu racha assim obt-idu, um dos vCf:SOS r ar:s cab elos (ai
d:\queles que lã .nã.o- t lve'rem ne nhu m! .. . ). Liga i agora a haste df.'ixando
lt\ ficar dentrJ um desses .. rari n ante::» .. . e pronto !
A haste Ira. sarand o e crescendo e , c :::m e la , o cabelJ que lá foi
Introduzido ... ao m estnJ tempo que os oabelcI=- começarão a n ascer e a
crescer na vossa cabeça ! ...
Se, pJl" ser velha :a parreira ou ·Excessiva a decr e.pitude do ,p rati.
Clnte, não f6r alca n.:.ado o fim em vls.t a, a:plic ai, então o. st'gulnte
tónico capil ar , talvez m ais poderoso do qu e o primeiro:
Fritai, vlv J, um lagarto' e fri cci:mai a cabe((a, durante n cve dias
(ou nove noites) com o pingo que dele obtiverdes.
Se ainda !talhar desta , -não. haver á reméllc, . . usai ao c:capachinlto ),
de que alguns dizem mar·a vilhas .. ,

q:OOENQAS <O' OLHOS»

As d oenças dos o.lhOS, co.nh ecidas en t!"e o PCWo. pela deHgna.çãO


i:ené riC a de c:MAL D' OLHOS», :;ão tratadas por meia da respectIva
BE..~ZEDURA , a lém de o.u.t ras m ezin has cau'lr as ...

O ensalmo. p ara t alhar estas doenças reza assim :


Em lavo r ue Sant3J Luzia
Esta vis ta venho. benzer :
De ,prego. , de farpa e farpão,
De cabra (?), de cabrito ( ?), de rOxidão,
De v? rme lh idào. e d ' enJlama çcto,
De 'blcha e de bich A.oL ..
1;' te cor to e te torno a cOrta r
Rabo, cabeça e raizes do coraçê.o
p 'ra que te seques e te mirres
Em wvor de Santa Luzia,
p adr e- Nosso ... Avém . . . Marla.
Colhêmos ainda o.utra que é do teor seguinte:
A mão de Deu s e a d'J. Vh·ja M aria vã. (l di f..'lI t e dl1 minlH\
p ' r ~ qu ' apagu' e-aas rcc·h as, estes f~rpõe.s ,
E.stes cannazões, estes cravos'. estes .prop;o~ ,
E.<;tas balidas, (21) êstle mal d' o.lhos ...

28 ( 27 ) bolidus "" InttllchlUI eslmll\~tlli,ado. s que tlIIIU-Coen\


ca.taralil.!l?
Em lallor de beus e da tr~rjlL Maria,
p adre-Nosso ... Avém -Mar ra..

Variante:
JasuS, qu' é Santo Nome de Jasr/s!
Onde 'ti o Santo Nome de JIISUS
Nã- pode haver mui nem p'rigo lIi1rllllm!
-~' te corto.,.
-Farpão!
- u i!O mesm' é qu' é' corto, _,
_ t ' te cor to a c~ beça, t' te corto cs br3ços, c te corto as pemas,
p'ra que tu nã' P05,; 3S re'lIIr (28)
Aqui te hd-des secar, aqui te Ild-des mirt\.' U,
Daqui nà' lld-des poder passar.
He-de-t,e manda,r détar p'n\s ondas do If.ar
Aonde nã' oiçaS' gaHnhas 'nem gJlos C!U11,a r
Nem f!lhoSJ por pais bradar .. ,
Em l aver de Dé's e eh V irja Maria,
Pl dre Nosso e Avém Mflrla
Eis outro ensaJmo, parecido com o primeiro, empregado para o
mesmo fim :
Jasus, qu' é Santo Nome de Jasu!: !
Onde o Sanfr.> Nome de Jaslls s' alomiO'lI (29)
~te farpão GeCou c mirrou ...
Ond' o Santo Nome de Jaslts 6' h á-d' alomlar
este farpão s' há-de secar e mirrar
BENZ."-~' te corto .. ,
DOENTE-Farpáo, cravo e réch&
BENZ,' -Farpão e cravo eorto, rêch' atalho,
Em lavor de S. Pe<!TO e de S. Palo.
Vormelha, o que fazes ai ?
-Como e bebo e 'tou aqui !
De vormelho visto.. de vormelllo caiço
De vormelh.o, a-cavai:) (30), 'tau no -a lto.
2' te corto itarpão,
2 ' te corto pelo pescoço e pejos bru ços,
2' te cor.to pela cintura e pela batT!ga.
~' te corto pelas pernas e pelos péis.
Aqui L' hé-de cortar, aqui L'I!d-des secar,

(28) rinor ... reinar, C~, a.lastraT,


r~) A/mnior .. noml'ar ; Rr flllfldo ... dilO: , Tell/" ouvill' (1/0111;(1/'11 .. tenl'"
ouvJd.o dizer, ffllar, Tlomear. Ouvit hl II! a forma. populflr do adj, verbAl de o'lI>ir, li nie(l.
empl'C'gada e eonh.ee~ ~lo Povo. Dl've t~_6e lormado por MalOR iR I.'Om o Rdj. Y't r _
RI de 1>U.
4301 ,'Tor a.cavalo- .. eatal em dma 011 moruado ... EilU!. /I'r",,.;r(l de diur
asaJm como aq"'da outra .«ondar (1 .('(11'(1/0' tmprep. .ns, lncIlatlntamente, o pO\'O do
Blbo Alentejo para $'lI'mhcar Que UC!ikUl., corno meIO de ImnspOrte, o e:\\'tllo. o
burT"O ou Qua lquer outro an imal Que lhe P!l'II5a ~l'Vir de mal\lada e, até a_mo, II!
Ireq llen\e d iuor Que n :ai a-C'G~'(I/o "II'" C'Gno. 1Ia cam/o"era 011 '''' colllbó~ e ai nda 29
_\I<IlO nll. et trculWl, para (I;lZltr que Il'cP' II._PI"-,

II
Ac ui "·Iui-eles mirr•.LI" c d.aqui nã· lili-eles paSSt.'l r
P(:llh' as ·Ilhas mâ's p'rá S3 úde
E Difs jJOIlh' ;li s uas p·ra vertllele
Em InlJor de Dc's e da, Vi rja Maria
Padre N.:sso e Avém- Maria.
Durante est.a práUea a benzedeira conserva na, mão uma laca
(llUlIldlw = canivete) e .um 'Pt.'-dllÇO de ;pau de loe ndro no qual cort;l
quando as llalavras do eU'i;ulmo o indicam, ,\0 mesmo tempo que apro_
xima dos olhos do paciente, a f'.:ca e o pamdilho de loendro.
A benzedu.r.a ~ feita durante cinco, setz ou nove dias no fim do.~
Quais a doença deve ter sido debelada. Faz-se, então, o ofer ecimento, da
forma que ~g\le: - ,Ofereço e!itas santalS< henzeduras à Sen.hora Santa
lJuzla q\le livrou êstc 6)ho do r,npão, c ravo e réch!l. Em nome de Deus
Padre, de Deus Filho, de Deus 'S l'rito SlInto e de Santa Luzia. Padre
N CSiQ e Avém-'M.ariato.
Nem sempre o tratamento aplicado se limita. a estas misteriosas
práUcas de mecli.cilZa. Ao mesmo tempo que recorrem a estes supersticio-
sos processos de terapêutica, fazem o tratamento empirlco.
As mezÍllhas geralmente usada;;. para l rr: tar destas doenças redu·
zenH.C, porém, a sill\ple:. lavagens com ágU:l. de rQS.lS, água de malv3.s
tcozhnelltcs). etc. Ver fig. V- c.Olhas de Santa L\lzi3.~ (runuletos),
Pa ra ex\'racç·l\o de eorpos estl,,",n hos retorrem às chamadas epC·
dras algucTeTCl s, ou d'ulglléTO) (argueiro).
Na Fig. lU, n.'* 9 e 9' se representam IlS duas face.s da que existe
em casa de meus pais. (3 1)

BEN ZEDU RA DAS «QUEIM ADE LAS»


Para ClIrlr as Queimadul"..ls 'sea/dude/as _ se são ,produzidt\.S' por
agUá .cu q ual q~ c r outro liquido fervenle _ c queimados _ qU-:lndo pro-
vocados pe~:) fog.o - emprega-se o seguinte ens.11mo
Scnhof3. Sant' Iria. Unha três filha$
Um'J. lavava, out;ra Cosia
Outr' em eh,una de fog' ~rdla ...
A máe JJTéylm tou à filha
Cem que se curava , com que se "'UI·a l·ja, :
Com o unto dI) ·llúl'eO e o JJÓ (/u "rt'tI (1)
----

30
t ' te benzo, fógo branco, fóg ' alvad!o,
F6go negral e fôge vormelho,
p'ra que te seques, te mirres,
E aqui m ais nü' lavres! .
EIll luv o" de Dé's e d a Virja Mana,
Padre-NosSO ... Avém-Maria . ..

Varia.llte :
JaSlls, qu' é Santo Nome de Jaslls !
Onde 'stã o S )·l1tO Nome de JUSllS
Nã' pod' haver mal Ilcm p'rigo 1lin fwm .
Santa Ce zl/ia tinha t rcs filhas:
Um a lava.va, outra estc-nd~a. e out.r:l no fogo ardia !
Com que ~e Cllr.ou, com que .'!e c uraria?
---Com o unto do porc : e c : m o pó do dia ... (32)
Em lavor de Dé's e di.! Virja Maria
P adre Nosso e Avém Marl-tl..

Enquanto a benzedcira reza °


ensalmo, vai frl ccicnando. leve-
mente. a -parte afectad a., eom unto de porco e com pó da.- estrada ...
T ambém já temos vista aplicar sóbre os qlleimados, a banha
( c: mantéga. de porco ~ ) .'!-em ~"I3 1 ou a mantei!!a (de vaca) nas mesmas
condições.

PARA CURAR O "COBRO"


o côbro ou herpes é uma afecção vesiculosa d-a pele e que o povo
atribui à acção de qualquer bicho peçonhent 1 que tenha passado sóbre
a roupa do doente, dur"1;lJnte o tempo em CiI!C esteve n o estendedoiro.
Daqui a relutância, que já temes observad0 nalgumas. lavadeiras, em
estender a roupa '110 chão, pois assim !ic1"·r1 sujeita a que nela seja
inoculado o venenoso gérmen produtor de tã:l temida com ;) incorr.:>da-
Uva doença cutánea.
A cobra, (bicha), o ala.crau , \} I osga, o lngarto e a b.gartixa são,
para o povo, 09 únlcoo causadores dêste m.aL E as roupas inter:ores. que
estão em contacto directo com -a pele, são as preferidas por t ai$ bicha-
r6cos para nelas deporem SuOs peçonhenta> secreções. E'. talvez, êste
um doo motivos pOl" que ternos ouvido .reconwlldar um cu id 3d o especial
em que fiquem c:bem p(/~satl(IS a lerro e C(.I1I/ él'le bem (IUente » a:s peças
de vest.uárlo que hão·de ficar cm connjiCto clom a pele.
P ara t ratar o cóbro é costume lavar-~ c a parte nfectada com
vi nagre forte (puro) ou com vlnl?t re aro mático- prática mais corren te.
Contudo, em tempos que não vão dlstante-.?, ainda em Bcja se fazb a
cura do cobro com o (~haJl1 :.tdo . óleo de trigo (I Ueimllclo».

' 3l l No primolro c nmlmo 1IuI"II t~l"(l1' {jll c ilHu dn.f rf1.1isl à mOl< «pó da ~lIi a » (ljUe
a .n u-.m i.n1"orm:u.lom n;ln Slml)(' d i7A'!' (I '1 11(> :,..J:\) (> :l,' S('l!lIndo «pó do d ia» ('III(' nOfi 3'
t111;.'>eram IIU!' pó lia tf,t l"fl U:\'.
o traLalllcnto. geralmente, era aplicado (e creio que ainda o é .. . )
na loja de ferretro mais próxima ,. . .
, Num a destas oficinas. ainda h oje eXI :t~nte às Portas de MOl/ra,
foi êle m:uitns vcze-,:! Ij,plicado: o doente dmgla-se para ela levando
CGI1sigo IIllla porção de t~igO e, uma vez aI. o:'l ocavam Os gràos sObre a.
bigorna e ch egavam -lhes um ferro em brasa.
O trigo, obrigatoriamente «trigo-tremê;') , I:l.pOs a combustãO, deixa
11m reslduo escuro, oleagino::o. que em seguida se aplica- sõbre o cObro,
fri ccionand o levemente. Repete-se o tratamento tant3.s vezes Quanta~
,~s julgadas neces.:lÚrlas.
Deve evitar-se a todo o cu'.:'to. que o cObro complete ou feche um
anelou circulo em volta da parte do corpo 2fectada.-membros (supe-
riores ou inferiores) o.U tro.nCQ-ilo.!s, quando Isso. acontecer, o. do.ente
e.9tará irremedlàvelmente perdldo. ...
Pal"J" tratar a inoculação. directa do. ,,'('neno déstes animaIs, por
picada ou mordedura, ainda o povo recor,re à chamada ' pedra da bie/Ia.,
~pedra da cobra. ou ' pedra do veneno., (33) mult:: parecida c:Jm ~ t pe ~
dra de argueiro) , Po.rém, de maiores. dimensões e que, cOlocada ~ó bre a
parte ,afect'lda. a ela se pega fortemente caté chupar todo o. veneno,
desprendendo.·se em seguid a •.
A ferida nlio. deve Hllvar·se nem Iimpar-..«e após a mordedura 0.\1
pldlda, Po.ls, .se tal se fizer, a pedra diflcilmE'nte ade-r irá à pele, não
podendo. assim 'Selvar-se c dcente ...
Em muitos casos é mesmo co.n,venient ~ avivar a- ferida com um
canivete ou vidro, para qae a pedra melhor I:e possa. pegar. Se e-Slta nAO
aderir à. pele é porque não hã veneno na fer!d a. ... A pedra. depois de
sattur3da. desprende-se por s-1. Para a IImp:lr basta introduzi- la em
leite, {lo() qual se tran.."T1lite o veneno., o que se nota pela cOr dêste ...
E ;:tas pedras são de um dos lad')S _ ver fig, III, n ." lO-Ovadas,
lisas e de cOr escura ,e do outro _ mesma fig., n ,- t O'---chatas na perl.
feria e 'cOncavas no centro, COm manchas claras,
Além deste tratament,. cmplrlco, há o. tra tamon' i ' 1
benzedura apro.prlada: o m stlCO, pe a

JaSIlS , qu' é Santo nome de Jasus


Onde 'ld o Santo Nome de JasllS
NII.' pOd' h
~' aver mal nem p'rigo ninhllm!
te corto, cbbro. cobrlnho!
Se -rOres alvorinho, é' te cort' o f0Clnho'
Se rOres negral t' te cOrt' o crist al ('l '
Em lavor de D (l 's o d , Vi j • • .
P d ' r CI '~1-1rla
a re-NoMo, Avém . Marla,
En qu~llto reza, a bellzedclr'~ c I
pau de r l~lIel ra, sab\l~Uelro 011q,,: i nr {{ com 1I1ll3, faca nUIll pE'd3C;O de
,I quer ontro,
-- -;- ....... -- - --;---. . _--..,..--, .

FIG. lU

1 _ Mcda.lun, signo ae Salm.~o c figa (prata).


2 ·- Cruz, âncora c coração (prn ta).
3 _ Comicho, figa e cornç!to (vidro).
4_ Si8nO dr 5(1;lIIóo. figa c meia. lua \OUl·O).

5 _ Cru%, âncora e COnlç:ío (ouro c estllnltel.


6 - Figa ( OSSO e ouro) .
1- Comicho.
8 _ Corn lcho (chifrc e ouro).
9 c 9' _ Poora de nt'gu('i ro (d ulI& fnct's).
10 _ p cdrn. da I.!icha, da oobm ou do \'cllt'n o.
10' _ Ide m - face qu(' :1dere ii pnne do corpo n r('(:la da.
11 _ Fh,a (OOi.So) ext'ClIlmla 1>Ot' um ));\.,tor.
12 _ M,'l:l.. hm , Icohre) - Hl lla.~ fart':<).

1-'01'-'\,\. de Anu:\l Hlo ltallul)o 33


«BENZEDURA DE OLHA DOS, FITOS E FITADOS», ..

Em Notas de }"letlicina Popular Minheta, do ilustre etnógrafo.


O ,p ublicadas no I VoI. d
t\ rtn;1Il d o L" " ,
O A '
rq/t1Vo d e M ed'lema
, POPular '
afi nlla-sc que cO aldeão cura apenas dos ~1ntomas: do~ e manifestação
extern a, vislvel do morbo ) , e ainda Que (dO'ença grave, lnterna, mas que
não doa, passa à conta de bruxedo o u mau olhado, e como tal o tra ~
talll ) ...
N.a verdade, aSSi m acontece, no Minho como no. AlenteJO, nas
Beiras como no Algarve,
Confirma-o o facto de ouvirmos frequentemente dizer Que Fula -
110 está. doente porque Ic fezerom mal .. . porque le derom um olhado ...
Para evitar, pois, que 'a lguém lhe po~sa fazer mal - seja de que
naturez.a. este for _ o aldeão (e quantas vezes o citadino!) rec0rre a
rezas e benzeduras que julga próprias para t'.al fim.
03 ,ollzados _ ~eg undo se crê _ atacam com fr equência, e de
p:'eferência, as criancinhas de tenra idade ... E logo '~oJicitM!, as mãezi -
nhas, para as livrarem de tão:> terrivel moléstia, Que em poucos dias
lhas pode lev::lr, correm a benzê-las cont rai os maus olhados, fitos e fita-
dos, oI/lUres d'enveja, de II/a, etc.,
Como de costume, verifica·se primeiramente a existência da
doença deitando lalgun's 'Pingos de azeite num pires com ágU'a , sobre o
qual se faz o sinal da cruz, ao mesmo tempo que rezam o credo (credo
em cruz).
se o azeite desaparecer, diluindo-se completamente -na água, a.
crianoa ou o adulto, sofre de olhado.
Os ensalmos que mais costumam empregar·se no tratamento
sã.o ;
JaSU$ é berbo
Berb' é Dé's
Fu/rmo (34) tem um cobTlmto (35)
Benza·o Dé's !
Dé's te benza e benza·te Dé's :
De ltw e d'ar e d'óllwclo;
De dót'CS 11OT1W5'US e de SOl no mio/O;
De Ilw nas iripus e d'a2f1r;
E de mui U'elllic j' e de tod'o nwl.
Doís olhos te viram mal
E tr';' ~ t e virl1 u Ilêi :
E' Dé's Pai, Dê's Filho
E Dé's '.')lIr i lo S ~llll.' Am ê i.
Ern lavur di' DC'I1 c da Virjll /IIi/riu
Um Padl'c- NOl;'~ ' c 'II/a AtleJ..,M"rla.

A or:t<;:w Jlud,' S"I" j'czada lrl's VI ' ZC.~ r:l~.ul1d{) l:rUZ<"1i ,,"obre a ~ lIa
(paT'.l verificar <I f'x js l~ llI;i a dn ulhat\o UI! (I UcUr;utto, cm SUbstitUição

'34' - 0 " ...... on",,,,, do j ~~d~.. Il. ,.


'~51 - Q ,... I",,,, W, "'11"'00, t 'lo 01' 111,,<10,
do credo em cruz, como dissemos hã POUC!)), Verificado o mal benze-se
a crian ça rezando a oração nove vezes: três enquanto se fazem cruzes
sobre cabeç a, outras três sobre Q. peito e as restantes sobre ais cootas,
'3.
Mais recen temente c clhemos outro ensalmo en'lopregado para o
mesm a fim e que é uma variante do .p rimciro,
El-Io:
t' te lJenzo FlllallO
De lua e d'olhado
De fito e fitado .. ,
A lua aqui !passOu
A cor de Fulano lavou
E a dei' aqui d~xou
Q'alld' aqui tomar a passar
A cor de Fulano d~xará
E a dela lavará .. ,
Jasus é verbo,
Verb' é D é's
S' é olhado
Benza -te Dê' s !
D01s olhos t.'olharam mal
Três t ' hã-dem olhar bei "
Qu'é Dé's-Pai, Dê's..Filho,
Dê' s- ' Sprit' Sant' Amei.
F ulano, se te dói .a cabeça,
Valha-t'a Senhora Santa T'resa !
Se te dóiem os Olhos,
Valha-·t'a Senhora Santa Luzia
Se te dói o pêto;
Valha- t'o Senhor dos aflitos !
Se te dóiem os braços,
V~3 lha - t' ::;, Senh": r Ja sus dos Passos
Se te dói a centttra,
Valha- l'a Senhora Virja-Pura !
Se te dói a barriga,
Va lhl -t'a s enh : ra Santa Ma'ga.rida
Se te dóiem as pernaS,
Valha-t'o Senhor Sa,nt' Amaro !
Se te dói o corpo todo,
Valha-t'o Senhor Todo-Pod'l'oSO !
Em lavor de D 'és e da Virja Ma ria,
Padre- NoSS:J. e Avei-Maria.
Rezado o Padre NoSSo e a Ave M.lria segue-se o oferecimento:
. Of'rec'cste Padre Noss' e e ~w., A ve i Maria qu'e' nqui ten,h.:>
raaudo d'reç' 6 Sa11tlssemo Sac rame nto e fi Virja N OSSJ Senhora prol
que séje sct1Jlrla a Urar d uqui 'PSI·1 hw e esl e otll~l do que n o carpa ,de
Fll/fUU! ' tá JJralltudo e p'r:! qu e s~je rinmemlÍelo e mi' alllelltad~ e p r,4
d'olllte nã' reverd eça nem //eJ rC(:II . P o uh',:.M '1Ih;IS II/ (I 's p'ra sand c D~ s
35
p: nh' a-s I' U'Jj S lJ'ra v ertIa/e . .. !J'ra seu/pr' Amch.
.. . ...
Ma is unta varlan lê

A lua p :: r 'qui pass:>u


E a cor de F ulano lovou
A lua por 'qui hã_de passa r
E a cor de Fulan' h ã -de déxar !. ..
t' t e benzo, F ulallO,
Com a santa siglll1da·lera'
Com a san tu terça-fMa'
Com a santa quarta-lua,
Com a santa quin ta-lera,
Com Q sant3. sexta -/êra,
Com o. santo scibedo
E c:m o santo d'mirlyo
Baptizou N OSSl Senh or' o Sê' M'o;o:: (l evino.
t' te benz::: de lua o d'ólhado
De f il' ó fitado
De buxo re vôlto (? ) e assorWwdo
De cobront' e Clcobrantado
Se 101' na cabeça , S. João Baptista
Se rol' nos braços' Sa n t'Am aro !
Se rOl' na barrig!t, s a nta Ma'ga rida
Se 161' no corpo todo,
O Senhor do Mund'cntéro !
Em la vor d e De's e da Virja Maria ,
P 3:l.re Nesso e Avei Maria .

... ainda outra :

desus, santo Nome de J esus,


..Onde está o S anto n ome de Jes us,
.. Não há nIal nem perigo algum.
_Eu te benz:l, O criatura, do m au olhado.
.. Se fOr na cubeça em nome da Senhcra d ~~ C;lb{' .... a .
• Se rO r nos olhos. Cnl ncme de San ta Luzia.
"Se fOr na cara, em nome dc Sunla Clara .
.. Se fOr nos hr ~u;os. cm nome de S. l- IUTCOS.
_Se fOr nas c CllSta:o!. cm n ~ lII e da SCU h OT,j d :ls V crôui('l/$
. E Se rO r 11 0 corpo. c m nume d o S"ilh : r J ,'S\I;; Cris lo
. Que tem ::: p: d cr 1- \1 :.1 .
• San t a Ana pariu a Vir l-\CIIl
. E a Vil"ll.'"m pa ri u o mell S.' lIhu\" J .'Sils_çrj" t o
.. A ~~ lin rum o Isto (> v"l"tI:u\'!
.J\ ....-;I III sl'j a .... I .J ulh:uln daollll t l rat\n
. E ,la r" :' Ii Cl: lIlas tI-> III .Ir <h,H · :Iu
. Q n d,· Ilflll u lc,:a !till.. u,·m j.( •• l i llh :. (':"tI :lf
• Em Inuv Or 1\.· Ikll .~ r I'" VU·I:(' III Ma ria
d' :uh·c N o..SII, I\vH 1I·l al"la .
"N. B. E ,13 benzedura faz~ sc . com wn rcsátio na mão. Reza -se
uma. S<'llve-Rainha, ofcreccndo·:;c a N ': ssa Senhora. O Iladcntc t <.ll~1bém
reza a Salve-Rainha. Faz- sc a bcn.-.cu\lra nove VeZe!;l_ Ue ,,1\ TnHllçc1o~ ,
Vo\. I , pago 142 _ Serpa, 1899.

... c outra

Em nomc de Dê's c da VirjCI Maria


A mã.' de De's vá. cultentc
Qu' a minha na: tem vali a!
F ulano, De 's te fez, Dt's te criou
Pord6e Dê's aquela que mal t 'óI1tO u,
S' é da cabeça , S. João Bapt.ista;
S' é dos Olhos. Santa Luzia;
S' é do bescôço, Senhor do HôrW;
S' é dos dentes, sant'ApoIÓhla;
S' é dos braços Senhor S. Marcos;
S' é da barriga: Santa M3'garida;
S' é do 'sLúmuyo, Sant'lmllço;
S' é das pernas, Sant'Amaro;
S' é d ::- péi, Sant'André!;
S' é d)~ cusl<ls E: f'nhcra das Brútus;
S' é das goelas: Senhor S. Brás.
S' é da cara, Senhora Santa Clara,
S' é do péto, Senhor JUSlIS do Lêto.
Em lavor de Dê's e da Viria Mar'a,
Padre Nosso, Avem- Maria.

Durant e a. prática a benzedeira conserva nas mãos UIll rosári~


de con t.as e, segurando na cruz deste ros(i.rio, faz com ela c ruzes sobre
o r Osto do paCiente enquanto prerere as palavras do ensalmo. Este é
rezado durante nove dias seguidos e, em cada dia, três vezes. No fim de
cada sessão orerece-se à Sagrada Paix li.o e 1o.Iorte de Nós' Senhor Jasu -
-Cristo e aos Santos e Santas que se Invocaram no cll !?.111ll0 " p'ra Qlle
sélem sorvidos de tira r aquele mllll-olluulo que no COfll)O de F,!l!JlIO 'la
pranLado ...

Como Já atrá-o; db;.'cmos, os II/(/TIS ollwelos PfIl\.":> sl10 ((nelos <l,p enas
à., c riánc:as.
Quando al~ué m é silhI L-'m/!Ilte a cometido de ma dlsposiç!l.O. b":> ee-
la multo, s/!Ole náusl:as ou dou:!> 110 ccrpo c P:II·3. elas n:i.o encontra
expll{::.lI~ã~, Irncdi:Jtamelltc C>t :IS .'ino :Jtritm itl;ts ti mau olhado ...

Ainda mal!>: o!> m:lU s olhad os mlo só derinham, uos poucos, o scr
humano. mas também os anIUla l:>. ;t.~ Ill anla:> e os Ilwls vul'\adr s obJec-
t.O!!, lal!> corno o jliw e o b:llo (1lue s:\I) t.1·allsmis~() r ('s da docnça a quem
(.s evtnl:r), aS I>cura ... , ele. eLe, 37
«PARA CURAR O MAL DE LUA»,,,

Segund o velha crença popular, as bruxas e f eiticeiras são cc


' á nas
\'crCIll OS mais adiante, detentoras das ex,t raor d ln ,mo
' e d'lab61ioo.s vir~
tlldcs de ... d:::.r olhados! Ccntudo, à lua, é reconhecido igu al POder de
magi a sobre plantas e 13.1Illmajs, e especialmente sobre as crjanç~
A sua. influência maléfica, tão frequentemente invocada, t coo
nhecida ,por «mal de lua ou ataques de lua. e denunctoad a par estas
s\mples 'Palavras: ... «tá com a l!ta> ou cus' é a lua'.
Para evilJar que a Lua exerça seus perniciosos efeitos sobre a
cria.nça é, ainda hoje, prática muito usada, 'fazer o oferecimento à lua
logo após' o n ascimento da criança..
Eis uma das fórmulas de qUe mais cos.t umam servir-se nas nossas
aldeias :

Dé's te salve, Lua-Nova


Boas -noites .te venho dar
Aqui tens o mE!' monino
AjUda-mo a criar.
~ sou mãe e tu és ama,
Cria-o tu qu' é' le dou mama,
Variante:

Adé's LUa 'nh a com1ldre


Aqui t' entreg ' c me' filho
p'ró acaOlr's de criar :
Tu es Mãe e t' sou ama
Traz'-mo QU' t' le dare de mamar

b O oferecimento
d - é rei to à noite , e~p .... ",· t ,
~ a. a cr ança
• I tlZ d 9. 'I'
l J
nos raças a mue ou de qualquer 'pessoa d f lIla
T al prática tem em vi t . a am .. ,
~~
.
C)(l,ffi n • o MI , as palaVI'3.S d o en salmo o denull-
su, dcomo
evitar os .. utaq,,-
impctrur'
que estl exerÇa "Obre...~a a . \la~ ou .. mal de hHh ' luaS t>.unbém
a a j li d e a cr'Ul'.,. ~ CTlança, a sua acção bemfaZ€'jlt ._ que

, , _~.UUlld.o a C,r lança ~ór al :lcuda de llla _ diz o povo _ deve sempre
tratar se. Além. das l:rnt.ICus JA referidas, também costumam recorrer
aos proce5.'llos (:lIIplrlco1$, a.';1$OCla dos, (11Ia8e semp re ~IO tra(;lnlcnto mls-
tlco das pOllularci:I bcnz(.'CluTOAS. '
A)i.-;hn, com [rcCIIl4'!lIcia dào a c hllir;l r i1.9 c !"iall\';IS Ilt's f:ts condi-
ções, a IUSllfI c a ló ,Y llelr(j (jJJall l as Urolll.\tlc ' IS) OU:I lU):erlr c hã de
sa llSa braVa (hrtlhuj ou 1I\ ' ll)sa '!'. , b A '
, '.
• ,
.1 Il ,,111 c CslU lIIllll
,rdcclom\.!:I S IIUS
jrtlqllc;:I/s fllullflrmlulru/I _ l'Ur'I(,. ,,"~. ' / braçOS' (' na e~l-
, llt:nlfl.s e ( IIS " d
nha , CI..:I'I _IIIIIU Y"H"U (te II/IClltuu , 11/11 decilitro de II/ ('oul t' {'IIH'O t at ('s
de cali/"r:H. qUI! .'>C m ist u ra m IHun fra ' co c u ulu(\;', ('oJII III1(/Uellto ue
U/,lrl , nJ b;.rnlo\:t . •
'8
~ A ·,I,·sl'tr
• . , .'I "i k:\
. ' .'",I ,
(a lu,H/!: lrll reconta - Uo:! 11111 vel h O IId nHIO,
de censura, (llle se ouve quando morre lima crianÇa. de vicio ao mal dá
II/a :

c·Smazclada.
Dêxasles morrer o tê mOllino de lua
Tend' a tcisl1ér' A porta da ma, .

. Com cxccpção da noite em que é feilo o oferecimento à lua, nem


a cn:lnça. 1l(. 1ll qualquer peça do scu vestuârio devem ser expostas à
acção directa dos raios lunaros, pois que estes serão prejudiciais ao seu
es tado de sa.úde.
Além do tratamento já Indicado para combater o mal de lua,
também o Povo recorre -aos ctllwlelos, de que falaremos mais adiante, e,
de um modo especial, à meia-II/a . Esta, segundo velha e arreigada cren-
ça. exerce hlColltestada acção catalitlca contra a perniciosa. influência
da lua, das bruxas e das feiticeiras ...
Para o pOvo. tam~11l a lua exerce a sua Influência decisiva. Ora
nialéfica, ora benêflcamente, -s:bre grande parte dos serC$ da. Nltureza
- desde a gestação, nos animais, ao crescimento, nos animais e nas:
plantas. desde .a mais ligeira mudança. de tem.po, aO temperamento,
bOa Ou má. diSpOSição do individuo, etc, etc.
Assim, por exemplo, ainda. hoje ouvimos dizer, a cada pa&s... :
--Que tal animal (sexo. feminino. ) estd aluado, quando está. na (\poca
dO cio - alusão, inco nsc iente embora, à Influência da lua sobre a
concepção e ges!;açâo;
_que os pintes (36) nascidos e as searas semeadas ou nascl d3'~ em hla_
-nova ou em Quarto-crescente são sen\pre melhores e desenvolvem-se
multo mais rApidamente do que 33 nascidas em qualquer outro 'luarto
de lua;
--Que a salsa, semeada à ,nolte,.ao luar, sOmente espigarA e dará. semen-
te passadOS que sejam qua tro a ncs. Durante este espaço de tempO Irá.
sempre rebe"temdo (ren ascendO) à medida Que se rOr cortando;
--Que cO pel)ino sem lua amúa ,., Isto é. não villgara, não sê desenvol-
verá. e, por eonsegulnt.e, sendo semeado em local onde Inúo ve-ia a IU-:l,
nada produzirá.;
-...que tudo o que se desUna a secar, como as (.c rrílgcn.s, deve ser cOlhido
no Qllarto-71dll{juullle e, 'p elo contrário, lIla lua .clleia , os cereais, para
Que o pão seja cheiO e grado;
-Que cluu 1!Ova trovejada trilHa dius I! mol1iaclCl' e que dUa neooadll

136\ _ Os pintOS que deviam no'..!crr em din dr Il"ovoodn mio ,';nl. So.'gundo !II!
crf, rOTça para sair da cnsea. e . se nlio St' lh es n~ ud ir borrlrand()..Q) ~om vinho branco, .39
par-a tomllrem rorça, mo.rrenlo à nn.scençn ...
t TU IJ O(1l Ifi .
. ta dizer , n o p rim eiro caso. Que choverâ durante
P,\
t TII ~~ ., da lua e. num como '!l ontra. para indicar o estld "
</1I 3 t1'0 QIWI os °ou
IllUdanç3 de temp o. . .
Com efeito. a lUa é, ain da hOJe, UIll m e L: seguro de que o noSSo
PoVO se serve par a fazer 03 sellS cálculos e previsões do tempo.
Recordem- se ainda fr ases como as que seguem, as Quais denota
.:l subsistente crença nos poderes l.JeuHos que se julga exer<:cr a lua ~()b~
.() homem:
. Fulano é um lunático. (isto é. um a.bst.racto, um aéreo, um desa.
tento ;
. PClrece que estas na 11la . ou . Que andas na l/lu,) (com o me3mo
sentido) o ••

«PARA CURAR A DOR DE DENTES"

Naquele m: nte mal asse nte


'Tá o Senh: r S. Cio mente
E N ::ss,i. Senho r a le pregun tolt
- Que tens CiOmente ?
- D ól.m' o qlléx' ç mai- lo dente.
- Qllc r's curá-lo, Cio meNte ?
_ Com qu l! ?
Com as tuas cinco pó/gadas
S :<br' t-,'sas t u as p : ntadas
E elas sorão abran dadas.
Em lav cr de D é's e d a Vi r ia -Mari a
P adre N:ss: e Avém-Maria.

I nv :eando ~ Santo patrono dos qu e s : fr em d : s den tes qua ndO


as d:::res c : n t "nuum, ou ainda m es m o ant ::!, da invocação a'que n : S
referimos, é prátlca muit : 2c: nselha d a tonllr un ~ b ochech :>s de vinh:)
bra nco, Q.uente , fumar um Clgurro de ~ rtg-àos, intro duzir n :l ori!lcio d O
dente carildo um .l b : llnh a d e algodão embebido em c ri :.s--:: te, UllI l er·
ri.nh:: em brasa Cu, ,dnd'j , o p6 o b t.~ d ::- da p ele de 1:lgarW, t::: rr:ld :1 e
p :sada . . ,
Também há qu e m aconselhe que se :lpJl(lllCm n :I face do clo cntt',
p a n es de ág ua fria , vinagre ou vinho. ( 37 )

':J'JI - Q "andO cai O Il r, n H, U·o d .'1H1l nlõ m'hUlç.~ ("0<1""':11" ln"" lo """" u , ...
111"d o e d I1.cr :
M ou·".l\o. MtI;mu.

~,
".
..
" :0"'" III o /., ' c t ~ " I" /,,,,,,.,'
'/", . "",. ,..... , ,~. '"'' ,,,,
C:'~háo . d ~"lIi"
T <..ma '4 .".. d.·.. U, ,""'r..
40 II....·" mc ui "cr ",u Kil ó ' l
"PARÁ CURÁR AS SÁFARDANÁS» (SezÕesl

o dcente deve sai r de casa, jora de Iteras, munido c!e uma


.. mãchcia ~ de sal, dirigir-se a um poço da p : voaçã:l e lançar-lhe para
dento o sal, ao mesm:i) temp :). que diz:

De's t e salve, S. Se/tio I


S ezõc ;: trago c sezões não.
Elas aqui ficom,
Elas aqni fica rã ?
E p'1'a m im nã' v,) ltarão.
Em lm'or de Dê's c dl Virja M.nia
Padre-Noss) , Ave-Maria.

Também há quem vã junl '~ dum barranc :. (pequena ribeira) , a


meia-n oite e. de ccsUs volt.Jdas para o mesmo, atire o sal, enquanto
faz a invocação. O praticante nã : deve voltar-se ou lolhar Pdra trás
mesmo que oiça 'algum ruldo ..
A p l r da medicina mlstica, a em.pírica t ambém uã) é dpspre-
zada:
Para curar as ;: ezões c ~ sttlmall1 abrir, vivo. um frango cu p cmbo
e c cl: cá-lo na barriga d o paciente!. (38).

"PARA CURAR OS AGUAM ENTOS»

Em trab alho, que vimo.; ccligind::. e ordenando, para estudo da


.. Linyuayem popular do Baixo Alelltejo ~ temos já registados, no res-
·pectivo licheir ::, os vocábulos c: àyamento, auyamcllto, óyamellto e ollga-
meJlto ~ , ccrrespcnden tes às várias pronúncias de càglwmellto • .
Este vocá'bulo serve para design':lr em muitas terras do Alcntej(),
uma d.::ença, muito de temer, que l em os ~ uvid o descrever dt" duas cu
Lrés maneiras diverEas. ao que n os parece, sem qualquer reh1.(,'ào entre si.
A primeira deve c : nesll :::nde r, possivel lliente, à pneumonia:
diz.se, por exemplo, que qualquer pessoa ou anilllJ.\ ap.\ nholl um agua-
mento Qu ando, cJlor ,~· t(lr pC'/ljlllul' em sll()r ~ ou . 'seorrellct· em ága ~
(SUCIl' ) _ devido a grande caminhada, CXCC!SO de trab.llho, corrld;l ou
QUlilquc r outr.o rfl ctivo - e nào se attJfar convcnlentemente ',lPÓS t"sse
::tet.o (s:>bretudo ~e cstiver exposto a correntes d'ar), fui acometido ~e
doença súbita, após o r(:õfl'ialll cn to. Pa ra (:vita r .0' ~'J\lft'.l!llClltU ' nus ;tIU-
mais (gado muar (,U cavala r ), e ~sLulUalll fricciona-los com p-JlIu ao

'38, N .... concelhos da mal"l(c m f'Sq\l(,,.da du Ountli;m'1 _ 8('rp;l. MOl\L\1.e B:lr.


nll;~. onde co!hemO.'S Ul"~ ."ll..õ& !Ju~ .-:- . it$ ~ ... " Q po\"(~ .C~I:U"" .sar,u'~:na~ •.
41
chegarem ã cava lariça e ccb ri-l cs, em seg uida, c: m Um cobertor
cu
nw nl'3. .
A segund:.... tem carâc~e r de mera sup~ r:.t içã:, como a ma ' .
. o " ! IOria
d3S de que t emos tra td 1 o e, lPor ISSO m esmo , I.. alor m lUência ex
. I" . erce
na f; rm açà ::: de n JVDS V:C áb U1os usaa.:s na m guagem poPular, de Nor.
te a Sul do País - ógar, Gngar, desougar, etc.
Acredita- se Que os anim ais. come a~ pessoas (esp eci almrnte as
crianças ) não podem ver comer junt:> de si, sem Que lhes <cresça água
na bôca:. , pelo aPetite ·::: u desejo Que sentem de rComer c Que o u tr~m
está. c:m end-'J em t ua presença. Nesse caso, se nãr) se lh es satisfizer o
oo petite - Soe não se cdesolLgarem :. , como sói dizer-se - essas pessoas ou
~ nima\s c:ntraem tal doença - o ougamento-que as irá d efinhando...

E ' sinal de ex;stir ctlgamentp, tanto nas cr.i anças como n cs


animais, c facto de anda r em tristes e com o cabelb. ourlçado ..
Segunde a crençl p ~ ular, cos anima is adquirem, frequentem en-
'te, ·:: clIgamento quando, ao passarem, c :m sede , junto de um lugar onde
costumam beber, lhes nã.,J é oferecida água ...
O ougamento t rata-se levando a criança junt o de um ribeiro
cnde a âgua Clrra lhnpida, p ara a qu al ~ e lhe chama 'a aten çãO, dizen-
d : -lhe gracifl lLUs e faze ndo c :m que ela, sem ch or·ar, toque na agua ...
O utro proce:.so ccnsisle em d ar a cemer à cr;ança c.ugada um
b :<ca10 de pão d e centeio, ainda quente do f: rno. Quand :- o tiver mas-
tigado tira-se- Ihe d a bOca, faz-se c :.m os ded cs um pequeno bolo, den-
tre d ::: qual se m etem as unhas da mâ.o esquerda d :. doente , Que previa-
mente se c~·rtar am, e dá- ~ e a um cão",
A d cença passara ao a n imal ! ...
Nunca n otámcs esta superskção no c:-ncelho da nossa naturali-
dade _ Ferreira d ;. Alentejo _ embora a li tenhllm : s o.lIvld :> dizer fre-
quen1.en,ente que ~ nê.o é bem c-:mer diente das cr.l anças sem l es dar de
comer ) porque , esclarecem , ~ há 1/Iullta! crj 9nç as que ~ desalllmicwn ou
~desaltL1l1éiam~ (pel'dem a luz dos clhos ) ou a quem cCS olh ::s se l es
tá C ind: ~ pel9 c ~ mlda, ~ /u zelld o-les esta cre 'cer ãya IlU boca ~.,.
D a q ui, s(guodo SU!Dme s, chama r_se ccrlançll ollf1ada ~ àQuel:1
a qu em, l. rn prim eiro lu gar, cresce .;u Já cresceu àgull n a b oca e. ~o rQue
eSSa águll lhe cresceu p : ,. n:lo ter sid o a cri :l nç ... d estlllOMlIl - Is to "
'P" r n!í o s e lle I . fei to pré Yiam ente em ( c(lsl!ll)
t e r SatiS · ou cc'·\i lOes I prO-
• _1' 1 com QU l l Qu e r
P r ias ' o::; Upl:\l\.e a cca, ( eSOIlIlUlHlo-u ou CIIXUUUli"O Ioe CCIIIC U c m S,'"
- . O b f '..
>,

alimen to • .ii ál(lIa ali nuscld u. quando algué m co m c ou ' d a h ll)Ott\-


p re s.c nça - pres.'I UIIÔe o j)l.YO se r r U(luit !c..l e c nf c1t:lda \~~: ~ )O :I c rian(" ~
t iaa nllo ~ utisfuÇM d::s apctll.e.s da noe:I ... e do cslClIl l ~ .
40uUudu. ,. A I lml à, c,'Õ tllbclcclda
P ederá a:;.sl m a meti ycr, c)(pll(':II'-s.c u slu'::J
• ".>:." f(/.le
• • ,cite cntre (oS yocitbu\ s O/ll/Ul/II C rlHJUItU ' <I, 0;' ."l/ / '''' ' 111\ J ~Ó
... ' ' .O llptll
Na 1I1r111 IH,IHll ur d c,. I~n:llII - Sll u llld :l I)o r . , d ull co rrUllcn tO$
ce rtuS docnçus YIlllcre:.os. com,:! ~ <lul1em d'tlll nnlll,l
41 /lIC/1/f1dUlltlS), qUll nos IIHt!lm ::: 1I têm I.: n~ fm1 ...

,
" PARA $l\ GCR rELAS VO:[ S DO ~ Il INDlh

E' (' II 1'tt" ll \) .'tI:' 11m ', fllh' .\ ~1'~ II \ r rl· .:~ < lI l1l · · ~. , 'II ' j" , ·~ : lil . \, :1 \ :1
se- sab t' r , )l111' Í'1t' .. ,' a\'lt \. l ~ : I~ \" \: , ':0: tll l 1\ 11111111 , . \ :I! l \ 1) 11:1111 111' 1" lI . ...,: \lIII,.
Q\\f' j.! r a nO "Il11' Il' t' JU Ii' !" """:'" II ' pr.I!. I':Il'! I" I'~W l llr,· l· ln ll· : \ h l . , ,,'111., , f u
III !'O, :-:."'br (' {I ,' 11 1'$11 ' \I ('\ ,',.:.,.,. !:,.'" II I' cl,,! . ,,' tu lll :lIlt , ti . •' II\, !1 di ' I', \~~ I ' : \ dI '
fam il i;1. s : \l r t' (I t' :\ ' .Ul 1t'lI hl, i I (11' .. \ 111 ,' cl" • [-h' <'I oS 1'. · \11 11 1 . .. 1' 1,'
E l'Õta pralk:\ 1' ,'\' \11"(1:1- 1111:0( P :I).::' ," ,' ,'," 1.1111 1''':' to:l'q;l l s IIII.II U\o ' , ' UI
si tU :H,'ll t'S 1~\I: \ 11I\\'l\: I' c\ H II','I', l'tll\,m 1t .I\': ull ,' ''; I II . IS.'... IH \,." i'Õ ,'US . ;, ,.,~ i"I . l , '.~ •.
.'\{.I',. ji1 :l\. .l . ....'. (' 111 ;\ . fl \l l' i i (lid Ill ItH I" " Sl:I\' ,1 ,'m n'I : \,':\ ' , IIIf"'! .•
h o' nh'n:, _ t'II' I U::\ Ql h ' I':;: :;::1"'1'.1,,1 1':;: I' .... U·,' l'cl\'II.... I" " ' i 'I ' \I' .I \':! II '
,: . 11 \ ('\.
elll pr : \' t~ i l o d tl :;:,'\1 p . d.'r ,' n l1\ h :.io' -"t' tll'I·" .hl:\ Q::,' n.' II :;:. I' t'l, \ .s.·U
prôprb P , dt' r o u 1"lr Lnlt'l"lII.' tlln o : $ ~ , u:;: ~ .ttt l t'." Il l t1 111 1' m ,':;:1I\ ,\ ti. ' , ' 11 -
tr;IS pl' -"$oa s (lU d.' Hlli\\\:l is . " 11.11 ' 1111 1' :IS (1 ; l r '''~ '' 1l1 , '\ , I' ' 1111111 11'. 1 .' 111 , ....
h om t>/IB ou (' \' 111 :I~ 1/j /j lll l' I' . ,,~ d i' r'j, lmlt", ;1"'1 111 . '1111 .... n ,l:;: h,· I',",I.': I:;: 1111 -
pt'l ra",õ I's. _ o Q lh' 1111" t' n u lr, ,, i~ Il:lI t11' · III ., 1')1.,,1 f :11I1 , '11\ 1'1"1 ' \ 1'11, ' 1'1',\-
p r i C! ...
F il ia r _sf'- à . na \',' I"ci:llk 1',sI:1 t'r,' tI ~' :1 ; 1,1) 111 1:11' 11 .1" l-' II ~llI l lI l n,,,
orâc:u lllS d os Gn'l! o<? ! . . ,
A h !p Ôh',,(' a fi !-= t1ra -"::,' - IlI:s \', ,: 11,1 ptls.... I\·t'l. t ' , n h,·,·i,1. 1 li ~r.I11t I , '
influênci a QIH' I,ti s t I"tlt' II II !$ 1,,.,'1',' ,'1':1111 B :I \' cl ;l It I Gt't'<'h l ,11 111)-: ,1 o' :0..1 _
b ld c QlI(' l:ulI llc ll\ nú ' s,'nlil\\tl" s ,'b \, \ ri: " :\ ;o..I.lt'I·I : :;:. II l!l~h ll'tlt" b :1" .' s_
t umes d o p ~ \' :) ~ r l'!:o (-,H))
A ou l l·....s. m ais CC:ll p ,·1t':! It'", "nufiamll" u I· I\I',II~·. I d i' 1'.'.""I\\s.Ir.
em f ;: nt t'S q ue n!\o I I' n 1lls :I .! n : ... ~: "k:\:: ,',', () qU I' 11:\ d ,' "I'nbd,' 11.1 N'-
laç:lo qu e ("s t:l b (' ll·I'I' Ill O".. l' 1I1 n' 1111\ :1 (' ,' U lr:1 ,'1"'1\"::1 - 1:1,1 !1',I SI :IJ :I",
en t re si no t .(' lllpO r no ('sp u o,:,) .

EI s:) t:'IHaltno :

Ih! !'.'I:SSa S,' nh ' 1".1 1,


}U SIIS,
~o :IQ\l j 1111' "I' lIh" pl': III I;II' (4:!\
P \:r N us:;:.! S I' :l I \tll'a " ,'n h o' I'r ~}dur ,
1'o 1;l s 11:\ ' 11' 111 1.1 1l :l tl a )l" ';1 / . ' t\:i!"
O GU-/' .\ lltl.... t: ;J ('tl IlS:I~r:t ct ,\ '
Q l lt' ' ,," lá 11 0 hO ' lI(lt' · :\ 11:1 1'
C ' 11;'1' III ci ' " III ' lH lu q :ll1..,j H :!l
N - tl r 'y Cl\'o cI,' N ;,s,,: \ H"lIh r: \ ! \ O"J\t\"itl'
p 'r:! QU i' N' :"S; I !=!i " lI h ' 1'. \ .~,'J . ' ,'1,I"/ " dll •
p 'l.,s ,u ::.'$ l / H 111 11111 /, ' III<' t!t-s,'nhn l' ., .

• ;J!H 1-' ;';1" Ilnol ,(':! ,,~, ",LI ("'1111,,'1.1.1 11.'1' "'tln, . ' \ .'to \o!1I .' ........ \"I. ~;'-i '!'.l h'Io ..... , .,, :, :11"-
VO'I , d j,.ml,u ' I\it jJt" ,,,,, t' . ... tl l l.lr "" H I" ·",,, IIt " UI', I, h"... t',t:.. t.....\" .' k ll\t.,1 .'
140 ' _ Ho'(' onl "Jt\ ","', ti I ))"tl' ~ "'h', a .. '·" I "~'<"~. \ ,\..~ 111' :<0'<" J" .'''"..a.: " ,,1 I~ , ,,,,,,!.,
IRU I U 1' 111 U"O , .Vu n ("< ij l!>ll l1 ,U' ,,,; o n ' ,",I " ..,~ . "'11'10 \" " ,1.. .... >.11 ... 111,' : , I. ,'m,'\l l,~...w ~'I \I
d UVid a., fi. "'I), m' /o:,' IU ctt I.' f' 1\('" 1t Il~,, ..... . I lt N ~, .. :k \l!t~", ~'I ,'\o!''''-
. 4 1'_ 1'( " .. ('oh O(' IOI"
' 42) _ (,/ 111 ' ... _ 11,1'0--1'0..- 0111.110 " II.ml m l , ft ra",.,r I'».CII f!"'...... t'....
Aq uI dlz- ~e O (11Iê ~e prc l C II~C s aber ou de:')coorir e Ci ca-se aguar_
{\:llldo (t e ouv ido à escuta: ese for p'ra bCllh , Isto é, se fõr agl'adáv 1
Cu favorável o qu e se pre tende sa.ber, a res posta ese,rá dada em vcz:s
ldegrcs ~ _ c rl n l'ar do gal ::, duma pessoa, c t C.; esc for p'ra mah, quer
di7.cr. se fOr des<lgra d~lvc l ali dcsfav : rável a respona. «ouvir-SC-ao VOl~S
tristes. _ lad rar do cão, zurrar d:! bnrr: , co nve rsas c u canta res de tris-
lC:--,a . .•
A ~ ol"açflO ~ c<:H uma rezar-se cin e:> vêzes e, no fim, <lgradece.se
a Noss a Senhora!
Resta-nos -ob: crvar Que, com.:> ac:m tecia nos oráculos gregos, a
"' l es p ~ sla ' é sempre am bí gua, c: n fusa, Illal defon ida. segundo as C0I1-
t)el!Í(!J!cifl S dos pr6prl ::~ .. que as interpretam.
Numa localidade da margem esquerda do Guadia na. 8Qnde. hã
poucos dias, nos levou o desem jlenho de fUnções ofic iais, cei hemos uma
oração a Sant-o António _ igualmente c : nhecida pela deSignação de
evozes do Mundo, ou evozes do Povo, - com a qu al se pretende con -
seguir o mesmo obJec tiv::, embora nel a se hnplLrem do n essa mais po-
pular Santo, f av:lres e graça! de ordem vár ia !

Reza assinf :
O' Beat.o Santo Eutóillo
Amigo de Jastl Cris to,
Confessor de S. Francisco
Qu' li Lisboa /óstes nado,
Em R ~ ma /ósles criado,
Bicho mau não ch egará ô gado,
Tud-:l poruido sará achado,
Em la ver de Santo E liM i no I
Q;Je me ~órdc nclt e e dia
E que vá na minh a compa nhia (43)
P·ra qu' ê' 'iça as vezes que por/iro ...
Padre-N : ss:.J, Avém"'Maria.
Ta mbém ii. penc; ra O nos'o pC)Vc reconhece:: m:igicJ poder de
desccbril" c que êle d(>scJa sabe r : Bas ta, pa ra ISS:1. pt'g:lr nela. cravar-
- se-lh e uma t.e;:oura n:1 arco (de m: d : que N ta fiqu e bastant e a bt'rta)
e segurar-se nos anéis cu asas da tes::ura, Que se Hpcl.1111 sób re o dedo
indicador d os dois Ilrat icanle'. Em .seguida reza-sr o credO. em crUl!.
SObre ela, e di~-se :
PCII (:.ra que penêrais
Tod' c !lã ,), d :l 11IIIUllllld:ld<,
Peço-vos t', Scnh cr
P'h.l s lr6; P OSl!IOtlS c/elililllns
da S/lIlfi ne mu Trem/mie
QIW Il1e IlCtn Jullcs Ú l 'ore/m/ o

44

-
P 'ra fi e/do. tru fi u-matãu
Vâs do p9l0 a ehici o, 'a mo/itcio !
Qu ero Que Ille digas
::;. ist' éi vim/(lde Ó se náo
Se tCl/lto el e se r casada! ( 44 )
Se tenho. vira-te p'T" cá
Sc ná·. vira _te p' ra /ri...
Varia nte em Qu e. aJem da pClleilu e da t csoUl'a se uti liza um
rc!:á rlo de c<: nt:1S Que se col J.ca. pende nte. n ; centro d a tesoura
P'I/ era Que p'/Ierastes
T Odo o pão da ve l"yen clmie
P'Ja s alminhas d e scmetéro
Fala - m ' a qui :l vorclad e ;

-Se F ... g ~~' ta de mi '- vira-te 1)'r ' àquil ,.


eSe F .. 11 ft.· g: s ta- vlr:\- te 1)'r' (liU .....

" PARA LEVEDAR A AMASSADURA"

Des igna -!"e na Alen tejo, por Qualquer destes três vx ábulOS
- am a ssadllra, amassaria o u cozicla - o ac to de amJ.SSflr o pão e se-
guintes cperaçOes. a t é Que este venha do forno, pronto a comer.
Em geral, teda a mulher do Povo Sabe <a.!lJassa r _ e núo apen as
a m ulher, mas ta mbém o pr6pri ~ homem, 'p',Ha a substituir QUarlck>, por
vezes, e la não p : de d e.;empenhar_se de tão importante serviç: d :méstico,
já opor doença prc): ngad a Ou imprevista. já pela Que periOdicamente a
i"n c:mod'a, Ip JIS é sabido Que, nesse eHado (a plJpósit ; do Qli'J1 correm
ainda as m a is extraordin árias e absurdas prât ica s e crendlc~s), lhe é
ved3.do fazer grande numer o de t rabllh :s . tais como ; mexer em carnes.
em azeitonas, na massa, cm bCI :ii, flores. etc. (po rqu e as estr:1garia );
m eter 'as mãos '~ u péS em águas fria ! ou Quentes, ca.I H. m :"'1da r ou apa-
nh a r grãos. etc. (porq ue I ss ~ seria fat a l para a s ua saude).
O pão é objecto d cs m aior es cu ldad : s e d esvel C>$ p : r parte de
bda 'a boa d': :na de casa E ' Que, se há um descuido - se a m assa fica
aleoada, branda ou testa d e m a is; se fiC a demas iado lévad!! (Ilzérta ) ou
amonada no a lguidar e 11(;0 cl!eg(1 /) sl lla l (falta de finta ) : se tpllI Que
espel"la r antes da telldedll rll: se esti de 'slI/arre rtl, à b:c a do torno ou se
este nM estiver em ,bom t empcro (nem d cmaslaclo quente. nelll com
f alta d e cale r ) - lá se V'J I toda uma sema na. IImll l: t1g a seman..l . :! co-
me r m a l, poiS Que, sem bom pão. base do se u alimento. o Ah;>ll~ej :U1 ;)
não consegue fornece r 1ll'.I,té!'j:t jlrl ma Qu e sa tisfaça as exh:encllls do
lab oratório de lUlU vida - o cslõmago.

•. : •• . /U ) NeM a .altu l'jI .é qiu;! '>I'.!~ I"i UO IO o 1I1111 w.dueJa. IôllbtJ'._ • • :_ . • "
45
Esc: lhido c dia para a cczida e obtida vez pa ra a primeira
1 terceira fornada ag uardJm que a tor nei ra mande recad , se~
gun rl .1 o\ • , o de
Qu e pode começar a amMsa r.
L:lIlçada. cn~ãO, a f'.Hinha no alguidar de barr:> vidrado, deP(}ls
de prcvim ell tc penel,r'.:ld a. - o Q~e q,u ase ~e mpre se f az na véspera, à
n:litc _ a funassadelra começa p . r dizer:
+ +
+ Padre. Filho, 'Sp rit o San t ' Amei! ...
E principia, assim, sob a inv.: cação das três Pe::scas da. Santls_
51ma Trindade. este interessante trabalho doméstico.
Dura .o mesmo cerCa de lim a h::Jra a hora e met'.l , durante qual
multo se sua a cpllxar as pastas»_ . até que, por fim, a ) ".lnça r a ~Itlma
pcrch de águ a, diz :

«L á vai em laveT de Sant' Enteio


p 'r a que cre'ça mais um pãO!. ..

Cu 'l ind.a.

Lá vai, cm lavor de $a-nt.' Enteio


p 'ra qUe cre'ç' àg:l r' em massa
Conforme cre'cé' em grão ! »

F azem em ~ eguida, c:.m a mão em cIllelo uma cruz qU e fIca


vincada n-a m'assa , enou. n , c' pronunciam
. estas pa' lavras:
Dé's t' acre'cente
E à~ almas do céu, p 'ra se-m,pl'e.
Assim ccm' a Vir j' éi pura
Assim Dé's acre'cent' a 'oh' amassadura
V 9.riante :

D ê's t ' acre'cente


E as almas do Cé', p'ra Sem pre
Venha Dê's e vêila
Venh' ô diab' e cego seila
Em lavor de Dê's
E das 31m3s do Cé' l)'~'"
.... .. "
.x;lllp\·e

Hi quem f aça cinco I ) ti


/;lrnplcsmcn te : l o n Ilhes em c ruz ~ obre 11 1ll;ISS:l, e dig:l

~ Em lmlOr d 'ls l .
' . c ue :, chagas de Nó' Senhor JI/IU! crIStO •.
h : r a d JUIJ:(:ld
rnl:nte, aA Casa ' d' n COllve, I"cu Ie V:1l. a torneir a cu JJI:UI d·'.. nova -
chl:Oud - uo sln. ' e cu .1 11I1\'j d ".,uas
' jS .. C o não C·, ,5
rt'I,:UCS.;H' sa bt!r se , . ·
• \ .,
..
• •

Ac ente
.!
es tiverem fin t a s .
e, Quando t :l t·~ . ,
"II
, n v Qu a n to pos. ~ lvcl , 'I c du!): as
,m.lndu cnt:\l:, temler.
/Ussad
«ra!
46
ce, por VClI,C"" qUe. enquant:l n ~1"!I SS.:t de UIIlU t inta nO
tellllJO' n crmal (uma a duas ,h ::.raq, a de out.ras fin ta antes de tempo
cu demora mais do que devia. "
E então, não sem arrelias, é posto à prova não 56 o trabalho
mas lambém 11 competência da b : a dona de casa - sempre bri 3sa em
apresen tar bom pã : , pã o bem fa bricado, alto e IfOfinho, quer em casa,
n. famllia, quer no campo, acs olh,:: s de e': tranhos, quando n ::s trabalh os
eh r,ga a hora, das refeições .
.Aquela cujo pãO p r imeiro levedc.u tem muitas vez,es, que lhe
dur 1I0ltu (am Jssá-Io n.: vamcntc), destapá-lo ou cJI'= 'Car em cima da
ma SSl um copo de àgua fr ia, para retardar a fi n ta.
Esta, porque o pão lhe nã , levedou tem que lhe pór mais roupa
ou co icear-lhe cm cima. s::ore :;. panal, t areia.: prêviamente aquecidas,
pura qUe a finta nàc demore.
P orém. num come noutr: caso, não raro costum'3m recorrer a
prática ~ superslicipsas para conseguir o fim em vIsta.
Uma delas. multo usada em Alfundão, con ': lste em ... capar o
pão, da seg uinte maneira :

Em luvor de Nossa. Senhora,


Com esta f':l'Ca
Este pã:> venho cctIJar
F uge, pão qu e te ca1>O
F uge, Vã' que te capo
F uge , pã' que te capo

Enquanto dizem as palavras do ensa lm o- vão-se faz endo cruzes


c : m a faca s::bre a ma ssa: e a fé (aqui sinónimo de ,:: ugestão) é tã ~
grande que há quem n os afi rm e ter vt;tc o pão crescer, criar abóbada e
l ev~dar , após esta prática e c: mo c: nsequência da mesmll! ..

Quand? c pão regressa do forno, nc inve rno, é frequen te faze-


rem-se as cti!X.1"llas ~ , t ão c c nhecida ~ nas gldeias l3.~e nteja n as. A ti bOnza
consiste num b:::cado de pã., mole, qu antas vezes a'nda a rumegar. o
qUál se besun ta c,::m azei~e nOV'::l e snlpica de sal. ..
E ' comJda mult ::- aprec Iada e preparada u.~s pr6prlo3 lagares de
azeite, dura n te a época da laboração.

CONTRA A PESTE. AS BEX ICAS E A CÓLERA.

Entre a " n ulll cro.;"as C vcllws us.tll\; a s d e qu e n~s telll es OCl.'P::::~


e que aluda s ubslstelll , flll,'r seja m de eJ l":\t:lcr )ml ;I!l1Cn te s.lper:>U~\Il~
c u b~· urd '~, c -:: mo III11H :.~ vc:t:l'~ al'Ullh!I:C. flller se tl' .• tc dl' sIm ples rol~; j1\
lia"! p : ]lularc;i. lCIII!JI' ..IIJ\O.'\ allltla ;t di!!! r g tlt'iras ( . JilJllrrlls . /. de Q\ 47
f J.l (ull · !'; 1: 1ll Afi!lItC;1I e /'III flUI' C:llIlto pág . lU -I .
· Nns noites de san ta · Antónlc; S. João e S.· Pedro·{e Santa Ma r_
g,trl da Clll P c ,"'gwuda)
y<
.acendem -se nas ruas
Ao •
grandes
E l :,gueir'.lS de ale •
" ,:OS""'ll inh O e outro! arbust:'s aromu.tlcos. o rapaz! : percorre as
cnlll. . , 1 'd
nws das povoações, saltl)n d, ::!~ c:om grande a an c. Por sobre o togo,
cllquanto grita, a .plen·: s ·pulmões :

cO Mártel S. Saoclstião me livre da peste e das pexlgas!,

Ouv em-se , p:>r toda a parte estr:mdos: s est alidos: silo a.~ cata-
oilas> Que estralum c:::mo r:guetes. ,n as mâ.: s da ga rotada, que grita e
canta de .: atisração. Sã: aS ataOlUlS uma haste de planta aquát!ca, ~e_
melhante no bunh , Cu buinho da ribeira . Termin am por um:!. parte
mais volumo'~'.l_a qlle é intr : duz!da na fegueira e. quando quente, U()
bat er-se com ela nas pedras d ] calçada, produz um ruid ~ semelhante
a') de tiro de pistola .. ,
Nestas ncites qu elm':3 m -'~ e nas ruas das p ')voacões do Bai xo
Alentejo muitas carradas de alecrim , Ip Cis não há lar algum Que deixe
de acend er a sua fogueira votiva, a :. Mártir S, Sebas tião! .. ,
Este ':? ntigo ~is tema de desinfecção publica é, na verd ade, alegre
e pitoresco, 901s as ruas das nossa , vilas e aldeias, despro vidas na
m :3 i,n ia dos cas::s, de outra ilumin:3çã::. Que nã ::: seja a do luar (quando
o há ), r ferecem, nessas n: ltes, um cspeetácul ) de-veras ene3nhdol'",
Por pexigas entende_ee, evidentemente, a varlola, distinguindo
o pJVo varlcéla (a qUe chama cpexigas d ó idas . j da varl : la propria-
'3,
mente dita,

P or peste entende ~ povo qualquer epidemia, cOldáyiO ou QlIdaço,


cólera, etc ,

P a ra caplacar o conlági : . ouvlm :s estl Invccação;

Em la vor do SUllt isse lll o Sacramento


Estas pal avras vcu allw/ir/r, '
P ' J" Ó COlltáij' aplacar :
t' sou M t~ I't a, qll' a De', ,,6',
porI1' .. ,
O/lei COnfiar mll mi'
Nã' 1/jOrr(lrÚ dol c:órrela_l/lór
Nel d' ei1llpitlmi/l, '
p'ra SCOlpr' Am ei.

Es tel:lls~.hIl O , õ!lhn de s:.! !' r ceibtlo Il ~S dias c m que '" (' :lcclHlcm
:.10'; f - :.:ur:lJ'llS V()t!va .~ , C ~); ' lIrna Sêr Jlfllfl'rldo IH)
ICV:lIItUf c1';1 ('ama e p oae
l llJl1bí:rn I; X4; r C4'r a!'l,'ãn "atalll :c,1 M' rOr (,sl'rll ) IHIII! pCc1;I~'O de p J pcl ("
prcg .. d o, n '} Int e n nr d :.. hall l b l,'à ~ , por cllll udo arco d:1 ,,(/r t a - lIu~rlla
jlllrquc d i- ln O pov : - é IlIIlfI W-rta que :1 )leste ~ lIq) l'" culra , ..

48
AMULETOS

Estes supersticiosos e simbólicos objectos encontralll -Se ,n as crell-


ças de qu ase t: dos os povos, ainda mesmo entre os das- mais r('nlOtas
cr:l S da his tória do género 11ufnano.
. O ~c u USo confere, ao dctelltQr, as m ais extra ordinárias graças
c V/rtucles que imaginar se podcni.
Presos ao pescoço por um fio de omo, de prata cu de linha , 011
llrcgados com um sim ples alfinete, ocultos n o forro de qualquer peça do
veslu ârio, sã::> de uso corrente n o Baixo Alentejo, como, de resto, cm
todo O pais, encontnmdo-se ainda h.-o.je cm todos os lares, desde os mais
humildes aos mais abastados.
AqUi deixamos uma ligei ra noticia sobre cada um dos que se
reprcduzem na gravura da pág. 33_ Fi g. III-e qu e. ':: eg undo temos veri-
ficado , m ais virtude conservam aiuda na cren ça dos povos dest3 Pro-
vinci:). :

1. CORNICHOS - ( n .... 3, 7 e 8).

São pequenos ch ifres m ais ou menos trabalh ados, tendo um pe-


queno castA"";) com argolinha' e furo na base, para poderem pendurar-se.
O seu tamanho é variável, conforme o uso a que os destinam.
Nos campos que ostentam sea ras viçosas, n as c(l banas dos pasto-
res ou nas malhadas do gado, não raro se vêem chifr~ inteirO!'. de
qualquer anim-al, s::lbre paus eEpetad'-:'S no chão, ou 'Pcndurado5 em
qualquer outro improvisado suporte.
As crianças usam-nos ao pescoço e os adult OS, geralmente. pre_
gados no forro da jaqlleta ou vestia , do colete, etc.
Usam-se para evitar os maus olhados, os olhares de Inveja. etc.
A sua -acç§.o é meramente catalltlca , de sim pios presença.

2 . MElA.-LUA _ (n ." 1. 4, 12 e 12').

Flguraçã . . da lua cm prata, ouro ou cobre, tendo gravados nos


rebordos em ambas - as faces, dlHlS sér Ics d e pequenos pon t 'Ul hos lO . no
rebordo ~onvexo ou geralmente no centro d :: nre :), uma pequena sahen-
ela com orificio, 'para se prender. . ~ tt\
O se u tamanh o é variável c <Q. seu vfll(.'1 r f1 l"tls tico 0\1 lll(\ tenal e, ,
n a raz'iJ directa do ycsto ou das ))::lsses de qllcm a adquire .. D-
O S n U' 12 e 12' s~o as dli;ll~ faces de IIt1l cxempl:\l" nntlgo. e lll c I
bre aq u i U;11 pOUC ) reclllz i:lo e flue ft,1 rccolh :do em BarnUlcCS Pl~~
Re~ .•~ C6:1cg : Alfrcd c: Au l-t llst o de Alm eida , que no- lo Oft'I'CCCU f'nl Ju
61t1mo. , .. rlail Ç:I~ d os
Emprega-se, cuml) j á dlsst:lll tJ.__ , 11:11'" preSt' lv:1I ,\~ c - 49
f/ tufflles (l U cloe m; ll S ela 11/fl . ..
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F IO. IV

Da esq/Lerda ))Ora a direita e d e CÚlUl para baixo

1 - MISto supersticioso.cristAo: S!gno de Saim!lo f ~ga. meia.lua. coração tl'e5pa.'l.


sado por duas seta.s e chave _ tudo encimado pela efigie de N,a s.a da Concei.
ção. Tem alfinete. ãe\'endo ter-lC I~:::ndo cm gmvata. (Prnta).
2- Idem idem. com argola all'às pa.:rQ. SU!'PenS.'i.O, Deve ter-Se usado ao oescOÇQ.
3- E figie de N." S.' da Conceição. com a meia. llm aos p(t>. Tem atrás argola para
Sl$pensão. lO; de ourQ, oom o Pl'So de 6.5 gramF\.$.

" - Erig ie de N.· S.- da ConCC'ição, com a melft. lua aos pés'. Tem atrt\s argola
para smpens::io. I:.: de Ouro massiço, com o I>CSO de 10,5 gramas. pertence ,
EX.ma ESj)()5ft do Prof. e Arq ueólogo Abel Vhm n.

~ - Meia.lua. f ~ ga. sl(l.no de 5(1i1lllio e chave ( Ouro ) Verso' 1\ Ille.snl.'\ figu,raçâo.


IAlndQ mais umft est.relft de oito pontal; no 'queixo da ~U1\ 'd a meia.lua.
6 - S igno dl' Sulllllio. Ii" . mela_
. I11 11, COlllc;'ão I~m 1\$ 9l' tasl e chave. (Pl'll ln)
7 - EHg le t.l a
(ouro).

a - Idem , ldo.:m . Ouro,

\) -Efh!:le da VirKCln M '" ,!!! '


com 811(01:.. l)(k tl~\!I,' lla ' - I~U I\I ~ (11Ie cncima as fiij:unu; dos n .... I ti ~ , fll;l..~
10 -Meia_lua. IPnt ta). • Ia 1IIIJi.jlO,·1l1,au. IPralnl.
NOTA - Ooi amuletos aqu i I'C"l'OlO,! . I
~'ao do, J~-~' , , .. U/, l h., pt'n " lll'<.' UJ CtlUl t':-;Cl'''' '''O d o n .~ 4 . á coltC-
50 "." " "n, l>llt,:a F ' f
Pvto:",rall a de Anllun tl 11111.11 u Jall ullri o - I1'IJa.
• • ...,'
u It l\IIOtiO. _ Al'n~Il.io d(! J mujui lll H Ot llll'.
3, FtGAS _ (n,OO 1, 3, 4, 6 e 11)

Representação de mão humana, fechada de maneira que o dedo


polegar vá Sa.lr entre o Indicador e o médio,
O povo atribui-lhes o pOder de evitarem OS malcflclos que as
bruxas e feiticeiras cOstumam exercer sobre as crIanças e, nomenda-
mcnte, os mau s Olhados, os olhares de InvcJa, Os ataques da lua, etc,
Silo os am uletos maIs conhecidos e mais usados, pOis neles, pre-
cls:tmente, o povo deposita maior confiança, ..
N:vsua falt", cos tumam es adult':'s, ou as crianças. 1n.5tigarlas por
estes. fa ~c r uma figa com a própria mão, em oC:lslOcs em que se sentem
obJec t,; de certos 'olhares estranhos ... (45
Daqui, certamente, a expressãO hí consagrada: meter ligas per
fazer, metcr inveja,
No seu fabrico empregnlTl -se os mais variados materi ais: pau de
oliveira. ou de 'buxo, ,pau santo OU pau preto, osso, marfim ou azeviche,
etc .. A de azevlclie, .segundo a crença popular, é a que reune ma,Js vir-
tudes."
4. SIGNO OU SINO DE SAIMAO (SALOMAO) (n." 1 e 3)
E ' formado por três triângulos, um deles com um lado comum a
doOis, colocados de t :J.I maneira que os seus vértices vão tocar, interior-
mente. uma, circunferência em cujo circul o se encontra o signo, Este for -
ma no centro um pentâg('I'lo e, dispDStoo em sUa volta, cinco triângulos
mais 'pequenos, provenientes do encontro dos l a d~s dos três maiores.
E' feit o de prata, ouro ou qu alquer outr::! metal e con r~re ao
seu possuidor, imunidade contra a acçã.:. ma lfazeja das bruxas, das fei -
ticeiras e até do próprl :> demónio.
P arece que, nas práticas de feitiçaria e exOrcismo, quando b
executante presscnte qualquer maleflclo ou resistência dos esplritos
ma lignos, costuma risca r no chão uni signo de Salmão e colocar-se
dentro de um dos triângul':s, ,pois assim nti :> poderá acontecer-lhe mal
algum ...
S. ORUZ , ANCORA E CORAGAO - (n ." 2 e 5)
Vêem-se frequ entemente associados estes três sim bolos, COIl.:>tl·
tuindo uni ün lco amuleto, como se encontram reun idos a meia-11m. a
figa e o siguo de SlIjmtfo (o ."" 1 e 4 ) ou o co r ll iellO , oa fi ga e o cora-
raçao (n. o 3).
A cruz é o sí mbolo d;.t fé cristã, cu ja apllcaçfl.O. aqui COUlO nou-
tras e bem ma is sinistras pr:.\ticus heréticas, se não estranha J:\, t:lo
con fund idas {lodam, desde há lIIui1.o, com as rezas e blw;;:edur(ls popu·
lares, os Sag ra dos Mii"téril!; da nOSSa ReligiãO! .. .
' 4 5. _ .... 1~llllti adlll101ô. d(' u m c oulro St·xu. pI"rc1 (·,'Um',' m C/III.' ·.u Ht1/OCIO&
0$ ..

CtlfrlOlI lIIlI/ (luIHldo. de mill1ll:i. (,HI-e Il!l~1l1l um IIUtl '1',.(t). ('uSl\llllalll ('11.'''· ullIa fltI"
CQf1l Il m i,u eJ.II 'll'lda (' diwr : . u'
~'" forcIIUd" . 'I,H' I'lllorw :> 11'lfi f ,cuU·. \·al. ,':11 d 'ht;" III" .' Ut'.reI ·m . 1'111 p; .
..... 0 ITl lO. . . . " _ . lI11:>'
_ , "jnJIU /1/;' m i"~ 1111 ' plII$'!!f!: :" I' a l u n UI llt.:a. II.' II 11"<> prll ..
G u,, .n 10. 1(11 . . • • I , ..... "",118"(';'1
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fi Va1.U' I· m 1l0llW
,,_
' ", •
-,·,n·,
l' .. ,,11111;1
,
.h' c
lUl!'" :>11:,
_
III "!III,,, I) ,
I r (I"'" " 51
, . , .. ,~lbl" · 11" ·1 ii 1I111 J!lIt'l ' I' U' o ('0'11 ("<llu" . .... 1111" • .
II? a ,·..,_·0 11 , • H" -.
A dllco ra simboliza. aquI. a esperança em Deus OU a firm eza de
ânimo para seguir o c,amlnh o da salvação que o povo jn l ga p odcr atin-
gir pela simples presença de tais objectos ...

F IG. V
«Olhos Saula Lu1 ~'ia»" nnl'. ogn.;I.
pescoço decomo d d as« d oeuçc!S da v/sicl»
• (Prata) . S{IO usad06 ao
, :unu.etos. yal~ ('vllnr a doença c, por VC7..cS. olercddos à San ta em
ClI\l pnmento d(' promr.<;.!Oa .. . pela cura,

o coraçeio é o slmbolo dos ob~·ns sen t im entos - a. carid ade, a d o-


çura e o amor - que se deseja m In cutir n as crianças,

1 _ C PIG VI
IIpidu, COIll a Sl:ta ~' m u •.
ma (b~ nl :lfl~, arc·
2 _ ~kd~]hao de S. .
d e r{)!;(U\. I Pra,ta) . .
o !.til OU!il\ c en feitado com gl'Íl\llld;J.
ti( , .mlo 1('1"1,';1 II
• ~'"UI , D,' S, L' )IO I)()'
1111111 ,'" ("'Jlll
,'0IIIIIC!
(' t1lplul" .•II til':
'· SI1[lII'11I0
' ?) ta ml>i.' lIl r.! !!riU:ll:!"
6. CRUZ DE ~ H I . U·ral~I). '
' . A ll.T OI..QMFU E
T etnos -aiJuh . DE S. C IPRIANO
t ào vl\ll:a r
ULulo,
('IIItlO II~' j.l
~(Jtlhceittll;ll
\"I'f l' \'idl' s
tl) ela ' ' . ' .
( Xl s t.mlcla de o u tro alllulclo, u aO
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52 " c (1111' é c.\l ll I lf:CHlf,)
. pela (\l'SIg-nll~ão
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F ig. VII - AMULETOS. RELICÃFUOS E DENTINHOS
Da para a direita e de cima p:wa baixo:
~squen:la
I.--Crucitixo nntigo. (ffi pUlm. IFOlmas lIIluito impCl'feilao;).
2.--5enhor J esus dos Pa..!'Il<lS. (Ouro. Peso 3 dg!;.).
3.--Cl"uz dupla. em omo. Dest>l\I\OS gravadm: - Instnllnen tos d:... Pa ixão: coroa de
espinhos en t~'e dois cravos lao alto): escada (acompanhando o corpo ou haste
maior): cravo e cSlrela de d.to raios (em baixol;_verso: I H. S, I J etl.1s Hom L
num Sa]val.Orl, nas IrÍ's exlremid.1des da Cmz, no alto: 1rmça com corte e lan_
ça com esponja, rnmrilhal':IS c li gadas. fiO c('ntro: N . R. l . (Nazarenus Rc:ot
lu d('orum). nas w·(-.; l'x lr(')llidrtdcs da Cruz, c,"I1 baixo. (l"cSO 1.5 dgs.l.
4.-«Sull losep" com o 1\1cn l,110 Jl'>SIIS nos bracos. VerJo: AfiSlInção de N." S.' ao CCu,
Impelida pe]OII ~llj05 QUC a l'oo .. ialll, ,OUI'O, Peso 6 gmm;u;l.
~.-Pcquena. l llul!.H'm d" S:lnto Antélllo {~t!c. XV I II ?l em marfim, com furo que ~.
al]'(\v(.'O;S.'\ de um ao outro lado, p iu'a SW;JlX'ndcl' (\0 }X'sooço.
6 - Palma da mão :,I.>l'rta (' com ""\l'!OS d('~cl1hos CI\) 1()(la a slIlJ("l'fkie imitando
. P<'nt<.>l:'. Deve t nlt:\I"·sc oe ><I11ut('1O proveniente da cren~a na « :~rte de ~di"i nhal'
o fllturo !leIa pama ( I~s lll:i'1/!» d(' <1I1C. ~;ol)!'elmlo .,.~ cig,\ll:ls. ainda par estes
sítios fat.crn largo empre.L':o. (OurM. •
7.- P ei xe nrticulado (ouro). O lK'ix" é [n'(jucn\!'lUcnle u&'\do {'(}1ll0 ObJfCto de IIdor-
no na (\(1C pOjlul",l' Dl'~.'onlH'rwmo . lo. contudo. ~:OI\)O IlIllUlf'lO.
8,-:/1.1 ;,0. toda ;,1.>el"la. ('om alJin c l~, para sU~ll<'n~,io (0111"01.
9._Sacr{ll'jo.arnhnlat('mu. l~~ra rond,, ~'''' o (lo Viii tiro nos ('llfnmo;;. 'Tt'JIl, dos l~doo,
I;CIS )ll;rlWS com UI'iII('«I, )"". "III r,' n<I qua i:.: p:e.ti,1 o rm'(Ho pal~1 1I\l~n(kr ao
P<'S<:~o. de (.ml>:1 fi II' ~~!tWI'(' tlil '<'I! (o. (;1':wa~·,·I(l: M' Iniciais 1. M , S .. com n CI'UZ
o;obrej)O.- l:l au II e. ]lOI' h:Il~". l ... ·s {,"H""". 1I" 'a t :\ <loUI'lHllü.
lO._RcU"il'io {'!ri ouro. tom v',lru tll' cn~I:lI" n"""j:lrlo de Ih:lOnmnt{'s. Pr!;o ~.9 grs.
li. 12" 1:I._ l tl{' nI . i<lI'II1. " ..,~'" tli"IIl:lIIl,~;>. l',""os, 1','';;IX'Ctlva<. 2A e 1.3 grs.
NOTA . Os oIJJI'('I.<": IILU' IIl-:lI!~·'Ul IW"I" cl':lVlIl':\ lJ ",,'t ... u{'rlll :\ rfi!.'('~:io d e J 06Í' l\U~ _
dnn~'a j'u!'tadu J:,rllllt,·;U - t!"Ja 1"n(' ~,!"'l J ; ,\ (l~ Al'llI :1ndo n:l]lru;O: a,,.:UljO 53
do) JQaqulm HOf"JIIC.
._- - - ----,
Os
crentes em seus m.iraculoSos efeitos prepa- ~J
ralll- no da 'seguinte maneira :
. Unem-se t.rês pedaços de pau cedro, um mais
o~mprido' (u 'h aste) e outros dois mais peq?cnos (OS
braços): cob rem-se com alecrim, arruda e aIPo; colo-
ca-se lima pequen a maçã de cipres.te debaixo de cada
uma das extremidades dar cruz e deixa-se ficar tudo
em âgua benta, durante três dias, retirando- se ao tim
dc...~e tempo, à meia-noite , enquanto se reza a oração:
__ Cruz de S. B artolomeu, a virtude da água. em que
estivestes e das plantas e madeira. de que és felta me
livre das tentações do espirita do mal e traga sobre
mim G graça de que gozam os bem- aventurados. + em
nome do Pat.+ e do FjJho.+e do 'sprito Santo Amen. :.
(repete-se 3 vezes). A cruz ·assim preparada 'costuma
~er usada num saquin.ho preto, Dizem que tem grande r
virt.ude. mas, para isso deve randar sempre bem oculta
t 'l•
para nào lhe darem algum olhado - o que lhe tiraria
. ~
toda a ef)cácla .. ,
, .",~, .
,
• ••

Dev:m ainda considerar· se amuletos certas a _


.1
IIcas mUlto do agrado e devoção do o rre
as cost.uma usar em saqui nhos, presa n 5$0 pOvO, que "
pregadas ao forro de qualq s a.o pescoço ou
~edal hinhas (com carácter ~:~I ~~;: d~ vestuário -
na - ou pagâo) relicários 'ab"' h cr lstão_. malo-
,' IV e V, ,
- ver os d 8'5' FIg, ·' et c,
un asde Mo,·.;x;;s,
("

t ..
\

Os prõprics escclpltlarlo
zados ai nda hoje peb IgreJ: ~~ belltlll1tCs, pl'eCOni-
' ... ~\~
Fig, IX 8present'!lmcs alguns e .itOllca, - de que na
n ~-!so frac: entendimento t xemplares-devem em
~ }
.,~
.
ff\.~
p ers "lC10Sa prática d ." \11\.0, der origem n a ,pagã e. Sll-
'l1!l.S 'clllllillaçõcs OI'jcntai~ d os um ll leto.<;, conhecidos ~
, e$de as mais remo,•• ..... eras,
Os amuletos 1>:1 "1),0.,> c :). F ig, VIII
n u!!! c materialista,,,,'" t~Il'1 ~~o as clIln,'>colcs . mode l" 1, Ten;o do ROsá_
uma J.(r:...nde e Importullt' ',ra U ll1alorla do vul"o rio de N,- S.- \00_
e 1It~s(1(l
ma QUe a I :.;reJ a :...trlbui :11) AIIJ
a dUllpl'ir;
'" .. ,
a IllCS _ rel), 2, N .- 8,~ das
n d .~ GUlil'tla ! DoI't.'iI com 00 Senhor
1\101'(.0 !lOIS bl'A.ÇOI:;,
D eve I; ~: r c ~'>" ti. r.ll\~ ~ ) V (,;H SO, ~ílTlwaç:'io
J.(ru es pecial dCllo\'!1 o:l .. - J o r quc o pOvo lh e' m ui 10 Im)X'l'ff'Ha e
c omo olljr"'[ , ,' c o~ USa COm r ' II, ~ ctlll :>a~ quase j miJt.'I'~i .
o I ~ I ullll nu ,'ol~." c ~10S0 re."'ltllto \lt'J' llIoIlOK~':lllla de
•l :>"I.:r:'<la ! .. , '
S4 N ," S,a com I\S 1111.
ch. l$ A , M , t'lJu ....Ja.
("lIda. (Jlmla,
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;-'-. - .ii .,.:


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,

5S
J3ENT l NHO~
fll! . IX i

Do eS/lllcnlo pora (I rlireira e ele cima }Jara baixo:


l _ BrI/('clcle ele ICl/tejo/III/S. vi rlrilhos e call1/lill/os (/. fio rle ouro.

2. _ Escoplllário de N." s.a do CarlllO, sobre fltmlo em cetim pre t o.


Cercadura borl/ada a oure, cwwtilllOs ele fio de ollro, lentejOi.
IaS e vidrillws. A esquerda, 1/0 centro do primeiro qlladrado. fi-
guraçlio det Vi rgem co m O Mel/i/lO Jesus 1/ 0 braço esquerdo e
111/1 e.scapll/ário lJelldel/tc. 11(1
11/(10 direita, O JI.1e/1Ül o segura
tcunbém IOIl escCI/Julário 1/CI müo esquentel. Ambas as figuras
esWo coreadas. No segUI/dO t[lwdrado a cercadura é igual à do
primeiro. Todo o eSpaço intcrior é ocu]Jcuto por uma flOr, igual-
mente bOrdada a /io de ouro, lelltejoilas e wn único viclrilho,
IClcetado.
3,_Pregadeira (?) em damasco de seda, bordacla a mat iz. Cerca-
dura c om relida a fio de prata.

4.-$. Fral/cisco de Assis, Chagado 1Ias nulOs, que seg uram a cruz,
ao cel/tro do quadrado q ue se encontra (t direita. Bordado a
fio de Ollro, call1ltilho, lentejoulas e vidrilllos _ Ims ovats e
outros circulares, facetad os.

5 ._Co rae~o. de M aria, em red Oma oval, c om vidro fil/O, côncavO,


Coraçao em. cetim ve rmelho, leI/do bordado a prata o mCllo-
grama da Virgem com as iniciais A . M, entre /ael/(las e encim a-
das por uma coroa. Sobre as flamas do cora,,/o . /,·r·o IS b'o ncos,
dados a,pra , a . C e~c(l(lura e raios esplelttlorosos, sobre os
bor.
quaIS assen a o coraçao, bordados a aUTO.
6._Escapulário de N .- S." do Carmo. No Quadrado à d· 't ,.
rae do da Virgem coroada e com a meia I" ~et a: Igu-
d I l d b - a aos p<;s. pequena
cerca u ra OL'U, II o ardado a ouro CtUUtt'lI d
te/aulas. vldrillws, e matiz. ' t 10 e OUTO. Iell -
7._ CorOa bordada a ouro, com as armas ti os C / · ,
arme I as ao centro.
8 ._ Esca71ltlário de N." S." do Carmo, bordado a OurO, cUllldi[J/cs e
lentejoulas,

9. -~:~~~I~~r~~lrt~~ ~;:t~j:H;!~1; C:l~;:I;iI~::~~lU{lo a fio tle O/lro, cMIII -

JO,--Cllpa de livre tle Mi :ss/L' bOrllmi(1 a Oll ro. CI/I ClllllltUlII).

• •

NOTA: Todos os olJJcctos :HIUi rctra t:lllus P N- t cIIC<'1Il :'l colccl'Ao de


José Me nd onça Furtado ~:lJlllári o - UI'J" _ FOIOt::'I'.lfia de
Arma n do R apOSO. Arf:IIIJo de J oalluhll Roque.
56
, ,
COMO O POVO REZ A . . ,

Dcixúm c,c; l'cgislactns. cm Alel/tejo cem I)(JT cent e Ong. 48) ,


31!;um:lS or!lçõe ~ que nas IItCS.'IUS a ldeias nwis cos tulllam andar na Mea
do Po vo.
P (l ra aqui as t ransportamos. COlllplct a ndo· as agora c ~ m mais
.algulllas qu e. cm data posterior, fomos recolhendo d l.l tradição oral:

PARA DE MANHA , AO LEVANTAR


Bcndill\ sef Ó ill7. do dia Anjo dl\ '»11(1 guarda
E ben dito seja qlli~i li A. cri:!.
M(,' amig' e cmwpalllltro
Bendito sc-j' Ó s.'mIO. ou a :<:11113
De QUCI fór hói'J:'o ,~c· di{l,. Nrl' t e qllCrns Ilpartar de m i m
P. N. A . M. Lcva _ m~ ~c mJlr' :lo bom 11m.
p ;-,nh' cs mt" $ vei! no chiio Entreg' a mlnll' nlm' ó senhor
P"ra mê' corpo peç' 11m glli:!.. PC:'Qu' E1~ te !~ mi' (/ÓrdfUlor.
Encomendo..m ' a Dê',
A mei, Jusu", Mari' e Jcsét
E à Viria Maria I

PARA A NOITE, AO DEITAR:


Com Di', me Mto No' senhora m ' acompanhe
Com Dt ', m ' ól"V'lIIto Padre Sanr 1;1I10ill0 me guarde,
Na graça de m', Anjo da 'Ilha lIullrda,
E do 'Sprlto santo,
Mi n ha doce companhia.
Me "ó,"d' <'&tll nou te
Neela cama me dito
E amcm/u1111 tod' o dia,
N ã' sé' /;(! m' al'vautaré,
Dilo.me Jasus. na vossa gra ça
Vinl'e.me dita r
CO!l'l.ungo na VQS!a LI', E p\IS-ffi' a cOlU1d.'rar
Que remélda taria
Ne$la cama me dit~ I-"ro. me li.'lh'1U' :
Ná' tenho por quem 'spel'Qr VI i no mi' unjo tln auarda.
Peç' a Dê's Nó' s c .. ltor Tf()uV<". m r ))()I' "uia.
Que me venh ' acompallhl'll', Que 10000e devota
n a Vi rja M ar ia,
N0)5!.a eam a me dele'
Qua t:o nnj05 ellCl'lutré' N ('l;C (l (,:\IIlll nw cfi'l<"
Dóf ", pé;" 11M' à Ct,/)e(.~fa p',n dromir e d ~n n snr
F. Nó' Slm/,,,' na llieuUra S' a '1101'1.' me vi(')' I,mSC(l r
A V :'/(1 111(' \ '(,l1h ' arol'da r
f>'m qu' ~' \ )();'ISll. dl":<!f tri's \'~ Z~ :
NII. presença de nê'. 'ou, JU SU5, JUsu s, Jrrsut me venha s:a1\';U',.,
A. mJi' d'ré l(./. d e !Ji! 'J. Padrc
Em Roma se tóc' il m issa
·
Nr .• !tl
r~II111\ mi! v('l1ho r/tt!ar
• Jaslt CrisL' fi vai drz cr
S' tl rIl on ~' !lH' vir buSC'al'
Os nnjC6 a vã' OliVa-
E t" n:i' I)U(!<'J' falar
Cem De's e fi Viria me dtIQ dromir,
QuI' o mé' ('Ornçâ' !;' fr/('III11rc
J ~ d/S. J(I,'I:II$ • ./(1$1IS, lira m e salvaI'
E sta cnsfl. tem quatro cantos
Os sinos se IC>:;'lm Quatro v('las li Rroer,
A nó;~a se d iz Nossa Senhora m' acompanhe
Os :\njcs a tocam S' ê' esta noute morrer !
A S<nh cr' àdora
Bendita ser ii minh' I\lma
Que U'! déto n es\.' hora, Noosa. Senhora. me disse
Que me ditassc e que dromiss~
JnSllS ós peit E que- não tevesse medo
JaSlIs à cabecera Nêi da onda, J/ci da sombra,
Jasu$ na bóc.'\, Nêi da unh' cIlCutinhada 1461
JaStls n o pélo Nei do pesade-IO da mã' furada
na cama
Ja Sl1S Valha_ m' o Smltissemo Sacramento
Aonde m' ê' dilo Que ta na Hôstia consagrarla,
Credo! Cndo! Credo
S:mto nome de J{I$US
AOnde 'td O santo nome de Jasus Nozsa Senhom me disse
Nã' acontec~ nml nem p'rigo n/n1!UIn Fulano, vai_te détar.
Sacratisselno. coração de Jasus 13 ve7.es ) -SenllOI'a, jâ tou détado
Rc;pi p ro nós 13 , 'ezes) Na sipultura-da _vida (47)
Amêl, S' esta ·n ou(' ê' tever de mOITt'r
Vinde,me, senhor' acordar,
Com Dê', me dtlo Quatro co'sns quero pedir
Ccrn Dê's m' 6/'001110 Confis..<"ào. santa. oncão
Quatro cantos tem a 'II/Ia cama Ccrn ólio bento... ,., , ..
Quatr' anjos m ' acompanham Bend!t' e louvado séje
DoI' os
peis, dó;' à cabtcera O SUlltinemo Sacramento,
E a Viria StmtisstJfl' à dielltt"ra

'Gtando S. J ooo e DÓIHIl!uS Dt', Com Dê', me dêto


No Horto NOVO de J/lru$/I/i'f Ce m Dê', m' til"líill/O
Dt Ge." o $i"loldo p'ra sê' b~i : Em /ell'Or de Dr,
_Deq)erLa Joúo QU' O dUl !Ui' é bom, E do De.,j/l o ':Ip.rIt O-AfI,IUG.
_Se-nhor os e,,,:/IIirlo$ '/fio ('m nós I No"sa f:l' llho!'a 111(" cuUrJ.
-Caln .le JuÔo, nã' Wfl\:U; Com o ~e' lIo'lI;'w nuu Uo
Qu' el('S ti>ffi os olhos t~OII E s' t' />('f col><".'1O (o,',
Têm (IIi pt,nt::unt-ntUli Tudt •• Nã ' luré' nlNlo 1I,'i 1n'lIIur
Ali tO! d~s do eO!~u; "o ('<I"r/ll/lu p"~,, Ó 'UlJO bemUto
Ntl' ffi ' I,li . dell! ver R mim I· '~.' ''fl,In. It ....' ta (" pOli.' "
n Oll l>l;;U\i (lo /11111<1111,)
N~I a tI. ,,1'i a (JII~I d" ,~f"r
Me (l1I,r/l (lo/"II,lt-r
Y,&t.a.s I><ün\ll"a& .. ,
_ eUl Vd c.ko bruxa ,
•• 6! _ Uu IW eucII /UI/l nd(J .. Ujl:a
I 41 ) _ .... " PIl1t II ro .llwv Ida - QIl.m &
58
U('tldita sl'j' à nOlLt~ P'!o Filho da Viria Maria
Ç<lnl :IS 'S Il'!~U1~'IIS (lo dill Pndre . Nos.<;o c Aliei M:lrla.
P·r.\ qu' é' ·..·ic f/,i n /wlo Oh'r'rid' em "r I'!II')r.. •

QUANDO SE EL~TRA NA I GREJA

Dc', le sah 'e ca~a santa AflUi m' CI!Í()('/lI(/


Que pOI' De', j0814:s crinda Aqui m' lIr'pe!f'llfo
Onde ' tã o cállx lK-uto lliclltc de Dê',
E Ao Hóstill. ct:lll"Wlgrnda. E d I) ,';cmliucmo SaCr:lmento /48/

Venho tomaI" nRua benta


Por cima doo mi', po('(Idfl' Q'ando nesL' F.lIgriij' ~. entro
p 'ra que à hOl""I\ <iA. :1111(1 n1l)rte Parece qu' é' e n tro no Céu
Stiem tod06 pordnad O• ! Afl UI vcnh' fhlorar
O qu ~ !ti dobóm do véu.
Na casa. de Di', i' entro, O qu e lã 6obóxo do véu.
Na casa de De'! me sento Sii.· tJ·es cravos joloridrll
Venh' entreglU" .. minh' alma Venho 06 dllor'u
O Salltiuemo &l.oramento. 148) Por os ter o/e lIdido, .. ,

PARA A MISSA

lA. á M Issa.
&e \.Oe' D i', me dii parte na Missa.
o. an}o& a adora E $Il.lva~1i: pró miM' alma.
Vá m inh' aJm' ou\'LJa
Qu' t· n ê: pOSS' agm-a. t' lIê.de morrer
Fazer tO$tantellto
S' ouvir'$ I.OCIU' ii. MillSa D i xar Ao m!nh' alma
Lll rflO ·tud· e vai ti ela, O Soutissrmo Sucl"'.Imenlo,

\ Q'ando dizem ,anto., .Ol/ t OJ,


De'ce [)C, do Cê' ii. TerT3.,
( Qu:l.ndo o P ndre :lparece para dizer
S' ouvir's toca,· à M1Sf;a a Missa. :
Vai doprt u' e com cllidado,
Q~ drellto do cálix e da MOOI !. Vinde. vinde. caL'(lI~ honrado
ró' Jasus Sacl"amen\j,do. Cem ~S ~"m:13 d(' Cr!SIO ,'{'/IS armado
P'" sÍlwl 149' ;~ mim. po,s;IIa/ a li
l;t ·, te Stlh-e lua redonda, Uendila sl·r a h ora
Nareida da l%r da l),,\\ma Em qu' j ' JII"' \\.qui 1'1111'1.

QUANDO SA I O MORADO VIATlCO

o S(Jcró iTO 'til Ilberlll Ilcmhtn ~.'J ' Q. ulma


O I:Ioenhor vnl •.ulr Ir.ro. Qu(' \',,"' l"flln,r lia 1I/OI1a

' t 81 ln Alrllfc/o cem J)Or ("·lI tO. 0,*,. IlI ~ O.


1 4 ~1 P<I!, .. llI:nllr;
en'rllamo dl.m .. qulllu, palavras. benum..sll. S9

\
QUANDO SE SAl D A IGRE.JA

,, \'ou ll:i ' llle \'011 ., ·


EsL' úgn:\ bem: C tÔlllo
5 111 UI. . . p'l'fl livrnr os 111(;'$ 'poca(/O$
A mi n h' a lma SI'IJljll'C fIca
A hora da 'Ilha morte
rodn~ SI /III//.( obn~ndClf',
A lal'~'r {',.. t:l ,·('Si /fI . s ( iam todos porclo(/(los.

• PADRE NOSSO PEQUENINO >

P .\(hc_No~O Jli{/llilljno (50) 00:5 il/jil/ llas leva (I r ('1I 10


Tem IItl chave do Al anino Nôs' Senhor pro cap itão
QUl'j UI deu Quci la dmia, Já lá vai de barr' em./ora
S. Pedro. Sarlla Maria. E as bat alhas lavarão.
CntZ cm monte. cnn c m fonlc
.Ue' pocadu nii' cncollt.re .. .Outra vari ante
Nêi de nOllte lIci de d ia.
Nêi ii. h 03":), do m ei'.d ia, Pad.re Nosso piqlLinillO
J:i os galos ccm iom Q 'ando D e's era mOllillo
Ja os nnjos s' alovuntom. Qu' anda.va por esses mares
Jã o Senhor subr à Cruz Vesita lldo 06 se's altares
Para sempr' AlltCi, Jasm : Encontrou a Madalena
Com cem varas de rigor (1)
Variante : Par' alimpar o Senhor :
T apa, tapa, Madalena,
Padre_NO&'>O piqueltino Nã ' m e qUê'Tas illimpar
Q'ando Dê's era MOnfllp Qu' esta s sã' nas clnco ChAgas
Toó.o o sUI'gue te corria Que pro ti lIã _d em passa.r.
Polos péi.! e polas m ã os: J a OS galos p retos cantam.
Ve:o 53ma Madalena Jâ 06 anjos s' al'lXJntam
Com 'ma ,toalha na mão Jâ o Senhor ru bi' â Cruz
Pr' à limpur o MOllillO,., P',m SC'ITI<Pr'. Am il l. JasI's,
E o Monino le disse :
Ná' m' aUmpcs Madalena. ".Ai nda outra :
Nã.· me quiras àllmpar
Qu' E'St.as sü' nas cinco chili'\S P adre n()SS() 1)iq1l111i1l0
Que por mim Mi..d cm p as,;;a1', Q'ando Dê'! en\ 111011;110
Ale val!tar017l_S' as l·rés Mar iAs, F. Il.llda\'a por O mar
Nu ma noute de luar. Com ~ n.'ls Ma r ias a p;.u',
À prc<:uro do M m/ i llO Uma. I'''' ó. M II.da)Nla,
Nâ' no pudvom ('"ilcontra r Outra cr' il '<;0/(11110'1.
Fo rma,n o e n OOfllra l' em n om n OIHn\ ('r' d ,:;,ua 1\IÍlt'.
Ih )l)cs hdo no All.l\r. A 's llusa 01' Súo J,'$él.
M I~ Nova '111er ,11::/'1' 1',."",0"1/, ,1.1111 anel!l f ,lr ""llçu,s
M u;.sa N ova taU'-'" cálltu.r V" ,nidmlms d.' bu ....1
Ou',; ([U"SI'r \ ./". 'mn h ...I'"'' ,.. '1" p 'r' ,1!r;ln\~ '" !Ui dnro rlln,,:u
Vá , t:e de l llr () mar ... D o r/,' I'i ll' ":munu<'l

60 I~I A le ult' JO c em pur ,*" ' 0, paw. :> I- Oeja. ilHO.


f ;muud W n u I""('!) I" r" (1"1/1';11/0 mi' d"fllIr
l<:mbal;,do )lOr S. ,/,'.• l"i N Fi til' IlUute uêi tie tlia,
E os anjo5 "ri o cn !l lamln ,v,:i n o ,!lIIU do 1l1 ~1· , d i a.
Ol in"i ' ;\ ti. D<mriud .Ia (~ 1.:'3:11,'1 ("{fIl / rlrll
J:, os :llljOll s' u/UI '/II/I flm
.. .e c utra : J a {) el nllOr SI/II;' a C I11Z
P 'I,l ~' ·n' llIé. A W" I, J/I ~II$ 1
!'ao re NOl'i'lo p :qll;lIillu
Tem lia ehavr c!o lJI o nillO
5<'L' ; IIjillllO$ vã' maI s E le. . .. mais '.:utra :
J,:m lIele Ilvroo a TlI : ClT
Sele ctl!lIlt"as à 'lu miar Padr(' N o.~o Jliqll;tHlro
O Smh or é me' Padri nho An";a d :'l 1":11110 .~(ler,jlrn
A Sc'llhor ' é 'nha M:ldri n ha. Mml'a 'mie, m Inha Mnhorn
Que me fC7. a cruz na. 1C'S1 1l Vi rjl! S."mla tJo Ilf~6 im

..PADRE NOSSO DA PALMA )

i'ao!"t' NOSI;O da Palma 'SI:! 'ma J}CW"lI IIIcllis t ral


Onde oe's fe"/; eOlpo e alma 1>6. em m im . tJ{J. em ti.
D J Ceu fe"/; as estrelas, 1>6. em Mar.a Ju lla na (?I
Do mill' 1e"/; as al"eias Nã' O'"S naflul'1 11. pedra Ly .,ia (?,
A Lrt'U daQu el' altar Nune~ quis crer, f i.1ho da l'iTi fl "-Iam l ,

NOTA : . Quem esla oraçAo ra ~flr Q\lrlt.l"O vezelS 110 d ia. quatro a lmas ti ram das penna
do PCt"lIa1óirO: a porméra ,arã II. "Jiua. a .l i" ,",,,,,' n de sê' pa i. a !f>r"cér' ã de
su' mde e a qu arta a de qu i!i ma', (lltC$er. P 'I':\ &cmp,' A mli •.

Variante , pela. qual se podem corrigjr algumas cor ru p te!a s ve-


rlficadM na a nt.erior

p ... dre Nosso da Palma "ã' '11111 pedra menis/rlll


ru', fe"l: COI"I>O. sangu' e alma Dâ a mim f' da a t.1
Fer. o Céu. Il'"I; a s e51,.l"elas E nll' naque:fl pCrra . JU1/;a
F e"/; o mar, fez as are illS.. Que na: (lut'r' o F i lho Qf' Di',
LÃ atnl.s daQuel ' altllr Ni!1 da SlE' mpTl'" Viria ~l nrill ...

• SENHOR DO HORTO ~

1","1\ saucl' q'ouI' el rs 5..0


Senhor do HOrlO
P·ra. qu ' tl m lnh' alma nã' se perca
J.·od e. pre:;o e Iode. mono
PerdonU_A IIII"IIu mOTUl
N~I é' morra s.'; col!IO:lSão.
FOi t.;'w cru el e t.li.o JOII"I.e .
Perd oaI 0& 1I,é', fl'OCu doJ
Foro", todos o v'r.iquudOS
Os ""Is do mé' eon fl'!lSOr Ú &.'llhor do 1I0l"Lo
N ... • nOli pud e d aI" confe!õl\lldos. r,,"<"J \'I ~o e /0'10" mcw;lo.
T'i'rdo.1i .m· o mI' crllel ,!I' lortf (1 ) 61
CQIllffil;',Q& a vUs, ScnhOl',
" 1)('Ji..'t tdOS
Outra :
..Jh. · J1l' o.~ 1/I1'.~
l'l'ruv.ll. .
' . t:lntOS c l'UI"(II105,
ó Jasrls da lIl inh' alm!l
Que;;:1 .
Ja slts do me' cornçáo
. do mc' cOllr('~<;or
Os /"'/s Ouvi_me de PCIIUeiça
rU' 1\(\$ Ilude' dar con frssndos.
Dt'laLm' absolvição,
" O m'
•:\ vÓ';. Senhor.
i\1:1 S rOIl rt·,, ~ · PerdoaLm' os mé's pocados
por !li\" S<'lbcr Q'lmlo$ cl<'S Stj' Bci sabeis qunis eles s:10
Dõ\l.me n ('~\fl \'io' ã paz Dai.me nesta vid' a gruça,
E Iii na outra fi. sCl/!lClçd' E, lâ nA. outra a salvaçáo.

• OIMÇAO AS CINCO CHAGAS.

Endorinlla 9ulriosa (glol"\()SlI-) Variante :


Tá' fremosa com' ã rosa. Elldorilllla gu rliosa.
Q'Blld' o 5mho\' aqui Iwrccu Tã' Jromo.sa com' li rosa
Too' o Mund' cSC(llrrcceu (enclrll~u)
Q·ando Di '! aqui lwrce"
Maio IHliom nos Judé's Tod' o mu n do el1quelâreceu.
Que ~uatarolll Nosso Di's ! Past.ori n ho do Bom _D iA,
&- ma/oTom Ó nã' maloram Vis/c.! por 'qui passar
Thl. t.'U. Madalena O FUho <Ia Viria Maria ?
Nunca dêxes d' alimpar - tle por 'qui pa.ssou
Qu' estas sã' nas cinco Chagas ( AMa noute .!aria)
Que por nós liá.dclII passar I Com sê' I!vrinho na mã'
Sub' arri!» àquele oUêro Razand' a I>U' óraçã' ...
Que lá ta um peITO mol!"o
-Qu' Oraçã' ttIria ?
Precura _Ie s' el' é c:rlsHilJ - A óruçã' do pelenl1rino
S' ele deuu que n ão Q 'Q ndo Dê's ora M01d1lo
Puxa_le p·Jo te' cutelo Que .!uai' 6 .!il altar.. ,
E , arreliCa_I' o coração.
Estas $<i' nas cinoo chaps.
O cutelo lâ' bêi '31.i mado Que pGr ti lIá _dem pa.ssa.r,.,
Adond e lo,{t:, bapti7.lldo ., Va.! _t ' ii/li àquele cnstelo
- Na pia de S. J oão. . Qu' (i/li tá um moiro "trio (perro)
précura _le li' ~l' é cristã·
Quem e$t.. OI"a","o razu r ganhn.'1l S' éle te d('ssf'r que não
tantos poTdÓl" com· o céu tem Puxa _/e pelo té· cmelo
d' t:st.·eIM. o: mar d' (trelas E corta.l· 8.S lillhas do cor.\ç[\ ••••
e o: campo de folhas vl:'rdea. 6 cute lo tãO btli ·st.imado
Q uo:. m na souber que a dil/::l, Ao udc fOlh', oopUL'l.do
QU l:m na ouvi r qUl:' a &!)ronda ... Nn p~a de S , Joo·
I.it. no dul. do lu'f.o P· '11 tlro r d· (UTI'/lQI#·'
Ouvll""=mO>l estll. contenda ... o Mllrl"lf' ( 'l\lirtir) s . salxuliõ.' L,.

Variante, pura IIvràr du cltcs danados ... e de 0\


ltrOs males

Jo"ulj(,rjul.u Oli.llow o r"'jo s . arllbkl


Tã· ,~el,wul com· a ro.a Com , I' HO/TO na n>Ao,
Q ·.. ndo N6 · Senhor "'HOI<II NIH '''''/" um· or.("40.
62 Tod· 11 T ...... r_~I~ Onl.çdo do peleg rlno
Q'(lndo Dê'~ cra monfno
PÓ5 o JK'I no s~· alt.:l.l· Dt', me qutrll llvnu-
A ~:,b, ç' cm se' JURl\r De çâo dan ado. POr danar
Cllla. Cala. M adalcna H Omem morto, má' ençOIUtO
{M' t' nlIUI"t's d ' iIIlmpnl" Homem vivo. má' p-r lgo '
Ql" c.~tl\$ sii' nas tinto thagas S. Rcmão sile çomii[o
QUt por 'qui Ilii.dcfIl passar. E Sant.· .E" ll lólno mé' amigo.
r. ffi ' cnocmcn d' À Crm:,
A l'rrdadha CrU1; de Ma la.
E a S. Rrmôo d e COrOllfldo
Mais uma variante
E /rl/u ei por corona r
Di's me line de eàt'5 dlt1lO d~ t' m' encomendo à Luz.
E ta",~i dos por danar E ó Reno da Vera Cruz
O ' h ome m mono. má' en<:ontl"~ E à SOlltiuemo Trindade
O' homem vlv<,>. má ' p'r1go E ó glOliO$O Senhor S. Remdo
S. Rcm ü' sei' a 'nha IJIml-dn Que te m nGi Pill em Roma
E Sant' El!tóillo o mi' l1mlgo. E a cabeç' em Portug:\J.
Elt- me qldro livra.r
Do! cão danado e por dMar
Out.ra vari ant.e De bicho achado e pu- achar,
O ' h omem morto, mau encontro,
&.nhor S. Rcmrio.
O· homem \'1\'0. mau prigo
C"rOlldo. por c'roar
S. Rcmão ,e;e comigo .
Tem 05 péis em Roma F.: Sa nt.· Alllólllo. mê' amigo.
E a ca beço em P ortugal. Me livre de tOO'o p'flgo.

c RESPONSO DA P AIXAO :t

Go~\'Go$ VUltOS. gol\'os sanlO$. P or onde C» Jud~ U$ pUZQL"Om


T!~8 mas entes da Pascoa Cadlil puxão que II' davam
An dav' ó Rêlor dO Mundo ° 5enh cr lijOt"lhrl!;Q
E por ú', descipos brdduV4. POÇaS de sangue di.;rava.
Chamou.O$ de u m em u m , NAqutle m onle Calt'Ólro
Oe dois em dois se ojuli lo va Tn's MArias a chornrem:
II c:t'a...do.llalo lc, dava.. Um' em a Madalena.
O Senhor lcs pn!II unWvu 0'111"' li Mad re ,1.1' erma
Qual deles hav l9; de ~cr Olll r ' er' li Vlr jrl pur1\
Que POr cl(> havia de morre r Que mI! c!OI'CS 1l:lSSa\'1\..
Una p'rô~ OllU'OS al/wva Um' it tlm puv' Ó$ ~It
A todo$ les tre mia a baroo.. Outr' u/j'''pllv' ,h màos
E 01l1r' tllimplll'a o li:U\~ue
Se "d' f OlSe S . Jofio EalllillUl
1..4 virá OUlro dia Que- JtlSU.CflSIO ,Ivrrtlmm·lI.

Que JflSU3 Cristo e:unlnhnva Qll r m es1..I' or:W:\o rII .. or. u m ... no
P'llo rua d' AnwIl!"Ill'a l'onti lllUulo. tl1":ln\ 11111\.11"0 nlmlL6 das pi'n~
Ccm 11m Cm'zér' Í\j; cOstllS. do p"rgc ll cilro: n /X,nJl;"u $rf'"Ó a ~.1Il p. SI.
D~ 1IWt/{; ra 1:1' 1)(~I,da . l , . · a .do'~III'1.
!l11II11,. IL d a 'Sua II" t'. n JJ'<~r 63
( , 11 um cordel ll~ L gr<',/lUI/U ;\ Ijunrl:\ ,1(' QU(,lll Di"& qufra.
DE QU INTA ~ FElRA CE PA I XAO >
c ORA ÇAO

D :~e P ilatos a J (lSIlS:


. \.,~ Ic'ra o' Endoc nçM ..
Q IfI U •
- T r:'.'!mcs tu. 011 tre me a Cnlz?
Sou a S "
~ lI ~' HlIIlJ;lJlh!fldc.
,vli' treme nem h -omcni-...
c orrc' o 5('111101' tod' ii citladc
Cem o ~ralldl' IWSO o R Cruz
Quci cst' oração rlUl/r,
No (':!llli nho k falloH a l uz Um ano di' à dia,
O foi s' ("scl/r'ceu Su' ahlHt ~~~·l vlll"á !.
O Filho d e DtFs 1l\00'1"CII.
l\l c~rctl p'ra nos s<'\lvaT
. ..ai n da -;Jut.ra,
Um l lOm("m o viu PfI,.!i&'\r SC'llh cr é' convosco VOIl
POr!! Rua d' Amargura E convosco quero .ir
Em COlttpflu/ia da Vi rja P ura ... Tu}s coisas qllC l'O pOllir:
C:,,'a pa...~dfl. q\le dRVR Paciêncin. de J ó.
Se' Ice)l\" NjOC/lWIJCl Con/clsão de Mada.lena
E o sangue se' cabel' enso J)(l!IIL A \'~sa delJina Graça
E S . João " ia dClClldo: P'ra morrer e viver bci.
O' mé' MCSI I", Ó mê Sen hor,
Qlli!i ti ess..l mulh e r
vai na v ia clcloms/!,
Q Ue!
..e out ra :
ti S:m :n Mal la Madalcn;\ JljSUS ii Cre do. Jasus ii Verbo.
Qu' acompanh' ó Snl\'ador Sei' n ~s pala vras do Sant: Eivenaelo!
A c:tminho do colvóiro Dt ·s que n Ofj f ez. Di's que n os cr iou
Como verÓllcca <10 Sudáiro ... S. Jono qu e n os b ap t.l zou.
CrJz de Jam Clist' aqui
... ou t ra : 'Spri to Maldito, Juge daquI.
1': gu iá' /?1 por vencedores
Q uin ta -fé'ra. pojo ll1z. C:l.m pos da Galilccr.
Puserom no Senhor na Cr uz. Al lci ... A/IIl.. . ( A lõlu\.'J, !)

c ENCOME:\'DAÇOES ~

Eis algUlnfU (.rações q ue a crença p opula r conside l'a q Uase iufa-


livcis e com ~s qua!s se IP l"et.ende evitar qUe a lguém. /lOS possa fazer :11 31.
quer este te ja de cr dem fl Sicõ\, quer n>J~'J J .
,-ENCO!\f E..ND AÇAO A JESUS"
j,;' m ' (!ncom"nd' a JU Sto!! De m{\.· llo m em e de nlli. Illul !>,'"
E II :5\1<1 SU .. f1 H<:IIlU (:.1'11)'. E (lc Im l06 os p 'ri,,'"Ofi nains qu' hVf "<' ~.
E Ó Sfllllb~ e "'o I$acr:, nw nl.o U' h ome m morto. "'ti. t'llC"OllltrO
lo: ns uús urro'/icu , qu e lá II! I d rr" j" nui' p 'rigO.. .
.' h t;n lC II I '1 1\"0.
E ii" u ';!I P" .~,w~ ,/I·~ lt lltU .~ .' .1, f~U ~ . c JtlSllS e JfZlIIl! /fi<" ('0111 ' 1'0
r::~ Su "Ii ~~c ",n T rem ludt· I'ns "'. I'.no/,' I'flS I." ... ,51'
E à s U ~iS Mb.1II>.5 do N"lal
P · rr.. que )l a' lru je J.r"fII"H
Q "I! me p'»»:' ' ''W_"1" ",,, I.
V al"luII I (' :
/),! ' . 11-" li vre d, · 'mi' 101 .0 " d ., 1>1/\ '0101\
1;' m ' " "( ...·Ie" " J"~II.·
De ,,,,i'<::'0 I! do.- ",lo c ud,' h. ,.: ,) ~" " .'1""1,. ",,,,111 cr"~
E Ó .:l«lItiUC1ll0 SaCrn.mcnto Maria S«lItinema 'steJa sempre comigo
E às tri's fllT'l'Jica.s quc lá t êi clnm lo O anjo da "llIa iuarda me gôrde
E às Ill'S missas do Natal E me livre das as/uiças do demóill{}
p 'rn quc nd' m ' aconteça 1linl1Ul'] mal. Padre_Nosso e AvêI. Ma.ria.,

, NOTA: Segundo a crcnça popular, esta oração foi \Isru:la pela Prince.sa CIo,
~llde que com ela venceu todas as lcntaçõe::! do feiticeiro Cipriano (depois S, Cipr!anoJ
paro a al'.ra.st:u ao pecado, A Princesa ensinou a .ora.ç.'\ol II ( r ,priMO' <:On\lenenco.o
cl rpo~, à fé Olist.ã '.. '

Outra : G órdo" as chagas de Nó' Senhor


JaSlI$vivo, JaSl1! Inorto, JallUs cllrctcado Ja,u Crist' Amei
Accmp.1.nh' o mI!' corp' e a ' nha alma
E tud' a .rodo do cercado \52) Variante :
F'" tll p'ra fora suistes
Outra: Com as armas de Dé's vás àrmarlo
Me' Fu/auo 153), tu p'ra fOl'a $fll$/.e s Com c /é/e da Virja \lás borrijado.
Com as nnnas de Dê's vás órmado Com o manto da Viria IIds en\l:llto,
Com o Zé/e da Viria ?o.Iaria oorriJado p'ra que nã' sejcs lorido /l ei morto
O tê' CCl'PO vai C1l1; u/to fenvólto) N t i lê' oorp' acutelado
p 'ra que nA' sêtes forido nêi morto Ni:i o tê' sangue derramado
,vêi U , sangue dorramado Que sejes tã' ~i gôrdado
Nêi U' corp' acutelado Co:n' o Padre S , FranciSCO:
Q u,;, sêje. tã' b,H górdtJdo r.órdou a.s _almau (alrRs vimos _cl/Uycul'
Ass'm como S, Francisco Do mo!!' S enhor Jusu Crist' Ami'i.

{Rezam-se três Avel-Marlas e três Padre-Nossos, o/,recidos 6


Senhor Sant' 21!Ofre, que ~ e fez surd' e mud:>, p'l"a que gõrd' o me' Fe-
lano de t :d os os prigOS e que m',c, tragu' iH bei à 'nha casa e q' and' e'
(lezer est' oração me decl ar' em sonlt ~ s s'êi vivo., s'el mort' Ameh.
E ~ tá bem de ver que esta oraçãa é rezada quand'/) algum ente
Querido sa i de casa ccm demora , em negócios -.: u por qualquer outro
motivo,
A vel h ota, de cuja bOCa ;l >cuvimo:, decla r::: u-ncs tê-Ia rezada
todos os dias, por um seu fUho que esteve ,ausente em Frall,a, duran-
te a primeira guerra mundial - 1914- 18,
Que se I'à ' encravaI',
... mals outm : p'ra QU' ele mI' possa IlIr Ih'i p:u~\r
N,'I cft'Wdo, 11,' 1 (,/'I 'CI/I/('(/O
JUl 't1SI Jusus! Jasus.'
Ni'i cl/OlII;mlo, n,'1 arOl-dado
P=itu Dê',
~i'i ec;.migo vi r fahU' ...
Qu' estas palavras tã' S:in lll S
V ,mlr jã .. \' iud ;o- jL , \'I nd" JIL ,
Qu' elos vã' p.lI'f1r
l\I :IIS c/"pro'nll quI' d<JI'IIyllr
Nu oo/(l~'à' dI) mê' F ('ICII/{),

65
E a cnlZ da Devtndllde
E as trt-s PessOfls Deu/nas
01\ Sa/lti$.~cma TTCllrladc,

· .. c cutra : ... ainda cutra·


,\I e' rU/lll/O tu l 'ás pra 10r(1
A (011 /Ia) presença ce De's vás
çurm Dc's Que laltes
A n:á' drêt a de Dé's Padre
No bt:m dr e na M' h om.
N o~m S enhora te guie
Nr,Ma Sf"nhora te gu:e
P adre Sunt: ,4. 11 10/110 te garde.
Pildl'(' $.1nr ElltóillO te gordr

«ENCOMENDAÇAO A S, SILVESTRE..

t ' m' encomelld' a S. Se/vesfe E às tn'o$ pedras do altar


E I\.s c.'lt.! Cl\mis' nhlls qu' ele veste P'ra que IId' li a/e hom~i nê! mulher
E às $I's f"llg/II/IOS trInta e sete Nem altrifça IlillliUma do demoil1O
P'ra q u ~ corte a crabeç' à serpe Que me possa f azer mal.
E II. Ungu' ô lido
E 05 braÇOS e as pernos outra :
Aqll t~~ e àquelas
Que contra mim são! .. . Encomend o,m' " S. Sih-estre
E :is t rés cl\misinh as qu'ele veste
Variante : E às trel p ed ras do aliar
t ' m' enccmend' a S. Selvea l e E às tr(>a mJ8Sfl.S do Nata l
E Rs três camisinhas qu' ele veste Q-..: e n ão haja h omem ou mulh'r
E às trê-s missas do Natal Que me possa fazer mal.

.. E NCOMEN'DAÇAO DUM:.I\. ALMA ..

E s:a n cute . noute escura Sempl'e t' achava comendo.


Nou:e de tã ' grande l romell to Db:ê.t' as b ,U$ saca.. (via .sacr:~ )
M o rrl ' 'ma slma pocodora S ~ mp--e t ' UlidavoIII 'SQuecendo ;
sem a1TOC('Off o Sa" t iuemo 8."\cr:unento. A uma \S4 , q' 0",1' los p'r.:i i\ hS&l.
P ~,?ede, L', o alma, do corpo Nunca las contente;
Vai vt$itar a F ac/Ia d ct'ltI a En :r' a lI o.sti' o Cl\lis
Vai daI" cc~tas a DI'8 S ~ mpre L' 11.('111\\'" drl'lIIl'lZ/t:',
Da sua Santa Doutrina. A~6r' 111\8 lX' Il !U' no 1111/('n/O.
- V !"Ide. v.-nde. Senh OI·. lll ma. p'ra Sl'Ulp"e!
Qu' l' vestl ur Vós venho - V II/II, m' II V/riu lIullnUll\
Venl10 dnr conta,; a 1M', Q u' t i lCIIl)HC V/,..jll I\Il\ rl n :
Da ~ua Sanla D QUlnn:l..
_ Vê lá o quI' JI;'ZI'$ /!'s D u m" \1\' I:nmtl· aIlOu ia .. .
.... n" lU ,," lonlj:a .....s. .A ,I·HU~·U Nl~-<a ~"h"""
N ã' ~. a l,,",bru~' I'S dt' m l111 C0l11 IIS "11"11 N u l '''' "a ",,1.0
&n" rl/"nx;i, de 1XJH/ ..lu. U" :m,,r " "u' .)1"(1("1;" :
nr..i . ,' 0Ii mI', tu,,, : __ (\ '" l h o ", .. '. U'" """"lo

66 . t>~ , - AIt'm ti,,,,,,,. l't.lr <.Iut!"u h.do.


I
Po.'o It/c qU~ babel /c, Qu' a balanç' !a O cM'.. ,
polo $rlll[lrlC qu e clarramrtsl c,f PÔS Noo.sa Senhor' ó s~' ma.nto
Ac6d' J\qurla nh ua F;eotl um pês' ls·çolellte ...
porque x lá rx-rd,·l1do .. . Na graça de D~'s e da Viria Man!l.
FI~u aquel' alma Mi conten te ...
_Pro m:lnd.'\do da ' ri/ta M,\e
Irt' Já c:wrendo.. . Quem esl' ór(lÇd' souber qu' a diga.
_ ;)4' !>Iegl/e/, pés' às almas Quem na ouvir qud aprenda
E ;d )lés' ás balanç:l.$ ... Lá no d:a do Juizo
Os pocados erom t{lutos Tará com que se dofenda ...

E:ó:ta 'C raçâo costuma dizer_se, como encomendação, quando


alguém est·ã, em passamento, rprestes, rpor 1;:5:> a c:;.mparecer n '3, presença
de Deus, para ser Julgado pelas bons ou màus actos que pratlo; u. P a-
rece-n os estar lncompleh ou m e lh ~ r, truncada aqui e além. Porém
quem ·n o-Ia recitou não conseguiu arrancar à memória, já galJta peles
a.nos, as pa·!a"vras que no.: parece !alt;a rem .. ,
«ORAÇAO DO J UIZO F INAL)
Doo pocado, que tell'1O$ prometido! (come_
Ml/lIta co!sa 5' há.de \' eT tidos)
lá no di a de Ju ~zo
O· triste d 'alma que nesse dia
Mas nl' nos há.de \ 'alCT
l\ta~& ~o te\·er ...
NN teres, fiei honra.s, )lei àtori20 (55\
Lá virá O Satallâ8
A me!ma terra qu' t ' )Y.so Féto d '!lnô/lI' ou dragã· .. .
Co~ :ra nós há.de ser .. Vem pesar a alma de m arid o e mellller
(Mas vou fazer 'ma relaçã' Lá virá S . MaU'! Olhando pró! lad06
Daq uilo que me nã' prCCUrairl .1 - Vellhom cá filhos me',
Té s' abrirá' nas $/l1ultur;l.S NIi.· prometam (cometam\ mais pocodos
Ntquele dia final ... LÁ no vai de Lucifé/o
Ruu ltard' no.s homcs Se dá' fm:rlm e dores
De cam' /tóma!!a l es tidos A lua sem ter luares.
P'ràs contas qu' have mos (de) dsr E O Sol sem ter r es plelldores ...

, OR.'\ÇAQ DO JUSTO JUIZ ..


J usto Ju'z dovellCu, Rd dos reis. - t· tragO um Senhor.
Salvador s{os f)lX'adorc$ JlW: O J u!z dovenal
S' ~'gu ma b!':iga s' armar' Com as armas de S. Jo,;:' l51) ando n.rm:'ldo.
Ht .d' acudir e desapertar Com o léte da V:rja ando borrifado.
Se nã' m ,! qu esérem õb'dr (;cr f ·l'a. qa' as 'nhas c.'U'nes nã Ost"jem prtsas
N ~ i me' linnl;ae dan·amado.
H ~.ee for! r e m aWIJ' I
S' a justiça me vier prender : (5G) Valha. m· o p ad.re. \':l.lha.m· o Fill\o.
- Homem. que U·(I7.t'S contigo Vrt!1m. m· o Sprllu $:\Ilto. Ami'i.
QU'é' n!a: te J)06SO prendít" L ..
lorid;Ick'. ce
(:;.5J AII/,.ir..:;o: 11!I1" 'Ic/(JC/,·. /II/III 'u. \51 0 ~ . o facto de se ser au
gOyenlur... f i ' qU:lIC),uer pala.
', _ 1".' 1" t dc dos cI()'s V"l'l'oI)I; S )lu/ates p.lr('(·.' .\ [;tI'. aqUI.
"" _ I>CIl J ) d ' ' . , Homól,n Que
vra _ " «dirú . - por , "'_"" '1" " : «So:.' (\ Jwü tl;a me vkr pnmdó't·. Inl.
no sfU cal·:\]o.
D:lctu i ti 1111'0 :
67
Por aqllela.s três Hóstlu C0TLs6.n11a.a
Q ue con!.'\grastes no torc!r' d I!...
dt' S. J M: C l 'ÓS arUl.ldo. Dfsde as portM dc Bt'1Cl a té JU'1l !nl~f
Com !IS a:mM . Q'Jc ccrn prazer e ajt'gria
, .,. da vir;1! borrIfado
ComoC' < ' " , ••
dr Jn!u Cns\O " 1" <' no c COI
.po t· sije tá bel górdndo
O $~ n!:l1 r .' Tanlo de noute como de dia.
u' rlt nn siJc forldl) Ilel morto
Q , M.slm com' andou Jasu Crl.st~
N;'i It ' W l1 J; UC dor rom{!l o Ior.i'l do ;;or"'"
I'V
No " cnlre d a V irja Malia.
Til llor i :m :l;n:l-'"
Bcnt e ma us t'nconlfl'll".is
Di"'s adien/e, p:!z na guia.
De's l.e dei a companhia
Os bons p~ li pas,<.ar:\t',
Os maus ctt' ti fUiirii.o. Que dcu à se mpre V irja Maria
TC' ('c:-p:> si'jc górdodo r>rsdt' a Casa 5ant.a de Bcl~ i
De nom' e d<' dIa ,Hêi. JarU$alêl
COmo Crililo foi gõrdlldo Di's éi fi ' P ai
1'0 \"CMI"{' da \'!Tia Ma ria A V iria Ma.ri a tua. l\Ifie:
C:lm l\'i armll.!i de 5 , Jorze soros ânntldo,
Com a 'tJll\àa de S. Tiago 50rás l1ordado
Outra \'ari;mte : p 'ra l;('mpr' Amrt.

J UMO J uiz dI!' Nowrel


F lho da Virja Ma.r~1l
mais outra variante
Q l ' li BO!li f ostes IIllrcido
En lr" a ' 5' i ll dolClfrio f ~~ J us'o J uiz dO\.'fnnl
E ' \'05 }>«;o, po!o \'0450 sext., d ia Rei <\n ,·eis . e-~ nl10r d OS senhore,.
QUI' ,,,i' corpo n i<: ~tle pl'esc. S 3' Vac.or do5 pocadore,
N!i foTido. Jlli mono, S' nlguma briga contra mim s' ârmar
NN IlolS c:'Idas do mar en\'olto!. .• <58) Dt', m' há. d· acudir e apartar
Pâ.$-te, Pd3.tt, PcU. tet ... <Pax tecum). E ÓJ qu~ nã' quc.terem óbdecer
C:i510 8.S$:m d iSse ós sts df'cípos : Hã. de forir e mata r.
S' 0$ me'l emigo.! v it'rem p'ra me prender, E. dapot' de mór to! e loridOs
Torã' olhos e 1I(i' me virão Mt' corpo hã.de- apartar
Temi' ouvidos e n á ' m' ouvir;:;':) E a jtut!("a. m ' há.de t omer
Tara' b6ca. e n l' rM falarão I - lI ol1ll i. que t.ra.zes contlll)
Ccr.n lU armas de S. Jarze !t}r~' :I'mada, Qu' t' nl' te potISO prender ?
COm a ' F})ada d' Abraão lOTe CQ'>trlO, - t ' trngu' em minha campanha.
Com o MIe da Viria MlIria 5Ort' borrifndo O Justo J uir. dov("na l que m' há.de \"(I.1er ...
Com o &:J n gue do mI!' Senhor Jll ru CTi.sto I\s ',!.!)3.W se ('ObraL'Om
lort!' ~"plilad ... No me' cOTPQ nã' etl lra~'Om
Na arca de N oé soré' ár'c/lcla10 I\s pedras pr'a i ram.
COm as chaN" de S, Pedro .or(!' fl"Chado No me' co\"1lO n ã' bul lom
Onde nã' me pouom ver, ni!i lorit ntnl Va l .te daqui luemigo
malar, N"" me qu/ras adrl"9/1 r
Nn no sang:ue do nu? COI1)O d' ... ~mnllr/ , ., Q II' (!' t r.lIl U' em rnlnha ('O,"pa"lI~
T li ntei V05 j)e\"O. St.11hor, . , . ,,,I "l1e II" hR .d~ sR h ·l!.r.
O J lI~to J111r. c UI"" ., ,
Por aqueles Lrill Ci,h'; bento,•. V;,l hn ,rn' o pode'r de pt,
P or aquelHi lTill I""drn TOl1tllidrn , A 1)Il\"M.lI da. Viria Mllrla

68
A fo:-tl\ltln da. Jéi E ft.S ~ da. Santfuemo. trtndade,
J U$to Juiz; d Ol.'(:twl, E Jasus e Maria. e J elé/.

"ENCO.:\1Er-.-nAGAO A SA...~TO ANTÓNIO,


B ento E'/tú:no. Santo de P:\ólla Por alma do voSSO paI
QlI~ VOlSOO pal e \'005.1. mãe górdrJ.<te, ,4n/óill0 Martins de BolhÕ<'s,
~ li. ~o ):\[ ll vnt.$les P":)r ;lIma da v~Sl\ mãe T'resa,
Toda.s ns e015.1/' pordidu$ ;leh!\s le!< ~"or alma d a voo.~a madrinha Maril'< Di~ s
As ('&qu<'Cldas alem brMle.f V Q3prometo. mas nã' tOO' II/os !irO '?)
M~im mt' gloriOSo Sant' A.lHÓiJm A cncc,mendar O mé' Fclan o
Palo hilbl lo que fC.fti.fte!. Qu' I' V06 prometo ra ~ar
Polo cordilo que cenOi.ttu, Trk Pa drcs. N r»sO$, trí,'s A v~i- M a r;a~
Palas alper('atas qu' U5.1511'3 t trÍ's OIÓria$ .Pcitrlq, .. ,
Pala m L."&\ nova que c:\ntast~
Polo bravidlro Que ra.::astet, outra
PoJa H Ó!tl!\ e Cá!!s QU' /ll'vantru tcs
1'010 Dt'! que nel a vistes P." Sant' EliM ino,
E vós le "r~Oufltnste" Mê' FdalZo $(li' p'ra Jora.
Qual foi a malar dor Que senllu Em bom dt' e em M' hora.
E vos d~ : Foi a. lançada P.' Sant' Elltohzo junlo do sê' corpo.
C<lm Que o cavaleiro Louguinh' o f er iu p 'ra que !/Ci' sije pl'eso morto "ei
Qu' ~i tIU partes o coroçã· le JY.Irtlu. Nli na Tcbi'" afogado
M eu glorioso Sant.' En/di1lo, Nei se' s:mgue darra nzado
Po:- tud' !sto Y06 supliCO E en t e, seje górdcdo

E pala" OnG3S do mar d onde partistes


Esta nout' e este d ia
P·ra livrar o vOSSo pai, Mar!.inh::l de Bo. Como Dt's andou górdndo
No ventre da Vir]CI Maria.
lMes
Da mcr.-tc da fôn::a. em
L isboa NOTA- Esta oração é rtzada quando al_
A.~sim como vós nã' dromistes guém de famllla ou pessoa. a quem
N~i d reca n sastes e1lc<mt' o nã· livrastes
muito se quer. ~:ll para alglUna via~,
AlISÍm nA:' dromiré's nem descall!l~lr~', em negóc~o ou para Qualquer outro fm,
EIlCOI!to n ão Jazerdes o que V06 I*~o : Diz.se ~ VC7lt'S. d porta da rua. ,
( Pede..se ° que se deseja e r eza.se um
quando a pessoa por Quem é fE'ita fór
saindo dI' C&S.'\.
Padre. Nosso e uma Avt _Muria)
... mais ontr.!
Va riant,c Sant' Entóilro Vi(/tU~ I!h!o
F ,lho da Vi ria Mn.ria
6 mt' Padre Santo Eufrii/w P·ra que nos salve e acompanhe
Que em Llsboa fost..es nodo E.>t.a noitt'. tod' à noite
E na Séi velha baptizado, E amal!lli~i 100' o d ia.
Palo h ..'1b ito Ilue \'CsUsl cs Q II~ nós "$fI' iulU ll3 \59\ t;Y Mi r.jrdados
PoIo cordão que cengisf('S Como JIIS!! 011::1:0 no ,·eml't da Virj a
P?/a h lunild nde qur. profcsSII,W& Maria.

15\11 _ E, ' I'iamus. JliÇllllluS, ,fiU llmus - n a \i n~u:lb-enl IXlimlll r do 8 ...o\lenteJ o


~o l>nl:wras propa ro:..-í tonas tol1:l!f :IS I1rlm c ' I";I,~ 1*,\!.(KI S no plum l do pr<:'scl1tt no
«>:!junlivo. 69
Rl.'Cupera.s' O pordHo
... f\ln~.1 ent r a : Romp~ .s' a dum. pris.'\o
C ()J:\ fe~or dr S. Francisco E na [01\1\ do furacão
Entr' ns pnlm:>1> b'Pt!1.'ldo Da'x' ó mar enfurecido
N:I' morr' iL lIlulht'l' de parto T ocos ru males lrommun
t\ ~i o moulll' abafado Logo fogem e r o/iram
Nli b'cho má' rllt'gu' õ mc' gado .. . Digam ,no aquc:('s que o vinur.
S' ;J.L' Eu/aiu o, donde virás D:s-am .n· os póldu:moo,
T{:' rrl Sp (}I !SO m : Clras
C moul1HJ Jlr ~ !! 5 tri's eoi,o;..'ls 1l2t1il':!s .. , Variante
O pordiUv sorá acllado, Se procmais milag re"
O drsQlrccid' it/embrado Pc!o pal.rod:e·/lo de 5 .'<> Enl õluo,
BiCho má' 11:\' c/ligará 011 me' rndo A mor te. o erro. a caJamidad(',
AssIm sejc. Ami!i. A lepra. e o d emoillO
P. N, A. M, POlem.se log' em fugida.
Lcr:alltom..se os enfermos eom saúde,
.. ,e outra : Aplacam-s' os mares tempeslO$O!,
Rcst,Jb')('Cem .s· os membros gde~ quec 'dO$I
Se m :!agn:s d esejaJs E aparecem nas coisas pordidtlJ
RrcoTTt' a SantO EnlÓ:flO J\ ~~l:n o conSE'guem-se bem o $uplicom-
E logo fugirâ o do~illo Te~to C:i \'e:hos como os no vos..
E as !.e!'l1 3çôes eflfun ais. D ~-!3p:lrecem nos p', ;'gO$
Poja sua en lOT'Ct'uão E. acaba.s· 1\ clldcqétlcia,
Foi' a p€(:e. o eITo e a morte Di"om.no cs mor:u:!.o...·es de Pádua
O fraco (.Ornou.se rorte E os mais que c '3p'rimentarom
T',;'l'Tlou. s' o doente (;:1(1, Por todos oa lugares da Terra .
• R.O'Yi!\NCO DE SA~"TQ ANTÓNI Q:t
'Stande Sa.nt· Ell tó:no em P6.dua L c\'an t a.te corpo m0110
A p~eiar c ,t· sormüo Co m!lr.do do Onip<>tfmte
Um anjo le 5eg1'edeu D'z aqui quêi te m:nou.
Que rt-· acudir ô pai P ·r:!. d {'J{'II gall fl r's t'Sta gente,
Que ia mcrrer na forca; -~.:&e homi!i nã' me matOou
E c Snnt' adm i r:l.dc flceu. N iJl d ('J(' lenho Si naI.$.
p ar' ô ~i' povo ól/lOu O "omêl que me malOU
'Ma A I.-('I .Mnria podlu Na romv~ nhl' Õ 100m !$
E p'ra lJ~boo Jll!"llu.
Chiyoll Ú fite i' lia Rua Nom o m~' sagrado .\/('$l iu l
V i u a J u~ü:;a com led' à Ij:en le N1' qur r qu' i ' e d{'.!I('ubm ...
-Onl' e /()l:l<iJ ('~U: 1I"", ~ i . , M ~$, d .',lu ' a :lU' libú.roa. III; 1,1,\!.
A mcrrer 11\' InOC('llle ? I Q I" é' ~ou o. s." Illhe f '/lru""do
- E ,V /1(""<'1 !lulOU cll l re Q Ic 1I11.:11i o nO!U ~ p 'I" A"'OiOl"
Nu .c· Iju c utul (I " ,,/urrou p',,, III'" I"'n,r d .. d"II.' ''OlU
_v ~ mm /J. c m 'a do morl,l), Q u" tn' ,m d.I\·· II. ""r~.'II", lr
Q u' c~ dNU {r uM no mal·,U . N ;l:I' ,. , 11 ••. n (",(' d h",<I. II 111M.

.. 1\0 I\NJO DA GUi\HDA •


An JO d a ", ... h •• 1;""' ''''\[<. lJ U, . II .. I.'.' " I ••,I,·~ ", .•"d,HI"
70 '~"" 'II"'" (''' <l" :-;.."1,,..,· (' , .• m,·· "'''I'.'''' " ",,"'1"/0.11"
vos /K'ÇO. Anjo i.Jcndi to,
Vós me quê'Ta tic fCntlcr Como 101 a de Dê's Nil Scnl!(\r
A lmm e fi todO ii II/H! IlmUla No ventre dfl Virja Malio..
j;' m' encomendo fi. Difs
A.....;im como Dc's flll(!OU yi,rriudo
No v<.ntre da V i r ja Maria E ii fl or dond' !;;Ic "lIrccu,
poole. N05.' o. Avci.Mona A HÓS tia cons.'lgra.da
E ii Cruz ond-~ N" o . I IOr m Or rCl,.
o ",,-n
Variante Outra:
Anjo da minh a guarda, o mc' bom Anjo d.a. Guarda,
,)/mcilwllça do Senhor 'S I, 1' ó mc' lado agor~
Que no cc' losl e5 criado E \'c nha sem pr' a Csta hora
p'ra, mc' amparo e górdculor.
I>:vnt.r.m e d" IcntaçÔ{s
t' PfÇ' Ó Anjo bendito E quc Dc's górd' a minh' almd
Po:a. sua graç' e POder
D' a!gum rxx:ado mortal,
E elwir "11.<; más ;'deas
Quc dos laços do cl1ellligo
M.e quer eis defender.
Q u' ós me's 'Ü1I!Õ'S !llçam mal
Bend:t.a sei' à noute ó me' bom anjo da. glwrda,
Ped' ii Virja. Nrusa M ãe
Cem' a 'sprclllça do dia
Que m' afas te do pocado
Górdada sej' li minh' alma
P er 100' esta vld' Ame; .

., A NOSSA SENHORA ~
&.flhora, vós à Miwa 'stti raumdo
~Ilcm esL' oração ra:ar
E o VQ3So Dcvillo Filho
í::2,C vez..;~ na Curcsma
LA o 'SIão curcejecando
Ou~ras sete no Carr.ai
Com sete mil açout~ 'ra, ti as portas do Cé' aberta.':
Q t:::> o.> !arcsc's le tão pregando. P'm q'olldo morrer entr.lr,
Indo Nossa Senhora
Am ~i, JuSU-l!
Pela rua d' Amargura
Dando gem ;dos c suspiros . .
() mulhercs que teem filhos Va lh a.n e;> NOO&..'1. Sill llOra
Ajudai_m' a chorar: E a jOlor q ue deJa narcl.'u
E' a mD:'te d e Jasu Cris:o E a H6;t ia ccnsag=la
E' mi' Filho natural .. , E a Cruz ~·n d' o Sillll or 1Wrrcu ~ 61J)

c PRANTO DE NOSSA SENHORA ,


Ncua Senho:-a falou com Dti's To:::CG as F .lhe:. 4'se'!les
Nil' sé' o que le disse se den'm junw,.r com ses p..'1. :s e po.~nl~S
O que II.' qu 's d eu r Só mc' Filho, o.!a minh' :l.Jma,
Grande pranto te fcz ter, Drellto da rninh' alegria
Ó mc' Filho tã' amndo Me qucrcli dêxar sozinha, sem companhia
Acho. te Ui' demudado - A minI!' i.'.a ná' s· f'scusa
Nã.' se' s' é' ouço àezt'1' Todos s· h(j,d t'lII a.legr ar
Qu' andam ll'és oalgoz.cs, D e.. la m il\.h' upar'cida,
Pilho me', p'ra te ))rCnd{1' O Monte Calz'áiro h"'_de eMuar
E:st.a Páscoa que vir MUlltus V(V/.('S ti. ~ir. munIa! a ~;jotlhar
Nã.' veis, Filho, a. J'r usal~i

( 60) _ ln Alelltejo cem por eenlo, 71


QUl'lll cs
,, ' o,",ç'-,c
. . • raZilr se te sextas-feiras ckl! COllrésma , outr',.
',>
,C (lrll(l I a ill
' d',, que tenha tantcs paGados, cem d o folhas verdes h'•
se le no . há
'11j)O c arcas
"n mar
J •
'hldc Nó' Senhor l h a- e pOrdoar e as J.IV

""'r•
1l0c,w "" . 0 'lbertas p'ra cemdo morrer la en tra n ...
L.I S <lo Céu s",Jra <,

... e outra
ou t ra :
Senhora d' Ellcarnaçào
O Viria doS Céus s3g-rados
Sois Miie do Verbo devirlo
i\1 :'\(' do nooso Ricl elltor
DaLma vosso ãbcllção
Qu' ('nlr" :'\5 nmlhr r's t CII S ti 1)(11111(/ (61)
Qu ' c" vou por este caminho.
1 ~-:t z :'\~('IJI',' à n\Ính 'a lmn Vou bUSC,,'"tr a salvação
Qu{' g('mc cl!i(a de dor, E o Sacramento devi110
li: 11Ci depOr nos mc's lãbios O me' De's todo pod'roso
r\ú\Vras de P \U'O amor. Filho dum Pai Lá' amorooo,
'Ma nlma Que vós me dtstes
Em nome do Di"s d os Mundos
Nil' m ' a dáe's morrer triste
E !(lm?1 do Filll' a.mado
Jó, que na Cnlz a romistes
Und" eXISL' o nlll' or bei DaLm' uma hora de repo!so,
seje- p'ra semprt' lava do Com' àquela que vós t eve3t cs
Nt'sr hora bend ~L' Amei. Q·a.ndo prõ Cé' a.sSllbisles.

«Qu em est' oração desser, um an o dia a dia, a Virja l'apar"cerd


entes da m"Orte três dia! , e e4a le virá dezendo: . Co.nfessa-te pocador
lIU ' a Virja Nessa Senhora, pró cê' te quer lovar ~ _ p, Nosso A, M.lria ~ ,
Vari ante: Nã' na dêxê's m orrer trisle
J á que na Cruz a remistes
Senho.ra da Enca.rnação Remi _me a mim, Stmhar,
Sois M!r.e do Vel'oo, D evill o Qu' ê' sou grande- pocador
Dai_ m' a \'OSS' abelldição COII/euo i6. mê'3 7JOClUWs
Qu' t' vou por ot'6te caminlw. Desquecidos e alembradO$
;.. busca de Salvaç.ão Os peis do mê' oonfossor
Que 'slá n o SacramenlO devino. Nã' no pude- dar contados ...
O mi' Dt's, Todo_POd'r06O, Vós saW's q 'olltos eles ,s..-'io
Filho dum Pai .AmorO/l() p 'ra qU'a minh' alma se nã' perca
Est' alOja que Vós me de.st ..... Nt i morra s~i collftssâo ...
cQucm es t..,a. ~'ràçào 7'Oza r , um ano, di ' após d ia. a Virja l ' ap~l.r"ce­
rã. entes d.3. mar·te três djas e a Viri a le derâ c.confeif, a - !.e pocadw,
Que por ti vem o Senhor .. _ com um Pla.dre NCs.:.'O e 'm:l Ave-h--fJ.riJ.
oIer'cid' cm se' lavor. .

• SALVE- RAlNHA PEQUENINA-


fsálle .Ra inha v/(Jue ltl"a, VarW n tc :
Ro6a branca J;o:m 'tIJ)inh a,
C ravo d ' a.mor, Sl~l\'e . nn \ lIlhl poq ll~ "i"a ,
),H.e de N u' &nhOT T oda C/d" 1I clf" Jul o,'J
Da\.nOlJ 1m e CI\1<:'ndJll\C.'nlO V nd~ do Ci' II. W" ·11I.
p 'r ' ó,.,ocebn- o /:IS ...... ~ .. llmf"IHo. I"n~ ....h ·...r os pl)("(lavr "

'2 , GIl - ] '", " pOlllla - Mtr • prim elr .. ; toor Il prL<~,
t' Illl' confl'SSO com gra nde dor A OC'$ J)C(,'o desculpa
A vóS. P:1dre. e mc' Senhor Ccnfl'$.~o . mc com gmnde CU11):(
B à srllll"_EIII/lI'rOlriz r621 Padre 'utais na c/oméllcia,
p'r:. q ~lc m' alcance parddo No 11Igar de Dé's C5tais.
I)()S prxadO$ qu' é' jà fiz , Peço.vos com r cve1é1lcfll,
QU' i' Já fiz e comc:ti M 'c's pocados absolvais.

«CQNFISSAO DA V I RGEM ~
poi,s' a Vida conf~ar Encarnou verbo devi/I(};
Num'- mall/IiH. Ó demillgo; O lorcêro qu' ê' flordi
rd' era per leI" pecados O:!l" sanlC6 de Di's sã'
I:; nêi pol" os ter cometidos. A vinte e cin co de Março
l-'Ol só por gordar precé/os ~; a S:mL' EncaITlIlÇã';
O sé Iw gbleto Filho, O qUI/iro QU' ê' IlOn ri
O Smhor Padre da M iMa, Nosro.; pais mais que nós.
J)t colI/cssdo m ' hrwédes d' llll\'i l' Nã' sê' se juri
Qu' t' venh o emb·r::l.çada, Ofensa lavar a Jasus p r o vós;
venho em dias de pruir. O einco qu' é' deseil
O padre 6' assentava, Ser criada em menor (1)
A donzela Que s' eijoelhav4 Ser Müe do Verbo Devino
E o ventre qu' ela lovava E 'tposa do devillo Sol.
~u e terr' alumiava. O sé', (,tu' ~' eniuri
O Padre Que iSto via, Foi o demôill' en/cnlal
Em p~ment.os d'viciava Curcelecarom Jasus,
-<:BJal.voo. Padre da Missa, Foi um pocado ór'flc/wl ...
ca.:.a.LVOi>, nã' deúde nada! Ó Senhor PadJ~ da Missa,
'l\J.do isto sã' ~,téirc» Já td Itt' d coll/cssã'
Da Santissema Trendade P eço./e, por caridade,
V<lmas a romir pocados, .. Que me det' dbsó/llissã'
Pog\l.em.o, nos ma.ndamentos, - Lcvant.'lLvoo. pomba branca.
Ponntro '!;p060 QU' é' omi M e' ~pe l ho CTcstalillo
FOi mt' devillO senhor P'r cmpuro dE' todo o bli
Qu' t' tnlgo no 71r.t' ventre, So~ Mãe do \'erbo dCl.'illO

Criado a mt· {1I.\·or; -Fica!.v~ com Dt·" Ó P:l.drt-


O tigumto Qu't Juri Qu' ~. Já me vou V"'/I BUi,
Foi 'ma Jura. CU-COlltÍlIO Ui. "ai /Hlre" D,,',_Mo/IÍIIO
A v!nl.e e cinco de Março Pra tod.· o sempr'. Ame;.

c PARA IA S TRINDADES ~

Qu' a S'lIItiuema Trcm/fule Q ue o Spri/u SMllo me d,~ 1111


l:It-murt: ILOOrnU!\nh' os "Ii', 1)ll.I:SOS Conll" U, Wtthl("Ót'li 00 ell/,'fIIO
i: m~ "tend' ilmill Oll braços
Qu' .,. 1,.1f;i>t' luel ' li 1',,~,'st<'iÇ<l
N~ horas d' f!1Ij"kcJdllfil'.
A IlrlllLrnr St'ulj)re o I/.' i
Que m' aJud' o Padr' EIII .... llo E fi '/" rc.'III/t,,/e S,wlln,'//w

t:: m' C/bt:nçÓt JU~1l Cri'lO hl.· lIu'e na 'l.... IT· A",,'i.
~-=-----,-
\ 1:2/ _ Santa lmperMrlr. _ f>allla Mlldre 11l11lJa. 73
c OH..'\CAO A S, JOSJi: »

O,~I Ç:1O d(' 5 ,I, ~<('


- Tu ccuerla d' oi1"o fino
M ,\i s o se' Bendito Pilho
;\1 :115 <1:1 V,rJ{I i\l:In:l
O berç' ond' o mUllillO s' clI1bana
'; 'atll0 r:lIn inh" de nOl1\C,
f; do mais fino luldo ...
Ce 1llo l';l11unha d(' dia,
AflUi s' aca b' esr ot"ação
Q' {11I dll chiyulI a LJ'Ii'/ , QlIci na souber q u' a d iga
Tcd' d g ('I\ \(' c/mm/a. Qufi nn. ollv:r qü' GprClld«
Padr' En /crllo precuro u 1.,.0\ no d !a de J uizo
.....s. Jl'~ê, como ló i\i:lria ? TI/ró COlll que se dcf('ndn

c OR.ACAO A SANTA LUZIA .


o !bl nla Ulz\a Ó 5 :ml:l Lm\ia
Qu<:, S-'ll"a..> do.o olhos Bcn:U :a sejais,
L)llaLno;; d' E'SCOUlOS Por seres bendita,
De n out.' e ~ d ia, No Céu dcscansais.

c VAR I AS .
E J es us , M::uia Jesc, o moulllo pocliu all'ua,
Em luoor eas três 's)>"G'as Logo s' abri' lima fo nle ;
O alma quc:o que me d l&,.lJ; A fo:u: era. de pm. \o.
5f" nm as a Dc'$ com lei.. A. âg'" era de ch ê'To
Lá no U'()IlO de Jane! O monin' era santo
N ...,;u 'r;l!ga t'oTdadeTa , F j,ho de De's IX1TdadéTO (53)
Alma ura _le de ssa ceQuera
ikx' ii mund' t"ngan ador Esta noute c/lovi' agua
Am' à Dê'" li U' senhor, l.)e pedri n ho :lmoI'OS..'\.
&- Qu ~ r's ler no cê' ood.:ra . Onde m ' hé.d· i' roco ltler ?
Dctll'ro daq~la I'OSa (53 )

Valha..m· a. II'I'\'IÇ3. d"v:na Levanm.te, Ros..'\ !


Padtça o m~' en/'rior V.lmos II MisSa da Luz
O nome de JÓflQulml Qu~ J/I OS iI,j,lIhos eO ll tom
Foi po$lO poT Di'~ NÓ' &>!lhor. Na cILpt'la de Jas lU.

_NOS DIAS DE TROVOADA~ .. ,

Coo li.l~n o~ un~i4: ( $ h ~lblt:\ n h!S d:.t PC ll in ~ ul:l,


li. H islória ' Iue os
lju::r nd o trovc Ja v~ vcn~o eminente
ul a rmadcs C s upondo t r:.t t..l r _se d e
cu m 'C. r i1;e m na ll-;lim IIl Y!lilYe l Inimigo, COllle<; :IYam ele a Llrar $e t~ts par:.t
V ar. ..
Ma li! tarde, d e u·!;e ·aos t rovOe:; e a os relfilltll,Ij! <' S, ori.:elll ctivill:t,
a.c r edita n do·.'!C IIUI! t" ts fl;llóme u os d a NalU I"t' \I:;t t'nUII IU :U l i f .":IIa~·õl'S de
Ira das d i" ln d l.l dt'i'I contra :.i. uI " lIlad e C Il t,!'yel">i.'Io dos fl L'm.' lIs ,
E \ alv.'1. de adm lUr que l'.~ l a c rc ll <;,t d es n u.ss; s IOllgiu Qu os lUl ~
lA: p :.LSS:ld; S i'Ie HÍlc niJ con hc cl mcllt -. Ilu e ulé clt's clt,\,c h'r chl'lCado, (I"
;ln!l!!U '" e:l!acll!:iIllCs yO I' Dcus dC1)(:UC .. tl e:H]aS COlltl'a a I lullla nldatlc,
sabid O CJIH' algu n s deles - como o dllúvi c c a destruiçã o dat-; cidades de
Sot!ollla e Gomorrha, p : r lI1 e:o de c h uva de fl: g J e enxofrC' _ ~c COI1SC' I'-
varam vivos, p :.or IllUit"::l t empo, na m emória dos P o,vos,
Seja C',_ mo [ ; 1', o ce rto é (llIe tal crellÇa a ind a s ub~is le pois
(Iue, apesar de lU,d e, quanto pOSSa diz.>r- sc em contrário, J)llra a uWioria
da no: sa gente r ustlca, a l,rcvoada e os seus terriveis efeitos são, ainda
hoje, considcl':ldcs como CJstigO OU flagelo de D eus, ..
Caqu i, ~ c m dúvida, a qui etude respeitosa c as invoc.u,:ücs com que,
nestes dias, m ai'.: que e m qu:.tlS(llIer outr ~ s, o no5.\.o bJIIl P "vo exterioriza
o seu temor a Deus.
Em geral, durante as t r,;.voa das, o C<lmJl:mês clescobre-se, e, no
Alt:n lCJo, deixam de se oaVlr O~ CâlHic~ 'S n cstálgicos da Planícíe .. . A
Ilâo observáncia des ta ingénua e velha, US:U1Ça, é tida c ~ 'lno provocação
:l Deu s, 'llt'\.,) rar~ ,- segundo se crê _ J,lunjda com a queda dr algum
raio ou per igo, causadcr de t ' JIl b.1S deSgraças, ..
Na verdade, encerra UIll nú:.LQ de grttndcza c horror O espl.'ctá_
CU lo de uma tempestade, quando o r!b' mba r do .t.rovão n os cm:urdece
1lrS .ouvld":s e os rútilos cldr6es do relâmpago, cruzan do-se e rasgando
o -tspato, nos ferem a vlsta e Iluminam o lmens :) deScampado alente-
jano.
Nà, : admira pois, que lA: c~tlanho especláeulc Ílr,preSSi" ne pro-
fundament.e a làlm~ 0 '0 .t"'~\~, c;:,nVJaanac-o a cração !
As tTov(<ldas secas - qu e não trazem agul. e que no Alentejo
!ó<lO frequ',mt.es no mês ne Ma la _ são as mais temidas.
P a,ra afastar liG ,trovoada!> fazem-se aquJ, várias Inv: caçues a
Deus '::"u a:~s seus Sanl;~s. l.nLre estes re~rre-se, co.m maiS J'reQuClICia, a
.::iant.a Barbara, a Jerónimo e a S' G,I'CgÓflO.
. .
Há contud ~ planlas, cerno o trovi,co a qu~, ne Alentejo, se
atribui a~ao cataJJuea cont.ra o.s TU"S e coriscos!
l1: o trovisco (O peva plonuucl a travisco) Ulll pequeno arbllsP
campestre Junto d ;)' qual, segun(U a t l\ldiça. : , N : s' a .::ienhora se teria
acolhido durante uma trovoada, Dt:ve ser esta ;lo origem de tal crença.
As palnlds benWs, Que servlr.lm na Proejssào de Dcmingo de
Ramos e o Madeiro do N atal sa.o ta mbém u tilizaal:1S para eSpal111lr as
trovoadas, facto '"J, Que já 1l0,~ r efe l'lJllo,~ e m ALEN rEJO CE.\l POR CE.N'-
To, n eta. (1), pág. 104.
Entre o Povo exislc :l crcuc:a de Que o perjgo ': u mi:; C'Jl1Sistc lla
' Queda de uma pedrll ~ (IUe, c a la o lldc ca ir, lI'i ficar cllt.cl'rJ da nu sola
a. profundidade de sete pés, SU bllldo, dopois, a n:) apó; nll o até l.Ip.treccr
a lIUl>erticle da terra - o que se verificara. sOmeute ;lQ fi m de sete
_n,,& .. , Também esta lJcdra, Ulll ~. vez dc...::oberta e guardada, confere aO
teu POSSuidor Imunidade contra a Queda de rales _ aS electricid;Idl'S do
Jnl'smo n eme , .. repelem-se ! ...
Vej fllllos ngora , a lg umas d.ls Ol'ac:l)c ~ :l Que ° Povo rcccrrc p:lr:1
e~lta r o perlao dali trovoadas : 7S
.. ,\Ii\G~IFJGAT DE N.- S," ..
A mmll;! alt n ' U II{/illllli.-C' rj ~ Ilhor Daru!JfiU os po u'roros d o si' a.';Se-rno
r: li rut' s I/TIl" S' :dl'ICI'OIl f'1Il n{:'! me' .0.,1- A/'w n ll,u 0.. h urn ildt-s,
vador, US pooxs farn :n tC6 e nchi' de bêi,
!'OHI' I' rlllrmU' a hurn ililiidc da S' J!l S(:l'va E us riCOS cm biçrn'Os d ~';rr,u Wl.7:'l$
I: po r ..'>.'>0 um:ll; riS g(: I-:\ ~ me ch~manio A r'c: ~ bé' O sé' servo L~rael,
bCi , lIW ~'" '' t u rada , M c mbrado da sua 1/!.(:ser'córdia
1'0 1'1/ 111' o ()ltÍ/11'1"lIlc ob rou cm rn illl gran _ Como preml'tê' a n05S(l Pai Abram
du co isas E a su a g craç:io por todo.i 01 SéculúS.
t: o se' nome é Santo, BeUlllItiellLurada Mãe.
E a sua mrscr'córrla lro' es Lf!1ldara Viri a sempre êmaculada.
Dt gC I-:\cilo cm ICcraç:io, Ifra os que a temem, Ra inha do Mundo,
;\lanl[t>sIQU a p rópria oll i1Je Lellça 10 S(:u fllt orcer/é' pro nÔ6 junto do Senhor
braço. Ouvi. Senhor, a minha o..\)~iío
O(',nruiu Súb(,rbos com o 'sprilo do ~u ~ chegue m óS VO$OOS ouvid<.cs Cd mtlu rogO!,
cornçi,o

ORACAO
!::enhor, nós vos p<-d lmC6 Da B ei_mllvell lurada Viria Mana
Que COI/cedi' a , 'os.<;os servo.; Sêjamo$ livres da presente Ll'!.steta
Uma w,rfé/u e leli~ Ml ude de corpo e de E gó~emo$ de p.ll terll· ale-gria,
alma P'I-a stmpr'. Amei,
E q ue p~1a ClltOfCC.tsdo gloriosa

c A SANTA BARBARA ..
(Advogada contra as trov oadas)

';. aIL;;i, Viria g loriosa


Outra :
E /J(noo. gtm<:I'OI>a
1>0 P aroÍS(J f l'eliCa rOl;a San :a Barba, B arba S.1n l :1,

Uriu da Ç::.s~,d~dC', 'Spelho de :\lar e Terra


D rJ me livre da centelha
!:ill /vei, V.-r1a Wda Jrt:lIImu.
E do m:o dt'Jmude~odo ( d t'JiIIOUf;iodo:')
l..a.'áru.. na Imite da ca.Hidad'!,
Oúee brund :.. " denHoa
E JIISUJ Curet:licado
Vw;o doe too ..... a,; Verllld e"
Neste vai do.s t'llgU,tru \?I
A CIII/irOIll IIOS e/lgl lO! / ON jl (<-8)
Salvei, V i"u. I IHé dê 'fi'lf.:uclf,J
Co' a PUUc de S, Si mão
Que o u ve,,; IJ 'b/ J«.oO ClJIII VI.-" q udl/IU
T " 1Il n ~ c/IIII'e do !.tudo;
Q UI: (.(: d,lI: ; Vo!' , J('(, "jlJ~a , I>o!i a U>Jda,
VI-i " la rÓ . c 'r ou(J il., Au,i/ll com' N' é $.'U\IO.
A~.il m 1.11; ' li InwllO 1/1(",$0:
SIIII,1.-1. JWd}/l, ,,,rena
(Oll.' /O, dll (/.'\'i"u, :;nh1li,noIi ..'nl ,OI',
Y , .. mJ'UI com' 11 lua d,,'''o
A. n Ôol t O(\(Of p ro m .... W', I
M l'lo(J HI. u IJ wlllHle
~"'"5 o '1I,,(j!~, C/,I//c",
,';", ,,1-1, IfII/l j(j, lI"I. "'II~ellllll(",,, Varia!l l~ ;
Qu.. I;lJltl o '~/JU.u JJ"'/i1"""u H;m l a Iwr /IU , /JII"/IU S;onlll
" lIu,U IC. "lIA ItUlj;çll .
'BI'"I "o .I.. M" r e .1\".......
76 1" ,1.. /}ijlUI tn la NUl o A m t l,
8 . l'edr' .. 8 , oIiI'mJ,o
. 'I cl",IT do I nov:oo, lI(1rl)(l Sanli oe JrLSIlS,
1'n fl I" .
,,-~rt1 ~()l1f d" 1° S:l 1110. Snlval -a .. 1l000<;n.s uhnas.
"' . ral;' ó lJ'OV:IO mallso
",.'S U11 • . . ['") '.\1 ~·: trJlr· Amél. JUSlIs! (64)
, UI.' ",'/1'0111 qU E' VIl! 11(1 Cc>u
,'V"I.,1],,\. fIl' O santo
.
.~!I~âiro (sudúri o)
Vi "ma travQ(ld" armlltla
S:lcnullcnlo
,n"
E o 55. " A co lhi_m' (\ um trn vist'O
E N~~(l. 8<lnhora do Roscl/m.
Br(lfl/ 16,,\ por Santa B:ubn.
outr~t : Acmli'. ll1e .JU S lI C. isto. (64)

s~ntn Barba bendit:l.


No Céu 'stã 'scri/a (inscrit(l) Gmndc 'strom que vai no C('u
)õ;m pjpel e ,igur1. benta Va,lIm _m' o Santo Sucláiro.
'Sp3lhai ('.ita tromrllla Q/lei ma "s me há_de valer?
!..<Í p'rás bal/das dos moiros NORa Senhora do Roscíiro. (64)
AQlldt n:'í' lwfc pü' nN vil/11o
Nêi r:lmo de ros/lHwiJlflo Chagas abert.'l.S
.-W gente crist.-\. Cor:\çõcs forielos
NN gade/lli! de lã._, Snngtw durramudo
De Nó' &nhor Jasu Cristo
Várias Que Dê's se meta.
S:lnta. Barba. Barba Snnla, Entre nós e o p'rigo

c A S, JERóNIMO :t

S. G:rólmo s' a/"val!iou ---S' as vás 'strambal/lUr,


S~' pei d'rêlo calçou 'Sl ralllbalh' às lá p'ra bel ló;s
E Noosa Senhor' ó encontrou
Onde nã' haja pei de jigué',a
E a senhora le pre(,lulI/ou :
Nci ramo d' ó/'vê"a
Onde vãs Jirolmo ?
-Vou 'stramballlClr (espalhar) as Ir/lVoa. Nei gente cristã,
dM I Nei gadclha de lã. iG61

c A S. GREGóRIO :.

S. Cril/oiro S· al"vemtou Variant-e


St' Péi d'rêto calçou S. Grigólro bendito
NC6sa, Senhor' o encontrou Se vostiu e se ooJçou
Nozsa Senhora le procurou Se' bordaniV agaiTOu
-Onde vás Grigóiro ? A 'slrada da mã' d'rêla tomou
-Vou'
. Spalhar as Irt/voudas I Com Nó' SenhOl" s' cnNnu·ou.
;Si:.alh' às lá p'na bel tõis - Adonde vus tu, Grlgoiro 7
l'I~de nã' háj' era lIcl béra - Vou 'spallmr a. .t nwooda
ei ramo h
N- ' ln o d' oleve'Ta Que !lN <.los ladOS d' Alm~H:l..l
el abn õ.. ,
N -' ~. la cristã - Va.i, vai. Grifloil"ilo

------=-"
~I 1I!.«le1l11J. ... _ l'-

''', -
Por ondr ,uj' haja p.\:;.-i.:l-ri to

ln Altmlcjo cem 1XJr ceI/III - Beja, lV40.


1tI(,1I\t - A 1.- peso do IlrCL I ~ rr. dos vC\'boo d r ICllm cm {I terminíl, iIlI'Jrh\ve.
'ElJlj'B'd
. . 1
{ &6/' ra f, br'mqlll, 11111, (bt'add, bl·hlllue!. fa!d). 77
- ln A/elltejo cem p or ceI/lo.
Nêi era /lêi bera
c" hnlu L? ' I,d baf o d e 111011'"0
NN jo/Lir d' ô/'I!crf'
'''''"t';
dr m:i c:>r
Ni':i co'sa !I. Cllle Df! uei quha
nm llwr de lJ:lrto co m rir]'

"ORAÇAO DO ANJO CUSTóDIO:>


(TJlllbém conhecid :;} por : . As doze palavras. ou _As tabuinhas de !o.tOjH
".;s))

l ,-CuslõIfIO, s, m , m e ' am CO!. .. As Lili> Mi' nns t.I'CS P essoas d tl lhl lU,
-Cus/óido, SlIn, m as :hnigo, n flo!." Ua ~flllll$sem a Trindade-;
-ó Custóido, tu quer's ser s alvo !! AS d uas &1.' n ns duas tllbmnhas I.le MOÍ$elJ
- PL-.a i\r3~ a de Dê', SIm, Gucro ! Ar/onde Nó ' Scnhor Ju.!; 1J. Cr sto
- Das deu J)..'\lavms, d Il as C rc/Orllfufns 167) Pus os sê's dev, rlOS »é1S;
D,z'_me lá a ponll<'ra. : A porlllêr' êi a San ta Cll.'.a de J O' ruolêi
- A p:muér' êl a Santa Cnsa de Jnrusn: i!i A r/ol/de Ja~ u Cr,sto morre' pro nós, Amêi,
Adv llde Jasu Cristo !110m!' pro nós, A mili!
... ,-CIJ.~ tóido (j uu's ser 5:1.1\-0 ?
ll ,-Custóido, quer's ser sal\'o ? - Po:a graça de Dê's, ,sim, quero
- PO,a gl'aça de Dê's, sim, qUC!1'O - DM do:.r.e palavra s dilaS e re!Ofllad1,
- Das doze palavlul; dilas e reto n :.,d:lS Diz'. rne Já as cllleo :
Qiz' ,me lã IIS duas : - As cinco $(i n as e :nco cha~as
- .... s duas $Ci' nal. duas ~bu l nh ua de Moi. iJue Nó' Se n hor mo r,e' P'O n ós, .'\m ~i,
.éil As QUa.:ro sd' nos quatr' En ~ansllslal;
Adou lie Nó' Senhor Ja,u Crisl<) JodO, Lugres, Marcos e Matêu;
p~ 06 ~ê 's devinos péÍf; As wils sã' n a.s u-cs Pe<soas d ell,fllas
A p c: m i( r' ti a Sa n to. C 9.SlI de .L,:rusalci l l i Suntissema Trindade ;
Adollde Jasu Crl.5to morrc' pro n~, Amei! As duas sã' nas ditas T o.buinhas de ,uo;,u!i,
lIl,-Custóido qUCT'1; SOT Slllvo ? Adcnde Nó' Senhor Jasu Cr!!;to
- Pol n graça de De'$ sim Quero \ Pó.> OS st's devino$ p eu;
-Das do:re pala,'ras dila!; e rclo rll !!<!fl,S A pGMllê,' ei a Snn .a Casa de J llru$I,lii
Diz'_nle Já as três: .l d" lIde Jasu. Crn\o morte.' pro nÓ5. Am M
- As uUi s:\' n as ui"S Pe.>SO.ts d,'still/CLs
da '::'ufl t is;fem u Trindade; aI; duas VI ,-CUSI">iuu, LU quer·s seI' s"',,h'o ?
lã' rol S (luas tabuinhas dE' M oi$~il - Pola i'raça de Dê" , sim, QU(,l"O !
Adoude Nó' se n hOl' JUSIl Cristo - Das d oze pa).\\Tóll; d.it.'I.S e r etomadas,
PÓ!; as st', d evi 'lOS ~iJ; Di~'.me lá &I> scl$ :

A p:>rme'r' éi Santa Caim de- Ju rtlsalN


B. - As Sell; /'(Í' nos seis cirlos benta
Aoude Jusu CTIlI\..Q morrI!' pro n óS, Am iii! QU e Nó' Senhor JU S11 Cristo
1'e \'e °sê ' d t"Vi>lo Iwrcilll CII / O ;
lV ,-CuSIÓ,do Quer',; ser sa lvo? AS elnco sã' n:.lll ç;1\('0 Ch ~,1S ,
_ Po!u ~a de De, alln, I.tuero Que No~ S<mhor mt)IT t P
' ro nOS,, Am,' L:
.' E:IU, ,,,,s/lS ta~
, -[J J" dw.c p;,Juvnu; d i llLl< e rclor>lfulu!i As quatro $ \' nos Qu..'ltl
J);z'_",c lá (II 1,11111 1'0 : ·11 a/fU:
J O<\o, 1. " ","'1, MaJ'{'llfi f." d ,.I" ,t ul
- A I; tl":tI"O ~Il' n a; 'I UII II' J; 'U 'LLltlU,/tlS A.i Ui", sã ' nas t.n's PfoiIIO'IS '
J ":'o, l.uUru, 'ta . 101,," ('08 e M,,,, ,!,; 0,\ -"(l II/ru o'mo ·l'tilld...cW;

"
.".~ no,~\",.,,,l.', mas
_Uil '" e "' I om~ <i:\.~. _ d itns e r... tll "" isto é,
, Il'. -
{h -(II'I'!S(lI, do l im pa ne () 1H'lnc hHO ,,, V<''IJ,'~ d ln-r
,(oS, - l . u l/rel por J ,uc:u~; Em \,1':1; lIe . J o.lo. OU~"IIOS ala'"'>'IJI
'78 d.t:ra"dr!<. ,
du~ sã' nas du[O.\jO Tabulllhaa de MOl.!él.f, l X ,-Cll.\tQ/do, que r's $Cr !J:Ilvo ?
" ll dr Nó' ,scnhOl' J usu. Cristo '-Pala graça de D~'J SI m. quem '
(do .".
• Cd st's elcrmlQ" PCIS;
'-Das d07-e paJavro~ ditas e relornelc/clS
PóS r)fl llt ,' ti II S,mla Ca sa de Ju r1l8a/<'i lJi:',me lá as nove:
~d:lld( )(1$11 CrOsta morrê' pro n66. Amei! - As nove $cl' nCf:l non! m c'i(:<;
Q/l(; N ou,'\. ~:knhol'l\ I rouv' O sé' fien cl ito
VU.-cu$lÓir/o, Quer's ser salvo ? F ilho
_polo gnlt;\l de Dé's, si m . q ll~'O r Em ! ê' punS5cHno ventre:
_D.U doze p:üavras dil~\S e fc/onwdo! As o!!o t ã' nos olto oordials
D/t. m:! IA us lctc : Qu' cl com pell/lU/rom no Senhor ó Céu:
_J\S sele s:\ nos 8('le S3Cl1l1llcn1.O$; As tele sá' n(.ll\ ,~te Mcnom~ ntOR:
AS ais sá' n OS f'fis ch10s ben to" As Se3S sã' nOlS sels clMol b!:TIl~
Qut' Nó' Senhor JIIIU Cristo Qll e Nó' Senhor JI/SU Cristo
Teve o st" devi7lo narcimCllfo; Te\'c o 5é' dC Ii/ II O lIarcimClll o:
A$ dnto s4' nn.~ cinco chagas As cinco 5(1' n M cin co c hagas
Q~e Nd' St'nhor 1IIorrt' pro nós, A ma /, Que Nó' Senh or morr~' pro nM , 1 mef;
As qllA.t:'O sã' nos qual:" E llVallslist us, A s quatro $li ' n os qlu fr' EIII;on!listas
JO;\o. Lugres , Manx.G e Ma /êu; Jo;io. L ugres, MarCOS e M alêu:
o\s trls sei' nas três Pf $03S drstin las As três sã' nas trés Pessoos dCfti'1t7f
DJ. SantisSClna. Trindade; Da. Santissema Trindwe ;
M duas sã' nas d uas TabuinhM de Moiséb As d uas scj' nus dUlls Tabuinhas de' Moisêi3
A~ de Nó' Senhor Jasu Cri .. to ,<tdo'lde Nó' Senhor J cuu Cristo
Pós os sê's devi/los Péis; pô:; OS 5e'S detúlOS p8$;
A p:mnér' ei a Santa Casa de JarUSlllci lo. pormer' ei (\ S:IIl'a Casa de J aru:,alii
4dOllde JfI8U Crir.to m.orrê' pro nós. Ami!i! Ae/o/lde Ja~u Cristo mor rê ' pro n ós. Amei !

VlIl-Cu.\'tÓido, quer's Soe I' salvo?


-Pala gr'3.ça de Dé's, sim C;uero ! X.-Cu :,tófdo, QUt'I"s ser salvo ?
-DM dCllZl! p:tlav r.l.S di tM e r c t oTllaelos -Po:a graç:t de De's, sim quero
Di~' .me b\ Cl8 oito : -D~s doze palavras ditas (' refonluda5
As 0 : 1<;> Sá' n os o ilo cordielis _ Diz',mr lá. as dez
Q~ ' (!{'()1llpaullflrom n o SCnhOl' Ü Céu I(9) - A.~ dcz 5« ' nOl'i dtz manda'l1enu:t>

A.s ~et~ sá' n os rett' saclumenlo.s; C::'l Lri de De', ; as nove $c1' nos
.0.5 t~1S Sfi' nos .seis cir!os ~nto.s nove ml"';;e5 Que NOI-:;o!.I\ 5<'nhO!~ 1
~e N6' Senhor JflSU CI'~!o IrollV' o sé' Ix'mlilo }o' ilh o

Te\'e o st' dl.'villo IwrcimedlJ; Em se' purinCIIlO \'dIlI'C:


,\ . I' "~A '. As oito sá' nu<; 0110 C'O n/ iui~,
Q ......... fa n:Js ci n('.Q clm~as
ue Nó' SenhOl' 1Iwrrê' pro nós I\nl1'i: Qu' CICO!llI/!W'Wnllll no S,'ullcr Ó ('<'n,
... ~. ~uat~,o l ':\ ' 1l0~ (jll:z!r' EI' rflll~I/IiI,,~ As ~e lc sâ' no.; fell' S;!('I"lnl('n lo;::
J!J~, L Ar. ~~ls sd' 11!k' Sl'l~ rirl(~~ 1.I~ UI~
~ , IIfj r rs, M arcos l' M fllc lI :
~ l.ti:!,c t:\" . () UI' NÓ' S"nll ol' J US/l (' d~l()
Da n:~~ lz'l's p~','·;;U:U; d,'!<t",Ius
a. SU"'i~~"IIHI T rincJ:u l< ' : T ,';' o s(o' , "'!'111ft 1I11/'t',"lh'/I I" :
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79
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, "~" ~o~ ",' ,' U.'H" ,""j'("'·'u",u»

\
_D"" doze palllvras dltM e retornadas
D.l Sanlijsl.' ma Trindade:
AS dllns sli' n:lS d uas T.luuinhas de ,\ loisCis Vir .me lá as dou: :
-A.s d oze sã' n os doz' Apóst 'los;
Adollde Nó' Sl'nhor J nsu Crilllo
A3 onze sã' nas onze mil VirJ(lj:
P ÓS os se's dcvinos vêis ;
.... por mer' ci a S:lnta CASa d(' J atllsMe ; As dez sâ' nos dez mandamentos ria Lei de
Adollde J aSl1 Cristo morré' p ro nô.1 AmeI. , Dé'I ,-
As nove sa' nos nove meses
XI,-Cus lóido, qucn ser salnl? Que N O&a. Senhora trouv' O sé' bendito
-Pala gr:lça dE' Dê's , sim, q:1('; O ! Fllho,
- Das cioze p:'\.lavt:lS di 1M e retor/l(ldas Em sé' purisse mo ven tre:
DI:·.me lã as 011<:6 : As o~to sd' nOli oi LO CfYrdiais
- As onze sã' n:lS onze mil Virj(IS : Qu' acompallharom no Senhor ó Ctu:
'''~ dez só' n Oli dez m:lnt!:lmCIlI«s da Lei de A S ~e~ e sã' nos sete sacramentos;
Dt's; As ro!s Stj' nos seis CÍlios b entos
As no\'c $d' nO$ nove muas Que 1'lossa Que Nó' Senhor Jasu Cristo
Sfn ho:u trouv' o , é' bendito F il ho °
Tev' sé' devillo narcim e7lto;
Em sé' puríssemo ventre: As cinco sd' nas o:nco cha!f.lS
AS 0:10 sã' nos oito Cordiais Que Nó' senhor morri' pro nós- Amei;
Qu' acompan/lO rom no senhol' Ó rtlu, AS quatro sã' nos quatr' Ent'a:1sli , ttl3
/!.!; !ete s6 ' n05 sete saCl amenlos : J có.o. Lugres, Marcos e Matêu;
As !(f.S sã' n 05 reis cílios bentos A ~ três .sã' nas tres
Pessoos de.~til!~as
Que- Nó' Senhor Jasu CI1sto Da. Sl:mtiuema Trindade;
Te,,' o sé' det:ino nare/mento; As duas sd' n as duas Tabuinh:ls de lIolstis
As C:tlCO ~á' nas cinco chagas Adcncte Nó' Senhor Jasu Crts tn
Qu e Nó' senhor morrt· pro n ós, ," mti; P ÓS os sé's d etl lll OS pé";
As qC3t~0 só' nC5 qunu" ElI vtlflSUltal A pormer' éi a Snnta Casa cie Jarusal ei
J o.:io, L ugres, Marcos e Ma teu; Adon d e Nó' Senhor Ja.su Cristo ~oT'Tê' pro
AS trt-~ ui' nas t~bs P~oos desUn i a! nôs. A m ei.
D,' Smllissema Trindade: XtlT.---Cu.$ló:'do, qUl'r'S ser sah'O ?
Ali d uas lá' n all duas tabu:nh:ts d" "'u i~éis - Poll! graça d<> Dê's , s:m q'lero !
Adoude Nó' Senhor Jasu Cr:.sto - D as dou. p:l1avrns, ditas e re!or>'(I(!(lS
p ús O'> si:'s d evi ll os pé/s:
Viil'. n!c lá al t reze (?I:
A V'J!"III1~r' éi a Santa Ca~a de J ar:UI!li-i
A rlr)1!r/c J fl~ U Cristo morrê' pro nós, Am N,
-,'5treze sã' n03 t l'l." U" 11\106 qut"
levo o Sol: treze I'lli06 que l("v' R Lua
ArTt' bt'"ta deJllóillo
X I I ,--Cu~ fó,do quer's S<'f s:.lvo ? AI 110 mél' d li'ssu \'IH!.,
_ I'o'/J "mo:;a de n ê'$ ~,j m qllt'ro 1 Qu' esL' olm' él dt" Drs t" n<\' ti tua I

E,-.; ta o r J,ão é mull u con heci d..L do P ovo c nunc a dl'ví' fi c~lr a-
m eio: 4qu c m c Gmc~' a r :..t rtl zá- I;1 t e m de ir ,Itê liO fiu v ...
C _:-:t.um :1I11 rcci t,l - Ia durant e as tr(lvua(\a s, qU , II11!O ull1 d o(,!nte
c !> lú cm ~ /WI/ S{l Il!Cllt(U, (11)1'-';'-;<tmclllo Gil c o ma ) ou aill(la n o~ c a ~,)." de
p .. rlo d if'kil, f;.ZI'IHlo n est c CllSO c ClllltIltn to se t eza. c ru zt"S 1I :1,~ c os t<lS
da p llrturiculc " ,

80
BRUXAS. FEIT ICEIRAS E LOBIS-HOMENS .. .
APAR IÇOES: ALMAS DO OUTRO MUNDO , FANTASMAS E
LUZINHAS NOCTURNAS . .
MEDOS GRAVULTOS. SOMBRAS E AVEJOES

En:;,c muit.lS outras crenças supcrstlciosas-dlzl am o!) cm Alen -


le jo cem por cento - lfmbmm cs a d.IS 4bruxas», _feiticeiras , e ·,Icbis_
- h o me ll s ~ , ,.; medos. ( GI'ej6es. sombras, vultos Gil ll/ :;illlws) e ~ alrflljs do
(:lIro mUlldo. que aparecem a determinada pess:: a de famfl~ do tes-
p:'C:i\'J defunto, para lhe pedirem Que vá "pagar lima promessa. leHa la
Deus ou aos :E'US Santos - promeSSa Que em vida não foI cumprida e,
01 met·!":>, eSS:l calma penada. (Sic) não t em entr3da no Céu en -
p J !"
Cju3nt: ol:tra alma caridOsa nã ; pagar, por ela, 3 promessa fe ita. E'
t'xem;>lo tip:co o C.l ecoslIlTeira'. tão cor.hecld :l entre nós .. .
E.st.z : cnnças e as Inerentes práticas supcrsticicsas eslib aÍllda
t ::-:temente arreigadas na alma d : pov ~. a:> que nos parece, por doi s
motjt'cs ;nÍ!lclpalmente :
i. ~-o baIxo nln~1 de cultura intelectual em que as cJm a1ns
po;mlares al::da hoje são obrigadas a viver. o que nM lhes permite dis-
ti::gui r o Teal d: jictici'J, o possivel do hipotético ou até d" jmp [;SS ivel.
quer no seu aspect: material ou mef ?!isico. quer no intelecl.ual Ou moral;
2,"- 0 desc : nhecilr.ent o o: nvenienle e adequad :> da Re!igi:1o
C:istã e do \'crdadelro sent ido dos se ~s sagrados m ls téri =:s : u. t:l lvez
melhor. a crença gerai numa divindade v ~ ga e indefenida , que exisle na
ai.'Tla do j): " ; . o que :) leva a c :'n!undir a \'cl'dade relig !I:.sa com o erro
Supe:-s :icloso. Quantas vezes '" bs urdo, hel'éLico, 2!)ooI3t3 ! ...
Pretender s ubtrii r o p ; vo de tais Influências, Querer c:lllvencê· J)
d.:s seus erros ( u im por· lhe o reccnhecimenlo da inutilidade ou incfi·
CáC!a de ~e!llelh a ntes prá. licJs. antes de realizada ess..l grande obra ~ e
e-ducaçã ;- e cultura jl )pul -' r _ qu er no Cõllllp;. religi OSO, Quer no ll! erártO
- é tentar.se o impossível, é atrairlll Cs sobre nós própri.os ~I. descon ·
:i<:nça dáS maSsas JlOpul:.res ... é J)l"i v:lnno_llos. irrcUlediávclm t'lltt>, do
b:m êxito de qu i lquer j :.rn:cda, feJIJ c : m o ~ b j cc t , \'O dc r('C ~ JhNIllOS
Jnate lial U :log ráfico da n;llUl"e z~ des te de ([u e nOs t's t..l !1l0S OCUy;u,HIO-
~ m duvida".: de mãis d jfícil ;Hjui!-i!,uo dt! (jU ,fIlL-:S j)Odt'm c : nll~ r~, e nO
~d() d ) ELno;:rafia (70) .
. ~ IltIOl" ' 111 11 1<'11 ,
c.;;. ' :(H , - A ... d I lrul tl :ldm (1 11 (' to:1 n o ,·!n (:).[ raf" I'XI)O' I"IIllI')I I,1 ( !II . • • I.I . / b r/l I"I'$~
..1)) :i. Ulf-tl ld:. ' i':C n pC " tllll>o"l 1<' rrlr .lIl1l1lh" p .'l·.' :l. r!J: un:" l rl fl<"It'JI,'I// I '.~$ 'Og~ s.'
c;,,'-" ~Il~ ,"'-':I q ll(" II nvu..,n rl('c l! :I ('01110 bO,1 l unl SI. ~:. II !ln tn l'lra t.~III : IUI.' . nn r,',
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~... l7' · r 1,1I(" n u:1r. $:.. 1.1' ."111 . n "da Il zn: l lll ,Mm I,,:,' COII1"
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~·"'t.( _ .... 'Ou Ij I(,' !:o: ! 1tll< f'rt! e n ·,II ,". .. ml :1 J:1. I)()I" m .lI" d i' WU:l I·'·~~ !l OS 1'111 81
~ .......... I. ,... .,.. . , ' : . -- CI.t;}I •. 1Il ." I,. 'I"IU~_ d .• " l>ll.'ji IJj~ . t ll·. ' I; ...
Est.as práticas , em que o povo cega~ent.e confia e ingenuamente
drvos it a t.,dllS !3S ~uas esperanças, c,c'nstltuem com.o que verd adeiros
rccur,s.: S d .l arte da bruxaria! ... O ~· seus «agen tes. actu am sempre Com
a maior reserva e cautela, como verdadeiros membros de uma sociedade
secreta ... Cá f,'J I"lJ, aos cleig:'S. , muit'J pouco chega sClbre o t!ormulário,
c «cerimoniab empregados.
Con tudo, as fórmulas conhecidas não diferem, na sUa es ~ ência,
d:ls de que anteri.c l'l1Iente tem..cs tratado.
Q seu o:\:l jectivj é o meslll.? : recupenar a saúde perdida, evitar a
doença Ou qualquer ou tro mal - na maioria dos caS()s; OOnseguir deter-
minad.:, ebjectivo ... em ,ben eflci:- pró.orh, em beneficio alheio '>u com
urejuizo de out rem - o qu e também acontece com grande frequência.
E o poder mlstcri.cs') que hã-de Intervir c : mo reméd io centra. todos
estes males. telli, geralmente, como nas primeiras. a sua origem em
Deus ou n :'~ seus Smt,'J5 - quando nã:· Jl!) próprio demónio, como mui.
tas \'ezt"s acontece ...

BRUXAS, FEITrCEIR.'\S E LOBIS-HQ!\fENS

Uma grande parte. 19: maioria mesmb, da nossa populaçã.o - d as


aldeias com: das vil ~s e cidades _ aind] acr edita em bruxas, f eiticei-
ras e lobis-llOmellS ...
Segundo a ingénua crend ice rp 0pula r. as bruxas e as f eiticei ras
sã:>" mulheres Que, c:-muniC:l nd '} com .: diah:;, ( 71 ) e se rvindo-se de certas
rez3S. adquirem o p:-der de fazer mal a c utras pess.,as, com os mais
va riados object ives.
O povo eEtabelecc, c~ ntudo . uma. certa diferença entre uma
b!,uxa e uma feiticeira . A prhnei r<,. n l<;ce logo c~m esse f ad<'. não pre-
CIS.! de aprende r : a segunda tem de aprender a sua arte. no Que d emora
ce rco. de seLe sem an [Js. A feiticei ra exercf' o seu poder da ndo- maus olha-
dos.. A brux a tem 11m nHl!s V3 'ito eamp : de acçãl) ...
As b ruxas distingueUl_Se -a inda d as feiticeiras por poderem.
sponte slla. ~r3 n sf (" nn ar_ ,<;(' em .a nimais _ cãe S:, gatos burrCs _ e nfé
em s\?res inVl.,>ivcis. .. .
As brux ~s - tcgun do se :l {'rcdit a _ cos tumam r eun ir-so!, nlt:l s
hora.s da n') jte. na." cncru;o ilh 11as d as e ~tra dllS o u d:' s nt;ls {' ~1I 1 cantam
e h :u l ~ m . .. F,' ne" ! :J <: rClln lô<>s que c t:IS es tauI' lecclII eOllt Ido c om o d{'-
1I10n 1o . QLI :Il-:C !-:C'}r1lrc l1rr'sf·lI !.e t' m l:'is s{'S$ô,'s. tr a nsr'..: rlll~ ldo {'III (':\0 01.
em v.a.l o pre t....... . DIIT:lIltl' elas " ra "c r ll vem ('strldt' l1fl'S ~:p r.:at had :l s .
ora ~rtl ')s shJ!s l ro~ c lú j.\ lLbr(>s.
As IJrll )"J::; f' l!tra m CUI e:i>;a /l1'l"lmrlf('O !III j"e l lUfUlra {' S:'\O (':l u sa
----
8Z
maIS gr'tlVC&dc.encas de que sofre o género humano - daquelas com
das os médiCOS não atinam ~ ." (72) .
Qlle f

Como já atrás dl,ssemos, ,a s bruxas pel'se.guent, de preferência, as


jIlocentes e Indeiesas. crianças : elas div ertem~ se em separar as crianças
das mAes, c{) locam.- n as no ehão, em p j'l·heir.alS, oCu em qualquer outro
,sitiO, dista nte do lelto em qUe ~s ta vam deita das; mordem-n as e "ug am -
~Ut es o sangue, fazem-lhes, en!lIll , tCda lal so.rte de mt::.let1ci ~,s que a Ima_
ginaçãO ,popul ar inventa e nos quai9 acredi-ta respeit-c sa e piamP.tlte .. ,
.com semelhantes, tratos ,as 'criança!:! tornam-se, a breve trechO,
pâlida'iI, fr anzinas, raql1Uicas, enfezadas!."
QUlan dc uma criança, adoece e começa a definhar a olhos vr:stos ,
sem Que pa·ra tal se encontre ex.pUcaçâo, lCg.Oi I\) mal é atribuldo h.
bruxedo ...
Ouve~se. 'a qui, muito, a frase «a>arece o Menino Jesus nas ttlA.os
das Ibruxas" qua.n do, repetidag vezes, uma 'Criança passa sucessivamen-
te de uma para outra pessoa, impotente para se lhes subtrair,
Enfim, 'Cie entre tci.dos os Igeres mist·eriosos admitidos na imagi-
nação lPopular, as bl1.1xas 'C cupa.rri. sem dúvidt.l.>, o. .primeir":l lugar,
t 'a ssomb roso e não 'tem limJ'tes, .0 pOder que lh e~ é atribuído.
aDpas~ que .( ll das feiticeiras -quaSe se limita /ai dar olhados ...
Disseme-s atrás que a :feiticeira t.em que aprender a sua arte, o
que não 'acontece coo! as bruxas .
As terças e sextas f,eiras - ún1cos dias em que se podem efectuar
estas práticas - a aprendiza é leva'da !pela mestra para ir dançar a
certas encruzilhadas ... Ainda que a fll.lmflia !faça oposição: e a feche a
sete -chaves, a candidata a me9tra de tã:1 sin.istra e misteriosa a rte, .t erá
também, tog cl inici·a,lment.e, o p eder 'de !fugir pelo buraco da fechadura, ..
Em sete seman as - ou seja em cat:lrze sessões - a nova feiti-
ceira ficará me~ra, S1albendo deitar mallS olhadc.s. fazer esconjurações e
toda a espécie de maleficics fConcernentes à su a, arte ....

o lobis-homem tal com o, a ,bruxa, não aprende - nasce já. com


eSSe fiado, '
,Segund : > o povo ,c rê, qu a ndo um casal tem Slete filhos, do mesmo.
sex-o, o sétimo será bruxa .c u lobis-homem conforme o sexo., Para Que
ta! Ir.ào aeonteca fi. rap'3. riga ou rapaz na,~'Ci do com este mau fad o, deve
tEr 'Por madrinhá ou 'Oa drinho a irmã ou irmã.:, mais vehho que sempre
od.e ' - ,
ve tratar :pOr afilh'ado.
Q Enquantc, cri a'n ca, .0. f'3d;, não se lh e de clara - v ive como qU Q1-
~~er alma cri~td. E' se mpre, c'Cntndo, um lw/".e difllJ ~ , llla~riço, esc~l1l=
d..~lado e Pálido ... Chegado '3 adolescente _ e, pela n ~ lte -ad ian te, QUdl~
~~epoll
sà ~ hhoras dp " so - tem j,nlcio o ,~ u I! a d an
· . C·t, .CO"' C",'
, " por sentIr
_

!le '72, -Com cslas palavr:lS CXpriUl{,"'>l', en tre o PO\·o. o /ru('II:;$O d·\• iutl'n't' n ,:hl
11m o ' ) ,. , l' ., (1(' f(!1X'n~' l~ 'l!"OV"O.
til<la U v:u'los clinicos Em l'tis C' t";OO é <1rCI\!;fI. I-:('n~ ta u ,~ . , .u -\
lU Por b ., • ,..,. . I ,. """'I 'rOS(L intl'n"\:' n ç',1O p .•
ii fa. . l1Jxa ou po r u lgm:'m (IUC u:n!,a I~CCO tT\(:) 1< rnm ,.,.... 1 tI/v.:; dos
C/i,tr lkr muI. .. E' eSSa a nw~l o po r que. m :'s lllo th'pob d ,' t'stal" U\ IUlt'tI{'lIytW I
""es» / " licol 'lllo:UIIS d OC ll,
~ r , e.llluitwi VCZ4'S. ao mesm n t l' mpo 1111(' se Lralnm ('o m o 1I11 ( · ' d ' \"
, l'C<lrrem' . ' . ....J'IL u(10 IUl ll';IIIl{'ll t{'!i(> t' ,
IIII/Q 1:1.8 Cllt·an elf'ir:!:.; ou curandeIros. :-tOl:; qu:!lt>. '" ' 83
flredu ' dl'
cura, quando c:;ta ~ ! ....
r:rsnde necessidade, Imperiosa. necessidade de Se eS1'ojar! Sai de casa e,
q-uer chOva e vente, qu er If aça bom tempo, 'p rocura um eSPojadofro
onde se espoja até te transfcrma'I' num jumentoc Se, em vez de proCurar
o esp:)·j adolro. se meter num charco onde tenha permanecido um porO\)
Ctl se roça r por slt~() onde se tenha deitado um cão, é a f'Crma destes
anlmlis que .ele adquire. Corre, em 'Seguida. lPor secas e meDas, cam!_
1/11OS e alvercas até que, ao romper da m anha., 'Volta (l.J espojad'Jlro e
r eadquire a sua '·Orma n atura l, de ser Ihumano ...
Se durante essas loucas correrias (l )obls..Ihomcm for ferido por
Qualquer cria/tura ... perde.se o encanto e retoma 1media.twnente a
fomla hum-ana para não mal's voltar a ser lobls-homem ...
O Infelíz, I)orém, pouco po:derâ. sobrevIver a esb quebra de en-
cantamente; um a prOfund'ar tristeza o inva de, um mau estar geral b
cC1lsc:.me e a morte ,nâo dem orará. a pOr termo á SUa. Itriste sina".
Vejamos algumas !práticas que nos foi p osslvel reC'C,}her e às
Quais o povo cem, frcquênc\QI recôrre. para. evlfar a a:cçâo malfazeJa das
bruxas, feiticeiras e lobls-:hbmens :
Em laVCT do Santlssim:o
Sacramento do altar
Com este;- sete por /w,:-es (73)
Esta caSa. venhO' porfumar
P 'm que as bruxas,
Fétecéra $ e art' endjab6l'o~
Nesta casa nA' possam entrar:
Em lavor d,o Santlsslm-:>
Sacramento do alba'r,
O azar me sala p'rà l'lI'a.
E <8 sorte mc venha cá drento parar.
Outra :
Qua tro cantos 'tem a 'nha casa
Quatr' an J ~ p'rli. górdar :
S . Pedro e S . Fra ncisco
S. J-::Ao Baptista e 8. J~Ao EnvansUsta
Em I/Lvar do 58.- Sacramento d e altar
t:. FlIla~lQ, a ' 1I11a casa 'tou a porfumdr
P TU tod o Illal da 'nha casa sair
E t":ldo o bem nCl' entrar I
JaSlIs! Santo nome de J(IS;I S I

_ Or:~ entrou JUlHlS não Se dOl', mal n/Il l t11m


'731 -
O" IiCtc pc rl nrn r & ernlll"t'gad A . .... 'rull sal. gadclha d ::o
III t uja. tra ~ i~t", mccnso e 1111\0$. 06 ~.. o. II rn",n. :l .t'C .
P n: Il )Um nnra II~d ;l.c illhoB dI' em la um "'~ Ir.' f' d r Hm'H'CII'i ...10 rr,,~. d ,·n·
11'0 de
id um:.
' \JII:t'ltnha de b~rro on d P p n'J v'arnt,n
"" O
' m r l.' l1u n unUl~ b 11.... "'". ,'. s. ),'.In
le so.
hCgll v a o dt"hlll\ltlldo IIS C;l.t;uli (l-atlta lima <\,," '1o ....."d..."r'..... dto .",b' l,,\·ao, "11:<1.
fi,
114Il"0 ~ I ~ _ la oom II. IIIfoo CMllll,'rd.. e t:'~"" ndo uma er"" (lU u'"' 11.1111"'" d... eaaa
compallur><"IO 110 i ntUlo OPOlilo. ao 1Il.-smo Il' miJO que .,.'Omll'C,~1lI .... palavras do>
ensa lrno.
A O ProT1lIf\('I~T<·m .N' O!I '1II1m d I I t",.,. ..... o Ifr 'I O r~5P<'Cl"'O ;
AIJOrIIIl.W p:lla a 1'1111. Ila rll ~'''r O II
l.n.r ... .,
~ O~~ vrr~ r ll no. d~ e,\s''1 . ""U'", a SOrtI'
(' I);',r" o In l1'nOr
('t,.
84 ~~'r •
Variante: , . ~,
-' ,.
Fulana, a sua cas a '.tá a 110rfur1/nf
'P 'ra que /)rIl X(l S, prof/eis c rczas
A 'nha cas a vcn1w/II ·rl.êtClr :
Tud' a ca sa d ela vá parar!
Ent luvor d o SS.'M "Sa cra monto d e Alt a r
T eu' o mal da 'nl/ a caM 't ou 'a.f ll.'ft.ar
P'ra t ed' o bcm ncl' entrar!
Este sal no mé' perfume vou rl~Wr,
Arruda., alecrim e três folhas d' olh'!l
P'ra de tod' o mal me livrar!
Alecrim ben to, 13.1ecrhn sa,g rado
Fostes narcido sent ~Ser samiado
Como narcestes sem ser sam lado
NarQll e cre'ça o bem p'rd 'nha casa
E o mallal quem mo desejar.
Em nome de Deus e da Virja Maria
Padre no9,SO' e Avem Maria:
Rezam o ·P . N. e a A. M. e ofe recem ii. sa.g rad a paixão e Morte
de Nós' Senhó' Jaslt Cristo ,p 'ra que o bem lV enha v 'ra cas a e o ma l. ..
para quem des'e jar.
Enquanto recit'a m 'o ensaImo devem conservar na mão esquerda
a !pá ou tigela de Ib arro, Ifla qual se Queima o alecrim, a ta rruda e folhas
d'oliva. Percorridas t cdas as dependências dai 'c asa colocam a ná. n O
chão e deixam ,r,umlgerar até se extinguir, por 51, o lume.
Eis outra prática muito conhecida I})ara 'Glfugentar as bruxas e
evitar Os seus maleflcios :
Orga.. . orga ... Orga ..•
Três vezes orga ...
Chave na b6cal
Nariz na p orta .. .
Bruxas e /étecéras
Dest a casa p'ra fora! ...
Enqu an tO' .pronunci'a estas palavras mágicas, a ('x ('cut~\ntl! \' :1 1
fazend o o sin al d a Cruz. Há t a mbém quem ntili :t.e a água bcnta e, Intra.
du:t. ind o n est a um pincel, m;Jl crgc, em cruz , a cad a ca nt u d a casa ao
mtsm ç tem'p c que se proferem as palavras cio Cllsalu\o.
P ara Jihcl'bl' uma criall,,::.l elllbrllx:ul:\ c Ostuma IJ)J" ,lc ('d~' r-~c do
Sor.:~\ ulntc modo : RetlneJll -SC c m c.l sa da (I o el!t(~ 11m /HUI/ C/ ~ 'ma. ~1 :U· La . .'\0
m':lo d ' cas' cstà uml:\ triJlc~· a . O Mallud e .1 Maria s l' nt,:.II H-.sC n ~ chà :>
fic:.tnd~ a ~~iJle(,:a en t r e ,lIu lJlls. Em .s1'~\Lli :i .L a ." "l//lc/ lJl'ga na (' f1all (,':.l,
bem.c-oa" e diz- lhe:
Mmtel : FII/IOIO, q LWIll lt ' ellc ul/w/I ?
Maria : 'ma alma lwrdíl/u que p o r ~ p a _'lSOu! 85
Mw/CI: Q u em L' ellculh GIt t ' h"..I:- dc clescllclllfwr
/

Em nome de Dé's e da VlrJa,


Toma lá. Maria (pa$a a criança)
M-:l ria: Dtxa cd ve r Mmlel ! ,
.t' ellcal1wfl .
FlI l/llIO, Quem .
Ma/lei: 'ma alma perdida que ,p or t p assou.
lIfaria: Quem I: encalhOu t' há-de desencalha r
Em nome de Dt's e da. VirJa
Toma lá M-atzel
ManeI, acelta.ndl;l a criança:
Déxa cd ver, ilI-larla ... etc.
A criança é asSim .p assada de -um para o outro, cinco. sete ou
nove vezes, pcr debaixo da trlpeça.. Em .seguida rezam cinco, ~ete ou
n'OVe Padre.Nossos. outras tantas Ave Marias e oferecem a S. Cipriano
para que interceda pelo lIl1/nho. o livre da perniCicsa Influência das
bruxa's ... e lhe restitua a saúde perdida ...
Há tmnbêm quem rec cna a outra prática, semelhante à des·
crlta, utilizando ti. cruz de t rovis:::o (de que nos fal-a 10 COnde de Monsa-
raz em SUl admirável e extrava-gante pcesla a Que deu -aQuele titulo
- ver Alel/tejo celn por cento, pago 168) ou a popla ou coroa de tro-
visco. Neste caso a cena ,passa-se na encruzilhada de li ma estrada a ho-
ras mortas da noite. Os pais da crii::mça., ,p egam na cOI": a de travisto e
o Manei e a Maria !passam-na de um para ' " utro, por d entro dJ circulo
de trovisco. Acabada a cerim61lia. desmancham a pr.pia e espalham os
destroços pela encruzilhada, devend:J regressar a cas3. sem c..lhg;r para
trá.3 ...
Do Grallde Livro de S. Cipriano - Tesouro do Feiticeiro, edi -
ção de 1885, C3 mais c~ mpleta Que se tem pUbIlcadQ laté hoJe" e CUj a
pro.prledad e .. por escritura lavrada nas n ot .! s do tabeliru, Godinho, pas -
seu p l ra Frederico Nap :lleâ:- da Vlctórla, iivrelro-edit ar em Lisboa" _
tra nscrevemos algumas .. instruções al: s religiosos ou religiosas que vao
tratar duma 11I o1~s tla" ...
.:Regra que rt.:do o rellglcso deve estudar paI1.l saber se lS m o-
cics tlas de Que vai tratar são cu não ':·b ra de feitiçaria ou do diabo:
cNão devemo." facilmente crer Que todas I3. s m oléstias s§. :) feitiços ou
.. arte do de.lJlónt: , pois estam es a ver a cad 3. 1)asso .pessoas Que padecem
cde m ~ !é~tJ a s IUlI Ul1l lS; mas, Quando '3. d,:;ença se prolong3 e não tem
ceura atribuem-na a reitiços. Quando é o contrário ... Costumam ir a casa
.. de certos homens e ce certas mulheres Ql1 e p :lI1C ::l< sabem ccnhecer o que
cê natur~l ou .so brcn~turrtl e começam a razer esconjurações e às vezes
~ a ~maldlç'~.aT CIll espirit:::s que em nada s1l.0 culnados.
~ E ~!-; 3 S hUlr:storas e Impcstores n c ~ m send:> amaldlçoad'",s par
.. Deus como diz S. Cipriano na Sua obra cap. XVI. Rogo, pois, rte todo o
cnteu eo!aç1'), aos religioscs «ue est udem com ull'll("â'J estas Inst.rnçOe.s
"Para nao ~e exporem á maldl("!i.o do Criadcr , 1s t"; é 'porque havemcs de
.. noLar (Iue _tudo q uan ll:> n:.>.ermo.'I O em n eme d e Jesus Cr.lsto e, p'~ r esse
UIlt.t lvo, nao o dcvclllr:s ('IClltlcl', mas Sim lnvoC~l r o ~ eu Santo N :lIne
~:i>ar a q~ C nos UMIst:l à h :)ra. em que estivermos a cr:u Jll"lo enfermO.
O:Jl ~lfa nao. !'.Crmo.'I e n ~:( n ados se a mol('stl,::l. é .: \1 n~lO Cbl'a tio feitiço ou
86 . d ~ (>,~ plrLt os Infc nJai.'{.
.. :-'-0 tUIl de:,t",:, m :,trlll;iit:, r;It,:,r':1 um .... ~ ra';iio e ln l <Jti m, p ar a.
str !ld" Junt', "-o eld':rm : , Jlf,r Lri::. W; ZI:', porque se fó r te:tiçO ou espl-
:~ltoS bl:n :g n :s 0:.1 m <.&il~n'..,> f: l!::{ T;,d .... ráf), d,;(;J ... rando que estã o de ntro
,da cna turol, v ,Js JfJgO elu. prln ,;IJli a a . . :J!gl r-sc convuJslvu m ente.
... D-oIdo c < e ca..w, V:ndt: ... c t:rtf:z;J,. ce que a m olé.<;ti.t é so brc n~tu­
, r31 e nfi.-:: n<tt u r ~ ! c , Iwrt..", nt'" /tll{ : d'': '/I:relx d lzl.:r :
~ Eu te rc.,, :.- eSJll riV}, em Il wnl.: d i: Df:uli T t; do Po<l cr .::so quc me
~ecla r t .s: p(, rquc é qu e .. nda ; a m f. lf:.'> tar este c'.-rpo (aq u i pronu ncia'se o
(;'lcme do (;!l ~ c r m(,) ; poi s cu te con ju ro 'JJa r a fj Ue me diga.• ú ~ ue prC-
,tC:loes d: ~·r u.r:do C: rpor ;,.1 ?
.. Aq ui está o PI': tl:c tor que va i l'cgu r ao Sf;nh or ptJ r ti pa r a que
l .3t"jJS pu r ifjca~o n o n :ln -:: d a gl6ria.
~ :-: o fi m de:,t a In vocação o f(;JJgic so log: :.. c:mpree n c1e se o espl-
cr it : anda n ,: m undo á pr:.c ura de ca rid :' de, p :.:rqu c logo QUe Jhe diga
ct,;cu rf;ya r p<- r t i, o d c(:ntc sw..<;q~a e fica t ranqu ilo. Se assi m ..tco n tectr,
cde\'cm todos pôr-s e d e joelhos e diz(:r (:m cúro, a s{:g u in:'c 6raçuo lJelos
cbVlIS t spir itt. S, para os [cp:.:. r a Deus e de ixare m a criat ura .. .... ...... .. .
.. Qu",ndo se d iz ao espi r ita tu sossega (J ue eu or o a Deus pOr ti e
.. a pessoa se a~ligc ;, inda m á.:~, ist·) dé n Jta QI IC o esp irita que t em d en-
.. tro é mau. F~ç a - se então a €scon j ura ç~o oeS. Cipri a n ~ ............. ... .. .
.. E ')ta .:: r açã:> deve dizer-sc cm latim p ar a que o decnte não pos -
(~J. usa r d e i rr.pGstu r a, i:-. to p orque, n~ o sabend :) ~ doen te qu ::m t!a se
chá-de m c·,'er ou esta r Qu ic:.o, não poderá. engan a r o r eligics:> .......... .. ..
.. Se o r cllgi -s:;, entender (jue é dcmó:tio ou ~lma p er dida d iga a
.. 1:::.d:ti n!1a e de;:l:".s ponh a-lh e o precoi t Q: que va i adi :mte ...... .... ......... ..
.. Es te preceito ao demónio par a que não mort ifiq ue o en f ermo
.. d'l1wlte o tempo em q ue se es~onlura, d(:ve dizer-se mui t.L" vezes, prin-
cc:pa lmen tc as m u l h c r ts gr á vid ,,-s, para que não tenham alg um vómitO,
cc:m os fortes aUlQues Qu e os demónios cau :;..1m n est a ccasi ão;

PRECEITO
~ E u cemo cria t u ra ce Deu s, fcit!l a
sua imagem e semel hanc:n. e
.-rr::m ida com o seu san tlS.,>im o sa n gue, vCs ponho p r ecei t o, demónio ou
.. de!n(m ios, p l:.l ra que cessem os v: s,<;os dcll r i cs, p rlra que e-~ ta cr iatura
cniio torne a s (; r por vós a t :-rm enta da, o: m as vo;s as fúri as internais.
ao
c: p ~js ? n ome Se nh or é forte e pcderoso, por Quem eu vos cito e
· n0t! f! co que vos ause n teis deste l ugar p-a ra f or a. Eu vos ligo etrrna-
· rn(:nte n o Ju gá r que D eus NossO' Senhor vos destinar ; porque com o
cnome de Jest:~, p ls." rcb1l. to e v':;,s aborreço m esm o do m eu co r a~ão par.l
t! : r". O Senhor se ja com igo e com t.':'dos n6s, ausent es e pl' ese nt~s, p :.H:l
'que tu, df:mónlo, não possa s jamat.s atol'lncntar as cri'lturas do Sellhor.
~ P UgI, f ugi, p arte s ccntrár i<.ls, Cjue ven cem :o lcflo de Judá e a raç:\ de
-D:tVid. Ama r r e-vos com as cad eias de S. P aulo e com" a t.C'I.l Jha que IIm-
-POu o Santr. r osto de Jesus Cr isto, para qu e Jama ils p oss.Lls a1 orJllI'uta r
t <lS .... l vcntcs.
" Em seg uida faç a·se o acto de contriçãO. D ep ois disto d('ve dizer-se
ta oração de S . C t1,r iU1lo pura d c!>/a zer toda a cl lw Udad e. de / eltiçcl r tCl$ e
~e/f(:on1 U7(l(,: õe$ dus de1ll ólItos , eSlJtrll os maligne s ou li ~:I~ócs Que te-
'nh..,rn feito h omens c. u mulheres ou para feZur em IIl1la C:lsa QUc ~c 87
· .
«julgue est:lr posseSSa dC ,esplrito.s malignos e mesmo 'para tudo que di a
uespcit o a molés tias sobrenaturais. g
Reza-se, cm seguida, mas sem Ip ronunclar o nome do Santo
cração de S. Cipnia no. 'P or ser demasiado extensa, ~CUP'lndo algU~a:
páginas do livro, -ap enas reproduzimos aqui algumas pM$agcns :
«Eu, Cipriano (o executante deve falar em seu pr6prio nome e não
t ne do Santo). servo de Deus a quem amo de ,todo o meu C',)ração. corpo
.e alma e pesa-me de vos não amar desde o dia cm 4il.e me deste ú ser ...
• •• o' • • • • • • 0 ••• ", ,'o •• 0 •• : •••••••• 0 •••••• , •••••••••• 0 •••• ••• o,, •• , ••• o ,, ",
. VÓs Que vistes as mallcHls deste vass:) serV'OI Cipriano e t ais mal!-
oleias, pelas 'qllai~ eu fui metido de.baixc d o .pMer do diab:;. ; -mas eu nA;.
«conhecia o vosso lSantl:> nome .
• Ligava as mulheres, ligava '3S nuvens dlo ceu, liga,va as águas c.::
. mar para que os pescadores não pudessem nav egar, para nã,c peSCàrem
.0 'peixe para susten.t c dos homens .
• Pois eu, pel:19 minhas mallcias e grandes maldades ligava as
. mulheres ,prenhas iP~H'i3. que não pudessem parir. E todas estas !!'Jlsas
. eu fazia pelo poder do demónio .................................................. .
• Agora meu SenhOr e meu !Deus conheÇo,) o vossa santo nome e o
. invC-CO e torno a Invocar .p ara Que sejam desfeitas e desligadas as bru-
.xarias e reitiçar:.3.s da máquina ou do corpo -desta cri'a tura (fulano)
. P ':.is eu vos chamo, 6 Deu s p: dero.30, par·a. que rompais to::lo; os
. ligamentos dos .hcmen.s ou mulheres .
• t 'C ala a Chuva scbre a face da terra para que Ide seus frutos as
. mulheres tenham seus filhos livres de qualquer ligamento que lhes
.tenham Jeito; desligue o mar para que os pescadores ·pCssam pescar.
• Livre de qualquer perigo, desligue tudOl quanto está. ligado nest·a cria-
. tura do Senhor; seja desatada, desligada de qualquer ·f enna que o
. esteja. Eu a desligo, desaIrlneto, rasgo, calç'~, descalç;) tudo, bonecO
.ou Ib oneca que esteja em algum poço ou levada para secar esta criatura
. (fulano), poiS todo o maldlt:l diaty:) e tudo seja livre do mal e de todes
. os males ou mau'~ felto~, feitiços, encantamentos ou sl~perstições, artes
. diabólicas .............................................................. ....................... .
..Pelas virtudes e nomes que nesta oraçã'.:. eslã'J", :pelo Icuvor de DeUS
. que fez todas as cOisas, -pele Padre t. pel.c F tlhQl t, pelo EsPirita santo t ,
.(fulano). se te esta feita alguma fe itiçaria nos cabelos da cabeça,
.roupa do cor.po ou da cama., no calçado ou em algodã:o., seda, linho ou
.lã; em cabelcs Oe orlsta.o. mouro ou hereje ; em OSScs de criatura hu-
-nnana, de aves ou qualquer anima i; em madelr:a, l1vros ou' em sepuJtUr:l
éde cristãos ou mouras, em .fonte ou ponte. altar ou ri'G, em casa (lU em
.-paredes de cal; em campo >OU em lugares solltártos; dentrQ das jgr~Jas
cou rep'ar.thnentr.s de rios; em casa feita de cera ou mármore; em flgu-
eras feltalS de. fazenda; em I>llpo 011 em. sa'namantigu; em bicha ou bichO'
cde mar cu no; em lameiro ou em oomldas ou bebidas; em terra dQ ~
ces~uerdo ou direito OU em qualquer OIltl"1a o:)ls:.\. que se possa faze
deIUçO ... Todas estas colsrdS sejam deSfeitas e desligadas deste serva
.( 1111an o-) do Senhor, tanto -as que eu, Cipria no tenro feito, cOlno as
.que ~m feito essas bruxas servllS do demónio' Isto tudO seja .tornadO
.ao seu próprio ser que dantes Unh ' ó . figuro ou elll
88 _que Deus a criou. a Ou em SU'a 'p r prla.
, ,
.,::;;tlllO ~gU.! t,l l ll~O c t.o jos o;; Sant~ e Santas, por san t: fi llttJ IlC.$·
f f:L('"Ll ll que tcd,l S. as Criaturas se jam livres do mal do demónio Am I
, o ! espl nLo 'mau não sai r logo, deve ' epet,', - se o .precel
Se ' t o.en,e
e!ll srgllHI:! azcr as esconjurações.

t PRIMEIRA ESCONJURAÇAQ

( E,II . Cipriano ( : u eu, ! IlIWIO), da Ip arte de Deus Noss:> S!:'nh cr Jc-


.Sll ~ Onst o, absolvo () corpo de fuZaM de todos cs ma~'s feit :ços. en can-
dOS. cncanltos. empat es qu e ,fazem 'e requerem homens e mulheres em
. nC'> IllC de n.C~lS N. S. J . C" Deus de Abrahão, Deus muit, grande e p: de-
ITOSCl! Glonhc:ado seja, p ar a se mpre , 'C m seu sanUssim:> nom e des trui-
.dos, dcsfcitt::s, desligados e reduzidos 18 0 n ada tod:i-s os m al~s de Que
..padece este v(·sso servo JUIU11O; venha Deus com seus bons auxlUos por
.amQI de m isericórdia que tais h omens ou mulheres que sà.) ro. usado-
cres destes males qu e se j am ja t ocados no coração para Que não co nti-
cnllem cem est a m a ldita vida,. : ..................... ... ................... ..... .... .
«Pelo Santlssim o n ome de Deus N. S. J . C. e todas c: isD.:; aqui no-
cmeadas sejam desligadas, desenfeitiçadas, desa lf.inetadas de t~os os
cempates que ISe jam fl,Jrmados por arte do demónio ou seus companhei-
crcs; seja tud:>, destruido q ue l: mando eu dn parte do Omnipot ente p:lr-.l
_que já sem apelação se ja m desligados e se des liguem tod~s os ma l.:ô
deitiços e li ga men tos e t Ma a má. ventura, p or Cristo Senhor Nosso.
cAmen .,

t SEGUNDA ESCONJURAÇAO

. Esconjur .:: - vo·~ , de mónios excomungados cu maus cspirit .:s b:\ t}·
-tisa dos, se com (lS la ços maus, f ei t iç~, encantamentos do dla bt). d:t
ci nv eJa, "ou seja em ouro, prata ou chumbo, Ou em árvor es solit:.\ri:\s,
"se ja tud:> des t.ruido e desapegadO e não prenda coisa ao corpo de (ju -
_luno) ou cusa , p Ois de aqui em diante se o feitiço o u encant·:l!11cnto
_estâ em algum idolo celeste ou t..e'rrestre . seja tudo destruict:> da. parte>
ede Deus. ,poiS todo O· 11lferncri um ou t Jda a Iing u3gem eu confi e; ('III
-Jesus Cri::>tlO, nome deleitável; ...... ....... ........ .. ....... ... ... ..... ......... ... ... .
<fujam tod Os os dem ón ios, 1ant:lSJn'JS e todct.. os espíritos I\la!i~n os. em
c.com]>a nhla de Satana:t e de seus cOlllpa nhoirJs, par:! as SU:H lll ura.d;lS
eque são n os infernos e on àe e::>tarão perpetuamente e m comp:tnhia d,'
-todos os fe it iceir os e feiticeiras que fi ze ra m a reitl~'a r iu a esta nia t ur.l
-(fuluno) o u Il ~:l t.a casa, e a tudo quanto a lUe311l a cas.\ cncl' rr.l, fiqu l'
ededelt :> e a nuladO, escon jurado, que llra:lo e abjurado. deb:ux .) do pr._
.dt'r da Santlssima Ohédiéllcia, .p elo p~l(\ er do Creio em Dt'IIS p, dl'~' t'
,das Trbs POOWaS da Santls.'ilma Trindade e do San t!ss imo SaCr,\I\l l'lIhl
'00 Alta r . Amei,," Com toda a Santidade, cu vos ('seon jul'O e dl'': I"I'dO, dt'-
'm6ni'os malditos, c.·.plrito.'i lllaliJ.\lI os, I"cbt:ldt's a o tJ\t'u (> h'lI Crl:u\.lr!
ePols eu vOs lig o e t.urnO a liga r , .l u·cudo e amarro às o nd as do lII;!r
'coalhado, onde nlio canta galinha n e m 10;01 10 ... ................................... .
' u ' vanto, qucl1O, u.llJuro tl e >conjllro tOdos 00 rC(jlll' rillu' lItus. ('m p:\tI'S.
'!lrl-ecl1..os e o brl~ as que l lzcs td.i a este COrpo de (1II/mw ) . Do ·(h' J;\ ti -
' c.:·1.\1J clt.ado~ , n ot lfi cud os e olJrlgulhts, tu e os teus. comp'IIl IH'I I'OS, p;Lra 89
" s c~ ujrd cs o caminh.o qn e J c&:.:i'i vos dc- Jt.lIl u r , I:ito sem apel ação .
«ag raVe I1C lJ poder d e NC::'?Q Senhor JCSI,:~'S Crl!it o c de Ma ri a S."", n CIII
· . < s.~ Ull""
~ e do Esplrto S.lIlto e das T r ê s P e:,scas d a SanUssl rn a T ri nu ·,d" c
«11m ~Ó Dcu'S verdadeiro.
.
cm
.
. q.uem eu firmemente creio c
''''
"o, (llle é
q",' m o
clcva ntJ pragas e raIVUlS, ~mganças e medos, Ódl'Js c má. ~ vi s ta~; qlll!br~
ce abjuro ~dos o . requerimentos, embargos, empates, prcccit.06 c Obr •.
c ~:lS, .pelo I]lodc r d o Santo V erbo Encarnado, pela virtude de M J. rla San _
ct·ISSima e de t :::dos os Sant.JI)l e S~lnt a5 , Anj OS. Q ~~ rubln s c Serafin s,
ccr ia d cs por c bra e graça d o Esplnto Santo. Amen>.
,,-Quando o r eJigiC.3o acabar () que a cima fi ca cSCr iLJ, o r.Ip.móll io
", grita e diz : - .. Eu mio SOl! " Sa tmtaz :. , lIIe!-3 sim uma O./, IIU pcrdicla; ]10-
aém . ainclcL te n/1O salvaçâo. '
c- O religi:\Sc pel'g u nta ~}hc: cQlleres que ore por ti? ~ . A alll/a res _
(pcnje: - . Queru sim!- Após esta respcst a, ponh :.un-se todcs de Jce-
d hc i e digam a Oraçâo pebs bons espíritos que v,ii, n este Liv ro, p:.us
. muitas vezes .Jccntece estar-se a esconjurar ,uma alma que precisa de
.c·rações e não de esc~:mjuraçõ ():." ...
t TERCEIRA ESCONJURAÇAO
\lEis a Cruz t :i'o Sen hor; F ugi, fug i, 'a uscntai-vo3 inimigos da Natu -
treza ; Eu VC.3 esconjuro em n'Jme de JO.9:,H, Maria, J I' Sé, J esus de Naza-
. reth, rei do Judeus. Eis aqui a Cruz de Nos )o Senho r Jeo:':s Crl~to. Fugi
. pa rtes inimigas, venceu -c leão da trit·J de Judá. e a raça de Da.vid. '
...... .. ' ..... ' ......... ....... ....... ........ ........... ..•
...
... ... ... ... ... .. . ... ... ... '.' ........... ....................... .
~

• Oou fim a esta oração e darã :). fim 3Ii' m oléstias nesta Casa pela
4:biChaçáo dos esplritos maligO':)s.,
.segu e~e uma . Oraçáo ao Senhor ou lOuvores pflr ter livraao o
en/erltUJ do p Oder de Sa ta nuz ou d cs seus Aliados , ... qUe nã..:> oferece
interesse de ma ior ac etnógraf':, razão par que nos abstemos de a reprJ-
duzir aqui.
Avisa-se em seguida, o praticante de que, passados três dias, se o
enfermo nM' fica r de tod J livre com e , t:as orações, deve, tratu.r-se de
uma eMorada aberta, ... que é preciso !echar ...
eMODO COMO SE HA ~DE FECHAR A MOR.IDA,
. Teme-se uma chave o e aço, cm ponto IpCCJueno e deite·se a bên~:\lI
cd a forma <scg,ulnte:
. 0 Sen'hCr lance st.bre ti a sua Santissima, b en~. ão e o seu SantiS-
csimo p : dcr ,p .... ra que te dê a vir tude eficuz, Iparu. Que toda il lllorada cu
cp :lrta p or onde entra Sutunuz, Q':.:e IIlor ti sc j:t fec hada, júlUa ls o dCUlO~
. nlo ou seus all ad(, ~ ,p or ela rt:'S,'iam entrar, ................................... .
c(Deita -se áglla be'~ ta em cruz Sôure a clwve)~ .

• t PALAVRAS SAN'l'J SS~MAS QUE O RELIGIOSO DEVE DI ZER


. QUANDO ESTIVER A FECHAR A MORADA , . A c:llU lI e eleve estar so/JTe o
. peito do en/ermo COIIIO SC estivel/sc Ct Jeclwr lillla 1Jo r[ct:

",O Deus Omnipotente que d',) selo do Eterno Pai vlesto ao MundO
90 ",para, salvação dos IhOlllcnli, tlll;nal-vo.'1, llO~!J, Senhor, de Ip ôr ,preceitO nO
~ drnl(JJ) 1O cu dellI IJllit)S, para qUe cles ·11;10 tcnh:llll 1I1,1It> o )0(\1:1' C atrc •
.. V!UICIIIO de cutra r n (' ~ta nl'crada. Seja fccluda a s u a porta, a.s3im co-
. 1110 p edro fecha [IS pa rlas do Céu às almas quc h'L qllcr('1Il entrar sem
. Que primcit'J expiem ,IS ,~ uas faltas.
c(O reli !;~~so finge que ostá a Cechar uma portH no peito do en ·
.. Cermo).
("Pois eu (fIlIallC ) em vosso Santlssi lllo neme Jlonh'J preceito- a esscs
ccspl ritos do mal pa ra que desde ,hOj e para o futuro ntro VOS ~lIn mais
cfJzcr m'Jrada no cOrpo de (julcl/JoJ , que lhe 'Será !echada esta porta
("perpétuamente, a ":'s im como lhe ê fechada a do reino d os csp[ritos pu-
.. rOS. Amen.'
("- No fim desta ol'lIçáo. escrevam cm um Ipapel o nOllle de S.ltanaz
ce qucimem-no dizendo: . Va i-le SlJta/Jllz, d eSl11'llr eCe C/Jmo o jWllo c/(I
_cllamillé.'
cN'O fim de tudo qu e fi ca dit:>, se o ell fel'lllO aLun a ntlO estiver cura-
cdo, tornem a dizer-lhe a cração de S. Ciprian '::b.
Mais a diante vem Olltl';1 extensa c01'(lçeiC). 1mm Clt1'llr t OllltS as mO-
léstias aillda qrte sejam naturais" no fim da qual se faz o seguinte cavi ·

cEsta. oração pode dizer·se a quem ipadecer de qu alquer molês ti.l :


«seja pelo p adecimento que .ror, principalmente erisipela, t.:go, bicha
.. ou bicho; finalmente para todas as miSérias da yida.' .. ..

curiosisslmo este . Grande livro de S. Cipriano" onde a SII -


E'
persticio~a crenÇa e a ingenuidade a ldeã encontram remédio para .tudo...
O que deixamos transcri to é apenas lIma amostra das mil e uma
práticas m isterio...o-as, tão heréticas quã:o absurdas, que n ele se c<:lntém e
em que o Povo ingenuamente acredita ...
·Muitas QuLras se encontram em ca'pitulo eSpeCial - dliSUrjos
da feitiçaria, ext raidos de um Manuscrit o de mágica preta que se julga
dO tempO d.os mOuros.'

Este capitulo começa assim:


c ·P rocedendo-.!e a umas escav.3çÕes na .Aldeia de Penacova, no ano
c1410, encontrou-se ali um Manuscrito em perfeito ootado de conscr-
cvaçàO. Neste pergaminhO preciOSo encontra ram-se coisas mu iw curi,)~
..sas, algumas d as quaís vamos 'a presentar aos leitores, convict'Os de que
..lhes prestamos um bom .serviço.'
_Foi este ipergaminho. existente na bibliOteca de tvom, Que deu
_a.ssunt(l a um livro de enguerlmanços, muito aceite h Oje no BraSil,
clntitulado Livro do Fe iticeiro.
("'AI vai parte dessas mlsteriOlsas prfl.tlcas (74) .
1. Grande mágica das favas ...
2. Magica do osso da. cabeça tI'e gato preto ...
3. Outra mágica do gato preto ...

----- (74 ) - Llmltnmo.-n08 a re"iMar aq ui 31)('nns 06 tltul oe de l\lgumas dc!lU.


Po~ o llvro de que llO$ ,"S\.aJl'ICIIi Sl.:rvuKlQ, oonu.'lm nw.l.s dll 3~ págmllll ...
91
'1. OULra m:"lgie'-l <.lo gato prelo. para Iaz~r maL ..
5. Outra mágica do gat.o preto c a man CH'U de gerar um diabinho com
olhOS de ga to ...
6. M,lncira de obter um diabinho tomando pacto com o demónio ...
7. FCiti('aria Qu e se faz com dois bonecos ...
8. Encantos e mágica da semente de feto e suas propriedadas ...
9. A mágica do .trevo de quatro ('O lhas cortado na noite de S. João, ao
dar a meia-noite ...
10. Mágica ou feitiçaria que lSe faz com dvls bonecos para fazer mal a
qualquer pessoa ...
11. Mágica' de um cã:o ,preto e suas propriedades .. .
12. segunda mágica ou feitiçaria do cão IPr eto .. .
13. Receita ,p ara obrigar o marido a ser fiel...
14. Receita !para ensinar as senhoras soltelr.as, e até mcsm'Cl as casadas
a dizerem tudo o qUe fizeram ou tencionam fazer ...
15. Receita para ser fdiz uas COISM que se empreendam ...
16. Receita ~a r a faz('r-se amar pela.S' mulheres ...
17. Receita para fazer-se amar pel'O s homens ...
18. Verdadeira oraçã'J ~ara enxot.ar o demónl :, do corpo . ..
19 Oraçl!.o Que p r eserva do rai'O ...
20. Mâglca das uvas e \Suas propriedades ...
21. Felt.içaria Que se faz com um sapo pa ra obrigar a am:lr contra
vOntade ...
22. Felt.lç;:, do sapo;:! cam olhos cosidos ... _
23. Felt.iço do sapo com a boca cooida "3. ret.r6z preto Quando se quer Que
'() felt.iço faça mal e ná.;) bem ...
24. Feitiçaria do sapO para amar cont.ra vontade a quem não Quer, ou
,para fazer cooamentos...
25. Recelt.a para ganhar ao jogo-...
26 . Recelt.a para C'Onverter o ,b om no mau feit.iço ...
27· Receit.a :para apressar casamentos ...
28. Mágica da agu lha passada .t.rês vezes ,p or um defunto ...
29. Mágica da pomba .p reta encantada ...
30. Mágica do ovo, feita em noite de S. João ...
31. Feitiçaria Que ~ e faz C:m cinco pregos tirados dum caixão de de.
funto .. .
32. Receita infalivel para ca..,ar ...
33. Feitiço Que se faz com um morcego para fazer amar
34 . Feitiço Que se po::le fazer com malvas c:>l hidas em um cem itério ...
35· E~plrl\.:os dl~bóllcos Que infestam as casas com estrondOS e remédios
para os eVItar ...
36. Remédio Infallvel ~ara deSligar amlzad s
37. Feitiçaria do bolo doce para fazer mal e ...
3R. O poder da eabeça de vlbora para faze ...
39 Magica da c'oelha • á. 'd
. r VI a pendu ....lda rno
o bem
tectoe o mal...
40. Modo engenhoso de saber q uem ..sti.o .
etc.... etc .... ete.... aS' pessoa Que nos querem nHll.. .

Pelo que temos verificado (


mam) esw8 prá.Ucu;.s exercltl e '(Js 1.ltulo$' t nmscrltos o confir-
, ' U i llrolcl'entcmcntc pela mulher, relacio-
nain·se, qua:-;c .!cm.prc, com qu~s lõ es de am or. No h OlnclIl - p(Jj;; Cl:i:,:
tarn'bém contam um c'J n siclerâvel número dc cren tes no sexu lorte _
e5tão ligadas, com mai s frequên cia á pCl3sibilidade de conh ecer o fut u-
rO OU a riqueza ... P orêm, quando se tra t.a de recuperar a saude perdJd a
ou de evitar a d oença, ambos '':s sexc·s se relln em na m eSma :l!-i)) lrar;!'to,
executam as mesm as' praticas, aplicam os m esmos ungucnt:os c mur-
muram as mesmas rezas e benzeduras que , ) apaniguado século do s
luzes ainda não conseguiu - e dificilmente conseguira ._ bünir da faee
da Terra !. ..
Vejam os algumas dessas práticas, h eréticas e absurdas, Cjue nos
fioi possivel recolher, e que são us adas para c o n.~·eg llir ... reata r re lações
amorosas, interrompidas pi:>r qualquer banal arrufe; de 1111moraclos ou
ipara os deslig ar.
A que segue cos tum a ser feita a'O meio dia, aO t oque d(ls almas
ou à meia noite, es tando a executant e em rou pas menores, de eabelo ~
soltos e de joelh'o.s, atrás da !porta:
A esta porta venho bradar
Por nov'almas venho 'c hamar
T.rês ent o rcada.~, três estranguladas
E .t rês mortas a ferra-frio,
Todas trêS, todas se is, todas nove
Da sepultura se levantarão,
Em vão, coraçà"o !
P 'ra que Fulano n à'O possa estar,
Nêi dromfr, nei estar em parte nenhuma
Sei eomigo vir falar ! .. ,
Variante :
Os bérais desta pOrta me venho prantar
P elas nove alma-9 mais aflitas venho brddar,
Três enforcadas, três degoladas,
Trê... mortas a fe rro frio,
Todas tres • .todas seis, t.cdas nove
Da ~e pultura se levantarão
E ao campo de Júdas irão
E um vime apanharãO.
No coração de FuUm o o cravarão
Cravarão!. .. cravarão L..
(Ao dizer estas palullrlls a pmtiCtmLe espeta 'WJa laca de cabO .
preto ou uma tesoura num coração de cortiça, coberto de palIO encar-
nado ., . e grUa em cbradu 30tUr/IO. )
Alm as! Almas! Almas !
Que vccC!s nà' tenham SOS';('go
Encr, nto !ln.' me Je -:!ere m este ",U// fl re :
Que FUltHIO na: 'possa cOJller, uel baber,
Nê! dTo"'lr, Ilel dc.sculI.'oIar
/<l e i cO m o ut.ra mulher f ulur
EncoJl t o coruluO na.' vier lur ! , .. .. ,- 93
P J I'j, desliy/lr (/lIIi ::mlcli ::Ião tambêm C O llh~Cidas muitas prática.>
. I" ., 'Iue o vulgo com certa frequência recorre.
s e lllC II hUI . ' ,

EiS uma delas que- segundo dizem-é remédio infallvel


Prepara.s/.!, em água suficiente, um cozimento de
2 gramas de verbena,
30 gramas de povides de remá
20 gramas de raiz_de_mil_hOlllcns (7)
ISO gramas de mastruços e
100 gramas de casca de banana verde.
Deixa.se fel'ver )lUlua pI/era de Ibarro n'Ova, até ficar reduzido a
um decilitro. Pas~ a-sc, em seguida, para uma frigideira de cobre e
junta-se-lhe 125 gramas de tutano de carneiro, 50 gramas de tinto sem
sal e 20 grama\s de ale.
Preparado assim este ingrediente, deita-Se uma pequena <porção
na C'omida da pesw u que se aborrece, durante oito dias seguidos e
diz-se :
, Por bem ou por ma l, e com o àxilho dc De's a quem adoro de
Ndo o meu cor.açãO, to há-des ir a outra ,p arte procurar amor, longe de
mim e, enconto me nã' dêxares, que sejes maldito pelo p ::lder da. mágica
preta carceréra~,
No fim desses oito dia:s - p'ra desligar por completo! - deve
fazer-se uma omolete de ovos cOm o restJQ dos ingrPdientcs e carne de
carneiro e dá- la a comer a um cã'\) que Lenha algum Si·nal preto na
cabeça.,. Lego que este acabe de a comer, bate-se-lhe com um chavelho
de carneiro, queimad':'! de ambos os lados, Rté o cão ganir três vezes.
Soltl-se então e atira-se- Ihe com Q chave lho acima rematando:
.Que Fulano Cujt", de mim, p'ta sempre, com aquel a legeréza ~ ! ., .
Para enfeitiçar o namor.ado, a pra.t icante costuma servir-se,
muitas vezes, de qualquer objectQ ao me;mo Ipertencente, Uma, vez em
seu pode.r o Objecto desejado - lenÇ'O ou qualquer peça do vesLuario _
dá-lhe CIUCO pontos em cruz, dizenó.';) as [palavras seguintes:
«Fulano é' t' ellfétiço pOlo ~oder de Maria Pa1ldilha e de tad' a
su' famil/W, p'ra Que tu nã' vejas o s ol néi a lua enconto nã' càsares
comigo, isto polo peder da mágica jeticéTa casadêra , !.,'

Vejamos ainda como é POSSo I


que nos Querem mal Ive saber-se quem .são as pCSSO;lS
Quando alguém sente I
ponta do nariz na pab d ' ca Dr na ol'clh:J,' esquerda, comichão na
motivo que estãn ~ f' l,na a Ill~O, etc., COstuma o vul.go. dizer, por t;ü
,O paciente
. a arc em
deve t~
seu dc.mbon
- o('s t,
, o a d ezer mal de sO
. ! . ..
, n
em cruz, e pronunciar, de J 11aO, esfre"'u .... 't I I
...... pa,! e com c lOsa, quatro vezes,
oe 100 a seguinte oraçdo
Por Dê's e pelu Virj"
E 'por tu~' o que há >santo
Se quebr este en.canto
94 Com .pedl'as de Sal I" .
N~' sé' 'o m otivo
P or qUe haj' hom em vivo
Que m e q lléra mal !. ,.

Ao Pl'{) llul1 clar as -palavras «com pedras de sal~ , delta algumas


no lume . e, enqua~t o a quele estala , continu a a oração até ao fim . Faz,
enl segUIda. três '\ ezcs, o sinal d a CnlZ e delta n o lume uns bag-os de
anilina encarnada,
A p ~so a qu e est ava a d izer m al da IPraticante virá à sua pre-
sença n'O prazo de 24 horas e com tant..'\s manchas vermelhas no rosto
quantO'i os bagos de a nilina que tiverem sido lançados ao lume ! .. ,
Se isto fosse verdade, 'q uão grande seria o consumo de anilina
neste mundo de má·lillguas .. ,
o p ovo recorre ainda á. bruxa Ou feiticeira para aparecer qual·
quer Objecto perdido 'O u roubado,
Nestes casos, costuma ser delta a erlcomellda çdo à morte a ferro
( /1 mcrte e f erro ou ao hOmem morto aferra _ e-omo algumas vezes te-
mos 'Ouvido d izer ).
E' crença popula r que tal obje'Cto. assim encomendado, há-de,
infaUvelmente. :aparecer , sC!b pena de a iPc:sea que 'O ach ou ou roubou
contrair doença in curáve l que em pouco tempo a h á.-de levar, sem
remissão. às profundezas do Inferno .,.
Diremos por últim:>, neste capitulo, que há. in d,ivlduos com
quem as bruxas não Um entrada !
Esta ospécie de Imunld·ade congénita verifica-se, em muita:;
pessoas, pela existência de um pequeno sinal caracteristlco - um si·
nalhthc preto _ que tais Indlviduds t ~m em qualquer reglâo d :>: có).:,po,
não vi,-,j,vel a seus pr6prÍ'Os olhOS - ccstas ou mllgas, por exemplo.
APARIÇOES

A crell Ça em cUlJariç6es:t - almas do outro Jl.IlmdO', JUIltasmas


e luzinhas n ccturllas - ou em cmedos, - vultos ou .. gravultos • . som -
bras e avejões _ está. ainda e de tai modo, arrel~ada na alma popular.
que qu ase dltuiamente nun s e nout rcs se Ouve falar , COmo se fosse a
coisa maiS n atural deste mundo !, . ,
A exlsLéncla de tão velhas CO!tY:) supersticiosas crendices não
ccnstitul, evidentemente, ncvidade par<1 G'5 que lias lt:em. COntudo, fa -
lando nela3 e reg!!:ita ndo aqui as de que temOS C'u nheCimcnto, julgrunos
contribuir. cmb'Jra medestamente, para o seu estudo em Terras d :'
Baixo Alente)':).
ALMAS DO OU THO M UNDO - 1õ1A~ TA S M AS
F. L UZ I NHA S NOCTURNAS

T ais visões , :>C\.:lIndo se a crcdit.l. ap;II'eCClLI a certes in dlvld u o~ ,


crrmlcs em quc vt:1Il a es te mundo a R al m a ;;. datlll e l e.~ quc de ix aram de
(!l( U,1.ir . cspl ri t,:) ~ . dl'sclI /d l::cs.o f/I!(' v tllJlII'ifllJl /lO cs/mço, Scm t l!rCm cn-
badu JIO Cel/ , quer porquc, CUI vida , deixaram de CUlUjlrir certas pro· 9S
",cssas, quer p'o rque IllW expiarnm ainda tc ~as a:,
suaIS CU~as ou, após a
m'orte, se lhes 11[10 J'ezanUll crações, nem dI sseram missas ,pelo se u eter-
no des-cnnso ...
Note-se, contudO, que est~~ aparicões Só são v ista s p;)r Indlvl.
duas Que nelas ak:reditam porqu e - interpreta o'J}ovo - a os -90bres es-
plritos, (OlmOS pelladas ou almas errant es, cuja única missão é pedi-
rem OI":l('Ocs para se p m iflcarcm l. nada aproveita ria dirigirem-se aos
II/crédulos que, amaldiçoando.os, por ventura tornariam mais atrozc-'J
ainda se us sofri mentos ! ...
N:1 edição do _OrOllde livro de S. Cipriano" d e que já atrás ta-
IRmos. encontra-se o seguinte aviso:
<l: Quando vcs aparecer uma visão não a escc'nj urels pOrque então ela
.. vos amaldiçoa rã, vos impeçard em todos os vossos negóciOS, e tudo v~
_correrá. torto; recorrei, ·p orém à oraçdo pelos bons espíritos porque logo
_aliviareis .aquele mendigo qUe busca esmola, ,p elas pessoas caritativas.
_Olhai, irmãJs: o diabo poucas vezes ,a parece em fantasma parque
-os demónios eram anjCs e não tém corpos .para se revestir; por is ~ vos
_recomendo Que, Quando vlrde.) um fant.a:sma em fi gura de animal, então
4"é certo ser demónio, e deveis esconj ura·lo e fazer uma 'Cruz t. Mas, se
.0 fantasma for em fig ura hu ma na, nâ.o é o demónio, mas sim uma alma
cQue busca <alivio às suas penas, ...
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... .. . ,. ... ... ... ... ... ... .. . ... ... ... ...
«Feliz a criatura Que é pe rseguida pelos e2plrltos. porq ue é certo
" e~ a pessoa ser boa criatura., que oS' csplri t os ü perseguem para t]ue ela
_ore ao Senhor por ele:., Que é digna de ser ouvld l pelo CriadOr. E' por
"esta razão que uns são mais perseguidos de fa ntasmas. Ora há mu1t::>s
"esplritos Que não adoptam o sistema de aparecerem em fanta smas, mas
caparecem nas casas dos seus parentes, fa zendo de noite, barulho, ar.
«rastando cadeiras, me:3S e tudo Quanto há na casa; um di :! matam
_um porco, nOutro dia urna vaca e assim COrre tudo para trãs naquela
ccasa, pCr falta de In teligência do.) habitantes porque se recorressem
clogo às orações. eram livres do esplrtto e eOmetlam uma obra de carl -
. dade,. ...

Sem duvida, a leitura deste livro (Infelizmente, tão conhecido,}


da'l cam adas populares, Que o guardam e veneram cOmO colSJ. sagrada) .
tem c o ntrib~ldo para aviva r a crença em semel hantf"s ,prâtlcas. espef,'i-
tunda a CUri Osidade mórbida da s mul tidões, cada vez ma is an sl()~as por
desvend~~ os mls~rlQ.) ~o A~érn, )leia." Chamadas cMl/dos O::UltClS • ..
. S lr::ms.crlçõcs relias se C:lI1cllll (11Ie também os mCl IIS espi-
Tlt o8 costumam InCOmodar 03 pobres mOrtal!t...
. No . meSmo livro fOmos enco ntrar capit ulo espf'f'h\l tr:\t ~lI\(to de
e:>lJfntofl uwbO/ fl:o$ Il ue h I '" .
I C~ 11 "1/1$ CII $IIS CUm cslr()/I/!os e remédIOS p/l r(l
08 evllurf ...
Aqui. d/·!lll ll\ d e se -'" fi .
1"'11"0
.... "
'' ' ) lille II I !-\IIIlS aIII"filia
" ' " ,,~.>u
" .
r _ler delll()II r; l.rado a e.rperu! /l ci a. , (o
. 1 ...,tlt·.~ C c'L1'i"rS sl\o Infes h d os por l'sph·1 os
que aI; IIl(julutalll COm ('", tr , ,,,. " . ,
da lli:>tO rlo • no.,.101 I, !1/"1;\l lId{o li/I.' upa rlções . In voca·se o t e ~ tc1UlIllho
Jmr mui gntvclI auto r e, a •
se 'a tic rUIa. '
tlldo talh.l m exemplos rcferld:Js
Banto Aijo>l tinho (Clfl/lei fjU/.1tl l>e n !l.o deve negar o devido crédito:. -
e fte D eliS, L. 22, Cap . VII) , J oão DIÓ.collo (V iU/I
de s. Gregório. Cap. LXXXIX). Plutarco (VicIa de Dionísio Ciracusano)
e tantos outros. Que não va le a pena enumerar .
. .~ Nã~ admira. PIC is., ~l1 e. Com semelhantes leituras e com ° que rt
trndlç~o 01 aI ~~i tranSl1l1tm'::lo de geração a geração. a crenÇa popular
em 1o.)lS "aparlçoes). se enC'o ~tre ai nda mu ito espalhada pelas nO';sas aI.
deias. com? ,p elas Vilas e até ,~elas próprias cidadO's. Em algumas delas
ISã.O conhecidos casos de Illcra.dlaS Que nâo encontram inqllillno porQue-
segundo voz. cor,rente - nelas aparecem fantaSlllas e 'O utras a1}a ri çàcs
que Ip ela nOite adiante , incomodam tc-da a viy.inhança com estrondosos
rum'Ores ...
Cont·a ...se até Que, por idêntico motivo. o filÓSOfo ,AtenedorO
C'Omprou, outrora, em Atenas, p'or Ibaixissimo preço, certa moradia , que
ninguém queria habitar (por nela aparecer um fantaSma em figura de
velho, com aspecto eSQuálido, r.osto macilento, barba COmprida, cabelos
arripiados. mãos atadas C'Om cadelas e !Pés ccrn grilhões que arrasta-
va) ... Quando lhe apareceu semelhante visã:), o filósof.o, correspondendo
à lSua ch amada, seguiu-a até 10 Quintlal <la casa. E tend o a viSão all de-
saparecido, mandou o filósofo cavar a terra n o dia seguinte e nela en-
controu Um cada.ver amarrado com cadeias e grilhões, tal como lhe apa-
recera o fantasma· Dada sepultura condigna ao corpo encontrado, a
apariçãO! nA'O mais toro'ou a incomodar o filósofo Que tranquilamente
,pOde disf·rutar a casa adquirida 'Por irrisória quantia! ...
Como -este caso, referido no Livro de S. Clpriam.., 8.;lon tam-se.
às dezenas, outros ocorr~dl :6 em muit;a!.s da'S nossas pC'Voaçõe~...
Entre nós, porém, cam mais frequênCia eles costumam atribuir-
-se a acção de bruxas ou a almas do O'utro mundo, Que vêm comunicar
CCrn Os Vivos (para destes obterem certcts 'favores' ou graças, pelas qua !s
se p~m toroa,r merecedoras do descanso eterno.
,A fc:rma por Que se manifestam , revestem os mais variados as-
pect'os, como O denunciam as opalavra.9 que servem de titulo a este ca -
pitulo.
A opr.opósito de cada aparição fazem-se os mais absurdcs COmen-
tárics e o m istério de Que são rod ead ~ s põem uma povoaçào inteira em
alvo~ço, ; tbdos querem ver com seus própri'Os olhos, observar, ou~r ...
No rosto de uns transparece, .nor vezes. a dúvida. a, espectiltIV:l,
o desej o de desvenda r o mi stério!. .. N ::> de Olltres , há visiveis sinais de
terror de t,ragédia que não sabe como evitar~e! ...
, A alma do outro mundo vai manifesta r-se ." Tod'os os presentes
.<;uspendcm a re.'iplr,9.ção!." Já se OUV(}ll os primeiros rumores no te-
lhado .
'''A quan~, e.<;ta rrccidcs de ]lavor, \Se põem os cabelos em pé ou
gela o sanguc nas velas! ". .
O wm to t:ZOflC ) lá f.O ra, as pedras ~ /cT'1)elll ) no telhado, as port ,l~
bÕ.! tcm, .:s móveIs mud •.lI11-se d'~ IIIll Ipara ':}utro lugar - que tudo 1st
'O uvem e vêcm muitos> d os espectadores! ...
E' prec iso enfrentar a SIt UH('ÚO , vencer o tremor c .. . crequere",
etlnflantc:
f: SC és ClIII/a elo outro mTCIulo 97
eu te rel/lwiro que me (li!Jus
Q1Icm ês e o que qucres pOrque
ell te larel , se plldcn.!, ..

Se o "requerente) r econ h ecer na ll:apariçâ.O) qualquer do/unta


1Jessoa cle falllflia-como. geralm ente, 'acontece , e ~ to porque as sÚpll.
cus feitas nestas condições, nunca deixam de se f atendidas - dirá. sltI1~
~)leSl1lcnte ;

"F .. " da parte de D eus t e req uêrrJ:


diz' o que qllcreS)!, ..

E {) espirita cIos mortos laIa .. , conta suas mâgoas ... diz c 0 '1"
devem faze r os parentes. par a que possa descansar o se·no eterno d\Js
Justos ,..
l'C'dos os presentes, comovidos e contrltos, r eza m, entG.o, por esta
alma errante:
«'8 11. 6 alma cristã, que andas a expiar tuas faltas , sal. des te Mun-
cdo! v ai. 6 alma' cristã! Acabe-se o teu marUrio ! Vai , em n ome d e Deus
"Tedo P cderoso, que te criou ; em n ome de JaslL-Çr ls l'.J', F ilho de Deus
eVivO. que por ti padeceu; em n ome dO 'Spr ito Santo!, Que te comunicou!
"Ap'a rta-te des te luga r ('O u deste cor,po) aonde estás p,'J"rque o Senhor
et' arrecebe no sê' Rêllo e te dá lu gar de descanso- e gozo- da paz eterna ,
en a Cidade Santa d':l' celestrial Sião, aonde o l ouves por tt dos 03 séculos
"sem fim. Amcb ...
Escusado serA dizer qUe 0'$ edesejos) di> mortQ. Que acaba de ma-
nifestar-se (as pK:messas que em vida deixou de cu mprir ou as missas
(;OU eSmola.s nece&;:árlas para sua salvação), costumam ser cbservad05
com o m aior rigor e sem perda de templo, ainda Que par a tan to. seus in-
termedi Arias tenham 'CIe vender tu;j!J quanto possuam ou até mesm'O' de
empenhar-se e sofrer as maiores misérias e .prlvações.
São multas os casos 'c onhecidcs na maforla das n ossas povoa -
ções. NAu vale a: pena n a rrA-las isoladamente, porquanto, COIIn mais ou
menos .pormen ores, todos eles vêm a dar n o mesm Jl, todbs têm a mesma
origem ... a meSma cau sa e finalidade.

N ;::s caS!>i t mt.ados, 'S ã o lOS mortos que prdCllra m os vivos ... para
deles obterem favores. Mas, aI) 'q ue parece. também aOs vivos é dado
p rocura r os m'O r tr.s, requ erer a sua p resença, fa la.r.}hei'. A ,,,es a -de-1Je-
-de-galo ... é a grande intermediária! P or ela e cOm ela se es tabelecem
vcrdudei ra s conversações entre vivos e mOl'Ws ! ...
Quem nas n ossas a ldeias, n[í. o as~istht alnchl. ao patétiCO espec -
táculo de ve r sentados, e m volta de meSa de um sO pc e t ~lIn po redondo.
ce rto n umero de Indlvlduos, cre11tes e m tal mk-;tificl\l,'t\o, to j'~ 6 de m:lC6
estendidas c Com as palm :ls a tocar, lil/eiralllel1le. o tampo da nH'sa. pa-
ra qu e esta se ÍlH:lhle para Ull1 lado '011 para 'Outro. dê uma . ou vã.r l;l~
pan cadas, conroTme as r esposta!! às p c r~ ltn tas quc U1l1 d o ~ cll'Cu nsta n-
\.Os faz uo "lIIurlr:'l. co m qucm !CI cs{!j a f~lial'?! ...
P ois tudo Isto <': e p odc obl,ervar ainda n all!II111as das Ilossns p.:l -
voaçõCs, ganha a conrianc;a dI.: um cer Lo sc(:t or ti" l<lcall!<t:1s que co-
98 munl\:UIIl do credo es pirita ...
As lU,Z inllas nocturnus. que aparecem aQUl e a lém e vagueiam
toda Utn~ nOIte. por esses 'Campos, na..'O são mais que espiritas errantes
a cumpnr ..seus tristes fados! ...
.Recordamo- nc~ de, cri~n ça ai nda , ouvirm'o8 falar em um a des.
tas ltlzanha~ que~ d~llant:e nOItes seguidas, longas nOites: de inverno,
e desde 'O por-do ar do-dta 'a té a Ol romper-da-manhll, percorria o Mon-
te-do -Serra, a.parecendo, <Ira aqui 'ora acolá, ipaTa se ocultar em seguida
e aparece.r logo, noutro JY.:'ll to, COm admiração c surpresa de quan too
diziam tê-la visto, Que, PO,r certo. seriam m ais de uma dezena L .. E Os
pastores andavam ~larmad'Os. t alvez nã o tanto p~!Tque receassem vl r-
-lheS da «~uz> pre j l1l:,o ou maleticlo para si 'OU para seu gado _ crê-." -
Que as lwmzhas são b~ns espiritos - mas antes porque pOdiam t.er fartes
razões :para suspeitar d e Que, ao me nC'r descuido ou ao ma lar excesso
de curiosidade parr seguir a mesma, lhes levaria Sumiço uma 'O u mais
cabeças do rebanho!. ..
<MEDOS. -VULTOS (GRAVULTOS), SOMBRAS E AVEJOES
São a.,ssim In titul adas certas «aparições, noctívagas, igualmente
fr equentes (sobretud o nas aJ1deia:s., ond e faltam a iluminação e o poli -
ciamen t o n octurnos), e a Que não Queremos !I:l'eixa'r de nos referirmos.
:Nas lcngas e sombrias noites d'e In.verno, (JS medos são o terror de
muitas das n06Sas pov.oações 1. ..
E' enorme :a variedade de medos 'que apa recem sob a forma de
vultos ( << gravultos ) . de sombras ou d'e avej6es ...
Em todas as pov-oaçOes ha. Um considerável numero de l1 abltan·
tes que diz .t ê·los visto, ouvido ( 5 seus gemidOS ou gritos sot·u rnos, se-
guido na sua peugada ...
Trata-se, quase semp re, de um ou outro maduro que, por estar
«cego de amor es ' , ou por querer estupidamente, divertir-se à custa dos
seus conter ra.n eo ~ , se veste de negro ou 'Cobre com um lençol e, Quantas
vezes em croupas menores" .perC'vr.re, d esca lço e de -gatinhas, as ruas do
povoado, gemendo ou dan do impO's, arra:~tando O':ílTentes de ferr:l pelas
calçadas ou arreme:ssan-d~ pedras ! ...
Todas as n oites, à mesma. Ih ora, ei-los Que !Surgem, ora às em-
bucadas das ruas , ora nos largos e p raças, no alpendre d31 ig:eja .ou à
porta do cemitério, d_c-nde, em seguida, desa,parecem quase nllstenDSa-
mente para, I'c~:1 em I~egui d a, reaparecerem mais além .. . .
Conhecido o aparecim ento de um med o, a, notiCIa espalha-se
ràpldamente entre a população! . .•.
Fazem-se mil e uma con junturas ,p ara se oescobrlr o 'f'nl~ma ~
Uns eSp reitam-no' de dent ro 'da própri a casa, esperando a pa.,s.'lgetll pel
rua; eutros, mais afoitas, seguem-lhe as pisa di\s, ,tentam descol,ri-lo.
caçd.-lo etlmo por mais de um a vez tem acontecid o ....
,E na verd".lJje contam-Se aos )mres 'Os que, '1)crs t''l{uid('s _ '
se tt'-UI
Visto em' calçuS -1JCLrd/;S ~Jara e.<:c.l parclll üs nulos oe a l ~uns pOPl~l a ~e~
ln UI.') auduciosos e resol vidos a dcsr..(l br lr o Jljistt!rio ele t fi ?- ~~t rav~l~;~~laeS
dlKre.ssôes n oct.ur nas, levadas a cabo cm t.:\o ma Cabra::i C ll C Uo.s: '
cmllo as qu e deixamos 'descritas. . . . . . -o
A l1çãO, w.J que parece, '......" 111 tl.! )!-ve.t
'V •',d o a muitos, pou jil va 99
tareando ma1.') us uparições' dest.a natureza!
Para en~crra.r oom ccha ve. ~e ouro» a série de maca.bros cortejos
de que ocupa ndo, permlh~o-nos ~ransc rever de cA Tradlçã6»
n OS vimOS
(Va I. I. pág 161 e seg .s ), com a devida vénia e em respeitosa homena_
gem àquela Que foi in slg~e Mestra de Et~ogra!.~a , consagrada romanista
e l usófiJa das mai s dl stmtas, D · Carolma ,Michaelis de VaSconcelioo
gr;\ude parte dOI seu ar~lgo, lntitula.do cEstatillga? Estatinga? t (75 )
curioso a todos 03 W1ulos, quer para etnógralcts que r ,p ara filólogos, e em
Que se descreve o ql[e, em terras d fr Norte, comO! nas do Sul do Tejo, é
conhecido por <procissc1.o das almas' ou ccorte1o dos lIIortost.

«l á viram Wuolalls J Iccr? das wtilcndc Herr ? o exército hravio,


na forma alem/m/a em que a velha concepção tia mitologia germânica,
meio dissolvida. e com inlil!ração de pormellores estranllOs, persiste na
• Ia, .?
pem,nsll
O cortejo luglllJremenle furHástico desfila sempre a horas mar·
las , nas Irevas e no .~i/êncio da noite, enqllanto os sinos vão repetindo
monótonos as do:;e badaladas.
011 enlão nas horas crepusclllares, ao toque d'almas '(às Trinda-
des 011 Ave.Maria s) . qunndo os morlws começam o piar e o morct"go
alra vessa os ares, adeiamlo em torno de ermidos solilárias e torres de
igreja. Não só no adro, lias cemitérios, mas também em olivedos e
pinheirais, nos monles e nas eiras elos lavradores é onde sllrge com mais
frequência.
Sítios há por onde passa 'cada noite, mas estes são raros e de-
pressa se tornam desabitados. Em outras f)artes sobrevém reelllarmente
nu. solene vigília de tor/os os finados (1) 'qual/do - Mundo "patente -
os manes voltam à terra. Mas em. geral a ap'7riçr1n é completamente
imprevista.
Compõe·se de vultos milito altos e muito magros, vestidos de
branco, - verdadeiras avejãs (2) ou ahalesma s. _ entre flS quais de
longe em longe se deslocom IlfIS VIIIIOS pequeninos e vaci/anles.
Ora siio sele, ora nove, lIIas por via de rei!((t infinitos: lima
turbamlllla lle fali/asmas vaporosos qlle des!i:;am, m~l tOCl/lldo no chão.
Tmlos segllram , llIlS II/(ios que ninguém lhes auisla , /u:;es acesas:
tochl1s, bruf/flües 0// ('!IIIfI/'ir/s. Algumas '1I(':;es a illllllil/(/~'iio é de ossos
ardentes.
Quem os fJlldl'He lIIirl/r dt~ / wrlo 1"I!('ol/},('('('r;a qlle ruI/Ia 1;;111 de
('orpúreos, sCl/do IIII·rfl.~ sO/IIIJ/·I/.~_
1~51 - Por OOI1\'c nli:nc!n de OOI11I)()S.il;:lO ti)lOl: ll\flel\ ~ 1"" j!ijO. nchmlizou-se
• orl.Ogrllf l ll d<'f;le trabalho Q1Jé ê dl' 1899.
- "'5 n otas Iõt'I(UIIlIA.'ti. l.'()/II uova '"wlcra('l'io d."\'l' rn _Sf' li )X' na ck\ p."eClaris-
I!!ma .... 110111 do I rnbalho flue e~larnOll InlnScre\'<>IlIto'
' 1' -1 a 2 'de NO'·(' mbro. .
100 L us. lIl . ' :~~Vj$h"'''$ .. / fO/JU~/""f" . _ Sobre 1\ h istória dn pnlllvl':1 Vt'J:l~ R I' \,.
A A/arte, cm forma de esqueleto, capitaneia '(ne _
'/ " ' m sempre )
hnsfrs SI IJ II C/ OSOS . os nlllll os , (3) como diziam os ' /,'
($_"15 ' {!, rego.~, ( w':re.
tomeI/fi" .
Efllre os delufllos vai sempre 11m II; VO / Sl o é .
. _ .' a I mo{!cm. (I Vlsao ,
dt'
/II'!",, 'íW f'1' • •
,'Ii
lima p essoa a/Ilda 11f10 falcndrl mos • •
5ellle fI("IflfIfI 11 mOfo

rer, Conquanto o Sffllslro• agouro em cerlos ruws " e /(l((Ie. O


r('nl,

I"
ma mais prolougado e rle sel e (lnos.

esquife.
I', "çe. .
Os que l1I(1rc um1 fi rel/le, levam (l. figura do cOl/denado num
" _ .
POflqlllS~I1110S $0.0 os que chegam a distinguir-lhe "5 f eit;ijcs.
SI'''lIfulo UIlS, 50 as lubnga quem os 11I0rtos querem que as veja. Segun.
doO o/llros, esse privilégio perlcnce a pessoas predestinar/os, ((que têm
lima pala vra de menos 110 baptismo ») '(sic) .
Ai de quem encontrar o fúnebre préstito no seu caminho, ou o
rir passar dearlle da sua janela.! Há quem afirme que o aspecto por si
só é pronlÍ.ncio de fim , ou, mesmo acarreta morte in stantânea. (1 5,]0 os
morros que o chamam )). No entender de olllros, para que o prognóstico
se reali;e é preciso que se extinga uma das luzes, ou que os ria procissão
balam à parla da pessoa que querem avisar.
Cada um sabe como cumpre proceder ao encontrarmos /lma po·
bre alma, perdida e penada, que ollda só e senhei ra. (-I) Embora e/a se
introduza na nossa casa pelos sótãos e se apresente nas formas mais
assustadoras, arrastando grilhões e arremessondo pela chaminé pernas.
braços e caveiras de corpos /wmanos. basta encararmos a/oitamente
esse Medo, e pergu ntar.lhe. vencem/o o nosso tremor :
"Do parle de Deus te requeiro. digas o que lj/leres. porque lar-
·se·á. se puder ser.»
Ou elltiin: I. Do parle de DeliS e tia Virl!(''/1/.Ma ria, se és a/ma do
Oll/ro mlindo, dize o que ljueres. ))
• Alas em /r('l//p dos lIluitus, esle meio TIIin é rãlido. Os mor~fI.~
:.tI a sUf.:rudo s • f' IH"('('iso m "a l ri.los ("0111 mflito n;"~pl"i/o. St>f/lIO el,'s ' >In·
gll/lI·SI'. Niio é In"III/"lIlr' dil"igir./lws (//~1If11(1 I'0lo l"ra (5) . l/!'tI/ f1w:'tl/O
'f',I /HJfl dl'l/do U Ij/I(l!tJllf'r d,u "\"II/lS pt'I"glllllas . .411/t's. ,.irar ("o:,las r d"I ,lor
flu-ssur, sem olhar /}{Ira Irris, ('t.dl!lIIlo li II{/,~ "WI ///I//Irlll l'/Irro.Hl/lldl'. Ot'
'''""I t".~·
. , .. ""/I/() r" ro , (f I tlf{WI 01/ nflllflf{' fI/ ••1.."10 " . , ,1"/I:fII
.\1 I ,'" I • •~I'm '//(I·rt'r. dt,
(1'~/ru,',1 /I UU I'/III / II' / O. SI' /lIl1ll1r
. 1/. /1fOI ·I' - . 11/
.~ "~/I(I . ,rI '" I / v
.. "". .""1'/'/(1 0/1 fIO•
'
"'111/ 1>" ' ,Wlfllo ' . /'IIfI/llt, 1'11/'Ii, /t· /·,,/ll/rlr·sl"• •11
I ( "('1<: 61"011/ o ,~ SI'II.~ (J'"1, "tOJ
11111/'
do •III 'lO " / I ' .. I ' " ,) " I''/I/i 1"III'I r (l
11 { /' I'S 1111111 "II :;, ':''''111111" ("0/110 () 1Ij.; /t I a 1111/ (.

~ ' 3) -·" lllr.·, 11101"11/; IIlIiu 1/ 1II1' I ' or,·


' ''' ! ~"·IIIt"
H'J _ p " ('x .
I,.a _ "lll~ularll."
!>Nl!n!.lt> . I! II..'tõ l umel
II/1I1/{'I"O 11/1111 (luam
'O,
Ignoro qual li pem"êncía que ne.u a conJuntllra .se impõe •
- QOm·
cal/to. "iMO (!lIe li ;norcnle li (!'Ie ta I, afletltura. aconteceu, .'e .solvolt p
,,.r (I;orlhmlo. :c:,a",~o. fi? pé tia campa de .w.n. mm/Tinha. Um Ijni~:
r.~W'd(1llor O/l/)/II -'/(~() S:l se, bc?, 0/1 ma!-os fanta ,mloS sfdmo,[carem
'ITI .~ ,'('nM .~('m une.H,a , lfllnropnos da lns/(! e sobrc"(~r.llrol COT1Jf1alllla.
'(ti) Alais flall1ral sena se lhes p('rlellc('.ue~" a/plintos rlmns que é praxe
freilar fj/I(lT/({o se quer melcr medo li algllem :

Q/I(l1/do éfftmo.~ fJivos


Andávamos pelos caminhos
Al!om que somOJ mortos
:4rulomos pelos barrocos.,. '(7f.

'011 outras semelhantes.


Na bela Coli:;a. f(1/1/osa pela puíx(io e pela arte com que as SilOS
filhas clIltivam li mlÍsica e li t!rmça. os mortos formam rondos e enfilei-
rflm-se 1/(1S core ias IWt'lIlTT/(U da_~ hruxas. rIll!iga s, lurp ias e chw:honas,
Pela co ml),m]'ia, sllspeito não serem mortos, mas afiles mo rta!", essas
aéreas boi/ade iras.
Em. terrenos palltal/osos /os barrocos 011 hai<1cas de que .f(lla a
cantiga), assim como em. carreiras muito estreitos e sombrios que nunca
secam, vincados pelos prof III/dos e encharcados cortes das rodas pesa·
donhns do patriarcal carro de bois, em vez de vultos divisam.-se mllúas
'llzinllOs que correm. e saltam. nllm rodopiar doido de fogueiriflhas , foga·
r110s 0/1 candeinhas.
E' quanto sei.- Mas não! ainda há mais. Quem passar o ver';fI
no cam po pode mesmn de dia presenciar espectáculos parecidos, está
claro que muito menos fafltásticos e aterradores .
. Empinando ~ sol, fias horas abertas, quando o grande Pan está fi
dorm": levanta-se (IS vezes. illOPÚ/(1,[UfI/('IIlp _ de preferência 11(1$
encrll~dh(/s - 1111/ fOl:t(' rt'd/'T1Ioil/ho de tWfltO: balhor in ho. horhor inho.
!,/·r!,rllllro, lH'i';'o )lrilll,o
.
(76) . N esse Cll.W, b(m::'("l/lo.1I0,~ (' ( Ie!pIllS 'I(e lima.
devota e IJCII I!/u'a ('fllI/'" , -, S C I I Ab' '
. I " - nt{f/O, anlo nom e de Jesus! .r e lO. . u'nun-
CIO. Val.II:, para iJIJ4 'JIl •
II' "'" 11:11
I as Ii ~ lra
' s I, ({'IJ('lIIn.~
I '/ "a
,Çe'gIH' o ( '(1m n "',~ ,
ol},~p.rllalld" elll,/(' tiS /mll ' / / /
. , 1 / 1 1 /(I.~ I' olhfls tI.'ltrr(>tmlfH Jwlo "I'flfo ort"m
rUIr, 1m ('(!rlr'::a di' f/'II' {-I' /. . - .
fI fJIU' 5(' ( ' (111/('1('/1 f/lllllf/lwr lIIolt> IC/O Cl~rllrtO,

'61 ·-0'1' I//m/l d icll l""'a


Tf)C(, . ",,, 1lt'$J(l r flll" .
~jl:l '(!M ]>edr,1lIO XIV <rll ... (.fte!)
'7 ' - l.eil .. Cf' V",...'(m , ]), 35,
d !frlos iPrtnJ:t liH:i OI , • r~ llOll, Trudiç-t'it-", ,p . 2'95. _ Colhid as no lujl'ar de 0011-
'7fll _ No IIn l:o;o AI
102 pr~,: ~o. para que dt'b"I)U ..,~.~,l'J " o l)Ovo Ch[lJlla.Jhl' .~"II";I,,/1U (' {1I 7, I d"llli~:l Inl,
lIe inrum[,c sanar,- esrá i/cm vÊsto, em caso qlle resolvamos rcmir a
~//II(/ (l10,.1I/('fI/o,{a do IIIlIljei/or fl'IC ns.~illl I/U,ç lulo (' implora. (8 )
'. Ajnda 1/(10 011/1; ('oT/lar qu e fl Morle e (1 .H'/I ('xérólo aparcres-
.',t'nI na pe nínsula IIIulI/ados I'TII ('or.~i:i.~. '1/1('1" brflllco.~ qller flegrn ,ç; nem
que os m;olll l'llll " a SSem lIIolilhn,ç de ciies UilHlI/ks. (Y ) Tai.s (wré.w:ifl/()S
,1(' /f'rr(/ s sl'n/o prúprios flJI('III1.~ dos III1{w/vsid'lflr'S fI/ín/iCfl.~'! N II ,Ç ('SllI'S-
$(/ .ç /lorrslfIs dlt Germâllio (' ri" lúi H;" . os ('/eil o.~ dr. .wio q//fl ,çe S(!"'. IfI;
Jl((' (('fon;mJos por e/eilus (I('IÍ ,Ç/ÍI'O,Ç. ftflll('lIdo 1IIIIIIIflo de f/lírlo .~ : eslro·

[1ff1l//l Ile cova/os, (ar/ror de cri(:s~ lJ//:iflas de ca~'(ld"rcs, e vo:es ,çnbre·


1!II",(1I11I.~. Uma caçada ill/erl/fll - di e wilde Ja gd - cm vez de I/l1Ia
proci~sio (·0111. todw.ç, ClllltOc/Hio c (mi/ado .5. (10)
Foi cm. Vale ll~'rI , /)Ulltc de Lili/a, Gllill/urâes, Br iteiros e Vi .;ela
(.1 J); ell/ La vadores e S. CristÓVlio de Ma/all/ cde, em Vila 1\'0//(1 de
Atlços, CII/ Mondim da Beira, Vida;s e Cada val; em Urros e Freixo de
Nllmão onde se colheram nolas portllguesas soúre oporições de de/Iln-
tos, fogos fútuas e úel/borinhas; e é provúvel que ainda em ou/.ros loco!i·
• Jad es não exploradas haja rica messe. As hispânicos de qlle di.~ponho ,
são todas provenielltes do Gali.;a e elas AstlÍrias, Nos planaltos desertos
de Caslela apel/as se lembram vagamente da.s m/lltidões de a'"/(Js QlIe
• lambém por lá andaram em dias do Cid e do Com/e FenwlII Gom;fl le;;;
mas a memória estú lão oblilerada qlle o nome antigo do exército fim;·
~
,. lllrno sõ se emprega em sentido figurado, para injuriar q/lalq/Ulr e:>Ju·
lermo alto e soturno, gera/meti/e do sexo feminino.
!\
E'. pois. fias zonas setelllriunais e ocidentais da jJCflín:wla, em
g,.ral as mais ricas em restos de vetustas crenças e sllperslições belos Oll
Cllfad. prísli cu .~, IJlle se conservam e contam casos reais, tradipies e lefllllls
r' relllJi,lUs tis crel/riu u que alllllo, (1 2)
.,<
As a vejás, os fogadlOs e O.f 1lIIlIlOrillh\llô; seio, COIIIO disst', :11m;."
.111 outru IIIUllllo, .. lma s penlid:ls. :dnla S )leu.ul'ls ••lIm:ls c lT:m!t·s : 1/ $

I:ln .l i'> e (JS Ic!Ulun'''' lia NU/I/(l gl'fltí/it·u. E S/lÍr itos '<jh'J"llfl'1 i;t's " fie j.H'(·U·
11o " ,!! (u u,..o.;I ige C e i:,;lar) IJtIl' Illio IJtJdt:/Il 1'/lIrur IIU céu 1/1'/11 súu wlmiti·
' 8.---&· u HlÕ crença !o~ 6.1111)1<"111 vanant;! dto outra Wenn{..l ic.a.. :L Q.~ nu. ..s
a.bIl lxo m., ro:l II Q • •.cr:a n llll5 lUulIml () co nJUI·o V<II-/o' pw·" VII U., ('Um,·, /.., k ,rus.
tom a \w,;;.o a roubO.,; de lO".rD.. IlrIlIlC:UJo,s 11<'10 ddlllll v.
,ltI~r", . l.Q(I ;"v La . qut' ulII.a ~llna ''''L1 I1(1.:1 .. ~,rl'(" .. na f 'lI . d<' .",, 0 pr.·:O
I lIfIIV'J 'H'Uro),
, I(H Ot; OII.1 U<."ro r d ,..; A~ \ " r l".s IIIU V." ......, nu Cl "h1.il.'. ",ao n;·l'lu....':i I' à':<'Il '
\<c Q :;.& UU\....... U..,. oe eO'T< ·~I ... nd<·1Il ~UO; " ·"IP<'sl",u d.'" 0"1,,,,,- J,;m .....,.·11111 .. \ '01·,...-.:11·
".... •• "' , ... . :oJlIl" (lQ . ·X(UIll .. III(. ..... O nau .."I ,,,.. "";t O (;.." ...· m \IU .... O ' " I,'UIO;>. I ",'n.!o
'." II. I."" ",. n um:o ""\'1'111. 011(10' "Ia I......-;;.r O ar '·u m d u '·'" ·W'"Ulill.''''' ',\"Là..I <.Iunv (I<'
....... •." '<': U·. 1"'1<'. I 100 ti 'J W"
• II • . ....(.J<I 01" 10" , .. ... lII u . hOI... j,WIlIII I.jU..- 100:.... ' ·. ... olln d 05 P<'''' ",,~rol
d"y.<:>b' ~<I<'" d a CIII"" .. 4 ' Ur. ','" ·''' "", .. '"0''''' IlOti . v •.., I.. n l OU u luru.urlol'n ' ''.

" ~ . -N ........." .. . · ~" "" .oon,, '"'' ,"('Q"i ~,· ... 1L(' ,"t ::;U",....'"
"' ~ ,)o," 1l do- ..,,·tir o .... 1,"..11 ........ . Ua l•.,,,,,,,, Aa '"r. .. .. C"I\ III OI " • •
",I"mou ....-r ,""4
_ to: loda l" 1l n'"
; ~ .. ,._ ar_ • pen'.\A.'llC UI. Oe ÇOll\U""'~ IlII Utt ... em. . . M!'UI,·.L 101

"
dos (10 purgatúno. (13) Uns porque 1/1/0 IrJrall~ !t'radc~ ri igreja com
acomptlnl/flllleu/o de /11/1 padre; O/llr05 porque fII/() M' II/cs re:;arf/m mis .
.WIS. OS mais devem resli/uiçâo aM vivos. Algul/s deixl/rl/m Ilc CIIII/prir
promessas; O/l(.ros nno cOl/lessaram os sell.~ delitos ou deixaralll de
lI!cullçar perdâo dos que olel/deram. aparen'lIr!o por este motillo nos
próprios IlIgares onde callsaram faltas, e perto das peSSoas eis quais súo
/I eve/loras, 011 que 'hes derem indullo. O S('II IlId/;,-io é vaguear elllre a
terru e o céu, (lllIIl/ cir/llllo a morte (Ias 11;VO S. para castigo dos maus e
lII!moes/açiio (l os bOlls ~ mas prillripalmell/c parti q/le es.w's, por obras
rel{e/ll()fII.~ , lhes propor(';ollem rCIJlli c m ac!rfUalll.
As almas quc aparecelll 1I0.~ balb(lrillhn.~ stÍo de calTl/)eÚIIOs 'lI/e
cOIIJe/eram. (Ielito,~ agrtÍrios. (14)
Os !ogm:hos e os vllllos pCII'lI'rllnos repr(,sclI!all/ criancinhas qlle
morrem ,çem bap/.ismo. O"de III'/Ire('e", dlio·se ql/a.çe sempre fenas deve-
ras f'n/I'rfl eredoras. (15) II serdes p(fi.~, e se 11m tll'/es vif'r /1m dia ao
vosso encol//ro. lenlamel//.e, com P(/$SOS incertos, a moslrar-IIOS /J ,ma
mortallm:inha IlIímitla e a, sI/a II/:i,,/m apagada pc/as muitúúmas /rígri.
filas que cllOra,~tes, -enxlIgar/(lo os vossos olhos, a('onchegai-o conlra o
f IOS$O coraçrío, sem fiada (Iizer, para qlle o calor do vosso seio o aquente
e n,io mais lhe amargllreis a sua melancólica sina. (16)
O leilor pergullta, (Ie certo, porque e para quê lhe /0/0 de cren-
ças tão conhecidas enlre nós, e (Ie que correm. contos e tradições sem
número, embora extremamente monótonas e ({desmrtsicas)) (para empre·
gar o lermo predilecto (lo Miguel Ângelo porlugués,) - crenças das
quais os melhores lo/doris/as nacionais já se ocuparam (17) em livros
(3)-Dos qu e morrcmm em pecado martal. de morte violenta (por mão
a.lheia .ou como suic.ida$). não sendo ente tl'''Idoe; em sagrado.
bem dlVer$09---Cf. nota 10. .
povo narra oontOS °
. (l~ )-Em 'rn\s--os-..'\fonles ouvi dizer pu/v'rinho. São almas penadas, bru.
XM. jed'. cel ro $. \lue c.eles Jn.lllm. às \~zes °
diabo, ou °
Medo. Veja..S(>. P. ex. oRO·
"'lince do SOldadmllO, em Rev. Lus. II. 2.22-230 _ Leite ~ 104: P eurOGo X .
Cl5) - Tanto fom P ortugal como na A lemanha há le ndas e contas multo
poétloos sobre ° mesmo as&In~ e sobre 0$ anjinhoo. _ Ver ÇonsigUeri Pedroso
XIV. 18. - Com a$ n ossas Iágr:mas molhamo.. as a.sns doo anjinhos que. pOr ISSO.
n ão poo:k'm voar para o Céu. - As flOSSa$ IAgrimns salgadas são rerolhidas pelas
anjlnhos. n um a. eantarmha. com cuJo peso n ão podem. e Que transbOrdando lhes
t;;}t~::X~fI':: ~~~7;~;~~urns - v. Ormun. K illder uua JlallS_ Ma ehrch en e Deutll'Che:
06' - lb. Ach wie warm' ist M
(17 ) 1881 II
"A
""r_arml - . Mutter
Ach wie W!llm smd .. ,mn.. d e.
I :115. 237. 25;- _ F. A. CoelllO. na R evl'ita a' EtllolOQ ia e de Glolo/09Ia.. f"-'IC. IV.
188Z-J. Leite V:l.SOOI1.Ol"IIOS T l '''''n 120
143. 366. 373. 374. ' nu ', ~s 'POpulares de Porluflal. No {l~ . •
1883--Oorul@:lierl Pedroso Trad'~" U
v'.uno. \'O\. IV: _ ('SJ>eci DJmcnte ~a ', ..e$ populares vor/UI/llesaS na H.ev. Pl:)SI -
UI_ Iii. oom du as oontçl blliÇÓCl; fIn,,; M onO/,rral lQ &>b~ Almas do ou/ro j\J,.mdO, a p .
1883-Toolilo U ni"", Cotl S d e ~Lt.e de Vrut..'OnCellos.
I~ld O POL'o 1';"'1 10' Trad,,';O""i, do POl'O Portufluil _ vol. I. 1'8.
104 Flmerórla, c m P~rllj"al, de p . Ijl~~~~: 1, p . 221-226. <>LI lodo O cap. IV ; DO, RiWl
11/_ /11'/0 fi / '.~ /IIfI/lllfc dI' flf/ograjin rleue 1I/(lfIt . , . /' ,
II •. ' ' . . " " . • I.W~ (/f 1 (l.
de !I car jnici.
11/1.
,,1I/fI dos 111/1// I UlI .~ / (I lU US, das ctpl/('(wüe I I' I
• Y S e"U((l~ e (OS protl
l/III' i/llll/1fll1 reso , Vi! ,.. . , cmas

I lrillU'irulI/ cllle, I/(io lulo rias almas pCI! ' d· . I


1U1.~ II(/.~ l{'i~'ljes menos vfllgares .. ' a ,IS em gero • ,~as fl~-
'{ /. . e '~'~IS slgrújicalivas. Depois, nlng/tem,
f/l/f' 1' /1. S(lI)(I , se Ti' erlll (IS .wperSllçoes puralelas,' G" I A •
." . a a Iza e (OS stll'
(111$, /', ('/II 1/!rr'elfO !II/!,or, o men mlefllo //fio é registar novidades. De
f'1If'lJt/tro (10 II.'W, I'rt!ICIUlo , paJ.ellleo1lt!o a minha ignor"nc,'
. ' . . ' a, provocar
os I/{/(' Il1wrem lf/1le.~/lg(l(,o mais aprojundadamCl/le a liferalura e a
Irmli( lio om/. (l. qllc me ill/árIem a respeito rle 11m pormenor importante
I/IU' desconheço.

O crua é lJlle em. nenhum dos est1/dos q/le consultei, se acha


('O IlÚg llflf/O o vorúbll/o com ql/e os onúgos denominavom a procissão de
finadus. Nem o descobri na boca do po llO. Apenas o conheço - mal e
úllliredumcllte- de 111110 obra tardia, beletríslica: um romance de poeta
if/('ógn;t,o.
Variant,e da expressão indígena que em.pregam nas provincias
do Norte (I e EspordlU, e também empregaram no centro, a palavra eSla·
ti nga qlle sertle de epigrafe a estas páginas, é de importância particular,
pori/lle mo.sJ.ra, as relações inlimas de parenJesco em que as aparições
nocturnas de almas de finados na penínsllla estiío com o exercilo de
Wuotan: da s wiitcncle Heer da mitologiagermtinica. Tran s//Ícida, a meu
ver, emúora a palavra. fosse reduzida e talvez detllrpada, a SilO elimolo·
gia deu margem o (Iiscltssôes ,entre. alguns stibios estrangeiros, a que
desejaria. pór ponto final. , ,., .. , ,., .. , .. ,
Os
v~caúlllúrios verfllíclllos, sem. exccpçiio do Novo Di cion<.Íl'io
da Líugll a Portuguesa , mio encerram eSlalillgu nem eslilnliga. Apenas
no léxirufI do Padre D. Rafael Rll/teall (1716/ achei no vol, V, a p,
196,", s, v. lo\'i shorlH!l1, a seguinle passagem, dirigida não sei a que
en.lidude, rcul ou imagrnâr;a :
Di: Iwile IJIIU/ luhi,~lrflllwlII
Currei o jmlúr;o cm/lOrtJ
UlI amlui ( 't)IIIO Estlllillg!1
fJlfe ,WSSfI,~ pllrles s'eflnlfllra,
Ni1lgm:/f/ t l US t/f'jfl III' rlil/,
pois ,fI' flliu suis coislI úeJII,
flpllrel 'crem de (lia
as 1:0;$(1$ más e 1111; roi,çll,
Ccrto pod a ("III uru "Olllaucc (18),
' la , _ No I 346 dl\5 suas T,.all/~ QIlf' u-atu dos l.otllsh olllc"1S I
V~Ll,. I.rnm'CI'CV4l\l II. pnm~ ,,'... " 1.\II.d"II.. ""1Il a Illt"'fpN1\lI.r. ' L e te de lOS


:.} grafia EstJling:l, com E maiúsclllo, jacto de o próprio [ÚII. °
II>a/1 a deixar ir sem explicoçtlo (llgll11l(J~ e 11lf1is aillda. T/ão i"clui.la °
!UI S/I(J obra. mmtra úem que estaI inga lhe SOOl!(J como "ome práprio
peregrino. sell/ sigfliji('oção dara.
Na lalta de mais documenlos, é impos,~ível determi"ar se esta.
tinga é mero erro de imprensa, 0/1 delurpaçiio IIsual portuguesa. de eslull'
liga. illllentada ifl coII sf'Êenteme1/le por qllem pellsava lias cSl,íluas 0/1
imagens. sob cuja forma, as almas podcm I,orllar a este 111111/(10; (19) 0/1.
na e~t;Í llla qlle 110 cor/ejo vimos ligurando o i!/(/'ividuo, prerh~slilla"o a
morrer em breve; 011 ainda 11(1 e~ taJe,:I dos galegos, de qlle mais abaixo
dir!'i (I/las palavros.
Em lodo o caso esta lin ga , de cs la nliga é variaI/te do castelhano
est;\Ht iglla.ljll e prolJém de hll cstc anlígllil e significo cxercilus a/1lifJllus.
Para estabelecer esla eq uaç(io (alllo monla. o alltor do romafl('e ler sido
algum hispan;::anle do tempo dos Filipes, que adoptou o estrangeirismo,
lIaciona/i::ando·o: 011 então que o termo fosse colhido por um versejador
semi·popular, directamente da tradição oral.
ESlanligua, e"'plicado no Diciol/ário da A cademia Espanhola por
<wisõo O/I fantasma qlle se oferece à vista pela noite, causando pauor e
espanto )' , e no sentido figurado «pessoa milito alta, seca e mal rleSlida ))
não conservolI em Castela o seu sentido prim.itivo, sendo, como é, opli-
catla lwicamente a um só indivíduo, exactamente como no romance
porlllguês. ))

....
•(Um PSt lU!O crítico e comparativo Ile lodos os liSOS e coslllllles,
tOllus crf'lll;us e sllrwrsliÇficl, tOll/ls as prú/irus e rilos re/acioflados
(JS

I:om o morlf'. os mortos e lI/lU 0/1111/$, spria. pur('(·e.me. l'.\'/remallll!f/le


cllrioso e cOIll/ II :iria a pontos l/e v ista lnU/lIIl/e elev/ldos, Ilfllrl!.(//u/o o
hori:;onle illle!edllf/f Ile III/I'''' o rellli : luse desl"eOCIIIJl/dulllelltt" f," .II!
crer que tum Um r(, lo/ver ia (JS [lrIJt.!I:IIII/1 ji/o/ôCicos que ,/.-;.\'o ;",Ii·
cados.))

' lIh_ l'o:<IrUSoO. N ' :.811 . Q II:""'" "rn R 1>0' ''40<1 n."',.... (I 'u
.. N!,•• ",l o ao 1'011&
m"". rnw. po:X!t- .. P...,.... ...... u' u ..."'.. /"" Ou "", .. ,'. "",,,•. _ t.·~<I"I"" <"O<",~. ..........."" 4'",...,u.·
106 m."'...., _ "............ lCQ II C'·P<"'" tt·.. II~".".," .""""•• '•.•Ii.· ......... , r<'úlr"-II . •
Conclusão
A crença geral no recurso a R ezas e benzeduras pura .se obte-
mais extraordi nárias graças ou 1a vores dos deuses (nas religiões
rrl~~~stas) ou de um só Deus, por IS ua directa. intercessà'O ou por invQ-
p)ila. 1dos Seus Patriarcas, ProJetas ou Santo3 ( n as r elig iões monotci.i-
C3Ç) °perslste na terapêutdca popular de~e há milh a res de anos, sendo
W
'\:n·o muito anterior ao advento do Cl'istianismo.
mt' Muitas das práticas a que atrás n03 reterim os-----podemo-lo afoi-
wmente afirmar - encontr~vam~ já na crença de vários povos da
antiguidade, inclusive entre :CIs das mai/Sl brilhantes e remJ tas civiliza-
çOes que a H istória r egista.
Com efeiVO, pela deci-f ração de papiros e de outrelS documentos,
efe<:tuada COm maior .rigor e IPrecisáo, a. partir d:a segund:.l metade do
século XIX, sabe-se hoje Que, mais de d'O is mil ano31 antes da n'CGSa Era,
já no antigo Egipto, na Babilónia, na India ,e, mais tarde, na Grécia, as
práticas de medicina estavam eivadas de ccncepções mlsticas Que se
traduziam em orações, ;preces pela osaude, exorcismos, ritos e outras ceri-
mOnias de carácter religioso ou de magia.
A medicina, então COr1S~derada. ciência sagrada e u ulta, foi
atribuida origem divina e, c<mseQuentem ente, a sua Ip rática esteve
confiada, dura-nte ~'éculos. a uma só casta - a dOs sacerdotes.
A medicina tinha seus deu-s es: 'Ilhot fei, de todos eles, o Que
mator prestigio alcançou entre Os médi"cos egipcios. Os gregos, que a
este meSmo deus a tribuiram a origem de todas as ciências, invocaram-
-no, mais tarde, sob a designação de co g rande deus Hennes., (77).
Tal COmO' o nosso povo, ainda ,h oje, atrib ui ás 'b nlxas a origem
de certas doenças, já naqueles recuados 'tlempos, quando nâo viam a
~usa OU não encontravam a explicação desejada para determinada
oença os médic06-6aCerdotes a atribuiam à maléfica influência dos
demónlos, ..
lnte E, (coisa CUriosa!) assim COmO, em nOSSOs d ias, o povo invoca a
lla~~o deste ou daquele san~ (a qu em implora a cura), srg undo a
gln do cor:J)O molestada (78). assim também para aqu eles nOsses len-
CI~oS antepassados, os demónios eram espccialbldos, em suaS p{'rni~
CCrn inflUências, segund o as partes do corpo: um demónio tinha,
t ~1~aIJlPo de acção , a cabeça, ontro as costHs, UIll tercí'!ro as J){'ftlas,
~ SuceSSivamente.

~ eg{Dl':: )-DaqU! a d{'S!knnt;:iio de cC l.('llcia he nné tic:' • . dada l\.'1 ('i.' nci:\s Oi.-u!t:\S
~1..Ic1ilnetJ.-..: e j ~rtU1ncnte, o moderno CIHjwego elo v()(':,\ bu lo, v , III- 111\ t~x p!"C';'~·H) d\t'r-
Iil;.crt1,O qu e lado., Ilufa d!YoCr <Iue estl\ COluphltallWn kl I'l'chüdo ou ocultO, I}U~
, e n ão !nm spira
~78 J -çlr -,.
., por eXCnl!lJo, os CI1SUlJuOl lc\C lX\ I;& 35. 36 e 37. 107
Em rct:t'a . :t1ltc,s de ser elllpreend ida Ijtl<JilltlCr t erapêutica medI_
o o Jllúi\icos-Saccnlotcs en tregava m-se a certas práticas mls
C:Ullcn tos". s ' J ' Õ d ' •
OcaS: in voc.u.;ft o aOs ~c llses da sau de, escon lIlaç es c~ dern6olOS, para
',b" n dUlI 'ISSCIll o corpo enferm o, etc· S6 dePois dISSo re corri am a
que . · de .cará cter t cra pêutic ~ elTlpmco,
medidas . . rc "Ig ,os am~n~ gua rdadas
" . Llll rc's S(l"rados
n~ ~
cLivros HerméticOS) : ervas. curatIvas, emprast.o.s!
C:l t ~l p la Slllas c outros ungucntcs C ~ 1ll base no azeite, eram então, aplica.
dos sobre o corpo do paciente.
O cSOllO nos templos ) (que ccnsistla em passar uma \:;lu mais
noites nos t ClllJllos pa ra que a divindade, cm scn hes, revelasse como
deveriam tratar-se e cura r-s e ce rtas d<:~ n c a s) fo i largamente praticado
durante a chamada civiUzação babilónica. e é, talvez, de admitir Que
dali tenha passado á Grécia e, ai, e xercld100 sua Influência na f ormação
dcs corac\llos. (79). Esta cren Ça esteve, d lll'.an t.e séculos, tão arrei-
gada na alma popular e a s ua influência foi tal Que-segundb se afirma
~ 80) -0 «s c>no nos templCS. foi ainda praticado n os primeiros séculcs
d o Cristianismo ...
Como tem~ visto c recorda ndo o Que dissemos logO n o primeiro
a r tigo que sobre Rezas e be1lzeduras publ icámos no cArQuiVO de Medici-
na p opular, -VCI. I , pág. 55-todas estas !práticas vêm d e longa data e
perdem -se muWD 'para além da imensa n oite que, p a ra alguns, 101 a
Idade-Média ...
Admite-se, contudo, que, devido a'o carácter da épC'C a, elas te·
nham exercid o, ent.ã. ~, maior e mais n efast a influ ên cia sobre a indole,
crenças e costum es dos povos da EurOpa, especialmente nas clas:es
incultas, que eram, como ainda hoje, a grande maioria ... E o nUmero
doo. crentes e praticantes cresceu de tal m a neira que, no fi m do século
XII, 1'Oi instituid::> o Tribunal do Santo Oficio, expressamente criado
para ~ nquirir da existência de t odas estas e de muitas outras prática3
herétlCas, embora, a breve trecho, se .tornasse um per igoso ins trumento
politico nas mãos dos soberanos ...
O Tribunal do Santo Oficio perseguiu impied03amente todos
quantos se entregavam a semelhantes práticas 'O u nelas C'Ontiavam. cE.
justamente, pelos processos do Santo O!lclo--como diz o Dr CastilhO
de Lucas no trabalho já P'O'r nOs citado n a pág. 7--.co nh ecemo~ as rezas
e as orações que O~ charlatães e curandeiras empregavam cemo remédlp
da sua a rte de bruxaria pois Ilesses roe
compiladas as resl)ectiv~ fOrmulas.. p e3$)s res tam textualmente
ConclUI o mesmo articullst .
incult.a.s aldeias se
... a
p." , •
a que choJe nem m eslllp nas m ais
rn r eCOrrer às re .
trata r esta doença (o mui de I zas e exorCISmOS para se
aqueles que se encontram Il'Os a TOSta ou c r lsipcla.), tAo esquecidos estão
arqu vo.g da Inq uiSiçãO ....

' 1" - V"r " , j'crklela Il ('t,1 ('S r .


Mu ndo. ~' • .')IUN t~JU. tltl\ n a PI"II!'. 43. 1\0 lJ'n~lmOl!l dI" .Vozel do

. . C-,,'·
IIO' -<; Ir . ""111/"$ 1':, fII l'r c lr: "
I.CI M ,·d lcIIIU eu e/ aur,uUQ 1'''1" ", ,, - l'. d .( flo eSIl:.lIl hO]1\ _ tIl.I} _ Dr R
108 ~ \ .. lUlUoIi nou
_
'U ""'pOl,,,,
,,,
(\Ij que IIQoI Iil.'rvll'llm de b
· ,.......
1(1 'U'/'I/II" (' lmf ill, <1c on d.eo l'('~ pie,\lllOS
a.se Q ('51110 """"CllUâo.
ln rC' l i;f.lllc n tc. a tri st.e rea li dade dos tac t os _ , .j
tudO Quant:,) n cS! C m Od:sto trabalho deixam os registaü:óm prova.~ a per
duto da nQs,<;a cbsc rvu çao directa_ leva· n os a d i <co rd <)f" de que é (} pro_
Qoe chegara. o Dr. c astilh'c, não 110rque dllvid cm~s da 'boa~féCOIlCl\lSã'O a
Seu autor a ela chega, m as p·:>rquc , na verdade n"s '>'P"'c maC',.m que ,0
't ' - " c s veros _
mil que, na é peca prese.n. t, os rumores d e t ais práticas supersticiOSas
11:10 cheguem, con: f~C ll1àade, ã c apita l espanh ola (onde vive o Dr.
CastilhU.). como, di ficilmente
d
, e m n os.''ilOS d ias (e "PCO Oo d
- ' '._. c serem cor-
rentes entre a g~nte o :P{)VO) terao chegado à no;sa cu a qu al quer
outra grande capita l, sabido que , quem as e xecuta, 'Se oculta religiosa-
mente de .,o lhare ~ p~or a nos ,. q~le lhes não dão crédito-quando não é
por temor de denw1cJa á autOridade p oli cial.. .
Quant-as e Quantas vezes temos sentido necessidade i mp cri c s~
de reagir contra essa atmosfera de timidez e desconfiança pa ra ~nse­
guirmOS algum txit=--embora nem sempre o dcsejado-nas colheitas a
Que temos procedido já. em várias localida des do Alentej o! Sempre,
porém, temos observado que -a tradição or,a l-que não a escrita.-man·
tém Quase inalteráveis, e rprofundamente arreigada ~, muitas destas prá-
ticas, ainda hoje em uso, devido à supersticiosa e ingénua crendice
pcpular Que teima em atribuir ;a: tais mistificações o miraculoso efeitj
de curar muitos: dos seus males, ainda mesmo, e sobretudo, aqueles para
Que a medicina cientifica se julga ou ccnsldera imp:Jtente ou ineficaz,
poLs é justamente nestes 'Casos:-cq'ando tá desenganado dos dótores ~
-Que o paciente mais convicta e persistentemente recorre a .tais T.eme-
diCS, como único meio de salvaçã.o ...

FI N I S

L. D. V. M. A. C.

109
BIBLIOGRAFIA
Obros transc ritos ou a que neste traba lha se fo z
referência:
«A./entejo cem por cento. - Joaquim Roque-BeJa..-1940.
«ArqllÍvo de M edicina Populnrt dirigido pelo Dr. Ferna ndo de C. P ires de
Lima - Vols. I e 11-1944 e 1945 (P orto),
«A. T radiçtjo_Rl>vista mensal de Etnografia POl'tuguesa-Scrpa-1899-1904 .
• 0 Grande LiVro de S. Cipriano 011 T esouro ~ feiticeiro )) - em tri$ volumos
-a edição mais completa Que se tem publlcado até hoje.-1885.
«Jornal do Med/cOlI--N,o 79, de 1-3. 44--ePorto).
Anales E. M erck - (Ed:ção espanhola)-1941.
«Arquivo d. Beja. (Vol II e UI) onde. em parte, &e pUblicou e6te trabalho.

, 10
!NDICE
REZAS E BENZEDURAS POPULARES
P âg.
DE'smanc11os, clltol'S(>S ou linhas d esmen tldns, ..
cErsipla:. (para cortar ou wlhar a) 5
1
Bt'nzeduTa da es-vill llcla calda
13
B~n zed\lra ~o ventre caldo
15
Doenc:as de aI' (congestões) 11
Golpes de sol (I~SOlaçõl'S) 18
Benzedura da consti pação 20
Benzedura para dores d ó! cabeça
Ben?.eduTa da do r <l.e banlga,
Benzedura do IInorvoso»
"
,.,.
2'
Pa!'tI. traw.mento de f~bres e ~.ol'es reumátlcas
Benudura pa ra cortar a. Ingua e a quebradura
Dcenças d e o!ho,; ... .
1'lcnzedura df\s «que:madehls»
Para curar o «cób~.
"""
31
Benzeduras de olha dos. fitos e fitados 34
Para curar O mal 'de lua , .. 38
Para curar a dor de dentes "~o 40
Para curar as csafardanas. (sezões). .. . ... 41
41
Para curar os «àguamz n to~. 43
Para sabtr. pc:as «vozes do mundo»
Para Je'..edar a D. ma~ura
CentrA a peat.e. as bex igas e a cólera 'H .," '.
.,"
Amuletos «(X)rnicllos: meia.-Iua: figas: ISlno de Sn1l1~ao., cruz n-:"~:O~ ;6
e coração; C ruz d e 5 Bartolomeu e S. Ciprmno. bent . . '

COMO O POVO REZA ...


51
Para de manhã. ao levant.ar 51

.,"""
Para à noit.e. ao deitai' ...
Quando [e entra na Igreja ...
Para a missa ". ... " . ".
Quando sal o sal!;l'ado vintlco

'I'"
Quando se sai da igreja ."
Paol'c. Nosoo Pequen ino Ivnl'ios) .
61
Padre-Ncsso da Palma

""
&.nhor do Horto ...
Oratào alO ci ne:) c!HlK:u; 6~
fl.e, pcn~:) <I:l Pa i ,,;:;,. ...

"""
O ":'ç:io til.' Qlli n ta.J~:m l tl e »,, ;,,;:io
F.!ICC!n •• n d:U':.o II J" SIIS 'V(J.I'i;\!;)
~:nccnH:nd :"' ao a S . Sllve:i~ I'C

"""
~:nCA.. num!l'U' ''<l <I u nl:l t.·l ln l' ... III
I)ra,':'" '1 .. ) ' '':':0 III,:L1
'I,,, •.• \} d,. J ",I".J ' I':': .v:"ri"i'<1
~: n ~., rn" t\(I: ":a ,, " nU lllo A'l lull;O •
P ág.
Romllllço de Banto AntÓlllo... 70
Ao Anjo da Q uarda. ,•. 70
71
A Nossa Se·nhora ...
Pranto de Noosa Senhora 71
5Ah'e-Ralnha Pequenina, 72
Confissão ... 73
Conflss.'\o da Virgem ... 73
ParA AS Trindades .. : 73
Ornç.'\o a S. J(f.lé ... 74
Omç;\o II Santa Luzia 74
Vàrias ... 74
Nos dias de tl"o"ooda 75
Ma gllificat de N.· Senhora ... 76
A Santa Barbara ... 76
A S . Jerónimo .
A S. Gregôrio ... . ..
Oração Ido Anjo CUlOtód!O (Tabuinh:l$ de Moisés)
""
78

BRUXAS, FEITICEIRAS E LOBIS-HOMENS ...


APARIÇOES: ALMAS DO OUTRO MUNDO, FANTASMAS
LUZINHAS NOCTURNAS ...
MEDOS: GRAVULTOS, SOMBRAS E AVEJOES ...
Bruxas. Feiticeiras e Jobis-homens...... "........... 82
Aparições: almas do outro mundo, lantil.Smas e luzinhas nocturnas ... 95
MedeM: vultos, sombras e Qvejões
CONCLUSAO ...
Bibliografia
'"
107
110
Indlce .
m

112

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