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Jo 1:1-5
3
Uma coisa é importante, mesmo que você não aceite a Cristo
como Senhor e Salvador de sua vida, Ele continua sendo Senhor
de todas as coisas. O senhorio dEle não depende do que você ou
eu pensamos, mas é algo que está em sua natureza, é inerente a
Ele.
Aceitar o senhorio de Jesus nos traz paz e segurança. É uma
atitude que nos leva mais próximos dele. Ele mesmo garante
isso quando afirma:
“Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando”
(Jo 15:14)
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Por ser Senhor e Eterno Jesus é capaz de nos dar a vida
eterna. Cristo é a fonte de toda vida. A ideia de vida aqui fica
implícita a ideia maior de nossa salvação. Jesus é capaz de nos
dar a vida eterna, isto é, a salvação através de seu imenso poder.
Muitos procuram vida em suas realizações. Muitos procuram
vida em si mesmos. Mas de fato a verdadeira vida vem somente
através de Jesus. Jesus é capaz de lhe dar a vida porque Ele disse
que veio para tenhamos vida em abundância (Jo 10:10). Esta
abundância não compreende promessas materiais. Em nenhum
lugar da Bíblia nós encontramos isso, mas compreende a ideia
de eternidade.
O salmo mais famoso Bíblia deixa isto claro. O salmista
começa falando que nada lhe faltaria, mas termina se referindo a
eternidade (Sl 23). Jesus veio a este mundo para trazer paz e
vida para aqueles que o aceitarem como Senhor e Salvador de
suas almas. Você entende isso? Você compreende que Jesus não
veio aqui por causa de sua doença, ou seus problemas materiais?
Ele pode até ajudá-lo nestas questões, mas o principal objetivo
de Cristo é conceder a todo aquele que crê a vida eterna (Jo
3:16). Enquanto não conseguir entender isto e não aceitá-lo com
Senhor e Salvador resta somente a condenação sobre a
humanidade perdida (Jo 3:36).
A vida que Jesus nos oferece tem início quando Ele mesmo
entra em nossa vida e tira as trevas que nos cercam.
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Por mais civilizada que seja uma pessoa, ainda assim o
pecado habitará o seu coração. Estamos em trevas constantes.
Davi afirma que ele já nasceu em pecado (Sl 51:5). Paulo nos
mostra que estamos destituídos da glória de Deus por causa do
pecado (Rm 3:23). Os salmos 14 e 53 iniciam mostrando que
não há um justo sequer neste mundo, e Paulo interpreta estes
salmos dizendo que todos somos inúteis diante de Deus (Rm
3:10ss). As trevas do pecado nos afundam. Isaías nos adverte
que nossos pecados nos separam de Deus (Is 59:1). O próprio
Cristo adverte que para os que não aceitam sua obra pela fé, só
resta a ira de Deus sobre sua vida (Jo 3:36).
Meu amado, o caminho do homem é a perdição eterna. Sem
Jesus não somos capazes de sairmos das trevas que estamos
imersos. Sem Jesus somos impotentes diante da escuridão em
que se encontram nossas almas. Somente pela presença de Cristo
em nossos corações é que somos capazes de sairmos destas
trevas.
Eu não sei qual a sua situação nesta vida, mas posso lhe dizer
uma coisa; se Jesus não é o Senhor e Salvador de sua vida, ela
ainda está caminhando em trevas. Hoje Jesus quer brilhar em
você. Aceite-o em seu coração e permita que ele dissipe as
trevas de sua alma.
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A EXCELÊNCIA SUPREMA DO EVANGELHO
Lc 1:1-4
1 Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração
dos fatos que entre nós se cumpriram,
2 segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram
desde o princípio e foram ministros da palavra,
3 pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó
excelentíssimo Teófilo, por sua ordem, havendo-me já
informado minuciosamente de tudo desde o princípio,
4 para que conheças a certeza das coisas de que já estás
informado.
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UMA FAMÍLIA AOS PÉS DO SENHOR
Lc 1:5-12
5 Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote,
chamado Zacarias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das
filhas de Arão; o nome dela era Isabel.
6 E eram ambos justos perante Deus, vivendo
irrepreensivelmente em todos os mandamentos e preceitos do
Senhor.
7 E não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e ambos
eram avançados em idade.
8 E aconteceu que, exercendo ele o sacerdócio diante de
Deus, na ordem da sua turma,
9 segundo o costume sacerdotal, coube-lhe em sorte entrar
no templo do Senhor para oferecer o incenso.
10 E toda a multidão do povo estava fora, orando, à hora do
incenso.
11 Então, um anjo do Senhor lhe apareceu, posto em pé, à
direita do altar do incenso.
12 E Zacarias, vendo-o, turbou-se, e caiu temor sobre ele.
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RESPOSTAS PARA UMA ORAÇÃO
Lc 1:13-25
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24 E, depois daqueles dias, Isabel, sua mulher, concebeu e,
por cinco meses, se ocultou, dizendo:
25 Assim me fez o Senhor, nos dias em que atentou em mim,
para destruir o meu opróbrio entre os homens.
A família que foi escolhida para receber João Batista era uma
família temente a Deus. O próprio Lucas declara que Zacarias e
Isabel viviam “irrepreensivelmente em todos os mandamentos e
preceitos do Senhor” (v. 6). O anjo se aproxima de Zacarias e
afirma que a oração dele foi respondida. Como deve ter sido
difícil por alguns instantes para Zacarias compreender o que
estava acontecendo. Durante anos ele pediu por um filho e
agora, em sua velhice, Deus fala que atendera a sua oração.
Isto deve nos servir de exemplo para que possamos persistir
em oração e saber que Deus sempre tem o melhor para nós
mesmo quando não ocorre do nosso jeito. Com isto aprendemos
algumas lições sobre uma oração respondida.
Duas perguntas podem ser feitas nesta situação para que
possamos meditar:
a) Quando uma oração é respondida?
b) Quais os resultados de uma oração respondida?
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1. A oração é respondida no tempo de Deus (v. 13)
Zacarias orava por um filho havia algum tempo. Como disse
no sermão anterior, fico imaginando quantos escárnios e
deboches que esse casal sofrera ao longo dos anos. Uma mulher
que não conseguia engravidar era uma vergonha para a ela e
para seu esposo. Muitos homens davam cartas de divórcio para
suas companheiras porque não suportavam a humilhação.
Zacarias e Isabel eram pessoas que estavam sempre aos pés
do Senhor e por isso não se deixavam abalar. Mas com certeza
não perderam as esperanças de que um dia Deus iria honrá-los,
nem que fosse na eternidade. Um fato interessante é que o anjo o
cumprimenta de uma forma que mostra que ele nunca cessou de
orar. Talvez em seu coração ele já nem mais esperava nada, mas
ainda assim não deixava de orar para tirar a vergonha que
passava.
Muitas vezes ficamos ansiosos e tristes quando não somos
respondidos em nossas preces. Mas esta é de fato a primeira
grande lição que devemos aprender: nossas orações são
atendidas no tempo de Deus.
A Bíblia é cheia de exemplos deste tipo direta e
indiretamente. Imagine quantos anos Abraão orou até ter sua
oração respondida. Pense em quantas noites tristes José passou
no cativeiro orando e pedindo a Deus que o livrasse. Pense no
desespero que assolava o coração de Ana ao suplicar durante
anos que Deus a concedesse o privilégio de ter um filho.
Meu amado e minha amada, Deus é dono de tudo, inclusive o
tempo. Ele é que determina o tempo para todas as coisas debaixo
do sol (Ec 3). Mas Ele sempre ouve a oração de seus filhos e
atende conforme o tempo dEle, que nem sempre é o nosso
tempo.
Não desanime e nem pense que Deus o abandonou, ou que
Ele não olha para você. Zacarias e Isabel tinham tudo para
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pensar isto, mas ainda assim oravam diante de Deus e não
ficaram tristes com o tempo que Deus estabelecera.
Uma das coisas que mais fico triste é quando ouço a frase de
efeito “A oração muda o coração de Deus”. Creio que quem
criou esta frase não conhece o mesmo Deus que a Bíblia
apresenta. Nada muda aquilo que Deus já determinou pela sua
soberania. Nada muda o que Deus decretou em sua eterna e
infinita sabedoria. Deus é dono de tudo e de todos. Toda e
qualquer oração para ser atendida precisa e deve estar no centro
da vontade de Deus.
Quando oramos por algo que está fora da vontade de Deus
com certeza não seremos atendidos. Pode até ocorrer, como foi o
caso do reino de Saul, que Deus permita que ocorra para nos dar
uma lição, mas não quer dizer que ele respondeu, antes quer
dizer que nos disciplinou.
Zacarias e Isabel foram escolhidos para trazerem ao mundo
aquele que viria antes do Messias. Eles queriam um filho, Deus
lhes deu um arauto Seu. Isto significa que era da vontade de
Deus que aquele casal tivesse um filho, mas não um filho
simplesmente, mas o maior daqueles que nascem de mulher.
Talvez você esteja orando por coisas que estão nitidamente
fora da vontade de Deus. Muitos oram por namoros com pessoas
que não têm um compromisso com Cristo, Deus não pode
responder a este tipo de oração. Também existem aqueles que
oram somente para ter e não para ser alguma coisa. Com certeza
é uma oração que não será respondida.
Mas vale lembrar aqui que este casal estava aos pés do
Senhor, e somente aos pés do Senhor podemos saber de sua
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vontade. Não é possível saber a vontade de Deus quando não se
busca sua presença, nem se coloca diante de sua Palavra. Hoje
meu amado e minha amada, comece um novo propósito em sua
vida, mantenha-se aos pés do Senhor. Tome Zacarias e Isabel
como exemplos para sua vida e deixe Deus fazer tudo conforme
Sua vontade soberana.
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3. A oração respondida fortalece a obra do Senhor (v. 17)
Infelizmente estamos vendo uma banalização da oração. A
oração quando feita dentro dos moldes aqui descritos além de
levar alegria e glorificar a Deus, fortalece a obra do reino do
Senhor. Uma oração respondida é um testemunho e um alento
para a obra de Deus.
Orações que visam apenas interesses humanos não podem ser
consideradas orações que fortalecem a obra. O que mais tenho
ouvido no mundo são críticas contra grupos que usam oração
como meio de fortalecer apenas a igreja e atender os anseios
pessoais. O que vemos nas Escrituras é que tudo deve convergir
para que a obra de Deus se concretize. No evangelho de João o
escritor sacro afirma que todos os sinais que foram feitos
visavam alcançar o coração das pessoas para que estas cressem
(Jo 20:31).
Sua oração não pode ter como alvo fortalecer o seu bolso ou
seu ego. Antes a verdadeira oração deve visar engrandecimento
do evangelho de Cristo. Devemos orar cada vez mais para que
Deus possa operar neste mundo através de nossas vidas.
Devemos orar para que Deus possa nos fazer instrumentos da
paz e do amor que emanam da cruz.
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APRENDENDO COM UM DEUS MAJESTOSO
Lc 1:26-38
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Depois que Gabriel anunciou o nascimento de João Batista,
passou-se seis meses e o mesmo anjo foi anunciar a outra
mulher um nascimento muito especial. Aquele que seria o
motivo da vida e morte de João estava por vir, Jesus Cristo.
Jesus é a promessa dos profetas desde a antiguidade (Mq 5:2).
É o ungido que viria para edificar Israel (Dn 9:25). Ele é o
profeta prometido que viria para ocupar o lugar de Moisés (Dt
18:15). Ele é o Maravilhoso Conselheiro, o Deus Forte, o Pai da
Eternidade, o Príncipe da Paz, cujo principado e a paz nunca
terão fim (Is 9:6,7).
Diante de tudo isto Gabriel anuncia o nascimento de Jesus
para sua futura mãe neste mundo. Deste diálogo profético
podemos aprender algumas coisas.
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Não havia mérito algum em Maria, da mesma forma que não
há mérito algum em qualquer outro ser humano, porque todos
somos pecadores (Rm 3:23). Veja bem que a Bíblia não abre
nenhuma exceção. Isto significa que mesmo João, o maior dos
nascidos de mulher, não ficou imune ao pecado. A própria Maria
declara ser serva de Deus (1:38) e mais tarde iria chamar a Deus
de seu Salvador (1:48). Se ela não fosse pecadora não precisaria
de um Salvador. A salvação que a Bíblia trata refere-se à
questão espiritual em função da nossa separação de Deus pelo
pecado.
Meu amado e minha amada, talvez você esteja buscando
méritos em si mesmo para merecer a salvação de Deus, ou a
benção de Deus. Os teólogos da prosperidade alegam que
aqueles que são fieis são merecedores das bênçãos de Deus.
Pura mentira. Não há quem faça o bem, um sequer (Rm 3:10ss).
Deus nos salva por sua vontade e esta ocorre pela graça e nós
temos que aceitá-la pela fé (Ef 2:8). Maria foi escolhida pela
graça e não por seus méritos próprios. O critério de Deus para a
escolha? Eu não sei. Mas sei que sua graça é imensa e envolta
pela sua soberania, onisciência e santidade, já é mais que
suficiente. Pois Deus não se encontra em concepções humanas.
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Os apóstolos da atualidade se prendem a milagres e curas
como se estas coisas fossem as mais importantes do ministério
de Cristo e como se fossem elas que mostrassem a grandeza de
Deus. Os milagres foram necessários para que mostrassem a
própria incredulidade do povo judeu (Jo 20:31).
A grandeza maior de Deus para nós deve estar em nos salvar e
dar a vida eterna. Este foi o principal motivo da vinda de Cristo.
Esta é a vida prometida em João 1. Esta é a vida abundante de
João 10:10. O próprio Jesus sofreu e foi pobre. Seus apóstolos,
de um modo geral, foram mortos violentamente; e mesmo
quando não foram, morreram como João, exilados em uma ilha
até a morte. A grandeza de Deus não está em nossos feitos em
nome dEle, mas a grandeza está no próprio nome dEle que nos
dá a vida eterna e capacita homens simples a viver e morrer por
Ele. São homens que sabem que Deus não tem limites em seu
poder.
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O VALOR DA COMUNHÃO
Lc 1:39-56
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55 (como falou a nossos pais) para com Abraão e sua
posteridade, para sempre.
56 E Maria ficou com ela quase três meses e depois voltou
para sua casa.
Este último faz com que mais e mais o Espírito Santo se mova
no meio do povo de Deus. Isto faz com que a humildade brote
em nosso coração.
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Na igreja algo semelhante ocorre. Quando alguém faz
sucesso, seja na área que for, sempre tem alguém para puxar
para baixo.
Isabel mostrou alegria pela graça alcançada por Maria. Ela
sentiu alegria de ver que sua parenta foi escolhida para carregar
aquele se seria o Salvador de toda humanidade.
Quando alguém está se desenvolvendo na igreja devemos
apoiar e dar toda a chance para que ele cresça mais e mais. Não
podemos ter inveja ou ciúmes. Muitos lideres têm ciúmes de
seminaristas ou pregadores leigos. Devemos olhar o reino como
um todo. Cada um tem sua parte no reino. Afinal, a obra real é a
de Cristo.
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que fazemos nesta vida é aceitarmos a Cristo como Salvador,
mas principalmente como Senhor de nossas vidas.
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UM LOUVOR PELA GRAÇA – PARTE 1
A humildade de Maria
Lc 1:46-55
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podiam estar felizes em seus corações. Maria, então, passa a
expressar um louvor de gratidão que demonstra o quanto
devemos ser gratos pela graça de Deus derramada sobre nós.
Neste louvor de Maria aprendemos algumas lições que
passamos a compartilhar nos próximos dos sermões. O primeiro
consiste em Maria se colocando em seu devido lugar. Não sendo
tudo isso que muitos dizem que ela, mas sendo apenas uma
mulher agraciada por Deus. Este que passaremos a descrever a
partir de agora.
Mais uma vez fica latente que Maria era uma pecadora como
qualquer outra pessoa. Ela chama a Deus de “meu Salvador”.
Antes de qualquer coisa Deus deve ser nosso salvador. Antes de
sermos agradecidos por qualquer cura, bens matérias, ou
quaisquer outras coisas, devemos ser agradecidos pela nossa
salvação.
O principal objetivo de Cristo no mundo é e foi salvar a
humanidade perdida. Jesus veio a este mundo para “buscar e
salvar o que se havia perdido” (Lc 19:10). Jesus veio para que
nossa vida se tornasse cheia de vida (Jo 10:10), mas não uma
vida qualquer, mas vida eterna (Jo 5:24,25).
Nosso louvor deve mostrar nossa alegria da salvação. Ele
deve mostrar nossa gratidão pelo céu alcançado, mesmo ainda
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na terra. Somos salvos por Deus e por sua graça, mediante a
obra redentora de Cristo. Devemos cantar e agradecer por isto.
Como é triste ver que nossas canções hoje têm se tornado tão
humanistas que deixam de lado algo tão precioso, o louvor pela
nossa salvação. Como é triste saber que os cristãos não carregam
mais em seus corações a certeza de vida eterna. É por isso talvez
que não catem mais hinos ou cânticos que agradecem pela
salvação. Talvez seja por isso que estamos tão limitados à esta
vida quando cantamos a um Deus tão tremendo e santo.
Deixemos de lado o louvor a nós mesmos e aos nossos
interesses e louvemos a Deus pela nossa salvação; pela redenção
que nos é dada através da Cruz do Calvário. Na cruz Jesus levou
nossos pecados e esta é nossa situação diante dEle.
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UM LOUVOR PELA GRAÇA – PARTE 2
O reconhecimento da majestade de Deus
Lc 1:46-55
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1. Mostrar a obra de Deus em nossa vida (v. 49)
“Porque me fez grandes coisas o Poderoso; e Santo é o
seu nome.”
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Maria utiliza a expressão misericórdia de uma forma
tremenda. Agora não está se referindo aquela misericórdia que
nos derrama a graça comum, que faz a chuva cair sobre justos e
injustos; que faz cada dia um novo dia onde podemos ter a
oportunidade de apreciar a criação de Deus. Maria agora se
refere à misericórdia de Deus que faz com que ele salve um
povo só para ele. Um povo de propriedade exclusiva dele (I Pe
2:9).
Como falamos no item anterior, o maior milagre de Deus
ocorre em nossa transformação. Esta por sua fez tem como alvo
final nossa salvação. Devemos exaltar a Deus pela salvação que
nos é dada através da cruz. Maria reconhece que Deus estende
sua misericórdia aqueles que buscam esta salvação de verdade.
São pessoas que reconhecem a obra salvadora do Senhor em
suas vidas.
Muitos estão na igreja, mas não conseguem agradecer a Deus
pela sua salvação porque não conseguem ter certeza dela. São
pessoas que precisam de ativismos para se manter na obra de
Deus pois não sabem que já receberam a graça de Deus em suas
vidas.
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ALCANÇADOS PELA MISERICÓRDIA DE DEUS
Lc 1:57-66
57
E completou-se para Isabel o tempo de dar à luz, e teve um
filho.
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E os seus vizinhos e parentes ouviram que tinha Deus
usado para com ela de grande misericórdia e alegraram-se com
ela.
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E aconteceu que, ao oitavo dia, vieram circuncidar o
menino e lhe chamavam Zacarias, o nome de seu pai.
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E, respondendo sua mãe, disse: Não, porém será chamado
João.
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E disseram-lhe: Ninguém há na tua parentela que se chame
por este nome.
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E perguntaram, por acenos, ao pai como queria que lhe
chamassem.
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E, pedindo ele uma tabuinha de escrever, escreveu,
dizendo: O seu nome é João. E todos se maravilharam.
64
E logo a boca se lhe abriu, e a língua se lhe soltou; e
falava, louvando a Deus.
65
E veio temor sobre todos os seus vizinhos, e em todas as
montanhas da Judéia foram divulgadas todas essas coisas.
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E todos os que as ouviam as conservavam em seu coração,
dizendo: em será, pois, este menino? E a mão do Senhor estava
com ele.
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3. Somos tomados pelo temor a Deus (v. 65)
“E veio temor sobre todos os seus vizinhos, e em todas as
montanhas da Judéia foram divulgadas todas essas
coisas.”
50
João foi fruto da misericórdia de Deus na vida de seus pais. E
como fruto deste ato maravilhoso Deus o guardou até o
cumprimento de sua missão aqui neste mundo.
Quando Deus nos transforma ele promete nos guardar. Jesus
afirma: “Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação
dos séculos” (Mt 28:20). Deus guarda os seus filhos e nos
protege para que possamos alcançar seu objetivo.
Mas quero falar uma coisa para você. Deus não nos protege
para que nossos sonhos se cumpram. Ele não nos protege para
que nossos desejos se realizem. Mas Ele nos protege para que
sua glória se manifeste. João Batista foi uma das grandes provas
disto. O anjo prometeu que ele seria grande. E ele foi. Mas sua
vida foi ceifada ainda cedo, para que a glória do Senhor se
manifestasse. A morte de João Batista não foi em vão. Deus se
manifestou através dele. O Senhor se glorificou através da vida
deste homem.
Ser guardado pela mão de Deus não significa estar livres das
tribulações deste mundo, mas significa estar livres para que sua
glória se manifeste e sua vontade de se faça.
Outro aspecto importante é saber que somos guardados para a
nossa salvação. Paulo afirma aos Efésios que o selo do Espírito
está em nós é nosso penhor, ou seja, nossa garantia. Deus,
através de seu Santo Espírito nos guarda e protege para sempre.
Você deseja ser alcançado pela misericórdia de Deus?
51
UMA PODEROSA SALVAÇÃO
Lc 1:67-75
67
E Zacarias, seu pai, foi cheio do Espírito Santo e profetizou,
dizendo:
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Bendito o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e remiu o
seu povo!
69
E nos levantou uma salvação poderosa na casa de Davi, seu
servo,
70
como falou pela boca dos seus santos profetas, desde o
princípio do mundo,
71
para nos livrar dos nossos inimigos e das mãos de todos os
que nos aborrecem
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e para manifestar misericórdia a nossos pais, e para
lembrar-se do seu santo concerto
73
e do juramento que jurou a Abraão, nosso pai,
74
de conceder-nos que, libertados das mãos de nossos
inimigos, o servíssemos sem temor,
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em santidade e justiça perante ele, todos os dias da nossa
vida.
Uma vez que o homem não consegue por si só ser justo (Sl
14:1; Rm 3:10ss), Deus o transforma pela sua misericórdia para
que ele possa servir “em temor, em santidade e justiça diante
dele”. Observe que estas coisas só podem ocorrer se formos de
fato transformados por Deus.
Isto ocorre quando reconhecemos que precisamos dEle, pois
nossos pecados nos separam do Senhor. Quando reconhecemos
que somente através da obra da cruz podemos de fato ser
56
transformados. E, finalmente, quando aceitamos o senhorio de
Cristo em nossas vidas.
57
PREPARANDO O CAMINHO PARA A SALVAÇÃO
Lc 1:76-80
76
E tu, ó menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque
hás de ir ante a face do Senhor, a preparar os seus caminhos,
77
para dar ao seu povo conhecimento da salvação, na
remissão dos seus pecados,
78
pelas entranhas da misericórdia do nosso Deus, com que o
oriente do alto nos visitou,
79
para alumiar os que estão assentados em trevas e sombra de
morte, a fim de dirigir os nossos pés pelo caminho da paz.
80
E o menino crescia, e se robustecia em espírito, e esteve nos
desertos até ao dia em que havia de mostrar-se a Israel.
58
esperava um Messias poderoso que viria para libertar o povo da
opressão e colocar todos os reinos debaixo dos pés de Israel.
Quando se fala que Jesus vem para trazer a salvação é
fundamental que se saiba de que Ele nos salva. Parece que
muitos que estão nas igrejas estão buscando uma libertação
apenas para as coisas dessa vida. São pessoas que não se curvam
ante a realidade de seus pecados, e mesmo quando o fazem, não
é esta a concepção que têm em seus corações.
Há muitos que estão nas igrejas, mas se acham merecedores
de bênçãos. São pessoas que acreditam que por terem se
autodeclarado cristãs receberão uma proteção sobrenatural de
Deus.
O cristianismo autêntico deve nos fazer pensar em nossa
pequenez. Ele deve nos fazer pensar naquilo que somos diante
de Deus. Deus deve ser tudo para nós, mas principalmente Deus
é o grande agente de nossa salvação através de seu amor e
principalmente de sua misericórdia.
59
almas, serão realmente resgatados. E somente estes são alvos da
misericórdia de Deus.
Muitos ainda insistem em pensar que há méritos em sua vida.
Que não merecem o que passam aqui, pois se acham boas
demais. Deus não precisaria salvar ninguém. Ele poderia nos
abandonar e nos enviar para a perdição eterna, que ainda assim
seria justo. Mas através de seu imenso amor e de sua entranhável
misericórdia Ele nos alcança.
Entenda isto, Deus nos visitou através de Seu filho,
simplesmente porque teve misericórdia de nós. Jesus não veio ao
mundo apenas para ser exemplo de amor. Ele não veio ao
mundo apenas para que pudéssemos seguir seus passos. Isto
tudo faz parte de um pacote maior. Neste pacote a misericórdia
de Deus resgata aqueles que aceitam a obra redentora de Cristo.
E, a partir daí, passam a ser iluminados e dirigidos por ele.
61
DOIS NOMES, UMA SÓ SALVAÇÃO
Mt 1:18-25
18
Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando
Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem,
achou-se ter concebido do Espírito Santo.
19
Então, José, seu marido, como era justo e a não queria
infamar, intentou deixá-la secretamente.
20
E, projetando ele isso, eis que, em sonho, lhe apareceu um
anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber
a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do
Espírito Santo.
21
E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de JESUS,
porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.
22
Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da
parte do Senhor pelo profeta, que diz:
23
Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será
chamado pelo nome de EMANUEL. (EMANUEL traduzido é: Deus
conosco).
24
E José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor
lhe ordenara, e recebeu a sua mulher,
25
e não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito;
e pôs-lhe o nome de JESUS.
INTRODUÇÃO
Mateus teve a preocupação de escrever para os judeus. Por
isso que seu evangelho começa com uma das duas genealogias
de Cristo que aparecem. Sua genealogia é diferente da de Lucas
(Capítulo 3). O motivo é que Mateus, considerando a
importância da ascendência do Messias, destaca a linhagem da
família de José. Lucas, em contrapartida, olhando o lado legal da
questão e escrevendo para gentios, destaca o lado humano,
olhando desta forma para a genealogia de Maria.
62
Emanuel é o nome profético de Jesus. Tem haver com sua
natureza, ou seja, Ele é o próprio Deus encarnado. Jesus refere-
se ao seu ofício como Salvador do homem. Porém, ambos
apontam para a obra salvadora de Cristo.
É neste sentido que o texto se prende. Mostrar a salvação que
vem do Messias prometido, e é exatamente isto que passaremos
analisar de agora em diante.
DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÕES
67
A SOBERANIA DE DEUS NO NASCIMENTO DE JESUS
Lc 2:1-7
1
E aconteceu, naqueles dias, que saiu um decreto da parte de
César Augusto, para que todo o mundo se alistasse.
2
(Este primeiro alistamento foi feito sendo Cirênio
governador da Síria.)
3
E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade.
4
E subiu da Galileia também José, da cidade de Nazaré, à
Judéia, à cidade de Davi chamada Belém (porque era da casa e
família de Davi),
5
a fim de alistar-se com Maria, sua mulher, que estava
grávida.
6
E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em
que ela havia de dar à luz.
7
E deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e
deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles
na estalagem.
68
erros, mas Deus não perde o controle e fará com que tudo ocorra
dentro de sua vontade santa.
No texto acima vemos a soberania de Deus em alguns fatos
que passo a destacar.
69
“Estou plenamente certo de que aquele que começou boa
obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo
Jesus.” (Fp 1:6)
71
não tivesse tamanha autoridade para falar ao coração do homem
pecador.
Muitos tentam entender a soberania de Deus. Teólogos
renomados há séculos discutem sobre este assunto. Alguns
querem compreender os caminhos de Deus e criam as teorias
mais estapafúrdias que se pode imaginar.
Mais uma vez citando o profeta Isaías somos alertados:
“Porque os meus pensamentos não são os vossos
pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos,
diz o Senhor. Porque, assim como os céus são mais altos
do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do
que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais
altos do que os vossos pensamentos.” (Is 59:8,9)
73
ANUNCIANDO AS BOAS NOVAS
Lc 2:8-14
8
Ora, havia, naquela mesma comarca, pastores que estavam
no campo e guardavam durante as vigílias da noite o seu
rebanho.
9
E eis que um anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do
Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor.
10
E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago
novas de grande alegria, que será para todo o povo,
11
pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é
Cristo, o Senhor.
12
E isto vos será por sinal: achareis o menino envolto em
panos e deitado numa manjedoura.
13
E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão
dos exércitos celestiais, louvando a Deus e dizendo:
14
Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para
com os homens!
74
1. O anúncio do evangelho deve ser para a alegria (v. 10)
“Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande
alegria.”
Eis uma coisa que parece não estar clara em boa parte da
mensagem atual do evangelho. Apresenta-se um Jesus que cura,
77
liberta, enriquece, etc... etc..., mas não se apresenta o Jesus
Salvador, e muitos menos Senhor.
Antes de qualquer coisa deve ficar claro do que Jesus veio nos
salvar. Em pelo menos três sermões anteriores procuramos
enfatizar que Jesus veio para salvar o homem do seu pecado.
Jesus como Salvador não consiste em salvação física ou
financeira, mas espiritual. Já falei, e volto a repetir, os sinais
(milagres) foram necessários para que os judeus crescem em
Jesus como o Messias prometido, mas eles não são o principal
motivo da encarnação de Cristo. Na realidade não existe
principal motivo, mas único motivo, a saber: a salvação de
nossas almas. Logo, Jesus precisa ser anunciado como Salvador.
Mas também Jesus precisa ser anunciado como Senhor. Há
uma linha de pensamento que afirma que se a pessoa aceita a
Jesus como Salvador, mesmo que não o aceite como Senhor,
será salva. Ledo engano. Jesus é Salvador e Senhor juntos.
Cristo não é Senhor porque salva, antes Ele salva porque é
Senhor. Ele afirma no texto da grande comissão que “todo poder
me é dado”. O senhorio de Cristo é irrefutável à luz da Palavra
de Deus. E aquele que aceita a mensagem do evangelho precisa
aceitar este senhorio.
Há muitos que afirmam ser cristãos mais querem mandar em
Cristo. Querem de volta o que perderam, ou coisas deste tipo. A
única coisa que o homem tem direito diante de Deus é a
condenação eterna. Não podemos reivindicar nada diante de
Deus. Quem age assim está invertendo o senhorio.
Se você deseja aceitar a Cristo com Salvador, precisa aceitá-lo
como Senhor de sua vida. Ele precisa passar a ser o comandante
de sua jornada neste mundo. Não existe salvação sem o senhorio
de Cristo. E este senhorio envolve obediência e vida dedicada
inteiramente a Ele.
78
4. O evangelho deve ser em louvor e para glória de Deus (v.
13, 14)
“E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão
dos exércitos celestiais, louvando a Deus e dizendo: Glória
a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os
homens!”
79
meu). Antes de ser para mim, o Cordeiro de Deus que tira o
pecado mundo é para Ele mesmo. Para sua glória.
Se alguém afirma ser cristão, deve ser para glória do Senhor.
Mas a única maneira de se conseguir fazer isto é através do
quebrantamento diante da cruz. Do reconhecimento que ele é
Salvador e Senhor. De assumir o compromisso firme com o
Senhor do senhores através do arrependimento dos pecados e da
fé na obra redentora de Cristo.
80
GLORIFICANDO A DEUS EM NOSSAS VIDAS
Lc 2:8-20
8
Ora, havia, naquela mesma comarca, pastores que estavam
no campo e guardavam durante as vigílias da noite o seu
rebanho.
9
E eis que um anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do
Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor.
10
E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago
novas de grande alegria, que será para todo o povo,
11
pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é
Cristo, o Senhor.
12
E isto vos será por sinal: achareis o menino envolto em
panos e deitado numa manjedoura.
13
E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão
dos exércitos celestiais, louvando a Deus e dizendo:
14
Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para
com os homens!
15
E aconteceu que, ausentando-se deles os anjos para o céu,
disseram os pastores uns aos outros: Vamos, pois, até Belém e
vejamos isso que aconteceu e que o Senhor nos fez saber.
16
E foram apressadamente e acharam Maria, e José, e o
menino deitado na manjedoura.
17
E, vendo-o, divulgaram a palavra que acerca do menino
lhes fora dita.
18
E todos os que a ouviram se maravilharam do que os
pastores lhes diziam.
19
Mas Maria guardava todas essas coisas, conferindo-as em
seu coração.
20
E voltaram os pastores glorificando e louvando a Deus por
tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes havia sido dito.
81
No último sermão vimos que tudo que fazemos deve ser para
a glória de Deus. Os anjos anunciaram aos pastores que o
Salvador nascera. Estes entes celestiais passaram a glorificar a
Deus de uma forma majestosa. Que cena incrível deve ter sido
esta! Os pastores ficam estarrecidos diante do esplendor.
As atitudes dos pastores culminam com o seu retorno
glorificando a Deus. Isto nos traz algumas ideias sobre vidas que
glorificam a Deus.
Esse temor deve estar vivo em nossos corações. Ele vai nos
ajudar a nos aproximarmos com tranquilidade ante a um Deus
santo e perfeito em tudo que faz e é.
83
Muitos estão nas igrejas, se dizem cristãos, mas não dão
ouvidos à Palavra de Deus. Jesus deixa claro que dar ouvidos à
sua palavra é fundamental para quem quer chegar à vida eterna.
“Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha
palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e
não entrará em condenação, mas passou da morte para a
vida.” (Jo 5:24)
85
A MISSÃO DO FILHO DE DEUS
Lc 2:21-35
21
E, quando os oito dias foram cumpridos para circuncidar o
menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora
posto antes de ser concebido.
22
E, cumprindo-se os dias da purificação, segundo a lei de
Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor
23
(segundo o que está escrito na lei do Senhor: Todo macho
primogênito será consagrado ao Senhor)
24
e para darem a oferta segundo o disposto na lei do Senhor:
um par de rolas ou dois pombinhos.
25
Havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e
este homem era justo e temente a Deus, esperando a consolação
de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele.
26
E fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que ele não
morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor.
27
E, pelo Espírito, foi ao templo e, quando os pais trouxeram
o menino Jesus, para com ele procederem segundo o uso da lei,
28
ele, então, o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e
disse:
29
Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo
a tua palavra,
30
pois já os meus olhos viram a tua salvação,
31
a qual tu preparaste perante a face de todos os povos,
32
luz para alumiar as nações e para glória de teu povo Israel.
33
José e Maria se maravilharam das coisas que dele se
diziam.
34
E Simeão os abençoou e disse à Maria, sua mãe: Eis que
este é posto para queda e elevação de muitos em Israel e para
sinal que é contraditado
35
(e uma espada traspassará também a tua própria alma),
para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.
86
Muitos colocariam aqui os magos chegando à manjedoura.
Mas tenho que discordar com base nos próprios textos de
Mateus e Lucas. Primeiro porque os magos entraram em uma
casa (Mt 2:11). Este fato mostra que os presépios de natal não
refletem uma realidade.
Outro ponto importante é observar que a fuga para o Egito se
deu exatamente por causa da matança dos infantes que ocorre
após a chegada dos magos. Porém Lucas narra a apresentação de
Jesus oito dias após o nascimento, sendo assim, seria impossível
encaixar os magos neste período. Como Jesus foi apresentado
em Jerusalém se estava fugindo para o Egito?
Também é interessante notar que o texto não diz que eles
foram até Belém. Eles ouviram a profecia e as palavras de
Herodes e voltaram a seguir a estrela que parou sobre o lugar
onde o menino estava (Mt 2:9).
Por último, Herodes manda matar os infantes de Belém e com
certeza não acharam Jesus, pois este já não estava lá. Sua família
estava em Jerusalém após a apresentação do menino e foi em
Jerusalém que receberam os magos e a notícia triste da morte
dos infantes.
Outra questão que o texto levanta e deixa claro é que Maria e
José eram pessoas pobres. Ao oferecer rolas e pombas eles
mostram que não tinham condições financeiras para fazerem a
oferta da forma que a lei determinava. E, a própria lei, aplica
uma alternativa para aqueles que não têm posses (Lv 12:3, 6-8).
Explicado isto, passemos a analisar o que este trecho da
Palavra de Deus pode nos ensinar. Mais uma vez o que fica
claro é a missão de Jesus neste mundo. O texto nos mostra
algumas lições que podemos aprender com o nascimento de
Jesus.
87
1. Jesus veio para cumprir a lei em todos os sentidos (v. 21-
23)
O autor aos Hebreus afirma que Jesus não teve pecado. Este
fato ocorre desde sua infância. Seus pais, muito zelosos,
cumpriram todo ritual da lei. Com isto pode-se dizer que Jesus
cumpriu a lei em seu sentido cerimonial, civil e moral
(espiritual). Sabemos que hoje o que mais nos importa é o
sentido moral, mas a própria Escritura nos pede para que
possamos obedecer também as leis dos homens. Quando
pecamos contra a lei dos homens, desde que esta não infrinja a
lei de Deus, também pecamos contra Deus.
Jesus precisava cumprir a lei para que pudesse ser sem
mancha alguma. Quando o mestre desafiava os fariseus e líderes
do povo, não era Ele que desobedecia a lei, mas era os mesmos
líderes que o acusavam.
Porém o mais importante para sabermos aqui é que Jesus
cumpriu aquilo que ninguém consegue cumprir. A Bíblia é
muito clara em afirmar que somos todos pecadores (Is 59:2; Rm
3:23). Ao cumprir a lei e ir à cruz, Jesus se coloca em nosso
lugar, paga a nossa dívida diante de Deus e aplaca totalmente a
ira do Senhor sobre aquele que aceita este sacrifício. Pois ele
veio para se tornar salvador do homem.
88
Simeão também demonstra que entendera perfeitamente a
missão de Cristo. Com a ajuda do Espírito Santo ele se mostra
cônscio da missão de Jesus neste mundo.
No ponto anterior mostramos que Jesus cumpriu a lei em
nosso lugar. Isto ocorre para que possamos alcançar a salvação
que vem de Deus. Sem o reconhecimento de nossa situação, fica
impossível também dizermos que Jesus é o nosso salvador.
Mais uma vez se nota que salvação aqui não tem nada a ver
com questões físicas ou materiais. Jesus veio para salvar seu
povo de sua situação diante de Deus. Paulo deixa isto claro ao
afirmar que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o
mundo (II Co 5:19).
O amor de Deus foi tremendo ao enviar Jesus para cruz, mas
ele não enviou para que ele salvasse a todos. Ele não enviou
para salvar aquele que é bonzinho. Não. Ele enviou a Jesus para
salvar o que estava perdido (Lc 19:10), e que se reconhece como
perdido (Jo 3:16). É isto que consiste a salvação que Simeão fala
e que o nome do Messias significa. Isto faz parte das promessas
de Deus, e elas sempre se cumprem.
Glória ao Senhor!
Glória ao Senhor!
Glória ao Senhor!
O autor da minha fé
Mas esta gloriosa promessa traz com ela outra. Jesus vai
voltar e julgar os pecados de todos.
91
Mas o ponto central desta profecia é que Jesus está destinado
“tanto para a ruína como o levantamento de muitos em Israel e
para ser alvo de contradição”. A ideia aqui se repousa no fato
que Jesus morrerá para julgar o pecado da humanidade. Através
da morte dEle será separado o joio do trigo, os bodes das
ovelhas, os salvos dos perdidos.
Como contradição Simeão está dizendo que a mensagem do
evangelho pura e simples vai trazer divisão entre famílias,
nações e pessoas. Hoje podemos ver isto ocorrendo com muita
clareza. Mais e mais aumenta o número de pessoas que se
negam a aceitar a mensagem real do evangelho. Pessoas que se
moldam aos seus pensamentos de pecado para viverem suas
vidas.
O nascimento de Jesus apenas aponta para sua morte. Aponta
para aquele momento de horror e de dor para Maria e para
muitos que veriam o ministério do Senhor. A cruz é o alvo do
menino da manjedoura. Ela é alvo do sofrimento expiatório e
propiciatório. E somente quem aceitar este alvo como sendo de
libertação dos pecados, poderá alcançar a eternidade para
sempre com o Senhor. Crê você nisto?
92
MARCAS DO REMANESCENTE
Lc 2:25-38
25
Havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e
este homem era justo e temente a Deus, esperando a consolação
de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele.
26
E fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que ele não
morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor.
27
E, pelo Espírito, foi ao templo e, quando os pais trouxeram
o menino Jesus, para com ele procederem segundo o uso da lei,
28
ele, então, o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e
disse:
29
Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo
a tua palavra,
30
pois já os meus olhos viram a tua salvação,
31
a qual tu preparaste perante a face de todos os povos,
32
luz para alumiar as nações e para glória de teu povo Israel.
33
José e Maria se maravilharam das coisas que dele se
diziam.
34
E Simeão os abençoou e disse à Maria, sua mãe: Eis que
este é posto para queda e elevação de muitos em Israel e para
sinal que é contraditado
35
(e uma espada traspassará também a tua própria alma),
para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.
36
E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de
Aser. Esta era já avançada em idade, e tinha vivido com o
marido sete anos, desde a sua virgindade,
37
e era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se
afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de
noite e de dia.
38
E, sobrevindo na mesma hora, ela dava graças a Deus e
falava dele a todos os que esperavam a redenção em Jerusalém.
93
A religião dos judeus estava em completa decadência moral e
espiritual. Os fariseus e saduceus haviam conseguido corromper
a religião criada pelo próprio Deus. Suas tradições,
interpretações e principalmente aplicações das Escrituras
manchavam o nome de Deus. Jesus nasce neste meio
corrompido e destruído pela falsa religião.
Logo após o nascimento do mestre aparece em cena um
homem. Não sabemos quem ele era. Seu nome é Simeão. A
Bíblia afirma que ele era justo e piedoso. Junto com ele chega
uma profetisa de nome Ana, que estava constantemente na
presença de Deus em jejum e oração. Estes dois nos mostram
marcas que caracterizam o remanescente de Deus. A ideia do
remanescente vem desde o Antigo Testamento e consiste que, no
meio do povo que aparentemente professa a verdadeira fé,
surgirá um grupo que realmente é fiel.
Hoje a igreja parece viver momentos bem semelhantes
aqueles. E, mais do que nunca, se faz necessário conhecer os
sinais do verdadeiro remanescente.
94
É provável que entre os ouvintes de Ana houvesse pessoas
que criam como a maioria. Que o Messias viria para resgatar
Israel do jugo romano. É provável que muitos nem sequer
prestassem atenção no que aquela mulher falava. Menos ainda
no que Simeão dizia. Ambos estavam apontando para algo mais
grandioso que qualquer outra coisa na face da terra: a
consolação final.
Muitos hoje vão à igreja para receber benção, mas não
querem firmar um compromisso real com Deus. Querem receber
consolo para seus problemas, mas não são capazes de
reconhecer o pecado que assola seu coração e que, na maioria
das vezes, é a grande causa de suas aflições.
O maior jugo que carregamos são nossos pecados. A Bíblia
afirma que Jesus tomou sobre si nossas iniquidades (Is 53). A
consolação prometida é para o peso dos pecados sobre nossos
ombros. Pior do que isto, sobre nossa alma. A grande
consolação final será o encontro com Cristo nos ares (I Ts 4:13-
17). Será um momento de alegria e glória. Teremos nossos
corpos glorificados, mas para isto é necessário que o Espírito
Santo nos dirija.
O que você tem esperado de Jesus? O que você espera que ele
faça por você? Leia com atenção I Coríntios 15:19.
“Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais
miseráveis de todos os homens.”
1
E, tendo nascido Jesus em Belém da Judéia, no tempo do rei
Herodes, eis que uns magos vieram do Oriente a Jerusalém,
2
e perguntaram: Onde está aquele que é nascido rei dos
judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos a
adorá-lo.
3
E o rei Herodes, ouvindo isso, perturbou-se, e toda a
Jerusalém, com ele.
4
E, congregados todos os príncipes dos sacerdotes e os
escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Cristo.
5
E eles lhe disseram: Em Belém da Judéia, porque assim está
escrito pelo profeta:
6
E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor
entre as capitais de Judá, porque de ti sairá o Guia que há de
apascentar o meu povo de Israel.
7
Então, Herodes, chamando secretamente os magos, inquiriu
exatamente deles acerca do tempo em que a estrela lhes
aparecera.
8
E, enviando-os a Belém, disse: Ide, e perguntai
diligentemente pelo menino, e, quando o achardes, participai-
mo, para que também eu vá e o adore.
9
E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela que
tinham visto no Oriente ia adiante deles, até que, chegando, se
deteve sobre o lugar onde estava o menino.
10
E, vendo eles a estrela, alegraram-se muito com grande
júbilo.
11
E, entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua
mãe, e, prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros,
lhe ofertaram dádivas: ouro, incenso e mirra.
100
12
E, sendo por divina revelação avisados em sonhos para que
não voltassem para junto de Herodes, partiram para a sua terra
por outro caminho.
1. Renúncia (v. 1)
A jornada grande envolve uma renúncia tremenda. Estes
homens largaram o que tinham para caminhar até Jesus. Abriram
101
mão do conforto de um palácio, para seguirem até onde estava o
Messias.
Hoje poucos têm aberto mão de suas vidas para seguirem a
Jesus. O mesmo Jesus nos ensina que aquele que tem posto a
mão no arado não pode olhar para trás. Em outras passagens o
mestre vai nos ensinar a abrir mão até da família para segui-lo.
Adorar a Jesus envolve uma renúncia.
Os magos, se vindo da Arábia, caminharam por cerca de
400km; se oriundo da Caldéia, onde acho mais provável,
caminharam por mais de 800km. De qualquer forma são dias de
viagens, se estivessem somente três. Ou meses, se estavam em
caravana que exige uma caminhada mais lenta. Fez parte da
renúncia dos magos.
Quantos hoje não conseguem largar suas vidas de luxo e bem
estar para seguirem a Jesus. Quantos criam uma religião para si
onde o que mais importa é ter do que ser. São pessoas
despreparadas para a renúncia. Quando Jesus nos chama
devemos estar preparados para renúncia. Isto é obediência.
Esse é o versículo que alguns dizem que prova que eram três
reis magos. O texto apenas fala o tipo de presentes que foram
dados. Também o versículo não prova que eram reis. Menos
ainda temos base para dar nomes. Certa tradição ainda afirma
que cada um teria vindo de um local diferente e um deles veio
da África, o que é impossível uma vez que esta encontra-se a
ocidente de Israel. Prefiro não acrescentar aquilo que não estou
vendo no texto sagrado.
No tabernáculo nós encontramos dois elementos. O ouro e o
incenso. O primeiro mostrava a grandeza de Deus e o segundo o
aroma que cobria o mau cheiro das ofertas queimadas. A mirra
104
era uma rezina produzida por uma árvore na África nas
proximidades do Mar Vermelho. Era usada como anti-
inflamatório e analgésico em algumas culturas, em especial na
China. No Egito foi muito utilizada nos embalsamentos,
inclusive foi usada no sepultamento de Jesus (Jo 19:39). Seu
gosto era muito amargo.
Em Isaías 60:6 vemos que a profecia só se refere ao ouro e ao
incenso. Estes dois elementos estão ligados à ideia de realeza e
divindade de Cristo, e perfume do efeito do seu sacrifício que
retira o mau cheiro do pecado. A mirra entra com sua amargura
para significar o sacrifício horrível de Cristo na Cruz. Mas
também ela significa que nossa entrega pode trazer amargor para
esta vida, porém algo rico e maravilhoso no futuro.
Os magos nos trazem uma lição incrível. Eles fazem uma
entrega maravilhosa a Jesus como símbolo do reconhecimento
do senhorio dele (rei dos Judeus), mas também como símbolo da
obra dele que seria realizada na cruz. Mais uma vez, ainda na
infância, a sombra da cruz persegue Jesus.
Hoje você está diante desta mensagem e pode tomar uma
decisão importante para toda sua vida. Se você reconhecer o
senhorio de Cristo, aceitar o seu sacrifício e calcular o preço a
pagar, com certeza conhecerá o mais importante do evangelho -
a vida eterna.
105
UMA SOBERANA PROTEÇÃO
Mt 2:13-23
13
E, tendo-se eles retirado, eis que o anjo do Senhor apareceu
a José em sonhos, dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua
mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá até que eu te diga,
porque Herodes há de procurar o menino para o matar.
14
E, levantando-se ele, tomou o menino e sua mãe, de noite, e
foi para o Egito.
15
E esteve lá até à morte de Herodes, para que se cumprisse o
que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: Do Egito
chamei o meu Filho.
16
Então, Herodes, vendo que tinha sido iludido pelos magos,
irritou-se muito e mandou matar todos os meninos que havia em
Belém e em todos os seus contornos, de dois anos para baixo,
segundo o tempo que diligentemente inquirira dos magos.
17
Então, se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias, que
diz:
18
Em Ramá se ouviu uma voz, lamentação, choro e grande
pranto; era Raquel chorando os seus filhos e não querendo ser
consolada, porque já não existiam.
19
Morto, porém, Herodes, eis que o anjo do Senhor apareceu,
num sonho, a José, no Egito,
20
dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e vai para
a terra de Israel, porque já estão mortos os que procuravam a
morte do menino.
21
Então, ele se levantou, e tomou o menino e sua mãe, e foi
para a terra de Israel.
22
E, ouvindo que Arquelau reinava na Judéia em lugar de
Herodes, seu pai, receou ir para lá; mas, avisado em sonhos
por divina revelação, foi para as regiões da Galiléia.
106
23
E chegou e habitou numa cidade chamada Nazaré, para que
se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado
Nazareno.
Lucas não narra a fuga para o Egito. Não podemos dizer com
precisão o motivo. Mas podemos imaginar que está ligado à sua
visão gentílica. Mateus se preocupa em falar sobre isto porque
estava preocupado com a visão judaica do Messias. No trecho
que acabamos de ler há três menções de profecias que se
cumpriram depois do nascimento de Jesus. A primeira diz
respeito ao Egito, encontra-se em Oseias 11:1. Refere-se a Israel
quando ainda não era uma nação e foi enviado para o Egito para
ser protegido da fúria da seca e da fome que assolava o mundo
da época. Este acontecimento mostra-se, à luz do que diz
Mateus, tipológica, ou seja, ela apontava para a proteção que
Deus daria a seu filho da fúria de Herodes.
A segunda profecia diz respeito à matança dos infantes, esta
ocorre em Jeremias 31:15. Ramá é a região onde se encontrava
Belém. Em sua fúria desumana, e sem conhecimento real da
profecia, Herodes manda matar todas as crianças com menos de
2anos. Alguns acreditam que essa seria a idade de Jesus, uma
vez que o texto diz que ele inquiriu diligentemente os magos
para saber sobre o nascimento de Cristo. Mas realmente não dá
para afirmar isto com precisão. O fato é que isto mostra a
fraqueza de nossos corações. A debilidade que o pecado nos leva
a praticar.
A terceira profecia fala sobre o local onde Jesus passaria a
maior parte de sua infância, ou seja, Nazaré, cujos criados ali
eram chamados de nazarenos, expressão que lembra o nazireu
do Antigo Testamento (Jz 13:5; I Sm 1:11). A raiz da palavra
aponta para a expressão hebraica que significa “renovo”. Jesus é
o renovo que vem para a nossa vida.
107
Deus protegeu Jesus de forma sobrenatural. Ele se revela a
José e mostra o que José tem que fazer. Ele guiou a família pelo
deserto até o Egito para que ela ficasse a salvo da perseguição
herodiana.
Esta proteção de Deus nos traz um consolo tremendo. Como
povo escolhido e ungido podemos descansar que Deus nos
protegerá para que todo seu propósito se cumpra debaixo do sol.
Assim como protegeu seu amado filho, Deus protegerá o seu
amado povo, sua noiva, a igreja verdadeira.
Mas a proteção de Deus veio mediante alguns aspectos que
passaremos a delinear.
108
Talvez você esteja vivendo uma vida sem esperança, sem
sentido, e, principalmente, sem sentir a mão do Senhor o
protegendo, porque lhe falta obediência.
Em Isaías encontramos uma promessa de proteção
maravilhosa:
“não temas, porque eu sou contigo; não te assombres,
porque eu sou o teu Deus; eu te esforço, e te ajudo, e te
sustento com a destra da minha justiça.” (Is 41:10)
111
qualquer momento podemos ter nossa vida ceifada. O que você
está fazendo da sua vida diante de Deus?
A maior proteção que Deus nos oferece é a eterna, mas com
ela não significa que estaremos imunes, salvo um plano maior
de Deus para nos guardar. Quantas pessoas são libertas tantas
vezes da morte, mas ainda continuam distantes de Deus.
Quantos têm sido poupados, mas não conseguem seguir o
caminho do Senhor. Mais uma vez me lembro do hino 259 do
Cantor Cristão. Amanhã pode ser muito tarde.
112
UMA FAMÍLIA COMPROMETIDA COM O SENHOR
Lc 2:39-52
39
E, quando acabaram de cumprir tudo segundo a lei do
Senhor, voltaram à Galileia, para a sua cidade de Nazaré.
40
E o menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de
sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.
41
Ora, todos os anos, iam seus pais a Jerusalém, à Festa da
Páscoa.
42
E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o
costume do dia da festa.
43
E, regressando eles, terminados aqueles dias, ficou o
menino Jesus em Jerusalém, e não o souberam seus pais.
44
Pensando, porém, eles que viria de companhia pelo
caminho, andaram caminho de um dia e procuravam-no entre
os parentes e conhecidos.
45
E, como o não encontrassem, voltaram a Jerusalém em
busca dele.
46
E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo,
assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os.
47
E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e
respostas.
48
E, quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe:
Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu,
ansiosos, te procurávamos.
49
E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis
que me convém tratar dos negócios de meu Pai?
50
E eles não compreenderam as palavras que lhes dizia.
51
E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E
sua mãe guardava no coração todas essas coisas.
52
E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça
para com Deus e os homens.
113
Único acontecimento narrado de Jesus antes de seu ministério
já adulto. Muitos criam histórias fantasiosas sobre Jesus. Alguns
afirmam que ele foi criado pelos essênios, mas a Bíblia deixa
claro que foi criado em Nazaré, enquanto que os essênios viviam
de forma isolada. Além disso, ele tinha a profissão do pai
terreno (Mt 6:3), o que significa que teve um treinamento com o
mesmo.
A tradição dizia que até os 12 anos um menino ainda não era
considerado na sociedade. Há no judaísmo uma festa, conhecida
como Bar-Mitzvá, que celebra a chegada da adolescência. Isto
ocorre aos 13 anos. É chamada a idade da responsabilidade.
Entre as meninas se dá aos 12 e é chamada de Bat-Mitzvá.
O que espanta os doutores da lei é que Jesus mostra
conhecimento e maturidade antes dessa idade. Normalmente era
a partir dos 12 anos que o menino passava horas estudando a lei
(Torá) para que pudesse quase que declamá-la quando chegasse
aos 13 anos.
115
Além de frequentar o templo eles cumpriam com seus
compromissos. Muitos até vão ao templo, mas visam apenas
seus próprios interesses. Não entregam seus dízimos. Não
cumprem com seus compromissos de ministérios. São pessoas
que apenas querem ter o nome como líder ou obreiro, mas não
estão dispostos a pagar o preço por isso.
A família de Jesus, além de sua frequência no templo, tinha
sempre disposição de serviço. Prestavam um culto completo.
Imagino que se estavam em Nazaré iam todas as semanas às
sinagogas.
A palavra de Deus nos garante que todos temos pelo menos
um dom. Deus capacita a todos aqueles que salva com um dom
para servir (I Pe 4:10). Para que possamos realmente mostrar
que somos cristãos precisamos ter em mente que nossa vida
precisa ter compromisso diante de Deus. Ir apenas ao santuário
não significa compromisso. Compromisso é quando se pratica
aquilo que se está ouvindo e lendo na Palavra de Deus.
Compromisso é quando se coloca à disposição para trabalhar
naquilo que é necessário.
Muitos querem que suas igrejas tenham estrutura para sua
família, mas normalmente estes são aqueles que buscam grupos
já estruturados porque não estão dispostos a pagar o preço do
serviço. Não querem compromisso real, mas querem usufruir do
compromisso que outros têm.
Alguns afirmam que este texto prova que Jesus pecou pelo
menos quando era criança. Lucas não entra em detalhes de como
se deu este fato, mas creio no que diz o autor aos hebreus, que
Jesus não teve pecado, embora em tudo tenha sido tentado.
Acredito realmente que aqui temos apenas um momento da
116
limitação humana que fez com que ele se distraísse no templo e
seus pais, por saberem de sua natureza obediente se
despreocuparam.
Lucas faz questão de narrar que após o fato Jesus foi com José
e Maria e em tudo lhes foi obediente. Ele mostra sua capacidade
de se humilhar de uma forma maravilhosa e por isso aprendemos
com Ele como deve ser a postura de filhos diante de seus pais.
Porém há coisas que aprendemos com o menino Jesus que
devemos refletir para nossas vidas:
Jesus tinha tudo para não ser obediente. É provável que ele
soubesse até mesmo os pecados escondidos de José e de Maria.
Ele era o Deus encarnado e o texto mostra claramente que Ele já
sabia disso. Ainda assim, diz o texto, que Ele era obediente.
Vivemos dias onde não há mais hierarquia familiar. Há países
onde eles até gostam que dentro de casa não haja mais este tipo
de hierarquia. Nossas leis tentam mostrar que todos podem
mandar e desmandar dentro de casa. Nossa constituição afirma
que não há mais a figura do chefe de família porque marido e
mulher agora têm o mesmo nível de liderança dentro de casa.
Será que não atentaram que isto é o que estás destruindo tantos
lares? Será que ninguém nota que esta falta de ordem é o que
causa toda desordem?
Jesus mostra que era obediente. Quanto carecemos hoje de
filhos obedientes. Quanto carecemos hoje de pessoas que
obedeçam os conselhos e ensinos de seus pais.
117
Apesar de ser Deus o menino Jesus ainda estava limitado pela
sua natureza humana. Ele precisa crescer em sabedoria e
conhecimento. Ele busca no lugar onde se reunia os homens
mais sábios e conhecedores da lei de sua época, no templo. Ele
vai até a casa de Deus para poder buscar mais conhecimento,
buscar mais a presença de Deus.
O melhor lugar para que você possa ter sabedoria e
conhecimento das coisas de Deus é no templo, na reunião com
os santos. Muitos têm trocado a reunião com os santos por jogo
de futebol, por praia ou lazer. Como é triste isto. Isto é um tipo
de idolatria. Como é lamentável saber que muitos jovens
preferem se divertir a realmente aprenderem.
Devemos sempre buscar o conhecimento de Deus para nossas
vidas e o melhor lugar para que possamos alcançar é através da
igreja, nas reuniões no templo. Jesus sabia disso desde novo.
Siga o exemplo de Jesus.
118
A maior vontade de Deus é que nós aceitemos a sua
mensagem. Que aceitemos o sacrifício de Cristo para nossas
vidas.
119
A CHEGADA DO REINO DOS CÉUS
Mc 1:1-8 (Ref.: Mt 3:1-12; Lc 3.1-18)
1
Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.
2
Como está escrito no profeta Isaías: Eis que eu envio o meu
anjo ante a tua face, o qual preparará o teu caminho diante de
ti.
3
Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do
Senhor, endireitai as suas veredas.
4
Apareceu João batizando no deserto e pregando o batismo
de arrependimento, para remissão de pecados.
5
E toda a província da Judéia e todos os habitantes de
Jerusalém iam ter com ele; e todos eram batizados por ele no
rio Jordão, confessando os seus pecados.
6
E João andava vestido de pêlos de camelo e com um cinto de
couro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel
silvestre,
7
e pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais forte
do que eu, do qual não sou digno de, abaixando-me, desatar a
correia das sandálias.
8
Eu, em verdade, tenho-vos batizado com água; ele, porém,
vos batizará com o Espírito Santo.
120
Marcos e Mateus destacam que João andava de forma
humilde e se alimentava de gafanhotos. Lucas não entra neste
mérito.
Marcos é tido como escritor aos romanos. Sua linguagem é
centrada na ação e não no discurso. São registrados 18 milagres,
mas somente 4 parábolas são encontradas. Há muitos latinismos
nos escritos dele, bem como muita explicação acerca de
questões judaicas. O que provavelmente comprova seus
destinatários.
Praticamente 18 anos se passaram desde o momento que Jesus
se perdeu de seus pais. Surge em cena “a voz que clama no
deserto”. João Batista destaca seu ministério e a grande
preocupação dele é apontar para o homem como chegar ao reino
dos céus.
122
Faça deste momento um instante de entrega diante de Deus.
Faça deste momento uma ocasião de arrependimento para com o
Senhor. Se desejamos realmente a salvação eterna, precisamos
nos render ante a realidade de nossos pecados e nos arrepender e
confessar nossos pecados verdadeiramente.
João mostra que ele não era o Messias. Ele passa agora a
apontar para Jesus. Ele mostra o que Jesus irá fazer com aquele
que crê. É algo tremendo. O batismo com o Espírito envolve a
salvação fazendo parte da vida daquele que aceita pela fé a Jesus
(Ef 2:8-9).
Paulo, escrevendo mais uma vez aos romanos, afirma que
através da fé em Cristo alcançamos a paz com Deus (Rm 5:1). A
paz que outrora estava perdida por causa dos nossos delitos e
pecados (Rm 3:23). A paz que é tirada de todo aquele nascido de
mulher que está separado de Deus pelas suas iniquidades.
Arrependimento e confissão devem ser seguidos de fé. É isto
que os evangélicos chamam de aceitar a Jesus no coração. Não é
apenas uma fé intelectual, com base em provas científicas, ou
coisa parecida. Mas é uma fé com base na plena confiança da
veracidade da Palavra de Deus e nas promessas nela descritas.
Você entende isto? Se sim, aceite agora a mensagem da cruz.
125
OS FRUTOS DO ARREPENDIMENTO
Lc 3:8-17
8
Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento e não
comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai, porque
eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a
Abraão.
9
E também já está posto o machado à raiz das árvores; toda
árvore, pois, que não dá bom fruto é cortada e lançada no fogo.
10
E a multidão o interrogava, dizendo: Que faremos, pois?
11
E, respondendo ele, disse-lhes: Quem tiver duas túnicas, que
reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos, que faça da
mesma maneira.
12
E chegaram também uns publicanos, para serem batizados, e
disseram-lhe: Mestre, que devemos fazer?
13
E ele lhes disse: Não peçais mais do que aquilo que vos está
ordenado.
14
E uns soldados o interrogaram também, dizendo: E nós, que
faremos? E ele lhes disse: A ninguém trateis mal, nem
defraudeis e contentai-vos com o vosso soldo.
15
E, estando o povo em expectação e pensando todos de João,
em seu coração, se, porventura, seria o Cristo,
16
respondeu João a todos, dizendo: Eu, na verdade, batizo-vos
com água, mas eis que vem aquele que é mais poderoso do que
eu, a quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias;
este vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.
17
Ele tem a pá na sua mão, e limpará a sua eira, e ajuntará o
trigo no seu celeiro, mas queimará a palha com fogo que nunca
se apaga.
127
A religiosidade é muito importante para uma vida que agrade
a Deus, mas a religião por si só não tem efeito algum se nossa
conversão não começar com o arrependimento.
É comum ouvirmos pessoas dizerem que passaram desta para
aquela religião. Mas sem um arrependimento real é apenas uma
mudança de opinião e não uma conversão genuína.
Tiago afirma que a verdadeira religião é cuidarmos dos que
precisam e andarmos de uma forma santa (Tg 1:27). Veja bem,
religiosidade sem arrependimento não tem valor algum para
Deus.
Talvez você esteja se reunindo com esta ou outra igreja,
achando que isto vai lhe garantir uma salvação eterna, mas se
isto não for baseado em um arrependimento genuíno será
incapaz de lhe garantir a salvação.
João garante que o julgamento já está preparado. É isto que
podemos dizer quando ele afirma que o machado já está posto.
Deus conhece o nosso coração e vai julgar sua sinceridade. Mas
cuidado porque você pode está enganando a si mesmo.
Outra coisa que o texto deixa muito claro é que é Deus quem
suscita seus filhos, ou seja, é Ele que nos transforma através de
sua graça, logo, religiosidade não nos faz verdadeiros cristãos.
Devemos sim, pela fé, confiar que Deus nos transforma em
filhos dEle através de sua graça.
Eis uma questão que está cada vez mais difícil na igreja
moderna. Vivemos dias onde cada um cuida de si mesmo. Onde
128
poucos olham uns para os outros. A igreja primitiva nos dá uma
lição enorme de mutualidade quando vemos que tinha tudo em
comum.
Hoje temos um problema duplo. Aqueles que se aproveitam
para viverem encostados na ajuda alheia, e aqueles que não
olham para as necessidade dos outros achando que todos são
aproveitadores. É preciso ter uma visão crítica, porém humana
da situação. A igreja deve aprender a viver esta mutualidade
todos os dias.
João está nos ensinando que não devemos viver para nós
mesmos. Que temos que procurar olhar para as necessidades dos
outros, sem esperar pela liderança ou pelo exemplo dos outros.
O texto que é usado como sendo o princípio da criação do
corpo diaconal nos mostra a preocupação dos apóstolos com as
necessidades dos outros (At 6:1-6). Eles chamam de “importante
negócio”. Não era uma coisa que a igreja deveria ignorar, mas
deveria olhar com carinho. Mas por outro lado, não pode ser o
centro da atenção da igreja, pois a esta compete a proclamação
da Palavra e a oração.
João mostra que esta preocupação deve estar presente no
coração daquele que realmente se arrependeu de seus pecados.
Todos devem lutar para que na Igreja não haja pessoas que
passem necessidades. Não significa que um não pode ser mais
rico do que o outro, mas que realmente todos se preocupem uns
com os outros.
129
João mostra que os soldados devem mostrar duas coisas,
respeito e honestidade. Todos somos iguais perante Deus e por
isso não podemos tratar nosso semelhante de forma agressiva.
É interessante notar como a Bíblia mostra dois lados da
mesma moeda. Jesus usa a questão da autoridade do soldado
para ensinar obediência. Ele afirma: “e, se qualquer te obrigar a
caminhar uma milha, vai com ele duas”. Esta era uma prática
muito comum entre os soldados romanos. O Mestre nos mostra
que não podemos nos rebelar contra a autoridade constituída,
mas devemos ter respeito por aqueles que ocupam tal posição.
Mas, por outro lado, João mostra que aqueles que estão
revestidos de autoridade, não podem fazer disso um meio de
opressão. O cristão que veste uma farda, ou carrega um
distintivo, deve se portar de uma forma digna e respeitosa.
Observe bem que os dois se completam não se contradizem.
Ambos estão mostrando que deve haver respeito mútuo, um pelo
lado estatal, ou outro pelo humano.
O outro ponto interessante nesta participação dos soldados é a
ideia da honestidade. Era uma prática comum que os soldados
entrassem na casa que quisessem, pegavam o que queriam e
levavam para si. Era normal em alguns casos que eles cobrassem
propina para oferecerem proteção ou coisa deste tipo. João
mostra que cada um deve estar satisfeito com aquilo que Deus
dá. Quantos hoje se dizem cristãos mais vivem cobrando mais
do que devem, ou pior, tirando de outros aquilo que é seu.
Quantos cristãos hoje sonegam seus impostos para que possam
ter mais. Claro que sabemos que os governos nos roubam, mas o
império romano também abusava, mas Jesus disse que deveriam
dar a César o que é de César (Mt 22:21; Mr 12:17; Lc 20:25).
Respeito e honestidade devem estar presentes na vida de
verdadeiros cristãos.
130
4. Os frutos do arrependimento se mostram quando se sabe
quem é Jesus (v. 15-17)
“Eu, na verdade, batizo-vos com água, mas eis que vem
aquele que é mais poderoso do que eu, a quem eu não sou
digno de desatar a correia das sandálias; este vos batizará
com o Espírito Santo e com fogo.”
131
Meu amado, ou amada, você sabe de que lado estará. Aqueles
que são de fatos alcançados por Cristo sabem para que Ele veio
e o que vai fazer.
Este é o primeiro e grande fruto do arrependimento, aceitar a
obra salvadora de Cristo e passar a segui-lo de todo coração.
Você já tomou esta decisão em sua vida? João está mostrando
que Jesus com sua obra, tanto condena, quanto salva. De que
lado você estará?
132
UM ENVIADO DE DEUS
Jo 1:6-8
6
Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
7
Este veio para testemunho para que testificasse da luz, para
que todos cressem por ele.
8
Não era ele a luz, mas veio para que testificasse da luz.
Jesus afirma que nossa luz precisa brilhar diante dos homens
(Mt 5:16). Fazer brilhar a luz envolve um aspecto muito
importante da Palavra de Deus: santidade. Em Levítico
encontramos por quatro vezes a ordem para o povo ser santo
(11:44; 19:2; 20:7, 26). Esta ordem não mudou para o povo de
Deus atual. Somos chamados para ser santos. E alguém enviado
de Deus sabe que precisa ter uma vida de santidade diante dos
homens, isto é testificar a luz.
Hoje fala-se muito sobre amor, mas poucos se lembram que a
santidade de Deus é mencionada 4 vezes mais do que seu amor
em toda Bíblia. Poucos se preocupam realmente em fazer brilhar
a luz de Jesus no mundo que o cerca, inclusive com o verdadeiro
amor. Veja bem. Não é exclusivamente o amor, mas inclusive o
amor e todos os aspectos que a Palavra determina. Ficamos
preocupados com questões políticas e nos esquecemos de viver
da forma que Deus nos manda. Ficamos preocupados com as
questões desta vida e nos esquecemos daquelas que dizem
respeito à eternidade.
135
Testificar a luz envolve um comportamento correto e íntegro;
envolve um modo de vida que faz com que as pessoas vejam a
diferença que Deus faz em nossas vidas.
Você é de fato um enviado de Deus? O texto citado de I Pedro
em nossa introdução nos alerta que o povo de Deus é a nação
santa para anunciar as grandezas dAquele que nos tirou das
trevas para sua maravilhosa luz. E, uma vez nesta luz, devemos
refleti-la em todo nosso modo de viver (I Pe 1:15). Como é triste
ver pessoas que se dizem cristãs vivendo ensimesmadas. Como é
triste saber que o povo de Deus vive de vaidades e glórias
humanas, quando a glória divina está sendo deixada de lado.
Precisamos de homens e mulheres dispostos a fazer a brilhar a
luz de Cristo. Deixando a luz própria, para refletir a luz do
Senhor.
137
pessoas acham que têm direitos diante de Deus. João Batista
deixa claro que ele não era a luz, mas veio para testificar dela.
Quando achamos que somos a luz tiramos o brilho de Jesus
através de nossas vidas. Quando achamos que temos brilho
próprio, fazemos com que as pessoas não vejam Jesus em nós.
Mais uma vez encontramos a palavra grega para testemunho.
Aqui a ideia é de um satélite que não tem luz própria, mas brilha
com a luz do sol. Jesus é o sol da justiça que veio para brilhar e
ser refletido através do povo de Deus. É preciso aceitar que o
brilho maior tem que ser de Cristo e não nosso. Muitos pregam a
si mesmos e acham que com isto estão ganhando pontos no céu.
É a luz de Cristo que precisa brilhar, não a nossa.
138
CRISTO, LUZ PARA OS HOMENS
Jo 1:6-14
6
Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
7
Este veio para testemunho para que testificasse da luz, para
que todos cressem por ele.
8
Não era ele a luz, mas veio para que testificasse da luz.
9
Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo homem que
vem ao mundo,
10
estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não
o conheceu.
11
Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
12
Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem
feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome,
13
os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne,
nem da vontade do varão, mas de Deus.
14
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua
glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de
verdade.
139
Logo no início do evangelho João mostra que Jesus foi
criador junto com Deus de todas as coisas. Mais do que isto,
João afirma que a vida estava nele e era a luz dos homens.
Algumas pessoas se aproveitam dessas palavras para afirmarem
que todos serão salvos. Claro que o contexto visto até o
versículo 14 mostra que não é bem assim. Mas então, o que
significa ser a luz dos homens e brilhar para todos?
Primeiramente devemos olhar pelo lado criador. Jesus é o
criador de cada ser que existe na face da terra através de sua
soberana vontade. Sem Ele nada do que foi feito se fez. Este
aspecto primário do brilho de Jesus está presente de forma
latente nestes versos de João. Logo, o primeiro princípio do
brilho de Cristo está na criação.
O segundo princípio delineado aqui está na apresentação da
salvação. Esta deverá ser apresentada a todos os homens. Sendo
Jesus o salvador, ele deverá ser apresentado como sendo a luz
que nos guia para a eternidade. Malaquias o apresenta como o
sol da Justiça e Apocalipse como a resplandecente estrela da
manhã (Ml 4:2; Ap 22:16). Neste princípio fica a ideia de guiar.
Jesus, através de seus ensinos, deve nos guiar. Tudo que
fizermos nesta vida deve ter o aval de Cristo pela sua Palavra.
Olhando por esses dois prismas encontramos que Jesus é o
criador e salvador da humanidade perdida nas trevas, mas isto só
ocorrerá com aqueles que aceitarem sua obra salvadora. Agora
você tem a oportunidade de se render aos pés de Jesus.
140
O grande problema que o coração do homem está duro pelo
seu pecado. Isaias nos garante que nossos pecados nos afastam
de Deus (Is 59:2). Este afastamento nos impede de aceitar a obra
de Jesus. Para que isto ocorra precisamos quebrar a barreira do
nosso orgulho. Isto é muito difícil. Jesus nos mostra isto de
muitas maneiras em todos os evangelhos. É por isso que Ele
declara que a maioria não vai entrar pois a porta é estreita (Mt
7:13, 14; Lc 13:24). No último texto Lucas usa a expressão
“porfiai” no sentido de esforçar-se. Este esforço não implica em
obras ou coisas deste tipo, mas implica em abnegação. Consiste
em descer do pedestal do orgulho humano e se humilhar diante
de um Deus Todo-poderoso, de reconhecer que é pecador e que
precisa de ser resgatado pelo poder do sangue de Cristo.
Mas infelizmente a maioria não aceita. A grande maioria,
mesmo daqueles que se dizem cristãos, não aceita a obra
redentora de Cristo. Não compreende que Jesus experimentou a
morte para que nós obtivéssemos vida.
Outro princípio por traz do seu brilho é o senhorio. A ideia de
Jesus ser a nossa luz consiste em nos guiar por onde quer que
Ele queira, e não do jeito que nós queremos. Muitos afirmam
que são cristãos, mas não aceitam ser guiados pelos preceitos
que Cristo e a Palavra de Deus estabelecem.
Meu amado ou amada, de que lado você vai estar? Daquele
que rejeita o brilho de Cristo, cujo caminho é largo? Ou daquele
que deixa Jesus brilhar para sua salvação? Do lado que não
segue a luz de Jesus e caminha nas trevas? Ou do lado que
acompanha o brilho do sol da justiça? Pense bem qual será sua
decisão.
3. Jesus veio para gerar filhos para Deus (v. 12, 13)
“Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de
serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome, os
141
quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne,
nem da vontade do varão, mas de Deus.”
Uma das coisas que sempre ouvi na vida é que todos são
filhos de Deus. Quero primeiramente dizer que esta afirmação
carrega dois ângulos que precisam ser vistos. No primeiro é o
ângulo da criação. Por este ângulo todos os seres criados são
filhos de Deus. Tudo que foi feito por Ele carrega o peso
paternal de sua criação.
Mas por outro lado devemos olhar pelo lado espiritual e
moral. Por este ângulo a Bíblia é taxativa em mostrar que nem
todos são filhos de Deus.
Paulo é o escritor que deixa isso muito claro. Escrevendo aos
romanos ele nos mostra que recebemos o espírito de adoção (Rm
8:22ss). No capítulo 9 da mesma carta ele deixa claro que os
Israelitas foram adotados por Deus como filhos. Na carta aos
gálatas ele mostra que aqueles que são remidos da lei recebem a
adoção de filhos (Gl 4:5). E, em sua carta aos efésios, mostra
que somos adotados por Cristo Jesus (Ef 1:5).
Logo após Paulo vem João com uma clareza não menor que a
do apóstolo dos gentios. Além do texto que lemos acima, em I
Jo 3:2 ele afirma: “Amados, agora somos filhos de Deus...”. Ora,
se “agora” somos, significa que antes não “éramos”. Simples
assim.
A obra de Cristo ocorre principalmente para gerar filhos para
Deus. Filhos conforme a promessa. Filhos transformados
conforme a vontade de Deus. Mas observe bem o que o texto
afirma: “A todos que o receberam”. Não são todos que se
tornam filhos, mas somente aqueles que recebem. Outra
quest0ão aqui é: “crer em seu nome”. A fé é elemento humano
para salvação. Por último observa-se: “os quais não nasceram do
sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas
de Deus”. Não é do nosso jeito que somos salvos, mas do jeito
142
que Deus quer. É pela vontade dele. Aqui entra o elemento
chamado graça.
Você consegue compreender o que estou afirmando? Se
consegue dê o passo definitivo e aceite agora a mensagem da
cruz. Aceite a Jesus como Senhor e Salvador de sua vida.
O fato de Jesus vir para formar um povo para Deus não quer
dizer que as coisas são para a glória do homem. João deixa claro
que ao habitar entre nós, ele o fez para que a glória de Deus se
manifestasse. Tudo que Jesus vez na sua vida foi para que a
glória do Pai brilhasse.
Ao transformar o homem isto também deve estar presente.
Somos criados como novas criaturas para a glória de Deus. Nada
que fazemos deve ser para nossa glória. Paulo mostra isso em
Efésios 1:12-14. Se em sua vida não há o desejo de fazer Deus
brilhar, algo pode estar errado com sua adoção. Talvez seja
necessário “voltar para cruz”. Talvez seja necessário rever
conceitos, ou até mesmo sua fé.
Se nossa fé não for voltada para a glória de Deus, algo está
errado com a fé. Não podemos, como muitos, ter uma fé
interesseira, voltada somente para nossos interesses.
Quando Jesus habitou entre nós e nos mostrou a glória do Pai,
foi para que nós também a refletíssemos. Se isto não tem
ocorrido com aqueles que se dizem cristãos, algo está errado
nesse cristianismo.
143
Hoje você tem a chance que repensar sua vida. Neste
momento você tem a chance de rever seus conceitos. Mas para
isso, deixe a luz de Cristo brilhar em sua vida.
144
RECEBENDO A PLENITUDE DE CRISTO
Jo 1:15-18
15
João testificou dele e clamou, dizendo: Este era aquele de
quem eu dizia: o que vem depois de mim é antes de mim, porque
foi primeiro do que eu.
16
E todos nós recebemos também da sua plenitude, com graça
sobre graça.
17
Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade
vieram por Jesus Cristo.
18
Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está
no seio do Pai, este o fez conhecer.
146
Há uma grande dificuldade em se conseguir entender o que
significa a salvação pela graça. Muitos tentam explicar, mas
acabam por complicar. A grande maioria tende a achar que a
obra da graça compreende apenas o aspecto simbólico e que no
demais precisamos trabalhar para alcançar a salvação.
O que João Batista está mostrando que a obra de Cristo é
completa. Através da cruz Jesus alcança aqueles que aceitam sua
mensagem e os salva completamente, pela graça. Nada que nos
ocorra pode nos tirar desta situação.
É por isso que apenas se diz que a pessoa deve aceitar a Cristo
como Senhor e Salvador de sua vida. Como aceitar a Cristo
compreende aceitar a sua obra como sendo completa. Aquele
que aceita esta obra não precisa mais fazer nada para alcançar a
graça, apenas precisa dar provas de que foi alcançado. Paulo
mostra em Efésios 2:8-10 esta proposição. Somos salvos pela
graça, através da fé que temos na obra da cruz, assim sendo,
somos transformados em novas criaturas para andarmos nas
boas obras. Repare, as boas obras devem ser o resultado da
transformação, não o contrário.
Quando se acha que precisa pagar promessa, penitência, ou
coisas semelhantes a essas para se alcançar a graça, é na
realidade a prova de que de fato nunca a alcançou.
148
4. Crer que somente Ele representa a Deus (v. 18)
“Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que
está no seio do Pai, este o fez conhecer.”
149
A POSTURA DE UM SERVO DE DEUS
Jo 1:19-28
19
E este é o testemunho de João, quando os judeus mandaram
de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem:
Quem és tu?
20
E confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo.
21
E perguntaram-lhe: Então, quem és, pois? És tu Elias? E
disse: Não sou. És tu o profeta? E respondeu: Não.
22
Disseram-lhe, pois: Quem és, para que demos resposta
àqueles que nos enviaram? Que dizes de ti mesmo?
23
Disse: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o
caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.
24
E os que tinham sido enviados eram dos fariseus,
25
e perguntaram-lhe, e disseram-lhe: Por que batizas, pois, se
tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?
26
João respondeu-lhes, dizendo: Eu batizo com água, mas, no
meio de vós, está um a quem vós não conheceis.
27
Este é aquele que vem após mim, que foi antes de mim, do
qual eu não sou digno de desatar as correias das sandálias.
28
Essas coisas aconteceram em Betânia, do outro lado do
Jordão, onde João estava batizando.
155
O CORDEIRO DE DEUS
Jo 1:29-34
29
No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e
disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
30
Este é aquele do qual eu disse: após mim vem um homem
que foi antes de mim, porque já era primeiro do que eu.
31
E eu não o conhecia, mas, para que ele fosse manifestado a
Israel, vim eu, por isso, batizando com água.
32
E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu
como uma pomba e repousar sobre ele.
33
E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com
água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito e
sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo.
34
E eu vi e tenho testificado que este é o Filho de Deus.
João, o evangelista, mantem seu foco no outro João, o batista.
Mas agora ele sai do testemunho de vida e passa a mostrar o
testemunho com as palavras que esse grande homem de Deus
nos dá.
Esse primeiro encontro narrado entre João e seu primo mais
famoso se dá um dia após ele ser testado pelos fariseus sobre
quem ele era. Agora ele tem a oportunidade de mostrar o lado
prático daquilo que ele estava fazendo, ou seja, apontar para o
Messias esperado, para o profeta aguardado e para a
manifestação de Deus entre os homens. Não nos é apresentado o
motivo que Jesus e João, mesmo sendo primos e suas mães
serem tão amigas, ainda não se conheciam. Tudo indica que a
fuga de Cristo para o Egito e mais tarde sua ida para Nazaré,
somado ao fato que João cedo se retirara para o deserto, os
impede de se conhecerem. Mas esta não é a preocupação do
texto em questão.
156
Ele chama Jesus de “o Cordeiro de Deus”. Esta expressão tem
em si todo simbolismo dos animais sacrificados no Antigo
Testamento. Paulo e o autor aos hebreus afirmam que aquelas
coisas representavam a sombra das que viriam (Cl 2:17; Hb
8:4,5; 10:1). O cordeiro é o grande símbolo daqueles sacrifícios.
Embora outros animais fossem usados, o cordeiro entra em cena
pois simboliza a postura de Cristo diante de seu sofrimento.
Isaias 53 é o texto que mais explica a ideia aqui representa por
esta expressão de João. No texto profético vemos Deus
mostrando que o Messias iria para o sacrifício como uma ovelha
que vai para o matadouro. Iremos navegar por alguns textos
vétero-testamentários para mostrar o que João estava tentando
dizer.
O cordeiro de Deus veio ao mundo para ...
159
“Porque para Deus somos o bom cheiro de Cristo, nos que
se salvam e nos que se perdem.”
160
Batismo com o Espírito Santo é uma experiência à parte da
conversão, a Bíblia mostra claramente que não.
No sermão “Os Frutos do Arrependimento”, mostramos que
Jesus será aquele que batizará a todos, uns com o Espírito, os
salvos, e outros com fogo, os não salvos. Observe que no texto
usado naquele sermão (Lc 3:8-17), não há outra categoria, ou
seja, os não batizados porém salvos. Além disso Paulo deixa
claro aos coríntios que “todos nós fomos batizados em um
Espírito”. E Paulo completa a ideia dizendo que é este batismo
que forma o corpo de Cristo. Ora, se o batismo que forma o
corpo, significa que todo aquele que faz parte do corpo tem que
ser batizado, consequentemente os que não foram, não fazem
parte do corpo.
Feita esta explicação, voltemos ao texto em questão. João
mostra neste texto, que na realidade é paralelo daquele de Lucas,
que Jesus é quem vai batizar com o Espírito. Isto ocorre da
mesma maneira que nos tornamos filhos (Jo 1:12), ou seja,
precisamos crer em seu Nome e aceitá-lo como Salvador de
nossas vidas.
Ao ser batizado pelo Espírito Santo, você é selado por Ele
para a vida eterna. Veja o que Paulo diz:
“com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os
que primeiro esperamos em Cristo; em quem também vós
estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o
evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido,
fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é
o penhor da nossa herança, para redenção da possessão
de Deus, para louvor da sua glória.” (Ef 1:12-14)
161
tornando-se este o penhor de nossa herança, ou seja de nossa
salvação.
Hoje você também está diante da Palavra da Verdade. Hoje
você está ganhando uma oportunidade de aceitar a Cristo em seu
coração como Senhor e Salvador, após confissão e
arrependimento sincero. Faça isto agora. Se já fez, console-se na
esperança do Espírito em sua vida confiando inteiramente na
obra do Cordeiro.
162
O BATISMO DE JESUS
Mt 3:13-17 (Mc 1.9-11; Lc 3.21,22)
163
Também há alguma discussão sobre a forma do batismo,
sendo que alguns acreditam que Jesus tenha sido aspergido com
água (aspersão) ou foi banhado com água (efusão). Mas a grande
maioria dos evangélicos usam a imersão.
É bom deixar claro que não há na Bíblia nada ordenado sobre
a forma de batismo, muito embora tenho que reconhecer que
aquela que melhor representa o símbolo máximo é a imersão
(Ao morrer para o mundo somos imersos na água, e ao nascer
para Cristo, somos emersos dela – vide Romanos 6:4). Também
este argumento é forte diante do significado da expressão grega
(baptizo – imersão). Mas não creio que isto seja importante a
ponto de dividir grupos ou nos fazer melhores do que outros que
não praticam desta forma.
Mas por outro lado há uma discussão quanto ao momento do
batismo. Há alguns grupos que afirmam que o batismo pode e
deve ser ministrado quando criança (bebê). Embora aqui não
haja espaço para argumentar, fica o registro de que considero
esta uma interpretação carente de argumentos verdadeiramente
bíblicos, uma vez que, por exemplo, em Marcos se apresenta
uma sequência lógica e clara: “crer e ser batizado” (Mc 16:16).
Sei que alguns argumentariam que isto implica apenas em
prioridade e não sequência, mas onde está a ordem para batizar
as crianças sem que elas creiam? O batismo é para o cristão
salvo, não para alguém que nem sabemos se será um cristão.
Sem falar na argumentação de Romanos 6:3 e 4. Paulo mostra
que somos batizados na morte para que passemos a viver uma
nova vida em Cristo. Onde uma criança que ainda não tem
consciência pode dizer que foi batizado para andar em novidade
de vida? Dizer que o batismo infantil prova que a salvação é um
dom de Deus e não depende de nós é poético, mas não bíblico.
O fato da salvação ser pela graça, não nos impede de
testemunhar que fomos transformados em um determinado
momento de nossas vidas (Rm 6:3,4). Logo, o batismo infantil
164
carece de argumentos bíblicos, embora haja muitas inferências
aparentemente lógicas, porém humanas. Além do que Pedro
afirma que o Batismo é figura da salvação (I Pe 3:20ss), que é
individual, logo, ninguém pode dizer que batizou outro que não
sabe nem mesmo se será salvo. De qualquer forma, respeito todo
e qualquer cristão que creia em Jesus como Senhor e Salvador,
tendo se arrependido e confessado os seus pecados, uma vez que
isto sim que importa para a Salvação. Mas creio também que se
alguém se batizou, independente da forma, sem plena
consciência de sua fé, este ainda não se batizou biblicamente.
Quero encerrar este argumento dizendo que aqueles que se
prendem à forma podem estar próximos ao farisaísmo
tradicionalista e legalista. Por outro lado, aqueles que se
prendem a argumentos não bíblicos com lógicas meramente
humanas, caminham para o mesmo problema, somente com
outra vertente. Devemos nos prender apenas ao que a Bíblia
ensina, não no que aprendemos com homens, por mais poéticos
e bonitos que sejam os argumentos, por mais lógicos e humanos
que pareçam.
Dito isto, voltemos ao texto pois ele nos ensina coisas
tremendas que podem ser aplicadas para a nossa vida.
Quando João afirma que carece de ser batizado por Jesus, não
quer dizer que ele não fosse salvo pela graça, mas que ele
deveria mostrar pelo seu testemunho que aceita a obra de Cristo,
mas do que isto, mostra que João se reconhece como pecador,
incapaz de se salvar pelas suas próprias forças.
165
O batismo deve nos fazer lembrar desta nossa situação diante
de Deus. João, o batista, em diversos momentos nos lembra que
era um pecador, como qualquer outra pessoa.
Quando nos aproximamos de Cristo temos que nos lembrar
desta mesma situação, ou seja, somos pecadores. Somos
carentes de receber o batismo principal de Jesus que é o batismo
com o Espírito Santo, ou seja, a salvação.
Quando voltamos ao texto de Paulo aos romanos (capítulo 6),
vemos o apóstolo dos gentios mostrando que o batismo de Cristo
nos tira dos mortos para a glória do Pai. Isso quer dizer que
antes de reconhecermos nossa situação diante de Deus
estávamos mortos. Não tínhamos em nós mesmos capacidade
alguma. Mas Deus, em sua infinita misericórdia e graça, nos
alcança com seu amor e nos faz novas criaturas. E o batismo
serve, conforme Paulo mesmo nos mostra, para mostrar
exatamente isto. Passando a andar em novidade de vida.
Isto deve servir para que você reflita: Como está sua vida
diante de Deus? Como está sua situação como pecador diante do
Senhor?
167
Vimos no último sermão que uma das coisas que Jesus veio
ao mundo foi batizar com o Espírito Santo. Este batismo ocorre
somente uma vez na vida daquele que crê e dá início à nova vida
transformada pelo Espírito. Ao ocorrer isso a Palavra nos
garante que o Espírito Santo passa habitar em nós. Esta
habitação deve nos trazer grande consolo no coração, pois,
através dela somos garantidos à salvação.
168
A expressão “em quem me comprazo” denota a ideia de que
Deus faria uma obra completa em Jesus. Seria o cumprimento
todo da profecia de Isaias 53 quando afirma que “foi do prazer
do Senhor moê-lo, fazendo-o enfermar”. O prazer do Senhor é
completar sua obra inteiramente. É em Cristo que isto ocorre, e
o batismo serve para nos apontar exatamente para isto.
O batismo deve servir para nos lembrar que não precisamos
fazer mais nada para nos salvar; que não temos a necessidade de
nos esforçarmos para alcançarmos a salvação. Deus estava em
Cristo fazendo isto e nos deixa o Espírito Santo para termos esta
certeza.
A obra de Cristo foi completa na cruz. Não há nada que
possamos acrescentar nela. Não há nada que possamos criar para
melhora-la. Jesus fez tudo de forma completa.
Nenhum sacrifício que você faça tem valor para a Salvação.
Somente a obra de Cristo na Cruz nos garante a vida eterna e o
batismo deve servir para nos apontar isto.
169
A REALIDADE DA TENTAÇÃO
Mt 4:1-11 (Lc 4:1-13; Mc 1:12, 13)
171
podemos sucumbir às tentações que nos são oferecidas. Não
podemos nos deixar levar pelos manjares deste mundo.
Dito isso, passemos a analisar a realidade da tentação em
nossas vidas tomando como base esse texto riquíssimo da
Palavra de Deus.
173
lhe pediu seu filho. Tal atitude do patriarca o levou ao patamar
elevado de o pai da fé.
Outras vezes somos levados à tentação como prova de
disciplina. Como foi o caso de Jacó com seu pecado de enganar
seu pai, bem como seu irmão por duas vezes, ele pagou caro por
isso e foi testado através de seu sogro.
Outras vezes ainda somos provados apenas para nos manter
dentro do caminho que Deus estabelecera para nós. Como foi o
caso de Paulo quando por três vezes orou para que Deus lhe
tirasse um espinho na carne, mas não lhe foi permitido para que
ele não se tornasse uma pessoa soberba (II Co 12:7). Nesse texto
Paulo deixa claro que quem fazia isso era um mensageiro de
Satanás. O Diabo opera em nossas vidas, permitido por Deus,
para que possamos crescer cada vez mais, ou, como no caso de
Paulo, mantermo-nos em posição de humildade.
Precisamos entender que Deus faz tudo isto para nosso
próprio bem. Ele faz tudo isto como prova de seu amor e
cuidado por nós, pois quer que nos santifiquemos mais e mais
em Sua grandiosa presença.
Por outro lado, não podemos deixar de vigiar, pois a tentação
vem quando menos esperamos e opera em nossas fraquezas.
176
A VITÓRIA SOBRE A TENTAÇÃO
Lc 4:1-13 (Mt 4:1-11; Mc 1:12,13)
182
estavam aceitando a direção que Deus dera. Eles não aceitavam
o senhorio de Deus sobre suas vidas.
Muitos hoje estão do mesmo jeito. Muitos vivem um
cristianismo de murmuração. Muitos vivem um cristianismo
onde seu desejo é mais importante do que a vontade de Deus.
Deus estava convidando aquele povo no deserto a ser fiel em sua
jornada e aguardar pela sua providência. Da mesma forma Deus
hoje chama seu povo.
Talvez sua vida esteja cheia de lutas, mas você não percebe
que elas poderiam ser mais aliviadas com a presença soberana
de Deus em sua vida. Ou talvez ainda você até afirma que segue
a Deus, mas não consegue ver, assim como aquele povo no
deserto, que vale a pena obedecer a Deus.
Muitos hoje pregam que se pode aceitar a Jesus, sem aceitar o
senhorio. Ledo engano. Um dos grandes problemas na pregação
do evangelho é quando mostramos apenas as benesses dele, mas
não expomos os deveres. A pregação completa do evangelho
envolve a compreensão plena da nossa situação diante de Deus
(somos pecadores perdidos), da obra que Deus fez para nós
enviando Jesus, do arrependimento de nossos pecados com a
devida confissão, e por último, de aceitar a Cristo como Senhor
e Salvador de nossas vidas.
É impossível vencer o inimigo sem ser submissão à vontade
de Deus. Pior do que isso, é impossível sequer praticar qualquer
um dos pontos anteriores, se Deus não for Senhor de nossas
vidas. Se não buscarmos uma vida de obediência na presença de
Deus.
Talvez muitos hoje têm sofrido com um cristianismo pobre e
sem vida porque lhes falta a perfeita compreensão do senhorio
do Senhor. Talvez muitos vivam sem a certeza da vida eterna e
da eleição divina, porque não conseguem compreender que Deus
é Senhor, ainda que estejamos no deserto. Jó disse algo
183
tremendo que virou uma das músicas mais lindas que conheci
até hoje:
184
TESTEMUNHANDO DE JESUS
Jo 1:35-51
185
48 Disse-lhe Natanael: De onde me conheces tu? Jesus
respondeu e disse-lhe: Antes que Filipe te chamasse, te vi eu
estando tu debaixo da figueira.
49 Natanael respondeu e disse-lhe: Rabi, tu és o Filho de
Deus, tu és o Rei de Israel.
50 Jesus respondeu e disse-lhe: Porque te disse: vi-te
debaixo da figueira, crês? Coisas maiores do que estas verás.
51 E disse-lhe: Na verdade, na verdade vos digo que, daqui
em diante, vereis o céu aberto e os anjos de Deus subirem e
descerem sobre o Filho do Homem.
189
5. Jesus deve ser apresentado pelo que realmente oferece (v.
51)
190
EFEITOS DA PRESENÇA DE JESUS
Jo 2:1-12
194
dela e não dentro de nossa vontade. Ele não faz aquilo que nós
queremos, mas o que de fato está dentro da vontade de Deus.
Não podemos determinar o que queremos e como queremos.
A vontade de Deus é soberana sempre e não a nossa. Nós não
mudamos a vontade de Deus, ela é que transforma a nossa
vontade.
195
4. Jesus muda a situação (v. 9)
196
PURIFICANDO A ADORAÇÃO
Jo 2:13-22
João faz menção das três páscoas que Jesus viveu em seu
ministério (2:23; 6:4; 11:55). Todos os outros evangelhos
mencionam somente a última.
Era comum no átrio exterior do templo a presença de gentios.
Muitos comerciantes se aproveitavam para vender animais para
o sacrifício. Também era feito ponto de troca de moedas, uma
vez que não podia ser aceita outra moeda que não fosse as
locais, pois se considerava as moedas estrangeiras impuras. O
197
negócio era legítimo à luz das leis dos homens, mas Jesus viu ali
graves abusos à verdadeira adoração.
No átrio exterior do templo, onde podiam entrar aqueles que
não eram judeus, havia comerciantes que vendiam animais para
os sacrifícios. Também trocavam moedas estrangeiras
(consideradas impuras) por moedas de Tiro, que eram as únicas
aceitas como ofertas ou pagamento do imposto do templo (cf.
Êx 30.13; 38.26). Esse negócio, legítimo em si mesmo, prestava-
se a graves abusos. Muitos animais vendidos não cumpriam os
requisitos estabelecidos pela lei para os rituais.
O azorrague é uma espécie de chicote feito com tiras ou
cordas trançadas. Os romanos, para causarem mais dor,
colocavam ossos e peças pontiagudas. Jesus prepara o seu
chicote para mostrar sua indignação com a falta de compromisso
com a verdadeira adoração.
O fato fez com que os discípulos se lembrassem de um dos
salmos de Davi – Salmo 69:9. Nele o rei de Israel prefigura o
sofrimento que seria do Messias, no caso Jesus. O que de fato o
Mestre está ensinando é que os judeus que ali estavam, bem
como os comerciantes, que em muitos casos eram gentios, não
tinham compreendido o que significava realmente adorar a Deus
e está em sua presença. Pior do que isto, eles não conseguiam
entender o significado daqueles animais e das coisas que
estavam inseridas na adoração dentro do templo.
Muitos afirmam que o principal objetivo da igreja é a
adoração. Creio que estão certos quando se pensa que adorar
implica em manifestar a glória de Deus. O princípio da adoração
é a glória de Deus sendo refletida na vida do adorador. É isso
que Jesus tenta mostrar.
198
1. A adoração não pode ser movida por interesses humanos
(v. 14-16)
200
vazios, outras por interesses, mas o triste de tudo isso que o
povo gosta. Observemos o que afirma o profeta Jeremias:
203
UMA FÉ FALSIFICADA
Jo 2:18-25
18 Responderam, pois, os judeus e disseram-lhe: Que sinal
nos mostras para fazeres isso?
19 Jesus respondeu e disse-lhes: Derribai este templo, e em
três dias o levantarei.
20 Disseram, pois, os judeus: Em quarenta e seis anos, foi
edificado este templo, e tu o levantarás em três dias?
21 Mas ele falava do templo do seu corpo.
22 Quando, pois, ressuscitou dos mortos, os seus discípulos
lembraram-se de que lhes dissera isso; e creram na Escritura e
na palavra que Jesus tinha dito.
23 E, estando ele em Jerusalém pela Páscoa, durante a festa,
muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu nome.
24 Mas o mesmo Jesus não confiava neles, porque a todos
conhecia
25 e não necessitava de que alguém testificasse do homem,
porque ele bem sabia o que havia no homem.
Sabemos que eles foram libertos, mas eles não baseavam sua
fé neste fato. A expressão grifada acima mostra que a fé deles
não se baseava em lógica humana. Afinal, logicamente seriam
condenados e queimados, mas mesmo que fossem, e isso sim é o
ponto crucial, continuariam crendo.
206
“Pela fé, Abraão, quando posto à prova, ofereceu Isaque;
estava mesmo para sacrificar o seu unigênito aquele que
acolheu alegremente as promessas, a quem se tinha
dito: Em Isaque será chamada a tua descendência; porque
considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo
dentre os mortos, de onde também, figuradamente, o
recobrou.” (Hb 11:17-19 - ARA)
207
“E que mais direi? Certamente, me faltará o tempo
necessário para referir o que há a respeito de Gideão, de
Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos
profetas, os quais, por meio da fé, subjugaram reinos,
praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a
boca de leões, extinguiram a violência do fogo, escaparam
ao fio da espada, da fraqueza tiraram força, fizeram-se
poderosos em guerra, puseram em fuga exércitos de
estrangeiros. Mulheres receberam, pela ressurreição, os
seus mortos Alguns foram torturados, não aceitando seu
resgate, para obterem superior ressurreição; outros, por
sua vez, passaram pela prova de escárnios e açoites, sim,
até de algemas e prisões. Foram apedrejados, provados,
serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram
peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras,
necessitados, afligidos, maltratados (homens dos quais o
mundo não era digno), errantes pelos desertos, pelos
montes, pelas covas, pelos antros da terra.” (Hb 11:32-38)
208
3. Uma fé falsa não vê aquilo que realmente é importante
para Deus (v. 21, 22)
No meio da discussão, depois que os judeus questionaram a
falta de sinais externos que comprovassem o porquê daquele ato
de Jesus, o Mestre descreve aquilo que seria o ato mais
importante de seu ministério terrestre, a cruz e a vitória sobre
ela.
O grande problema do cristianismo atual é que se baseia em
sinais, mas se esquece do maior deles, a morte de Cristo.
Como é triste observar que a cruz não tem sido mais o centro
da pregação. Como triste observar que o centro da pregação tem
sido mensagens de autoajuda, de feitos miraculosos, de
esperança de conquista de bens, entre tantas outras coisas, mas
pouco tem se focada na cruz do calvário.
A falsa fé não deixa ver o que realmente importa. Ela não
deixa ver que Jesus veio, antes de mais nada, para nos dar a vida
eterna. Ela não consegue ver que o novo nascimento deve nos
fazer ter uma esperança em algo muito maior do que qualquer
outra coisa que possa ocorrer nesta vida.
O sinal mais importante que temos de Cristo é a cruz. Paulo,
escrevendo aos coríntios afirma:
“Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o
testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de
linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber
entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.” (I Co
2:1,2- ARA)
209
“Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor
deste século? Porventura, não tornou Deus louca a
sabedoria do mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o
mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve
a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação.
Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos
buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado,
escândalo para os judeus, loucura para os gentios” (I Co
1:20-23)
Jesus não deve ser buscado pelos sinais externos que mostrou,
mas pelo maior de todos os sinais, sua morte substitutiva,
expiatória e propiciatória, isso é o que realmente importa para
Deus.
211
A ENTRADA NO REINO DE DEUS
Jo 3:1-15
212
13 Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o
Filho do Homem, que está no céu.
14 E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim
importa que o Filho do Homem seja levantado,
15 para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha
a vida eterna.
219
O olhar para a serpente prefigura a fé em Cristo e em sua obra
redentora na Cruz. O Filho do Homem levantado, compreende o
levantar no madeiro para a exposição diante dos homens.
Jesus está se referindo a Números 21:4-13. Nesta passagem os
israelitas estavam rodeando a terra de Edom, mas se rebelaram
contra Deus e a liderança por Ele estabelecida, Moisés. Eles não
conseguiam entender que algo muito maior esperava por eles na
terra prometida e começaram a murmurar e reclamar, querendo,
inclusive voltar para o Egito. Deus então manda serpentes
ardentes para atacar o povo, e muitos estavam morrendo. Neste
momento o povo se arrepende e volta-se para Moisés. Este, por
sua vez, intercede e o Senhor manda que se faça uma serpente da
mesma espécie, feita de metal e a levantasse para que todo
aquele que fosse picado pelas serpentes olhasse para aquela peça
de metal e fosse curado. Infelizmente o povo não entendeu a
mensagem de Deus e começou a adorar aquela serpente e
Ezequias em sua reforma espiritual tirou isto do meio do povo (I
Re 18:4).
Jesus está mostrando que aquela serpente estava apontando
para o sacrifício dEle. Ao ser levantado na cruz Jesus está
dizendo que devemos olhar para Ele para sermos salvos (Hb
12:2). Olhar para Jesus implica em aceitar que sua obra
redentora foi completa na cruz. Implica em compreender que ele
é o único caminho e o único nome para nossa salvação (Jo 14:6;
At 4:12). Este é passo final para a salvação. Aceitar o sacrifício
de Jesus, depois de ser transformado pelo Espírito Santo e
arrepender-se de seus pecados. É muito mais simples do que se
prega nos dias de hoje. O que falta para você?
220
UM AMOR PARA A ETERNIDADE
Jo 3:16
16
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu
Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça,
mas tenha a vida eterna.
222
A ideia de intensidade está latente no texto. O amor de Deus
é tremendo e enorme. A Bíblia nos mostra este amor de muitas
maneiras, mas a principal delas é através da entrega de Cristo.
“Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a
própria vida em favor dos seus amigos.” (Jo 15:13)
223
3. O amor de Deus é expiatório
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu
Filho unigênito...”
226
ENVIADO PARA A SALVAÇÃO
Jo 3:17-21
17
Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que
condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
18
Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está
condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de
Deus.
19
E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os
homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas
obras eram más.
20
Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz e não vem
para a luz para que as suas obras não sejam reprovadas.
21
Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as
suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.
227
João não mostra a conclusão desta conversa de Jesus, mas
pelo comportamento posterior de Nicodemos podemos ter
certeza que influenciou muito o mestre judeu (Jo 7:51; 19:39).
A expressão “porque” mais uma vez faz uma ligação entre a
sentença do versículo 17 com a do 16 que por sua vez liga aos
anteriores que relatam a ideia da serpente levantada no deserto.
Para uma perfeita interpretação do texto precisamos manter este
contexto em nossa mente, caso contrário iremos distorcer todo
significado.
Deus envia o seu filho para ser o Cordeiro a tirar o pecado do
mundo; para ser o sacerdote que entrega o sacrifício; para ser o
profeta que manifestará a vontade de Deus; e, por fim, para ser o
Rei que reinaria sobre aqueles que se submeterem ao seu
senhorio.
Esse tem sido um dos pontos que mais têm separado cristãos
desde o início. Paulo escreve aos Gálatas, por exemplo, com o
objetivo de sanar um problema que estava ocorrendo nas igrejas
daquela região. Os gálatas, através de influência externa judaica,
estavam crendo que precisavam praticar certos rituais para que
pudessem se salvar. Paulo corrige veementemente este erro (Gl
2:16).
Em muitas de suas cartas Paulo deixa clara a ideia de salvação
pela fé (Ef 2:8,9; Rm 4:16; 5:1; Gl 3:8). E é exatamente isto que
Jesus está ensinando a Nicodemos. Este, como mestre da lei,
achava que sua vida correta, o cumprimento dos rituais e da lei,
228
faziam dele um merecedor de estar na presença de Deus. Jesus
mostra exatamente o contrário. Cristo está mostrando que
precisa ocorrer uma transformação, ou seja, nascer de novo (v.
4).
Uma das coisas que levou à reforma protestante foi a venda
de indulgência. Indulgência significa ter capacidade de perdoar.
No caso, era dito que os pecados seriam perdoados através do
pagamento em dinheiro do perdão requerido, podendo ser
inclusive de outras pessoas. Esta briga teve início por causa da
insatisfação de Lutero com o comportamento de um certo
monge por nome Tetzel, que era o responsável pela cobrança.
Mas quando Lutero se levantou contra isso, o próprio Papa se
mostrou contrário à posição do futuro reformador.
Toda ideia de religião que o homem tem gira em torno do
mérito humano. Quer seja por pagar penitências; ou por praticar
boas obras; ou ainda por se purificar através de reencarnações ou
vida monástica. O cristianismo puro e simples afirma que nossa
salvação não vem do mérito que temos, mas pela graça de Deus,
mediante a fé em Cristo. É exatamente isto que Jesus está
mostrando. Mas isto só é possível quando aprendemos que
devemos amar a Deus.
230
responde apenas como uma amor fraternal. Jesus aceita este
amor, mas fala que Pedro iria aprender o que significava o outro.
É este amor que Jesus está falando para Nicodemos. É um
amor que nos leva à obediência (Jo 8:12).
232
O PURO EVANGELHO
Jo 3:1-21
1 E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos,
príncipe dos judeus.
2 Este foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem
sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode
fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.
3 Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te
digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino
de Deus.
4 Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo
velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e
nascer?
5 Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que
aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no
Reino de Deus.
6 O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do
Espírito é espírito.
7 Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer
de novo.
8 O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não
sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é
nascido do Espírito.
9 Nicodemos respondeu e disse-lhe: Como pode ser isso?
10 Jesus respondeu e disse-lhe: Tu és mestre de Israel e não
sabes isso?
11 Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que
sabemos e testificamos o que vimos, e não aceitais o nosso
testemunho.
12 Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como
crereis, se vos falar das celestiais?
13 Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o
Filho do Homem, que está no céu.
233
14 E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim
importa que o Filho do Homem seja levantado,
15 para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha
a vida eterna.
16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu
Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça,
mas tenha a vida eterna.
17 Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que
condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
18 Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já
está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho
de Deus.
19 E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os
homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas
obras eram más.
20 Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz e não
vem para a luz para que as suas obras não sejam reprovadas.
21 Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que
as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.
235
pecado homem nos gestos que o povo de Deus e os povos da
época.
Jesus procura mostrar a Nicodemos que se ele não se
arrepender não seria possível obter a vida eterna. O primeiro
grande passo para a salvação é o arrependimento, e isto só
ocorre quando reconhecemos nossa situação diante de Deus.
236
Jesus foi o sacerdote e o cordeiro. A perfeição se uniu na
pessoa de Cristo para que nós pudéssemos ter a paz completa
com Deus.
3. Explica o que tem que ser feito (v. 15, 16, 21)
“... todo aquele que nele crê...”
240
CRISTO, O ALVO DO EVANGELHO
Jo 3:22-30
22 Depois disso, foi Jesus com os seus discípulos para a
terra da Judeia; e estava ali com eles e batizava.
23 Ora, João batizava também em Enom, junto a Salim,
porque havia ali muitas águas; e vinham ali e eram batizados.
24 Porque ainda João não tinha sido lançado na prisão.
25 Houve, então, uma questão entre os discípulos de João e
um judeu, acerca da purificação.
26 E foram ter com João e disseram-lhe: Rabi, aquele que
estava contigo além do Jordão, do qual tu deste testemunho, ei-
lo batizando, e todos vão ter com ele.
27 João respondeu e disse: O homem não pode receber coisa
alguma, se lhe não for dada do céu.
28 Vós mesmos me sois testemunhas de que disse: eu não sou
o Cristo, mas sou enviado adiante dele.
29 Aquele que tem a esposa é o esposo; mas o amigo do
esposo, que lhe assiste e o ouve, alegra-se muito com a voz do
esposo. Assim, pois, já essa minha alegria está cumprida.
30 É necessário que ele cresça e que eu diminua.
244
tempo precisa ser pago um preço que para o orgulho do ser
humano é alto demais, sua renuncia às coisas desta vida.
Os judeus questionavam João, da mesma forma que mais
tarde iriam questionar a Cristo porque olhavam para a salvação
como sendo algo adquirido por méritos humanos. Jesus e João
mostravam a salvação como algo que vem do coração de Deus
para pessoas que a desejam, não por acharem que têm méritos,
mas exatamente por reconhecerem que não os têm.
246
O EVANGELHO QUE VEIO DO CÉU
Jo 3:31-36
31 Aquele que vem de cima é sobre todos, aquele que vem da
terra é da terra e fala da terra. Aquele que vem do céu é sobre
todos.
32 E aquilo que ele viu e ouviu, isso testifica; e ninguém
aceita o seu testemunho.
33 Aquele que aceitou o seu testemunho, esse confirmou que
Deus é verdadeiro.
34 Porque aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus,
pois não lhe dá Deus o Espírito por medida.
35 O Pai ama o Filho e todas as coisas entregou nas suas
mãos.
36 Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele
que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre
ele permanece.
João está a mostrar mais uma vez toda sua humildade. Esta foi
a grande característica dos grandes homens de Deus da Bíblia.
Foram homens que reconheceram sua situação de pecador,
reconheceram a grandeza de Deus e de sua obra. Abraão,
Moisés, Davi, entre tantos outros, se caracterizam pela sua
humildade. Mas de todos, João Batista se destaca. Ele faz
sempre questão de apontar para Jesus. No último sermão lemos
o texto que terminava com uma grande expressão de João: “É
necessário que ele cresça, e que eu diminua”. João está se
referindo a seu primo em carne, Jesus. Ele se refere ao Cristo
que desceu do céu para dar a vida. João destaca algumas coisas
sobre a obra de Cristo ao descer do céu.
O texto de João 3 se destaca em mostrar como devemos
pregar o verdadeiro evangelho. Jesus deixou claro para
Nicodemos tudo isto, e agora João Batista deixa também muito
claro. Vimos no último sermão que Jesus é o alvo do evangelho,
247
ele desceu do céu, logo o evangelho verdadeiro é aquele que
vem com Jesus. Por isso que quero destacar o evangelho que
desceu do céu.
252
UM DIÁLOGO PARA A SALVAÇÃO
Jo 4:1-18 (A necessidade da salvação)
1 E, quando o Senhor veio a saber que os fariseus tinham
ouvido que Jesus fazia e batizava mais discípulos do que João
2 (ainda que Jesus mesmo não batizava, mas os seus
discípulos),
3 deixou a Judéia e foi outra vez para a Galileia.
4 E era-lhe necessário passar por Samaria.
5 Foi, pois, a uma cidade de Samaria, chamada Sicar, junto
da herdade que Jacó tinha dado a seu filho José.
6 E estava ali a fonte de Jacó. Jesus, pois, cansado do
caminho, assentou-se assim junto da fonte. Era isso quase à
hora sexta.
7 Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus:
Dá-me de beber.
8 Porque os seus discípulos tinham ido à cidade comprar
comida.
9 Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu
judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana
(porque os judeus não se comunicam com os samaritanos)?
10 Jesus respondeu e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de
Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e
ele te daria água viva.
11 Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que a tirar, e
o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva?
12 És tu maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o poço,
bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, e o seu gado?
13 Jesus respondeu e disse-lhe: Qualquer que beber desta
água tornará a ter sede,
14 mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá
sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de
água a jorrar para a vida eterna.
253
15 Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que
não mais tenha sede e não venha aqui tirá-la.
16 Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido e vem cá.
17 A mulher respondeu e disse: Não tenho marido. Disse-lhe
Jesus: Disseste bem: Não tenho marido,
18 porque tiveste cinco maridos e o que agora tens não é teu
marido; isso disseste com verdade.
256
teologia. Jesus mostra que a pregação do evangelho envolve o
aproveitamento de nossa vida cotidiana, de nossa rotina diária.
Como é triste saber que pessoas saem de igrejas porque dizem
que não têm oportunidade de trabalhar. A grande maioria que
faz isso é porque olha para a “instituição” chamada igreja, mas
de fato não está olhando para o “organismo” Igreja. Todos têm
oportunidade de trabalhar, quer seja como instituição, quer como
corpo. As oportunidades surgem cotidianamente, basta saber
aproveitá-las.
Outro ensino neste trecho é que Jesus não olhava aquela
mulher apenas como uma samaritana. Ele não olhava para os
mais de 700 anos de separação entre os dois povos. Cristo
olhava para aquela mulher e via uma alma necessitada. Jesus
sentia compaixão daquela mulher. Ele sentia amor por ela e
preocupação pela salvação de sua alma.
Esse encontro Jesus quebra alguns preconceitos para provar
que a salvação é para todos:
a) O preconceito racial
Os judeus não falavam com os samaritanos, mas Jesus, por
amor, se aproxima daquela mulher de forma maravilhosa.
b) O preconceito sexual
A mulher não tinha vez naquela sociedade, mas Jesus se
aproxima dela com amor e compaixão.
c) O preconceito religioso
Os judeus rejeitavam a religião dos samaritanos, mas pior do
que isso, eles rejeitavam os samaritanos por causa de sua
religião. Não podemos nos afastar das pessoas porque elas
pensam diferentes de nós, mas com amor podemos mostrar a
verdade de Deus. No verso 22 Jesus deixa claro o equívoco da
257
religião samaritana, mas nem por isso deixou de tratar bem
aquela mulher.
Pense sobre isso. Aceite a Jesus hoje em seu coração que ele
lhe dará uma nova perspectiva de vida.
260
1. A salvação ocorre pela fé (v. 19-22)
Jesus faz revelações sobre a vida daquela mulher que a fazem
ficar espantada. Ele sabia que ela tivera vários homens e não se
casara com nenhum deles. Ao reconhecer que Jesus era profeta
ela começa a romper algumas barreiras em seu coração. Mas
imediatamente mostra que ainda não tinha compreendido o Jesus
estava de fato dizendo. Jesus estava tentando traze-la para o
campo espiritual, mas ela não conseguia ver. Ela questiona o
fato que o Mestre fala da água viva como algo que ele podia
fazer para ela. Ela acha impossível, afinal, fora Jacó que abrira
aquele poço, e ninguém era maior que os patriarcas para os
samaritanos. Abraão e Jacó eram figuras muito respeitadas pelos
samaritanos. A mulher então volta seu foco para coisas desta
vida.
Muitas vezes isso ocorrer conosco. Quantos insistem em ir à
igreja, mas não conseguem ver que salvação é o assunto
principal da mensagem. Prendem-se apenas as questões
materiais ou terreais, e não conseguem ver o que realmente está
sendo ensinado.
Jesus estava mostrando para aquela mulher que a salvação
que vem dos judeus é algo que deve ser aceito pela fé. Não é
uma questão de onde se adora ou como se adora, mas é uma
questão puramente de fé. O verso 23 é o cerne da argumentação
de Cristo:
“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros
adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade,
porque o Pai procura a tais que assim o adorem.”
261
2. A salvação ocorre quando se aceita a obra de Cristo (v.
26)
Aquela mulher aceita a argumentação de Jesus e mostra que
sabia da promessa do Messias: “Eu sei que o Messias... vem;
quando ele vier, nos anunciará tudo.”. Jesus então se revela em
definitivo àquela mulher.
Muitos estão como aquela mulher. Reconhecem a verdade,
mas não conseguem ver o que esta verdade realmente
representa. Muitos estão nas igrejas ou frequentam a igreja, são
chamados até de amigos do evangelho, mas não aceitam a obra
de Cristo. Não reconhecem a Jesus como sendo aquele que
devem seguir e adorar em suas vidas.
Talvez você mesmo seja alguém que reconhece que Jesus é a
promessa de Deus, que reconhece o Jesus histórico, mas não
consegue ver o Jesus Salvador e Senhor. Somente quando se
aceita a obra de Cristo pode-se realmente dizer que aceitou a
Jesus.
A obra de Cristo é muito mais do que milagres nesta vida. É
mais do que revelações sobrenaturais como no caso desta
conversa que analisamos. Aceitar obra de Cristo é o
entendimento pleno de que Ele fez tudo que tinha que ser feito.
Que Ele é a promessa de Deus para dar a vida eterna aos
homens.
Quando Jesus se revela àquela mulher é exatamente isto que
tentava dizer para ela. Hoje Jesus também quer nos falar. Hoje o
Messias prometido também quer nos mostrar o que realmente
ele fez por todos aqueles que aceitam a sua obra.
262
Os discípulos de Jesus chegam neste momento. Eles ficam
encantados ao ver o Mestre quebrando tantas barreiras e
conversando com aquela mulher. A esta altura aquela mulher
estava maravilhada e rendida aos pés de Jesus. Ela então deixa o
seu cântaro e vai falar para todos na cidade.
Meu amado esta mulher nos dá uma lição que Jesus vai nos
ensinar em muitos momentos dos evangelhos. Aquela mulher
renunciou aquilo que naquele momento era a coisa mais
importante de sua vida, o cântaro.
Era meio dia quando esta mulher fora buscar água. Era o
suprimento para passar o dia e fazer seus afazeres de rotina do
lar. Mas aquela mulher ao se exposta à verdade celestial abre
mão de tudo para poder seguir Jesus.
Jesus hoje tem chamado você e eu para o seguirmos abrindo
mão daquilo que mais nos importa na vida. Muitos afirmam que
são cristãos mais não conseguem abrir mão de seu lazer, de sua
cultura ao corpo, de sua diversão pessoal. Quantos escolhem o
domingo para se divertir, para brincar, quando deveriam estar
adorando ao Pai junto com outros irmãos. São muitos cântaros
que nos prendem a nesta vida. Talvez seja o cântaro do trabalho
ocupando o lugar que deveria ser de Deus. Talvez seja o cântaro
do esporte e do lazer que se julga necessário e não se abre
espaço para Deus. Talvez seja o cântaro dos estudos, onde por
falta de aprender a remir o tempo, não se coloca um espaço para
Deus na vida. Está na hora de largar o cântaro. Está na hora de
compartilhar a salvação.
264
A RELEVANTE IMPORTÂNCIA DA PREGAÇÃO
Jo 4:31-38
Falemos da bondade
Do grande Salvador,
De sua excelsa graça,
De seu imenso amor!
271
UMA FÉ SALVADORA
Jo 4:39-42
273
3. A fé salvadora é individual (v. 41a)
“Já não é pelo que disseste que nós cremos, porque nós
mesmos o temos ouvido...”
274
4. A fé salvadora reconhece a obra de Cristo (v. 41b).
“...sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o
Salvador do mundo.”
275
APRENDENDO SOBRE AFLIÇÕES
Jo 4:43-54
43
E, dois dias depois, partiu dali e foi para a Galiléia.
44
Porque Jesus mesmo testificou que um profeta não tem
honra na sua própria pátria.
45
Chegando, pois, à Galiléia, os galileus o receberam, porque
viram todas as coisas que fizera em Jerusalém no dia da festa;
porque também eles tinham ido à festa.
46
Segunda vez foi Jesus a Caná da Galiléia, onde da água
fizera vinho. E havia ali um oficial do rei, cujo filho estava
enfermo em Cafarnaum.
47
Ouvindo este que Jesus vinha da Judéia para a Galiléia, foi
ter com ele e rogou-lhe que descesse e curasse o seu filho,
porque já estava à morte.
48
Então, Jesus lhe disse: Se não virdes sinais e milagres, não
crereis.
49
Disse-lhe o oficial: Senhor, desce, antes que meu filho
morra.
50
Disse-lhe Jesus: Vai, o teu filho vive. E o homem creu na
palavra que Jesus lhe disse e foi-se.
51
E, descendo ele logo, saíram-lhe ao encontro os seus servos
e lhe anunciaram, dizendo: O teu filho vive.
52
Perguntou-lhes, pois, a que hora se achara melhor; e
disseram-lhe: Ontem, às sete horas, a febre o deixou.
53
Entendeu, pois, o pai que era aquela hora a mesma em que
Jesus lhe disse: O teu filho vive; e creu ele, e toda a sua casa.
54
Jesus fez este segundo milagre quando ia da Judéia para a
Galiléia.
Jesus foi bem recebido em Samaria. Agora ele volta para sua
terra, apesar de saber que não era bem vindo ali (Mt 13:57; Mc
6:4; Lc 4:24).
276
Chegando em Caná, onde fizera o primeiro milagre, é bem
recebido exatamente por causa disso (v. 45). Era a segunda vez
que Jesus ia a Caná da Galileia. Um oficial do rei estava com um
filho doente e ouviu dizer sobre a chegada de Jesus.
Imediatamente o procurou. Cafarnaum, onde morava o oficial,
distava cerca de 30Km de onde estava Jesus.
Jesus, apesar de sempre pronto a atender não deixou de dar
uma lição que serve para nós hoje: “Se não tiverdes sinais e
milagres, não crereis” (v. 48). J. C. Ryle escreveu uma
devocional que serve de inspiração para o que vamos descrever
a partir de agora. Com algumas adaptações, é ela que passamos
a expor. Vamos aprender o que as aflições nos ensinam dentro
da ótica que a Palavra de Deus, e em especial, Jesus no texto em
questão nos ensinam.
277
Isto tudo significa que nada que nos aconteça deve ser motivo
para nos afastarmos de Deus. Aqueles homens cercavam Jesus
porque Ele fazia sinais. Logo, se não tivesse sinais eles não o
seguiriam. Isso fica claro mais adiante quando Jesus endurece o
discurso e apenas os 12 discípulos ficam para ouvi-lo.
Hoje as igrejas que enchem são aquelas que prometem curas,
sinais, milagres, mesmo que não preguem a verdadeira Palavra
de Deus, mesmo que o evangelho pregado seja outro. Mesmo
que fique claro que seus líderes estejam apenas se aproveitando
da situação para enriquecerem ou terem status.
Talvez você busque a igreja apenas como meio de curar suas
dores, suas aflições, suas doenças ou crises. Jesus realmente
pode fazer, mas não quer dizer que vai fazer. Além disso a maior
cura que Jesus pode nos oferecer é a do pecado que nos leva
para o inferno distante de Deus.
281
PROFETIZANDO O QUE DEUS QUER
Lc 4:14-30
14
Então, pela virtude do Espírito, voltou Jesus para a Galiléia,
e a sua fama correu por todas as terras em derredor.
15
E ensinava nas suas sinagogas e por todos era louvado.
16
E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de
sábado, segundo o seu costume, na sinagoga e levantou-se para
ler.
17
E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o
livro, achou o lugar em que estava escrito:
18
O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para
evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do
coração,
19
a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a
pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do
Senhor.
20
E, cerrando o livro e tornando a dá-lo ao ministro, assentou-
se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.
21
Então, começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura
em vossos ouvidos.
22
E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das
palavras de graça que saíam da sua boca, e diziam: Não é este
o filho de José?
23
E ele lhes disse: Sem dúvida, me direis este provérbio:
Médico, cura-te a ti mesmo; faze também aqui na tua pátria
tudo o que ouvimos ter sido feito em Cafarnaum.
24
E disse: Em verdade vos digo que nenhum profeta é bem
recebido na sua pátria.
25
Em verdade vos digo que muitas viúvas existiam em Israel
nos dias de Elias, quando o céu se cerrou por três anos e seis
meses, de sorte que em toda a terra houve grande fome;
282
26
e a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de
Sidom, a uma mulher viúva.
27
E muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta
Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o siro.
28
E todos, na sinagoga, ouvindo essas coisas, se encheram de
ira.
29
E, levantando-se, o expulsaram da cidade e o levaram até ao
cume do monte em que a cidade deles estava edificada, para
dali o precipitarem.
30
Ele, porém, passando pelo meio deles, retirou-se.
Segundo Mateus, Jesus volta para Galileia por saber que João
estava preso (Mt 4:12-17). Isto parece ser confirmado por
Marcos (Mc 1:14-15).
Por duas vezes Jesus volta à sua terra, esta é a primeira.
Somente Lucas narra esta passagem.
Não são tradições de igreja que devem reger a mensagem do
pregador. Dois problemas são levantados por Cristo: a
soberania de Deus e o valor da mensagem sobre os milagres.
Eles ficaram nervosos com Jesus porque Ele tocou na
soberana vontade de Deus. Eles queriam milagres, mas Jesus
mostra que não precisavam pois o mais importante é a profecia,
ou seja, a pregação. Ele explica que Deus cura quem quer e
salva quem quer. Havia muitas viúvas em Israel, mas aprouve a
Deus salvar e ajudar apenas a de Sarepta. Havia muitos leprosos,
mas Deus salvou apenas a Naamã, que nem sequer era judeu. A
soberania de Deus não pode ser discutida. Devemos apenas
descansar que Ele quer sempre o melhor para nós e para a sua
Glória
Outro problema que Jesus mostra é quando a religiosidade se
torna apenas uma rotina em nossas vidas e nos acostumamos a
ela, mesmo quando esta é uma verdade. Jesus estava sempre no
283
meio deles. E, embora admirassem seu ensino, estavam
acostumados com Ele e o achavam apenas o carpinteiro, filho de
José e de Maria, irmão de Tiago, Simeão, Judas e José.
284
2. É necessário que haja ensino (v. 15)
Jesus ensinava de forma clara e objetiva acerca do reino de
Deus e do arrependimento necessário.
A pregação não pode ser apenas uma explicação baseada em
experiências pessoais do pregador ou de pessoas que o cercam.
A pregação precisa trazer ensino para a vida daqueles que estão
ouvindo.
Muitos querem ir à igreja apenas para serem abençoados, mas
o que devemos ter em mente que nosso encontro de adoração
deve ser acima de tudo para aprendermos mais de Deus, de sua
Palavra e principalmente da pessoa e obra de Jesus Cristo.
Jesus ensinava onde quer que passava. A expressão usada
implica que havia doutrina na pregação de Jesus. Não era algo
apenas para fazer mover o sentimento das pessoas, mas era algo
para fazê-las pensar.
285
Mas este ensino deve nos alertar acerca daqueles que hoje
dizem que não há necessidade de frequentar igreja. Que não há
mais necessidade de se reunir. Jesus está mostrando com o
exemplo, exatamente o contrário. Mesmo sabendo que a religião
de sua época era falida.
286
A REALIDADE DO REINO DOS CÉUS
Mt 4:12-17
289
Quando Jesus passa a habitar no coração entramos em nova
realidade de vida.
291
4. É uma realidade baseada no senhorio (v. 17)
“Desde então, começou Jesus a pregar e a dizer:
Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus.”
292
OUVINDO O CHAMADO DE DEUS
Lc 5:1-11
293
São três textos paralelos (Lc 5:1-11; Mt 4:18-22; Mc 1:16-
20). Não podemos considerar Jo 1:35-42. No texto joanino
vemos o primeiro encontro de Pedro, Tiago e João com Jesus.
Eles se tornam discípulos de Cristo como muitos outros se
tornariam ao longo dos três anos de ministério de Cristo. O texto
que agora analisamos, juntamente com seus paralelos, é a
chamada de Cristo para o apostolado. Embora já tivesse
profetizado que Pedro seria uma das colunas (Jo 1:42), agora
começa a reunião daqueles que mais tarde seriam conhecidos
como os 12 apóstolos.
Somente em Mateus 10:1-4, Marcos 3:13-19 e Lucas 6:12-16
é que Jesus vai consolidar este corpo apostólico, mas agora ele
está iniciando, chamando e formando. Nos textos mais adiante
falaremos sobre este chamado maravilhoso de Jesus.
É interessante notar que somente Lucas narra a pesca
maravilhosa. Apesar de ser o mais intelectual de todos os
escritores dos evangelhos, ele tem a preocupação de narrar o
lado sobrenatural deste chamado de Cristo.
Alguns se apegam às narrativas de ângulos diferentes para
dizerem que há contradições na Bíblia. Mas na realidade apenas
o que ocorre que um foi mais detalhista do que o outro. Um se
apegou a um detalhe, outro a outro, mas não há contradições nos
textos em questão. Mateus e Marcos, por exemplo, narram
momentos antes do sermão. Eles não entram no mérito do
milagre, nem na volta ao mar. Jesus convida já Simão, André,
Tiago e João. Eles correspondem ao chamado. Estavam
consertando suas redes. Lucas narra que eles tinham trabalhado
a noite toda, logo, precisavam consertar aquilo que se estragara.
O convite de Lucas então é uma ratificação daquilo que fora
feito antes. Mateus e Marcos então resumem o fato, enquanto
que Lucas é mais detalhista. Não há contradição, mas
complementação.
294
Podemos aprender muitas lições neste texto, mas quero me
prender ao foco do chamado dos primeiros apóstolos.
295
2. O chamado de Deus envolve disposição de obedecer (v. 4-
7)
296
3. O chamado de Deus nos faz reconhecer nossa situação
diante dEle (v. 8)
“E, vendo isso Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus,
dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, por que sou um
homem pecador.”
297
tornar um verdadeiro cristão. Mas ainda há algo que você
precisa compreender...
298
paixões. É isto que significa ser alcançado pela graça de acordo
com Paulo (Tt 2:11,12).
299
O PODEROSO ENSINO DE CRISTO
Mc 1:21-39
300
35 E, levantando-se de manhã muito cedo, estando ainda
escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava.
36 E seguiram-no Simão e os que com ele estavam.
37 E, achando-o, lhe disseram: Todos te buscam.
38 E ele lhes disse: Vamos às aldeias vizinhas, para que eu
ali também pregue, porque para isso vim.
39 E pregava nas sinagogas deles, por toda a Galileia, e
expulsava os demônios.
301
Jesus sempre procurava as sinagogas. Ele tinha uma
preocupação de levar a mensagem para o maior número de
pessoas possível.
A Bíblia enfatiza muito a ideia da comunhão e da reunião dos
santos. Mesmo o povo de Israel no passado tinha seus momentos
de reuniões. A construção do templo, idealizada por Davi e
concretizada por Salomão compreende a aprovação de Deus
para que o povo se reunisse regularmente.
Jesus estava regularmente reunido para ensinar, nós devemos
estar regularmente nos reunindo para ensinar e aprender. O
mestre nos deixa um exemplo a ser seguido. A igreja primitiva
se reunia regularmente no templo e nas casas. Desta forma ela
conseguia perseverar a cada dia.
Hoje há grupos que afirmam que não há necessidade de se
reunir. Inventam toda desculpa possível para justificar. Em
diversos momentos o texto bíblico nos mostra que Jesus tinha o
costume de se reunir.
Há algum tempo preguei um sermão onde afirmei: “Não
existe cristianismo sem igreja”, tal afirmação é endossada pela
própria Bíblia. Jesus afirma que estará presente onde houver
dois ou mais reunidos em seu nome. Logo, aprendemos duas
coisas. A primeira é que não é correta a ideia de que igreja é o
templo ou santuário. Quando se fala “Vou à igreja”, é uma
incongruência teológica. A igreja não é um local, mas é a
reunião das pessoas. Logo, o correto é dizer “vou me reunir com
a igreja”.
A segunda coisa que aprendemos que eu sozinho não sou
igreja. Muitos gostam de justificar sua ausência em reuniões
dizendo isso. Mas o que Jesus deixa claro, e mostra com seu
exemplo, que igreja são as pessoas reunidas, não alguém só.
A Igreja existe para que possamos ter comunhão uns com os
outros e para que possamos exercitar os dons e o fruto do
Espírito. Além de nos ajudar contra outro problema...
302
2. Não devemos dar espaço para o Diabo (v. 25, 34, 39)
303
3. Nosso conhecimento deve ir além do intelectual (v. 24,
34)
24 Ah! Que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-
nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus.
34 E curou muitos que se achavam enfermos de diversas
enfermidades e expulsou muitos demônios, porém não deixava
falar os demônios, porque o conheciam.
304
O texto diz que Ele curou muitos, mas não curou todos.
Muitos afirmam que os milagres de Deus não ocorrem na vida
de todas as pessoas porque falta fé. De fato a fé é um elemento
fundamental para que Deus possa agir, mas há muitos outros
casos que não ocorre porque não está dentro da vontade de
Deus.
Quando Jesus foi expulso a primeira vez de Nazaré ele estava
mostrando algumas coisas interessante. Uma delas foi a gota
d’água para a ira das pessoas. Jesus mostrou que Deus é
soberano para curar e salvar quem ele quisesse. Senão vejamos:
“Em verdade vos digo que muitas viúvas existiam em
Israel nos dias de Elias, quando o céu se cerrou por três
anos e seis meses, de sorte que em toda a terra houve
grande fome; e a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a
Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva. E muitos leprosos
havia em Israel no tempo do profeta Eliseu, e nenhum
deles foi purificado, senão Naamã, o siro.” (Lc 4:25-27)
Repare no texto que Jesus fala que haviam muitas viúvas, mas
foi da vontade de Deus operar o milagre em uma, e que nem
judia era. Assim como haviam muitos leprosos, mas Deus curou
um rei gentio.
Se tem uma coisa que é misteriosa para nós é o processo final
da salvação. Nós podemos até falar e expor, mas é Deus quem
transforma nosso coração e nos dá uma nova vida.
305
Se tem uma coisa que fica clara na vida de Cristo é a sua
comunhão com Deus. Ele mantinha constante oração e fervor na
presença de Deus. Por isso tinha tanta autoridade diante do mal.
Hoje muitas pessoas não conseguem vencer suas crises
porque não têm comunhão constante com Deus. Suas vidas
devocionais são um fiasco diante do altíssimo.
Logo após a manifestação da transfiguração de Jesus ele
desceu do monte com Pedro, João e Tiago e se deparou com
uma cena. Havia um tumulto porque um pai trouxera seu filho
que vivia há algum tempo possuído por um demônio. Após
expulsar o demônio o Mestre é interrogado pelos discípulos para
saber por que eles não tinham conseguido. Jesus então afirma:
“esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e
pelo jejum”. O que Jesus está mostrando não tem nada de
místico como alguns pensam. Ele está nos mostrando que
devemos ter uma vida na presença de Deus constantemente.
Devemos sempre estar preparados para enfrentar situações
como essas que Jesus acabara de passar.
307
CAMINHO PARA O VERDADEIRO TESTEMUNHO
Mc 1:40-45
314
A AÇÃO DO VERBO DE DEUS
Jo 1:1-5
1. Compreender que ele é eterno (v. 1, 2)
2. Compreender que ele é Senhor de todas as coisas (v. 3)
3. Compreender que ele é a vida (v. 4)
4. Compreender que só ele pode nos tirar das trevas (v. 4, 5)
A EXCELÊNCIA SUPREMA DO EVANGELHO
Lc 1:1-4
1. O evangelho é o cumprimento da Palavra de Deus (v. 1)
2. O evangelho foi anunciado por homens como nós (v. 2)
3. O evangelho deve ser expresso com minúcias (v. 3)
4. O evangelho deve produzir certeza em nosso coração (v. 4)
UMA FAMÍLIA AOS PÉS DO SENHOR
Lc 1:5-12
1. Vive de forma irrepreensível (v. 6)
2. Não se abate com as dificuldades da vida (v. 7)
3. Leva uma vida piedosa diante de Deus (v. 8, 9)
4. Reconhece sua situação diante de Deus (v. 12)
RESPOSTAS PARA UMA ORAÇÃO
Lc 1:13-25
Quando uma oração é respondida?
1. A oração é respondida no tempo de Deus (v. 13)
2. A oração é respondida quando está dentro da vontade de Deus (v. 14, 15)
Quais os resultados de uma oração respondida?
1. A oração respondida traz alegria real (v. 14)
2. A oração respondida opera para a glória de Deus (v. 15, 16)
3. A oração respondida fortalece a obra do Senhor (v. 17)
APRENDENDO COM UM DEUS MAJESTOSO
Lc 1:26-38
1. Deus nos ensina humildade (v. 26)
2. A graça é distribuída de acordo com a vontade de Deus (v. 28)
3. A grandeza não está nas concepções humanas (v. 32, 33)
4. O poder de Deus é sem limites (v. 37)
O VALOR DA COMUNHÃO
Lc 1:39-56
1. Desejo em compartilhar a graça de Deus (v. 39, 40)
2. Manifesta a presença do Espírito Santo (v. 41)
3. Pulsa um espírito humildade nos corações (v. 42, 43)
4. Reconhece o valor da obra de Cristo (v. 43)
5. Louvor e adoração sinceros e espontâneos (v. 46-55)
UM LOUVOR PELA GRAÇA – PARTE 1
A humildade de Maria
Lc 1:46-55
1. Nosso louvor deve ser para engrandecimento de Deus (v. 46, 47)
2. Nosso louvor deve expressar a alegria pela nossa salvação (v. 47)
3. Nosso louvor deve mostrar nossa situação diante de Deus (v. 48 )
UM LOUVOR PELA GRAÇA – PARTE 2
O reconhecimento da majestade de Deus
Lc 1:46-55
1. Mostrar a obra de Deus em nossa vida (v. 49)
2. Exaltar a obra salvadora de Deus (v. 50)
3. Lembrar da justiça de Deus (v. 51-54)
315
4. Exaltar a eternidade que nos é dada (v. 55)
ALCANÇADOS PELA MISERICÓRDIA DE DEUS
Lc 1:57-66
1. Somos alcançados pela alegria (v. 58)
2. Somos levados à obediência (v. 59, 60)
3. Somos tomados pelo temor a Deus (v. 65)
4. Somos guardados pela mão do Senhor (v. 66)
UMA PODEROSA SALVAÇÃO
Lc 1:67-75
1. Reconhecimento que a iniciativa é de Deus (v. 68)
2. Saber que a salvação é suficiente (v. 69)
3. Confiança nas promessas de Deus (v. 70ss)
PREPARANDO O CAMINHO PARA A SALVAÇÃO
Lc 1:76-80
1. É necessário conhecer a salvação (v. 77)
2. A salvação é obra da misericórdia de Deus (v. 78)
3. A salvação ilumina e dá vida (v. 79a)
4. A salvação nos dirige para um caminho de Paz (v. 79b)
DOIS NOMES, UMA SÓ SALVAÇÃO
Mt 1:18-25
1. A obra de salvação é sobrenatural (v. 18)
2. O agente da salvação é o Espírito Santo (v. 20)
3. A salvação é a obra específica de Cristo (v. 21)
4. A salvação foi prometida (v. 22, 23)
A SOBERANIA DE DEUS NO NASCIMENTO DE JESUS
Lc 2:1-7
1. Deus tem o controle de tudo (v. 1)
2. As Escrituras sempre se cumprem (v. 4)
3. Os caminhos de Deus não são nossos caminhos (v. 7)
ANUNCIANDO AS BOAS NOVAS
Lc 2:8-14
1. O anúncio do evangelho deve ser para a alegria (v. 10)
2. O evangelho deve alcançar a todos (v. 10)
3. O evangelho deve apresentar Jesus como Salvador e Senhor (v. 11)
4. O evangelho deve ser em louvor e para glória de Deus (v. 13, 14)
GLORIFICANDO A DEUS EM NOSSAS VIDAS
Lc 2:8-20
1. É necessário que haja temor diante de Deus (v. 9)
2. É necessário dar ouvidos à Palavra de Deus (v. 15)
3. É necessário repassar a mensagem (v. 17)
A MISSÃO DO FILHO DE DEUS
Lc 2:21-35
1. Jesus veio para cumprir a lei em todos os sentidos (v. 21-23)
2. Jesus veio para se tornar o Salvador do homem (v. 21, 30)
3. Jesus veio para cumprir as promessas de Deus (v. 25-27)
4. Jesus veio para trazer juízo sobre o pecado (v. 34,35)
MARCAS DO REMANESCENTE
Lc 2:25-38
1. Espera a consolação final (v. 25, 38)
2. É movido pelo Espírito Santo (v. 26, 27)
3. Confia na Palavra de Salvação (v. 29,30)
4. Entende o verdadeiro evangelho (v. 34, 35)
316
O CAMINHO PARA A ADORAÇÃO
Mt 2:1-12
1. Renúncia (v. 1)
2. Obediência à Palavra (v. 3-7)
3. Alegria (v. 10)
4. Entrega (v. 11)
UMA SOBERANA PROTEÇÃO
Mt 2:13-23
1. Obediência à sua Palavra (v. 13, 14)
2. Os planos do homem não afetam os desígnios do Senhor (v. 16)
3. Proteção eterna não tira nossas dores temporais (v. 16-18)
UMA FAMÍLIA COMPROMETIDA COM O SENHOR
Lc 2:39-52
1. Uma família com uma vida piedosa (v. 39)
2. Uma família com compromisso com a obra (v. 41)
3. Um exemplo de filho (v. 46, 51)
A CHEGADA DO REINO DOS CÉUS
Mc 1:1-8 (Ref.: Mt 3:1-12; Lc 3.1-18)
1. O primeiro passo para o reino é o arrependimento (Mt 3:1; Mc 1:4; Lc 3:3)
2. O arrependimento deve ser seguido da confissão (Mt 3:6; Mc 1:5)
3. O arrependimento e a confissão não podem ser falsos (v. Lc 3:7)
4. O arrependimento e a confissão devem nos levar a resultados práticos (Lc 3:8)
5. O arrependimento e a confissão devem ser seguidos da fé em Cristo (Mc 1:7,8)
OS FRUTOS DO ARREPENDIMENTO
Lc 3:8-17
1. Os frutos do arrependimento não devem ser baseados na religiosidade (v. 8)
2. Os frutos do arrependimento se mostram na mutualidade (v. 11)
3. Os frutos do arrependimento se mostram no respeito e na honestidade (v. 14)
4. Os frutos do arrependimento se mostram quando se sabe quem é Jesus (v. 15-17)
UM ENVIADO DE DEUS
Jo 1:6-8
1. Um enviado de Deus está pronto para testemunho (v. 7)
2. Um enviado de Deus se esforça para testificar a luz (v. 7)
3. Um enviado de Deus aponta para a fé verdadeira (v. 7)
4. Um enviado de Deus sabe que a luz que deve brilhar é a de Cristo (v. 8)
CRISTO, LUZ PARA OS HOMENS
Jo 1:6-14
1. Jesus veio para brilhar sobre todo mundo (v. 9)
2. Jesus não é aceito pela maioria (v. 10 e 11)
3. Jesus veio para gerar filhos para Deus (v. 12, 13)
4. Jesus veio para fazer brilhar a glória de Deus (v. 14)
RECEBENDO A PLENITUDE DE CRISTO
Jo 1:15-18
1. Reconhecer sua primazia (v. 15)
2. Aceitar a obra de sua graça (v. 16)
3. Desfrutar da perfeição de sua obra (v. 17)
4. Crer que somente Ele representa a Deus (v. 18)
A POSTURA DE UM SERVO DE DEUS
Jo 1:19-28
1. Não aceita a glória para si (v. 20-23)
2. Aponta para Aquele que merece a glória (v. 23,27)
3. Cumpre o chamado de Deus (v. 25,26)
317
4. Reconhece a sua situação diante de Cristo (v. 27)
O CORDEIRO DE DEUS
Jo 1:29-34
1. ...tirar o pecado (v. 29)
2. ...manifestar a obra dos céus (v. 32)
3. ...batizar com o Espírito Santo (v. 33)
O BATISMO DE JESUS
Mt 3:13-17 (Mc 1.9-11; Lc 3.21,22)
1. O batismo nos lembra que somos pecadores (v. 14)
2. O batismo nos lembra a justiça de Deus (v. 15)
3. O batismo nos lembra que o Espírito Santo habita nos que creem (v. 16)
4. O batismo nos lembra que a obra de Deus é completa em Cristo (v. 17)
A REALIDADE DA TENTAÇÃO
Mt 4:1-11 (Lc 4:1-13; Mc 1:12, 13)
1. Ocorre mesmo quando em comunhão com Deus (Lc 4:1)
2. É permitida por Deus e operado pelo Diabo (v. 1)
3. Aproveita-se de nossas fraquezas (v. 2)
4. Vem com ofertas sedutoras (v. 6, 8,9)
A VITÓRIA SOBRE A TENTAÇÃO
Lc 4:1-13 (Mt 4:1-11; Mc 1:12,13)
1. Manter-se cheios do Espírito (v. 1)
2. Alimentar-se de toda Palavra de Deus (v. 4)
3. Uma atitude de adoração e serviço (v. 8)
4. Quando perseveramos em submissão ao Senhor (v. 12)
TESTEMUNHANDO DE JESUS
Jo 1:35-51
1. Jesus deve ser apresentado pelo seu sacrifício (v. 36)
2. Jesus deve ser apresentado pelos seus ensinos (v. 38)
3. Jesus deve ser apresentado pela sua retidão (v. 47)
4. Jesus deve ser apresentado pela sua divindade (v. 48)
5. Jesus deve ser apresentado pelo que realmente oferece (v. 51)
EFEITOS DA PRESENÇA DE JESUS
Jo 2:1-12
1. A presença de Jesus não impede que surjam os problemas (v. 3,4)
2. Jesus opera dentro de sua vontade e não da nossa (v. 4)
3. Jesus opera do jeito que lhe apraz (v. 7,8)
4. Jesus muda a situação (v. 9)
PURIFICANDO A ADORAÇÃO
Jo 2:13-22
1. A adoração não pode ser movida por interesses humanos (v. 14-16)
2. A adoração deve fugir de ritos vazios (v. 14-16)
3. A adoração não pode ser baseada em aparências (v. 14-16)
4. A adoração não se prende apenas a sinais (v. 18)
5. A adoração deve apontar a cruz e o seu resultado (v. 19-21).
UMA FÉ FALSIFICADA
Jo 2:18-25
1. Uma fé falsa se baseia na lógica humana (v. 18, 23)
2. Uma fé falsa se baseia no exterior (v. 23)
3. Uma fé falsa não vê aquilo que realmente é importante para Deus (v. 21, 22)
4. Uma fé falsa limita o conhecimento sobre Deus (v. 24, 25)
A ENTRADA NO REINO DE DEUS
Jo 3:1-15
318
1. É preciso ser transformado (v. 3)
2. A transformação começa no arrependimento (v. 5)
3. O arrependimento ocorre junto com a ação do Espírito Santo (v. 5)
4. É preciso aceitar a obra redentora de Cristo (v. 14 ,15)
UM AMOR PARA A ETERNIDADE
Jo 3:16
1. O amor de Deus é abrangente
2. O amor de Deus é imensurável
3. O amor de Deus é expiatório
4. O amor de Deus é propiciatório
5. O amor de Deus é redentor
ENVIADO PARA A SALVAÇÃO
Jo 3:17-21
1. A salvação é um resultado da fé (v. 18)
2. A salvação é um resultado de amor (v. 19)
3. A salvação é um resultado de obediência (v. 20,21)
O PURO EVANGELHO
Jo 3:1-21
1. Demonstra a realidade do homem (v. 3, 5)
2. Expõe a oferta de Deus (v. 15, 16)
3. Explica o que tem que ser feito (v. 15, 16, 21)
4. Esclarece o que compreende esse crer (v. 21)
5. Mostra o resultado de tudo isso (16, 17)
CRISTO, O ALVO DO EVANGELHO
Jo 3:22-30
1. Devemos evitar contendas por coisas pequenas
2. Devemos ter em mente que Deus tem o controle de tudo (v. 27)
3. Nosso alvo deve ser a glória de Cristo (v. 30)
O EVANGELHO QUE VEIO DO CÉU
Jo 3:31-36
1. O evangelho que vem do céu mostra o senhorio de Cristo (v. 31)
2. O evangelho do céu não é aceito pela maioria (v. 32)
3. O evangelho do céu nos impulsiona a testemunhar o testemunho de Cristo (v. 33, 34)
4. O evangelho do céu tem seu auge no julgamento final (v. 36)
UM DIÁLOGO PARA A SALVAÇÃO
Jo 4:1-18 (A necessidade da salvação)
1. A salvação tem início no coração de Deus (v. 4-7)
2. A salvação é um convite a todos (v. 9)
3. A salvação é necessidade primária da alma (v. 14-17)
Jo 4:19-30 (Como ocorre a salvação)
1. A salvação ocorre pela fé (v. 19-22)
2. A salvação ocorre quando se aceita a obra de Cristo (v. 26)
3. A salvação exige renúncia (v. 28)
4. A salvação precisa ser compartilhada (v. 29,30)
A RELEVANTE IMPORTÂNCIA DA PREGAÇÃO
Jo 4:31-38
1. Deve ocupar um lugar especial em nossa vida (v. 31-33)
2. Baseia-se sempre na vontade de Deus (v. 34)
3. Valoriza a obra da cruz (v. 36)
4. A pregação é uma obra contínua (v. 37, 38)
UMA FÉ SALVADORA
Jo 4:39-42
319
1. A fé salvadora dá ouvidos a Palavra de Deus (v. 39, 41)
2. A fé salvadora ocorre quando estamos dispostos a ficar próximos de Jesus (v. 40)
3. A fé salvadora é individual (v. 41a)
4. A fé salvadora reconhece a obra de Cristo (v. 41b).
APRENDENDO SOBRE AFLIÇÕES
Jo 4:43-54
1. As aflições não podem ser motivos para nos afastarmos de Deus (v. 48)
2. As aflições podem atingir qualquer pessoa
3. As aflições podem nos trazer benefícios
4. Jesus ameniza qualquer aflição pelo seu poder.
PROFETIZANDO O QUE DEUS QUER
Lc 4:14-30
1. É necessário que haja direção do Espírito (v. 14, 18)
2. É necessário que haja ensino (v. 15)
3. É necessário que haja compromisso (v. 16)
4. É necessário que haja exposição da Palavra (v. 17)
A REALIDADE DO REINO DOS CÉUS
Mt 4:12-17
1. É uma realidade de luz (v. 16)
2. É uma realidade de vida (v. 16)
3. É uma realidade com base no arrependimento (v. 17)
4. É uma realidade baseada no senhorio (v. 17)
OUVINDO O CHAMADO DE DEUS
Lc 5:1-11
1. O chamado de Deus começa com a exposição das escrituras (v. 1, 3)
2. O chamado de Deus envolve disposição de obedecer (v. 4-7)
3. O chamado de Deus nos faz reconhecer nossa situação diante dEle (v. 8)
4. Ouve-se o chamado de Deus quando há disposição de renunciar (v. 11)
O PODEROSO ENSINO DE CRISTO
Mc 1:21-39
1. Precisamos nos reunir para aprender (v. 21,39)
2. Não devemos dar espaço para o Diabo (v. 25, 34, 39)
3. Nosso conhecimento deve ir além do intelectual (v. 24, 34)
4. Nem todos serão alcançados (v. 34)
5. É um ensino que necessita de comunhão com Deus (v. 35)
6. É um ensino que precisa ser compartilhado (v. 38)
CAMINHO PARA O VERDADEIRO TESTEMUNHO
Mc 1:40-45
1. Começa quando nos aproximamos de Jesus (v. 40)
2. Envolve o desejo de sermos limpos (v. 40)
3. Compreende a soberania do Senhor (v. 40)
4. Aceita a correção e repreensão do Senhor (v. 43)
5. Passa pela obediência à Palavra (v. 44)
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