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SERMÕES EM

MALAQUIAS
O CULTO VERDADEIRO

ANTONIO CARLOS G. AFFONSO


Sumário
O CULTO VERDADEIRO...................................................................................5
Um panorama do Livro de Malaquias.........................................................................................5
Malaquias 1:1................................................................................................................................5
O CONTEXTO HISTÓRICO......................................................................................................5
QUEM ERA MALAQUIAS?.......................................................................................................6
O CONTEÚDO DO LIVRO.........................................................................................................7
APLICAÇÕES PARA NOSSAS VIDAS.....................................................................................7
1) Cuidado com as interpretações proféticas..........................................................................7
2) Devemos valorizar a busca pelo culto verdadeiro e puro...................................................8
3) Deus sempre cumprirá suas promessas..............................................................................8
4) Nossos cultos devem ser centrados sempre na pessoa de Deus...........................................8
5) Não podemos tornar nosso culto algo puramente formal sem a essência do
ardor e fervor ao Senhor.............................................................................................................8

O AMOR DE DEUS PELO SEU POVO............................................................10


Malaquias 1:1-5...........................................................................................................................10
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................10
O AMOR DE DEUS NÃO IMPEDE SUA INDIGNAÇÃO.....................................................11
O AMOR DE DEUS COMEÇA NA ELEIÇÃO.......................................................................11
O AMOR DE DEUS É MANIFESTO NA RETIRADA DE SUA IRA (v. 3)..........................13
O AMOR DE DEUS É MANIFESTO NA ETERNIDADE PROMETIDA............................13
APLICAÇÕES PARA NOSSAS VIDAS...................................................................................14
1) Nosso amor a Deus não pode ser baseado em fatos temporais;........................................14
2) Muitos sofrimentos vêm sobre o povo de Deus por causa do pecado;...............................14
3) O amor de Deus não o impede de nos disciplinar;............................................................14
4) A eleição de Deus deve nos confortar e dar paz................................................................15

UM CULTO EM PUREZA E SINCERIDADE..................................................17


Malaquias 1:6-14.........................................................................................................................17
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................18
DEUS EXIGE HONRA E OBEDIÊNCIA................................................................................18
O CINISMO DOS SACERDOTES............................................................................................19
APLICAÇÕES PARA NOSSAS VIDAS...................................................................................19
1) O culto a Deus deve ser precedido de obediência e respeito pelas suas leis;....................19
2) Precisamos buscar conhecer a Deus para o cultuarmos como ele quer;..........................19
3) Não podemos cultuar de qualquer forma e sem a reverência e o respeito
necessário;................................................................................................................................20
4) Fere-se o princípio da pureza do culto principalmente quando se apresenta
outro evangelho........................................................................................................................21

EM BUSCA DO CULTO IDEAL.......................................................................22


Malaquias 2:1-9...........................................................................................................................22
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................22
AS TAREFAS DO SACERDOTE.............................................................................................23
1) Oferecer sacrifícios conforme ordenados por Deus..........................................................23
2) Guardar e zelar pelo templo ou tabernáculo....................................................................23
3) Instruir o povo de Deus e dirigi-lo no culto......................................................................23
SACRIFÍCIOS DEFEITUOSOS...............................................................................................23
A DISCIPLINA DURA DE DEUS.............................................................................................24
A PRIMAZIA DA PALAVRA NO CULTO.............................................................................24
APLICAÇÕES PARA NOSSAS VIDAS...................................................................................25
1) O culto é algo muito importante, não deve ser visto como secundário;............................25
2) O culto não deve ser prestado de qualquer jeito;..............................................................25
3) Devemos ter zelo em todas as áreas que auxiliam o culto;...............................................26
4) É preciso arrependimento pelo culto mal prestado...........................................................26
5) A Palavra de Deus precisa ter sempre a primazia no culto a Deus;.................................27
6) A pregação da Palavra deve ser feita com zelo e temor....................................................28

O CULTO COMEÇA COM A NOSSA VIDA..............................................29


Malaquias 2:10-16..................................................................................29
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................29
O PROBLEMA DO JUGO DESIGUAL...................................................................................30
A TRISTEZA DE DEUS PELO DIVÓRCIO...........................................................................31
APLICAÇÕES PARA NOSSAS VIDAS...................................................................................31
1) Nossa adoração começa pelo nosso esforço em nos santificar;........................................31
2) Nossa santificação tem como base a obediência aos mandamentos de Deus;...................32
3) Nossa santificação começa no seio familiar;....................................................................33
4) Nossa falta de santidade afeta o culto verdadeiro a Deus;...............................................33
5) Nossa vida pessoal e moral afeta diretamente o culto a Deus...........................................34

DEUS SENDO JULGADO.................................................................................35


Malaquias 2:17-3:6......................................................................................................................35
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................35
A POSIÇÃO DO POVO E DOS SACERDOTES.....................................................................36
O SENTIMENTO DE DEUS.....................................................................................................36
A RECLAMAÇÃO DO POVO..................................................................................................37
A RESPOSTA INESPERADA DE DEUS.................................................................................37
APLICAÇÕES PARA NOSSAS VIDAS...................................................................................38
1) Ser cristão não nos impede de sermos disciplinados por Deus;........................................38
2) Prosperidade não é sinal de bênção divina;.....................................................................38
3) Deus não mede nossas realizações pelo que externamos;.................................................39
4) Nossa vida pode ser mais tranquila se vivermos na obediência;.......................................40
5) Devemos sempre confiar que Deus fará justiça no tempo certo;.......................................40
6) Nosso culto a Deus não pode ser afetado pela aparente vitória dos ímpios......................41
O CULTO COMEÇA NA OBEDIÊNCIA..........................................................42
Malaquias 3:7-12.........................................................................................................................42
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................42
DEUS DECLARA SUA TRISTEZA.........................................................................................43
A RESPOSTA PREPOTENTE DO POVO...............................................................................43
UM EXEMPLO DE DESOBEDIÊNCIA..................................................................................44
A PROMESSA DE RESTAURAÇÃO.......................................................................................44
APLICAÇÕES PARA NOSSAS VIDAS...................................................................................45
1) A obediência envolve todos os mandamentos;..................................................................45
2) Nossa falta de obediência leva tristeza ao coração de Deus;............................................45
3) A lei moral nunca foi revogada por Cristo;......................................................................46
4) As promessas de Israel apontavam para nossa eternidade...............................................46
5) Nossa obediência serve como testemunho para outros.....................................................47

O CULTO DO ÍMPIO E O CULTO DO JUSTO...............................................49


Malaquias 3:13-18.......................................................................................................................49
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................49
A PREPOTÊNCIA DO ÍMPIO..................................................................................................50
A HUMILDADE DO JUSTO.....................................................................................................50
A RECOMPENSA DO JUSTO..................................................................................................51
APLICAÇÕES PARA NOSSAS VIDAS...................................................................................51
1) O culto genuíno tem como base nossa conversão genuína................................................51
2) Nosso culto precisa ser baseado na confiança que temos na Palavra de Deus;
52
3) “Deus merece nosso culto pelo que Ele é, não pelo que nos dá”......................................52
4) Não existe culto individual................................................................................................52
5) A grande recompensa do justo é a vida eterna..................................................................53
6) O culto a Deus deve ser um culto que retrate a nossa esperança......................................54

O RAIAR DA ETERNIDADE............................................................................55
Malaquias 4:1-6...........................................................................................................................55
A RECOMPENSA DO ÍMPIO..................................................................................................55
A RECOMPENSA DO JUSTO..................................................................................................56
O CAMINHO OFERECIDO.....................................................................................................56
APLICAÇÕES PARA NOSSAS VIDAS...................................................................................56
1) O dia do juízo será de alegria e tristeza............................................................................57
2) O dia do juízo será de vitória para o justo........................................................................57
3) O dia do juízo deve nos fazer pensar sobre o genuíno evangelho.....................................58
4) As Escrituras são o caminho para conhecer a vontade de Deus (Ml 4:4).........................59
5) O dia do juízo será um dia de vingança para os justos sofredores....................................60

Bibliografia.........................................................................................................62
O CULTO VERDADEIRO

Um panorama do Livro de Malaquias

Malaquias 1:1

1. Peso da palavra do SENHOR contra Israel, pelo ministério


de Malaquias.

O livro tem início falando em uma sentença da parte de Deus. A


expressão traduzida como "peso" aponta para algo dito de uma
forma muito solene e formal. Há diversas passagens nos profetas
que apontam para a mesma situação de julgamento (Is 13:1; 14:28;
15:1; Na 1:1; Hc 1:1; Zc 12:1).
O contexto do livro lembra muito o nosso contexto atual. O
povo estava frio no culto ou prestava um culto de qualquer jeito.
As pessoas cultuavam a Deus da forma que elas queriam, sem se
preocupar se aquilo agradava ou não a Deus.
A adoração visível perdera a importância para os judeus
contemporâneos a Malaquias.
Nestes sermões veremos a importância de cultuar a Deus da
forma que Lhe agrada e não da forma que queremos ou gostamos.

O CONTEXTO HISTÓRICO

O remanescente de Israel retorna do cativeiro em 538 a.C., sob a


orientação de Ageu e Zacarias, nesse período o templo é
reconstruído. Quando Malaquias começa seu ministério o templo já
havia sido construído.
O profeta se encontra entre os anos de 460 a 400 a.C..
Contemporâneo de Esdras e Neemias, mas com o ministério
posterior a ambos. O segundo templo tinha acabado de ser
construído (516 a.C.). Hernandes Dias Lopes acredita que
Malaquias teve seu ministério depois de Neemias e Esdras.
Em 458 ou 457 a.C. Esdras veio a restabelecer a nação e em 444
a.C. os muros são reconstruídos na liderança de Neemias.
O povo de Deus estava desanimando e o culto estava sendo
negligenciado tanto pelo povo, como pelos sacerdotes. Malaquias
aponta diretamente para os sacerdotes.
Alguns problemas são levantados por Malaquias que estavam
destruindo o povo de Deus:
i. Negligencia ao templo;
ii. Sacerdotes corruptos e relapsos;
iii. Sacrifícios de qualidade inferior;
iv. Negligência para com os dízimos;
v. Adultérios e Divórcios;
vi. Casamentos mistos com idólatras.

Os judeus, embora agraciados por Deus, não agiam de forma a


mostrar a gratidão que Ele merecia.
O regresso do cativeiro trouxe ilusão ao povo achando que as
promessas estavam se cumprindo.
Com o passar dos tempos começaram a pensar que Deus não
cumprira suas promessas.
O culto era caracterizado pelo excesso de ritualismo e
formalismo, mas o coração do povo e dos sacerdotes era
interesseiro.
Os sacerdotes se corromperam e se deixaram vencer pelas
tentações do mundo a seu redor.
Nos cultos as pessoas tiraram o centro a vontade de Deus e
começaram a se preocupar somente consigo mesmas.

QUEM ERA MALAQUIAS?

Nada se sabe sobre Malaquias, há teorias que apontam para


Esdras e outras para Zorobabel como autores do livro. O nome
Malaquias significa “meu mensageiro” ou “mensageiro do
Senhor”, daí a dúvida se realmente temos um autor deste livro.
Cremos, como a maioria, que de fato Malaquias era o nome do
autor, muito embora não tenhamos informação alguma a seu
respeito.
Era contemporâneo de Esdras, Neemias, Ageu e Zacarias.

O CONTEÚDO DO LIVRO

O livro tem como ponto central o culto a Deus que se desvirtuou


com o passar dos anos após o exílio e a reconstrução do novo
templo. Tanto sacerdotes, como o próprio povo, haviam
desvirtuado o sentido do culto e da adoração.
É o único livro profético que usa uma espécie de diálogo de
Deus com os sacerdotes e o povo.
Destaca-se sete questionamentos que serão temas de nosso
estudo...
(Extraídos do livro “O Culto Segundo Deus” de Augustus
Nicodemos)
i. Deus nos ama?
ii. Em que estamos profanando o culto a Deus?
iii. Por que Deus não aceita nossa oferta?
iv. Por que Deus não aceita nossos sacerdotes?
v. Em que estamos desagradando a Deus?
vi. Em que estamos roubando a Deus?
vii. Em que estamos difamando a Deus?

É o único livro profético que usa uma espécie de diálogo de


Deus com os sacerdotes e o povo.

APLICAÇÕES PARA NOSSAS VIDAS

1) Cuidado com as interpretações proféticas.


O povo achou que as profecias se cumpriram porque tudo estava
bem. A reconstrução do templo trouxe uma ilusão escatológica.
Como eles tinham voltado para à Terra Prometida, iludiram-se
com a ideia que as profecias estavam se cumprindo. Isso fez com
que caíssem em um rotina que os tornou cada vez mais frios no
culto a Deus.
2) Devemos valorizar a busca pelo culto verdadeiro e puro.
Malaquias nos mostra que tanto os sacerdotes como o povo
estavam cultuando a Deus qualquer jeito. Não levavam a sério o
culto a Deus, pois viviam mais preocupados consigo mesmos e
com sua felicidade.

3) Deus sempre cumprirá suas promessas.


O comportamento do povo e mesmo dos sacerdotes apontam
para o descaso ou a falta de fé diante do cumprimento das
promessas de Deus. Muitas vezes esta falta de fé ou uma visão
distorcida é fruto da má interpretação das Escrituras.
Vejamos na época de Cristo. Os judeus de um modo geral criam
que o Messias haveria de ser vitorioso, libertador (em especial do
império romano). Quando viram que Jesus era um Messias
sofredor e não tinha aquela pompa toda, não creram nele.

4) Nossos cultos devem ser centrados sempre na pessoa de


Deus.
Um dos erros que cometiam no culto era não faze-lo da forma
que Deus determinara. Isso fazia com que o culto fosse centrado
mais nas vontades e desejos humanos, e não de fato na pessoa de
Deus.
Nosso culto precisa ser um culto onde Deus é o centro de tudo.
Desde do primeiro acorde em um preludio, até o último do
poslúdio, Deus deve ser o centro de tudo.
Hoje não temos mais que fazer o sacrifício, por isso a
mensagem precisa ocupar o espaço central para que o Cordeiro
Santo Deus possa ser apresentado crucificado, ou seja, sacrificado.
5) Não podemos tornar nosso culto algo puramente formal
sem a essência do ardor e fervor ao Senhor.
Por outro lado, o fato de ser centrado em Deus não deve fazer de
nosso culto uma cerimônia enfadonha. Nossa cultura pode e deve
ser respeitada, sem excessos e sem tirar do centro o Senhor.
Ardor e fervor não são sinônimos de culto bagunçado ou
agitado. Ardor e fervor são frutos de um coração entregue em
Espírito e em verdade, a uma adoração profunda e um louvor
sincero.
Asaph Borba, um dos grandes compositores da música
evangélica brasileira, compôs um hino que aponta exatamente para
o que acabamos de descrever. Ele diz:

O meu louvor é fruto do meu amor por ti Jesus,


De lábios que confessam o teu nome
É fruto de tua graça e da paz que encontro em ti
E do teu Espírito que habita em mim
Que habita em mim
Ainda que as trevas venham me cercar,
Ainda que os montes desabem sobre mim
Meus lábios não se fecharão,
Pra sempre hei de te louvar
Ainda que cadeias venham me prender
Ainda que os homens se levantem contra mim
Meus lábios não se fecharão
Pra sempre hei de te louvar
O AMOR DE DEUS PELO SEU POVO
Malaquias 1:1-5

1. Peso da palavra do SENHOR contra Israel, pelo ministério


de Malaquias.
2. Eu vos amei, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Em que nos
amaste? Não foi Esaú irmão de Jacó? —disse o SENHOR; todavia
amei a Jacó
3. e aborreci a Esaú; e fiz dos seus montes uma assolação e dei
a sua herança aos dragões do deserto.
4. Ainda que Edom diga: Empobrecidos somos, porém
tornaremos a edificar os lugares desertos, assim diz o SENHOR
dos Exércitos: Eles edificarão, e eu destruirei, e lhes chamarão
Termo-de-Impiedade e Povo-Contra-Quem-O-SENHOR-Está-
Irado-Para-Sempre.
5. E os vossos olhos o verão, e direis: O SENHOR seja
engrandecido desde os termos de Israel.

INTRODUÇÃO

Ao iniciar o livro falando uma sentença Malaquias mostra toda


tristeza que tinha Deus pelo que estava ocorrendo no meio do seu
povo.
As palavras de Malaquias eram duras, tanto para ele mesmo
como para o povo.
O povo voltara do cativeiro com grandes esperanças. Sob a
inspiração de Ageu e Zacarias o templo havia sido reconstruído. À
medida que o tempo passava os judeus ficavam desiludidos porque
a prosperidade prometida, ou pelo menos interpretada como
prometida, não ocorria. Os samaritanos haviam ganhado forças e
cercavam os judeus. Além disso, secas constantes causavam
colheitas ruins e fome no país.
O amor de Deus então começa a ser questionado. O povo hebreu
começa a olhar para a prosperidade dos ímpios e assim têm
dificuldade de ver de fato o amor de Deus.
O AMOR DE DEUS NÃO IMPEDE SUA
INDIGNAÇÃO

O texto faz menção de uma palavra pesada e dura.


A palavra era pesada tanto para o povo, como para o profeta que
amava o povo.
O povo estava desanimado porque perdeu a referência de Deus.
As pessoas se prendiam a promessas passageiras (Ml 1:2).
Muitas vezes queremos provas do amor de Deus dentro dos
nossos parâmetros.

“Ao longo da história, as pessoas têm procurado


medir o amor de Deus por meio das coisas
materiais, de sua situação financeira e do
conforto que têm ou deixam de ter”(Augustus
Nicodemos)

Apesar desta falha terrível do povo, Deus continua amando o


seu povo.

O AMOR DE DEUS COMEÇA NA ELEIÇÃO


“...Não foi Esaú irmão de Jacó? —disse o
SENHOR; todavia amei a Jacó e aborreci a
Esaú...” (Ml 1:2b-3a)

João nos ensina que devemos ser gratos a Deus por este amor
eletivo (Jo 4:19).
“Nós o amamos porque ele nos amou primeiro.”
O fato de não haver mérito em nós deveria ser motivo de nos
humilharmos ainda mais diante da eleição de Deus. Ainda que não
a compreendamos.
Paulo usa este texto para provar que a eleição de Deus é
maravilhosa e amorosa (Rm 9:10-16).
James McGranahan compôs diversos hinos que entraram nos
hinários de diversas denominações, incluindo a nossa. Um deles é
exatamente o 377 do Cantor Cristão onde encontramos as seguintes
expressões:
Não sei porque de Deus o amor, A mim se
revelou;
Porque razão o Salvador, pr’a Si me resgatou.

Mas eu sei em quem tenho crido,


E estou bem certo que é poderoso;
Prá guardar o meu tesouro, até o dia final!

Ignoro como o Espírito, Convence-nos do mal;


Revela Cristo Verbo Seu, Consolador real.

Não sei o que de mal ou bem, É destinado a


mim;
Se maus ou áureos dias vem, até da vida o fim.

E quando vem Jesus não sei, Se breve ou tarde


vem;
Mas sei que meu Senhor virá, na glória que Ele
tem.

A prova da eleição aqui está no fato de que Esaú era o


primogênito, mas Deus escolhera a Jacó. Tal escolha não foi feita
por havia alguma coisa no coração de Jacó, mas simplesmente
porque Deus assim o quis.
Paulo, escrevendo aos romanos e citando o verso dois deste
texto diz:
11 Porque, não tendo eles ainda nascido, nem
tendo feito bem ou mal (para que o propósito de
Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por
causa das obras, mas por aquele que chama),
12 Foi-lhe dito a ela: O maior servirá o menor.
13 Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a
Esaú.
14 Que diremos pois? que há injustiça da parte
de Deus? De maneira nenhuma.
15 Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de
quem me compadecer, e terei misericórdia de
quem eu tiver misericórdia.
16 Assim, pois, isto não depende do que quer,
nem do que corre, mas de Deus, que se
compadece.

O AMOR DE DEUS É MANIFESTO NA RETIRADA


DE SUA IRA (v. 3)
“e aborreci a Esaú; e fiz dos seus montes uma
assolação e dei a sua herança aos dragões do
deserto”
A expressão saneti (‫ׂש ֵנ֑אתִ י‬
ָ ) carrega o peso do ódio e da ira de
Deus.
No Cristo crucificado através do qual Deus tem sua ira aplacada
(propiciação).

“O SENHOR prova o justo e o ímpio e odeia o


que ama a violência” (Sl 11:5 – AlmeidaXXI)

A perfeição de Deus faz com que seu amor e seu ódio andem de
mãos dadas e guiados pela sua santidade. Não é uma coisa fácil
compreender, principalmente para o homem moderno, que acha
que todas as coisas se resolvem com o amor. Em seus atributos,
Deus é perfeitamente equilibrado, e a ira faz parte do atributo
chamado justiça.

O AMOR DE DEUS É MANIFESTO NA


ETERNIDADE PROMETIDA

O ímpio pode conseguir muita coisa nesta vida, mas Deus o


destruirá na eternidade.
Os ensinos do Salmo 73 estão presentes por toda Bíblia. Nos
versos 2-4 vemos a indignação do salmista diante a situação (Sl
73:2-4).
Asafe só compreendeu tudo quando se colocou na presença de
Deus (Sl 73:16-17).

APLICAÇÕES PARA NOSSAS VIDAS

1) Nosso amor a Deus não pode ser baseado em fatos


temporais;
Judá estava pedindo provas do amor de Deus através de bênçãos
materiais e temporais. A maior prova do amor de Deus para nós
está em sua graça, em seu favor não merecido derramado sobre
cada um de nós.
Vivemos dias onde os cristãos estão cada vez mais presos às
coisas desta vida. Nosso testemunho cristão, mesmo em meios
teologicamente equilibrados, muitas vezes é baseado em coisas
materiais.

2) Muitos sofrimentos vêm sobre o povo de Deus por causa do


pecado;
Não podemos generalizar, nem tão pouco achar que isso vai
sempre acontecer, mas o fato é que muitas vezes não somos mais
felizes nesta vida não é apenas porque não temos a perspectiva da
eternidade, mas é porque nossas vidas são guiadas pelos nossos
desejos.
A nação judia passou setenta anos em um cativeiro porque
foram se desviando dos propósitos de Deus. O pecado,
principalmente da idolatria, havia dominado seus corações.
Na época do profeta Malaquias o problema estava
principalmente no culto a Deus.

3) O amor de Deus não o impede de nos disciplinar;


Deus amava os judeus, mas isso não o impedia de lhes castigar,
exatamente por serem filhos.
O mundo atual tem pregado um Deus bonachão que ama sem se
importar com a maldade do coração do ser humano. Mas isso não é
o que a Palavra de Deus nos diz. Em hebreus 12 vemos o autor
sacro mostrando que Deus corrige ao que ama e açoita a qualquer
que recebe como filho (Hb 12:6). No verso seguinte o autor vai
mostrar que isso é uma prova de que realmente somos filhos de
Deus.
Os judeus contemporâneos de Malaquias não conseguiam ver
que tudo estavam passando era uma consequência do castigo de
Deus pelo seus pecados.

4) A eleição de Deus deve nos confortar e dar paz.


Os judeus dos tempos de Malaquias estavam se sentindo
desprezados por Deus por causa das dificuldades que estavam
passando. Eles não conseguiam ver que aquelas dificuldades não
era maiores que as promessas feitas por Deus, e em especial a
eleição imerecida.
Amado ou amada, nós somos salvos pela cruz de Cristo para
termos paz em nosso coração e esperarmos por uma vida eterna.
Isso deveria servir de paz, de conforto. Paulo, escrevendo aos
Coríntios diz:
17
Porque a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós um peso eterno de glória mui
excelente, 18 não atentando nós nas coisas que se
veem, mas nas que se não veem; porque as que
se veem são temporais, e as que se não veem são
eternas. (II Co 4:18)

Meu amado ou amada, se seu conforto depende das coisas desta


vida, pode ser que você não tenha entendido o evangelho de Deus.
Temos uma promessa maior do que qualquer sofrimento. Talvez
não consigamos entender porque passamos por dificuldades e
dores, mas temos um Deus que sofreu o maior dos sofrimentos
para nos dar o maior dos alívios. Por isso que Jó podia dizer:
2 Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus
pensamentos pode ser impedido. (Jó 42:2)

Este texto tornou-se uma das músicas mais profundas de nossa


hinologia evangélica cantada pelo ministério koinonia:
Bem sei que tudo podes, meu amado
Nenhum dos Teus planos é frustrado
Ainda que com perdas e com dor
Eu sempre seguirei a Ti, Senhor

Os Teus caminhos posso não entender, Senhor


Mas, sei que tudo é visando o meu crescer
Se lutas e tribulações eu tenho que passar
Te peço forças pra continuar

Continuar a crer e confiar


No grande amor que tens, ó Pai, por mim
O meu desejo eterno é Te adorar
E, aos Teus pés me derramar sem fim (2X final)
UM CULTO EM PUREZA E
SINCERIDADE
Malaquias 1:6-14

6. O filho honrará o pai, e o servo, ao seu senhor; e, se eu sou


Pai, onde está a minha honra? E, se eu sou Senhor, onde está o
meu temor? —diz o SENHOR dos Exércitos a vós, ó sacerdotes,
que desprezais o meu nome e dizeis: Em que desprezamos nós o
teu nome?
7. Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e dizeis: Em que te
havemos profanado? Nisto, que dizeis: A mesa do SENHOR é
desprezível.
8. Porque, quando trazeis animal cego para o sacrificardes,
não faz mal! E, quando ofereceis o coxo ou o enfermo, não faz
mal! Ora, apresenta-o ao teu príncipe; terá ele agrado em ti? Ou
aceitará ele a tua pessoa? —diz o SENHOR dos Exércitos.
9. Agora, pois, suplicai o favor de Deus, e ele terá piedade de
nós; isto veio da vossa mão; aceitará ele a vossa pessoa? —diz o
SENHOR dos Exércitos.
10. Quem há também entre vós que feche as portas e não
acenda debalde o fogo do meu altar? Eu não tenho prazer em vós,
diz o SENHOR dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a
oblação.
11. Mas, desde o nascente do sol até ao poente, será grande
entre as nações o meu nome; e, em todo lugar, se oferecerá ao
meu nome incenso e uma oblação pura; porque o meu nome será
grande entre as nações, diz o SENHOR dos Exércitos.
12. Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do SENHOR é
impura, e o seu produto, a sua comida, é desprezível.
13. E dizeis: Eis aqui, que canseira! E o lançastes ao desprezo,
diz o SENHOR dos Exércitos: vós ofereceis o roubado, e o coxo, e
o enfermo; assim fazeis a oferta; ser-me-á aceito isto de vossa
mão? —diz o SENHOR.
14. Pois maldito seja o enganador, que, tendo animal no seu
rebanho, promete e oferece ao SENHOR uma coisa vil; porque eu
sou grande Rei, diz o SENHOR dos Exércitos, o meu nome será
tremendo entre as nações.

INTRODUÇÃO

O povo estava se instalando na terra prometida, mas a glória não


era mais a mesma.
O templo estava em processo de construção, mas não terminaria
logo, e eles já sabiam que seria menor que o primeiro.
No tempo de Malaquias o templo era muito pequeno e humilde.
O povo começa a fazer comparações e perderam o zelo que
tinham quando voltaram do cativeiro.
Os sacerdotes se corrompem e não se esmeravam nas suas
tarefas, fazendo-as de qualquer jeito.
Malaquias entra nesse contexto com a voz da sentença da parte
de Deus (v. 1)

DEUS EXIGE HONRA E OBEDIÊNCIA

Assim como no início do livro Deus faz uma pergunta:


“...onde está a minha honra? E, se eu sou
Senhor, onde está o meu temor?” (Ml 1:6a)

Todo culto deve ser voltado para a glória de Deus, mas isto deve
ser feito com uma vida de pureza.
Assim como o povo, os sacerdotes questionam o que Deus diz:
“Em que desprezamos nós o teu nome?” (Ml
1:6b)

A resposta dos sacerdotes estava baseada em promessas que eles


julgavam não terem sido cumpridas da parte de Deus.
No livro de levítico são apresentadas as várias formas de se
achegarem a trazer no culto.
Os animais precisam preencher alguns requisitos.
Os pães dos sacrifícios deviam ser sem levedo e
O CINISMO DOS SACERDOTES

Os sacerdotes conheciam a lei, mas ainda assim a violavam


deliberadamente.
Muitos pregadores hoje conhecem o evangelho, mas fazem
questão de pregar diferente por achar que não dá certo.
Deus considera a atitude dos sacerdotes uma afronta.
7 Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e
dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto,
que dizeis: A mesa do SENHOR é desprezível.

APLICAÇÕES PARA NOSSAS VIDAS

1) O culto a Deus deve ser precedido de obediência e respeito


pelas suas leis;
Os sacerdotes e o povo de um modo geral estavam vivendo de
qualquer jeito. Suas vidas não eram compatíveis com os rituais que
prestavam. Eram rituais mecânicos, não movidos por corações
realmente transformados.
Hoje não tem sido diferente. Vivemos dias onde o culto a Deus
tem sido um culto prestado muitas vezes cheio de pompa, mas
longe de realmente agradar a Deus. Jovens que cultuam a Deus,
levantam suas mãos, choram diante de músicas humanistas e
sentimentalistas, mas acabam o culto e vão para barzinhos, motéis
e outras coisas mais, como se nada tivesse acontecido, como se não
tivessem estado diante de um Deus santo.
A Bíblia não é um amuleto que deve ser usado quando for
preciso. Ela é a lei de Deus que precisa ser obedecida para que
nosso culto possa ser realmente em sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus (Rm 12:1,2).
2) Precisamos buscar conhecer a Deus para o cultuarmos
como ele quer;
O povo na época de Malaquias não tinha uma preocupação real
em conhecer a Deus. Deixavam tudo por conta dos sacerdotes e
líderes e isso fazia com que estes se aproveitassem da situação.
Apesar do que descrevemos acima, temos que reconhecer que
era uma época difícil. Não era qualquer um que conseguia ter
acesso à leitura. Diferente de nossos dias. Nunca vivemos uma
época de tanta facilidade a informação e a formação. Qualquer um
pode conhecer um pouco de qualquer ciência se tiver um pouco de
força de vontade e aprender a ler com certa fluência.
Meu pai era um homem sem formação alguma, que tinha
somente meio ano do primeiro do que hoje seria nosso ensino
fundamental. Mas, graças a sua leitura, dava palestras que enchiam
os olhos de doutores e médicos.
Não há nada hoje que justifique a falta de conhecimento. Por
isso precisamos cada vez mais de pessoas que se comportem como
os bereanos. Que tenham um compromisso de conhecer a Palavra,
mas principalmente o Deus da Palavra.
Oseias diz:
“O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o
conhecimento; porque tu rejeitaste o
conhecimento, também eu te rejeitarei, para que
não sejas sacerdote diante de mim; visto que te
esqueceste da lei do teu Deus, também eu me
esquecerei de teus filhos” (Os 4:6)

Para que nosso culto seja perfeito, precisamos nos preparar para
ele, e este preparo se inicia com a busca pelo conhecimento. Você
compreende isso?

3) Não podemos cultuar de qualquer forma e sem a


reverência e o respeito necessário;
Malaquias mostra que o povo e os sacerdotes estavam prestando
um culto sem o devido respeito e reverência.
O pão para o sacrifício deveria ser sem fermento. Eles estavam
levando o pão fermentado, normal. Isso desagradava a Deus, pois
mostrava o completo desinteresse que tinham os sacerdotes e o
povo de fazerem aquilo que realmente Deus queria.
Além do pão tinha o problema dos animais. Deuteronômio
15:21 diz:
“Porém, havendo nele [no animal] algum
defeito, se for coxo, ou cego, ou tiver qualquer
defeito, não sacrificarás ao SENHOR, teu Deus”
Levítico 22:20 diz:
“Nenhuma coisa em que haja defeito
oferecereis, porque não seria aceita a vosso
favor”

Hoje podemos aplicar este princípio em nossa reverência com o


horário, em nosso esmero em fazer o nosso melhor. Muitos querem
cantar, mas não querem pagar o preço do ensaios, dos exercícios.
Muitos pregadores hoje usam a tecnologia de forma negativa,
copiando coisas de outras pessoas, sem se dedicarem de fato ao
preparo. Isso mostra a falta de esmero.
Paulo escreve sua carta a Timóteo diz:
“Você, porém, seja sóbrio em tudo, suporte os
sofrimentos, faça a obra de um evangelista,
cumpra plenamente o seu ministério” (II Tm 4:5
– NVI)

Meu amado ou amada, o ministério não pode ser feito de


qualquer jeito. Precisamos de fato nos dedicar à obra de forma a
honra aquele nos que chamou.

4) Fere-se o princípio da pureza do culto principalmente


quando se apresenta outro evangelho.
Os animais dos sacrifícios tinham um único objetivo, apontar
para Cristo. Obviamente que eles não tinham pleno conhecimento
disso, dentro daquilo que conhecemos hoje como revelação
progressiva. Mas é importante entender que esse erro pode ser feito
hoje quando pregamos um evangelho diferente daquele que nos foi
deixado por Jesus e seus apóstolos.
Muitas vezes tem sido apresentado um evangelho coxo e cego.
Um evangelho que não aponta para cruz é um evangelho
defeituoso, isso desagrada a Deus.
EM BUSCA DO CULTO IDEAL
Malaquias 2:1-9

1 E, agora, ó sacerdotes, este mandamento vos toca a vós.


2 Se o não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar
honra ao meu nome, diz o SENHOR dos Exércitos, enviarei a
maldição contra vós e amaldiçoarei as vossas bênçãos; e já as
tenho amaldiçoado, porque vós não pondes isso no coração.
3 Eis que vos corromperei a semente e espalharei esterco sobre
o vosso rosto, o esterco das vossas festas; e com ele sereis tirados.
4 Então, sabereis que eu vos enviei este mandamento, para que
o meu concerto seja com Levi, diz o SENHOR dos Exércitos.
5 Meu concerto com ele foi de vida e de paz, e eu lhas dei para
que me temesse, e me temeu e assombrou-se por causa do meu
nome.
6 A lei da verdade esteve na sua boca, e a iniquidade não se
achou nos seus lábios; andou comigo em paz e em retidão e
apartou a muitos da iniquidade.
7 Porque os lábios do sacerdote guardarão a ciência, e da sua
boca buscarão a lei, porque ele é o anjo do SENHOR dos
Exércitos.
8 Mas vós vos desviastes do caminho, a muitos fizestes tropeçar
na lei: corrompestes o concerto de Levi, diz o SENHOR dos
Exércitos.
9 Por isso, também eu vos fiz desprezíveis e indignos diante de
todo o povo, visto que não guardastes os meus caminhos, mas
fizestes acepção de pessoas na lei.

INTRODUÇÃO

A desobediência foi a causa de tudo que estava ocorrendo com


Israel. Na primeira parte o profeta aponta para o povo e seus
pecados no culto. Na segunda parte tanto povo como os sacerdotes
são acusados. Agora o alvo é apenas o grupo sacerdotal.
Na primeira parte o povo acusa Deus de falta de amor, mas o
Senhor mostra que seu amor pode ser visto na eleição de Jacó em
detrimento da primogenitura de Esaú.
Na segunda parte vemos que o povo apresenta sacrifício de
qualquer jeito e os sacerdotes aceitam sem dificuldades. Animais
defeituosos era levado ao altar, e os sacerdotes não tomavam
nenhuma atitude.
Deus joga a culpa da queda do povo nos sacerdotes. Eles
ajudaram a corromper o povo não ensinando como deveria ser o
culto e como cada um deveria se apresentar diante de Deus.
O povo e também os sacerdotes tinham dificuldade em aceitar o
amor de Deus.
Os sacerdotes parecem que não estavam se empenhando no seu
ofício, principalmente o de ensinar com fidelidade a Palavra de
Deus.
O livro de Malaquias marca o fim de uma era e a preparação
para a nova aliança. Tal era encerra com o declínio dos sacerdotes
e seu completo desprezo pelo culto a Deus. Depois de Malaquias
há um silencio da parte de Deus.

AS TAREFAS DO SACERDOTE

Podemos destacar pelo menos três tarefas fundamentais ou


principais:

1) Oferecer sacrifícios conforme ordenados por Deus

2) Guardar e zelar pelo templo ou tabernáculo.

3) Instruir o povo de Deus e dirigi-lo no culto.

SACRIFÍCIOS DEFEITUOSOS

Os sacerdotes estavam apresentando animais com defeitos e


inadequados para o sacrifício.
“...vós ofereceis o roubado, e o coxo, e o
enfermo; assim fazeis a oferta; ser-me-á aceito
isto de vossa mão?” (Ml 1:13)

Os sacerdotes afirmavam estar cansados, pois dava trabalho


preparar tudo dentro da vontade de Deus (1:13a).

A DISCIPLINA DURA DE DEUS

Deus não dialoga mais, Ele já anuncia a punição pelo desvio que
os sacerdotes estavam promovendo do culto genuíno.

Se o não ouvirdes e se não propuserdes no vosso


coração dar honra ao meu nome, diz o SENHOR
dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós e
amaldiçoarei as vossas bênçãos; e já as tenho
amaldiçoado, porque vós não pondes isso no
coração. (Ml 2:2)
Deus chama os sacerdotes ao arrependimento antes de anunciar
as ações disciplinadoras (v. 2).
Os castigos previstos na aliança são a primeira ação de Deus
contra os sacerdotes (v. 2).
As descendências dos sacerdotes seriam malditas (v. 3).
Haveria uma humilhação pública dos sacerdotes (v. 9)

A PRIMAZIA DA PALAVRA NO CULTO

A lei da verdade esteve na sua boca, e a


iniquidade não se achou nos seus lábios; andou
comigo em paz e em retidão e apartou a muitos
da iniquidade. (Ml 2:6)

Deus está lembrando o pacto que fez com Levi e a importância


da Lei do Senhor.
Os sacerdotes se desviaram da proclamação pura da Palavra.

Porque os lábios do sacerdote guardarão a


ciência, e da sua boca buscarão a lei, porque ele
é o anjo do SENHOR dos Exércitos. Mas vós vos
desviastes do caminho, a muitos fizestes tropeçar
na lei: corrompestes o concerto de Levi, diz o
SENHOR dos Exércitos. (Ml 2:7-8)

APLICAÇÕES PARA NOSSAS VIDAS

1) O culto é algo muito importante, não deve ser visto como


secundário;
Vivemos dias onde tem aumentado muito o número daqueles
conhecidos como sem-igreja. Muitos são os motivos que podem ser
observados que levam uma pessoa a se tornar um desigrejado.
Alguns alegam os problemas de relacionamentos que existem
dentro da congregação. Outros colocam a culpa no sistema
eclesiástico denominacional. E ainda aqueles que se acham acima
de todos e colocam suas doutrinas pessoais quase como verdades
absolutas e que nenhuma denominação as preenche.
O autor aos hebreus determina que não devemos deixar de
frequentar a congregação. A ideia da congregação está diretamente
ligada à ideia do culto. O culto é algo de suma importância na vida
de um membro de uma igreja local.
Os sacerdotes estavam negligenciando o culto e isso
desagradava a Deus.
Hoje infelizmente não tem sido diferente. Muitos são aqueles
colocam o culto como algo secundário e sem importância. Mas não
é.

2) O culto não deve ser prestado de qualquer jeito;


Deus lembra aos sacerdotes que eles não estavam honrando o
nome Dele. Isso ocorre pelo fato de permitirem que o culto fosse
prestado de qualquer jeito. No capítulo anterior podemos ver o
quanto havia negligência nos atos do culto. Animais imperfeitos,
alimentos impuros, entre outras coisas eram colocados no altar, e
isso desagradava a Deus.
Falamos isso no sermão anterior, mas sempre vale repetir. O
culto não pode ser prestado de forma leviana. Não pode ser
prestado sem um entrega sacrificial.
Como é triste perceber que muitos prestam e participam do culto
de qualquer jeito. Sem a reverência necessária para estar diante do
Deus Santo e puro, sem um zelo mínimo para com as coisas de
Deus. São pastores que não se preparam para pregar, são
professores que não estudam com afinco a Palavra de Deus, são
músicos que não se dedicam e se capacitam, limitando-se ao que
sabem. A obra de Deus não pode ser feita de qualquer forma.

3) Devemos ter zelo em todas as áreas que auxiliam o culto;


Ao citar Levi Malaquias aponta também para as muitas
responsabilidades dentro do culto. Apesar do ponto central ser a
Palavra muitas coisas devem ocorrer até que haja a exposição da
Bíblia. O papel dos levitas era fazer com que as coisas no em torno
do sacrifício ocorressem com perfeição, para que o culto fosse de
fato perfeito e aceitável a Deus.
Hoje devemos pensar da mesma forma, para que o culto ocorra
muita coisa em torno dele deve estar em perfeita harmonia, os
grupos que cantam, a sonorização, a multimídia, a limpeza da
igreja, entre tantas outras coisas.
O zelo pode ser visto em diversas áreas tais como: pontualidade,
tempo de preparo, assiduidade, submissão, entre outras coisas.
Hoje há muitos que querem aparecer e assim, são fieis apenas
quando estão à frente do trabalho. Não levam a sério sua
participação e sua frequência na igreja.
Muitos são os que acham que só música e a pregação devem ser
bem feitos para o culto. Sentem-se desvalorizados se não tiverem
em uma destas áreas. Tais pessoas têm muito a aprender com José,
do Egito. Ele foi bom naquilo que fez tanto como servo, quanto
como governador da maior da nação do planeta na época. Isso
significa que devemos fazer bem feito tudo que nos vier a mão para
fazer.
4) É preciso arrependimento pelo culto mal prestado
Malaquias convoca os sacerdotes ao arrependimento diante do
culto mal prestado. Assim como qualquer outro pecado,
precisamos nos arrepender de verdade. Precisamos nos derramar
diante de Deus em uma atitude de humildade e de confissão diante
de Deus.
Meu amado ou amada, talvez o seu culto não esteja sendo
prestado da forma que deveria ser. Talvez você esteja, assim como
aqueles sacerdotes, fazendo tudo de qualquer jeito. Paulo,
escrevendo aos coríntios, afirma que tudo no culto precisa ter
decência e ordem (I Co 14:40), o apóstolo estava se referindo ao
problema das manifestações sobrenaturais que ocorriam em
Corinto.
É muito triste as pessoas hoje falarem sobre arrependimento de
pecados cometidos contra outras pessoas, mas sempre se esquecem
dos pecados cometidos contra Deus. É preciso que haja
responsabilidade para com o culto prestado a Deus. Davi reconhece
que todo pecado que cometera foi contra Deus ().

5) A Palavra de Deus precisa ter sempre a primazia no culto a


Deus;
No verso 6 Deus cita Levi como alguém que sempre teve a lei
do Senhor e seu concerto no centro do culto.
A lei da verdade esteve na sua boca, e a
iniquidade não se achou nos seus lábios; andou
comigo em paz e em retidão e apartou a muitos
da iniquidade.
Isso ocorria porque colocava-se na palavra a primazia do culto.
Hoje mais do que nunca isso deveria ocorrer, pois a Palavra, além
de continuar a ser ensinada, ela ocupa o espaço que no culto
judaico era dedicado aos sacrifícios. Estes apontavam para o Cristo
através de sua simbologia, aquela aponta para o Cristo crucificado
e que há de vir.
Muitos hoje não prestam a devida atenção na Palavra. O culto é
um todo onde o mais importante é você se sentir bem. Se a
pregação é bíblica ou não, isso é apenas um detalhe. Hoje há cultos
onde o teatro, a música, os relatórios missionários, entre tantas
outras coisas, ocupam mais espaço do que a Palavra de Deus.
Precisamos resgatar a primazia da Palavra de Deus no culto. Mas
isso não pode ser feito de qualquer jeito...

6) A pregação da Palavra deve ser feita com zelo e temor.


No verso 8 vemos que os sacerdotes, além de não colocarem a
Palavra no centro, não tinham zelo no ensino que faziam:
Mas vós vos desviastes do caminho, a muitos
fizestes tropeçar na lei: corrompestes o concerto
de Levi, diz o SENHOR dos Exércitos.
A corrupção do concerto de Deus aponta para a falta de zelo
pela Palavra. Deus aponta mais uma vez para o zelo que Levi tinha
para com a Palavra.
Em nossos dias não tem sido diferente. Cada vez mais aumenta
o número de sermões que pregam coisas que a Bíblia não prioriza,
ainda que sejam verdadeiras.
Vi uma postagem de um ex-aluno que dizia ser de Martin-Loyd
Jones. O texto afirmava: “O falso profeta adora falar de amor.
Muito raramente falará sobre santidade, justiça e ira de Deus. Só
isso já o faz falso”. Imediatamente uma pessoa postou: “Meu
amigo, me desculpa, mas não podemos generalizar”. Obviamente o
pastor não respondeu, talvez pode educação, pois eu também não
responderia em público. Mas o fato é que se alguém só prega amor,
e acha que isso é o evangelho está corrompendo a Palavra. No
mínimo falta com zelo, com cuidado. Se pregássemos todos os
textos bíblicos dentro de seus devidos contextos teríamos nas
Escrituras 68,8% de pregações voltadas para disciplina, justiça e
santidade. Ainda que o amor seja o ponto alto do sacrifício de
Cristo, Jesus morreu por causa de nossos pecados, são pecados que
precisam ser anunciados para o arrependimento, o amor entra como
resultado da graça de Deus, não dos méritos dos homens.
O CULTO COMEÇA COM A NOSSA
VIDA
Malaquias 2:10-16

10 Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um


mesmo Deus? Por que seremos desleais uns para com os outros,
profanando o concerto de nossos pais?
11 Judá foi desleal, e abominação se cometeu em Israel e em
Jerusalém; porque Judá profanou a santidade do SENHOR, a qual
ele ama, e se casou com a filha de deus estranho.
12 O SENHOR extirpará das tendas de Jacó o homem que fizer
isso, o que vela, e o que responde, e o que oferece dons ao
SENHOR dos Exércitos.
13 Ainda fazeis isto: cobris o altar do SENHOR de lágrimas, de
choros e de gemidos; de sorte que ele não olha mais para a oferta,
nem a aceitará com prazer da vossa mão.
14 E dizeis: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha entre
ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo
ela a tua companheira e a mulher do teu concerto.
15 E não fez ele somente um, sobejando-lhe espírito? E por que
somente um? Ele buscava uma semente de piedosos; portanto,
guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja desleal para com a
mulher da sua mocidade.
16 Porque o SENHOR, Deus de Israel, diz que aborrece o
repúdio e aquele que encobre a violência com a sua veste, diz o
SENHOR dos Exércitos; portanto, guardai-vos em vosso espírito e
não sejais desleais.

INTRODUÇÃO

Desde a antiguidade Deus exigiu que o culto prestado a Ele


fosse feito por pessoas Santas.

“Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu


sou o SENHOR, vosso Deus” (Lv 20:7)
Malaquias agora volta a falar para o povo. Ele mostra que os
sacerdotes erram e fazem o povo errar, mas este também tem
responsabilidades e precisa se arrepender diante de Deus.
Havia entre o povo e os sacerdotes muitos que estavam se
casando com pessoas que não eram da comunidade judaica, pior
ainda, estavam trocando suas esposas judias por mulheres ímpias,
estas por sua vez ajudavam na contaminação do culto e da
santidade.
Isso fazia com que ocorressem divórcios em demasia entre o
povo judeu.

O PROBLEMA DO JUGO DESIGUAL

11
Judá foi desleal, e abominação se cometeu em
Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou a
santidade do SENHOR, a qual ele ama, e se
casou com a filha de deus estranho. 12 O
SENHOR extirpará das tendas de Jacó o homem
que fizer isso, o que vela, e o que responde, e o
que oferece dons ao SENHOR dos Exércitos. (Ml
2:10-16)

Deus já havia orientado o povo a não se casar com as pessoas


das terras vizinhas e conquistadas.

1 Quando o SENHOR, teu Deus, te tiver


introduzido na terra, a qual passas a possuir, e
tiver lançado fora muitas nações de diante de ti,
os heteus, e os girgaseus, e os amorreus, e os
cananeus, e os ferezeus, e os heveus, e os
jebuseus, sete nações mais numerosas e mais
poderosas do que tu;
2 e o SENHOR, teu Deus, as tiver dado diante de
ti, para as ferir, totalmente as destruirás; não
farás com elas concerto, nem terás piedade
delas;
3 nem te aparentarás com elas; não darás tuas
filhas a seus filhos e não tomarás suas filhas
para teus filhos;
4 pois elas fariam desviar teus filhos de mim,
para que servissem a outros deuses; e a ira do
SENHOR se acenderia contra vós e depressa vos
consumiria. (Dt 7:1-4)

A TRISTEZA DE DEUS PELO DIVÓRCIO

O pior de tudo que os judeus estavam casando-se com


estrangeiras depois de se divorciarem.
Malaquias ataca a deslealdade dos homens para com suas
mulheres.
Deus trata o casamento como um pacto irrevogável.

14 E dizeis: Por quê? Porque o SENHOR foi


testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade,
com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua
companheira e a mulher do teu concerto. (Ml
2:14)
Há um completo repúdio de Deus pelo divórcio.

16 Porque o SENHOR, Deus de Israel, diz que


aborrece o repúdio e aquele que encobre a
violência com a sua veste, diz o SENHOR dos
Exércitos; portanto, guardai-vos em vosso
espírito e não sejais desleais. (Ml 2:10-16)
Sabemos que os casamentos da época eram arranjados, mas o
que Deus está mostrando que nossa racionalidade deve suplantar
nossos desejos. Uma vez que casamos, devemos honrar aquele
pacto que foi feito com nossos cônjuges.
É importante lembrar que tanto o jugo desigual, quanto o
divórcio, são exemplos que Malaquias está trabalhando para
mostrar o quanto nossa vida precisa ser santa para que nosso culto
seja aceitável a Deus.
APLICAÇÕES PARA NOSSAS VIDAS

1) Nossa adoração começa pelo nosso esforço em nos


santificar;
Tantos os sacerdotes como o povo de Judá estavam vivendo
uma vida relaxada, espiritualmente falando. Não havia uma
preocupação em fazer aquilo que Deus determinava em sua
Palavra, não havia esforço.
Em nossos dias isso não tem sido diferente. Muitos são os
cristãos, líderes ou não, que vivem suas vidas sem se preocuparem
se é ou não a vontade de Deus. De estudarem e conhecerem aquilo
que Deus realmente deseja.
Conheço pessoas que afirmam que preferem não estudar
“muito” a Bíblia para que não saiba se está pecando ou não. Isso
mostra um completo desleixo e falta de amor a Deus e à sua
Palavra.
O esforço que precisamos fazer envolve muitas coisas, e uma
delas é o desejo de conhecer a vontade Deus para nossas vidas.

2) Nossa santificação tem como base a obediência aos


mandamentos de Deus;
Se a santificação muitas vezes é evitada, existem situações onde,
na realidade, o conhecimento existe, mesmo que seja sem querer, e
ainda assim não há obediência.
O casamento com outros povos era abominação a Deus, assim
como era também o repúdio (divórcio). Tanto sacerdotes, como o
povo sabiam muito bem disso, mas ainda assim continuavam no
erro.
Uma das grandes tristezas em minha vida como conselheiro e
líder de jovens e adolescente foi ver que praticamente nenhum
deles me ouviu e obedeceu a orientação de não namorar ou casar
com alguém que não fosse verdadeiramente cristão ou cristã.
Alguns hoje até se gabam porque o casamento deu certo. Mas a
questão não é esta, não podemos medir nossa obediência com base
naquilo dá certo ou não. Há bandidos que vivem uma vida inteira
sem punição, isso não quer dizer que os crimes que eles cometeram
não existiram, isso não quer dizer que eles não falharam com a
sociedade. Da mesma forma nós diante de Deus. O fato de um
casamento ou divórcio derem sido um “sucesso” aos olhos
humanos, não significa que não seja pecado, e muito menos que
Deus está abençoando.
O fato do casamento ter dado certo nesta vida não tira a
responsabilidade do arrependimento para a purificação de nossas
almas. Nosso grande mal é medir se isso é certo ou errado pelo fato
de ter dado certo, ou por ter nos trazido felicidade. A nossa maior
felicidade deveria ser agradar a Deus, e não a nós mesmos.

3) Nossa santificação começa no seio familiar;


Quando olhamos para o fato de que Deus reprova tanto o jugo
desigual, como também o divórcio, devemos ver a importância que
Deus dá ao seio familiar.
Salomão afirma que devemos gozar a vida com a mulher de
nossa mocidade todos os dias de nossas vidas, pois isso é o maior
tesou ro que temos debaixo do sol (Ec 9:9).
A sociedade moderna tem tentado ou destruir a família, ou criar
novas alternativas para a família. Mas o fato que à luz da Bíblia a
família é composta inicial por um homem e por uma mulher, e
depois pelos filhos que são frutos deste relacionamento.
É no meio familiar que vamos iniciar nosso processo de
santificação para que nosso culto agrade a Deus. Isso significa que
aquelas pessoas que têm um comportamento tenebroso em casa,
mas que depois, na igreja, mantem uma aparência de santidade,
também não tem o seu culto aceito pelo Senhor.
Homens que agridem verbalmente ou fisicamente suas esposas,
não podem ter seu culto aceito. Mulheres que se colocam como
chefes da casa e manipulam seus maridos para conseguirem o que
quer, também não têm seus cultos aceitos por Deus. A nossa
santidade precisa ter inicio em casa para que possamos praticar um
culto aceitável a Deus.
4) Nossa falta de santidade afeta o culto verdadeiro a Deus;
Hoje vemos muitas pessoas que se dizem atingidas
emocionalmente pelo culto. De fato isso pode até acontecer, mas o
fato é que o culto antes de mais nada precisa ser racional, e nesta
racionalidade é preciso termos consciência de que o culto
verdadeiro começa quando temos uma vida de fato de santidade.
Conheço pessoas que cantam divinamente bem, mas levam uma
vida que desagradada completamente a Deus. São maridos
traidores, assediadores morais, entre outras coisas, mas depois
querem colocar seus dons à disposição de Deus. Meu amado você
precisa se colocar diante de Deus com uma vida de santidade.
São mulheres insubmissas e que, guiadas pela chamada agenda
feminista, se esquecem dos valores cristãos e das funções que cada
um de nós recebemos de Deus.
É impossível ter um culto que agrade a Deus quando temos uma
vida que só agrada a nós mesmos. Nosso culto precisa ser um
reflexo de nossa santidade.

5) Nossa vida pessoal e moral afeta diretamente o culto a


Deus.
Vivemos dias de grande individualidade. Cada um pensa
somente em si mesmo. A minoria tem supremacia sobre a maioria
em um claro desequilíbrio da democracia.
Obviamente não quero dizer com isso que não devemos pensar
na inclusão da minoria, mas isso deve ocorrer sem afetar a
convivência em sociedade, e sem se deixar Deus de lado. Vejo
crentes hoje lutam pelo direito dos homossexuais de cometerem
seus pecados, isso com a desculpa do inclusivismo e da luta contra
a homofobia. Uma coisa nada tem a ver com a outra. Eu luto contra
a chamada homofobia repudiando todo e qualquer tipo de
homicídio por causas fúteis.
Conheço pessoas que acham que Deus não se importa com
nossa vida privada, que estas coisas não afetam nosso
relacionamento com Deus. Mas a Bíblia nos ordena apresentar
nossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. A ideia
de entregar os corpos nos remete à uma vida pessoal de santidade.
Meu amado ou amada, mantenha uma vida santa diante de
Deus. Evite cometer não apenas os pecados aqui usados pelo
profeta como exemplos, como também outros mais que possam
desagradar a Deus e manchar a nossa santidade.
DEUS SENDO JULGADO
Malaquias 2:17-3:6

2:17 Enfadais ao SENHOR com vossas palavras; e ainda


dizeis: Em que o enfadamos? Nisto, que dizeis: Qualquer que faz o
mal passa por bom aos olhos do SENHOR, e desses é que ele se
agrada; ou onde está o Deus do juízo?
3:1 Eis que eu envio o meu anjo, que preparará o caminho
diante de mim; e, de repente, virá ao seu templo o Senhor, a quem
vós buscais, o anjo do concerto, a quem vós desejais; eis que vem,
diz o SENHOR dos Exércitos.
3:2 Mas quem suportará o dia da sua vinda? E quem subsistirá,
quando ele aparecer? Porque ele será como o fogo do ourives e
como o sabão dos lavandeiros.
3:3 E assentar-se-á, afinando e purificando a prata; e
purificará os filhos de Levi e os afinará como ouro e como prata;
então, ao SENHOR trarão ofertas em justiça.
3:4 E a oferta de Judá e de Jerusalém será suave ao SENHOR,
como nos dias antigos e como nos primeiros anos.
3:5 E chegar-me-ei a vós para juízo, e serei uma testemunha
veloz contra os feiticeiros, e contra os adúlteros, e contra os que
juram falsamente, e contra os que defraudam o jornaleiro, e
pervertem o direito da viúva, e do órfão, e do estrangeiro, e não
me temem, diz o SENHOR dos Exércitos.
3:6 Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de
Jacó, não sois consumidos.

INTRODUÇÃO

Não é possível analisar o capítulo 3 de Malaquias sem uni-lo ao


versículo final do capítulo anterior. Depois de mostrar os
problemas pessoais que afetavam o culto, no caso casamento com
outros povos e o divórcio, o autor mostra que estas coisas estavam
enfadando (cansando a Deus). Esta fala é a deixa para o versículo 1
do capítulo 3. No texto em questão Deus mostra que enviaria um
anjo (mensageiro) preparando o caminho diante do mensageiro da
aliança. O texto em questão é claro, o mensageiro que prepara o
caminho é João Batista, enquanto o mensageiro da aliança é Jesus.
Este é o Messias esperado (“a quem desejais”). Mas a vinda dele
será para juízo, e não livramento (“...quem suportará o dia da sua
vinda?”).
É importante notar uma questão na visão profética. O profeta ao
ver o que Deus está lhe mostrando não consegue separar a primeira
da segunda vinda de Cristo. Por isso essa grande questão: “Quem
suportará?”. No verso 5 mostra que ele vai chegar com juízo. Isso
ocorre porque o profeta está chamando atenção para aqueles que
estavam se desviando daquilo que Deus realmente determinara.
Vale lembrar que há uma sequência que se inicia no capítulo 1 e
chega até aqui, de advertências e repreensões, por isso o alerta de
juízo. E isso só vai mudar no capítulo 4, quando ele vai falar do sol
da justiça.

A posição do povo e dos sacerdotes

A insatisfação do povo com Deus era tão grande que eles


começaram a questionar tudo que Deus fizera até ali.
O povo e os sacerdotes haviam se esquecido porque chegaram
até ali naquelas condições.
Eles estavam questionando a prosperidade dos ímpios ao seu
redor.

O SENTIMENTO DE DEUS
Enfadais ao SENHOR com vossas palavras; e
ainda dizeis: Em que o enfadamos? Nisto, que
dizeis: Qualquer que faz o mal passa por bom
aos olhos do SENHOR, e desses é que ele se
agrada; ou onde está o Deus do juízo? (Ml 2:17)

O “cansaço” de Deus reflete sua tristeza com seu povo. Eles


estavam sempre olhando para o temporal, enquanto o desafio de
Deus é para que olhassem para o atemporal.
Malaquias parece dizer que a paciência de Deus tem limite, e
este estava quase chegando.

A RECLAMAÇÃO DO POVO
...Qualquer que faz o mal passa por bom aos
olhos do SENHOR, e desses é que ele se agrada;
ou onde está o Deus do juízo? (Ml 2:17b)
O povo começa reclamando por ver a prosperidade dos ímpios
(Sl 73).
Chegam a afirmar que Deus prefere os ímpios ao seu povo.
Muitos se tornam ateus com esta visão.

A RESPOSTA INESPERADA DE DEUS


Eis que eu envio o meu anjo, que preparará o
caminho diante de mim; e, de repente, virá ao
seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o anjo
do concerto, a quem vós desejais; eis que vem,
diz o SENHOR dos Exércitos. Mas quem
suportará o dia da sua vinda? E quem subsistirá,
quando ele aparecer? Porque ele será como o
fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros.
(Ml 3:1-2)

Deus começa mostrando que todos diante dEle são pecadores


(“Mas quem suportará o dia de sua vinda?”). Há uma mudança na
profecia. Antes, somente exortação, agora começa a apontar para
frente, para o futuro.
Judá estava olhando o exterior, mas Deus conhece nosso
interior.
Deus aponta o pecado de Judá e mostra que era o mesmo que
outras nações cometiam.

E chegar-me-ei a vós para juízo, e serei uma


testemunha veloz contra os feiticeiros, e contra
os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e
contra os que defraudam o jornaleiro, e
pervertem o direito da viúva, e do órfão, e do
estrangeiro, e não me temem, diz o SENHOR dos
Exércitos. (Ml 3:5)
Deus é imutável em sua justiça e em sua santidade.

APLICAÇÕES PARA NOSSAS VIDAS

1) Ser cristão não nos impede de sermos disciplinados por


Deus;
O povo judeu e os sacerdotes em geral não estavam aceitando
que tudo que estavam passando era uma consequência de sua
desobediência. Isso fez com que pesasse sobre eles a disciplina do
Senhor.
Em Hebreus 12:6 encontramos que Deus disciplina a quem ama
e açoita seus filhos. Vivemos dias que disciplinar alguém com
castigos físicos não é muito aceito, mas o fato é que desde cedo
precisamos aprender que nossos erros podem trazer fortes
consequências, e uma delas é o castigo físico.
Deus mostra seu amor quando nos disciplina, ainda que seja
dura a sua disciplina. É isso que Habacuque aprendeu. Ele estava
triste pela situação da nação que estava afundada em corrupção.
Deus então lhe promete corrigir o seu povo usando os babilônios,
isso assusta Habacuque, pois ele acha que ninguém suportaria o
castigo do Senhor. É neste contexto que Deus vai falar uma frase
que viraria o lema da reforma protestante: “O justo viverá pela fé”
(Hc 2:4). Ou seja, ainda que o castigo viesse sobre toda a nação, o
justo do Senhor passaria pela disciplina pela fé.
Amado ou amada, muitas vezes estamos passando por angústias
no coração e na vida porque estamos sendo tratados pelo Senhor.
Talvez seja necessária uma análise interior para que possamos
experimentar a paz que o perdão de Deus pode nos dar.

2) Prosperidade não é sinal de bênção divina;


A primeira coisa que povo reclama é da prosperidade dos
ímpios. Eles chegam a afirmar que Deus se agrada do que é errado
ao ver o crescimento e o desenvolvimento dos ímpios. Isso ocorre
porque olham somente para esta vida, e pior, se acham
merecedores de alguma coisa.
Hoje não tem sido diferente. Muitos são os cristãos que se
acham merecedores e bons e por isso não se conformam com
qualquer sofrimento que venha a passar. Não aceitam que
prosperidade nem sempre é sinal de bênção divina.
Lamentavelmente muitos são os cristãos que associam a vida cristã
à prosperidade, e esta por sua vez aliada à sua fidelidade.
É por isso que não gosto muito da ideia de alguém dizer “Deus
me honrou”. Deus não tem dívida alguma conosco, ele não tem
obrigação nenhuma de nos honrar. As palavras usadas na Bíblia
aparentemente apontando para isso, estão na realidade apontando
para a fidelidade de Deus e para a nossa eternidade, mas nós não
temos mérito algum que nos leve a merecer algo.
Isso ocorre principalmente pelo que veremos no próximo
ponto...

3) Deus não mede nossas realizações pelo que externamos;


É muito comum acharmos que uma igreja, por exemplo, deu
certo pelo seu crescimento numérico, pelas suas obras faraônicas,
ou pelas obras sociais que ela realiza. Estas coisas devem ser
elogiadas, e podem até servir de parâmetro, mas nem sempre
refletem uma realidade espiritual. Hoje, por exemplo, as maiores
igrejas de nossa denominação, tanto do país, como do nosso estado,
têm fugido da pregação expositiva, procuram sempre mensagens
que possam “atender os anseios das pessoas”. Esse foi um dos
erros que os falsos profetas cometeram e que Jeremias denuncia (Jr
5:31).
No Brasil tivemos muitos casos de líderes famosos e respeitados
que, com o tempo, mostrou-se quadros de adultérios, luxúrias e
outros tipos de pecados. Isso sem contar aqueles que não ficamos
sabemos, que não devem ser poucos. O que isso de fato nos mostra
diante do texto em questão? O povo e os sacerdotes acreditavam
que aquilo que estavam externando era suficiente para agradar a
Deus. Pior do que isso, eles estavam achando que Deus era ingrato
em não aceitar o culto deles.
Meu amado ou amada, talvez você ache que aquilo que faz seja
o que importa diante de Deus, mas saiba que diante de um Deus
que perscruta o coração isso não é possível. Diante de um Deus que
conhece nosso sentar e levantar, nada disso tem valor se não for
precedido de uma vida reta aos olhos Dele.

4) Nossa vida pode ser mais tranquila se vivermos na


obediência;
Sabemos que nem todos os problemas que nos acometem são
consequências direta de nossos pecados, mas temos que ter em
mente que poderíamos ter uma vida mais tranquilo no mundo se
vivêssemos dentro da vontade de Deus, buscando obedecer a seus
mandamentos.
As nações de Judá e Israel sofreram duras consequências em
virtude da desobediência, e isso pode ocorrer conosco também.
Devemos estar atentos para nossas vidas para sabermos que
muitas coisas que nos acontecem são frutos de nossos pecados.
Hoje tenho uma filha longe do evangelho, claro que ela é
responsável pelos seus atos, mas o fato de ter sido ativista demais
pode ter ajudado a gerar o afastamento dela. O fato de nunca ter
tempo para fazermos um culto doméstico pode ter ajudado no
distanciamento dela com Deus. Isso nós podemos ter consciência.
Não quer dizer que seja uma maldição ou coisas deste tipo, mas
pode significar que estamos colhendo um pouco daquilo que
plantamos.
Meu amado ou amada, tenha consciência de que muitas vezes
colhemos aquilo que plantamos. Obviamente isso não quer dizer
que seja verdadeiro o ditado que diz “Aqui se faz, aqui se paga”, de
forma alguma. Mas pode significar que Deus nos disciplina de
acordo com as falhas que cometemos.

5) Devemos sempre confiar que Deus fará justiça no tempo


certo;
A grande reclamação do povo e dos sacerdotes nesta passagem é
o fato de verem os ímpios prosperarem. O grande problema que a
teologia judaica pregava a ideia de que as bênçãos de Deus são
para esta vida.
Muitos líderes sérios muitas vezes parecem pregar desta forma
também. Precisamos olhar mais para os textos bíblicos e ver neles
as promessas eternas ali feitas ou simbolizadas, sem nos
preocuparmos com detalhes materiais. A matéria fica, e a alma
sobe para Deus.
Devemos confiar que a justiça divina será feita, ainda que não
seja nesta vida. Ela será feita com base no sacrifício de Jesus, e não
com base em nossos desejos humanos. Ela será feita com base na
misericórdia de Deus, e não em concepções humanas. Foi isso que
Jonas aprendeu. Ele temia pregar para os ninivitas pois sabia que
corria o risco de Deus os perdoar, o que daria a eternidade para
eles.
Lembremos que nossos pensamentos não são pensamentos de
Deus e que nossa justiça está longe de alcançar a justiça divina.
Mas isso não impede o que veremos no último ponto...

6) Nosso culto a Deus não pode ser afetado pela aparente


vitória dos ímpios
Lembremo-nos que o foco do livro de Malaquias era o culto a
Deus que não estava sendo prestado como deveria. Diante das
reclamações até feitas pelo povo, a que se destaca neste trecho é o
fato de ver a prosperidade do ímpio. Hoje vemos também grupos
que crescem, mesmo pregando um falso evangelho. Vemos igrejas
que se desenvolvem em torno de um evangelho adulterado. Nada
disso deve ser motivo ou desculpa para não prestarmos um culto
verdadeiro a Deus. De mantermos nossas vidas dentro da vontade
de Deus.
O CULTO COMEÇA NA OBEDIÊNCIA
Malaquias 3:7-12

7 Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus


estatutos e não os guardastes; tornai vós para mim, e eu tornarei
para vós, diz o SENHOR dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que
havemos de tornar?
8 Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis:
Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas.
9 Com maldição sois amaldiçoados, porque me roubais a mim,
vós, toda a nação.
10 Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja
mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o
SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e
não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a
maior abastança.
11 E, por causa de vós, repreenderei o devorador, para que não
vos consuma o fruto da terra; e a vide no campo não vos será
estéril, diz o SENHOR dos Exércitos.
12 E todas as nações vos chamarão bem-aventurados; porque
vós sereis uma terra deleitosa, diz o SENHOR dos Exércitos.

INTRODUÇÃO

O livro de Malaquias envolve a aliança entre Deus e seu povo


que começou com Abraão.
Em Moisés é entregue a lei que o povo de Israel deveria
obedecer para ser abençoado e protegido por Deus.
A circuncisão se torna o símbolo dessa aliança e ao mesmo
tempo o símbolo da fé.
O cativeiro babilônico foi o ponto máximo da desobediência
israelita, mas o povo não conseguia ver isso.
O povo olhava para dentro de si mesmo e achava que era
perfeito pela exteriorização da lei.
Jesus não revoga a aliança, mas a ratifica ao cumprir
perfeitamente toda lei.
O trecho em questão traz uma amostra dessa aliança não
cumprida e do descontentamento de Deus com seu povo.
Vale lembrar que o contexto era de secas constantes. As
colheitas estavam sendo prejudicadas e isso fazia com que o povo
não entregasse o dízimo por medo. Deus convoca o povo a confiar
na Sua provisão.

DEUS DECLARA SUA TRISTEZA

Deus começa mostrando que o problema do pecado sempre


esteve em Israel.

7 Desde os dias de vossos pais, vos desviastes


dos meus estatutos e não os guardastes; tornai
vós para mim, e eu tornarei para vós, diz o
SENHOR dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que
havemos de tornar? (Ml 3:7-12)

O arrependimento é algo real que deveria sempre ser praticado


pelo povo.
Israel teve poucos momentos de glória por causa da
desobediência.
Poderíamos ter vidas mais tranquilas se fôssemos mais
obedientes.

A RESPOSTA PREPOTENTE DO POVO

7 Desde os dias de vossos pais, vos desviastes


dos meus estatutos e não os guardastes; tornai
vós para mim, e eu tornarei para vós, diz o
SENHOR dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que
havemos de tornar? (Ml 3:7-12)

O povo pergunta para que precisava se arrepender.


Muitas vezes achamos que podemos esconder nossos pecados
de Deus.

8 Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me


roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos
dízimos e nas ofertas alçadas. 9 Com maldição
sois amaldiçoados, porque me roubais a mim,
vós, toda a nação. (Ml 3:7-12)

É interessante que Deus toma como exemplo um pecado


pequeno perto de outros.

UM EXEMPLO DE DESOBEDIÊNCIA

Dízimo é um exemplo porque ele faz parte do culto assim como


os sacrifícios.
Não há aqui uma supervalorização dos dízimos, mas um
exemplo clássico que Deus nos pede obediência completa.

A PROMESSA DE RESTAURAÇÃO

10 Trazei todos os dízimos à casa do tesouro,


para que haja mantimento na minha casa, e
depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos
Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu
e não derramar sobre vós uma bênção tal, que
dela vos advenha a maior abastança. (Ml 3:7-
12)

Essa é uma promessa coletiva, significa que se o povo de Deus,


como um todo for fiel, colherá realmente bênçãos nesta vida.
A restauração envolve o cumprimento de todos os
mandamentos, não apenas a entrega do dízimo.
APLICAÇÕES PARA NOSSAS VIDAS

1) A obediência envolve todos os mandamentos;


Hoje muitos grupos gostam de dizer que o dízimo é para o
Antigo Testamento. Primeiro mostra que não leem a Bíblia da
forma correta, pois ignoram passagens como Mt 23:23 ou Lc 11:42
onde claramente Jesus está confirmando o dízimo, e não abolindo.
Obviamente ao exclamar um ai contra o dízimo dos fariseus Jesus
deixa claro que há pecados mais graves do que não entregar o
dízimo, mas isso não significa que você deve deixar de entregar.
O próprio Jesus deixa claro que o menor mandamento violado
faz com que o pecador seja réu de toda lei:
19 Qualquer, pois, que violar um destes
mandamentos, por menor que seja, e assim
ensinar aos homens, será chamado o menor no
reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e
ensinar será chamado grande no reino dos céus
(Mt 5:19)
É interessante notar que a passagem acima é feita no sermão do
monte e reflete conselhos práticos que Jesus estava dando a seus
discípulos. Ele chega a afirmar no versículo 20 que a justiça de
seus discípulos deveria exceder as dos escribas e fariseus.
Outra questão interessante que em nenhum lugar do Novo
Testamento há uma revogação do mandamento do dízimo, ou uma
explicação que possa mostrar que ele realmente acabou.
Logo, obedecer a Deus somente naquilo que nos é conveniente
nos torna réu diante da Palavra de Deus.

2) Nossa falta de obediência leva tristeza ao coração de Deus;


Interessante que o povo e os sacerdotes estavam cometendo seus
pecados, mas não achavam nada demais, pois, afinal, não estavam
prejudicando ninguém. O culto não era algo que afetava o
relacionamento social das pessoas, não era algo que trazia
problemas para suas vidas pessoais.
Davi, apesar de saber que tinha cometido pecados horrendos
escreve:
4
Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que
é mal à tua vista, para que sejas justificado
quando falares, e puro quando julgares (Sl 51:4)

É muito triste quando vemos que nosso pecado só é grave


quando prejudicamos pessoas, ou quando nos traz consequências
ruins. Nosso pecado entristece o coração de Deus, e precisamos ter
consciência de que isso é importante tanto quanto ou mais, do que
quando afeta pessoas ou a nós mesmos.
Quando não notamos que estamos falhando contra Deus
corremos o risco de sermos apenas religiosos, e não de fato
espirituais. Corremos o risco de sermos apenas legalistas, e não de
fato pessoas que compreendem o sentido da Palavra de Deus.

3) A lei moral nunca foi revogada por Cristo;


Nos dias de hoje alguns acreditam que textos como estes não
precisam ser obedecidos. Que dízimo não é algo que deva nem se
quer ser pregado.
De fato há pregadores que exageram quando falam de dinheiro.
Particularmente isso também não me agrada. Mas o fato é que
Deus está nos convocando a confiar nele através da obediência em
pequenos mandamentos, entre eles o dízimo.
O lado moral do mandamento em questão continua valendo. O
princípio do dízimo são as primícias, ou seja, a primeira parte. Isso
é um ato de fé e confiança em Deus. Até onde vai a sua confiança
em Deus? Até onde vai seu amor pela casa de Deus para que haja
mantimento nela?
Dízimo não é algo que me dá direito a alguma coisa. Ele não é
um imposto que pago para que eu possa ser beneficiado. O dízimo
é uma oferta de amor e adoração, que envolve confiança e fé.

4) As promessas de Israel apontavam para nossa eternidade


Outra questão que envolve esse texto é que alguns acreditam
que as promessas feitas por Deus, caso o dízimo fosse entregue,
deve valer para nós também. Podemos responder com tranquilidade
que sim e que não. Sim, porque Deus nunca vai nos deixar
desamparados a ponto de não termos o que comer ou passarmos
fome. Não, porque a simbologia das promessas a Israel apontam
para a eternidade a nós prometida. A Terra Prometida para nós é a
eternidade, e lá todo pecado estará limpo pelo sangue do Cordeiro.
Isso significa que eu não tenho direito de reivindicar nada, só
porque entrego o dízimo. Mas com certeza, se entrego de coração,
Deus haverá de suprir minhas necessidades.
Se você entrega o dízimo sempre esperando algo em troca, você
peca, pois seu dízimo deixa de ser fruto de adoração e de entrega
total.
Meu amado ou amada, você deve adorar a Deus, não apenas
através do dízimo, mas de todas as formas descritas na Palavra,
mas sempre com intuito de que Ele seja glorificado, não com a
ideia de direito adquirido. Lembre-se nossa salvação veio por um
ato de graça da parte de Deus. Só isso já desqualifica qualquer tipo
de adoração voltada para o interesse próprio.

5) Nossa obediência serve como testemunho para outros.


Ao dizer que Israel podia fazer prova dele o Senhor está
mostrando que tudo isso iria ser visível aos olhos de outros povos.
Hoje a igreja não tem dado um bom testemunho diante das
pessoas porque não procura viver um cristianismo em obediência à
Palavra. A ideia de servidão tem se perdido.
Amado ou amada, a pregação do evangelho ganharia muito
força se cada cristão decidisse testemunhar a mudança que o
evangelho faz nas pequenas coisas, como nos dízimos. Quando se
vive um evangelho limitado aos meus pensamentos e não às ordens
da Palavra de Deus, estamos dando mau testemunho.
Conheço muitos que gostam de falar de testemunho, mas
ignoram os mandamentos menores de Deus, pois acham que isso
não tem importância. Às até obedecem mandamentos criados por
homens, mas obedecem mandamentos explícitos da Palavra de
Deus. Mede-se a roupa, a bebida, a comida, mas não tem uma
preocupação com o dízimo ou outro mandamento, por menor que
seja.
Que Deus nos auxilie a dar testemunho de vida em todos os
mandamentos de sua Palavra!
O CULTO DO ÍMPIO E O CULTO DO
JUSTO
Malaquias 3:13-18

13 As vossas palavras foram agressivas para mim, diz o


SENHOR; mas vós dizeis: Que temos falado contra ti?
14 Vós dizeis: Inútil é servir a Deus; que nos aproveitou termos
cuidado em guardar os seus preceitos e em andar de luto diante do
SENHOR dos Exércitos?
15 Ora, pois, nós reputamos por bem-aventurados os soberbos;
também os que cometem impiedade se edificam; sim, eles tentam
ao SENHOR e escapam.
16 Então, aqueles que temem ao SENHOR falam cada um com
o seu companheiro; e o SENHOR atenta e ouve; e há um memorial
escrito diante dele, para os que temem ao SENHOR e para os que
se lembram do seu nome.
17 E eles serão meus, diz o SENHOR dos Exércitos, naquele dia
que farei, serão para mim particular tesouro; poupá-los-ei como
um homem poupa a seu filho que o serve.
18 Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio;
entre o que serve a Deus e o que não o serve.

INTRODUÇÃO

Será possível que o ímpio cultue a Deus?


O culto genuíno só pode ser prestado por aquele que adora ao
Senhor do fundo do coração (Jo 4:23)
Neste trecho Malaquias mostra a visão que os ímpios tem de
Deus quando afirmam cultua-lo. Por outro lado, mostra também a
esperança dos justos que confiam nas promessas de Deus.
O livro de Malaquias é um chamado para a verdadeira adoração
pública, o culto. Deus mostra o quanto está insatisfeito com o povo
que não O cultuava como devia. Animais sem qualificação eram
apresentados para o sacrifícios. A vida dos líderes e sacerdotes
estava completamente fora da vontade de Deus. O divórcio se
tornou algo natural, e o casamento com ímpios de outras nações
ocorria naturalmente. Havia uma grande degradação no meio do
povo de Deus.
Nesse ínterim Deus mantem um diálogo com o povo e com os
sacerdotes.
O capítulo 3 aponta para o Messias e seu precursor, mas isso é
feito para consolar o verdadeiro justo, para que este se mantenham
firme. Afinal, aquele que não teme a Deus perverte a lei e vive de
forma a reclamar do que vê ocorrendo no mundo, como se Deus
quisesse que o ímpio progredisse e seus filhos não.

A PREPOTÊNCIA DO ÍMPIO

13 As vossas palavras foram agressivas para


mim, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Que temos
falado contra ti? 14 Vós dizeis: Inútil é servir a
Deus; que nos aproveitou termos cuidado em
guardar os seus preceitos e em andar de luto
diante do SENHOR dos Exércitos? (Ml 3:13-14)

Falamos contra Deus quando não mais confiamos em sua


Palavra.
A prepotência do povo era tão grande que ele achava que era
cumpridor dos mandamentos de Deus.
Um ímpio reduz demais a pessoa de Deus, colocando-o no
mesmo nível que o ser humano.
O culto do ímpio é baseado nos interesses pessoais e não
centrado na pessoa de Deus. Há uma valorização das coisas
terrestre e o esquecimento das principais promessas de Deus.

A HUMILDADE DO JUSTO
16 Então, aqueles que temem ao SENHOR falam
cada um com o seu companheiro; e o SENHOR
atenta e ouve; e há um memorial escrito diante
dele, para os que temem ao SENHOR e para os
que se lembram do seu nome. (Ml 3:16)

A humildade começa no esforço pela comunhão (“...falam cada


um com o seu companheiro...”)
A humildade é demonstrada pelo desejo da vitória de todos.
A humildade do justo é recompensada pela oração atendida.

A RECOMPENSA DO JUSTO
16 Então, aqueles que temem ao SENHOR falam
cada um com o seu companheiro; e o SENHOR
atenta e ouve; e há um memorial escrito diante
dele, para os que temem ao SENHOR e para os
que se lembram do seu nome. 17 E eles serão
meus, diz o SENHOR dos Exércitos, naquele dia
que farei, serão para mim particular tesouro;
poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho
que o serve. (Ml 3:16-17)

As expressões “memorial” e “naquele dia” apontam para uma


eternidade gloriosa.
Quando cultuamos a Deus não podemos ficar preocupados com
o que recebemos nessa vida, mas esperançosos com aquilo que nos
aguarda na outra.

APLICAÇÕES PARA NOSSAS VIDAS

1) O culto genuíno tem como base nossa conversão genuína


O problema com o povo em Malaquias é que a grande maioria
não havia de fato se convertido. Eles se acostumaram com a
religiosidade, com os rituais, mas não compreendiam
verdadeiramente o que aquilo significava. Eles criam que estavam
fazendo barganha com Deus e que este tinha obrigações para com
eles, uma vez que faziam seus sacrifícios, entregavam os seus
dízimos, ainda que o fizessem com interesses escusos.
Meu amado seu culto só poderá ser aceito se realmente o seu
coração for transformado. Se você foi de fato regenerado. Tenha
certeza de que Jesus habita em seu coração mediante a fé e o
arrependimento sinceros.

2) Nosso culto precisa ser baseado na confiança que temos na


Palavra de Deus;
O povo de um modo geral questionava as promessas que Deus
fizera. Eles, por interpretarem completamente errado, olhavam para
as promessas de Deus como se fossem sempre para esta vida. Para
sua prosperidade material. Com o passar dos anos eles foram
desanimando pois achavam que as promessas não estavam sendo
cumpridas.
Meu amado ou amada, confie naquilo que a Palavra de Deus
promete. A promessa hoje que esperamos é a promessa de vida
eterna e gloriosa, começando no dia em que prestaremos contas
diante de Deus. Será que você consegue compreender isso?

3) “Deus merece nosso culto pelo que Ele é, não pelo que nos
dá”
Ao olhar para a prosperidade do ímpio e questionar a Deus e
suas promessas o povo está adorando a Deus por aquilo que ele
pode dar, e não por aquilo que ele é.
Uma das coisas que a Bíblia nos convoca a fazer é adorar a
Deus pelo simples fato que ele é Deus. Nosso amor a Ele não deve
ser baseado em barganhas, em trocas feitas para nosso bem estar.
Este era o problema do povo na época de Malaquias.
Hoje, infelizmente não tem sido muito diferente. Muitos vão à
igreja com o objetivo de trocar com Deus para que possa ter mais
felicidade neste mundo, para que possa ser mais bem sucedido.
Quando cultuamos a Deus precisamos ter a visão de João
Batista: “É necessário que Ele cresça e que eu diminua”. Se o seu
culto a Deus não for deste jeito, além de não ser recebido por Deus,
pode ser que signifique que você seja de fato um ímpio.
4) Não existe culto individual
16 Então, aqueles que temem ao SENHOR falam cada um com
o seu companheiro; e o SENHOR atenta e ouve; e há um memorial
escrito diante dele, para os que temem ao SENHOR e para os que
se lembram do seu nome.

Malaquias mostra uma característica de um verdadeiro servo de


Deus, ele deseja estar junto com outros servos. O verdadeiro
adorador não deseja adorar sozinho, ele prefere estar com outras
pessoas que pensem como ele, que adorem como ele.
Hoje, cada vez mais, cresce o número daqueles que se
autodenominam desigrejados (ou sem-igrejas). Alguns tem motivos
que podemos dizer que são sérios, mas a grande maioria gosta
mesmo é de olhar o defeito dos outros, e não olham para seus.
O profeta usa uma expressão verbal que é traduzida aqui como
“falam cada um com o seu companheiro”, que pode muito bem ser
comparada ao que diz Paulo em I Ts 5:11:
“Por isso exortai-vos uns aos outros, e edificai-
vos uns aos outros, como também o fazeis”
Isso é repetido pelo autor aos hebreus:
“Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias,
durante o tempo que se chama Hoje, para que
nenhum de vós se endureça pelo engano do
pecado” (Hb 3:13)

A exortação mútua deveria ter o mesmo valor que o sermão para


a vida de um servo de Deus. Daí a importância de se frequentar
todos os cultos e estar presente no maior número de trabalhos
possíveis.
Meu amado ou amada, talvez você se comporte de forma que
não demonstre amar o culto coletivo e o encontro dos eleitos do
Senhor, mas esta é uma das provas de que realmente você é um
eleito do Senhor. É a prova de que você é dos que temem a Deus.
Pense nisso!

5) A grande recompensa do justo é a vida eterna


Malaquias está caminhando para o final de seu livro. Ele passa a
mostrar para o povo e os sacerdotes que há algo maior esperando
pelo povo de Deus.
Ele mostra que mesmo que as consequências da disciplina do
Senhor sobrevenha sobre todos, podemos descansar em Deus que
um dia estaremos para sempre com o Senhor.
17 E eles serão meus, diz o SENHOR dos
Exércitos, naquele dia que farei, serão para mim
particular tesouro; poupá-los-ei como um
homem poupa a seu filho que o serve.
18 Então, vereis outra vez a diferença entre o
justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que
não o serve.
“Naquele dia” é a expressão chave do que Deus realmente está
querendo dizer. Ela aponta para a eternidade do eleito de Deus.
Aqueles que fazem parte do remanescente de Deus podem
descansar nele.

6) O culto a Deus deve ser um culto que retrate a nossa


esperança
Quando Malaquias escreve este livro ele tem em mente, movido
pelo Espírito Santo, o culto a Deus. Por isso, tudo que vemos no
texto deve apontar para o culto. Sendo assim, devemos ter em
mente que o nosso culto deve apontar para algo muito maior do
que questões materiais.
Nosso culto hoje precisa ter como foco Cristo, ele é a nossa
esperança. É ele que aponta para aquele dia onde todos seremos
julgados e que alguns receberão de Deus a recompensa eterna e
outros o castigo eternos.
Precisamos ter em mente que nosso culto não pode ser voltado
para uma esperança terrena, nem tão pouco deve ser um momento
ou local para que o homem seja elevado. Deus deve estar em
primeiro lugar. Deus deve ser sempre o primeiro e o único a ser
glorificado ou cultuado. E nesse culto, Cristo deve ser o centro que
aponta sempre para uma esperança que vai além da temporalidade
desta vida.
O RAIAR DA ETERNIDADE
Malaquias 4:1-6

1. Porque eis que aquele dia vem ardendo como forno; todos os
soberbos e todos os que cometem impiedade serão como palha; e o
dia que está para vir os abrasará, diz o SENHOR dos Exércitos, de
sorte que lhes não deixará nem raiz nem ramo.
2. Mas para vós que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça
e salvação trará debaixo das suas asas; e saireis e crescereis
como os bezerros do cevadouro.
3. E pisareis os ímpios, porque se farão cinza debaixo das
plantas de vossos pés, naquele dia que farei, diz o SENHOR dos
Exércitos.
4. Lembrai-vos da Lei de Moisés, meu servo, a qual lhe mandei
em Horebe para todo o Israel, a qual são os estatutos e juízos.
5. Eis que eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia
grande e terrível do SENHOR;
6. e converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos
filhos a seus pais; para que eu não venha e fira a terra com
maldição.

Deus foi colocado em cheque diversas vezes pelo povo.


Hernandes Dias Lopes aponta que oito vezes Deus foi acusado pelo
povo. Deus foi acusado de injusto, omisso e imoral (Ml 2:17):
Injusto – “...Qualquer que faz o mal passa por
bom aos olhos do SENHOR...”
Omisso – “Qualquer que faz o mal passa por
bom aos olhos do SENHOR, e desses é que ele se
agrada”
Imoral – “...onde está o Deus do juízo?”

A RECOMPENSA DO ÍMPIO

O que a humanidade não tem em mente é que Deus conhece


cada ato nosso e cada coisa que pensamos (Ml 4:1).
A ideia do “arder como forno” e “abrasar” consiste no
julgamento condenatório de Deus.

A RECOMPENSA DO JUSTO
Mas para vós que temeis o meu nome nascerá o
sol da justiça e salvação trará debaixo das suas
asas; e saireis e crescereis como os bezerros do
cevadouro.
A principal recompensa é a presença de Cristo em nossas vidas.
Aqueles que sofreram nas mãos dos ímpios, verão a vingança
sendo permitida da parte do Senhor.

O CAMINHO OFERECIDO
“3 E pisareis os ímpios, porque se farão cinza
debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia
que farei, diz o SENHOR dos Exércitos. “

O caminho do Senhor começa com o temor ao seu nome santo.


Deus oferece a todos a oportunidade de arrependimento e retorno.
Deus nos traz à memória mais uma vez a Escritura:
4 Lembrai-vos da Lei de Moisés, meu servo, a
qual lhe mandei em Horebe para todo o Israel, a
qual são os estatutos e juízos.

João Batista, o Elias prometido, deixou claro que que Jesus seria
advogado e juiz e haverá uma separação entre o justo e o ímpio.
11
E eu, em verdade, vos batizo com água, para o
arrependimento; mas aquele que vem após mim
é mais poderoso do que eu; não sou digno de
levar as suas sandálias; ele vos batizará com o
Espírito Santo e com fogo. 12 Em sua mão tem a
pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o
seu trigo, e queimará a palha com fogo que
nunca se apagará.
APLICAÇÕES PARA NOSSAS VIDAS

Vimos nos primeiros estudos que o amor de Deus pelo seu povo
é incondicional. No livro de Malaquias há uma forte alusão à
primeira e à segunda vinda de Cristo. O julgamento fica claramente
mostrado em muitos momentos do livro. O capítulo 4 vem para
coroar esta visão escatológica que é exposta no livro.

1) O dia do juízo será de alegria e tristeza


O “dia do Senhor” é a expressão que aponta para o julgamento
que um dia todos teremos. Paulo deixa claro que um dia todos
estaremos diante do tribunal de Deus ( I Co 5:10). Esta ideia é vista
em muitas passagens do Antigo Testamento (Sl 62:12; Jr 17:10).
Podemos ter certeza absoluta de que um dia estaremos diante do
tribunal de Deus.
Mas, além da certeza do julgamento, aquele dia teremos alegria
e tristeza. Alegria, daqueles que poderão ouvir do Senhor Jesus:
“Vinde benditos do Pai, possui por herança o reino que vos está
preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25:34). Mas esta
alegria será inversamente proporcional naqueles que ouvirão:
“Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado
para o diabo e seus anjos”.
Meu amado ou amada, qual dos lados você estará, daquele que
ouvirá o “Vinde” ou daquele que ouvirá “Apartai”. Estas duas
expressões só dependem da decisão que você tomar diante da
oferta salvadora de Deus. Será que você consegue entender isso?

2) O dia do juízo será de vitória para o justo


Este deve ser nosso ponto central. A mensagem de Malaquias
gira em torno da falha cometida pelo povo e pelos sacerdotes de
relaxarem seu culto com base em promessas que de fato Deus não
fez, e quando fez, eram condicionadas à fidelidade e integridade do
povo para com seu Deus.
No verso 17 do capítulo 3 vemos Deus mostrando o que vai
acontecer após o julgamento consumado:
“E eles serão meus, diz o SENHOR dos
Exércitos, naquele dia que farei, serão para mim
particular tesouro; poupá-los-ei como um
homem poupa a seu filho que o serve”
Estas promessas de Deus, embora tipológicas no Antigo
Testamento, permeiam toda mensagem do Novo Testamento e
fazem parte da grande promessa de Jesus no versículo mais famoso
da Escritura:
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira,
que deu o seu filho unigênito, para que todo
aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a
vida eterna” (Jo 3:16)
A vida eterna é a promessa de Deus para o seu povo. E esta vida
eterna aponta para um lugar onde a tristeza não habitará mais:
E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e
não haverá mais morte, nem pranto, nem
clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas
são passadas. (Ap 21:4)

Meu amado ou amada, como tem sido a sua vida neste mundo?
Será que sua vida tem sido pautada nas promessas eternas de Deus,
ou tem sido guiada por promessas que Deus nunca fez? A maior
certeza que podemos ter na vida é a de que um dia estaremos para
sempre com Senhor, que um dia teremos alegria eterna que nunca
mais cessará. Você consegue entender isso?

3) O dia do juízo deve nos fazer pensar sobre o genuíno


evangelho
Um das coisas que salta aos olhos em Malaquias é o
entendimento errado do evangelho de Deus. As promessas
terrestres feitas por Deus eram sempre condicionadas à fidelidade
genuína, não a estereótipos humanos. Os judeus, tanto o povo
como os sacerdotes, achavam que podiam enganar a Deus igual
enganavam suas famílias, seus amigos. Achavam que se vivessem
uma fé de aparência seria suficiente. Aí começaram a cobrar Deus,
sem se dar contas de que ele conhece nosso coração e nossa mente.
Os profetas adulteravam a mensagem de Deus para poderem ser
bem quistos na sociedade da época. Jeremias expressou algo
tremendo sobre isso:
30
Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo
na terra: 31 os profetas profetizam falsamente, e
os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e o
meu povo assim o deseja; e que fareis no fim
disso? (Jr 5:30-31)

Embora os dois profetas estejam separados por vários anos a


realidade é a mesma. Isso vale também para nós hoje. Muitos hoje
adulteram a mensagem do evangelho para poderem ter o povo em
suas mãos. Fazem barganha com mensagem para que as suas
igrejas fiquem lotadas, para que suas contas fiquem sempre
rechonchudas.
Meu amado ou amada, pense no verdadeiro evangelho. Se o
evangelho que lhe levou ao cristianismo não foi o evangelho que
aponta para o Cristo crucificado, não lhe foi pregado o verdadeiro
evangelho. Se o evangelho que lhe foi pregado não o levou a uma
sincera confissão de seus pecados e de uma aceitação, pela fé, do
sacrifício vivo do Senhor Jesus, também não lhe foi pregado o
verdadeiro evangelho.
Aquele povo do tempo de Malaquias estava vivendo um
evangelho adulterado, por isso tinha uma visão adulterada das
promessas de Deus. Com isso passamos para o próximo ponto...

4) As Escrituras são o caminho para conhecer a vontade de


Deus (Ml 4:4)
Quando o profeta ordena o povo a lembrar da lei de Moisés está
querendo mostrar que eles tinham que conhecer as Escrituras.
Hoje ocorre a mesma coisa. Muitos são os que vivem um
evangelho falso porque confiam em seus líderes e não fazem como
os bereanos, conferindo nas Escrituras aquilo que realmente Deus
está a ensinar.
O caminho para a verdadeira salvação encontra-se no verdadeiro
conhecimento da vontade de Deus em nossas vidas. Muitos são os
que se dizem cristãos, mas não buscam na Palavra sua fonte de
conhecimento de Deus.
Se aquele povo do tempo de Malaquias conhecessem as
Escrituras saberiam que as promessas de fartura e bençãos
matérias, além de serem secundárias, estavam condicionadas à
fidelidade do povo para com seu Deus.
A mesma coisa podemos pensar hoje. A mensagem principal da
Escritura, em especial o Novo Testamento, aponta para uma
eternidade maravilhosa. Em uma promessa baseada unicamente
nos méritos da Cruz de Cristo, e não nos nossos, Será que você
consegue entender isso.

5) O dia do juízo será um dia de vingança para os justos


sofredores
Malaquias fala algo que é repetido em diversos livros da Bíblia.
O juízo final vai mostrar a vitória dos justos sobre os ímpios.
Apocalipse narra o clamor daqueles que vieram da grande
tribulação. Embora eu creia que haverá uma tribulação específica,
mas o texto aponta para o sofrimento do remanescente. E este
sofrimento terá como causa tanto ações diretas, como indiretas. As
diretas é reflexo de perseguições feitas por ímpios a servos de
Deus. As indiretas, podem ser aquelas causadas pela consequência
dos castigos divinos sobre o seu povo que falhou no cumprimento
de sua vontade, mas o justo viverá pela fé.
Meu amado, esta verdade deve servir de consolo para nossas
vida para que possamos descansar na esperança eterna de que Deus
um dia vai nos dar descanso e paz. Ele vai tirar toda dor, vai secar
toda lágrima e assim poderemos descansar o nosso sábado eterno
na presença daquele que nós morreu e ressuscitou. Creia nisso.
BIBLIOGRAFIA
DOCKERY, D. S. (Ed.). Manual Bíblico Vida Nova. 1ª. ed. São Paulo : Vida Nova,
2001.

FILHO, I. G. C. Malaquias Nosso Contemporâneo: um estudo contextualizado do Livro


de Malaquias. 2ª. ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1994.

HALLEY, H. H. Manual Bíblico de Halley. 1ª. ed. São Paulo: Vida, 2002.

LADD, G. E. Teologia do Novo Testamento. São Paulo : Êxodus, 1997.

LEEMAN, J. A Igreja e a suroreendente ofensa do amor de Deus. São José dos


Campos/SP: FIEL, 2013.

LOPES, A. N. O Culto Segundo Deus: a mensagem de Malaquias para a igreja de hoje.


São Paulo : Vida Nova, 2012.

LOPES, H. D. Malaquias - A Igreja no Tribunal de Deus. 1ª. ed. São Paulo/SP:


Hagnus, 2006.

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