Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O brilho da
Justiça divina
2021 – Antonio Carlos Gonçalves Affonso
1
Sociedade Bíblica do Brasil. (1999). Bíblia de Estudo Almeida Revista e
Atualizada (Mq). Sociedade Bíblica do Brasil.
2
Lopes, H. D. (2009). Miqueias: A Justiça e a Misericórdia de Deus (1a
edição, p. 14). São Paulo: Hagnos.
I - A Declaração do juízo (1-3)
Nesta primeira parte Miqueias levanta a sua voz para as
duas capitais de Israel e Judá, Samaria e Jerusalém,
respectivamente.
No capítulo 2 o profeta se concentra nos problemas
sociais e nos falsos profetas que parecem alimentar ainda
mais estes problemas. Era profetas comprados pela
corrupção social que havia nas duas capitais.
No final do capítulo 2 há um parentético para lembrar
do remanescente do Senhor e do Messias que o ajuntaria.
No capítulo 3 o juízo se encerra contra os líderes
religiosos. Mais uma vez os profetas são lembrados, pois
profetizam aquilo que agrada aos líderes.
DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÕES
1
Phillips, R. D. (2017). Estudos Bíblicos Expositivos em Jonas e Miqueias. (M. Hediger, Trad.) (1a
edição, p. 166). São Paulo: Editora Cultura Cristã.
Adulão, caverna onde Davi se escondera e iniciara sua
ascensão até o trono.
DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÕES
Diante de tudo que o profeta expõe, aprendemos
algumas coisas importantes:
INTRODUÇÃO
No primeiro capítulo o profeta mostra a queda de Judá e
Samaria diante do próprio Deus. Há claramente uma
amostra de que o homem primeiramente pecava contra
Deus.
No segundo capítulo pode se ver claramente o pecado
dos poderosos contra os mais humildes, ou seja, do homem
para com o homem.
Para se proteger das invasões Assírias, Ezequias passa a
cobrar pesados impostos que serviam para manter o estado
e para pagar impostos ao povo invasor.
Isso gerou uma crise muito grande. Com isso os grandes
começaram a tentar aumentar seu patrimônio para poderem
se garantir diante da crise. Era uma iniquidade planejada,
estudada. Eles sabiam que os pequenos seriam os primeiros
a serem afetados, assim emprestavam com juros
exorbitantes e pediam as propriedades como garantia, assim
enganavam e ficavam mais ricos. Ou ainda, compravam as
propriedades dos pobres com valores muito abaixo do
mercado para se aproveitarem da situação.
Além disso, as expressões “à luz da alva o praticam,
porque está no poder da sua mão!” aponta para a compra
de juízes. A corte judaica sempre se reunia ao amanhecer.
Ela estava na mão de poderosos.
É muito importante frisar que não há pecado em se
tornar rico honestamente. De gerar empregos e renda para a
comunidade através da prosperidade material conseguida de
forma lícita. O problema está na cobiça.
Deus deixa claro que quando lançar os castigos, todos
sofrerão consequências.
DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÕES
DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÕES
INTRODUÇÃO
O capítulo 2 mostra o profeta acusando Israel de cobiça,
opressão e corrupção. Além disso os homens são acusados
de tratar de forma violenta suas mulheres e seus filhos (v.
8,9).
Os malfeitores tentam de todas as maneiras calarem os
profetas verdadeiros de Deus (v. 6-7) se deleitando com os
falsos profetas (v. 11).
Deus alerta contra a ganância material que é o motivo
de toda corrupção.
Nos versos que lemos vemos Deus falando de sua obra
salvadora e do pastoreio espiritual e eterno do Messias
prometido.
A expressão “restante” aponta para o remanescente de
Deus. Aquele que não se curva ante as tentações e que não
se deixam vencer pelo secularismo. Em sua forma original
a expressão aponta para aqueles que sobreviveram a uma
catástrofe. No caso do povo de Deus, a grande catástrofe é a
traição à fé (apostasia) ou ao adultério espiritual (idolatria).
Ele será restaurado do seu pecado. Assim, diante deste
pequeno trecho, aprendemos que:
DESENVOLVIMENTO
APLICAÇÕES
I - Nosso grande sentimento diante de Deus é
gratidão
iii) Devemos ser gratos por Cristo que nos salva e nos
garante eternamente.
Se tem uma coisa que precisamos entender que Cristo
nos garante desde já a nossa salvação. Se por acaso
fôssemos salvos pela nossa santificação, a salvação deixaria
de ser pela graça.
II - Nosso grande sentimento diante dos
homens é a comunhão
O desejo de buscar comunhão com os santos é uma das
provas que fazemos parte do remanescente.
Sabemos que há muitas interpretações teológicas. Mas
não podemos negligenciar que a obra transformadora de
Cristo nos faz fazer parte do corpo de Cristo, da noiva do
Senhor. A noiva do Senhor ou seu corpo é a igreja.
Quando somos transformados somos levamos a querer
estar junto ao corpo de Cristo. Fazendo parte do corpo. Se
isso não está acontecendo, tem algo errado com a nossa
transformação.
INTRODUÇÃO
Os primeiros dois capítulos fecham a primeira seção.
Miqueias andou quase nu, produzindo sons estranhos. Era a
forma de mostrar o lamento pelo julgamento vindouro do
Senhor.
Há um movimento notório na primeira seção de juízo e
graça. Este movimento se repetirá nos capítulos 3 a 5. Mas
agora há uma inversão. Na primeira seção ele falou mais de
juízo do que de graça. Agora ele vai falar mais da graça do
que do juízo.
Ele começa falando para os líderes do povo. Não
somente os reis e sacerdotes, mas também os juízes, a quem
cabia administrar a justiça (2 Cr 19:4-7 - cf. Lv 19:15; Dt
1:16; 16:18–20).1
O capítulo 3 é todo voltado para apontar os pecados dos
líderes. Pode ser dividido em três partes: i) O problema da
liderança política/judiciária; ii) O problema dos falsos
profetas; iii) As consequências da impiedade da liderança.
No sermão atual veremos a primeira parte.
O PROBLEMA DA LIDERANÇA
POLÍTICO/JUDICIÁRIA
O profeta está olhando para os líderes do povo que
deveriam julgar com retidão, mas infelizmente não o
faziam. A justiça é uma das bases da Lei Mosaica (Dt
10:17-182; 32:43). A questão é que era exatamente isso que
os líderes não estavam fazendo, a saber: justiça.
Miqueias utiliza figuras fortes de canibalismo para falar
do que os líderes estavam fazendo. A ideia era como se os
líderes estivessem comendo carne externa da pele (a
epiderme) arrancando com tanta força que ao terminar a
mordida, os ossos ficariam expostos. Isso sendo feito com a
vítima vida. Como lobos atacando suas presas. Os pedaços
arrancados seriam colocados em panelas para serem
cozidos.
A maldade era tamanha, que Deus abandonaria esses
líderes e não mais os ouviria, mesmo arrependidos (v. 4).
1
Sociedade Bíblica do Brasil, Bíblia de Estudo Almeida Revista e Atualizada, (Sociedade Bíblica do
Brasil, 1999).
2
Pois o SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande,
poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas; que faz justiça ao
órfão e à viúva e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e veste.
3
Ele é a Rocha cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos juízo são; Deus é a verdade, e
não há nele injustiça; justo e reto é.
Claro que a ideia aqui é a necessidade de pagar pelos
pecados. Apenar confessar não seria suficiente.
APLICAÇÕES
1
Hernandes Dias Lopes, Miqueias: A Justiça e a Misericórdia de Deus,
Comentários Expositivos Hagnos, 1a edição., (São Paulo: Hagnos, 2009),
74.
No direito ou em qualquer outra ciência isso ocorre.
Basta ver o que vemos e lemos na pandemia. Políticos e
cientistas, muitas vezes interesseiros, usando a ciência para
justificar atos que a ciência não tem unanimidade. A
imprensa, infelizmente, está sendo mestre em abraçar
causas e defendê-las, sem se quer de fato ter uma
comprovação real. Ora, enquanto não se tem uma
comprovação real, tudo não passa de teoria, ainda que
tenhamos mais provas para uma do que para outra. Vale
lembrar mais uma vez a teoria Geocêntrica, que já falei em
outras oportunidades. Além de ser a teoria mais aceita, era
aquela aceita pela igreja, e isso já motivo para desmerecer
outras teorias. Além disso, toda matemática da época
parecia provar que o geocentrismo estava correto.
INTRODUÇÃO
Estamos vivendo um momento em que muitos estão se
tornando “profetas de Deus”. Há um sem-número de
pessoas dizendo pregar em nome de Deus.
Vimos que Miqueias ataca três áreas: i) O problema da
liderança política/judiciária; ii) O problema dos falsos
profetas; iii) As consequências da impiedade da liderança.
No sermão anterior vimos o problema da liderança
política/partidária. Vimos o quanto o profeta estava
indignado com a situação dos poderosos massacrando os
mais símplices. Ele comparou a ação dos líderes como de
lobos que devoravam suas presas vivas arrancando-lhe sua
carne de forma violenta e sanguinária.
No sermão atual veremos a segunda parte.
APLICAÇÕES
INTRODUÇÃO
No sermão anterior vimos como o profeta está
indignado com a pregação dos profetas falsos. Eles sempre
desejam pregar paz, mas é sempre uma paz voltada para os
interesses daqueles que os ouvem.
Eram profecias muito parecidas com os horóscopos de
nossos dias. Sempre fala o lado positivo da pessoa. Sempre
tem uma maneira de agradar.
No capítulo atual Miqueias está trabalhando três áreas:
i) O problema da liderança política/judiciária; ii) O
problema dos falsos profetas; iii) As consequências da
impiedade da liderança. Já vimos as duas primeiras, agora
iremos ver a última.
AS CONSEQUÊNCIAS DA IMPIEDADE DA
LIDERANÇA
APLICAÇÕES
INTRODUÇÃO
O profeta vai dar uma guinada em sua profecia. Nos
primeiros dois capítulos ele falou mais de condenação do
que salvação e esperança. Agora ele vai inverter. Nos
próximos dois capítulos ele irá falar mais de esperança do
que de castigo.
Nesta guinada ele passa a falar da esperança futura
apontando para “os últimos dias”.
Aqui é muito importante saber que as expressões
“naqueles dias” e “nos últimos”, quando se tratando de
questões escatológicas, de um modo geral são sinônimas.
O texto de Miqueias é praticamente uma réplica de
Isaias 2:1-4, porém mais ampliada. Alguns acreditam que
Isaías tenha tomado emprestado o texto de Miqueias.
Outros que foi o contrário, porém o profeta menor teria
acrescentado algo mais. E há ainda os que acreditam que
ambos tenham ouvido ou lido de uma mesma fonte e a
usaram. Creio que as duas últimas são as mais prováveis.
Escatologicamente há muitas ideias aqui. Alguns
acreditam na possibilidade do texto está se referindo ao
milênio descrito em Apocalipse 20. Outros há que creem
que já se refere à eternidade, numa descrição tipológica da
Jerusalém celestial. De fato creio que não dá para definir
com exatidão, e qualquer campo por onde se andar, será
pura especulação.
Todavia, apesar da dificuldade de se estabelecer onde e
quando, como com certeza saber que isso aponta para o
retorno definitivo de Cristo.
Particularmente creio que a ideia do milênio parece se
encaixar melhor. Pois ainda não será no julgamento, mas
tudo estaria ainda “nos últimos”.
DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÕES
A profecia inicia mostrando que o monte da Casa do
Senhor estará acima de todos os outros montes. Claramente
o profeta não está falando de questões de altitude ou
tamanho. Mas ele aponta para a superioridade da religião
verdadeira em contraste com as falsas religiões.
Richard D. Phillips nos lembra:
No mundo antigo, os templos eram
construídos nos cumes das montanhas ou
projetados para se parecerem com
montanhas. O templo era onde o céu se
encontrava com a terra. Os zigurates1
eram construídos como escadas para o
céu. O templo era onde um deus residia na
terra, e lá do alto da montanha o deus
reinava sobre a região. A ideia era:
quanto mais alta a montanha, maior o
deus. O templo de Israel se erguia sobre
um monte relativamente pequeno, a
apenas 800 metros acima do nível do mar,
mas Miqueias insiste que a história
demonstraria que o Deus de Israel era o
Deus grande e verdadeiro, exaltado acima
de todos os outros candidatos à deidade.
uma reorganização repentina e chocante
das realidades espirituais.2
1
Construção de caráter religioso, em formato de pirâmide achatada no cume, que combinava a
ideia de uma torre e de um templo. Construído pelos sumérios e adotado por babilônios e assírios.
2
Richard D. Phillips, Estudos Bíblicos Expositivos em Jonas e Miqueias, 1a edição., (São Paulo:
Editora Cultura Cristã, 2017), 242.
I - A superioridade da verdadeira religião
Hernandes Dias Lopes fala, citando diversos outros
autores, da elevação moral da igreja3. A expressão “nos
últimos dias” está apontando para toda era messiânica que
teve início na morte e ressurreição de Cristo, e só termina
do dia do julgamento. Desta forma estaríamos vivendo os
últimos dias.
Particularmente creio que isso é verdade, mas aí entra
uma questão tipológica interessante. Se as profecias da
restauração de Judá/Israel, apontam para a igreja, as
ameaças e castigos anteriormente descrito também
apontam. Deus está alertando seu povo de todos os tempos
para que fiquem firme e que ele não tolera o pecado.
Assim, a queda de Judá e de Israel apontam para o
problema da queda moral da igreja, que só se levantará após
um período de perseguição e dor, colocando-se acima de
todas as outras religiões.
i) Ilustração especial
Duas personagens da segunda guerra mundial nos
ensinam bem o que isso de fato significa. A primeira delas
foi o comandante japonês do ataque a Pearl Habor, em 07
de dezembro de 1941, que culminou com a entrada dos
EUA na guerra, seu nome era Mitsuo Fuchida. Ele lutou
duramente em toda guerra, e viu o Japão sucumbir diante
dos EUA. Estava presente na assinatura da rendição em
1945. Ele perdeu a maioria de seus companheiros e, com a
derrota do Japão, mergulhou em profunda depressão e
alcoolismo. Em 1948 ele recebeu um folheto de um
missionário, e acabou por entregar sua vida a Cristo ao se
deparar com as palavras de Cristo: “Pai, perdoa-lhes” (Lc
23:34). Ele mesmo descreve a sua conversão:
“No momento em que li aquela oração, eu
parecia encontrar Jesus pela primeira vez.
Eu entendi o significado de sua morte no
lugar de minha perversão, e assim, em
oração, eu pedi a ele o perdão dos meus
pecados e orei para que ele me
transformasse de um ex-piloto
amargurado e desiludido em um cristão
equilibrado com um sentido de vida”1
Ele se tornou um missionário, e seu campo foi
exatamente Pearl Habor, local onde dizimou tantas vidas.
A segunda personagem é Jacob DeShazer, ele foi um
piloto em uma operação conhecida como Dolitlle, em abril
de 1942. O objetivo daquela operação era atacar Tóquio e
fugir pousando em um local da China. Por falta de
combustível ele acabou aterrissando em território dominado
por japoneses, tornando-se prisioneiro do império nipônico.
Dois anos depois, preso em uma solitária em Tóquio,
DeShazer leu sobre o nascimento de Jesus e leu em Atos
que todos os profetas deram testemunho de que, pelo nome
de Jesus, todo aquele que nele cresse receberia perdão pelos
seus pecados (At 10:43). Aquilo inundou o coração de
DeShazer. Ele descreve assim sua conversão:
Eu descobri que Deus havia me dado
novos olhos espirituais e que quando eu
olhava para os oficiais e guardas
japoneses, que haviam me batido e
privado de comida […], descobri que meu
ódio amargo por eles se transformara em
misericórdia amorosa. […] Eu li na minha
Bíblia que, enquanto aqueles que
1
Richard D. Phillips, Estudos Bíblicos Expositivos em Jonas e Miqueias, 1a edição., (São Paulo:
Editora Cultura Cristã, 2017), 247–248.
crucificaram Jesus na cruz batiam e
cuspiam nele […], ele orou nesse momento
de sofrimento excruciante: “Pai, perdoa-
lhes, pois não sabem o que fazem”. E
agora, da profundeza do meu coração, eu
também orei para que Deus perdoasse os
meus torturadores1
1
Richard D. Phillips, Estudos Bíblicos Expositivos em Jonas e Miqueias, 1a edição., (São Paulo:
Editora Cultura Cristã, 2017), 247.
Quando evangelho nos transforma, ele produz uma paz
que durara não por toda vida, mas por toda eternidade. É
algo indescritível aos olhos e pensamentos humanos.
Será que você já experimentou esta paz? Será que de
fato você compreende que a paz de Jesus é para eternidade
e que, nesta vida, nem sempre a gozaremos fisicamente?
11) O GRANDE LIVRAMENTO DO POVO
DE DEUS
Miqueias 4:6-10
6 Naquele dia, diz o SENHOR, congregarei a que
coxeava e recolherei a que eu tinha expulsado e a que eu
tinha maltratado.
7 E da que coxeava farei a parte restante, e da que
tinha sido arrojada para longe, uma nação poderosa; e o
SENHOR reinará sobre eles no monte Sião, desde agora e
para sempre.
8 E a ti, ó torre do rebanho, monte da filha de Sião,
a ti virá; sim, a ti virá o primeiro domínio, o reino da filha
de Jerusalém.
9 E, agora, porque farás tão grande pranto? Não há
em ti rei? Pereceu o teu conselheiro? Apoderou-se de ti
dor, como da que está de parto?
10 Sofre dores e trabalhos, ó filha de Sião, como a
que está de parto, porque agora sairás da cidade, e
morarás no campo, e virás até Babilônia; ali, porém, serás
livrada; ali te remirá o SENHOR da mão de teus inimigos.
INTRODUÇÃO
Este é um dos textos onde a forma de interpretar pode
trazer entendimentos diferentes. Alguns interpretam que
este texto aponta para o reino milenar descrito em
Apocalipse 20:4-9:
4 E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a
quem foi dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles
que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela
palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua
imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão; e
viveram e reinaram com Cristo durante mil anos.
5 Mas os outros mortos não reviveram, até que os
mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição.
6 Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na
primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a
segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e
reinarão com ele mil anos.
7 E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da
sua prisão
8 e sairá a enganar as nações que estão sobre os
quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é
como a areia do mar, para as ajuntar em batalha.
9 E subiram sobre a largura da terra e cercaram o
arraial dos santos e a cidade amada; mas desceu fogo do
céu e os devorou.
DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÕES
Aqui podemos trabalhar de duas formas. A primeira
com um olhar direto no texto, onde não há para o profeta
uma visão cronológica. A segunda com o olhar
cronológico, crendo que o profeta aponta para o milênio de
Deus ou mesmo para o início da eternidade com Cristo.
A questão aqui é que o profeta vê a montanha mais
gloriosa, a redenção final. As outras montanhas (a
disciplina e a dor) ocorrem primeiro, mas são menores, são
menos relevantes do que aquela com corresponde ao nosso
encontro grandioso com o Senhor. Assim, podemos
aprender:
I - O pecado não impede o reino soberano do
Senhor
10 Sofre dores e trabalhos, ó filha de Sião, como a
que está de parto, porque agora sairás da cidade, e
morarás no campo, e virás até Babilônia; ali, porém, serás
livrada; ali te remirá o SENHOR da mão de teus inimigos.
CONCLUSÃO
Deus restaurará seu povo, mas não sem sofrimento. Ele
fará com que seu povo experimente sofrimento em função
de seu pecado. A Igreja de Cristo tem que ter a ciência de
que a tribulação será um filtro para disciplina e restauração.
Ela nos fará sofrer, mas nos levará para mais próximo de
Deus. Não há motivos para tristeza por se sofrer na
tribulação, pois a vinda de Cristo e nosso encontro com ele
nos dará uma perfeita segurança e um eterno conforto com
o Pai.
12)AFLIÇÕES TEMPORAIS E A
ESPERANÇA FUTURA
Miqueias 4:9-5:1
9 E, agora, porque farás tão grande pranto? Não há
em ti rei? Pereceu o teu conselheiro? Apoderou-se de ti
dor, como da que está de parto?
10 Sofre dores e trabalhos, ó filha de Sião, como a
que está de parto, porque agora sairás da cidade, e
morarás no campo, e virás até Babilônia; ali, porém, serás
livrada; ali te remirá o SENHOR da mão de teus inimigos.
11 Agora, se congregaram muitas nações contra ti,
que dizem: Seja profanada, e os nossos olhos verão seus
desejos sobre Sião.
12 Mas não sabem os pensamentos do SENHOR, nem
entendem o seu conselho, porque as ajuntou como gavelas
em uma eira.
13 Levanta-te e trilha, ó filha de Sião; porque eu
farei de ferro a tua ponta e de cobre, as tuas unhas, e
esmiuçarás a muitos povos, e o seu ganho será consagrado
ao SENHOR, e a sua fazenda, ao Senhor de toda a terra.
5.1 Agora, ajunta-te em esquadrões, ó filha de
esquadrões; pôr-se-á cerco contra nós; ferirão com a vara
no queixo ao juiz de Israel.
INTRODUÇÃO
A expressão “agora” aparece 4 vezes entre os versos 4:9
e 5:1. Depois de olhar para um futuro distante, um milênio
ou o início da eternidade talvez, Miqueias retorna seu olhar
para um futuro próximo. Ele vai descrever um pouco do
sofrimento do cativeiro babilônico.
Todas as quatro vezes o profeta aponta para o
sofrimento do cativeiro. Richard Phillips diz:
Miqueias quer que a atitude do povo de
Deus diante do presente seja
profundamente moldada pela sua visão de
uma esperança futura.1
OS “AGORAS” DE AFLIÇÃO
1
Richard D. Phillips, Estudos Bíblicos Expositivos em Jonas e Miqueias, 1a edição.,
(São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2017), 264.
II - O segundo “agora” – o motivo da dor (v.
10b)
10 ... porque agora sairás da cidade, e morarás no
campo, e virás até Babilônia; ali, porém, serás livrada; ali
te remirá o SENHOR da mão de teus inimigos.
APLICAÇÕES
1
"Gavela" é um feixe de espigas [de trigo ou outro cereal] que foi formado pelo ceifeiro, para
depois ser recolhido
13)UMA PROMESSA DE PAZ
Miqueias 5:2-6
2 E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre
milhares de Judá, de ti me sairá o que será Senhor em
Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde
os dias da eternidade.
3 Portanto, os entregará até ao tempo em que a que
está de parto tiver dado à luz; então, o resto de seus irmãos
voltará com os filhos de Israel.
4 E ele permanecerá e apascentará o povo na força
do SENHOR, na excelência do nome do SENHOR, seu Deus; e
eles permanecerão, porque agora será ele engrandecido
até aos fins da terra.
5 E este será a nossa paz. Quando a Assíria vier à
nossa terra e quando passar sobre os nossos palácios,
levantaremos contra ela sete pastores e oito príncipes
dentre os homens.
6 Esses consumirão a terra da Assíria à espada e a
terra de Ninrode, nas suas entradas. Assim, nos livrará da
Assíria, quando vier à nossa terra e quando calcar os
nossos termos.
INTRODUÇÃO
Miqueias começou o seu livro pronunciando julgamento
contra Samaria em função da idolatria que lá ocorria.
Infelizmente Jerusalém, que era a capital de Judá, também
foi contaminada, e Jerusalém acaba por sofrer a condenação
do profeta.
A ganância dos ricos e poderosos, a forte corrupção da
justiça que ajudava a criar uma grande injustiça social,
foram algumas das acusações feitas pelo profeta.
No capítulo 4 Miqueias começa a apontar para a grande
esperança de Sião. O profeta destaca que Sião iria progredir
muito, mas isso faria com que os povos se voltassem contra
ela. Todavia Deus conservaria Jerusalém, que seria regida
pelo Messias prometido, com um reinado próspero e eterno.
As aflições de Sião seriam sanadas, e seus inimigos
derrotados.
DESCRIÇÃO DO MESSIAS
Miqueias mostra claramente algumas características do
Messias:
I - Encarnação
Miqueias descreve o nascimento de Cristo com muita
precisão. Esta precisão só é comparada com a de Isaias ao
descrever o nascimento virginal.
II - Divindade
Miqueias aponta para a divindade do Messias como
mostra que ele é eterno, que existe desde sempre.
III - Reinado
O profeta ainda mostra o reinado e o senhorio do
Messias sobre seu povo e o cuidado que ele terá.
“E ele permanecerá e apascentará o povo
na força do SENHOR, na excelência do
nome do SENHOR, seu Deus...” (v. 4)
APLICAÇÕES
APLICAÇÕES
DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÕES
I - A desonestidade no povo de Deus mancha
a santidade dele
10 Ainda há na casa do ímpio tesouros de
impiedade? E efa pequeno, que é detestável?
11 Seria eu limpo com balanças falsas? E com um
saco de pesos enganosos?
1
Hernandes Dias Lopes, Miqueias: A Justiça e a Misericórdia de Deus, Comentários Expositivos
Hagnos, 1a edição., (São Paulo: Hagnos, 2009), 142.
Vejo o quanto dinheiro tem destruído famílias inteiras.
Quantas famílias são reféns do dinheiro por causa da
ganância.
Não nada de errado em enriquecer e se desenvolver,
mas quando isso envolve mentiras, enganos e traições, pode
significar que o coração está preso ao dinheiro.
INTRODUÇÃO
Miqueias começa usando a mesma expressão que Jó
usou “Aí de mim!” (Mq 7:1). Esta seção final nos remete
mais uma vez ao juízo. Ele inicia esta seção no capítulo 6
falando sobre justiça e bondade. Mas logo em seguida
inicia um pronunciamento que aponta para o julgamento de
Jerusalém.
Miqueias mostra profunda triste pela sociedade
decadente de sua época. Apesar da prosperidade e da
facilidade em que viviam, as pessoas se afastavam cada vez
mais daquilo que é correto para levar vantagem em tudo.
O capítulo 7 encerra o livro. Ele começa mostrando o
triste estado em que se encontra a religião naqueles dias.
DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÕES
INTRODUÇÃO
O livro de Salmos revela muitas orações proferidas pelo
povo perseguido:
“Senhor, como tem crescido o número dos
meus adversários! São numerosos os que
se levantam contra mim” (Sl 3.1).
“SENHOR, Deus meu, em ti me refugio;
salva-me de todos os que me perseguem e
livra-me” (Sl 7.1).
“Guarda-me como a menina dos olhos,
esconde-me à sombra das tuas asas, dos
perversos que me oprimem, inimigos que
me assediam de morte” (Sl 17.8–9).
INTRODUÇÃO
Miqueias foi contemporâneo de Isaias e Oseias. Ele
escreve os mesmos temas de Isaias, mas de uma forma mais
suscinta e objetiva. Seu nome significa “Quem é como
Jeová”. Profetizou nos períodos de Jotão, Acaz e Ezequias.
Jotão e Ezequias foram bons reis, mas Acaz
infelizmente fez o que era mau aos olhos do Senhor.
Entregou-se à idolatria, fez passar seu filho pelo fogo,
sacrificou e queimou incenso aos ídolos, nos altos e nos
outeiros e debaixo de toda árvore frondosa, 2 Rs 16:3,4. Foi
provavelmente a ele a crítica feita por Miqueias no capítulo
3:
“...Ouvi agora vós, chefes de Jacó, e vós,
príncipes da casa de Israel: não é a vós
que pertence saber o direito? A vós que
aborreceis o bem e amais o mal, que
arrancais a pele de cima deles e a sua
carne de cima dos seus ossos, e que
comeis a carne do meu povo, e lhes
arrancais a pele, e lhes esmiuçais os
ossos, e os repartis como para a panela e
como carne do meio do caldeirão.” (Mq
3:1-3)
APLICAÇÕES E DESENVOLVIMENTO