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Comentário lição 13

Malaquias: Deus se Importa com a Família


O Objetivo deste comentário é contribuir para o preparo de sua aula, e apresentar um subsídio
a parte da revista, trazendo um conteúdo extra ao seu estudo. Que Deus nos ajude no decorrer desta
maravilhosa lição.

MALAQUIAS
“Malaquias” significa “mensageiro de Jeová” […] Era um judeu devoto da Judá pós-exílica,
e contemporâneo de Neemias. Era, provavelmente, um profeta sacerdotal. Suas firmes convicções a
favor da fidelidade ao concerto, e contra a adoração hipócrita e mecânica, a idolatria, o divórcio e o
roubo de dízimos e ofertas, revelam um homem de rigorosa integridade e de intensa devoção a Deus1.
Quando estudamos as Sagradas Escrituras entendemos que Malaquias foi o último profeta do
Antigo Testamento. Suas palavras antecederam o período de 400 anos de silêncio profético chamado
de Período Intertestamentário (Interbíblico). Seu ministério desenvolveu-se num período de
retrocesso espiritual por parte dos judeus, que ao analisarem sua situação diante do domínio
estrangeiro em sua terra, desprezaram e desacreditaram das palavras e mensagens entregues pelos
profetas que antecederam a Malaquias.
Malaquias desafiou o povo a abandonarem a frieza e a sua inércia espiritual, confrontando a
todos a retornarem ao compromisso espiritual com o Senhor. O povo estava oferecendo um culto
desagradável aos olhos de Deus, pois derramavam lágrimas aos pés do altar, contudo, corrompiam-
se diariamente dentro de seus lares.
As preocupações de Malaquias, centralizavam-se nos pecados da religião e da vida social, os
quais permearam a vida da comunidade de Jerusalém e de Judá no período após o exílio. Embora os
exilados tenham sido castigados e totalmente purgados de qualquer inclinação para a idolatria, seus
líderes e eles próprios voltaram para a terra natal com o desejo ardente de reformas também em outras
áreas. O Templo fora reconstruído meio século antes da data provável do ministério de Malaquias;
seus sacerdotes, porém, já haviam corrompido os serviços, com o intuito de obter vantagem da função
sagrada. O povo leigo também era culpado, pois cada um buscava seus próprios interesses,
maltratando e prejudicando uns aos outros2.

INDIFERENÇA RELIGIOSA
A mensagem do livro de Malaquias apresentava a flagrante incoerência entre a identidade da
comunidade judaica como o povo de Deus e a prática de tudo o que essa condição exigia deles. Eles
não precisavam reconstruir o Templo e a cidade santa, pois tudo já estava pronto; pelo contrário, o
problema deles era a questão da vida santa e do serviço sagrado, no final de todas as realizações
externas2.
Um grande exemplo da problemática espiritual que Malaquias presenciou está no serviço
sacerdotal, que corromperam o seu ministério não temendo mais o Senhor, muito menos
reverenciando o Seu nome (Ml 2.1-4). Eles faziam diferenciação entre ricos e pobres, fechando os
olhos para os seus atos pecaminosos e desprezíveis diante de Deus (Ml 2.9), e ofereciam ao Senhor
animais e pão impuros, desprezando totalmente o ensino contido na Lei do Senhor (Ml 1.6-8).
Ainda podemos apontar o povo, que passou a duvidar do amor divino para com Eles, por
olharem para a situação que viviam sob o domínio de nações estrangeiras. Os judeus questionavam a
Deus por acreditarem que Ele não foi Fiel às promessas do concerto (Ml 1.2).
Quando Malaquias escreveu, os judeus repatriados passavam novamente por adversidades e
declínio espiritual. Eles se haviam tornados cínicos, e questionavam a justiça de Deus, duvidando do
proveito em se obedecer aos seus mandamentos. À medida que a sua fé minguava, iam se tornando
mecânicos e insensíveis na sua obediência ao culto divino, e indiferentes às exigências da Lei. Eles
faziam-se culpados de muitos tipos de transgressões contra o concerto1.

A FAMÍLIA É IMPORTANTE
Para Deus, a família é um projeto divino que não pode ser descartado. Malaquias ensina-nos
que Deus exige de nós fidelidade ao propósito do casamento. Deus é testemunha de toda cerimônia
de casamento e será testemunha de qualquer violação contra essa instituição que foi estabelecida não
pelo homem, mas pelo próprio Deus. Os judeus trocavam suas esposas por mulheres estrangeiras
mais novas e, como se nada tivesse acontecido, apresentavam-se no Templo para supostamente
buscarem ao Senhor3.
O casamento com mulheres estrangeiras era uma prática proibida na Lei de Moisés, e isso
representava um jugo desigual no meio dos israelitas. Esses casamentos aconteciam por motivo dos
judeus desejarem abandonarem suas esposas para casarem com mulheres mais novas, mais bonitas.
Muitos homens eram infiéis às suas esposas, com as quais se haviam casado quando jovens.
Agora procuravam divorciar-se delas, para se casarem com outras. O Senhor detesta tal ação, pois é
movida pelo egoísmo. Ele declara que, do marido e da mulher, fez um só (Ml 2.15). Em consequência
destes pecados e transgressões, Deus lhes virara as costas, recusando-se a atender-lhes as orações (Ml
2.13,14)1.
Sentimentos egoístas motivaram os judeus a abandonarem suas esposas para casarem com
mulheres estrangeiras. Contudo, as palavras do profeta foram contundentes: “Deus abomina o
divórcio” (Ml 2.16). Em nossos dias o retrato não é diferente. Muitos acabam com seus casamentos
por questões egoístas, desejando casar-se com mulheres mais jovens e com aparências mais belas.
Porém, esquecem de que isso não é tudo na vida conjugal. A beleza acaba. As mulheres envelhecem.
Mas apenas uma coisa permanece: a fidelidade e o verdadeiro amor sem desejos egoístas.

Esperando Jesus voltar hoje!


Dc. Antonio Vitor de Lima Borba

Referências:
1 – STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
2 – GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. São Paulo: Editora Vida, 2005.
3 – TROTA, Israel Thiago. Vigilância, Justiça e o Culto a Deus. Um Chamado para a Igreja nos
Escritos dos Profetas Menores. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.

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