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Danyel Reis

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Reis, Danyel
Primeiros Passos - São Paulo
Discipulado Nível 1 | Seminário Bíblico Keryx, 2020.
Índice para catálogo sistemático:
/ Discipulado Cristão
1 . A f é qu e v en c e o m un do | 2 . S a lv a ç ã o u m a qu e s t ão d e
e s c o l h a | 3 . O s fr u to s d a ju s t i f i c a ç ã o | 4. O p od e r que no s
t r a n s f o r m a | 5 . Co n fi s s ã o de f é | 6 . A d i s c i pl i n a do j e ju m |
7 . D e s e n vo lv e nd o a vi d a de o r a ç ã o | 8 .S e m e a r c o m s a b e -
d o ri a | 9 . B a t i s m o e m á gu a s | 1 0 . A c e i a qu e t r a z v i d a

Número de Registro: 312235442


Timestamp: 2019-05-13 21:24:35 GMT
Registrado por: Danyel Reis
(1981-97-26 / Brasil)
Ano de Conclusão: 2019
Idioma: português [BR]

:: eDNA da Obra – Identificador Eletrônico ::

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Apresentação

Somos chamados para proclamar o Evangelho


em todo mundo, e é certo que podemos fazer isso de
forma natural e sem a necessidade de qualquer tipo
de conhecimento técnico para tal, cremos na total
dependência e inspiração do Espírito Santo para
fazer conhecida a palavra da salvação, porém, en-
tendemos que além do chamado para pregar o
evangelho, o Senhor Jesus também nos chama para
fazer discípulos, e isso se dá através do ministério
de ensino.

Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações,


batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as
coisas que Eu vos tenho mandado; e eis que Eu
estou convosco todos os dias, até a consumação
dos séculos. Amém. (Mateus 28.19-20)

O ensino é de suma importância para o desen-


volvimento do corpo de Cristo, sendo que, os que
ensinam devem procurar servir com o seu dom à
comunidade na qual estão inseridos, mas também
devem se preparar com afinco para a nobre missão
de ensinar a Palavra de Deus de forma individual
ou coletiva, em tempo ou fora de tempo. Ensinar é
gerar crescimento, tanto espiritual como intelectu-
al, sendo necessário que todos os mecanismos de
ensino sejam usados. Foi pensando nisso que nas-
ceu o Seminário Bíblico Keryx, com o objetivo de ser
uma ferramenta de apoio para ministros e discípu-
los que se dedicam ao estudo da Palavra de Deus de
forma sistemática.

Elaboramos o conteúdo com uma didática de fá-


cil aplicação, estruturando de maneira que não se
torne exaustivo, optamos por um material de esboço
simples, contendo elementos de sermões temáticos,
que na maioria das vezes não se prendem há um
único texto em seu contexto expositivo, e nem a
uma interpretação pré-concebida, mas cada estru-
tura apresenta suas divisões baseadas no tema
proposto, que possibilita ao ministro aplicar sua
própria argumentação e deixar fluir a inspiração de
Deus ao ministrar cada tema. Inserimos também,
uma vasta quantidade de notas de rodapé, que
além de apresentar algumas referências, disponibi-
lizamos várias explicações e orientações no decorrer
das páginas.

Para ministrar o discipulado cristão para pesso-


as não familiarizadas com as doutrinas bíblicas, é
necessário usar de uma linguagem simples e objeti-
va, por isso utilizamos uma metodologia baseada no
termo grego homilia (ομιλια), que significa: compa-
nhia, relação ou comunhão. Definimos homilia
como um curto discurso doutrinário, caracterizado
como uma conversa familiar, que tem por base as
Escrituras Sagradas. Foi a partir do termo homilia
que surgiu a palavra homilética (ομοφυλόφιλος),
que é uma ferramenta teológica, que se ocupa na
arte da pregação da Palavra de Deus e em suas
técnicas de exposição.

Nossos livros são interativos e possui o conceito


de QR Code. Sempre que você encontrar um QR,
aponte a câmera do seu Smartphone, e caso ele não
leia automaticamente, vá até a Play Store e baixe
um aplicativo leitor de QR Code.

Faça sua matrícula acessado o QRCODE abaixo:

Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de


tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a
longanimidade e doutrina.
(2 Timóteo 4.2)
Sumário

SOBRE O SEMINÁRIO ........................................................ 10


SOBRE O AUTOR............................................................... 12
INTRODUÇÃO .................................................................. 20

DISCIPULADO NÍVEL 1 .....................................26


01 - A FÉ QUE VENCE O MUNDO ......................................... 26
02 - SALVAÇÃO UMA QUESTÃO DE ESCOLHA ......................... 34
03 - OS FRUTOS DA JUSTIFICAÇÃO ....................................... 42
04 - O PODER QUE NOS TRANSFORMA ................................. 50
05 - CONFISSÃO DE FÉ ....................................................... 58
06 - A DISCIPLINA DO JEJUM............................................... 76
07 - DESENVOLVENDO A VIDA DE ORAÇÃO ............................ 86
08 - SEMEAR COM SABEDORIA............................................ 94
09 - BATISMO EM ÁGUAS ................................................ 102
10 - A CEIA QUE TRAZ VIDA .............................................. 112

CONTEÚDO EXTRACURRICULAR .................... 120


INTRODUÇÃO AO DISCIPULADO ......................................... 120

NOTA FINAL .................................................. 128


CONTRIBUA COM ESSE MINISTÉRIO .................................... 131
Cursos online e E-books:

https://space.hotmart.com/keryx

Adquira outras obras do autor:

https://bio.uiclap.com/keryx
Seminário Bíblico Keryx

Sobre o seminário

O Seminário Bíblico Keryx foi idealizado em me-


ados de 2016 pelo pastor Danyel Reis, que ao visi-
tar seus esboços de sermões ministrados ao logo de
seu ministério, encontrou um padrão de elaboração,
bem como, uma sequência lógica e progressiva, no
que diz respeito aos assuntos básicos da fé cristã.
Então iniciou sua jornada de ajustes e estrutura-
ções que possibilitaram que o Seminário se tornar
uma realidade.

O termo grego keryx


(κηρυξ), inspirou o nome do
Seminário, pois possui um significado muito perti-
nente, significa: Arauto, um mensageiro investido
com autoridade pública, ou seja, um proclamador
público que leva as mensagens oficiais dos reis,
magistrados, príncipes, comandantes militares.

Sendo que o trabalho de um arauto consiste em


tornar conhecida a vontade do seu senhor, em
anunciar suas palavras e proclamar suas sentenças
(κηρυγμα kerygma), esse conceito foi de grande

10
Sobre o seminário

inspiração para que o Seminário fosse não apenas


uma escola bíblica dominical, limitada aos irmãos
da igreja local, mas uma ferramenta para toda a
igreja de Cristo, tornando-se um Ministério Inter-
denominacional.

O arauto, na idade média, era o oficial que fazia


as publicações solenes, anunciava a guerra e pro-
clamava a paz e é esse o objetivo do Seminário
Bíblico Keryx, formar Arautos, mensageiros do Rei
Jesus, aqueles que transmitem as ordens do Rei do
Universo.

Os cursos oferecidos pelo Seminário Bíblico


Keryx não são reconhecidos pelo MEC (Ministério
da Educação), pois o MEC somente reconhece cur-
sos de graduação e pós-graduação. Nossos cursos
são ministrados conforme decreto federal nº 5.154,
de 23 de julho de 2004, onde os cursos chamados
"livres" não necessitam de prévia autorização para
funcionamento nem reconhecimento de nenhum
órgão educacional para serem ministrados.

11
Sobre o autor

Sobre o autor

Em sua infância e juventude o Danyel nunca foi


muito religioso, no entanto julgava possuir certa fé,
se recorda que todas as noites fazia uma breve
oração com as seguintes palavras: "Deus, abençoe
meu pai, minha mãe, minhas irmãs e que a banda
dê certo! amém". Aliás, durante alguns anos, ele
incomodava os vizinhos aos finais de semana, ao
som de punk rock em plenos pulmões, com guitar-
ras distorcidas, batidas graves de baixo e bateria.
Apesar de suas orações de "fé", não houve resposta
divina quanto a sua petição diária, pois a banda
nunca saiu da garagem. Hoje ele entende que a
verdadeira fé não se resume em vãs repetições.

Anos mais tarde, durante um processo de gran-


des dificuldades emocionais, perdas e decepções,
por volta das dez horas da manhã do dia 16 de
fevereiro de 2006, como alguém que fugia de seus
próprios pensamentos, lá estava ele, rumo a uma
padaria qualquer, a fim de satisfazer seu vício de
nicotina, mas no caminho encontrou algo que não

12
Sobre o autor

procurava, foi atraído com laços de amor ao mo-


mento que mudaria sua história para sempre.

Fui buscado dos que não perguntavam por mim,


fui achado daqueles que não me buscavam; a uma
nação que não se chamava do meu nome Eu disse:
Eis-me aqui. (Isaías 65.1)

Ao passar em frente a uma igreja evangélica,


ele não pôde resistir ao impulso incontrolável de
adentrar àquelas portas, era um salão simples, não
havia nenhuma imagem ou figuras religiosas, ape-
nas uma voz de ecoava pelo salão, era um homem
de Deus pregando as boas novas do evangelho de
Jesus Cristo. Ele assentou-se no último banco da
igreja, ouvindo aquelas palavras que queimavam
em seu coração, as lágrimas não demoraram a sur-
gir em seus olhos, traduzindo um inédito quebran-
tamento que o Espírito Santo ministrava em uma
alma destruída e morta em seus próprios pecados e
frustrações.

No final daquele sermão, o homem de Deus diri-


giu um convite a todos os presentes, dizia o pastor

13
Sobre o autor

que era necessário aceitar Jesus como único e sufi-


ciente Salvador. O Danyel acreditava em Jesus,
porém aquele convite despertou uma nova realida-
de sobre Deus que ele nunca experimentara antes,
sem pensar duas vezes, ele levantou suas mãos
repetindo a oração do pecador, esse era o primeiro
passo de fé que estava sendo dado, mas não acaba-
ria por aí, quinze minutos após
aceitar Jesus, um segundo con-
vite foi feito (aquele era um
culto de batismo), e o pastor
perguntou se alguém gostaria
de se batizar, quando menos
percebeu, lá estava ele, descendo às águas do ba-
tismo. Esse dia foi um divisor de águas em sua
história (antes e depois de Cristo), e a partir de
então iniciou uma maravilhosa e intensa jornada de
fé, crescendo a cada dia na graça e no conhecimento
do nosso Senhor Jesus Cristo.

14
Sobre o autor

O Danyel foi ungido a presbítero no dia 30 de


outubro de 2010, pelas mãos do Apóstolo Newton
Solda (Igreja Evangélica Alto Lugar). O período em
que congregou na Alto Lugar, pôde experimentar
na prática, diversas nuances ministeriais, foi líder
de jovens, deu aula para crianças, passou pelo mi-
nistério de intercessão, tocou baixo no grupo de
louvor, liderou um grupo de evangelismo, realizou
vários cultos domésticos, e por fim pôde fazer al-
gumas viagens missionárias.

Foi um grande exemplo cristão no meio secular,


por possuir formação administrativa, pôde ter aces-
so a muitas pessoas no ambiente de trabalho, onde
pregou a Palavra do Senhor e muitas pessoas foram
alcançadas pela graça do Senhor Jesus. Trabalhou
como professor voluntário em uma ONG (Núcleo
Cristão Cidadania e Vida), ministrando aulas de
administração, contabilidade e matemática finan-
ceira. Foi coordenador no programa Jovem Apren-
diz, onde pregou a Palavra e falou do amor de Deus
para os muitos jovens carentes na comunidade do

15
Sobre o autor

Parque Novo Mundo, ganhando vários deles para


Cristo.

Passou pela Igreja Evangélica Exército de Deus,


onde trabalhou com novos convertidos, conduzindo
aproximadamente quarenta almas ao batismo em
águas.

Em 29 de setembro de 2012, casou-se com sua


amada esposa Renata, que não somente é uma
auxiliadora, mas tem completado seu ministério
com muita dedicação e amor. Constituiu uma famí-
lia linda, com três presentes de Deus: Kawrê, Ke-
natiê e Eloah.

Iniciou seu primeiro contato com dependentes


químicos, na Comunidade Terapêutica Amor e
Vida, onde ministrou libertação e discipulou vários
jovens. Foi nesse período em que conheceu os futu-
ros obreiros da Igreja Cristã Rede Acolher.

Em 30 de julho de 2016, recebeu a unção de


pastor, pelas mãos do pastor Edinho Ribeiro, onde
assumiu o rebanho da Igreja Cristã Rede Acolher.

16
Sobre o autor

Começando o trabalho em sua própria casa, trans-


ferindo os cultos posteriormente para o Taboão da
Serra, e por fim, estabeleceu o ministério, junta-
mente com o pastor Edinho, a igreja na Brasilân-
dia.

Em 06 de novembro de 2016, foi reconhecido e


ungido como Mestre, onde idealizou o Seminário
Bíblico Keryx, edificando a igreja através do Minis-
tério de Ensino. Como ele mesmo menciona em
suas pregações é um apaixonado por Jesus e por
sua Palavra.

Tem um testemunho de vitória em que Deus,


com seus laços de amor o escolheu e tem usado sua
vida poderosamente na pregação do Evangelho e no
Ministério de Ensino.

Crê em uma igreja viva, onde os dons do Espíri-


to Santo são evidentes, tornando a comunidade
cada vez mais avivada, caracterizada como um
corpo unido, cheio de alegria e amor de Cristo. De-
fende a visão de ganhar vidas para Jesus, consoli-
dando os irmãos recém-convertidos através do amor

17
Sobre o autor

manifestado na comunidade, discipulando e crendo


que todos são chamados a exercer uma função espe-
cífica no corpo de Cristo, e por fim, enviando os
obreiros para a prática ministerial.

A religião pura e imaculada para com Deus e


Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas
tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.
(Tiago 1.27)

Pr. Danyel Reis


(11) 96193-3978
seminariokeryx@gmail.com

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assistir o testemunho

18
Sobre o autor

Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que


vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.

Provérbios 4.18

19
Seminário Bíblico Keryx

Introdução

A decisão de entregar a vida para Jesus é apenas


o primeiro passo a ser dado. A estrada é realmente
longa e há muito oque caminhar. O novo convertido
não foi salvo apenas para frequentar uma igreja,
mas para ser transformado em um servo do Senhor
Jesus, e crescer na graça e no conhecimento.

Cresçam, porém, na graça e no conhecimento de


nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A Ele seja
a glória, agora e para sempre! Amém. (2 Pedro
3.18)

A palavra "crescer" é usada em vários contextos:


crescer financeiramente, crescer no relacionamento,
crescer na carreira, e assim por diante, porém o
apóstolo Pedro trata sobre o crescimento que todo
ser humano deve desejar, o crescimento espiritual.

Infelizmente, muitas igrejas evangélicas estão


repletas de cristãos que se converteram há vários
anos, e que ainda são meninos na fé, é frustrante
ver pessoas que nasceram de novo, ficarem vivendo

20
Introdução

como "bebês", inseguras e inconstantes, mesmo


após um longo período de caminhada na fé.

O primeiro passo do cristianismo é a fé, e nin-


guém pode se tornar cristão sem dar esse passo, no
entanto, isso vai muito além do fato de simples-
mente acreditar em Deus. A verdadeira fé trans-
forma nosso interior e nos impulsiona em direção
ao Senhor e à sua Palavra.

Na primeira carta do apóstolo João, encontramos


uma importante declaração sobre a verdadeira fé,
João afirma que a fé é capaz de vencer o mundo:

Porque todo o que é nascido de Deus vence o


mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a
nossa fé. (1 João 5.4)

Nosso primeiro objetivo é meditar sobre esse tão


importante tema, mas não queremos simplesmente
falar sobre fé, nosso desejo é que você mergulhe
conosco e experimente em sua vida a verdadeira e
legítima fé, a fé que vence o mundo.

21
Introdução

O segundo passo é a doutrina da salvação, onde


abordaremos basicamente que a salvação é uma
questão de escolha, pois entendemos que é da von-
tade de Deus que todos os homens sejam salvos.
Introduziremos a questão do pecado, sobre o prisma
de um modelo básico de santidade estabelecido por
Deus, demostrando a impossibilidade de o homem
alcança a salvação pelo seu próprio mérito.

Em seguida falaremos sobre os frutos da justifi-


cação, uma dádiva de Deus que nos torna justos,
não pela nossa própria justiça, mas pela obra re-
dentora de Jesus Cristo na cruz do calvário.

O próximo ponto a ser abordado é sobre o poder


de Deus. Há muita confusão e misticismo sobre o
tema, principalmente no contexto pentecostal e
neopentecostal, assim sendo, será exposto uma
sólida base bíblica, não considerando doutrinaria-
mente as experiências individuais, mas encontra-
remos na Palavra de Deus um panorama sobre o
poder da salvação, o poder no batismo do Espírito

22
Introdução

Santo, o poder de ser filho de Deus e por fim, o


poder sobre o inimigo.

Elaboramos uma confissão de fé totalmente em-


basada nas Escrituras Sagradas, confissão essa,
que é geralmente aceita pelas igrejas pentecostais.
Apoiamos nossa confissão de fé sobre as doutrinas
dispensacionalista1, pré-tribulacionista e pré-
milenista.

Em seguida, falaremos sobre a prática do jejum


como uma disciplina espiritual, que é essencial
para a manutenção da fé cristã. Abordaremos o
assunto jejum de maneira bíblica, sublinhando uma
gama de versículos que tratam sobre o assunto.
Nosso desejo é que o jejum seja uma realidade prá-
tica na vida cristã.

A vida de oração não é menos importante, por


isso ganha um espaço fundamental nesse discipu-

1O dispensacionalismo é uma doutrina teológica e escatológica cristã


que afirma que a segunda vinda de Jesus Cristo será um acontecimento
no mundo físico, envolvendo o arrebatamento pré-tribulacionista e um
período de sete anos de tribulação, após o qual ocorrerá a batalha do
Armagedon e o estabelecimento do reino milenar de Cristo sobre a
Terra.

23
Introdução

lado, que ajudará no desenvolvimento da vida de


oração, mostrando seus fundamentos e consequên-
cias na vida do crente.

O ato de ofertar recursos financeiros no contex-


to da igreja é o próximo passo nessa jornada, pois
existe muita resistência e preconceito quando fala-
mos de dízimos e ofertas. Em nosso estudo demons-
traremos o privilégio de ofertar e como a bíblia
trata o assunto com muita seriedade, intitulamos
com o tema: Semear com Sabedoria.

A doutrina do batismo em águas, já caminhando


para o fim do discipulado, é um ponto crucial para
que todo novo convertido cumpra a justiça de Deus.
Entendemos esse sacramento como um ato de ex-
trema espiritualidade, que deve ser ministrado
imediatamente após a conversão, pois se trata de
uma confissão pública de fé e um simbolismo muito
forte, onde identifica o crente com Cristo em sua
morte, sepultamento e ressurreição.

E por fim, chegamos à celebração da Ceia do Se-


nhor, com uma abordagem desmistificada, impu-

24
Introdução

tando a esse sacramento, a essência da comunhão


que trás vida, tornando o cristão que participa do
corpo e do sangue, um só corpo com o Senhor.

O Discipulado Nível 1, foi concebido para ser um


facilitador da ministração dos Primeiros Passos na
caminhada cristã, atendendo prontamente a vonta-
de de Deus revelada na Bíblia sobre nosso necessá-
rio crescimento e amadurecimento espiritual.

Leia com atenção cada nota de rodapé, medite


na Palavra de Deus, ore muito, dê liberdade ao
Espírito Santo e ministre com ousadia!

Acesse o QR Code para assistir uma introdução

25
Seminário Bíblico Keryx

Discipulado Nível 1

A fé que vence o mundo

26
A fé que vence o mundo

Texto base: (1 João 5.4) - Porque todo o que é


nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória
que vence o mundo, a nossa fé.

I - A fé natural1: Deus distribui uma medida

mínima de fé para darmos o primeiro passo ao Se-

nhor.

(Salmos 19.1-3)2 - Os céus declaram a glória de


Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite
mostra sabedoria a outra noite. Não há linguagem
nem fala onde não se ouça a sua voz.

(Romanos 1.20)3 - Pois desde a criação do mundo os


atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua

1 A ideia de fé natural refere-se a um conceito simples, em que Deus


concede ao ser humano a possibilidade de dar o primeiro passo em
direção ao trono de sua graça para ser salvo.
2 Aqui aprendemos que a glória de Deus é anunciada através das coisas

criadas, e seria impossível não crer na existência de Deus, no entanto,


alguns insistem na incredulidade, apregoando que o universo surgiu por
acaso, ou que sempre existiu, sustentado por leis inerentes e impes-
soais, não obstante, para não acreditar na existência de Deus é
necessário um grande esforço intelectual, e possuir uma razão muito
aguçada para chegar a conclusão de que Deus não existe.
3 O apóstolo Paulo, sem nenhuma poesia, é categórico em afirmar que

Deus demonstrou seu eterno poder através das coisas criadas, e que os

27
A fé que vence o mundo

natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo


compreendidos por meio das coisas criadas, de for-
ma que tais homens são indesculpáveis;

(Romanos 12.3) - Porque pela graça que me é dada,


digo a cada um dentre vós que não pense de si
mesmo além do que convém; antes, pense com mo-
deração, conforme a medida da fé4 que Deus repar-
tiu a cada um.

II - A fé que nos aproxima de Deus: Fé é


diferente de acreditar5.

(Hebreus 11.1)6 - Ora, a fé é a certeza daquilo que


esperamos e a prova das coisas que não vemos.

homens que insistem na incredulidade serão indesculpáveis no grande


dia da prestação de contas.
4 Isso justifica o porquê algumas pessoas possuem mais fé que outras, e

principalmente que a fé pode aumentar ou diminuir.


5 Muitos afirmam acreditar em Deus, no entanto, a verdadeira fé é

muito mais do que acreditar, pois a fé nos aproxima de Deus e da sua


Palavra.
6 A certeza e a convicção das coisas que esperamos, é uma dádiva de

Deus que Ele nos concede para vermos o invisível, ouvir o inaudível e
alcançar o inalcançável.

28
A fé que vence o mundo

(Hebreus 11.6) - Sem fé é impossível agradar a


Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que
Ele existe e que recompensa àqueles que o buscam.

(Romanos 10.17) - De sorte que a fé é pelo ouvir, e o


ouvir pela palavra de Deus.

III - Conceito de fé: πιστις pistis7 - Convicção


da verdade de algo; uma convicção ou crença que
diz respeito ao relacionamento do homem com
Deus.

Relativo a Deus8: A convicção de que Deus existe


e é o criador e governador de todas as coisas, o pro-
vedor e doador da salvação eterna em Cristo;

Relativo a Cristo9: Convicção ou fé forte e ben-


vinda de que Jesus é o Messias, através do qual nós
obtemos a salvação eterna no reino de Deus.

7 Dicionário Bíblico Strong - Léxico Hebraico, Aramaico e Grego - SBB -


4102.
8 A convicção de que Deus é Todo Poderoso e Salvador é o primordial

para uma vida de fé.


9 A convicção de que Jesus é o Messias trás ao crente a segurança da

salvação.

29
A fé que vence o mundo

Confiança10: A fé com a ideia predominante de


confiança; fidelidade, lealdade; caráter de alguém
em quem se pode confiar.

IV - A fé não é passiva: É necessário colocar a


fé em ação.

(Tiago 2.17)11 - Assim também a fé, se não tiver as


obras, é morta em si mesma.

(Tiago 2.26) - Porque, assim como o corpo sem o


espírito está morto, assim também a fé sem obras é
morta.

(Atos 16.5) - De sorte que as igrejas eram confirma-


das na fé, e cada dia cresciam em número.

10 A fidelidade é um princípio importante da fé, que nos ensina a confiar


em Deus além das circunstâncias.
11 Tiago ao se referir às obras, está trazendo a ideia de ações no que diz

respeito à fé, e de maneira nenhuma está contradizendo Paulo acerca


da salvação pela fé sem as obras.

30
A fé que vence o mundo

V - A fé deve ser imitada12: Devemos olhar


parta o homem sim.

(Hebreus 6.12)13 - Para que vos não façais negligen-


tes, mas sejais imitadores dos que pela fé e paciên-
cia herdam as promessas.

(Hebreus 13.7)14 - Lembrai-vos dos vossos pastores,


que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais
imitai, atentando para a sua maneira de viver.

12 No meio evangélico é muito utilizada a expressão: “Você não pode


olhar para o homem, pois se olhar para o homem você cai. Você deve
olhar somente para Jesus!”, em parte essa afirmação está correta, pois
ao vemos Pedro andar sobre o mar, ele começou a afundar quando
tirou os olhos de Jesus, porém, a bíblia nos incentiva a imitar a fé de
nossos irmãos, sendo que, devemos sim olhar para o homem, como um
exemplo de fé a ser seguido.
13 Aqui o escritor aos Hebreus usa a palavra “negligente” para expressar

a importância e o dever de sermos imitadores de homens e mulheres


de fé, que herdaram as promessas de Deus.
14 O apóstolo dá grande valor aos pastores, que dirigem a vida da igreja

com responsabilidade e fé, alimentando os fiéis com a Palavra de Deus.

31
A fé que vence o mundo

Conclusão15: Viver a fé que vence o mundo é cres-


cer a cada dia, desfrutando todos os tesouros da fé!

Não devemos desperdiçar a fé natural dada por


Deus, com as coisas desse mundo passageiro, mas
usá-la para dar os primeiros passos em direção a
Deus;

Fé é diferente de acreditar, e devemos nos aproxi-


mar cada vez mais do Senhor, crendo que Ele é bom
para nos abençoar sempre que o busquemos;

A fé não é passiva, mas cheia de atitude que trans-


forma tudo ao nosso redor;

Imitar a fé é um princípio de unidade cristã que


contagia e edifica o corpo de Cristo.

15A fé que vence o mundo não deve ser apenas uma maneira de alcan-
çar as bênçãos de Deus, mas sim deve ser encarada como um estilo de
vida.

32
A fé que vence o mundo

Avaliação

1) Se Deus reparte uma medida de fé para cada um


de nós, como podemos aumentar nossa fé?

2) Qual é a diferença entre ter fé e acreditar?

3) Podemos afirmar que a fé está relacionada com a


confiança?

4) Quando percebemos que nossa fé não é passiva?

5) Em que momento a fé passa do natural para o


sobrenatural?

Acesse o QR Code para Responder o Questionário

33
Seminário Bíblico Keryx

Salvação uma
questão de escolha
(vida ou morte)

34
Salvação uma questão de escolha

Texto base: (1 Timóteo 2.3-4)1 - Porque isto é bom


e agradável diante de Deus nosso Salvador, que
quer que todos os homens se salvem, e venham ao
conhecimento da verdade.

Pergunta para meditar: Ser salvo do que?2

I - Salvação é uma questão de escolha3: O


homem possui o livre arbítrio para decidir o seu
próprio destino eterno.

(Deuteronômio 30.19)4 - Os céus e a terra tomo hoje


por testemunhas contra vós, de que te tenho pro-
posto a vida e a morte, a bênção e a maldição; esco-

1 Paulo deixa muito claro nesse texto que é da vontade de Deus que
todos sejam salvos.
2 É comum as pessoas acharem que precisamos ser salvos do diabo, ou

do pecado, porém é de suma importância esclarecer que nossa


salvação diz respeito à ira divina que cairá sobre a terra para punir
àqueles que rejeitam a Graça de Deus.
3 Há pelo menos duas escolas teológicas de doutrina da salvação, a

primeira é a de João Calvino que defendeu a predestinação e a segunda


(que nós cremos) é a de Jacó Armínio que entendeu que a salvação é
uma questão de livre arbítrio, em que o homem pode resistir a Deus no
que diz respeito a sua salvação.
4 Uma audiência celestial é estabelecida e Deus propõe a vida e a

morte, para que o homem faça a sua escolha, e como Deus é bom, Ele
ainda sugere que escolhamos a vida.

35
Salvação uma questão de escolha

lhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descen-


dência.

II - A terrível consequência do pecado5: O


pecado engana, seduz e ainda paga o seu salário.

(Romanos 6.23) - Porque o salário do pecado é a


morte6, mas o dom gratuito de Deus é a vida eter-
na, por Cristo Jesus nosso Senhor.

III - Padrão mínimo de perfeição: Os dez


mandamentos (Decálogo)7

(Êxodo 20.4-17) - Não farás para ti imagem de es-


cultura, nem alguma semelhança do que há em
cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas
águas debaixo da terra. Não tomarás o nome do

5 O termo “pecado” vem do grego αμαρτια hamartia, que significa


“errar o alvo”, o que trás a ideia de errar o alvo da vontade de Deus
para nossas vidas.
6 Existem três tipos de morte, a saber: a morte física, a morte espiritual

e a morte eterna. A doutrina do salário do pecado está se referindo à


segunda, ou seja, a morte espiritual.
7 Esse padrão mínimo de santidade estabelecido por Deus, nos mostra

que jamais conseguiremos alcançar nossa salvação pelo cumprimento


da lei, mas precisamos depender totalmente da graça divina e da
redenção por nosso Salvador Jesus Cristo que nos resgatou da maldição
do pecado. Se tropeçarmos em um único mandamento somos culpados
de toda a lei, conforme Tiago 2.10.

36
Salvação uma questão de escolha

Senhor teu Deus em vão8; porque o Senhor não terá


por inocente o que tomar o seu nome em vão. Mas o
sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não
farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem
tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o
teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro
das tuas portas. Honra a teu pai e a tua mãe, para
que se prolonguem os teus dias na terra que o Se-
nhor teu Deus te dá. Não matarás. Não adultera-
rás. Não furtarás. Não dirás falso testemunho con-
tra o teu próximo. Não cobiçarás a casa do teu pró-
ximo9, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem
o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o
seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.

IV - A Salvação é somente pela graça10:


Não fazemos boas obras para sermos salvos, mas
fazemos boas obras porque somos salvos.

8 Quem nunca falou o nome de Deus em vão?


9 E ainda quem nunca cobiçou nada de ninguém?
10 A palavra “graça” vem do grego χαρις charis, que significa “favor

imerecido”, sendo um fruto exclusivo da bondade e misericórdia de


Deus para com quem crê em Jesus Cristo.

37
Salvação uma questão de escolha

(Efésios 2.8-10) - Porque pela graça sois salvos, por


meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
Não vem das obras11, para que ninguém se glorie;
Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus
para as boas obras, as quais Deus preparou para
que andássemos nelas.

(João 3.16)12 - Porque Deus amou o mundo de tal


maneira que deu o seu Filho unigênito, para que
todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a
vida eterna.

V - Necessidade de confissão: Assumir nossa


fé publicamente é uma condição “sine qua non13”
para sermos salvos.

(Romanos 10.9-10) - A saber: Se com a tua boca


confessares14 ao Senhor Jesus, e em teu coração

11 Não há nada que podemos fazer para “comprar” nossa salvação, não
obstante, crer em Jesus Cristo para tornarmos participantes dessa
graça. O termo já fala por si só: é de graça!
12 O amor de Deus é o ápice dessa Graça, ao ponto de sacrificar seu

único Filho por amor.


13 “Sine qua non” é uma locução adjetiva, do latim, que significa “sem a

qual não”. É uma expressão frequentemente usada no nosso vo-


cabulário e faz referência a uma ação ou condição que é indispensável,
que é imprescindível ou que é essencial.

38
Salvação uma questão de escolha

creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos,


serás salvo. Visto que com o coração se crê para a
justiça, e com a boca se faz confissão para a salva-
ção.

(Mateus 10.32-33)15 - Portanto, qualquer que me


confessar diante dos homens, eu o confessarei dian-
te de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que
me negar diante dos homens, eu o negarei também
diante de meu Pai, que está nos céus.

Resposta: Ser salvo da ira de Deus16.

(Apocalipse 6.14-17) - E o céu retirou-se como um


livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram
removidos dos seus lugares. E os reis da terra, e os

14 Confessar o Senhor Jesus Cristo como único e suficiente Salvador, é


mais do que levantar a mão em resposta a um apelo evangelístico.
Confessar Jesus Cristo é não se envergonhar de seu evangelho e as-
sumir publicamente uma posição de fé diante de todos.
15 Há um grande perigo de negar a Cristo, pois Ele próprio declara que a

consequência de negá-Lo diante do homem é que Ele nos negará diante


de Deus.
16 A ira de Deus é uma coisa espantosa, assustadora e iminente. Alguns

alegam uma percepção equivocada no que diz respeito à ira de Deus,


pois enxergam um Deus duro e punidor no Antigo Testamento e um
Deus amoroso e salvador no Novo Testamento, no entanto o texto é
claro em afirmar que os pecadores descritos em Apocalipse 6, queriam
se esconder da ira do Cordeiro, ou seja, do próprio Jesus.

39
Salvação uma questão de escolha

grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e


todo o servo, e todo o livre, se esconderam nas ca-
vernas e nas rochas das montanhas; E diziam aos
montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-
nos do rosto daquele que está assentado sobre o
trono, e da ira do Cordeiro; Porque é vindo o grande
dia da sua ira; e quem poderá subsistir?

Conclusão17: A conversão cristã é o ato pelo qual


a pessoa se volta do pecado para Jesus Cristo, tanto
para obter perdão dos pecados, como para se liber-
tar deles.

17 A salvação vem acompanhada de uma notória mudança de vida.

40
Salvação uma questão de escolha

Avaliação

1) Em relação ao tema salvação, pergunta-se: Ser


salvos do que?

2) Por que podemos afirmar que a salvação é uma


questão de escolha?

3) O que significa pecado e quais são suas conse-


quências ao cometê-lo?

4) Se somos salvos pela graça, porque precisamos


praticar boas obras?

5) Como podemos definir a verdadeira conversão


cristã?

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41
Seminário Bíblico Keryx

Os frutos da justificação

42
Os frutos da justificação

Texto base: (Romanos 5.1-2)1 - Tendo sido, pois,


justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso
Senhor Jesus Cristo, por meio de quem obtivemos
acesso pela fé a esta graça na qual agora estamos
firmes;

Definição contemporânea: O termo justificação


é utilizado constantemente em nossos dias.

2Ato ou efeito de justificar ou justificar-se; Descarga


de culpa; Aquilo que justifica;

Razão; desculpa; Prova judicial; Instrumento do


processo;

Definição etimológica3: Etimologia é o estudo da


origem e da evolução das palavras.

1 Os verbos estão todos no tempo presente, e expressam atividade


constante. A verdadeira paz que só os cristãos possuem é a paz com
Deus. Este é um estado exclusivo para aquele que é declarado justifica-
do e totalmente livre da culpa.
2 Definição extraída do dicionário online Priberam da Língua Portu-

guesa.
3 Etimologia (do grego antigo ἐτυμολογία, composto de "étymos" e

“logia") é a parte da gramática que trata da história ou origem das


palavras e da explicação do significado de palavras através da análise
dos elementos que as constituem.

43
Os frutos da justificação

δικαιωσις dikaiosis4: É o ato de Deus que declara


as pessoas livres de culpa e aceitáveis para Ele; que
declara ser reto e justificado.

Definição teológica5: A justificação é um ato de


Deus instantâneo, eterno, gracioso, livre e judicial,
pelo qual, devido ao mérito do sangue e da justiça
de Cristo, um pecador arrependido e crente, é li-
vrado da penalidade da Lei, restaurado ao favor de
Deus e considerado como possuindo a justiça impu-
tada de Jesus Cristo.

A justificação é um ato do tribunal do céu.6

Não faz o crente justo ou santo perante o mundo,


mas o faz justo e santo quanto à sua posição em
Cristo perante Deus.

4 Dicionário Bíblico Strong - Léxico Hebraico, Aramaico e Grego - SBB -


1347.
5 Definições teológicas são pensamentos baseados no conhecimento

acerca da Divindade e do estudo das Escrituras Sagradas.


6 Compreender que Deus é amor é de extrema importância, mas além

de se amor, Deus também é Juiz e seu juízo é a base do seu trono.

44
Os frutos da justificação

I - O Autor da justificação é Deus7: Deus é o


Autor da justificação. O homem nada tem que ver
com a sua própria justificação.

(Romanos 5.12) - Portanto, como por um homem


entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte,
assim também a morte passou a todos os homens
por isso que todos pecaram.

(Romanos 8.33) - Quem intentará acusação contra


os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.

(Romanos 3.24) - Sendo justificados gratuitamente


pela sua graça, pela redenção que há em Cristo
Jesus.

II - A justificação não é pela lei8: Nada no


homem é fundamento para a justificação.

7 Com a entrada da morte no mundo, através do pecado original, fica


claro que o homem é totalmente incapaz de justificar-se perante Deus,
pois está morto em seus pecados, e é somente pela redenção e vida
que há em Cristo Jesus que o homem pode ser justificado.
8 A lei de Moisés consistia de muitos princípios, normas, cerimônias,

rituais e símbolos para lembrar o povo de Israel quanto aos seus


deveres e responsabilidades, porém não é possível que alguém seja
justificado pelo cumprimento da lei.

45
Os frutos da justificação

(Atos 13.38-39) - Seja-vos, pois, notório, homens


irmãos, que por este [Jesus] se vos anuncia a re-
missão dos pecados. E de tudo o que, pela lei de
Moisés, não pudestes ser justificados, por Ele é
justificado todo aquele que crê.

(Gálatas 2.16) - Sabendo que o homem não é justifi-


cado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cris-
to, temos também crido em Jesus Cristo, para ser-
mos justificados pela fé em Cristo, e não pelas
obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma
carne será justificada.

(Romanos 3.28)9 - Concluímos, pois, que o homem é


justificado pela fé sem as obras da lei.

III - O fundamento da justificação é o


sangue de Cristo: O sangue de Cristo paga a
penalidade10.

9Paulo exclui qualquer possibilidade de justificação pelas obras da lei.


10 Alguns recibos de impostos em papiro datados da época de Jesus
foram encontrados com a palavra: “τελεστές Tetelestai”, o que significa
que foram totalmente liquidados. Sendo esta a última palavra que Jesus
disse antes de morrer na cruz: “Tetelestai - Está consumado”, indica
que nossa dívida foi totalmente liquidada.

46
Os frutos da justificação

(Romanos 5.9)11 - Logo muito mais agora, tendo


sido justificados pelo seu sangue, seremos por Ele
salvos da ira.

(Colossenses 1.20)12 - E que, havendo por Ele feito a


paz pelo sangue da sua cruz, por meio dEle reconci-
liasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que
estão na terra, como as que estão nos céus.

Conclusão13: O pecador não merece nada, exceto


a condenação, logo a justificação é inteiramente de
graça!

(Romanos 10.10)14 - Visto que com o coração se crê


para a justiça, e com a boca se faz confissão para a
salvação.

11 Observe que a base para a justificação é o sangue de Cristo que nos


garante a futura salvação e nos livra do castigo da ira de Deus.
12 Deus, por meio de Cristo reconciliou consigo mesmo não somente o

homem, mas todo o universo, aqui há um mistério insondável, no


entanto, amplifica sobre maneira, em nossa mente limitada o alcance
imensurável do poder do sangue de Jesus.
13 Nunca poderemos nos vangloriar de absolutamente nada, diante de

Deus, pois todos os benefícios que adquirimos em Cristo, nunca poderi-


am ser conquistados por mérito humano.
14 Esta confiança é uma atividade constante e refere-se à justiça de

Deus e a confissão é também uma atividade constante e referente à

47
Os frutos da justificação

Avaliação

1) O que significa etimologicamente o termo justifi-


cação?

2) Tendo em vista que não somos justificados pelas


obras da lei, devemos desprezar a lei de Moisés?

3) A justificação é inteiramente pela graça, porém


qual é a postura que devemos ter em relação ao
pecado?

4) Qual é a participação do homem no processo de


justificação?

5) Qual é o papel de Jesus Cristo na justificação do


homem perante Deus?

Acesse o QR Code para Responder o Questionário

salvação. Estas verdades, confessadas e cridas, são convicções com


consequências eternas.

48
Os frutos da justificação

Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com


Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, por meio de
quem obtivemos acesso pela fé a esta graça na qual
agora estamos firmes;
(Romanos 5.1-2)

49
Seminário Bíblico Keryx

O poder que nos


transforma

50
O poder que nos transforma

Texto base: (Mateus 22.29) - Jesus, porém, res-


pondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as
Escrituras, nem o poder de Deus.

Introdução1: Conhecer o Poder de Deus pela


experiência e não pelas Escrituras, pode conduzir
muitos ao erro.

Muitos de Samaria erraram ao reconhecer um po-


der que não era o verdadeiro Poder

(Atos 8.9-10)2 - Ora, estava ali certo homem cha-


mado Simão, que vinha exercendo naquela cidade a
arte mágica [feitiçaria], fazendo pasmar o povo da
Samaria, e dizendo ser ele uma grande persona-
gem; ao qual todos atendiam, desde o menor até o
maior, dizendo: Este é o Poder de Deus que se cha-
ma Grande.

1 Cremos na experiência carismática pentecostal, no entanto, sabemos


que satanás e seus demônios também podem realizar muitos sinais e
prodígios a fim de promover o engano, não obstante, manifestamos o
desejo de conhecer o poder de Deus, primeiramente através das
escrituras sagradas, que nos apresenta um vasto conteúdo que nos
preservará do erro, e posteriormente sim, experimentarmos esse
maravilhoso e divino poder.
2 As pessoas foram enganadas por seus truques e lhe atribuíram o

Grande Poder. Grande era uma palavra usada pelos gregos para
designar o Deus judeu (o poder de Deus que é chamado Grande).

51
O poder que nos transforma

I - O Poder que não depende de mim3 (Não


pode ser “ligado” ou “desligado”)

Poder de Salvação - Dunamis: (Romanos 1.16) -


Porque não me envergonho do evangelho de Cristo,
pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele
que crê; primeiro do judeu, e também do grego.

δυναμις dunamis: Poder inerente; Poder que


reside numa coisa pela virtude de sua própria na-
tureza.

Dínamo4: Aparelho que gera corrente contínua,


convertendo energia mecânica em elétrica, através
de indução eletromagnética, encontrado em carros
antigos (hoje substituído pelo alternador).

3 Existe no meio evangélico pentecostal, um jargão que diz que


devemos “dar lugar”, como se o poder de Deus pudesse fluir a partir da
dependência de nossas atitudes, porém quando falamos de salvação, a
palavra nos ensina que não depende de nós, devemos apenas pregar
que o próprio evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo
aquele que crê.
4 A palavra latina “dínamo” vem do grego δυναμις dunamis, que signifi-

ca “poder inerente”, ou seja, tem a capacidade em si próprio de


produzir esse “poder”.

52
O poder que nos transforma

(1 Coríntios 1.18) - Porque a palavra da cruz é lou-


cura para os que perecem; mas para nós, que somos
salvos, é o poder de Deus.

Batismo no Espírito Santo - Dunamis: (Atos


1.8) - Mas receberão poder quando o Espírito Santo
descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em
Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os
confins da terra.

Dinamite5: Para fazer a dinamite, precisa-se ape-


nas da nitroglicerina e terra diatomácea (apresen-
ta-se puro, maciço e muito leve).

(1 Coríntios 12.8-11)6 - Porque a um pelo Espírito é


dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo
Espírito, a palavra da ciência; E a outro, pelo mes-
mo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os
dons de curar; E a outro a operação de maravilhas;
e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os

5 É muito interessante a comparação do poder de Deus com a dinamite


(raiz no termo dunamis), uma vez que o batismo no Espírito Santo gera
uma explosão de fé para viver o sobrenatural.
6 O Espírito Santo é o despenseiro soberano dos dons, e distribui para

cada um como quer.

53
O poder que nos transforma

espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro


a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo
Espírito opera todas estas coisas, repartindo parti-
cularmente a cada um como quer.

χαρισμα charisma7: Favor que alguém recebe


sem qualquer mérito próprio; dom da graça divina.

Dons de revelação8: Palavra da Sabedoria, Pala-


vra da Ciência e Dom de discernir espíritos;

Dons de poder9: Dom da Fé, Dons de Curar e


Operação de Milagres;

Dons de inspiração10: Profecia, Variedade de


Línguas e Interpretação de Línguas.

7 Dicionário Bíblico Strong - Léxico Hebraico, Aramaico e Grego - SBB -


5486.
8 Os dons de revelação refere-se a capacidade sobrenatural que pro-

picia uma visão além do material. Faz com que o homem penetre na
raiz de cada acontecimento, sentimento ou situação, Deus dá o di-
agnóstico ou a causa de um problema à luz de uma repentina reve-
lação.
9 Os dons de Poder são a mais espantosa manifestação do Poder de

Deus, deixa todos perplexos e glorifica a Deus por se tratar de milagres.


10 Os dons de inspiração não podem ser confundidos com os de reve-

lação, pois o Espírito Santo trabalha no interior impulsionando o min-


istro da espontaneidade da inspiração.

54
O poder que nos transforma

II - O Poder que depende de mim (É neces-


sário tomar posse)

Poder de filho - Exousia: (João 1.12) - Mas, a


todos quantos o receberam, deu-lhes o poder11 de
serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu
nome;

εξουσια exousia12: Poder de escolher; Licença ou


permissão; Poder da autoridade; O Poder de reger
ou governar; O Poder de alguém de quem a vontade
e as ordens devem ser obedecidas pelos outros.

Poder sobre o inimigo - Exousia: (Lucas 10.19) -


Eis que vos dou poder13 para pisar serpentes e es-
corpiões, e toda a força do inimigo, e nada vos fará
dano algum.

11 Aqui a palavra traduzida por “poder”, não é o dunamis visto até


agora, mas sim exousia que trás a ideia de uma autoridade que de-
pende de mim, pois Senhor já nos deu o poder de ser filho de Deus,
temos que tomar posse.
12 Dicionário Bíblico Strong - Léxico Hebraico, Aramaico e Grego - SBB -

1849.
13 O mesmo princípio se aplica em relação ao inimigo das nossas almas,

ou seja o Senhor já nos deu o poder contra o diabo e seus demônios,


agora só depende de nós exercermos essa autoridade.

55
O poder que nos transforma

Conclusão: (2 Coríntios 4.5-7 NVI) - Porque não


nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o
Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por
amor de Jesus. Porque Deus, que disse que das
trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu
em nossos corações, para iluminação do conheci-
mento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo.
Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para
que a excelência do poder seja de Deus, e não de
nós.

56
Primeiro Passos O poder que nos transforma

Avaliação
1) Muitos de Samaria erraram ao reconhecer um
poder que não era o verdadeiro Poder de Deus. Em
quais situações vemos esse erro em nossos dias?

2) Por que podemos afirmar que o Poder da Salva-


ção não depende de nós se precisamos crer para ser
salvo?

3) O que precisamos fazer para receber os dons


Espírito Santo, sendo que esse Poder não depende
de nós?

4) Quem pode receber o Poder de ser filho de Deus?

5) Jesus nos deu autoridade para pisar em serpen-


tes e escorpiões (demônios). Como podemos exercer
essa autoridade?

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57
Seminário Bíblico Keryx

Confissão de fé

58
Confissão de fé

Texto base: (Romanos 10.10) - Visto que com o


coração se crê para a justiça, e com a boca se faz
confissão para a salvação.

Introdução1: Em tempos de tanta confusão teoló-


gica por que passa a igreja cristã, não é aconselhá-
vel professar o cristianismo sem afirmar com clare-
za aquilo em que se crê.

Temos que ter a ousadia de afirmar clara e aberta-


mente e, de preferência, de forma escrita, as coisas
em que cremos.

Tantas são as heresias e as tentativas de assalto à


fé genuína que se tornam necessárias a formulação
e a confissão daquilo em que cremos, para que a
igreja, na sua inteireza, não venha a ficar perdida,
lançada de um lado para outro por quaisquer ven-
tos de doutrina.

1 Sugerimos que para ministrar a Confissão de Fé, deve-se evitar ler


todos os versículos, uma vez que, a leitura seria muito extensa e sairia
do proposto de ministrar em apenas um encontro todo conteúdo.

59
Confissão de fé

1ª Declaração: Cremos em um só Deus, subsis-


tente em três pessoas2: o Pai, o Filho e o Espírito
Santo.

(Marcos 1.9-11) - E aconteceu naqueles dias que


Jesus, tendo ido de Nazaré da Galiléia, foi batizado
por João, no Jordão. E, logo que saiu da água, viu
os céus abertos, e o Espírito, que como pomba des-
cia sobre Ele. E ouviu-se uma voz dos céus, que
dizia: Tu és o meu Filho amado em quem me com-
prazo.

(Mateus 28.19) - Portanto ide, fazei discípulos de


todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do
Filho, e do Espírito Santo;

2ª Declaração - Cremos na inspiração verbal da


Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normati-
va para a vida e o caráter cristão3.

2 A doutrina cristã da Trindade vem do latim trinitas "tríade" e trinus


"tripla", define Deus como três pessoas consubstanciais, expressões ou
hipóstases: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; um Deus em três pessoas.
As três pessoas são distintas, mas são uma substância, essência ou
natureza. Neste contexto, a "natureza" é o que se é, enquanto a "pes-
soa" é quem se é.

60
Confissão de fé

(2 Timóteo 3.14-17) - Tu, porém, permanece naquilo


que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo
de quem o tens aprendido, E que desde a tua meni-
nice sabes as sagradas Escrituras, que podem fa-
zer-te sábio para a salvação, pela fé que há em
Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspi-
rada, e proveitosa para ensinar, para redarguir,
para corrigir, para instruir em justiça; Para que o
homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente ins-
truído para toda a boa obra.

3ª Declaração - Cremos na concepção virginal de


Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua
ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascen-
são vitoriosa aos céus.

(Isaías 7.14) - Portanto o mesmo Senhor vos dará


um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz
um filho, e chamará o seu nome Emanuel.

3 Defendemos a inerrância bíblica, que é a doutrina em que a bíblia está


totalmente livre de contradições. Deus usou as diversas personalidades
e estilos literários dos escritores, mas a inspiração de Deus os guiou
para impecavelmente projetar sua mensagem através de sua própria
linguagem e personalidade. Infalibilidade e inerrância se referem aos
textos originais da bíblia.

61
Confissão de fé

(Romanos 8.34) - Quem é que condena? Pois é Cris-


to quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre
os mortos, o qual está à direita de Deus, e também
intercede por nós.

(Atos 1.9) - E, quando [Jesus] dizia isto, vendo-o


eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu,
ocultando-o a seus olhos.

4ª Declaração - Cremos na pecaminosidade do


homem que o destituiu da glória de Deus, e que
somente o arrependimento e a fé na obra expiatória
e redentora de Jesus Cristo é que pode restaurar a
Deus.

(Romanos 3.23) - Porque todos pecaram e destituí-


dos estão da glória de Deus;

(Atos 3.19) - Arrependei-vos, pois, e convertei-vos,


para que sejam apagados os vossos pecados, e ve-
nham assim os tempos do refrigério pela presença
do Senhor.

5ª Declaração - Cremos na necessidade absoluta


do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder

62
Confissão de fé

atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus,


para tornar o homem pronto para o reino dos céus4.

(João 3.3-8) - Jesus respondeu, e disse-lhe: Na ver-


dade, na verdade te digo que aquele que não nascer
de novo, não pode ver o reino de Deus. Disse-lhe
Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo
velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre
de sua mãe, e nascer? Jesus respondeu: Na verda-
de, na verdade te digo que aquele que não nascer
da água e do Espírito, não pode entrar no reino de
Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é
nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de
te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento
assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sa-
bes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo
aquele que é nascido do Espírito.

6ª Declaração - Cremos no perdão dos pecados,


na salvação presente e perfeita e na eterna justifi-
cação da alma recebida gratuitamente de Deus pela

4 O novo nascimento é um elemento fundamental e um dos principais


sinais distintivos. Na prática, este termo refere-se a uma conversão
genuína para se referir àqueles que tomaram a decisão de seguir Jesus.
É o começo da santificação do crente.

63
Confissão de fé

fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso


favor.

(Atos 10.43) - A este dão testemunho todos os profe-


tas, de que todos os que nele crêem receberão o
perdão dos pecados pelo seu nome.

(Romanos 10.13; 3.24-26) - Porque todo aquele que


invocar o nome do Senhor será salvo. Sendo justifi-
cados gratuitamente pela sua graça, pela redenção5
que há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para
propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar
a sua justiça pela remissão dos pecados dantes
cometidos, sob a paciência de Deus; Para demons-
tração da sua justiça neste tempo presente, para
que ele seja justo e justificador daquele que tem fé
em Jesus.

(Hebreus 7.25; 5.9) - Portanto, pode também salvar


perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus,

5 Redenção é o ato ou efeito de redimir ou remir, que significa liber-


tação, reabilitação, reparo, salvação. É o ato de adquirir de novo, de
resgatar, de tirar do poder alheio, do cativeiro. É livrar-se de um passo
arriscado, é livrar-se das penas do inferno.
(www.significados.com.br/redencao).

64
Confissão de fé

vivendo sempre para interceder por eles. E, sendo


Ele consumado, veio a ser a causa da eterna salva-
ção para todos os que lhe obedecem;

7ª Declaração - Cremos no batismo bíblico efe-


tuado por imersão do corpo inteiro de uma só vez
em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo.

(Mateus 28.19) - Portanto ide, fazei discípulos de


todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do
Filho, e do Espírito Santo;

(Romanos 6.1-6) - Que diremos pois? Permanece-


remos no pecado, para que a graça abunde? De
modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o
pecado, como viveremos ainda nele? Ou não sabeis
que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo
fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos
sepultados com Ele pelo batismo na morte; para
que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos,
pela glória do Pai, assim andemos nós também em
novidade de vida. Porque, se fomos plantados jun-
tamente com Ele na semelhança da sua morte,

65
Confissão de fé

também o seremos na da sua ressurreição; Sabendo


isto, que o nosso homem velho foi com Ele crucifi-
cado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para
que não sirvamos mais ao pecado.

(Colossenses 2.12) - Sepultados com Ele no batismo,


nEle também ressuscitastes pela fé no poder de
Deus, que o ressuscitou dentre os mortos.

8ª Declaração - Cremos na necessidade e na


possibilidade que temos de viver vida santa6 medi-
ante a obra expiatória e redentora de Jesus no
Calvário, através do poder regenerador, inspirador
e santificador do Espírito Santo, que nos capacita a
viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo.

(Hebreus 9.14) - Quanto mais o sangue de Cristo,


que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo
imaculado a Deus, purificará as vossas consciências
das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?

6Compreende-se a santificação, como uma consciência de separação,


em que o crente nascido de novo, passa de uma vida pecaminosa a uma
postura de luta contra o pecado e a renúncia de hábitos que ferem os
princípios da palavra de Deus.

66
Confissão de fé

(1 Pedro 1.15-16) - Mas, como é Santo aquele que


vos chamou, sede vós também santos em toda a
vossa maneira de viver; Porquanto está escrito:
Sede santos, porque eu sou santo.

9ª Declaração - Cremos no batismo bíblico no


Espírito Santo7 que nos é dado por Deus mediante a
intercessão de Cristo, com a evidência inicial de
falar em outras línguas, conforme a sua vontade.

(Atos 1.5; 2.4) - Porque, na verdade, João batizou


com água, mas vós sereis batizados com o Espírito
Santo, não muito depois destes dias. E todos foram
cheios do Espírito Santo, e começaram a falar nou-
tras línguas, conforme o Espírito Santo lhes conce-
dia que falassem.

(Atos 10.44-46) - E, dizendo Pedro ainda estas pa-


lavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que
ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circunci-
são, todos quantos tinham vindo com Pedro, mara-
vilharam-se de que o dom do Espírito Santo se

7 Cremos que Deus concede inicialmente como o batismo no Espírito


Santo, um ou mais dons, no entanto, nada impede que o crente contin-
ue crescendo, “procurando com zelo os melhores dons”.

67
Confissão de fé

derramasse também sobre os gentios. Porque os


ouviam falar línguas, e magnificar a Deus.

(Atos 19.1-7) - E sucedeu que, enquanto Apolo esta-


va em Corinto, Paulo, tendo passado por todas as
regiões superiores, chegou a Éfeso; e achando ali
alguns discípulos, Disse-lhes: Recebestes vós já o
Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe:
Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo.
Perguntou-lhes, então: Em que sois batizados en-
tão? E eles disseram: No batismo de João. Mas
Paulo disse: Certamente João batizou com o batis-
mo de arrependimento, dizendo ao povo que cresse
no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cris-
to. E os que ouviram foram batizados em nome do
Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio
sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas, e
profetizavam. E estes eram, ao todo, uns doze ho-
mens.

68
Confissão de fé

10ª Declaração - Cremos na atualidade8 dos


dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à
Igreja para sua edificação, conforme sua soberana
vontade.

(1 Coríntios 12.1-12) - Acerca dos dons espirituais,


não quero, irmãos, que sejais ignorantes. Vós bem
sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos,
conforme éreis guiados. Portanto, vos quero fazer
compreender que ninguém que fala pelo Espírito de
Deus diz: Jesus é anátema, e ninguém pode dizer
que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo.
Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o
mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o
Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações,
mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas
a manifestação do Espírito é dada a cada um, para
o que for útil. Porque a um pelo Espírito é dada a
palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espíri-
to, a palavra da ciência; E a outro, pelo mesmo

8 A distribuição dos Dons Espirituais na Igreja manifesta a diversidade


da operação do Espírito Santo em favor do seu povo para edificar sua
Igreja. É notória a atualidade dos dons, uma vez que, o Senhor não
revoga suas promessas e até hoje tem derramado seu poder sobre a
terra.

69
Confissão de fé

Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os


dons de curar; E a outro a operação de maravilhas;
e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os
espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro
a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo
Espírito opera todas estas coisas, repartindo parti-
cularmente a cada um como quer. Porque, assim
como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos
os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim
é Cristo também.

11ª Declaração - Cremos na Segunda vinda


prémilenial9 de Cristo, em duas fases distintas:
Primeira - Invisível ao mundo, para arrebatar10 a
sua igreja fiel da terra, antes da grande tribulação
e Segunda - Visível e corporal, com sua igreja glori-
ficada, para reinar sobre o mundo durante mil
anos.

9 O pré-milenismo, ou pré-milenialismo, é a visão de que a segunda


vinda de Cristo ocorrerá antes do seu reino milenar e que esse reino
será um período literal de 1.000 anos.
10 O pré-tribulacionismo está diretamente ligado ao dispensacionalismo

clássico, que é o método futurista e literal de interpretação do


Apocalipse, defende que a Igreja será arrebatada antes do período da
grande tribulação.

70
Confissão de fé

(1 Tessalonicenses 4.16,17) - Porque o mesmo Se-


nhor descerá do céu com alarido, e com voz de ar-
canjo, e com a trombeta de Deus; e os que morre-
ram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós,
os que ficarmos vivos, seremos arrebatados junta-
mente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor
nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.

(1 Coríntios 15.51-54) - Eis aqui vos digo um misté-


rio: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos
seremos transformados; Num momento, num abrir
e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a
trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorrup-
tíveis, e nós seremos transformados. Porque con-
vém que isto que é corruptível se revista da incor-
ruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da
imortalidade. E, quando isto que é corruptível se
revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se
revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a pa-
lavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitó-
ria.

71
Confissão de fé

(Apocalipse 20.4) - E vi tronos; e assentaram-se


sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as
almas daqueles que foram degolados pelo testemu-
nho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não
adoraram a besta, nem a sua imagem, e não rece-
beram o sinal em suas testas nem em suas mãos; e
viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.

(Zacarias 14.5) - E fugireis pelo vale dos meus mon-


tes, pois o vale dos montes chegará até Azel; e fugi-
reis assim como fugistes de diante do terremoto nos
dias de Uzias, rei de Judá. Então virá o Senhor
meu Deus, e todos os santos contigo.

(Judas 14) - E destes profetizou também Enoque, o


sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o
Senhor com milhares de seus santos;

12ª Declaração - Cremos que todos os cristãos


comparecerão ante o tribunal de Cristo, para rece-

72
Confissão de fé

ber a recompensa11 dos seus feitos em favor da


causa de Cristo na Terra.

(2 Coríntios 5.10) - Porque todos devemos compare-


cer ante o tribunal de Cristo, para que cada um
receba segundo o que tiver feito por meio do corpo,
ou bem, ou mal.

13ª Declaração - Cremos no juízo vindouro que


recompensará os fiéis e condenará os infiéis12.

(Apocalipse 20.11-15) - E vi um grande trono bran-


co, e o que estava assentado sobre ele, de cuja pre-
sença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar
para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que
estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e
abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos
foram julgados pelas coisas que estavam escritas
nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os

11 Jesus prometeu recompensas para cada um conforme as suas obras,


porém é importante compreender que o galardão é consequência e
fruto da ação da graça de Deus em nós, sem o qual, jamais seríamos
considerados merecedores de qualquer coisa no céu.
12 Assim como a recompensa dos santos será de acordo com as obras, a

punição dos ímpios também será segundo as suas obras, conforme o


que for achado escrito nos livros das obras.

73
Confissão de fé

mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram


os mortos que neles havia; e foram julgados cada
um segundo as suas obras. E a morte e o inferno
foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda
morte. E aquele que não foi achado escrito no livro
da vida foi lançado no lago de fogo.

14ª Declaração - Cremos na vida eterna de gozo


e felicidade para os fiéis e de tristeza e tormento
para os infiéis.

(Mateus 25.46) - E irão estes para o tormento eter-


no, mas os justos para a vida eterna.

74
Confissão de fé

Avaliação

1) Por que é tão importante elaborar uma confissão


de fé detalhada e preferencialmente de forma escri-
ta?

2) Como podemos explicar que o Pai, o Filho e o


Espírito Santo, são três e ao mesmo tempo são um?

3) Por que afirmamos crer na necessidade absoluta


do novo nascimento?

4) Os dons espirituais são para nossos dias ou ces-


sou nos tempos da Igreja Primitiva?

5) É correto crer que Jesus vai voltar em duas eta-


pas?

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75
Seminário Bíblico Keryx

A disciplina do
jejum

76
A disciplina do jejum

Texto base: (Marcos 2.19-20) - E Jesus disse-lhes:


Podem porventura os filhos das bodas jejuar en-
quanto está com eles o esposo? Enquanto têm con-
sigo o esposo, não podem jejuar; Mas dias virão em
que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão na-
queles dias.

Introdução1: O jejum se define pela abstinência


total ou parcial de alimentos por um período defini-
do e propósito específico. Tem sido praticado pela
humanidade em praticamente todas as épocas,
nações, culturas e religiões.

I - Propósitos de jejum no Antigo Testa-


mento

Encontramos diferentes propósitos para o jejum na


antiga aliança.

1 O jejum pode ser praticado com finalidade espiritual ou medicinal,


visto que o jejum traz tremendos benefícios físicos com a desintoxi-
cação que produz no corpo, porém nosso estudo será o jejum bíblico.

77
A disciplina do jejum

Jejum para consagração2: O voto do nazireado


envolvia a abstinência de determinados tipos de
alimentos.

(Números 6.1-4) - E falou o Senhor a Moisés, dizen-


do: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando
um homem ou mulher se tiver separado, fazendo
voto de nazireu, para se separar ao Senhor, de vi-
nho e de bebida forte se apartará; vinagre de vinho,
nem vinagre de bebida forte não beberá; nem bebe-
rá alguma beberagem de uvas; nem uvas frescas
nem secas comerá. Todos os dias do seu nazireado
não comerá de coisa alguma, que se faz da vinha,
desde os caroços até às cascas.

Jejum como arrependimento de pecados3:


Samuel jejuou juntamente com o povo como um
sinal de arrependimento de pecados.

2 Deus desejava que o seu povo se tornasse um "reino de sacerdotes e


uma nação santa", e o nazireado era um passo que qualquer israelita,
homem ou mulher, podia dar, pois a pessoa colocava-se na condição de
uma vida consagrada a Deus e livre de contaminação. Incluindo a
prática do jejum.
3 Não somos perdoados por jejuar, mas o jejum pode traduzir exterior-

mente uma postura interior de quebrantamento.

78
A disciplina do jejum

(1 Samuel 7.5-6) - Disse mais Samuel: Congregai a


todo o Israel em Mizpá; e orarei por vós ao Senhor.
E congregaram-se em Mizpá, e tiraram água, e a
derramaram perante o Senhor, e jejuaram aquele
dia, e disseram ali: Pecamos contra o Senhor. E
julgava Samuel os filhos de Israel em Mizpá.

Jejum pela dor do luto: Davi jejuou em expres-


são de dor pela morte de Saul e Jônatas.

(2 Samuel 1.12) - E prantearam, e choraram, e


jejuaram até à tarde por Saul, e por Jônatas, seu
filho, e pelo povo do Senhor, e pela casa de Israel,
porque tinham caído à espada.

Jejum para buscar proteção divina4: Esdras


proclamou jejum pedindo a proteção e bênção de
Deus sobre sua viagem.

(Esdras 8.21) - Então apregoei ali um jejum junto


ao rio Aava, para nos humilharmos diante da face
de nosso Deus, para lhe pedirmos caminho seguro

4Nunca se deve usar o jejum como uma barganha com Deus, mas como
diz o salmista: (Salmos 51-17b) - A um coração quebrantado e contrito
não desprezarás, ó Deus.

79
A disciplina do jejum

para nós, para nossos filhos e para todos os nossos


bens.

Jejum para enfrentar situações difíceis: Ester


pede que seu povo jejue por ela, para seu encontro
com o rei.

(Ester 4.15-16) - Então disse Ester que tornassem a


dizer a Mardoqueu: Vai, ajunta a todos os judeus
que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não
comais nem bebais por três dias, nem de dia nem
de noite, e eu e as minhas servas também assim
jejuaremos. E assim irei ter com o rei, ainda que
não seja segundo a lei; e se perecer, pereci.

Jejum como intercessão5: Daniel orando e jeju-


ando por Jerusalém e por seu povo.

(Daniel 9.3, 10.2-3) - E eu dirigi o meu rosto ao


Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas,
com jejum, e saco e cinza. Naqueles dias eu, Daniel,
estive triste por três semanas. Alimento desejável

5A oração e o jejum são essenciais nesse processo de Intercessão, pois


se estamos dispostos a morrer por Cristo, estamos dispostos a morrer
pelo próximo e colocar-se na brecha é um tipo de morte.

80
A disciplina do jejum

não comi, nem carne nem vinho entraram na mi-


nha boca, nem me ungi com unguento, até que se
cumpriram as três semanas.

II - Propósitos de jejum no Novo Testa-


mento: Um dos propósitos mais notório encontra-
do no Novo Testamento acerca do jejum é a prepa-
ração.

Jejum como preparação para a batalha espi-


ritual6: Jesus mencionou que determinadas castas
de demônios só sairão por meio de oração e jejum,
que trazem um maior revestimento de autoridade.

(Mateus 17.21) - Mas esta casta de demônios não se


expulsa senão pela oração e pelo jejum.

Jejum como preparação para o ministério7:


Jesus só começou seu ministério depois de ter sido
cheio do Espírito Santo e se preparado em jejum no
deserto.

6 A prática do jejum desenvolve o exercício da autoridade espiritual.


Sendo uma atitude individual e contínua no contexto da Batalha Espir-
itual.
7 O jejum prepara a terra, quebra o orgulho, disciplina o corpo e hu-

milha a alma.

81
A disciplina do jejum

(Lucas 4.1-2, 13-14) - E Jesus, cheio do Espírito


Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao
deserto; E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e
naqueles dias não comeu coisa alguma; e, termina-
dos eles, teve fome. E, acabando o diabo toda a
tentação, ausentou-se dele por algum tempo. Então,
pela virtude do Espírito, voltou Jesus para a Gali-
léia, e a sua fama correu por todas as terras em
derredor.

III - O jejum que agrada a Deus: (Isaías


58.5-8) - Seria este o jejum que eu escolheria, que o
homem um dia aflija a sua alma, que incline a sua
cabeça como o junco, e estenda debaixo de si saco e
cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aprazível ao
Senhor? Porventura não é este o jejum que escolhi,
que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças
as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimi-
dos, e despedaces todo o jugo? Porventura não é
também que repartas o teu pão com o faminto, e
recolhas em casa os pobres abandonados; e, quando
vires o nu, o cubras, e não te escondas da tua car-
ne? Então romperá a tua luz como a alva, e a tua

82
A disciplina do jejum

cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá


adiante de ti, e a glória do Senhor será a tua reta-
guarda.

Conclusão: Se você não está acostumado a jejuar,


comece com um jejum pequeno e vai aumentando
aos poucos.

Se você sentir de Deus que deve parar, pare. Se


você tem problemas de saúde, procure uma opinião
médica antes de iniciar, então é só começar!

83
A disciplina do jejum

Avaliação

1) Encontramos diferentes propósitos para o jejum


no Antigo Testamento, como podemos aplicar esses
propósitos em nossa realidade atual?

2) Qual é o papel do jejum no contexto da Batalha


Espiritual?

3) O jejum como preparação para o ministério, é


uma condição obrigatória?

4) Segundo Isaías 58.5, qual é o jejum que agrada a


Deus?

5) O recém convertido deve jejuar por longos perío-


dos?

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84
A disciplina do jejum

E Jesus disse-lhes: Podem porventura os filhos das


bodas jejuar enquanto está com eles o esposo? En-
quanto têm consigo o esposo, não podem jejuar;
Mas dias virão em que lhes será tirado o esposo, e
então jejuarão naqueles dias.

(Marcos 2.19-20)

85
Seminário Bíblico Keryx

Desenvolvendo a
vida de oração

86
Desenvolvendo a vida de oração

Texto base: (1 Tessalonicenses 5.17) - Orai sem


cessar.

Introdução: Ao longo dos séculos na Igreja, mui-


tos homens e mulheres têm testemunhado inúme-
ras bênçãos do Senhor sobre suas vidas, porém,
podemos afirmar que não é possível desfrutar de
um cristianismo completo, se não houver uma vida
ativa de oração.

Conceito: Oração é diálogo, em uma conversa


sempre existe a hora de falar e também de ouvir.
Faça suas petições e interceda, não economize tem-
po diante daquele que te ama.

I - Princípios sobre oração1: O Senhor Jesus


Cristo abriu o caminho da oração para todos aque-
les que amam a Deus, possam entrar em sua pre-
sença, porém existem alguns princípios a serem
observados.

1Não há uma regra específica para orar, porém a oração esta presente
em toda a bíblia, e podemos observar alguns princípios que norteiam
esse tema tão importante.

87
Desenvolvendo a vida de oração

Ter a motivação correta2: (Tiago 4.3) - Pedis, e


não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes
em vossos deleites.

Evitar as repetições3: (Mateus 6.7) - E, quando


orardes, não useis de vãs repetições, como fazem os
pagãos, pois imaginavam que devido ao seu muito
falar serão ouvidos.

Recompensa na intimidade: (Mateus 6.6) - Tu,


porém, quando orares, entra no teu quarto e, fecha-
da a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e
teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.

O poder da concordância4: (Mateus 18.18-20) -


Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na
terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na
terra será desligado no céu. Também vos digo que,

2 Tiago apresenta uma motivação inaceitável daqueles que pedem para


esbanjar em seus prazeres e deleites. A condição essencial de toda
oração se encontra em I João 5.14: "Se pedirmos alguma coisa, segundo
a sua vontade, Ele nos ouve”.
3 Tal atitude é como se a oração fosse um esforço para vencer a má

vontade de Deus em responder, cansando-o com nossas palavras.


4 Segundo D. L. Moody em seu comentário de Mateus, a promessa de

que a oração será atendida se ao menos dois concordarem, fornece


uma prova adicional de que as decisões tomadas através de oração pela
congregação serão divinamente aprovadas.

88
Desenvolvendo a vida de oração

se dois de vós concordarem na terra acerca de qual-


quer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu
Pai, que está nos céus. Porque, onde estiverem dois
ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio
deles.

A certeza da resposta5: (Mateus 21.22) - E, tudo o


que pedirdes em oração, crendo, o recebereis.

II - Passos para desenvolver a vida de


oração: Desenvolver hábitos saudáveis de oração
pode fazer toda a diferença na vida de todo cristão.

O altar6: Determine um lugar para orar, esse será


o seu cantinho de oração, busque um lugar que lhe
proporcione intimidade com Deus, edifique um
altar espiritual de oração.

O compromisso: Estabeleça metas de tempo para


oração, comece aos poucos, indo aumentando pro-
gressivamente, e assuma o compromisso de separar

5 Jesus explicou que o favor divino está à nossa disposição através da


oração da fé, porém esse tipo de fé terá êxito quanto às petições que
são da vontade de Deus.
6 Alimente o fogo da oração! (Levítico 6.13) - O fogo arderá continua-

mente sobre o altar; não se apagará.

89
Desenvolvendo a vida de oração

esse tempo, ainda que seja para ficar em silêncio na


presença do Senhor.

O louvor: Entre na presença do Senhor com louvor


e ação de graças, cantar para Deus é uma expres-
são poderosa de adoração, louve ao Senhor pelo o
que Ele, é e não deixe de reconhecer todo o bem que
Ele tem lhe proporcionado, em especial pela sua
salvação.

O arrependimento7: Pedir perdão ao Senhor por


todos os pecados, sejam conscientes ou não, é fun-
damental para desenvolver um relacionamento com
Deus através da oração.

III - Oração como um estilo de vida8: Todos


nós sabemos que a oração é um elo entre os homens

7 O Arrependimento é tão importante na oração, pois segundo Isaías, as


iniquidades do povo fazia um tipo de barreira entre eles e Deus: (Isaías
59.2) - Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso
Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não
vos ouça.
8 A oração não deve ser feita como uma obrigação ou algo forçado. Vai

muito além do que meras palavras. Deve ser um estilo de vida. É im-
portante termos a consciência que, ao orarmos os céus se movem e
Deus não está com seus ouvidos fechados, Jesus intercede por nós e o
Espírito Santo também intercede por nós com gemidos inexprimíveis.

90
Desenvolvendo a vida de oração

e Deus. É através da oração que cultivamos um


relacionamento de amor com o Pai.

Não desista de orar, não desista do seu relaciona-


mento com Deus.

Quando lhe faltarem palavras, volte-se para a ora-


ção dominical que é o modelo mais belo e ao mesmo
tempo simples que Jesus nos ensinou.

(Mateus 6.9-13) - Portanto, vós orareis assim: Pai


nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu
nome; Venha o teu reino, seja feita a tua vontade,
assim na terra como no céu; O pão nosso de cada
dia nos dá hoje; E perdoa-nos as nossas dívidas,
assim como nós perdoamos aos nossos devedores; E
não nos conduzas à tentação; mas livra-nos do mal;
porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para
sempre. Amém.

91
Desenvolvendo a vida de oração

Conclusão: Orar é falar com Deus e qual filho não


ama falar e ouvir a voz doce de um Pai de amor. A
oração nos inspira a sermos santos como nosso
Deus é santo. Comece já!

“Orar é conectar o altar com o trono, a fraqueza


humana à onipotência divina. Orar é falar com
aquele que está entronizado acima dos queru-
bins e governa o universo. Não há nenhuma for-
ça mais poderosa na terra do que a oração, pois a
palavra de Deus diz que muito pode, por sua efi-
cácia, a súplica do justo”.

(Hernandes Dias Lopes)9

9Palavras do Reverendo Hernandes Dias Lopes extraídas de um sermão


sobre oração ministrado por ele.

92
Desenvolvendo a vida de oração

Avaliação

1) Em que situações podemos afirmar que estamos


orando com a motivação errada?

2) Por que é importante levantar um altar espiritu-


al de oração, uma vez que podemos orar em qual-
quer lugar?

3) Certamente que o pecado não confessado é um


grave problema na vida do cristão, no entanto,
baseado em Isaías 59.2, como podemos interpretar
a expressão “as vossas iniquidades fazem separação
entre vós e o vosso Deus”?

4) Como desenvolver a oração como um estilo de


vida?

5) Os discípulos pediram ao Senhor Jesus que lhes


ensinassem a orar, e Ele ensinou a oração do “Pai
Nosso”, devemos então repetir essa oração diaria-
mente?

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93
Seminário Bíblico Keryx

Semear com sabedoria

94
Semear com sabedoria

Texto base: (2 Coríntios 9.6-8) - E digo isto: Que


o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que
semeia em abundância, em abundância ceifará.
Cada um contribua segundo propôs no seu coração;
não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus
ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para
fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que
tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis
em toda a boa obra;

Introdução1: (2 Coríntios 9.10) - Ora, aquele que


dá a semente ao que semeia, também vos dê pão
para comer, e multiplique a vossa sementeira, e
aumente os frutos da vossa justiça;

A sementeira2: Está diretamente ligado à ação de


semear, lançar na terra a semente para que a plan-
ta germine, cresça e dê fruto.

1 Tanto a semente quanto o pão vem de Deus e devemos tomar


cuidado para não comer a semente e semear o pão.
2 Existem plantas que são propagadas vegetativamente, ou seja, uma

parte da planta que não é a semente é plantada e pode se desenvolver


e completar o seu ciclo. Isso ilustra que há muitas maneiras de semear
no Reino de Deus.

95
Semear com sabedoria

Do hebraico ‫ זרע‬zera3: Semente, semeadura, sê-


men viril, descendentes, posteridade; A qualidade
moral; Um praticante da justiça; Tempo de semear.

I - A oportunidade de ofertar: A Igreja de


Cristo é privilegiada pela grande oportunidade de
semear no reino de Deus.

(2 Samuel 24.22-24)4 - Araúna disse a Davi: "O meu


senhor e rei pode ficar com o que quiser e ofereça-o
em sacrifício. Aqui estão os bois para o holocausto,
e o debulhador e o jugo dos bois para a lenha. Ó rei,
eu dou tudo isso a ti". E acrescentou: "Que o Senhor
teu Deus aceite a tua oferta". Mas o rei respondeu a
Araúna: "Não!5 Faço questão de pagar o preço justo.
Não oferecerei ao Senhor meu Deus holocaustos

3 Dicionário Bíblico Strong - Léxico Hebraico, Aramaico e Grego - SBB -


2233.
4 Muitas são pregadores da Teologia da Prosperidade que usam esse

texto para dizer que não podemos dar ao Senhor algo que não nos
custe, no entanto quero chamar a atenção não para o fato de Davi
pagar pela oferta, mas que Araúna, o jebuseu, foi impedido de ofertar.
Isso mostra que temos um grande privilégio como igreja de apresentar
nossas ofertas ao Senhor.
5 Encontramos nesse texto o desejo de Araúna de ofertar a Deus,

porém foi impedido por Davi que entendia o valor de uma oferta.

96
Semear com sabedoria

que não me custem nada". Davi comprou, pois, a


eira e os bois por cinquenta peças de prata.

II - Princípios do dízimo6: O dízimo é um prin-


cípio importantíssimo de fidelidade e bênção, que
devemos observar até os dias de hoje.

O dízimo de gratidão7: (Gênesis 14.18-20) - E


Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e
era este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o,
e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o
Possuidor dos céus e da terra; E bendito seja o Deus
Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas
mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.

O dízimo do mandamento8: (Números 18.24) -


Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferece-
rem ao Senhor em oferta alçada, tenho dado por

6 Etimologicamente dízimo (latim decimus), significa a décima parte de


algo. Historicamente eram pagos na forma de bens, e encontra suas
origens no judaísmo.
7 Podemos observar que Abraão foi abençoado antes de entregar o

dízimo a Melquisedeque. Ele deu o dízimo de gratidão pela vitória


concedida por Deus.
8 Deus ordenou que cada tribo trouxesse os dízimos ao templo, que

serviriam de sustento aos levitas, pois eles não tiveram parte na heran-
ça.

97
Semear com sabedoria

herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No


meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão.

O dízimo de Malaquias9: (Malaquias 3.10-11) -


Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que
haja mantimento na minha casa, e depois fazei
prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se
eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar
sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar
suficiente para a recolherdes. E por causa de vós
repreenderei o devorador, e ele não destruirá os
frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não
será estéril, diz o Senhor dos Exércitos.

O dízimo no Novo Testamento10: (Mateus 23.23)


- Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que
dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e despre-
zais o mais importante da lei, o juízo, a misericór-

9 Não podemos deixar de considerar o contexto de Malaquias, em que a


questão do dízimo não era o dízimo em si, mas uma questão da
obediência do povo de Israel, em cumprir os termos da aliança que
Deus tinha feito com eles, de cultuar a Deus da forma correta.
10 O Novo Testamento não fala diretamente se o dízimo é válido para o

cristão, mas assume que o verdadeiro seguidor de Jesus vai contribuir


generosamente para a igreja. Na passagem de Mateus, Jesus estava
mostrando o perigo de confiar apenas em regras e rituais, sem ter o
coração voltado à justiça, fé e misericórdia.

98
Semear com sabedoria

dia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não


omitir aquelas.

Conclusão: O princípio de dar é uma bem-


aventurança anunciada por aquele que deu a maior
oferta que Deus já pôde receber, Jesus Cristo de
Nazaré.

(Atos 20.35) - Tenho-vos mostrado em tudo que,


trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfer-
mos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que
disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que
receber.

Semeie nesse ministério


PIX: seminariokeryx@gmail.com

99
Semear com sabedoria

Avaliação

1) Por que podemos associar a oferta com uma se-


mente?

2) Por que podemos afirmar que ofertar é uma


oportunidade?

3) Porque Abraão deu o dízimo a Melquisedeque?

4) Baseado em Malaquias 3, podemos afirmar que


aquele que não dá o dízimo é atacado por um de-
mônio chamado devorador?

5) Segundo o Novo Testamento, devemos considerar


o dízimo como obrigatório em nossos dias?

Acesse o QR Code para Responder o Questionário

100
Semear com sabedoria

E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também


ceifará; e o que semeia em abundância, em abun-
dância ceifará. Cada um contribua segundo propôs
no seu coração; não com tristeza, ou por necessida-
de; porque Deus ama ao que dá com alegria. E Deus
é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça,
a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a sufici-
ência, abundeis em toda a boa obra;

(2 Coríntios 9.6-8)

101
Seminário Bíblico Keryx

Batismo em águas

102
Batismo em águas

Texto base: (Mateus 28.19) - Ide, portanto, fazei


discípulos de todas as nações, batizando-as em
nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo.

I - Batismo por imersão1

A palavra batismo vem do grego baptismos


(βαπτισμος), que significa: Mergulho, submersão;
Lavagem, purificação efetuada por meio de água.

(Mateus 3.16)2 - E, sendo Jesus batizado, saiu logo


da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o
Espírito de Deus descendo como pomba e vindo
sobre Ele.

1 A bíblia não é arbitrária quanto ao método do batismo, se por as-


persão ou imersão, no entanto, os exemplos nos falam sempre de
batismos em rios, o que indica um batismo por imersão. Além de que, a
própria etimologia da palavra batismo refere-se a mergulho.
2 A narrativa a cerca do batismo de Jesus, diz que Ele saiu logo da água,

com isso podemos inferir que Ele foi batizado por imersão, pois se Ele
saiu, podemos entender que Ele entrou de corpo todo nas águas do rio
Jordão.

103
Batismo em águas

II - O batismo identifica o crente com


Cristo3: Em sua morte, sepultamento e ressurrei-
ção.

(Romanos 6.3-4) - Ou não sabeis que todos quantos


fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados
na sua morte? De sorte que fomos sepultados com
Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo
foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do
Pai, assim andemos nós também em novidade de
vida.

III - É símbolo da morte para o mundo de


pecado4: Sabemos que o batismo não irá impedir o
crente de pecar, porém o torna livre da escravidão
do pecado.

3 Compreendemos o batismo cristão além de mero ritualismo, cremos


se tratar de um ato extremamente espiritual que principalmente nos
identifica com Cristo em sua morte, sepultamento e ressurreição.
4 Todo ser humano longe de Deus é escravo do pecado, alguns mais e

outros menos, porém todos são impossibilitados de resistir aos desejos


terrenos, porque são escravos da carne. Mas no batismo, o crente
morre para o pecado e passa a ter a condição necessária para resistir ao
pecado, iniciando assim uma vida de santificação.

104
Batismo em águas

(Romanos 6.6-7)5 - Sabendo isto, que o nosso ho-


mem velho foi com Ele crucificado, para que o corpo
do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais
ao pecado. Porque aquele que está morto está justi-
ficado do pecado.

IV - O batismo é o selo de propriedade de


Deus: Ao descer às águas, o crente recebe uma
marca de identificação espiritual, tornando-o notó-
rio no mundo espiritual como propriedade de Deus.

(2 Coríntios 1.21-22)6 - Ora, é Deus que faz que nós


e vocês permaneçamos firmes em Cristo. Ele nos
ungiu, nos selou como sua propriedade e pôs o seu
Espírito em nossos corações como garantia do que
está por vir.

5 Se o salário do pecado é a morte, e o batismo representa a morte do


crente para o pecado, logo o pecado não tem mais como pagar o seu
salário.
6 Segundo D. L. Mooddy em seu comentário de 2 Coríntios, o verbo

(krio) traduzido para ungiu foi usado em relação à unção do Espírito


Santo e o nome Cristo ("O Ungido") vem da mesma raiz. O penhor é o
pagamento inicial de uma compra; uma garantia. Somos propriedade
dEle.

105
Batismo em águas

(2 Timóteo 2.19)7 - Todavia o fundamento de Deus


fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que
são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo
aparte-se da iniquidade.

V - O batismo não salva, mas acompanha


a salvação8: (Marcos 16.16) - Quem crer e for
batizado será salvo; mas quem não crer será conde-
nado.

Jesus disse que quem crer (e for batizado por crer)


será salvo e quem não crer será condenado, Ele não
disse "quem não for batizado será condenado", mas
sim "quem não crer".

O batismo segue a fé que nos leva à salvação, mas


ele em si não é um meio de salvação.

7 Uma marca que é identificada na vida do crente selado, é sem dúvida,


que ele se aparta da iniquidade e do pecado. Saber que pertencemos
ao Senhor nos trás uma consciência de separação para sermos santos e
irrepreensíveis.
8 É possível que uma pessoa não batizada seja salva, não obstante, é

impossível ser salvo se não crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus e
morreu para pagar pelos nossos pecados.

106
Batismo em águas

(Lucas 23.40-42)9 - Respondendo, porém, o outro


[ladrão], repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda te-
mes a Deus, estando na mesma condenação? E nós,
na verdade, com justiça, porque recebemos o que os
nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez.
E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando
entrares no teu reino.

VI - Quem pode se batizar?

(Atos 2.41)10 - De sorte que foram batizados os que


de bom grado receberam a sua palavra; e naquele
dia agregaram-se quase três mil almas.

VII - Quando a pessoa está apta para o


batismo?

(Atos 8.36-38)11 - E, indo eles caminhando, chega-


ram ao pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis

9 Aquele ladrão que foi crucificado com Jesus não tinha condições de
passar pelo batismo, mas creu, reconhecendo que Jesus é Senhor e Rei.
E Jesus respondeu dizendo que naquele mesmo dia o ladrão estaria
com Ele no Paraíso.
10 É comum encontrarmos na cristandade, denominações que re-

stringem a ministração do batismo, relacionando condições de san-


tidade do batizando, no entanto, a bíblia diz claramente que foram
batizados os que de bom grado receberam a sua palavra, sendo essa a
única exigência, e não por estarem sem pecado.

107
Batismo em águas

aqui água; que impede que eu seja batizado? E


disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E,
respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o
Filho de Deus. E mandou parar o carro, e desceram
ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o bati-
zou.

VIII - Quantas vezes é necessário se bati-


zar?

(Efésios 4.5)12 - Um só Senhor, uma só fé, um só


batismo;

O batismo deve ser ministrado apenas uma única


vez aos novos convertidos, no início da vida cristã.

11 Outro dilema que encontramos frequentemente é o de pessoas


afirmando não estarem preparadas para descer às águas do batismo,
sendo essa alegação outro equívoco, pois como no episódio do Eunuco,
a única condição foi crer de todo coração que Jesus Cristo é o Filho de
Deus.
12 Algumas denominações não reconhecem o batismo ministrado por

outra igreja, no entanto a bíblia diz que há um só batismo. Sendo ele


ministrado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, deve ser
validado independente da igreja que ministra.

108
Batismo em águas

Conclusão: É através do batismo que o novo con-


vertido passa a fazer parte da igreja local.

Batismo em águas é um ato de muita seriedade,


que nenhum cristão deve demorar nem um minuto
para cumprir a justiça de Deus.

O batismo significa morrer para o pecado e ressus-


citar para uma nova vida em Cristo;

É a disposição de viver de acordo com a vontade de


Deus;

É a identificação com o povo da aliança de Deus, ou


seja, a igreja de Jesus Cristo!

109
Batismo em águas

Avaliação

1) Por que os evangélicos não reconhecem o batismo


da igreja católica?

2) Em que aspecto o batismo identifica o crente com


Cristo?

3) Podemos afirmar que o batismo é um símbolo da


morte para o mundo de pecado?

4) Se o batismo não salva, por que precisamos bati-


zar?

5) Quando uma pessoa está pronta para descer às


águas do batismo?

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110
Batismo em águas

Ide, portanto, fazei discípulos de todas as na-


ções, batizando-as em nome do Pai, do Filho, e
do Espírito Santo.

(Mateus 28.19)

111
Seminário Bíblico Keryx

A ceia que traz vida

112
A ceia que traz vida

Texto base: (1 Coríntios 11.23-25) - Porque eu


recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o
Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o
pão; E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai,
comei; isto é o meu corpo que é partido por vós;
fazei isto em memória de mim. Semelhantemente
também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo:
Este cálice é o novo testamento no meu sangue;
fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória
de mim.

Introdução: Desmistificando o Conceito.

(1 Coríntios 11.27-34)1 - De modo que qualquer que


comer do pão, ou beber do cálice do Senhor indig-
namente, será culpado do corpo e do sangue do
Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e
assim coma do pão e beba do cálice. Porque quem

1 Havia um grave problema de desordem na igreja de Corinto, o que


trouxe consequências seríssimas, ao ponto de Paulo dizer que eles
tomavam a Ceia para a própria condenação e que muitos até morriam
em decorrência disso, porém, observe que Paulo não estabelece
nenhuma restrição ou condição para tomar a Ceia, ele apenas orienta
que cada um examine-se a si próprio e então coma do pão e beba do
cálice. Isso nos indica que tomar a Ceia indignamente está relacionado
ao não discernimento do corpo e do sangue de Cristo.

113
A ceia que traz vida

come e bebe, come e bebe para sua própria conde-


nação, se não discernir o corpo do Senhor. Por cau-
sa disto há entre vós muitos fracos e enfermos, e
muitos que dormem. Mas, se nós nos julgássemos a
nós mesmos, não seríamos julgados; quando, po-
rém, somos julgados pelo Senhor, somos corrigidos,
para não sermos condenados com o mundo. Portan-
to, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer,
esperai uns pelos outros. Se algum tiver fome, coma
em casa, a fim de que não vos reunais para conde-
nação vossa. E as demais coisas eu as ordenarei
quando for.

(1 Coríntios 11.20-22)2 - De sorte que, quando vos


ajuntais num lugar, não é para comer a ceia do
Senhor. Porque, comendo, cada um toma antecipa-
damente a sua própria ceia; e assim um tem fome e
outro embriaga-se. Não tendes porventura casas

2 Nos versículos que antecedem o texto polêmico, Paulo aplica um


ensinamento aos crentes desordeiros de Corinto, falando sobre a
consequência de tomar a Ceia indignamente, todos nós somos indignos
por natureza, mas os crentes em Corinto estavam chegando ao ponto
de embriagar-se em um momento que deve ser celebrado com muita
reverência. Eles feriam o principal fundamento de tomar a Ceia que é a
comunhão, desprezando os mais pobres e pecando sobremaneira por
isso.

114
A ceia que traz vida

para comer e para beber? Ou desprezais a igreja de


Deus, e envergonhais os que nada têm? Que vos
direi? Louvar-vos-ei? Nisto não vos louvo.

3Participar indignamente não se refere à pessoa


que participa, mas à maneira pela qual participa.
Todos nós somos indignos, porém discernir o corpo
do Senhor é a condição fundamental.

Proposição4: Quem toma a Ceia do Senhor está


mostrando que aceitou o sacrifício de Jesus pelos
seus pecados e recebe a Vida em si mesmo para
desfrutar da essência da comunhão com o nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo.

I - O chamado divino5: (1 Coríntios 1.9) - Fiel é


Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão
de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor.

3 Discernir o corpo do Senhor é encontrar a essência da comunhão,


tanto com os irmãos, como com o próprio Jesus. Ceia é um ato material
que reflete uma realidade espiritual, não apenas uma liturgia religiosa.
4 Entendemos que nenhum crente deve rejeitar a Ceia do Senhor, uma

vez que ao participar dessa célebre comunhão, ele que se recebe a Vida
de Cristo.
5 Comunhão, em seu sentido completo, implica em atividade, não é

meramente contemplação, é ação e Deus nos chama para a comunhão

115
A ceia que traz vida

II - O poder da consagração6: (1 Coríntios


10.15-16) - Falo como a entendidos; julgai vós mes-
mos o que digo. Porventura o cálice de bênção que
abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cris-
to? O pão que partimos, não é porventura a comu-
nhão do corpo de Cristo?

III - Comunhão entre os irmãos7: (1 Corín-


tios 10.17) - Pois nós, embora muitos, somos um só
pão, um só corpo; porque todos participamos de um
mesmo pão.

Um aspecto importante da celebração da Ceia, é


que ela nos reúne, os muitos, no único corpo do
Cristo, juntando-nos assim na sólida comunhão uns
com os outros.

com seu Filho. A principal atitude que representa essa comunhão é a


Ceia do Senhor, pois ao participarmos, estamos participando da co-
munhão com o próprio Jesus.
6 O poder que há na oração é demonstrado no ato de consagrar os

elementos, trazendo grande importância ao ministrar a Ceia no contex-


to da Igreja e nunca de forma individual.
7 Paulo fez questão de que na celebração fosse tomado um só grande

pão de pouca espessura, para que todos partilhassem entre si verdadei-


ramente o mesmo pão. No entanto, isso não era mero símbolo. Ao
comerem juntos do mesmo pão, ao participarem em comunhão no
corpo sacrificado de Cristo acontece a essência da comunhão entre os
irmãos.

116
A ceia que traz vida

IV - O alimento que traz vida8: (João 6.53-57)


- Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos
digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem, e
não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós
mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu
sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no
último dia. Porque a minha carne verdadeiramente
é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebi-
da. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue
permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai,
que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim,
quem de mim se alimenta, também viverá por mim.

V - Memorial da morte de Cristo9: (1 Corín-


tios 11.26) - Porque todas as vezes que comerdes
este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do
Senhor, até que venha.

8 O pão e vinho consagrados nos comunica a própria Vida, para que no


amor e santidade possamos nos tornar sinais de sua presença e receber
o verdadeiro alimento que trás Vida.
9 A Ceia é um momento especial no qual os cristãos refletem sobre o

Salvador sofredor para serem lembrados do alto preço que ele pagou
por nossos pecados. Celebrar a morte do Senhor é anunciar a sua
salvação.

117
A ceia que traz vida

VI - É a principal marca da nova aliança10:


(1 Coríntios 11.24-26) - E, havendo dado graças, o
partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que
é partido por vós; fazei isto em memória de mim.
Semelhantemente também, depois de cear, tomou o
cálice, dizendo: Este cálice é o novo pacto no meu
sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes,
em memória de mim. Porque todas as vezes que
comerdes deste pão e beberdes do cálice estareis
anunciando a morte do Senhor, até que ele venha.

Conclusão: A Ceia do Senhor descortina dois


quadros, o passado e o futuro. O passado porque
representa o sacrifício que Jesus fez por nós na cruz
do calvário; E o futuro, porque devemos celebrá-la
até que Ele venha em toda plenitude de sua Glória!

Bem-vindo à família de Deus!

10Se a lei era a principal marca da Antiga Aliança, o Corpo e o Sangue


de Cristo são as da Nova Aliança. Ninguém pode ter comunhão com
Deus se não por esse princípio.

118
A ceia que traz vida

Avaliação
1) Levando em consideração o contexto de 1 Corín-
tios 11.17-34, qual o significado de tomar a ceia
indignamente?

2) Quem toma a ceia do Senhor está demonstrando


que aceitou o sacrifício de Jesus pelos seus pecados,
mas qual é o principal aspecto desse ato do ponto
de vista espiritual?

3) Qual é a principal relação entre o chamado divi-


no para comunhão com Jesus Cristo e a ceia do
Senhor?

4) Qual a principal lição que João 6.53-57 nos traz,


em que Jesus diz que quem não comer sua carne e
não beber o seu sangue, não terá vida em si mes-
mo?

5) Por que podemos afirmar que a ceia do Senhor


representa o passado e o futuro?

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119
Seminário Bíblico Keryx

Conteúdo extracurricular

Introdução ao Discipulado

(Mateus 10.24-25a) - Não é o discípulo mais do que


o Mestre, nem o servo mais do que o seu Senhor.
Basta ao discípulo ser como seu Mestre, e ao servo
como seu Senhor.

Por definição, um discípulo é um seguidor, aquele


que aceita e auxilia na divulgação das doutrinas de
seu Mestre. Um discípulo cristão é uma pessoa que
aceita e auxilia na divulgação das boas novas de
Jesus Cristo. O discipulado cristão é o processo pelo
qual os discípulos crescem no Senhor Jesus Cristo e
são equipados pelo Espírito Santo, que reside em
seus corações, para superar as pressões e provações
desta vida presente, e tornar-se cada vez mais se-
melhantes a Cristo.

Esse processo exige que os crentes respondam


ao impulso do Espírito Santo para examinar seus
pensamentos, palavras e ações e comparando-as

120
Conteúdo extracurricular

com a Palavra de Deus. Isso requer que estejamos


na Palavra diariamente, estudando, orando e obe-
decendo. Além disso, sempre devemos estar prontos
para dar testemunho do motivo da esperança que
está dentro de nós (1Pedro 3.15) e para discipular
os outros a andar em Seu caminho.

De acordo com a Escritura, ser um discípulo cristão


envolve um crescimento pessoal caracterizado pelo
seguinte:

Deve colocar Jesus em primeiro lugar

(Marcos 8.34-38) - E chamando a si a multidão, com


os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir
após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz,
e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua
vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua
vida por amor de mim e do evangelho, esse a salva-
rá. Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o
mundo e perder a sua alma? Ou, que daria o ho-
mem pelo resgate da sua alma? Porquanto, qual-
quer que, entre esta geração adúltera e pecadora,
se envergonhar de mim e das minhas palavras,

121
Conteúdo extracurricular

também o Filho do homem se envergonhará dele,


quando vier na glória de seu Pai, com os santos
anjos.

O discípulo de Cristo precisa ser separado do


mundo. Nosso foco deve estar no nosso Senhor e
agradá-Lo em todas as áreas da nossa vida. Deve-
mos nos livrar do egocentrismo e assumir uma vida
centrada em Cristo.

Deve seguir os ensinamentos de Jesus

(João 8.31-32) - Jesus dizia, pois, aos judeus que


criam nEle: Se vós permanecerdes na minha pala-
vra, verdadeiramente sereis meus discípulos; E
conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.

Devemos ser filhos obedientes e praticantes da


Palavra. A obediência é o teste supremo da fé em
Deus, e Jesus é o exemplo perfeito da obediência,
pois Ele viveu uma vida na Terra de completa obe-
diência ao Pai até o ponto da morte (Filipenses 2.6-
8).

122
Conteúdo extracurricular

Deve ser frutífero no Senhor

(João 15.5-8) - Eu sou a videira, vós as varas; quem


está em mim, e Eu nele, esse dá muito fruto; por-
que sem mim nada podeis fazer. Se alguém não
estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e
secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem. Se
vós estiverdes em mim, e as minhas palavras esti-
verem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos
será feito. Nisto é glorificado meu Pai, que deis
muito fruto; e assim sereis meus discípulos.

O nosso dever não se trata de produzir frutos


por nós mesmos. O nosso dever se trata de perma-
necer em Cristo e, se o fizermos, o Espírito Santo
produzirá o fruto, e esse fruto é o resultado da nos-
sa obediência. À medida que nos tornamos mais
obedientes ao Senhor e aprendemos a caminhar em
seus caminhos, nossas vidas mudarão. A maior
mudança ocorrerá em nossos corações, e esse
transbordamento resultará em uma nova conduta
(pensamentos, palavras e ações) representativa
dessa mudança. A mudança que buscamos é feita

123
Conteúdo extracurricular

de dentro para fora, através do poder do Espírito


Santo. Não é algo que possamos conquistar sozi-
nhos.

Deve amar outros discípulos

(João 13.34-35) - Um novo mandamento vos dou:


Que vos ameis uns aos outros; como Eu vos amei a
vós, que também vós uns aos outros vos ameis.
Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se
vos amardes uns aos outros.

A bíblia ensina que o amor por outros crentes é


a prova de que somos membros da família de Deus
(1João 3.10). O amor é definido e elaborado em
1Coríntios 13.1-13. Estes versículos nos mostram
que o amor não é uma emoção, mas é ação. Deve-
mos fazer algo e nos envolver no processo. Além
disso, somos instruídos a pensar mais nos outros do
que em nós mesmos e a cuidar dos seus interesses
(Filipenses 2.3-4).

O versículo seguinte em Filipenses (versículo 5)


resume realmente o que devemos fazer quando se

124
Conteúdo extracurricular

trata de tudo na vida: “Tende em vós o mesmo sen-


timento que houve também em Cristo Jesus”.

Que exemplo perfeito Ele é para nós quanto a


tudo que devemos fazer em nossa caminhada cristã.

Evangelismo e o Discipulado

(Mateus 28.18-20) - E, chegando-se Jesus, falou-


lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na
terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as
coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou
convosco todos os dias, até a consumação dos sécu-
los. Amém.

Evangelizar é comunicar o Evangelho, de tal


forma que homens e mulheres tenham uma opor-
tunidade válida de aceitar a Jesus Cristo como
Senhor e Salvador, alcançando e discipulando os
que hão de herdar a vida eterna.

Devemos compartilhar nossa fé e contar aos


descrentes sobre as mudanças maravilhosas que

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Conteúdo extracurricular

Jesus Cristo tem feito em nossas vidas. Não impor-


ta qual seja nosso nível de maturidade na vida
cristã, temos algo a oferecer. Muitas vezes, acredi-
tamos na mentira de satanás que realmente não
sabemos o suficiente ou não temos sido cristãos
tempo suficiente para fazer a diferença. Não é ver-
dade! Alguns dos representantes mais entusiasma-
dos da vida cristã são novos crentes que acabaram
de descobrir o incrível amor de Deus. Eles podem
não conhecer muitos versículos da bíblia ou o modo
mais “aceito” de dizer as coisas, mas experimenta-
ram o amor do Deus vivo, e é exatamente isso o que
devemos compartilhar.

O Discipulado é um ministério pessoal, ilimita-


do e flexível. É uma das formas mais rápidas de
aumentar o número de batismos e aprofundar a
qualidade de vida dos que são alcançados para
Cristo. Antes de conhecer as peculiaridades e os
métodos mais adequados a serem adotados, o mi-
nistro de Discipulado precisa saber de antemão o
que significa ser discípulo. Quem não é discípulo
não pode fazer discípulos!

126
Conteúdo extracurricular

A palavra "discípulo", mathetés, é usada 269


vezes nos Evangelhos e em Atos. Significa: pessoa
"ensinada" ou "treinada", aluno, aprendiz. (Mateus
28.19,20.) Nos Evangelhos, Jesus define a palavra
discípulo de cinco maneiras:

- Discípulo é um crente que está envolvido com a


Palavra de Deus de maneira contínua (João 8.31).

- Discípulo é aquele que ama sacrificialmente, sem


medir esforços (João 13.35; 1João 3.16).

- Discípulo é alguém que permanece diariamente


em união frutífera com Cristo (João 15.8).

- Discípulo é aquele que assume a sua cruz e segue


a Cristo (Lucas 14.27).

- Discípulo é aquele que renuncia tudo que tem


(Lucas 14.33).

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Seminário Bíblico Keryx

Nota final

O Seminário Bíblico Keryx é composto por qua-


tro níveis de discipulado, não pare por aqui, adqui-
ra os demais volumes e seja um legítimo arauto de
Jesus Cristo!

Ninguém pode se tornar cristão sem


dar os primeiros passos da fé, e isso
vai muito além do fato de simples-
mente acreditar em Deus. A verda-
deira fé transforma nosso interior e
nos impulsiona em direção ao Senhor.
Esse é o objetivo do Discipulado Nível
1, ajudar o recém-convertido a dar os
Primeiros Passos e crescer na graça e
no conhecimento.

A escolha do tema “Lançando o


Fundamento” para o Discipulado
Nível 2, foi motivada pela importân-
cia de estudar a doutrina de Cristo,
que é apresentada pelo escritor da
carta aos Hebreus, fazendo uma
declaração contundente, de que não
lançaria novamente o “fundamento”,
listando uma sequência de seis
assuntos que são abordados deta-
lhadamente neste curso.

128
Seminário Bíblico Keryx

O discipulado Nível 3, denominado:


"Dons do Ministério", tem como
objetivo apresentar uma perspectiva
bíblica e doutrinária, acerca das
estruturas organizacionais da Igreja,
sem a pretensão de esgotar o assunto
e nem em ser os "donos da Verdade",
pois cremos na multiforme sabedoria
de Deus, manifestada através de seu
Corpo que é a Igreja de Cristo. Apre-
sentamos assuntos pertinentes a
prática ministerial.

O discipulado Nível 4, denominado:


"Batalha Espiritual", foi elaborado
para equipar os guerreiros de Cristo
que possuem aptidão ao ministério de
Libertação e Intercessão. Um tema
polêmico, onde muitos extremistas, ou
amam ou odeiam. Nosso discipulado
possui uma forte base bíblica, porém
temos ministrações elaboradas com
base filosófica em algumas obras de
autores experimentados na batalha
espiritual.

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Seminário Bíblico Keryx

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“Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não


com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao
que dá com alegria.”

(2 Coríntios 9.7)
Impresso no Brasil

Esta obra foi composta por Danyel Reis em fonte Century School-
book 11, impressa em tecnologia laser digital de alta qualidade
em papel A5 offset alta alvura 75g para o miolo, papel Couché
300g com laminação BOPP brilhante para a capa e encadernação
Hotmelt lombada quadrada. Produzido em agosto de 2019.

Impressão e Encadernação:
Núcleo Digital Informática e Serviços Ltda
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