UNIDADE I • Oferta • Publicidade • Práticas Abusivas
Prof. Amadeu Vidonho Junior
DAS PRÁTICAS ABUSIVAS
•São comportamentos contratuais ou não que
abusam da boa-fé do consumidor. •Fundamento: abuso de direito (art. 187, CC) e boa-fé objetiva (art. 4º, CDC)
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Práticas Abusivas • Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994) • I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos (“pague 2 e leve 3”); - Caso Cinemark (STJ, Resp. n. 744602/RJ – só possível o consumo de alimentos comprados no cinema) - Caso SFH e seguro indicado (STJ, Resp. n. 969/129/MG, Sumula 473) - Venda à criança condicionada para adquirir/comprar o relógio, seria necessário que o consumidor comprasse também 5 (cinco) produtos da linha "Gulosos". (STJ, REsp 1558086/SP) - Comércio de linha telefônica com valores mais interessantes do que a de seus concorrentes - e de outro, impõe-lhe a obrigação de aquisição de um aparelho telefônico por ela comercializado (STJ, Resp. 1397870/MG)
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Práticas Abusivas
• II - recusar atendimento às demandas dos
consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes; -Ex. Taxista e corrida curta . • III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;(amostra grátis) -Ex. Envio de cartão de crédito (STJ, Resp. N. 1199117/SP – Sumula 532/STJ)
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Práticas Abusivas • IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços; -Idade(crianças e idosos), condição social, conhecimento (analfabetos), enfermos (saúde), índios, deficientes. -Ex. Cheque caução para atendimento hospitalar (art. 135-A, CPB) “Almofada térmica digital com infravermelho” e pessoa idosa. (STJ, Resp. 1.250.505/RS) • V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva; *Ver art. 51, § 3º, CDC (vide Lei 13.455/17) • § 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que: • I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence; • II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual; • III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso. -Ex1. Cobrança de taxa de emissão de boleto e instituição bancária (STJ, REsp. n. 1304953/RS -Ex2. Retenção de todos os valores pagos em contrato de compra de imóvel e construtora (STJ, Resp. 1132943 / PE)
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Práticas Abusivas • VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes (confiança); -Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços. § 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebimento pelo consumidor. § 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociação das partes. § 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não previstos no orçamento prévio. -Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob pena de não o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida em excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
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• VII - repassar informação depreciativa, referente a ato
praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos; -Reclamações em Procons, internet ou judiciais.
• VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer
produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro); -ABNT, Inmetro, ANVISA. •
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Práticas Abusivas • IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri- los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais; (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994) -Tutela específica, art. 84, CDC -Ex1. Seguro de doença existente e contrato de estágio (STJ, REsp. n. 1300116/SP) -Ex2.Atacadista que venda apenas para pessoa jurídica intermediária e não para consumo final. • X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. (Incluído pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994) -“Preço abusivo” -Ex1.Seguro de vida e aumento (STJ, Resp. n. 1073595/MG) -Ex2. Venda em dinheiro ou cheque. Diferença. Licitude. (STJ, Ag. Rg. No REsp. n. 1178360/SP); De gasolina, abusiva(STJ, REsp. 1133410/RS). vide Lei 13.455/17
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• XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de 22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando da conversão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999 • XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério.(Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) • XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido. (Incluído pela Lei nº 9.870, de 23.11.1999) • XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços de um número maior de consumidores que o fixado pela autoridade administrativa como máximo. (Incluído pela Lei nº 13.425, de 2017) – Lei Boite Kiss • Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.