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DADOS

DE ODINRIGHT
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A PESSOA DO

NAS FESTAS
B í B LICAS

AMES

Copyright © Associação Ministério Ensinando de Sião — Brasil Filiado ao


Netivyah Bible Instruction Ministry — Jerusalém — Israel Caixa Postal 2177

Cep 31310-240 — Belo Horizonte — MG

siao@ensinandodesiao.org.br

www.ensinandodesiao.org.br

Editor: Matheus Zandona Guimarães RE VIS AO: Jorge E. Rocha

Rosângela Zandona Guimarães PROJETO GRÁFICO E CaPA: Nilson Bispodejesus

Guimarães, Marcelo Miranda

A Pessoa do Messias nas Festas Bíblicas/ 4“ ed. Belo Horizonte: Ministério


Ensinando de Sião, 2004.

1. Doutrina 2. Teologia 3. Judaísmo

I. Título

167 p.
ISBN 85-87952-01-3

NOTA: Salvo menção contrária, as referências bíblicas constam da tradução de


João Ferreira de Almeida, versão revista e atualizada, de acordo com os
melhores textos em hebraico e grego da Imprensa Bíblica Brasileira.

Impresso no Brasil 6a Edição: novembro/2012

índice

Apresentação ...................................................................

Considerações importantes...........................................

Dedicatórias......................................................................

Agradecimentos ..............................................................

Introdução .......................................................................

Por que e como a Igreja perdeu suas Raízes Judaicas?

Pode um cristão celebrar as Festas Bíblicas?................

Hag Pêssacb —A Festa da Páscoa.....................................

Hag Hamat^ôt — A Festa dos Pães Asmos....................

Hag Bikurim — A Festa das Primícias............................

Hag Shavuôt— A Festa de Pentecostes...........................

Hag Zikarom Teruah — A Festa das Trombetas.............

Yom Kipur— O Dia do Perdão....................................

Hag Sucôí — A Festa dos Tabernáculos.........................

A Beleza do Shabat (Sábado) .......................................

Correlação das Festas Bíblicas com o crescimento


Espiritual (resumo das oito Festas) ............................

A história, a Igreja e as Festas Bíblicas.........................

Podemos celebrar as Festas Bíblicas com Danças?.....

Hag Purim — A Festa de Purim......................................

HagHanuká — A Festa de Hanuká..............................

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Epílogo .........................................................................
Apresentação

As festas bíblicas e seus significados foram abandonados pelas Igrejas Cristãs há


quase 1700 anos. Festas que não estão mencionadas na Bíblia substituíram
àquelas que Yeshua e os Apóstolos celebravam. Como D-us deu no início do
século passado uma restauração da obra do Espírito Santo na Igreja, muitos
seguidores de Yeshua, o Messias, têm tido o desejo de ver uma restauração das
festas bíblicas.

Marcelo Miranda Guimarães escreveu este livro para ajudar os cristãos a


compreenderem o significado espiritual e prático das festas que a bíblia ensina a
celebrar. As festas que D-us deu a Seu povo, são festas que possuem muitos
níveis diferentes de importância para nós nos dias de hoje.
Primeiro, estas festas bíblicas são comemorativas de coisas que D-us tem feito
ao longo da história. Elas são uma demonstração do amor de D-us. Nós
precisamos nos lembrar e relembrar às nossas famílias que D-us tem trabalhado
para nos livrar das circunstâncias mais difíceis. Como livrou Israel do Egito, D-
us está trabalhando para trazer Sua salvação a nós, nos dias atuais.

Segundo, as festas bíblicas são festas do ciclo vital. As lestas bíblicas


estabelecem um ritmo às nossas famílias e ao

nosso calendário. Há uma celebração da vida presente nas festas bíblicas que não
há nada semelhante em nenhum outro sistema que o homem tenha criado.
Começamos com festa da Páscoa, que é a libertação da escravidão, e
terminamos com Sucôt, uma celebração da bênção final de D-us e celeiros
cheios de grãos após a colheita.

Terceiro, todas as festas bíblicas tinham e ainda têm um significado profético


para nós, seguidores de Yeshua nos dias de hoje. Estas festas profetizam a
história de Yeshua desde a Criação até o dia do Juízo. Como Paulo diz
em Colossenses 2:16-17, as festas e até o que comemos e bebemos, tudo é
“sombra das coisas que viriam”.

Penso no quanto nós e nossos pais temos perdido das bênçãos de D-us à medida
que abandonamos ensinos bíblicos e correremos atrás de tradições importadas de
outras culturas pagãs. E tempo de continuar o trabalho de Restauração e seguir a
Palavra de D-us mais de perto, pois ela nos dá vida.

Recomendo Marcelo e o Ministério Ensinando de Sião no Brasil, por fazer este


trabalho dedicado e muito aprimorado para trazer as bênçãos de Sião para os
cristãos no Brasil.

Joseph Shulam
Fundador e Diretor do Netivyab Bible Ins/ruction Ministry — Jerusalém - Israel

Considerações Importantes
racCecimentos
Cajjítufo I
Cajtítuío II
Cajjítufo III
5. A celebração da Festa da Páscoa para os Messiânicos, Judeus e não
Judeus, crentes em Yeshua
Cajjítuío IV
Cajjítufo VI
Cajjítufo VI
Hag Zikaron Teruafi - A Festa cias Trombetas
Cajnt ufo VIII
Cajyítufo IX
Cajjítufo X
Cajjítuffo XI
Cajjítuío XII A História, a Igreja e as Festas Bíbíicas
CajJÍTuCo XIII
Capítufo XIV
Cajtítufo XV
Considerações Importantes

O prezado leitor se deparará com profundas e tremendas revelações em relação


às Festas Bíblicas. Por isso, faz-se necessário que o leitor estabeleça o propósito
de, uma vez começada a leitura deste livro, terminá-la, chegando até o final.
Somente assim o leitor obterá um entendimento global das Festas, uma vez que
todas elas estão relacionadas entre si, pois à medida que avançamos no seu
estudo, de acordo com o calendário judaico, uma festa torna-se pré-requisito da
festa posterior.

Seguindo a tradição judaica e o zelo pelo nome do Criador de todas as coisas, o


Eterno de Israel, solicitamos ao leitor a liberdade de grafar o Seu nome
colocando um hífen no meio do nome de “D-us”, tendo-se em mente que o
tetragrama [rniT] é impronunciável.

Da mesma forma, gostaríamos de ter a liberdade de nos referirmos ao Messias


Jesus pelo seu próprio nome em hebraico, sem, portanto, traduzi-lo. Seu nome
original é |D1Er] (pronuncia-se Yeshua), e quer dizer A.quele que Salva ou
Salvador. Não temos, em hipótese alguma, a intenção de trazer qualquer tipo de
doutrina em relação a este nome, nem tão pouco confusão para aqueles que lerão
e serão abençoados com a leitura deste livro.

O mais importante de tudo é ler com o coração aberto, julgando toda a palavra
sem preconceito algum. Oremos ao Senhor para que Seu Espírito nos ilumine,
dando-nos a compreensão e o entendimento suficientes para tirarmos o máximo
de proveito e crescimento espiritual, tomando posse das ricas e prósperas
bênçãos do Senhor.

Dedicatórias

Este livro é dedicado a todo aquele que descobriu, e a outros muitos que um dia
também descobrirão, as raízes judaicas da fé cristã;

A todos aqueles que amam Israel e seu povo, testemunhando ao longo do tempo
e da história o Eterno D-us de Israel e entendendo seu contexto profético. Meu
encorajamento por esta causa nobre;

Aos milhares de brasileiros como eu, descendentes de judeus portugueses e


espanhóis, que fugindo da crueldade da Inquisição e das atrocidades do
chamado Santo Ofício de Roma, chegaram ao Brasil, nos séculos XVII e XVIII.
Na esperança de encontrar uma liberdade de culto e de profissão de fé, acabaram
tornando-se “cristãos-novos” na defesa de sua própria vida, e em prol da
continuidade de um povo, almejando ver sua geração futura um dia livre. A
estes, meu respeito e meu orgulho;

Aos meus amados pais, Mário e Maria, com quem aprendi a amar Israel e seu
povo, dando-me sempre apoio e incentivo no exercício de meu ministério;
V

A minha querida esposa Rosângela, companheira de todas as horas; aos meus


filhos Matheus.

Lucas, Tiago e Déborah, que juntamente comigo têm resgatado as nossas


tradições e as raízes judaicas da nossa fé no Messias, Filho do Eterno Ehad de
Israel. A vocês meu carinho e minhas orações.
racCecimentos

Aos meus incansáveis intercessores, que não medem esforços a favor do


cumprimento e êxito dos propósitos de D-us a nós confiados na condução do
Ministério Ensinando de Sião-Brasil;

A Joseph Shulam, judeu messiânico residente em Jerusalém, amigo e irmão,


presidente e líder mundial do Netivyah Bible Instruction Ministry, que tem nos
ajudado fornecendo-nos materiais e suporte necessários à divulgação de nossas
literaturas;

Ao Ministério de louvor, danças e teatro “Ensinando de Sião” e irmãos da


Congregação Har Tzion de Belo Horizonte que, juntamente conosco, têm
resgatado as celebrações das Festas Bíblicas;

Ao meu filho Matheus, líder e fundador do Ministério de louvor, também editor


deste livro;

A todos os meus queridos irmãos de nossas congregações messiânicas, pastores,


diáconos, líderes, membros e representantes neste país;

Meu muito obrigado e com minhas orações,

Marcelo Miranda Guimarães

Introdução

Não tenho a menor dúvida de que o próprio Messias (Yeshua) está,


pessoaimente, através do Espírito Santo, preparando sua noiva para o grande dia:
o encontro com Sua esposa.

E tempo de mudança, é tempo de restauração. E neste início de século, urge


dizer que a Igreja não precisa mais de reformas, e sim de restauração. As
reformas não foram totalmente eficazes em trazer a Igreja de volta à
sua autenticidade e originalidade. A palavra reforma é compreendida como
sendo “aquilo que dá forma, reconstrói, reedifica”; porém, nem sempre leva em
consideração a originalidade, ou seja, o estado natural no qual algo foi
criado. Por outro lado, a palavra restaurar exige que o objeto a ser restaurado
seja idêntico ao original, não podendo ser adicionado nada que não seja
autêntico em relação ao estado anterior. Pode-se, por exemplo, reformar uma
cadeira de madeira de jacarandá empregando-se aglomerado, desde que a
superfície apresente uma leve e delgada película de jacarandá. Do ponto de vista
de quem olha, tudo parece ser jacarandá maciço; mas, na verdade, não é
autêntico. Mas, se vamos restaurar, devemos ter o cuidado de que tudo seja feito
exatamente conforme o modelo original. Assim, o próprio Yeshua está
restaurando a sua Igreja, e por isso Ele está resgatando suas verdadeiras e
originais raízes. E tempo de reaver aquilo que, com o passar do tempo,
deteriorou-se, descaracterizou-se, desviou-se do estado original em que
foi criado.

A grande e pura verdade é que o cristianismo desviou-se grandemente do seu


estado original e dos princípios vividos e promulgados pelos apóstolos no
primeiro século

de nossa era. O cristianismo não só perdeu, há muito tempo, suas raízes judaicas,
como deixou de entendê-las, ou mesmo de compreendê-las no sentido espiritual.
X

A medida que a Igreja cristã distanciou-se e se desvinculou de Israel, ela foi


perdendo suas características e a originalidade de seus princípios, vividos pelos
apóstolos no Io século. Se os princípios de D-us são eternos e imutáveis, então
eles nos levam a crer que quem tem mudado e se desviado deles são os homens,
e não D-us.

Se estudarmos a história da Igreja, vamos ver que no século IV, a Igreja do Io


século passa a ser terrivelmente indesejada e perseguida. Milhares de cristãos
haviam sido mortos de modo horripilante nos coliseus romanos antes do período
de Constantino, o qual mais tarde promulgaria e oficializaria a religião cristã
(católica) para vigorar em todo o Império romano da época.

No primeiro capítulo deste livro, trataremos deste tema com mais detalhes,
explicando como e por que a Igreja de Yeshua rompeu com suas tradições e
princípios judaicos, contaminando-se rapidamente com o paganismo do Império
Romano.

A propósito, a Igreja primitiva era composta de judeus e gentios, e vinha


crescendo rapidamente dentro dos princípios da melhor tradição bíblica,
respeitando suas raízes e costumes judaicos. O cristianismo, inicialmente, era
tido como uma variação ou ramificação do judaísmo tradicional da época, o qual
já apresentava algumas diferentes interpretações e estilos distintos, como os
fariseus, saduceus, samaritanos e outros.

O pensamento ocidental e o estilo de vida pagão infiltraram-se no cristianismo


de uma maneira radical e perversa. Logo depois, concílios papais eram
promulgados, causando uma separação definitiva entre a Igreja e Israel,

afastando-a, assim, de suas origens. A partir de então, os judeus passaram a ser


tremendamente perseguidos. A semente do anti-semitismo começou a se
espalhar por todo o Império. Com o passar do tempo, vamos encontrar
os próprios “cristãos” perseguindo, excluindo, rejeitando e matando os judeus
em vários períodos da história humana, vindo a culminar, neste século, ao
desastroso e diabólico holocausto de Hitler, sob a vista dos chamados cristãos
da mais alta e politizada sociedade cultural da Europa. Na verdade, o holocausto
foi o resultado de uma cultura anti-semítica plantada ao longo de séculos e
séculos, bastando que alguém portador de uma mente doentia detonasse o barril
de pólvora.

Gostaríamos que os leitores pudessem ler este livro com uma mente aberta,
desprovendo-se de todo e qualquer preconceito étnico e religioso.

Bem sabemos que, mesmo para aqueles que se consideram autênticos cristãos,
não é uma tarefa fácil abster-se de alguns conceitos até agora ensinados em
nossas igrejas e seminários teológicos. Afinal, são quase 2000 anos de história
onde alguns conceitos puramente humanos, e não divinos, incorporaram-se na
sociedade, criando profundas raízes e atípicas atitudes, que sob o prisma do
engano, foram até consideradas perfeitamente normais.

Sugerimos ao leitor que leia e analise o tema aqui abordado como se fosse um
“promotor” de justiça, ou seja, sua função será averiguar e analisar os fatos,
confrontando-os, imparcialmente, com a lei (neste caso, com a Palavra de D-us,
a Bíblia).

A Igreja cristã tem errado em relação ao povo judeu e à nação de Israel, quer
pelo legado da história, quer pela ignorância. O antídoto está no arrependimento
coletivo e na conseqüente mudança de atitudes em relação a este povo.
Como podemos entrar no novo milênio sem expressarmos e repararmos os erros
do passado que foram anti-bíblicos, anti-semitas, desumanos e que, além de
tudo, envergonharam o nome de Yeshua, afastando os judeus da pessoa do seu
próprio Messias?

No prisma da originalidade e com base nos princípios bíblicos vividos e


divulgados pelos discípulos da Igreja primitiva, pode-se, seguramente, concluir
que este livro não trata, em hipótese alguma, de tradições judaizantes ou
modismos da denominada “israelatria” ou “judeumania”. Porém, há de se
ressalvar que nem tudo o que existe por aí abordando este tema tem sido
interpretado de maneira correta ou à verdadeira luz das Escrituras.

Também não é propósito deste livro tentar estabelecer um padrão bíblico para as
igrejas cristãs celebrarem as Festas Bíblicas. A intenção deste trabalho é
apresentar a pessoa do Messias nessas Festas, mostrando, em algumas delas,
Yeshua como o Messias ressurreto e, em outras, Ele como o Messias vindouro.
Nosso propósito é levar aos cristãos um pouco da cultura bíblico-judaica,
ressaltando os temas e mensagens específicas que cada Festa traz em si mesma,
contribuindo para uma avaliação espiritual e pessoal.

É tempo de restauração e reconexão da Igreja com Israel, nação esta


profeticamente inserida na volta do Messias. Nossa oração é que os cristãos em
todo o mundo, num espírito de humildade, unidade e arrependimento,
reconheçam nossas raízes judaicas, nossas heranças e promessas comuns, dadas
por D-us aos nossos patriarcas Avraham, Yt^haq e Yaakóv.

A verdade nunca mudou. Ela continua sempre a

mesma. O que precisa mudar é o nosso entendimento e a

compreensão que temos de coisas e fatos. E fundamental a revelação do Espírito


de D-us nesse contexto. Se vamos

tratar da própria Palavra inspirada por Ele, devemos ter, antes de tudo, uma
sincera atitude de abrir nosso espírito, evitando que bloqueios da mente possam
interferir antes que um conceito ou pensamento divino seja realmente analisado
e compreendido. O próprio texto registrado no livro de Provérbios merece um
especial destaque quando diz: “Instrui ao sábio, e ele se tornará mais
sábio; ensina ao justo, e ele crescerá em entendimento. O temor do Senhor é o
princípio da sabedoria; e o conhecimento do santo é o entendimento”.

(Pv. 9:9-10)

O Autor
Cajjítufo I

Porque e como a Igreja perdeu suas Raízes Judaicas

Para a Igreja de Yeshua entender o porquê da restauração das raízes judaicas e


entender melhor o contexto deste livro que versa sobre a celebração das Festas
Bíblicas pelos cristãos de hoje, estaremos descrevendo um pouco da história da
desconexão da Igreja Cristã das suas raízes e tradições judaicas.

Com certeza, a história da igreja de Yeshua teria sido outra se esta não tivesse se
separado de Israel e de suas raízes judaicas. Muitos enganos e atrocidades com o
povo judeu não teriam acontecido. Mas, por outro lado, cremos piamente que,
por mais que o homem tenha se afastado de D -us, (bem como tentado mudar o
curso da história, sofrendo influências ou não de forças estranhas e alheias à sua
vontade), o propósito e o controle do Todo Poderoso sempre estiveram presentes,
por mais difícil que isto seja de se compreender.

Yeshua instituiu sua Igreja com os Apóstolos

Yeshua era judeu, nasceu em Belém e viveu no pleno estilo do povo judeu, bem
como Seus apóstolos e todos os posteriores discípulos. O apóstolo Paulo se
declara judeu da tribo de Benjamim (Fp. 3:5). Yeshua celebrou e participou com
seus discípulos das Festas Bíblicas judaicas; vestia-se como judeu, usando xale
de oração com suas

quatro franjas (o talit com os quatro t^it^iôt — Lc. 8:44) e comia como um
judeu, observando os princípios da lei. Se fizermos uma análise mais minuciosa
do livro de Atos, vamos ver que a Igreja primitiva, composta de judeus e gentios,
também vivia no contexto e no estilo de vida judaicos. Mesmo as igrejas
localizadas fora de Israel, como a igreja de Corinto (I Co. 5:7 e 16:8) e outras,
celebravam as Festas Bíblicas judaicas. O próprio Yeshua disse: “Não penseis
que vim revogar a lei ou os profetas: não vim para revogar, vim para cumprir.
Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem umyud ou til
jamais passará da lei, até que tudo se cumpra ” (Mt. 5:17-18). A partir do
capítulo 13 do livro de Atos, vemos claramente, por várias vezes, a Igreja
primitiva estudando as Escrituras no Shabat (Sábado). Vemos também a clara
ligação judaica com as igrejas fora de Israel através das cartas de Paulo aos
Romanos, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses e Tessalonicenses. Mas o
que aconteceu para que um grande cisma ocorresse entre as comunidades
judaicas e gentílicas? Inicialmente, houve diferenças religiosas e sociais. Antes
da primeira Revolta Judaica, em 66 d.C., o cristianismo era uma ramificação do
judaísmo, como os saduceus, os fariseus e os essênios. Os cris1 tãos eram
conhecidos como “os do caminho” (Netiiyah) ou como nazarenos. A intrusão
romana na Judéia e a larga aceitação do cristianismo pelos gentios começaram a
comprometer o cristianismo judaico. Somente a partir do ano 70 d.C. é que a
maioria de crentes gentílicos passa a ser em maior número se comparada aos
judeus crentes. Assim, as comunidades cristãs eram mistas, constituídas de
judeus e gentios.

A Igreja de Yeshua após o ano 70 íLC.

A situação agravou-se ainda mais com a destruição do Templo e da cidade de


Jerusalém, no ano 69 d.C., decretadas pelo imperador Tito. Isto, sem dúvida,
contribuiu para que Jerusalém não fosse mais o centro da fé cristã no mundo
romano. O rápido crescimento do cristianismo gentílico levou várias sinagogas a
rever suas posições quanto à essa comunidade.

Mais tarde, por volta do ano 132 d.C., apareceu Bar Kochba, que liderou a
Segunda Revolta Judaica contra Roma. Os judeus messiânicos (cristãos) tinham,
então, fortes motívos para não participar desta revolução. Bar Kochba chegou a
ser proclamado Messias pelo rabino Akiva, de grande renome na época. Tal fato
gerou um direto conflito entre os judeus messiânicos e não messiânicos, pois
esses últimos tinham Yeshua como o verdadeiro Messias. Alguns anos depois,
especificamente no ano 135 d.C., o imperador Adriano expulsou todos os judeus
de Jerusalém, permitindo que estes retornassem somente um dia por ano, para
celebração do luto pela destruição do Templo. Este dia passou a se chamar Tisha
Beáv. Mais tarde, Adriano permitiu a reconstrução da cidade de Jerusalém;
porém, alterou seu nome para Melia Capitolina, e o nome da Judéia para Síria
Palestina. Isto, sem dúvida, teve a clara intenção de apagar qualquer ligação
judaica com a cidade de Jerusalém e com a terra de Israel. Assim, aos poucos, os
líderes judeus-messiânicos transferiram-se para outros grandes centros como
Alexandria, Roma e Antioquia. Umas das graves conseqüências
desta transferência da liderança judaico-cristã foi a influência do pensamento
greco-romano, opondo-se ao pensamento e ao contexto judaicos nos quais as
Sagradas Escrituras foram escritas.
O início da perseguição aos cristãos

Lembremo-nos de que, sob a lei romana, o judaísmo era legal, pois pré-datava
Roma. No propósito de unificar o Império Romano, todos deviam adorar e
venerar os deuses romanos, tendo a pessoa do próprio imperador como um D-us.
Como o judaísmo era anterior à Roma, tal lei não vigorava para os de religião
judaica. Mas, como o cristianismo era tido pelo imperador como uma nova
religião, seus seguidores deveriam acatar a nova lei de culto universal.
E evidente que os cristãos daquela época não poderiam, em hipótese alguma,
sujeitar-se a esta imposição pagã e idólatra. *

E neste período que encontramos os cristãos sendo perseguidos e


veementemente castigados nos coliseus romanos, onde eram expostos vivos às
feras e aos gladiadores, servindo de espetáculo para a platéia romana. Muito se
fez tentando convencer as autoridades romanas de que o cristianismo era
uma seção do judaísmo. Na nossa opinião, aquele que nascera de novo em
espírito, confessando e aceitando Yeshua como seu Senhor e Salvador, jamais
poderia aceitar qualquer tipo de idolatria ou mesmo de costumes pagãos. Além
do mais, sabemos que o verdadeiro opositor ao inferno sempre foi o crente em
Yeshua Ha Mashiach; e isto, sem dúvida, trouxe para si grande e sarcástica
perseguição. Podemos, então, entender que há uma grande diferença entre o
cristianismo autêntico e o judaísmo. Dispenso aqui citar as atrocidades
cometidas pelo imperador Nero aos cristãos.

Aqui continuou ainda mais a separação da Igreja da nação de Israel e do povo


judeu. Nos escritos dos patriarcas da igreja, encontramos Eusébio, que afirmava
que as escrituras judaicas eram destinadas aos cristãos, e não aos judeus. Ele
dizia que a Igreja era a continuação do Velho Testamento e, portanto,
sobrepujava o judaísmo. Assim, a jovem Igre-

ja declarava-se a verdadeira herdeira das promessas de D-us, colocando os


judeus em segundo plano. Estes enganos estão, até hoje, presentes em muitas
doutrinas cristãs.

A separação entre Igreja e Israel e o início da perseguição aos Judeus

No começo do século IV, um relevante evento ocorreu na Igreja. No ano 306


d.C., o imperador Constantino tornou-se o primeiro imperador cristão,
influenciado por sua mãe, que havia se convertido ao cristianismo. No início de
seu mandato, ela concedia aos judeus os mesmos direitos outorgados aos cristãos
que, até então, eram tremendamente perseguidos e odiados. Entretanto, no ano
312 d.C., Constantino declarou o cristianismo como a religião oficial do Império
Romano, assinalando, assim, o fim da perseguição aos cristãos. Mas, por outro
lado, iniciou-se a perseguição ao povo judeu. Constantino declarara, então, que a
terra de Israel não mais pertencia ao povo judeu. Daquela época em diante, esta
pertenceria à Igreja Cristã. Podemos afirmar que nesta época, então, iniciou-
se embrionariamente, a “Teologia da Substituição” ou “Teologia da Aliança”, a
qual foi evidenciada nos anos 1400 e 1700 e, lamentavelmente, ainda perdura no
meio cristão e

evangélico até os dias de hoje.


*

O Edito de Milão, em 313 d.C., colocava fora da lei as sinagogas. Logo após,
outro édito permitia que os judeus fossem queimados caso não cumprissem as
leis romanas. Com este édito, os privilégios dados anteriormente aos judeus
foram cancelados; o proselitismo ficava proibido, sendo sua punição a pena de
morte, e os judeus começaram a perder seus altos postos na sociedade e na elite
militar.

Logo depois, era publicado o Concilio de Nicéia, que

ditava o credo cristão e, dentre outros pontos, endossava a substituição de Israel


pela Igreja e o estabelecimento de Roma como o centro da Igreja,
desvinculando-se, de uma vez por todas, de Jerusalém.

O terrível Marcião (um dos pais da Igreja Cristã), era um anti-semita declarado,
e pregava que qualquer cristão que utilizasse algum símbolo judaico (ou mesmo
nome), ou realizasse qualquer celebração judaica, seria considerado cúmplice da
morte do Messias, juntamente com os judeus. As oposições de Tertuliano (outro
pai da Igreja cristã) a fim de que a igreja não perdesse suas raízes, foram em vão.
No final do século IV, o Bispo da Antioquia, Crisóstomo (344407), escreveu
uma série de oito sermões contra o povo judeu. Ele tinha visto cristãos orando
como judeus e observando as Festas Bíblicas judaicas. Suas duras críticas foram
pesadas e diabólicas, pois tratavam as sinagogas como zonas de meretrício e
teatro, cheias de ladrões e bestas selvagens. Crisóstomo declarava os judeus
culpados de deicídio (o crime de ter matado a Deus), além de classificar os
judeus como “os mais miseráveis de todos os homens”, libidinosos, gananciosos,
pérfidos bandidos, assassinos possuídos de demônios, pestes do universo etc.
Agostinho (354430), contemporâneo de Crisóstomo, um pouco mais contido,
declarou que Judas era uma imagem do povo judeu. Lançou a “teoria do
testemunho”, ou seja, judeu era um povo destinado a viver como um
testemunho, tanto para o mal quanto para a verdade cristã. Afirmou: “...deixem
que vivam em nosso meioy mas os façam sofrer e serem humilhados
continuamente”. Esta teoria foi muito mal empregada, e acabou contribuindo
para alastrar ainda mais a perseguição e o anti-semitismo judeu.

Da Idade Média às Cruzadas

Nesta tensa situação, não é difícil perceber que para um gentio ou judeu-
messiânico manter-se na liderança, defendendo sua herança judaica e suas raízes,
seria quase impossível sobreviver. O refrão de que os judeus eram "assassinos do
Messias’5, perdura, lamentavelmente, até hoje em nossas igrejas cristãs e
evangélicas. Como sempre, o inimigo vale-se de más interpretações das
Escrituras. Os anti-semitas citavam Mateus 27:25, que diz: “...e todo o povo
respondeu: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos 7

Primeiro, temos que considerar que estes poucos que falaram isto não podem ser
responsabilizados por uma nação inteira.

Segundo, também não podemos responsabilizar pela morte do Messias aquele


soldado romano que pregou os pregos, crucificando-O . Sabemos que ele
cumpria ordens superiores, e nem por isso podemos culpar todos os italianos por
tal fato.

Terceiro, sabemos que o próprio Yeshua se entregou voluntariamente para morte


de cruz pelos pecados da humanidade. E por último, uma das suas últimas
palavras foram: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fatçem” (Lc. 23:34).
Yeshua, assim, perdoou tanto os romanos quantos aos judeus. Imaginem! Se o
perdão de D-us foi dado a eles, quem somos nós para nos levantarmos contra
este perdão?

Prosseguindo na história, vamos encontrar alguns líderes que se despontaram na


história da Igreja. É incrível como estes líderes deram seqüência a este
pensamento diabólico, atribuindo toda a desgraça e tipos de pragas aos judeus,
os quais afirmavam que tanto a nação de Israel quanto seu povo tinham sido
amaldiçoados pelo próprio D-us de Israel, o D-us de Abraão, de Isaque e Jacó.
“Errais, não co-

nhecendo as Escrituras”, dizia o próprio Yeshua (Mt. 22:29). O livro de


Jeremias, capítulo 31:35, diz: “Assim di£ o Senhor que dá o sol para a lu% do
dia, e a ordem estabelecida da lua e das estrelas para lu% da noite, que agita o
mar, de modo que bramem as suas ondas; o Senhor dos exércitos é o seu Nome:
Se esta ordem estabelecida falhar diante de mim, di% o Senhor, deixará também
a linhagem de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre. ”

Na carta de Paulo aos Romanos, capítulo 11:1-2, encontramos: <cPergunto, pois:


Acaso rejeitou D-us ao seu povo? De modo nenhum! D-us não rejeitou seu povo
que antes conheceu

Os monarcas do Império Romano, endossados pela teoria agostiniana,


declararam que os judeus deveriam servir como servos da Câmara
(servicamerae). Eles eram utilizados como bibliotecários escravos para manter
os escritos hebraicos, num regime de condenação e servidão perpétua. Eram
usados também para a prática da usura ou empréstimo de dinheiro, pois a usura
era considerada como algo que colocaria a salvação eterna em risco, e por isso
foi proibida. Em outras palavras, as almas dos judeus já estariam perdidas de
qualquer jeito. Assim, no período que antecedeu as Cruzadas, a semente do anti-
semitismo já estava lançada. A deterioração da posição judia na sociedade estava
ganhando espaço. A judeufobia virulenta estava, primeiramente, somente
dentro do clero, que orientava suas ovelhas para que ficassem longe dos judeus.
A medida que o cristianismo crescia, crescia também a aversão à nação de Israel
e ao povo judeu.

As Cruzadas

No ano de 1096, temos registrada a primeira Cruzada. Este ano coincidiu com
um período de lutas internas na própria Igreja. Haviam dois papas. Um deles era
anti-semita. Quando um deles faleceu, o outro, Urbano II, iniciou uma

guerra contra os muçulmanos que estavam na Terra Santa, os quais perseguiam


os cristãos naquelas localidades, desconsagrando e profanando os lugares
sagrados de Jerusalém. Da própria França partiram expedições em direção
ao Oriente Médio. Como lá não existiam muçulmanos, eles começaram a
perseguir e saquear os judeus sob a égide de assassinos do Messias. Aos judeus,
era dada a chance de se batizarem confessando a fé cristã, caso contrário, não
haveria outra alternativa senão a morte. E milhares deles preferiram esta segunda
alternativa.

Quando os cruzados chegaram a Jerusalém, eles somavam cerca de 600.000.


Eles sitiaram a cidade de Jerusalém em 15 de julho de 1099, penetrando na
muralha. Muçulmanos eram mortos e as sinagogas incendiadas, cheias de judeus
aprisionados. Os candelabros (menorah) e outros símbolos judaicos eram
trocados pela cruz, que passou a ser um símbolo da morte e da crueldade para
um judeu. Longe estava, portanto, o amor, a reconciliação e, principalmente, a
salvação. As cruzadas terminaram somente no ano de 1291, quando os
muçulmanos novamente recuperaram a posse da Terra Santa.

O Concilio Lateranense

Ainda no período das Cruzadas, era divulgado no ano de 1215, o quarto Concilio
Lateranense (Concilio de Latrão), proclamado pelo Papa Inocêncio III. Este
papa declarou que os judeus deveriam, com base na passagem de Números
15:37-41, usar uma roupa diferente e discrimina-tiva, como as mais tarde usadas
para leprosos, prostitutas e hereges. Séculos mais tarde, apareceria a estrela
amarela nazista, o emblema da vergonha. Neste concilio, foi oficia-

lizada, também, a doutrina da transubstanciação. Esta doutrina tornava presentes


na hóstia a carne e o sangue do Messias, e era servida durante a cerimônia da
Eucaristia. Assim, era considerado tremendo sacrilégio a profanação ou mesmo
um simples toque de um leigo na hóstia consagrada. Vários casos de sacrilégios
começaram a circular em muitos lugares, afirmando que judeus esfaquearam
hóstias sagradas, as quais passaram a jorrar o sangue do Messias.
Estórias absurdas como a de que os judeus precisavam se purificar usando
sangue dos cristãos para celebrarem sacrifícios da páscoa e outras mentiras
propagavam-se como pestes. O sangue cristão era também usado para eliminar o
distinto cheiro judaico {foetorjudaicus), que era o inverso do odor de santidade
exalado pelos cristãos. Várias e várias estórias são contadas até o dia de hoje. Eu
mesmo, quando era pequeno, ouvia estórias como estas nas ruas e nas escolas de
minha cidade.

Outro cânone promulgado pelo Quarto Concilio Lateranense requeria que os


judeus usassem distintivos, como chapéus de três pontas. Desta maneira, todo
cristão poderia ter a certeza de não encontrar com um “maldito judeu”.
Quantos de nós, ainda hoje, não nos lembramos das caricaturas de judeus como
se fossem o próprio demônio, desenhados com chifres, rabos, enormes orelhas e
narizes?

Grande parte do anti-semitismo era assim consolidado por uma onda crescente
nesse período da Idade Média, antecedendo, assim, o período terrível da
Inquisição.

A Inquisição

Todo este ódio acumulado durante anos e anos veio, finalmente, a manchar a
história mundial. Era a infamada Inquisição. De acordo com as leis canônicas
dos Papas, a

Inquisição não estava, no início, autorizada a interferir nos assuntos internos dos
judeus, mas somente procurar cristãos heréticos que tinham violado os costumes
cristãos. Em meados do século XV, foi iniciada a Inquisição Espanhola. Judeus
eram forçados a se batizarem, daí o nome cristãos-novos ou novos conversos.
Porém, a grande maioria dos conversos continuava sentindo-se judeu e mantinha
suas tradições judaicas, observando os dias de Festas, etc. A perseguição
espalhou-se rapidamente, e milhares de judeus eram queimados vivos caso não
se arrependessem e mudassem de vida. Não é meu propósito, aqui, relatar a
história do período da Inquisição, pois ela é tratada em outro livro de minha
autoria: “Há restauração para os Marranos e Cris-tãos-Novos, os separados da
Casa de Israel?”. Mas gostaria de mencionar o fato de que Dom Ferdinando
Aragão e Isabel, reis católicos da Espanha, promulgaram um decreto expulsando
todo judeu da Espanha em 1492. Milhares de judeus tiveram seus bens
confiscados e foram obrigados a deixar o país. Muitos deles foram para
Marrocos; outros, para Holanda; outros, voltaram para Israel e muitos para
Portugal. Porém, o reino espanhol estendeu-se até Portugal por ocasião do
casamento de Dom Manoel, da coroa portuguesa, com a família real dos
católicos da Espanha. Então, o decreto da expulsão dos judeus da Espanha passa
a valer também para os judeus portugueses e para aqueles que haviam emigrado
da Espanha para Portugal. Este fato é muito importante para nós brasileiros, pois
a história registra que mais de 100.000 judeus que moravam na Espanha
cruzaram a fronteira para Portugal e, posteriormente, muitos outros vieram para
o Brasil, esperando fugir da perseguição. Porém, por volta do ano 1640, em
todas as igrejas de Portugal, editais da Inquisição conhecidos como “Regimento
do Santo Ofício da Inquisição dos Reinos de Portugal” eram lidos,
compungindo os fiéis a denunciarem pessoas que praticassem judaísmo ou
heresias semelhantes, sob pena de excomunhão. Estes editais da fé foram
também estendidos ao Brasil. Vários judeus conversos, também
denominados cristãos-novos, começaram a ser julgados e a responder processos
pela Inquisição da Santa Sé, sendo que muitos deles foram extraditados para
Portugal, onde eram julgados e condenados à morte ou prisão perpétua. Muitos
judeus cristãos-novos acabaram deixando-se passar por cristãos, a fim
de ganharem liberdade e direito de se estabelecer em território brasileiro. Por
isso, no sangue brasileiro há uma forte influência judaica, quer legada pela fé,
quer por costumes e tradições judaicas. A Inquisição durou de 1481 até 1820.
Mais de 350.000 judeus sofreram as mais pesadas penas e punições, inclusive a
morte.

A Reforma

Finalmente, os reformistas protestantes reconheceram muitos erros da Igreja e de


sua liderança. Sem dúvida que a Reforma protestante teve repercussões
importantes e conflitantes com o sistema católico; mas, ao mesmo tempo, essas
repercussões foram contraditórias na luta contra o anti-semitismo. Por exemplo,
os Calvinistas e suas ramificações provaram ser menos judeofóbicos que o
catolicismo atual, enquanto que os luteranos tornaram-se cada vez mais anti-
semitas. No início, Lutero, o pai do luteranismo, condenava a perseguição aos
judeus, recomendando atitudes caridosas e benevolentes. Porém, a partir de
1530, Lutero, percebendo que eles não aceitaram bem sua versão a favor do
povo judeu, tornou-se gradativamente hostil. Aos poucos, em seus sermões,
Lutero passou a agredir veementemente aos judeus, acusando-os de arrogantes,
teimosos e de coração de ferro,

como demônios. A partir daí, passou a distribuir folhetos difamando e


condenando os judeus. Quatrocentos anos depois, a história registrou, na
Alemanha, Hitler com suas idéias e atitudes desumanas e horripilantes,
totalmente anti-semitas e inspiradas nos escritos de Lutero, culminando no
terrível holocausto.

Os Guetos

Os papas do período da Renascença haviam se tornado liberais em seu


tratamento para com os judeus na Itália. Mas o Papa Paulo IV (1555-1559),
liderando a Con-tra-Reforma, implantou bruscas mudanças de atitudes. Foram
introduzidos os guetos, primeiramente na Itália e, depois, no Império Austríaco.
(Guetos — era o nome que se dava aos bairros onde os judeus eram obrigados a
morar; praticamente, num sistema de pobreza e escravidão).

Era Moderna

A Polônia foi, durante um certo tempo, um local de refúgio para os judeus


fugidos das Cruzadas, da peste e dos constantes massacres. Em 1648, quando os
ortodoxos orientais da Ucrânia devastaram a Polônia, os judeus foram escolhidos
para crueldades especiais. Nesta época, houve na Polônia talvez a mais sangrenta
década da história judaica, quando cerca de 500.000 judeus foram assassinados e
mais de 700 comunidades judaicas destruídas. Os refugiados fugiam em massa
para outros países europeus.

No fim do século XVIII e no século XIX, o novo status dos judeus não foi bem
recebido na Europa. Na Alemanha, o anti-semitismo assumiu características
racistas, como reação ao movimento da assimilação judaica.

Os Pogrôns (massacres de judeus)

O primeiro Pogrôm começou em 1881, no reinado do czar Alexandre III, e


espalhou-se para centenas de comunidades judaicas. A solução do problema
judaico era tentar fazer com que um terço dos judeus emigrasse, um terço
morresse e outro terço fosse convertido ou desaparecesse. Mesmo depois da II
Guerra Mundial, aconteceram pogrôms na Polônia, apesar da dizimação dos
judeus durante o holocausto.

Holocausto

O holocausto foi a solução final encontrada por Hider para acabar de vez com o
povo judeu. A própria Alemanha, país considerado iluminado, aculturado, berço
dos grandes intelectuais, passou a ser o verdadeiro inferno para o povo judeu.

Seis milhões de judeus, incluindo crianças e velhos, foram violentamente mortos


por Hitler e por seus seguidores nazistas. Hitler julgava o judeu como uma
praga, e por isso deveria ser queimada e eliminada da sociedade européia.
Na conhecida e negra “Noite dos Cristais” (novembro de 1938, na data do
aniversário de Martinho Lutero), dezenas de sinagogas foram queimadas e
saqueadas. Os bens dos judeus eram confiscados, seus livros queimados e os
sobreviventes eram levados em comboios para os campos de concentração
nazistas. Os famosos campos como o de Auschwitz, Bernau e outros, fazem
parte da história humana. Hitler declarou: “Estou fazendo o trabalho da Igreja
Católica.”

Se pensarmos um pouquinho, nós estamos apenas mais de meio século deste fato
que foi testemunhado por nossos pais e avós.

Mas o povo Judeu e a Terra de Israel prevaleceram

Os cristãos ficaram inertes e o inferno tentou apagar o propósito de D-us para


com este povo e para com esta nação. Primeiro, satanás tentou culpar os judeus
da morte do Messias; depois, fez todo tipo de leis e atrocidades anti-semitas. Ele
conseguiu colocar os cristãos contra os judeus e no lugar deles; em seguida,
colocou no coração de cada judeu um tremendo ódio por Cristo e
pelos chamados “cristãos”. O inimigo tentou de tudo! Mas o Eterno de Israel
zela pela sua Palavra. D-us jamais rejeitou seu povo; jamais se esqueceu da
nação do “Eret% Isra-eP\ jamais se esqueceu das palavras dos profetas de
que traria Seu povo de volta e reconstituiria esta nação; e quando a verdadeira
igreja gentílica entrar em plenitude (sobretudo em qualidade da fé e santidade),
os judeus conhecerão o Messias, e assim, a nação de Israel será finalmente salva,
o que antecede a volta do Senhor Yeshua. Satanás também conhece as Escrituras,
e sabe que pouco tempo lhe resta neste “reinado”, no fim do qual será preso por
1000 anos. Mas ele nunca poderá impedir a volta do nosso Messias e o
cumprimento fiel das profecias (Ap. 12:12; 20:2).

Por isso, tentou-se arrancar, violentar e estrangular para sempre a “menina dos
olhos de D-us”. A prova do Estado de Israel, o movimento sionista levando os
judeus do mundo todo de volta a Sião, a própria terra de Israel é a maior prova
da fidelidade da palavra de D-us. O deserto dando frutos, a língua hebraica
reconstituída, as cidades bíblicas sendo reconstruídas, são provas das profecias
do Eterno para com o seu povo que já começou a ser salvo e a reconhecer
profeticamente Yeshua Ha Mashiach, o nosso Messias, como o Rei dos Reis.
Profecias estão se cumprindo às nossas vistas, como Ezequiel 37; Daniel 9;
Isaías

32, 35, 42, 43, 44, 66; Jeremias 31; Oséias 6; Joel 2; Zacarias 10 e 12; Mateus
24; Tiago 5. Também as profecias de Apocalipse, já prestes a se realizarem, são
inegáveis e inquestionáveis.

Como os leitores podem ver, as Escrituras não falham. O D-us de Israel nunca
falhou e nem falhará. Mas não se iludam: o nazismo ainda não acabou. O livro
de Apocalipse revela que os judeus e os verdadeiros cristãos serão
ainda perseguidos pelo sistema mundial do Anti-Cristo.

A Igreja reconcilia-se com Israel e o Messias volta

Mas, o que queremos dizer com tudo isto que foi aqui relatado? Caro leitor, as
Escrituras dizem que, nos últimos dias, os judeus e a nação de Israel
conheceriam o Messias, como já dissemos anteriormente. D-us não rejeitou seu
povo. Veja atentamente Romanos 11. Por causa dos patriarcas, o povo judeu é
amado, e pela nossa misericórdia, eles receberão misericórdia. Quando a Igreja
gentílica de Yeshua caminhar para alcançar sua plenitude, então saberemos que
Israel será salvo. Está escrito! Leiam Zacarias 12:10: os judeus de Jerusalém
reconhecerão que Yeshua é o Messias esperado, o Rei dos Reis.

Como pode, então, a atual Igreja de Yeshua desmerecer Israel, não intercedendo
pelo povo judeu, se há uma promessa do Eterno? Como podemos ainda permitir
raízes anti-semitas em nossas igrejas? Como o verdadeiro crente pode ficar
alheio às profecias do Senhor? Por que os pastores têm tanta dificuldade de
entender que os judeus só se converterão quando a Igreja de Yeshua passar a
assumir esta responsabilidade? Como se converterão, se não há quem pregue?
Contra quem o inferno não pode prevalecer? Somente contra a Igreja é que o
inferno não pode prevale-

cer (Mt.l6:18). Portanto, amados, urge que todos nós levantemos nossas
bandeiras a favor da nação de Israel e da salvação do povo judeu, Não há
diferenças entre judeus e gregos (gentios) quanto à salvação. Mas há
diferenças, sim, de Israel como nação. Yeshua não voltará para Nova Iorque,
para Paris, ou para São Paulo. Yeshua voltará para Jerusalém, de onde
estabelecerá Seu reino durante o milênio.

A Igreja de Yeshua não pode continuar nesta ignorância a respeito das profecias
quanto a Israel. E você, que está lendo agora estes parágrafos, tem uma grande
responsabilidade neste processo de salvação da nação de Israel.
Não permita que haja em você nenhuma raiz anti-semita, e assuma a intercessão
em favor de Israel. As raízes de nossa fé são judaicas. O fundamento da nossa fé
está baseada nos profetas do Antigo Testamento, na doutrina dos apóstolos, e na
pedra angular que é o Messias, o nosso Yeshua.

Entenda tudo isto pelo Espírito do Senhor. Deixe de lado todo pré-conceito
contra Israel e seu povo. No livro de Efésios 2:19, o Espírito do Eterno revela-
nos que D-us só tem uma família, composta de judeus e gentios. Por que, então,
rejeitar Israel? A salvação veio deles. Graças à sua rejeição ao Messias no
primeiro século, é que as Boas Novas do Evangelho foram espalhadas até os
confins da terra. Você entende, agora, por que os judeus aceitarão a Yeshua no
final? Entende, agora, por que você tem que ser um intercessor por Israel e seu
povo?

Chegou a hora de restaurarmos nossas raízes, e não temos mais tempo a perder.
Precisamos entender a Bíblia no contexto do pensamento judaico, e não no
contexto ocidental, contaminado pelo mundo consumista e materialista. Vivemos
pela fé. E se assim D-us quer, temos que começar

agora a mudar nossa maneira de pensar. A Igreja de Yeshua precisa,


urgentemente, largar os desvios de Roma e toda sua influência e voltar-se para
Jerusalém, para a doutrina dos apóstolos, num espírito puro, simples, mas cheio
de unção e poder. A doutrina do Evangelho adaptado à cultura ocidental,
americanizado ou europeizado, cheio de promessas consumistas de prosperidade
e sucessos sobrenaturais, numa prática de fé materialista em objetos e coisas, não
pode levar à plena salvação do cristão e, nem tão pouco, melhorar
nossa qualidade de vida. Portanto, enterremos de vez toda essa história anti-
semita. Sejamos autênticos, assumindo as raízes judaicas da fé. Afinal, Yeshua
aguarda este posicionamento da sua “noiva”. Yeshua continua judeu e ele não se
colocará em jugo desigual, desobedecendo a Palavra. Ele vem buscar uma Igreja
gentílica e judaica, mas ambas circuncisas de coração; o verdadeiro judeu é
aquele que é circunciso de coração, e não só na carne (Rm. 2:29). Por isso, não
cremos em restauração da Igreja sem a respectiva conexão com Israel.
Cajtítuío II

Pode o Cristão cefebrar as Festas BíOCicas?

Antes de abordarmos em detalhes as Festas Bíblicas, gostaríamos de oferecer ao


leitor algum comentário, fundamentado na Palavra e principalmente no Novo
Testamento, sobre a possibilidade de um crente não-judeu celebrar as Festas
Bíblicas.

Primeiramente, devemos ter em mente o que o apóstolo Paulo escreveu aos


crentes (na maioria gentios) de Colosso: 'Ninguém, pois, vos julgue pelo comer,
ou pelo beber, ou por causa de DIAS DE FESTAS, ou de lua nova, ou
de Sábados, que são SOMBRAS DAS COISAS VINDOURAS, mas o corpo é do
Messias” (Colossenses 2:16-17).

Tudo no Antigo Testamento é sombra das coisas vindouras, ou seja, de tudo


aquilo que viria a se cumprir no Messias. Assim, lembremo-nos do cordeiro
sacrificado, da rocha de que brotou água, do altar, da pia, dos pães
da proposição, da porta do tabernáculo, do véu que foi rasgado etc. Todos estes
elementos tipificavam o Messias que viria ao mundo em carne, fazendo-se
Palavra, que morreria pelos nossos pecados e que ressuscitaria.

E interessante, também, notar que Paulo diz “festas”, no plural, e em hipótese


alguma ele estava referindo-se a festas pagãs. Sabemos que as festas fixas são
oito, dentre outras festas existentes na Bíblia. Quais são estas festas das quais
estamos falando? Podemos encontrá-las em Levítico 23, a saber: o Sábado
(Shabat), Páscoa (Pessach),

Pães Asmos (Mat^ôt), Primícias (Bikurim), Pentecostes (Shavuôt), Trombetas


(Zikaron Teruah), Dez Dias de Arrependimento (Kipurim) e a Festa da Colheita
(Sucôt)y também conhecida como Festa dos Tabernáculos.

Devemos considerar, também, que estas Festas Bíblicas foram instituídas no


Antigo Testamento e endossadas pelo Novo Testamento. Por exemplo, vemos
Yeshua celebrando a Festa da Páscoa com os discípulos em Lucas 22:13. Paulo
ordenou aos crentes gentios de Corinto (I Co. 5:7) que celebrassem a mesma
festa. Vemos, em Atos 20:16, Paulo apressando-se para ir a Jerusalém celebrar
a Festa de Pentecostes; e Yeshua, novamente, em João 7:37-38, participando da
Festa dos Tabernáculos, além de celebrar o Shabat semanalmente (Lc 4:16).

Segundo, quando o crente em Yeshua celebra qualquer uma destas festas, ele
não está celebrando as festas de maneira idêntica àquelas celebradas atualmente
no judaísmo não messiânico. Não teria sentido para nós se as mesmas não
estivessem centradas na pessoa de Yeshua, o Messias. Lembrem-se do que
comentamos acima: nós não estamos na sombra. Na pessoa de Yeshua, tudo
tornou-se real, muito mais do que real para nós. Tão real, que Ele está vivo no
meio de nós, sendo nós o seu próprio tabernáculo.

Terceiro, a Igreja Primitiva, constituída de judeus e não-judeus crentes em


Yeshua, celebravam estas festas até o século IV, quando o sistema religioso de
Roma proibiu qualquer tipo de vínculo ou conexão com Israel e com os
costumes e tradições judaicas, quer fossem eles bíblicos ou não. Se tal fato não
houvesse ocorrido, com certeza as igrejas cristãs ainda estariam celebrando as
Festas Bíblicas.

Quarto, mesmo estando nós debaixo da graça, devemos nos lembrar de que, se
estamos no Messias, somos

abençoados e herdeiros das promessas do nosso pai Abraão, o primeiro crente.


Gálatas 3:29 e 14 diz: “Se sois de Cristo, também sois descendentes de Mbraão
e herdeiros segundo a promes-sa(..) para que a bênção de Mbraão chegasse aos
gentios, em Yeshua, o Messias, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espirito
prometidoPodemos entender que somos herdeiros da promessa da salvação e do
Espírito Santo. Então, temos pleno direito às promessas da Nova Aliança, assim
como às da Antiga Aliança. Lembremo-nos de algumas promessas da Antiga
Aliança e meditemos, com sinceridade, se elas realmente são boas e de nosso
direito. Por exemplo, dízimo e prosperidade são promessas da Antiga Aliança,
ou seja, encontradas apenas no Antigo Testamento. Entretanto, se estamos no
Messias, temos acesso à toda promessa, como diz a Palavra, independente se
elas estão no Antigo ou Novo Testamento, não é mesmo? Poderíamos citar
milhares de promessas que se encontram no Antigo Testamento e que continuam
sendo bênçãos para quem as pratica e as recebe, independente se estão inseridas
no Antigo ou Novo Testamento.
Lembremo-nos que Paulo afirma em sua carta aos Romanos (Rm 11:17) que
gentios crentes em Yeshua são en-xertados na Oliveira (Israel de D-us).

As Festas Bíblicas, por exemplo, estão inseridas no contexto judaico do Antigo


Testamento e foram endossadas pelo Novo Testamento, quando o próprio
Yeshua, e mais tarde os apóstolos e a Igreja primitiva, celebravam-nas. Claro que
nunca poderemos nos esquecer de que a predominância é a graça, e não a lei; e
de que todas as coisas do Antigo Testamento eram sombras daquilo que se
cumpriria, ou se cumprirá ainda, no Messias. Isto nos leva a concluir que tudo o
que viermos a restaurar do Antigo Testamento deve ser centralizado em Yeshua
Ha Mashiach. Do contrário, como já dissemos, não haveria sentido em tal
restauração.

Quinto, devemos ter em mente que nem tudo do judaísmo é ruim. Pelo
contrário, quase todo o judaísmo foi extraído da Tanach, ou seja, do Antigo
Testamento, que foi

também inspirado pelo Espírito Santo. iCToda escritura é divinamente inspirada


e proveitosa para ensinar, para repreender,

para corrigir; para instruir em justiça” (II Tm. 3:16). Assim, se a religião
judaica baseia-se no mesmo livro usado pelos crentes em Yeshua, a Bíblia
Sagrada, é lógico que temos algo em comum, e até muita coisa em comum.

Assim, cremos que as Festas Bíblicas devem ser celebradas dentro do contexto
profético no qual elas foram inseridas. Portanto, não há nada de judaizante, nem
sequer de incentivo à israelatria ou judeumania, em celebrar as Festas Judaicas
no contexto do Novo Testamento, cen tralizadas na pessoa de Yeshua. Sim, elas
estão inseridas também no contexto judaico não-messiânico, mas elas
são bíblicas, e não pagãs.

Sexto, a celebração das Festas Bíblicas para os cristãos é de grande valia na


avaliação espiritual, pois elas falam do Messias e apontam para um estado de
libertação e crescimento espiritual. Por exemplo, quando celebramos a Festa da
Páscoa, perguntamo-nos se realmente saímos do “Egito” (mundo) e do sistema
de escravidão do pecado. Um crente pode ter saído do “Egito” e não estar,
ainda, totalmente liberto das coisas passadas, pois embora salvo, sua mente ainda
não foi totalmente restaurada. A festa dos Pães Asmos nos fala do fermento, ou
seja, na linguagem espiritual, da velha natureza humana do pecado. E
assim, somos convidados a varrer todo tipo de “fermento” que ainda possa
existir em nossa vida. Outro exemplo é quando celebramos a Festa de
Pentecostes, conhecida também como “Shavuôt” ou, ainda, como “Festa das
Semanas.” Nela, vamos meditar nos dons do Espírito Santo e tomar

posse daqueles que ainda não se manifestaram em nossas vidas. Já na Festa dos
Tabernáculos, vamos meditar se realmente temos permitido ao Messias
tabernacular em nós, sendo a presença dEle real e constante em nossas
vidas, tornando-nos fontes de “água viva” para este mundo caótico. A grande
verdade é que a celebração das Festas Bíblicas nos trazem qualidade de vida
espiritual.

Sétimo, as Festas Bíblicas são também proféticas, porque falam de como é o


Messias. Assim, veremos nos próximos capítulos que, enquanto as quatro
primeiras Festas (Páscoa, Pães Asmos, Primícias e Pentecostes) falam
do Messias ressurreto, as três úldmas Festas do ano falam do Messias que há de
voltar e reinar no milênio.

Oitavo, podemos aproveitar as Festas Bíblicas para promover a unidade do


Corpo de Cristo, uma vez que diferentes denominações se valem de um
instrumento bíblico para celebrar exclusivamente ao Senhor, não
transferindo para o homem nenhuma glória ou adoração.

Nono, elas nos trazem santidade, além de qualidade da fé. Suas mensagens são
todas centradas na pessoa de Yeshua, e o poder que há na Palavra gera em nós
santidade, separação exclusiva para uma vida com D-us.

Décimo, talvez um dos mais importantes motivos para os cristãos celebrarem as


Festas Bíblicas esteja no fato de que, alcançando a santidade, pré-requisito
fundamental para a volta do Senhor, estarão aproximando-se de Israel e de seu
povo, cumprindo a Palavra de Romanos 11:26, que diz que quando a Igreja
gentílica alcançar a plenitude na graça de D-us, a nação de Israel será salva,
tornando assim uma só família de D-us (Efésios 2:11-19).

)
Cajjítufo III

Hag Pcssacf A Festa da Páscoa

Desejamos carinhosamente, com este estudo, contribuir para que o Corpo de


Cristo nesta nação brasileira possa realmente entender o verdadeiro sentido da
Páscoa do Senhor. Neste momento, nossos corações se entristecem ao ver as
crianças, filhos de crentes em Yeshua, comemorando uma páscoa cheia de
tradições pagãs, onde ovinhos são pintados e coelhinhos de páscoa são dados
como presente. O comércio, neste período de páscoa, oferece ovos de chocolates
dos mais variados recheios, cores e tamanhos; a escolha é do freguês. Todo
mundo, então, vai desejar “boa páscoa” aos outros, onde crentes e descrentes em
Yeshua acreditam, nessa ocasião, estarem fazendo o melhor.

Por isso, urge que os verdadeiros crentes tomem conhecimento do verdadeiro


sentido da Páscoa e o declarem ao mundo, que está cada vez mais perdido e
afastado da vontade de D-us. Por outro lado, enquanto o mundo irá
profeticamente de mal a pior, a Igreja de Yeshua, a noiva ataviada, irá de bem a
melhor.

A Festa da Páscoa é a primeira festa fixa do ano no calendário judaico. Por isso,
ela é muito importante não só por ser a primeira festa, mas porque, sem ela, as
outras festas não existiriam. Para nós, crentes em Yeshua, ela fala profundamente
ao coração, pois sua mensagen principal fala, pelo menos, de três pontos super
importantes para todo aquele que acredita no Messias:

Primeiro, é necessário passar o sangue do cordeiro nos

umbrais e nas vergas das portas de nossas casas, onde o corA

deiro assado será comido (Exodo 12:7). Para nós crentes, isso significa “nascer
de novo”, recebendo o perdão pelo sangue do Cordeiro, vertido na cruz do
calvário para remissão dos nossos pecados (Romanos 5:8-9). O comer o cordeiro
significa tê-lo dentro de nós, habitando em nós (I Co. 2:6);

Segundo, é necessário sair do “Egito”, que representa o sistema do mundo. E


necessário não só sair dele, mas ser liberto dele. Assim, a Festa da Páscoa tem
como tema básico o Messias, nosso Cordeiro que liberta; o Cordeiro de D-us que
tira o pecado do mundo, do nosso coração(João 1:29);

Terceiro, celebrando a Festa da Páscoa, o Senhór passa estabelecendo juízo aos


deuses (demônios) locais (Ex 12:12).

Em resumo, ao celebrarmos a Festa da Páscoa, tomamos consciência do novo


nascimento em Yeshua, da libertação das coisas do mundo e da escravidão do
pecado. Não basta só estar convertido a Yeshua, tendo-o como Senhor e
Salvador. E necessário deixar para trás toda vida de pecado e as coisas do
mundo. Pelo arrependimento, há uma ruptura com o passado e com todo o
sistema de escravidão que o pecado traz sobre o homem. Há, portanto,

uma mudança interior nos pensamentos, nas atitudes e,


*

principalmente, no estilo de vida. E algo muito profundo entender a celebração


desta festa neste contexto e analogia proféticos.

Vamos, agora, descrever passo a passo a origem da Páscoa judaica e entender


seu sentido messiânico, aplicado-o em nossos dias.

“Pois também o Messias, nosso cordeiro pascal\ foi imolado. Por isso,
celebremos a festa (páscoa) não com o velho fermento,

nem com o fermento da maldade e da malícia; e sim com os asmos da


sinceridade e da verdade.” (I Co. 5:7-8)

1. Histórica

É de conhecimento geral que, por 4000 anos, o povo judeu tem continuado a
celebrar a Páscoa, tendo-a como um memorial e estatuto perpétuo (Ex. 12:14).

Como o povo Judeu veio a residir no Egito?

Mas, para entender o porquê da saída do povo hebreu do Egito, é necessário


entender como e por que eles vieram a se instalar neste país, tornando-se
escravos deste império.
Quanto tempo dura a Festa da Páscoa e o que causou a sua origem?

Vários estudiosos situam o êxodo dos israelitas do Egito entre os séculos XVII e
XIII a.C. (Ex.: Abba Eban, em seu trabalho de história “Meu Povo”). A história
dos Judeus favorece essa data por volta de 1250 a.C., quando
A

do Exodo no reinado de Ramissés XI. Os israelitas, ou a nação hebraica,


estiveram residindo no Egito por 430 anos antes da sua histórica libertação da
escravidão. Como os hebreus vieram de Canaã para o Egito?

Devemos voltar a José. No século XVIII a.C., o Egito tinha sido invadido por
tribos semitas chamadas de Hycsos. José, em Canaã, tinha sido traído por seus
próprios irmãos e, com a idade de dezessete anos, foi vendido para os
mercadores midianitas, que o venderam a Potifar, capitão da guarda de Faraó.
No Egito, José escapou da sedução e sofreu a prisão inocentemente, antes que
ele viesse a ter a atenção de Faraó, que lhe pediu para interpretar os seus sonhos.
A interpretação de José resultou em sua promoção,

dada por Faraó, a “governador sobre toda a terra do Egito”. Durante sete anos de
colheita abundante, José preparou um sistema de armazenamento da colheita da
terra, o bastante para alimentar todos que viessem ao Egito à procura de grãos
durante os sete anos seguintes de fome. Entre muitos que vieram, estavam seus
próprios irmãos. Nesse tempo, Faraó também os encontrou. Em apreciação pela
sabedoria de José e o seu habilidoso trabalho à nação, Faraó requisitou que José
trouxesse toda a sua família para morar no Egito. Foi assim que os Judeus foram
para o Egito, tornando-se, mais tarde, escravos desta nação.

2. A Saída do Egito e a Instituição da Páscoa

Para proteger o povo Hebreu da praga da morte, o Eterno deu específicas


direções a Moisés e a Arão, como descrito
A m

em Exodo 12. Era o mês da primavera de Aviv. Esse sena o mês para a sua física
redenção da escravidão, para nunca ser esquecida. Eles deveriam criar um novo
e sagrado calendário e celebrar Aviv como o primeiro mês entre todas as suas
gerações. Então, uma precisa “ordenança” foi prescrita para ser observada na
noite do Exodo: um cordeiro macho de um ano, sem mancha, deveria ser
observado do décimo ao décimo quarto dia de Aviv. Então, o cordeiro deveria
ser sacrificado ao crepúsculo do dia. Eles deveriam aplicar um pouco do seu
sangue nos umbrais das portas de suas casas.

Os Elemenstos da Ceia da Páscoa

A refeição deveria consistir de três elementos: o cordeiro assado, o pão sem


fermento (chamado na lingua-

gem dos Hebreus de “mat^ôt”, no plural, e “mat^á”, no singular) e ervas


amargas. O Senhor revelou Seu propósito nessa última praga: “Porque, naquela
noite, passarei pela terra do Egito e ferirei todos os primogênitos na terra do
Egito, desde os homens até os animais, e sobre todos os deuses do Egito execu-
_ A

tarei juí^o. Eu sou o Senhor(Exodo 12:12).

E também o Senhor prometeu Sua segurança às famílias que aplicassem o


sangue na entrada de suas casas (v. 13): “o sangue vos será por sinal nas casas
em que estiverdes; vendo o sangue, passarei por cima de vós e não haverá entre
vós praga destruidora, quando Eu ferir a terra do Egito. ”

Essa última refeição no Egito constituiu uma nova “orA

denança55 — a “ordenança da Páscoa do Senhor5’ (Ex. 12:11, 27, 43) e da “Festa


dos Pães Asmos55, ou “pães sem levêdo55. O termo hebraico é “Hag Hamatsfit”.
Por sete dias, anualmente, nada deveria ser comido que contivesse fermento,
chamado em hebraico de “hamêtf* (v. 20). Para a violação dessa lei contra o pão
comum e o fermento, a penalidade era a morte (vs. 15-19).

Futuras gerações deveriam tomar os mesmos cuidados na escolha do cordeiro


sem mancha para a refeição da Páscoa. E uma específica ordem foi dada: que
nenhum osso poderia ser quebrado (v. 46; Nm. 9:12; João 19:32-37).

Comer as ervas amargas era um dos três elementos da ordenança, para lembrar
sempre ao povo hebreu da amarga prisão que durou quatrocentos anos através
dos seus ancestrais no Egito (Êxodo 1:14; 12:8).

Em cada geração, os pais deveriam contar aos seus filhos que essa ordenança da
Páscoa memoriza a escravidão e a redenção de seus ancestrais (12:26-27). Esse
“contar55 da história é o título de um livro oficial intitulado “Hagadá”.

Muitos não israelitas juntaram-se aos filhos de Israel naquela noite de seu
apressado êxodo. Uma lei foi

promulgada para promover igualdade de privilégios aos gentios que morassem


com o povo judeu (12:49) e aos aderentes ou convertidos ao judaísmo.

3- A Páscoa para os Judeus

Começa na noite do dia 14 de Nissan (como é chamado o mês de aviv


atualmente) e dura oito dias. É a festa da libertação de Israel da escravidão
egípcia. Pêssach significa “passar por cima, saltar5’. Assim se denominou esta
festa porque o Anjo que matou os primogênitos dos

egípcios “saltou55, isto é, “passou por cima55 das casas ju-

daicas, poupando a seus filhos mais velhos. E costumç os primogênitos judeus


jejuarem no dia 14 de Nissan, vé&pe-

ra de PESSACH, como recordação do perigo a que estiveram expostos os


primogênitos judeus no Egito.

Nestes oito dias, é categoricamente proibido comer pão e outras comidas


levedadas, para lembrar-se de quando um povo inteiro, conduzido pela vontade
de D-us encarnada em Moisés, saiu tão apressadamente do Egito que a massa
preparada para o fabrico do pão não teve tempo de fermentar. Nas primeiras
noites, celebram-se o Sêder, durante o qual conta-se a história da festa
(Hagadá), bebe-se vinho, come-se a Mat^á (pão sem fermento) e a marôr (ervas
amargas), que trazem a recordação simbólica da escravidão no Egito e, depois,
da libertação.

Vejamos alguns pontos da Páscoa judaica:

• Sêder — a ceia com a leitura da Hagadá, foi sempre celebrada com grande
alegria em Israel. Pelo amor que os judeus devotam a seus filhos, eles mantêm a
tradição desta sugestiva festa de família, onde celebram

o Sêder, em regra, durante as duas primeiras noites de

Pêssach,

• Há milênios, o judeu evoca e festeja os eventos do êxodo das tribos de Israel


do cativeiro dos faraós, ocorrido há mais de 35 séculos;

• Pêssach, a páscoa judaica, é, por excelência, a festa da liberdade. No Sêder, a


mesa posta, a ceia e o relato obedecem a uma ordem tradicionalmente sagrada;

O Sêder marca o início de uma nação judaica livre;

• Pêssach mostra a eternidade do povo judeu. Povos, impérios, civilizações


poderosas e de grande cultura desapareceram. Ficaram apenas na lembrança,
que hoje é meramente arqueológica; mas o povo judeu permanece até os dias de
hoje!

• A Festa começa no dia 15 de Nissan, prolonga-se por 7 dias em Israel e por 8


dias na diáspora. O primeiro dia representa a saída do Egito e o sétimo, a
passagem pelo Mar Vermelho, que os judeus atravessaram em terra firme e seca,
cantando a SHIRA. Os dias intermediários são chamados de CHÔJL
JHL4MOÊD. Na diáspora, acrescentou-se um segundo dia festivo, e o oitavo foi
instituído pelos judeus sefaraditas da Espanha;

Pêssach sempre ocorre na primavera de Israel, época da renovação da natureza.


Quando o pêssach cai num Sábado, este é chamado de Shabat Hagadol, porque
os judeus saíram do Egito também num Sábado.

Recomenda-se que a casa esteja limpa, para que não fique nenhum “hamêts^’-
alimento fermentado, proibido no Pêssach. O conceito de hamêtt? é
simbólico. Representa os defeitos das pessoas, que devem fazer
um exame de consciência de seus atos e de seu comportamento, para se libertar
de suas más qualidades.

Elementos básicos para o Sêder Judaico e seus signi-Jicados

Mesa: é preparada utilizando-se louças nobres.

Velas ou a própria Menorá (candelabro de sete pontas):

São colocadas em castiçais que serão acesos no pôr-do-sol pelas mulheres. A


vela fala da luz divina, afastando as trevas.

Hagadá: Livro com a liturgia do jantar de pêssach.

Matzôt: Pães sem fermento, separados em 3 fileiras principais, tipificando


Abraão, Isaque e Jacó ou os tipps de judeus: Cohen, Levi e Israeli. Simboliza a
abertura do Mar Vermelho.

Vinho: Quatro taças representam as quatro etapas da redenção: saída da


escravidão, saída do Egito, afundamento do exército de Faraó no mar e entrega
da terra prometida a Israel.

A taça de Elias (Kôs Eliáhu): grande e bonita, é reservada para a chegada do


Messias.

Água e sal: São colocadas numa vasilha, onde são mergulhados o Karpás
(salsão ou aipo) e o ovo. Representam as lágrimas do povo judeu pelo sacrifício
diário de crianças feito pelo Faraó, na ilusão de curar as lepras.

Keará: Prato ou travessa onde são colocados os seguintes elementos:

• zerôa — Pedaço de osso assado, representando o cordeiro pascal. Representa


o luto de não se poder celebrar o sacrifício da páscoa, pois não existe templo.

• beitzá — Ovo cozido. Simboliza o povo judeu que,

quanto mais perseguido, mais forte se torna. Fala também de uma nova vida.

• Marôr — almeirão, escarola ou alface romana. Tra-duz-se pelo amargo, pelo


sofrimento da escravidão, pela tristeza do trabalho forçado, pelas crianças
que eram sacrificadas quando o trabalho de Faraó não era alcançado.

• Charôsset — massa de nozes e maçãs picadas, com canela e vinho.


Representam os tijolos que os escravos judeus faziam.

• Karpás — Salsão ou aipo. Representa o trabalho árido, insólito do povo


escravo.

• Chazêret — alface romana. Tem o mesmo significado do Marôr.

Durante a cerimônia, o pai parte o pão do meio (Mat%a) e esconde uma metade,
pois ele deve ser procurado pelas crianças. A criança que o encontrar, pode pedir
ao pai o que quiser. Este pão escondido chama-se Afikomân. Para nós,
messiânicos, este pão simboliza o Messias, que ainda se encontra escondido para
o povo judeu.

4. Yeshua instituiu o memorial da Ceia durante Sua úüima celebração da


Festa da Páscoa

Você acha que é de conhecimento geral que Yeshua celebrou a Páscoa? Yeshua
anulou a celebração da Festa da Páscoa instituindo o memorial da Ceia durante
aquela celebração? Veremos que não. São duas situações distintas, porém
análogas. Em momento algum durante a celebração desta Festa, Yeshua anulou a
páscoa. Pelo contrário, Ele deu um significado e uma simbologia real a
ela. Lembremo-nos de que todas as coisas do Antigo Testamen-

to são sombra (imagem) daquilo que se ainda está por vir (CL 2:16).

Começaremos citando os Evangelhos Sinópticos. Em Marcos 14:12, por


exemplo, lemos: “No primeiro dia dos pães asmos, quando se fa^ia o sacrifício
do cordeiro pascaly disseram-lhe seus discípulos: Onde queres que façamos os
preparativos para comer es a Páscoa?”

Compare também Mateus 26:17-19 e Lucas 22:7-8. Certamente, esse registro em


todas as narrativas dos três Evangelhos estabeleceu o fato de que Yeshua e seus
doze discípulos planejavam se assentar e observar a tradição anual da Páscoa.
Preparativas para a Ceia da Última Páscoa

Por quatro dias, desde o décimo até o décimo quarto dia do mês hebraico de
“Nisany\ os discípulos observaram o seu cordeiro selecionado para ter certeza de
que era sem mancha e sem defeito. Falando nisso, o nome original do mês da
Páscoa, sendo o primeiro mês do seu calendário sagrado, ‘!Aviv’\ foi mais tarde
mudado para u.Nisan”, durante ou após o retorno da nação judaica do
cativeiro babilônico, no século VI a.C. (606-536 a.C.).

Naquele ano da última Páscoa de Yeshua, o décimo quarto dia era contado do
entardecer da quarta-feira ao entardecer da quinta-feira. No meio da manhã de
quinta-feira, todos os lêvedos, ou hamêt^ eram removidos de todas as casas dos
hebreus, fossem eles sólidos ou líquidos. Os cordeiros pascais deviam ser mortos
no pátio do templo por volta de uma e meia da tarde da quinta-feira, e o
sacrifício oferecido no grande altar cerca de duas e meia da tarde. Aos homens
leigos também era permitido matar seus próprios cordeiros. Esse era o único
serviço de sangue que não precisava ser realizado por um “Côhen”, ou sa-

cerdote. Essa lei rabínica é, aparentemente, baseada na


A

Torá, em Exodo 12:6 — “todas as pessoas da comunidade de Israel devem matar


os cordeiros no entardecer ou crepúsculo da tarde. Isto significa que a matança
poderia ser administrada por um sacerdote, levita ou israelita.”

O primeiro fluxo da delicada e precisa incisão no pescoço do animal era


recolhido pelo sacerdote em uma bacia de prata ou ouro. Havia duas fileiras de
Cohanim vindas do pátio do templo: uma fileira de sacerdotes carregando bacias
de ouro e outra fileira carregando bacias de prata.

O sangue do sacrifício era passado ao longo das linhas de Cohanim (Sacerdotes)


até o último sacerdote no altar receber a bacia e despejar sobre a base. Durante
a matança e o sacrifício, as trombetas soavam, e o coral de levitas cantava,
continuamente, os Salmos 113 a 118.

Então, esse é o cenário histórico do culto no templo, durante a Páscoa, na vida e


época de Yeshua, o Messias?
Sim. Yeshua enviou Pedro e João (Lucas 22:8) para prepararem o cordeiro, de
acordo com as prescrições da Torah, como lemos anteriormente em Exodo. Ele
também afirmou, em inúmeras ocasiões, que viera para “cumprir a Eei e os
Profetas” (Mateus 5:17). Em um número de ocasiões, Ele instruiu as pessoas
que havia curado, dizendo: “Vá e mostre-se ao sacerdote e ofereça o sacrifício
que Moisés ordenou para que ficasse limpo, como um testemunho para eles.”
(Lucas 5:14, Marcos 1:44).

Os discípulos trouxeram o cordeiro assado para um espaçoso cenáculo,


mobiliado por um outro discípulo desconhecido ou por um casal de Judeus
crentes (Lucas 22:11-13). Quando as primeiras estrelas apareciam, o
calendário Hebraico reconhecia que o décimo quinto dia de Nisan havia
começado. Então, Yeshua e os doze assentaram-se á mesa. A primeira coisa que
Ele lhes disse foi: “Eu tenho

desejado ansiosamente comer esta Páscoa (que significa o JPêssachy ou


cordeiro) convosco antes do meu sofrimento. Pois vos digo que nunca mais a
comerei, até que ela se cumpra no reino de D-us.” (Lucas 22:14-16).

Yeshua falou de “cumprimento”. A “Páscoa do Senhor” e a “Festa dos Pães


Asmos” foram destinadas por D -us para serem cumpridos Levítico 23:5 e
Jeremias 31:31.
V

A luz do Novo Testamento, aprendemos um válido princípio no estudo da


teologia, nomes e tipologia. Por
A

exemplo, o cordeiro da Páscoa, em Exodo 12, era um tipo dessa realidade na


Pessoa do Servo Sofredor do Senhor, o Messias que, no Novo Testamento, é
chamado de “O cordeiro de D-us que tira o pecado do mundoyy (João 1:29), e
o Messias, nosso Cordeiro Pascal, que tem se sacrificado por nós (I Co. 5:7).

Lucas, autor da terceira narrativa dos Evangelhos Sinópticos, sendo o único


escritor dos livros do Novo Testamento não judeu, deu atenção particular aos
dois copos dos tradicionais “quatro copos” da refeição da Páscoa, que foi
observada no tempo de Yeshua assim como ainda o é na Páscoa contemporânea.
Tomando o primeiro copo, chamado de “Kiddushyyy ou o Copo da Santificação,
Yeshua

santificou a ocasião. Ele pronunciou a tradicional bênção


*

que nos é familiar: (CBendito és Tu, O Senhor, nosso D-us e Rei do Universo,
Criador do fruto da vinhayy.

As narrativas dos Evangelhos não recordam cada detalhe do ritual da cerimônia


da Páscoa conforme ela era observada no tempo de Yeshua. Nós poderemos nos
satisfazer com o que podemos achar nos registros históricos judaicos ('Mishnah
Pesachim), como também, fazer referências a certos costumes que foram
adicionados à Páscoa desde o ano 70 d.C.

Inicialmente, nos tempos de Yeshua, o primeiro alimento requerido no culto da


Páscoa eram (e ainda é) as er-

vas amargas, molhadas em um vinagre de frutas ou em água com sal. Esse ritual
recordava a amarga prisão no Egito, e os sábios Judeus diziam que isso era “um
sinal de liberdade e bem estar”, aparentemente quando o povo Judeu não
era mais escravo. O mestre da cerimônia preparava uma porção de ervas amargas
molhadas e dava a cada convidado para comer. Havia, então, como existe ainda,
dois tipos de molhos durante o ritual. No quarto evangelho, João o descreveu
como “pão molhado” (João 13:26). O segundo molho é composto de uma
mistura de figos, nozes, frutas e canela, representando a argamassa com a qual os
Hebreus eram forçados a fazer tijolos. A erva amarga e a porção dessa mistura
eram comidas entre os pedaços de mat^á.

Ritual Tradicional e Novas Palavras

Também no início da refeição, um prato com três pães sem fermento (mat^oi) era
exibido. Eles eram chamados de “pães da aflição”, citando Deuteronômio 16:3.
Esse

prato é, ainda hoje, exibido como sendo “o pão sem feri-* • • A

mento”, que foi comido às pressas na noite do Exodo dos Hebreus do Egito. Foi
esse “mat^á” que Yeshua tomou antes que a refeição fosse servida e,
pronunciando a tradicional ação de graças, quebrou o pão e deu a seus
discípulos, com uma nova palavra: “Este é o meu corpo que é dado por vós;
fa^ei isto em memória de Mim” (I Co. 11:24).

Você pensa que os discípulos refletiram sobre o retrato profético do Servo


Sofredor do Senhor, como foi profetizado por Isaías no sétimo século antes da
era cristã?

Será que a quebra do pão pode simbolizar Is 53, que expressa o Servo do Senhor
“oprimido e aflito”?

Exatamente! Em Isaías 53:7, lemos: (Ele foi oprimido e aflito”. Aqui, temos
novamente uma tipologia. O “PÃO

SEM LEVEDO”, o “mat^á”, é agora declarado por Yeshua, o Messias, para


simbolizar Seu “corpo dado por nós”. Isaías 53:5 profetiza que Ele seria “ferido
pelas nossas transgressões”. Na “sexta-feira santa”, Yeshua foi literalmente
“ferido”.

Anteriormente, falamos das quatro promessas que D -us fez ao seu povo
enquanto escravo no Egito, como
A

registrado em Exodo 6:6-7. Porque D-us manteve Sua palavra, originou-se um


costume em Israel, muito tempo antes de Yeshua, conhecido como os “Quatro
Cálices”, ou quatro goles do “fruto da vinha”, observado no ritual da Páscoa.
Esse costume é ainda praticado nos dias de hoje.

O evangelho segundo Lucas registra Yeshua tomando o “terceiro cálice” na


ordem do culto, conhecido como o “Cálice da Benção” ou “Cálice da
Redenção”. O último termo memoriza a terceira promessa: “E os
redimirei...”. Yeshua pronunciou a mesma bênção familiar que precedeu o
primeiro cálice, ou “Kiddush”, mas Ele adicionou uma segunda palavra nova e
eletrificante: “Este é o cálice da Nora Mliança no meu sangue derramado por
vós ” (Lucas 22:20).

Yeshua propôs trazer a memória dos discípulos uma promessa profética, dada à
nação de Israel cerca de seis-centos anos antes, através do profeta Jeremias (Jr.
31:31): “Eis ai vêm dias, dit£ o Senhor, e firmarei nova aliança com a casa de
Israel e com a casa de Judá ”.

O princípio da Páscoa da “Nova Aliança” tornou-se “A Ceia do Senhor”, como o


apóstolo Paulo escreveu (I Co. 10:16). Na tipologia, nós agora vemos que o
cordeiro pascal da Páscoa dos Hebreus era o tipo de “Cordeiro de D-us que toma
o pecado do mundo”, como o apóstolo João escreveu (João 1:29). “Pois também
Cristo (O Messias), nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado por nós”, diz o
apóstolo Paulo (I Co. 5:7). A mancha do sangue do cordeiro aplicado nas
ombreiras das casas dos Hebreus no Egito, que redimiu todos os que cre-

ram na décima praga de morte, era o modelo do “precioso sangue de Yeshua (o


Messias), como o cordeiro sem mancha e sem defeitoi} (I Pedro 1: 18-19). O
“pão sem levedo” — o “mat^á” da última ceia do Egito — foi santificado por
Yeshua, o Messias, como símbolo do Seu corpo puro e sem pecado.

“O cálice após a ceia”, que continha o “fruto da vinha” ou vinho, foi santificado
pelo Senhor Yeshua como símbolo do Seu puro e inalterado sangue remidor,
segundo Ele mesmo havia dito: “Este é o Meu sangue, o sangue da Nova
Mliança“O sangue de Yeshua, o Messias, o qual nos lava de todo pecado”,
como escreveu o apóstolo João (I João 1:7).

Tanto a “Ceia do Senhor”, como a Páscoa da Nova Aliança, traz-nos para a


“comunhão” (“koinonia”) — para a associação, participação, como partes do
corpo dos crentes, com a presença espiritual do próprio Senhor (I Co. 10:16-17).
Paulo escreveu: “Porventura o cálice da bênção que abençoamos não é a
comunhão do sangue do Messias’*? O pão que partimos não é a comunhão do
corpo de Yeshua, o Messias enviado?

O propósito e a duração da “Ceia do Senhorx

Concluindo, Paulo explica o propósito e a duração da observância da “Ceia do


Senhor”: “Porque, todas as ve-tçes que comerdes este pão e beberdes o cálice,
anunciais a morte do Senhor (este é o propósito de D-us), até que Ele venha
(esta é a duração).” (I Co. 11:26).

Tipologia dos elementos da Páscoa com a Ceia do Senhor:

a) O “pão feito sem levedo” tipifica a nova natureza dos crentes em Yeshua —
“sem malícia e perversidade”. Ele também simboliza o Salvador, que é “santo,
sem mancha, puro, separado dos pecadores, exaltado acima dos

céus.” (I Co. 5:7-8; Hebreus 7:26). O “pão sem leve-do”, ou “mat^á”, sobre a
mesa da última ceia da Páscoa do Messias, foi declarado pelo Senhor Yeshua
para representar “Meu corpo dado por vós. Fa%ei isto em memória de Mim.”
(Lucas 22:19).

b) O cordeiro sem mancha, o qual se tornou “o sacrifício da Páscoa do


Senhor”, tipifica o “Messias, nosso Cordeiro Pascal\ sacrificado por nós”. (I
Co. 5:7; 15:3).

c) “O Cálice”, mencionado nos Evangelhos Sinópticos,

não foi introduzido nos elementos originais da Ora

denança da Páscoa, fixado em Exodo 12.

“Vinho” ou “o fruto da vinha”, era bebida costumeira nos tempos do Antigo


Testamento. Yeshua levantou o “cálice” , fazendo disso um memorial do Seu
puro “sangue da Nova A.liança que é dado por vós” (Lucas 22:20).

“Pão sem levedo” e o “cálice” de vinho têm sido estabelecidos pelo Criador, na
ordenança da Páscoa e na Ceia do Senhor, como símbolos apropriados do
Seu corpo sem pecado e da pura redenção, através do sangue, pelos seus e meus
pecados, “até que Fie venha”.

d) Ervas amargas — Comendo as ervas amargas, lembramos das amarguras da


vida sem D-us e sem Yeshua, quando éramos escravizados pela natureza do
pecado

que habitava em nós. Éramos um com o mundo diabólico de satanás. Quantos


sofrimentos poderíamos ter evitado se tivéssemos saído do “Egito” (mundo)
mais cedo? Quantas vezes fomos vítimas de infortúnios e desgraças por não
vivermos sob a graça do Messias? Neste momento que comemos as ervas
amargas, lem-

bramos da nossa vida passada, dando graças a D-us por termos agora seu Filho
Yeshua habitando em nós. Em outras palavras, valorizamos e avaliamos o estado
e qualidade da nossa vida atual no Messias. Será mesmo que não temos sofrido
nenhum tipo de amargura vivendo com o Messias, ou será que existe em
nós algo que nos prende ao passado e à escravidão do pecado?
5. A celebração da Festa da Páscoa para os Messiânicos, Judeus e não Judeus,
crentes em Yeshua

Yeshua e seus discípulos celebraram a Páscoa. Os cristãos primitivos,


constituídos de judeus e gentios, comemoravam também a Festa da Páscoa. Não
havia diferenças entre judeus e gentios na Igreja primitiva, e todos eram um no
Messias. Hoje, também, podemos encontrar em nossas congregações
messiânicas tanto judeus crentes em Yeshua, quanto crentes não-judeus.
Somente no século IV o papa católico de Roma suspendeu a celebração da
Páscoa. Como os protestantes nasceram de uma cisão do catolicismo, não
herdaram também a verdadeira celebração desta Festa.

Portanto, todos nós que estamos no Messias, somos um só Corpo. Independente


do memorial da Ceia do Senhor instituída por Yeshua, o Messias, na última Festa
da Páscoa celebrada com seus discípulos, podemos participar dessa Festa
conforme as Escrituras. O Apóstolo Paulo, na sua carta aos Coríntios, capítulo 5,
verso 8, fala-nos a respeito desta celebração. A Ceia do Senhor fala e anuncia
a morte de Yeshua até que Ele venha. Pois Ele virá novamente, em glória, para
reinar com sua Igreja sobre as nações. Ela é, portanto, um ato de fé e uma
ordenança do

Senhor Yeshua, onde celebramos a Nova Aliança eterna — a salvação que há


somente no Messias Yeshua. Com ela, celebramos a unidade do Corpo, a nossa
vitória na Cruz (ressurreição) e a remissão dos nossos pecados.

Como já dito, podemos celebrar a Festa da Páscoa seguindo a tradição judaica e


terminando com a Ceia do Senhor, como Yeshua e os discípulos fizeram.

Nesta Festa , nós crentes em Yeshua, o Messias, aproveitamos para declarar o


Messias ressurreto, que nos libertou do império das trevas em que vivíamos,
afastados de D-us em nossos pecados. Nesta Festa, declaramos e agradecemos a
D-us por seu Filho, Yeshua, o Redentor e Salvador de nossas almas.

6. Coma a Igreja Cristã deve celebrar a Páscoa?

Não se trata de impor à Igreja gentílica a celebração desta festa. Há liberdade em


nosso meio, como Paulo nos ensina em Colossenses 2:12 (aquele que celebra,
não julgue o que não celebra).
Não vamos aqui relatar as recomendações da Hagadá (manual que contém a
leitura dos textos da Páscoa e a seqüência das bênçãos de cada um dos
elementos, conforme a tradição judaica). Para o leitor que deseje conhecer mais
sobre esta cerimônia judaica, recomendamos as literaturas judaicas. Alguns
movimentos do judaísmo messiânico (judeus crentes) celebram esta festa
seguindo toda a tradição judaica, adaptada é claro, à pessoa do Messias.
Pensamos que estes irmãos, como judeus, têm este direito de celebração, pois o
judeu, quando se converte ao Messias Yeshua, não deixa de ser judeu e,
conforme recomendações paulinas, pode guardar suas tradições.

Porém, na carta de Paulo (I Co. 5:7), o apóstolo foi

categórico em afirmar para os judeus e gentios crentes de Corinto: "Peto que


celebremos a festa,..." Então, devemos celebrá-la no contexto messiânico, ou
seja, como Yeshua e, com certeza, os apóstolos faziam: preparavam uma mesa
com os elementos (os elementos básicos são: vinho (ou mosto), pão
sem fermento, ervas amargas, cordeiro assado e outros alimentos, pois era uma
ceia (esses elementos já foram descritos anteriormente). Entendemos que há
liberdade para que os cristãos a celebrem entre os familiares; ou reunindo mais
de uma família (Ex. 12:4); ou reunindo toda a igreja; ou mesmo, reunindo
solenemente parte ou representantes do Corpo do Messias de uma mesma cidade
ou localidade. São as chamadas “santas convocações solenes”, relatadas no livro
de Levídco.

Entendemos, também, que quando Paulo diz: “celebremos a festa não com o
velho fermento, nem com fermento da malícia e da corrupção"\ ele está falando
da natureza do velho homem existente antes do encontro com o Messias.
Portanto, entendemos que durante os sete dias do período de Pêssach, podemos
deixar de comer alimentos fermentados, conforme o mandamento bíblico, a fim
de nos lembrarmos de que agora somos novas criaturas no Messias, nascidos da
morte para a vida, pois procuramos viver com os ázimos da sinceridade e da
verdade. Devemos terminar esta cerimônia com o memorial da ceia, como
ensinado por Yeshua, como já mencionado anteriormente.

(£/. Celebrando a Festa emfamília, para aqueles que desejarem

A mesa para o Sêder Cristão

A mesa pode ser idêntica à mesa do Seder judaico,


já descrito anteriormente. Desta forma, daremos ênfase aos

elementos bíblicos, centralizando-os na pessoa de Yeshua.

E uma festa da família e dos crentes em Yeshua, pois afinal, todos ali presentes à
mesa estarão dando graças a D-us pelo novo nascimento, pela libertação e,
sobretudo, pela salvação e vida eterna que há no Messias Yeshua.

Bênçãos dos Elementos

E bem certo que Yeshua, como judeu, tenha celebrado toda a cerimônia de
Pêssach conforme a tradição judaica. As respectivas bênçãos recitadas para os
principais elementos são:

• Bênção do Vinho: C£Baruch Atá Adonai Eloheinu mélech

haolam, borê pri hagáfen. Amên”. Os messiânicos acrescentam “B'shem Yeshua


Hamashiach”. “Bendito seja nosso D-us, rei do Universo, que criou o fruto da
vide. Em nome de Yeshua, o Messias. Amém.

• Bênção do Pão: “Baruch Atá Adonai Eloheinu mélech haolam, hamotzí


lechem min haáretz, B'shem Yeshua Hamashiach. Amên. “Bendito seja nosso D-
us, rei do Universo, que fe% surgir o pão da terra. Em nome de Yeshua., o
Messias. Amém”.

• Bênção das ervas amargas: “Baruch Atá Adonai Eloheinu mélech haolam,
Ashêr kideshânu bemitzotáv vetzivânu al-nehilat marêr”. “Bendito seja nosso D-
us, rei do Universo, que nos santificou por seus preceitos e nos ordenou comer
ervas amargas”.

62. Celebrando a Festa na Igreja

A preparação da mesa é idêntica à descrição ante-

rior. Deve-se convocar solenemente toda a congregação para esta celebração


coletiva, preparando cada membro para que usufrua ao máximo de todas as
bênçãos que esta celebração nos traz.

Em nossas congregações, todos são convidados a orar e jejuar anteriormente a


festa. Damos ênfase à libertação que há no Messias, Yeshua. Não basta só deixar
o mundo (o sistema do pecado), mas é necessário ser liberto dele, uma vez que
vivemos fisicamente nele.

Fazemos uma grande festa! Os grupos de louvores e de danças preparam, com


muito zelo e cuidado, todas as músicas. Os movimentos das danças são buscados
com muita oração e direção do Espírito. Tudo precisa e deve ser dirigido pelo
Espírito Santo. Não queremos uma festa carnal. Pelo contrário, queremos tomar
posse das nossas heranças espirituais.

Fazemos todas as cerimônias com muito temor e amor, pois, afinal, prestamos
um culto de ação de graças a D-us por ter Ele nos libertado da escravidão do
pecado no qual vivíamos anteriormente.

Os diáconos preparam os elementos da grande Ceia. As irmãs preparam o jantar


com muito carinho e capricho, pois pelo fato de estarmos comendo juntos,
celebramos ao Senhor.

6.3* Convocando o Corpo do Messias da Cidade e celebrando juntos a Grande


Festa

O Ministério Ensinando de Sião tem, todos os anos, convocado todo o Corpo do


Messias das cidades nas quais existem nossas congregações, a fim de que
celebremos, unidos, esta Festa.

Alugamos o maior teatro ou ginásio da cidade, por

exemplo, e nele celebramos a Festa. Acreditamos que a convocação solene


relatada em Ex. 12:16 e Lv. 23:4 pode ser aplicada ao Corpo do Messias, pois
somos co-herdei-ros no Messias das promessas desde Abraão. Somos o
Corpo do Messias, sendo Ele a cabeça. Somos a família de D-us, o povo de D-
us, os remidos, aqueles que herdarão os céus e a terra.

Somos da opinião que a celebração desta Festa, a nível de Convocação de toda a


Igreja local, tem muito mais sentido bíblico. Afinal, é a Igreja de Yeshua unida,
não dividida, profetizando a uma só voz. O inferno não prevalece contra a Igreja.
E quando unida em amor, nossa autoridade faz-se real e presente, estabelecendo
os propósitos de D-us.

Além do mais, trata-se de uma excelente oportunidade para reunir o Corpo do


Messias, não em torno de um famoso pregador, não em nome de uma certa
denominação, não em datas de festas mundanas, mas em nome de Yeshua, nosso
noivo, que nos liberta e santifica. Em breve Ele voltará, arrebatando sua Noiva, a
Igreja — santa, sem ruga e sem mácula.

Como vemos, celebrar esta festa é uma visão profética. Em hipótese alguma
deve haver interesse financeiro e lucrativo, como cobrar ingressos ou promover
“shows” evangélicos. Se assim fizermos, estaremos estabelecendo nosso próprio
juízo, pois, como já dito, as celebrações das Festas Bíblicas trazem, também,
juízos divinos sobre todos. Lembrem-se de que se trata de um estatuto
perpétuo, de uma ordenança do Senhor.

Imaginem que, em todo o mundo, o Corpo do Messias está celebrando as Festas


Bíblicas, nas devidas datas, todos juntos profetizando sobre a Igreja, sobre as
cidades, nações, governos etc. Com certeza, o inferno seria abala-

do. Em nossas Festas, como a da Páscoa, reivindicamos a salvação do povo de


nossa cidade, profetizando contra os demônios locais da violência, pobreza,
miséria, corrupção etc. Aqueles que a nós se juntam, ao invés de condenar e
julgar nossas festas, são testemunhas oculares daquilo que o Espírito tem
dito às igrejas. “Quem tem ouvidosy ouça o que o Espírito di% às Igrejas” (Ap.
2:29). Cremos que estamos dando os primeiros passos para a existência de uma
Igreja santa e unida, cheia de poder; aquela que vencerá e testemunhará do
Nome do Senhor, o Eterno, o Único, o Rei dos Reis: Yeshua Ha Mashiach.

Após explicar todos os elementos, tipificando e ressaltando a pessoa do Messias


em toda a cerimônia, nossas congregações terminam a celebração da Festa de
JPêssach proclamando e declarando juntos (todos os representantes do Corpo do
Messias presentes naquela localidade) que somente no Messias Yeshua:

— Passamos das trevas para a Luz que há no Messias;

— Largamos a vida de escravidão na qual vivíamos em pecado e passamos a


viver uma vida de liberdade e

gozo;
— Libertamo-nos das doenças e enfermidades para tomarmos posse da cura;

— Deixamos as doutrinas e religiões do mundo e experi

mentamos a Ressurreição;

— Saímos da morte eterna para a vida eterna;

— Saímos do deserto (miséria e pobreza), vencendo Faraó, que tipifica o


diabo, para uma vida de abundância e riqueza da terra de Canaã;

— Deixamos a nossa “casa” (nosso corpo, nossa mente e coração), que era
suja e contaminada pelo fermento deste mundo, para assumirmos os asmos da
pu-

reza do Novo Nascimento em Yeshua;

— Invocamos que o sangue do Cordeiro seja passado sobre as portas de nossas


almas: audição, visão, olfato, tato e paladar.

— Passamos de nossa ignorância para a sabedoria e para o conhecimento


divino que há em Yeshua.

— Trocamos o fermento da maldade e malícia pelo asmo da sinceridade e da


verdade;

— Declaramos que a nossa vida está no Sangue do Cor

deiro, que traz a vida de D-us sobre nós;

— Trocamos nossas lágrimas da tristeza e vida em pecado, pelas lágrimas de


alegria e de vida em plena liberdade;

— Trocamos as ervas amargas pelas doçuras e consola

ções dadas a nós, todos os dias, pelo Espírito Santo;

— Trocamos o antigo trabalho penoso e pesado pela graça de D-us, que nos
abençoa e nos dá enquanto dormimos;

— Trocamos um cordeiro morto por um Cordeiro vivo, que nos alimenta diária
e eternamente;

— Trocamos a maldição que havia sobre nossos filhos por bênçãos que duram
até mil gerações;

— Trocamos o sistema religioso que escraviza o homem pela Palavra Viva,


que nos qualifica como discípulos e servos de Yeshua;

— Na Festa da Páscoa, a Igreja agradece a D-us pela “passagem” do estado de


maldição, pelo não cumprimento da Lei, para o estado da fé e da Graça;

— Trocamos a condenação eterna pela vida eterna de vitória que há em Yeshua


Ha Mashiach, Yeshua o Messias — nosso querido Príncipe da Paz, o Rei
dos Reis, o nosso Cordeiro Pascal.

Portanto, desejar “Boa Páscoa”, no sentido do puro cristianismo, significa


desejar que alguém seja alcançado ou resgatado pela graça e o amor de D-us e
nasça de novo em espírito para viver no Messias uma vida livre e saudável, cheia
de alegria, prosperidade e amor, aqui e agora, e num futuro próximo, como
conseqüência desta decisão, receber a vida Eterna.

Rogamos ao Todo Poderoso, em nome de Yeshua, por todas as revelações que o


Espírito Santo tem trazido nestes últimos dias à sua noiva, a Igreja.

Hag Pêssach Samêach

(Feliz Festa da Páscoa!)


Cajjítuío IV

Hag Hamatzôt A Festa cios Pães Asmos

Muitos pensam que a Festa chamada dos Pães Asmos, ou Azimos, é sinônimo da
Festa da Páscoa. Na verdade, uma festa é continuação da outra. Levítico
23:6, mostra-nos que um dia após a Páscoa, temos a Festa dos Pães Asmos, ou
seja, aos quinze dias do mês de uAviv. “E aos quinze dias do mês é a festa dos
pães átimos do Senhor; sete dias comereis pães átimos, No primeiro dia, tereis
santa convocação; nenhum trabalho servil fareis; mas por sete dias
oferecereis oferta queimada ao Senhor; ao sétimo dia, haverá santa
convocação; nenhum trabalho servil fareis” (Lv. 23: 6-8).
A

No livro de Exodo 12:15, está escrito: uPor sete dias comereis pães átimos. Eogo
no primeiro dia, tirareis o fermento das vossas casas, porque qualquer que
comer pão levedado, entre o primeiro e sétimo dia, esse será cortado de Israel. ”

Em resumo, o Senhor ordenara que toda a comunidade de Israel não comesse


nenhum tipo de fermento durante sete dias. Daí o nome ázimo. Mas, por que os
judeus, até os dias de hoje, guardam este mandamento de não comer nenhum
tipo de fermento (hamêtf) por sete dias?

Se D-us assim falou, com certeza tem-se uma boa razão para não comer. Os
judeus aproveitam este período de sete dias para fazer uma grande limpeza em
suas casas; é a chamada “limpeza da primavera”, onde se limpa tudo, removendo
as coisas velhas, sujas, estragadas, mofadas, etc. A importância deste
mandamento é tornar-se consciente da pro-

funda libertação ocorrida na páscoa, diferenciando-a dos demais dias do ano.


Pois, o pão é uma comida singular que se come todos os dias. Afinal, o que
mudou com a Festa da Páscoa? Há um sentido de mudança da escravidão para a
liberdade que os judeus fazem questão de grandemente diferenciar.
Deuteronômio 16:3 diz: “Não comerás pão levedado por sete dias; por sete dias
comerás pães átimos, pão da aflição (porquanto apressadamente saístes da terra
do 'Egito), para que te lembres do dia da tua saída da terra do Egito, todos os
dias da tua vida". A proibição acerca do fermento, possivelmente, foi feita
porque a fermentação implica em desintegração e corrupção. Para os hebreus,
qualquer coisa em estado de decomposição sugeria algo imundo, pobre. Os
rabinos interpretam o fermento como sendo símbolo do mal e da corrupção
hereditários do homem.

E importante frisar que o ato de não comer fermento está relacionado com a
lembrança do dia da saída da terra do Egito, que representava uma vida de
escravidão e prisão, sem liberdade e expressão.

No Novo Testamento, esta palavra foi empregada várias vezes para expressar um
estado de corrupção ou de alguém que se corrompe. Yeshua fez várias
advertências contra o fermento dos fariseus, dos herodianos e dos saduceus
(Mt. 16:6; Mc. 8:15). Em outras passagens, referia-se à hipocrisia, ao
exibicionismo, ao ceticismo e à ignorância culpável dos saduceus (Mt.
22:23,29). A malícia e astúcia eram simbolizadas também pelo fermento (Mt.
22:16-21; Mc. 3:6).

Sabemos que um pouco de fermento leveda toda a massa. Façamos uma alusão
àquela parábola de Yeshua em que uma mulher escondeu três medidas de farinha
até tudo ficar levedado, fermentado (Mt. 13:33). Nesta passagem,
vemos claramente o sentido do “fermento” como uma analogia àquilo que está
oculto, silencioso, misterioso; mas que cresce, contamina e transforma toda a
massa.

Qual a significada desta Festa para as Judeus Messiânicos ou para os cristãos


que a celebram?

Eu diria, conforme meu entendimento, tratar-se de

uma tremenda Festa, de suma importância para o crente. ✓

E uma festa de lembranças da nossa saída do “Egito”, ou seja, daquele sistema


de escravidão no qual vivíamos antes de conhecermos e vivenciarmos o novo
nascimento no Messias Yeshua (Jo. 3:3). Neste dia de festa, lembramo-nos do
dia em que fomos libertos pelo Messias, quando passamos a ser uma nova
criatura, onde o velho homem (a velha natureza do pecado que habitava em nós)
foi morto, dando lugar ao novo homem e a uma nova vida (Rm. 6:6).

Durante estes sete dias, não só nos lembramos de que não mais existe em nossa
natureza o “ fermento” , a natureza do pecado, como também entendemos que é
um período propício para tomarmos consciência da nova natureza de Yeshua que
agora passou a habitar em nós. Tomamos consciência também que a raiz do
pecado não habita mais em nós. Se após a saída do “Egito” (sistema do inundo),
ocorrer algum pecado em nossas vidas, este pecado não veio mais de dentro, da
nossa natureza. Pois o “velho homem” morreu, e não habita mais em nós. Se
nós, como crentes, pecamos, o pecado vem de fora, vem do mundo, de tal
maneira que temos domínio sobre ele. Isto não ocorria quando não conhecíamos
o poder do sangue do Cordeiro, que tira o pecado do mundo (Jo. 1:29).

Eu penso que esta segunda Festa do ano é muito importante. D-us a estabelece
um dia após a saída do Egito, ou seja, após a passagem, a Páscoa. Por que
somente um dia após a Páscoa? Creio que esta pressa de D-us é para
nos preservar do pecado e fazer com que nosso novo nascimento seja real e
definitivo. Pois, imaginem se todo crente re-

cém-convertido tomasse imediatamente posse de que a velha natureza do pecado


morreu e que agora, no Messias Yeshua, todos podem viver livres do pecado, do
vício, da imundícia que o mundo nos trouxe, contaminando-nos, escravizando-
nos, aprisionando-nos à uma vida de pecado e morte aparente da presença de D-
us. Mas agora, não há mais aquele abismo que nos separava de D-us, a
natureza adâmica, o pecado original. Agora, fazemos parte de sua natureza
divina; somos seus filhos, herdeiros e co-herdeiros das promessas de Abraão em
Yeshua (Gl. 3:29).

Durante o período desta Festa, tomamos posse de que não nos vem tentação
acima daquela que podemos suportar (I Co. 10:13). Estamos livres do pecado,
fortalecidos pela graça e cobertos pelas eternas misericórdias do TELhad (o
Unico) D-us de Israel.

Cama celebrar esta Festa?

A Bíblia não nos dá uma norma, ou uma regra, de como celebrar esta Festa. Mas
como qualquer outra festa bíblica, D-us manda que a celebremos. No nosso
caso, sendo uma congregação messiânica, celebramos esta Festa exatamente um
dia após a Festa de 1Pêssach. Reunimo-nos com grande alegria para
declararmos juntos o início dos sete dias em que estaremos lendo, ministrando,
meditando nas Escrituras, ressaltando os textos que falam desta festa. Festa é
celebração de alguma data ou de alguma lembrança. É um dia festivo, de júbilo.
Creio que todos nós, crentes em Yeshua, temos motivos de sobra para nos
alegrarmos nas Suas eternas promessas. Sendo que, ao mesmo tempo,
posicionamo-nos contra qualquer tipo de "'fermento5’ que esteja nos perturbando
ou aprisionando. Como vocês podem ver, é tempo também para arrependimento.

Sabemos que, embora sejamos luz, continuamos a caminhar no “deserto”


(mundo árido e ávido de pecados e corrupção). Mas temos um Redentor, um
Salvador que nos libertou e que, a cada dia, fortalece-nos em tudo (Fp. 4:13).

Não queremos impor nenhum jugo pesado a qualquer um dos crentes que estão
debaixo da graça do Senhor. Eu, particularmente, penso que é uma questão de
revelação. Assim, estando eu no Messias, meu julgo é leve e suave (Mt. 11:29).
Logo, posso valer-me, com alegria no coração, de um período de sete dias sem
comer algo fermentado, o que me fará lembrar e tomar posse da libertação e da
nova natureza que encontrei no Messias Yeshua. Se este período de mudança nos
meus hábitos físicos podem levar-me à meditação, à libertação, à mudança de
conceitos, pré-conceitos e pensamentos, implicando mudança de atitudes que
resultem em melhor comportamento, crescimento espiritual e
melhor relacionamento com os irmãos, não vejo nenhum motivo pelo qual um
cristão não possa celebrar esta Festa. Não é a Ceia do Senhor, também, um
memorial da morte e da vinda do Senhor Yeshua?

Mais uma vez, vale a recomendação de Paulo: “Expurgaz o fermento velhoy


para que sejais massa nova, assimy como sois sem fermento. Porque também
Cristo, nossa páscoa, já foi sacrificado. Pelo que, CE EH B REMOS A FESTA
não com o fermento velho, nem com o fermento da malícia e da corrupção,
mas com os átimos da sinceridade e da verdade” (I Co. 5:7-8)

Paulo, em sua carta aos Romanos (judeus e gentios de Roma), diz: “Aquele que
fa% caso de dia, para o Senhor o fa%. E quem come, para o Senhor come,
porque dá graças a D-us; e quem não come, para o Senhor não come, e dá
graças a D-us... Quem és tu, que julgas o servo alheio?” (Rm. 14:4,6).
Além destes versículos, Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, ainda adverte
aqueles que gostam de julgar os outros: <rNin-

guém vos julgue, pois, pelo que comer, pelo beber, ou por causa de dias de
FESTsl(..), que são sombras das coisas vindouras; mas o Corpo é de Cristo”
(Col. 2:16-17)
Todas as Festas falam da pessoa de Yeshua, o Messias. Portanto, celebremos
com alegria as Festas Bíblicas, não pagãs, tomando posse de suas edificantes e
divinas mensagens.

Hag Ha Matzôt Samêacb!

(Feliz Festa dos Pães Ázimos!)


Cajjítufo VI

Hag Bikurim A Festa cfas Primícias

Chegamos, agora, à terceira Festa do ano judaico.

Lembremo-nos de que um dia após a Festa de Pêssach (Pás-

coa), tem-se a Festa dos Pães Azimos por sete dias. No final destes sete dias,
tem-se, mais uma vez, uma “santa convocação” para toda congregação, quando o
Senhor D-us diz: “Disse mais o Senhor a Moisés: fala aos filhos de Israel e
di^e-lhes: Quando houverdes entrado na terra que eu vos dou, e segardes a
sua sega, então trareis ao sacerdote um molho das primícias da vossa sega; e
ele moverá o molho perante o Senhor; para que sejais aceitos. No dia seguinte
ao Sábado, o sacerdote o moverá. E no dia em que moverdes o molho,
oferecereis um cordeiro sem defeito, de um ano, em holocausto ao Senhor. Sua
oferta de cereais será de dois décimos de efa de flor de farinha, amassada com
aceite, para oferta queimada em cheiro suave ao Senhor; e sua oferta de libação
será de vinho, um quarto de him. E não comereis pão, nem trigo torrado, nem
espigas verdes, até que aquele mesmo dia, em que trouxerdes a oferta do vosso
D-us; é estatuto perpétuo pelas vossas gerações, em todas as vossas habitaçõesf)
(Lv. 23: 9-14).
V

A primeira vista, parece um texto difícil de entender. Mas muitos não entendem
esta celebração no sentido prático. Outros confundem a palavra “primícias”
com dízimos ou ofertas. Mas na realidade, neste contexto, D-us exige uma santa
convocação que caracteriza, então, algo importante e necessário, ou seja, uma
outra Festa solene.

A palavra “primícia” quer dizer, neste contexto, primeiros frutos. Se


continuarmos a seguir nossa analogia com a vida cristã, vamos constatar que a
Festa da Páscoa nos faz lembrar do novo nascimento. Saímos do “Egito”
(sistema do mundo e de pecado) e demos os primeiros passos de libertação,
iniciando a nova vida que há no Messias Yeshua. Um dia depois, D-us, assim
dizendo, faz-nos lembrar de que, agora, somos nova criatura. A velha natureza, o
velho homem morreu. Ou seja, aquela natureza adâmica e pecaminosa que fazia
parte da nossa vida deu lugar, definitivamente, a outra natureza, agora divina; a
raiz do pecado não habita mais em nós. Era a Festa dos Pães Azimos, pois
o fermento que nos levedava e nos desqualificava como filhos de D-us deixou de
existir em nós. Agora, todo aquele que está no Messias pode dominar o pecado.
Se antes de conhecermos a Yeshua o pecado estava dentro de nós, fazendo parte
da velha natureza, agora o pecado está fora. Portanto, se pecamos, temos
consciência do pecado, pois o mesmo não habita mais em nós. Então,
prosseguindo em nosso raciocínio, se alguém nasceu de novo, deixando de ser
dominado pelo sistema do mundo, o velho homem morreu para dar lugar a uma
nova natureza.

Conclui-se que, quase de imediato, este novo filho de D-us dará os primeiros
frutos de arrependimento. Isto mesmo: os primeiros resultados advindos de um
arrependimento sincero e honesto diante da graça de D-us. E aquela fase
maravilhosa em que todos ao redor do novo crente percebem que sua vida
mudou e continua mudando a cada dia. Ainda não podemos ofertar ao Senhor
além de um molho, ou seja, além de uma amostra daquela sega que um dia virá
com abundância. Juntamente com este molho, o Senhor D-us, o Eterno de Israel,
faz-nos lembrar de que a mudança miraculosa que ocorre em nossa mente e,

consequentemente, no nosso comportamento, é exclusivo resultado do Cordeiro


sem defeito, que levou consigo naquela cruz, todos os nossos pecados. Ainda
não podemos oferecer ao Senhor um alimento sólido como o pão, mas o Senhor,
em Sua infinita misericórdia, aceita de nós somente dois décimos de um efa de
farinha (lembremo-nos de que um efa eqüivale a 37 litros). Esta farinha,
simbolizando a matéria prima para o pão (o Corpo do Messias) que foi moído
por nós, era amassada com azeite para oferta de cheiro suave. Realmente, nos
primeiros dias de nossa conversão, tudo cheira bem, pois podemos enxergar o
amor de D-us inundando nossa vida através de sua graça e de sua inefável
misericórdia. Havia somente uma libação, isto é, uma pequena porção de vinho
que era jogada no altar do Senhor e que correspondia a um him (6 litros) de
vinho. Claro, o Sangue do Cordeiro, vertido naquela cruz, já começava a surtir
efeito de uma grande libertação e cura do corpo e da alma. Começamos a tomar
forma de filhos de I)-us, embora ainda vulneráveis às intemperanças
deste mundo maligno. Somos comparados a crianças que precisam ser
amamentadas, ainda incapazes, neste período, de receberem alimento sólido.
Naturalmente, a farinha e a massa misturada com azeite não poderiam ser
levedadas.

Em outras palavras, o Espírito Santo, agora habitando dentro de nós, revela-nos


a santidade do Senhor e nossa semelhança dEle. O bebê na fé ainda não está
apto para comer pão com fermento. Tudo deve ser esterilizado para que não haja,
nesta fase de pós-nascimento, nenhuma contaminação. Eu fico impressionado
com o cuidado e

_r_

o zelo de D-us para com seus filhinhos ainda de colo. E interessante notar que
neste texto da Festa das Primícias, não há oferta do bode, que representa oferta
pelo pecado. Isto tem sentido, pois o recém-nascido está numa fase de

conscientização e arrependimento da vida de pecado e separação de D-us outrora


vivida.

Nesta celebração, tomamos posse e meditamos que o arrependimento é a base de


toda o plano de salvação dado por D-us. Sem ele não há vida eterna.

A primeira palavra de Yeshua, ao iniciar seu ministério, foi:


1!Arrependei~vos...” (Mateus 4:17). No grego,

“metaneon”. Daí, origina-se a palavra metamorfose, isto é, etapa de mudanças.


Arrependimento quer dizer mudança de pensamento, de idéia, de estilo de vida.
O perfeito arrependimento exige mudança de mentalidade e,
principalmente, mudança de atitude. Por incrível que pareça, pode acontecer que
uma pessoa se arrependa somente através de propósitos e palavras, mas não
mude de atitude. Neste caso, o arrependimento é incompleto e ineficaz, não
podendo gerar frutos. Yeshua, o Messias, não veio nos trazer uma
religião chamada cristã, ou judaica, ou qualquer outra. Ele veio nos trazer uma
mudança em nosso modo de pensar. Ou seja, Ele veio nos trazer uma filosofia de
vida, um estilo de vida. Por

exemplo, aquele que quiser ser o maior entre os outros, seja,

então, aquele que se torna servo dos outros. E justamente o contrário do que o
mundo greco-romano nos ensina. Portanto, não basta conhecer sobre Yeshua e
seu plano de salvação. E necessário mudar nossa maneira de pensar, ou
seja, arrepender-nos com mudança de atitudes de vida e nos voltarmos para um
padrão divino.

Efeito prático desta celebração

Lembremo-nos de que estamos falando de uma festa fixa, ordenada pelo Senhor
para ser celebrada uma vez por ano, num tempo específico e determinado. Não
precisamos ir muito longe para descobrir que o aspecto prático

desejado nesta celebração é um exame de consciência neste período. Claro que,


para D-us, não precisamos ter um tempo determinado para avaliarmos nossos
frutos de arrependimento. Pois, se nos arrependemos, mudamos; se mudamos,
nossa atitude e comportamento começam a dar resultados positivos (aqui
estamos chamando-os de frutos). Mas, se analisarmos o contexto global das
Festas, vamos perceber que neste período do ano agrícola, D-us nos questiona e
nos leva a experienciá-lo de uma maneira especial. Creio que se fazemos isto
coletivamente e num caráter festivo, o impacto na igreja ou na congregação é
notável e, sobretudo, eficaz. Querendo ou não, estaremos avaliando, de ano para
ano, nosso crescimento espiritual, o qual, sem arrependimento, torna-se
vulnerável à interrupção e, até mesmo, ao declínio. Basta você observar um
pouco a sua própria vida. Quanto tempo paramos e não evoluímos
espiritualmente, parecendo que estamos dando volta ao nosso próprio redor,
vivendo em altos e baixos, sem constatar uma resultante que aponte para cima,
para o alvo e carreira que nos está proposta? (Hb.l2:l).

E importante ter em mente que quando estudamos ou celebramos as Festas


Bíblicas, estamos num contexto de sete festas por ano que apontam
profeticamente para nossa salvação plena (Rm. 11:25) e para a era milenar,
para o reino de D-us. Assim, a cada ano, quando passamos pelas Festas,
somos convidados a olhar para as Festas que ficaram para trás e para
aquelas que estão à frente, significando que estamos subindo uma escada, ou
uma graduação, numa escala que indica a posição cm que estamos se
comparada com aquela a que se pretende chegar.

Em termos práticos, por exemplo, em nossa congregação, celebramos este dia


com grande alegria, ressaltan-
do os pontos importantes e as revelações que esta Festa nos traz. O culto
celebrativo é seguido de um período de louvor e danças, exaltando o nome do
Senhor. Se convocamos o Corpo de Cristo para celebrar publicamente esta Festa
conosco, então, damos a ela um caráter todo peculiar, enfatizando a unidade da
Igreja do Senhor.

Hag Bikurim Santêach!

(Feliz Festa das Primícias)


Cajjítufo VI

Hacj Sfiavuôt A Festa cfe Pentecostes

Continuemos nossa escalada pelas Festas Bíblicas. Estamos caminhando numa


direção cada vez mais profunda e rica em ensinamentos na pessoa de Yeshua
Ha Mashiach, nosso querido Messias.

Será que sair do Egito (mundo), nascer de novo, tomar posse de que no Messias,
vivemos sem a natureza do pecado e trazer ao altar do Senhor nossa primícia
dos primeiros frutos de arrependimento é tudo que temos que fazer para alcançar
a plenitude e a salvação de nossa alma?

Vamos, então, conhecer nossa quarta Festa do ano: A Festa de Shavuôt, também
conhecida como a Festa das Semanas ou, simplesmente, Pentecostes. Vejamos o
que diz a palavra: “Contarei para vós, desde o dia depois do Sábado, isto é,
desde o dia em que houverdes trazido o molho da oferta de movimento, sete
semanas inteiras; até o dia seguinte ao sétimo Sábado, contareis cinqüenta dias;
então, oferecereis nova oferta ao Senhor. Das vossas habitações trareis, para
oferta de movimento, dois pães de dois décimos de efa; serão de flor de farinha,
e levedados se comerão; são as primícias do Senhor. Com os pães oferecereis
sete cordeiros sem defeito, de um ano, um novilho e dois carneiros; serão
holocausto ao Senhor, com as respectivas ofertas de cereais e de tibação, por
oferta de cheiro suave ao Senhor. Também oferecereis um bode para oferta do
pecado, e dois cordeiros de um ano para sacrifício de ofertas pacíficas. FLntão
o sacerdote os moverá, juntamente com os pães das primícias, por oferta de
movimento perante

ao Senhor; com os dois cordeiros; santos serão ao Senhor para uso do


sacerdote. E fareis proclamação nesse mesmo dia> pois tereis santa
convocação; nenhum trabalho servil fareis; é estatuto perpétuo em todas as
vossas habitações pelas vossas gerações” (Levítico 23:15-21)

E incrível como a Palavra de D-us é complexa e pro-


s

funda, cheia de detalhes. Na Festa dos Pães Azimos, D-us mandava contar sete
dias até a Festa de Bikurim. Agora, D-us manda contar sete semanas inteiras até
que se complete o qüinquagésimo dia, o Dia de Pentecostes. A palavra pente-
costes, na língua grega, quer dizer cinqüenta. Pode o leitor estar certo de que, se
D-us nos revelou em dias e semanas, Ele irá, daqui para frente, revelar-nos em
meses, depois em anos e, finalmente, em milênios. A referência é o dia
de Sábado, o início da contagem. D-us quer nos ensinar algo profundo e
sublime; por isso entramos nesta contagem regressiva para a celebração da
próxima Festa. Se prestarmos bem atenção, estamos caminhando para uma
experiência maior com D-us. Sabemos que todas as Festas falam da pessoa do
Messias. Vimos que nas três primeiras Festas, era-nos apresentada a pessoa do
Messias ressurreto, ou seja, aquele que ressuscitou dos mortos e agora está vivo.

Sua obra redentora está presente em nós. Ele nos resgatou da vida de pecado,
tem nos libertado ao longo desta caminhada pelo deserto (mundo), mas apesar
das circunstâncias e dificuldades do dia-a-dia, sabemos que não estamos
sozinhos. De dia, o Senhor Poderoso protege-nos do sol com uma nuvem sobre
nós e, de noite, Ele nos aquece com uma coluna de fogo (Nm. 9: 16-17).

O Eterno deseja, agora, outra oferta de movimento — não estática, não morta.
Ele pede, agora, que as duas medidas de dois décimos de um efa de farinha se
transformem em dois pães, já levedados, prontos para se comer algo

sólido. Se atentarmos para o detalhe espiritual, podemos concluir que o Senhor


agora já deseja crentes maduros. Os ilois pães levedados, isto é, fermentados,
falam da contaminação, do pecado. Eu, particularmente, creio que os dois pães
maduros que o Eterno deseja são a Igreja e Israel: dois povos salvos, sendo uma
só família de D-us. Judeus e gentios em um só corpo de Yeshua Ha Mashiach,
Halleluya!

O crente, na vida real, recebe o Messias como seu salvador pessoal e parte para
viver sua vida normal no deserto (mundo). Ou seja, Yeshua orou ao Pai para que
não nos tirasse deste mundo, mas para que fôssemos sempre livres da tentação.
Há algo muito grande além da fé em Yeshua e de ter a vida eterna. D-us quer que
desenvolvamos a salvação de nossa alma (mente, personalidade,
caráter, emoções etc.) — Fp. 2:12. Ele, Yeshua, virá buscar uma noiva madura
para desposar com ela e, com certeza, Ele não se porá em jugo desigual com esta
noiva. A noiva tem que ter o caráter dEle, o jeito dEle, e, sobretudo, a santidade
dEle. Por isso, Ele quer uma noiva que seja nova (SEM RUGAS) e sem defeito.
Em outras palavras, crentes e filhos maduros que, sendo santos e totalmente
separados para Ele, vivam, ainda neste mundo maligno, para testemunhar e
glorificar o nome do nosso amado Messias. Mas, quem irá nos capacitar para
que vivamos nesta boa performance de vida? Ah! Só pode ser o próprio Espírito
Santo de D-us, Aquele que nos ensina, nos exorta, nos consola e nos mostra os
detalhes da pessoa do noivo. Agora, entendemos o porquê dos dons do Espírito
Santo. Ele nos outorga capacidade e poder para sermos vitoriosos nesta vida,
vencendo o pecado, derrotando o mal, testemunhando da glória e profetizando o
amanhã, já escrito e determinado no coração do Eterno.

Em Levítico 23:18, vemos que D-us, agora, deseja •tete cordeiros como oferta.
Isto mesmo, sete! Sabemos que

o número sete fala da plenitude de D-us, daquilo que é perfeito, completo. D-us
está, nesta festa de Shavuôt, revelando-nos um Messias perfeito, completo,
inteiro para nós, para que ao mesmo tempo sejamos semelhantes a Ele.

A presença de um novilho fala de uma Festa de alegria. Os dois carneiros falam


da perfeição e da beleza do caráter de Yeshua reveladas pelo Espírito Santo. As
ofertas queimadas, com cheiro suave, indicam a aceitação do Senhor,
purificando e qualificando a Igreja, pois, em Pen-tecostes, recebemos os dons do
Espírito Santo justamente para nos ajudar e nos capacitar a sermos filhos
maduros. Mas, por que a presença de um bode? O bode, na Bíblia, fala sempre
da necessidade de expiação de pecados. Mesmo o crente batizado pelo Espírito
Santo está vulnerável à queda e ao pecado, embora não tenha mais a natureza do
pecado. Por isso, é necessário expiar, arrependermo-nos constantemente pelas
nossas faltas e pecados.

O Sejirat Ha Omêr, na língua hebraica, significa a contagem dos cinqüenta dias


para a oferta do molho. No judaísmo, a palavra Omêr significa, na linguagem
espiritual, um período necessário para se assumir a liberdade conquistada. Na
Páscoa, fomos libertos da escravidão. Mas é importante e necessário nos
conscientizarmos de que realmente somos livres de fato, pois liberdade é,
também, uma expressão de pensamento. Podemos estar livres fisicamente, mas
mentalmente presos na alma. No judaísmo, cada dia de um Omêr é contado e
considerado até que se completem os cinqüenta

dias, quando finalmente temos a Festa de Pentecostes. O que


o Senhor Ehad (o Unico) de Israel está querendo nos dizer? Em Shavuôt,
liberta-se para servir

E isto mesmo! Assim como na Festa da Páscoa to-

mamos posse de que somos libertos da escravidão do pecado, assim também,


após a contagem de Sefirah Ha Omer, devemos tomar consciência de que agora
o Senhor deseja nossa libertação para servi-Lo. Isto mesmo. Se D-us
estivesse interessado somente na nossa vida eterna, bastaria que
nos convertêssemos hoje para morrermos amanhã. Do contrário, por que
estaríamos celebrando, a cada ano, nosso aniversário de conversão? D-us quer
filhos maduros (Rm. 8) e, por isso, Ele nos presenteia com os dons do Espírito
Santo, os quais nos capacitam quer individualmente, quer como uma Igreja
madura. No final das contas, o que o Eterno deseja são os frutos do Espírito
mencionados em Gálatas 5:22, os quais sumarizam nossa maturidade e qualidade
de fé.

Assim, só podemos celebrar a Festa de Shavuôt se tivermos tomado consciência


das Festas passadas. O leitor, agora, pode entender a profundidade com que as
Festas devem ser celebradas. Ai daquele que tomar as Festas como showy como
um mero modismo ou como espetáculo, incluindo, até mesmo, lucros
financeiros. O Senhor é zeloso para com tudo isto que Ele mesmo tem revelado a
nós. Glórias somente a Ele, o Altíssimo.

Shavuôt: uma festa profética

Para os judeus, a Festa de Shavuôt celebra o aniversário da Torá, a Lei de D-us,


dada a Moisés no Monte Sinai. Nós, judeus messiânicos, também celebramos o
aniversário da Torá com alegria. Muito mais, celebramos o dia maravilhoso no
qual, nesta Festa, a Igreja primitiva dos apóstolos recebeu o Espírito Santo do
Pai.

Na Festa de Pentecostes, o povo ia ao Templo e oferecia os pães fermentados e


cozidos — eram as primícias

da colheita do trigo; um ato de ação de graças pela colheita da agricultura; uma


“promessa” da profecia que se cumpria. Séculos antes, o Eterno havia dado aos
profetas de Israel a promessa de enviar o Espírito Santo (Rúach HaKôdesh) para
as vidas dos judeus crentes. Ezequiel anunciou que D-us “poria seu Espírito
sobre a casa de Israel”: “Dar-lhes-ei um só coração, espírito novo porei dentro
deles; tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração
de carne', para que andem nos meus estatutos...” (Ez. 11:19,20).

O profeta Zacarias recebeu a mensagem de D-us de como o Messias da Casa de


Davi morreria por nossos pecados: “E sobre a casa de Davi, e sobre os
habitantes de Jerusalém, derramarei o espírito de graça e súplicas; olharão
para mim, a quem traspassaram...” (Zc. 12:10)

“Naquele dia, haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os
habitantes de Jerusalém, para remover o pecado e a impureza” (Zc. 13:1).

O profeta Joel profetizou que D-us prometia “derramar o Seu Espírito sobre
toda a carne” — uma esperança para os crentes de todas as nações! (Joel 3:1).
Estas promessas, quando cumpridas, introduzirão uma nova qualidade de vida e
um novo estilo de vida na sociedade judaica e cristã.

Durante o ministério terreno de Yeshua, “o Filho de Davi”, (Mt 1:1; Rm. 1:3; II
Tm. 2:8; Ap. 5:5), Ele confirmou a promessa do Pai a seus discípulos: “O
Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas
as coisas(...), ele vos guiará a toda a verdade” (Jo 14:26; 16:13).

E antes do Messias subir aos céus, voltando ao Pai Celeste, Ele afirmou uma
última vez:

“Determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas esperassem a


promessa do Pai, a qual, disse Ele, de mim ouvistes(...). Mas recebereis poder,
ao descer sobre vós o meu Espírito, e sereis minhas testemunhas tanto em
Jerusalém , como em

toda a Judéia e Samaria, e até nos confins da terra" (At. 1:4,8)

Lucas, o médico historiador, no livro de Atos dos Apóstolos, capítulo 2, recorda


este evento histórico: “Quando o dia de Pentecostes (significando Shavuôt)
chegou (120 discípulos — At. 1:15) estavam todos reunidos num mesmo lugar;
de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a
casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas
como de fogo, e pousou sobre cada um deles. Todos f icavam cheios do Espívito
Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia
que falassem ” (At. 2:1-4).
Lucas, posteriormente, descreve os lugares de onde os peregrinos vinham para a
Casa de D-us, o Templo, em Jerusalém. Eles eram “judeus e (gentios)
convertidos ao Judaísmo” (At. 2:8-11).

A Cidade Santa, então com uma população de cerca de 600.000 habitantes


(segundo registrou Cornelius Tacitus, o historiador romano), explodia para 2 ou
3 milhões, devido ao número de peregrinos.

Os peregrinos dormiam nos terraços das casas, acampavam fora dos muros de
Jerusalém, recebiam hospitalidade dos parentes e amigos, e se distanciavam da
Casa de D-us até “uma jornada de um dia de Sábado”.

A presença dos peregrinos na Cidade Santa, durante as três maiores Festas, era
em obediência à Tora, como D-us ordenara a Moisés: ÍCTrês ve^es ao ano, todo
varão entre ti aparecerá perante o Senhor teu D-us, no lugar que escolher... ”
(Dt. 16:16).

Era o zelo santo de judeus e prosélitos estar na Cidade Santa, entrar na “Casa
Santa” de D-us e celebrar, religiosamente, os rituais destas Festas.

Os discípulos estavam reunidos, secretamente, no cenáculo onde Yeshua havia


realizado a última Ceia. Estavam felizes por estarem próximos da “Casa de D-
us” e por estarem “todos juntos num mesmo lugar”.

O que aconteceu no Cenáculo e no Templo?

* m

E curioso ver que esses 120 discípulos permaneciam no cenáculo, enquanto


milhões de peregrinos realizavam uma dura caminhada, somente para estar na
Casa de D-us, em obediência à Torá.

Os discípulos impressionavam-se com o próprio zelo de Yeshua para com a


Casa de D-us e com Seus freqüentes ensinamentos junto às colunas do Templo.
“Está escrito: minha casa será chamada casa de oração para todas as

nações; vós, porém, a transformais em covil de salteadores” (Mc. 11:17; Mt.


21:13; Lc. 19:46; Jo. 2:16-17).
Todos os peregrinos eram acostumados a cantar os “Cânticos dos Degraus”, do
livro de Salmos, enquanto subiam para a Cidade Santa. “VUegrei-me quando me
disseram: Vamos à Casa do Senhor” (Sl. 122:1).

Todos os discípulos eram judeus de fé, como também o eram os gentios


convertidos ao Judaísmo. Mesmo após Pentecostes — após sua transformação,
nós lemos que eles continuaram indo diariamente ao Templo (At. 2:46).

Freqüentemente, Yeshua falava do Templo como: “A Casa de Meu Pai” (Jo.


2:16). Quando se lamentou sobre Jerusalém, prevendo sua destruição, Ele
clamou em relação ao Templo, dizendo: “Eis que a vossa casa vos
ficará deserta. Declaro-vos, pois, que desde agora já não mais me vereis, até
que venhais a divçer: Bendito o que vem em nome do Senhor” (Mt. 23:38-39).

Haviam lugares e assentos para a acomodação de artesãos ao redor das cortes


dos gentios e das mulheres. Os homens hebreus reuniam-se em assembléias na
Corte de Israel, enquanto suas mulheres se encontravam na corte das mulheres.
Entretanto, os discípulos estavam juntos no mesmo lugar: no cenáculo, no
Templo.

Em duas ocasiões dramáticas durante a vida de Yeshua, o povo de Jerusalém e os


oradores do Templo tiveram a experiência de sinais sobrenaturais. Quando
o Messias dava Sua vida para nossa expiação, dentro do Templo, defronte ao
Santíssimo Lugar, o véu (Parochet) “se rasgou em duas partes, de alto a baixo”
(Mt. 27:51).

Então, em Shavuôt, enquanto os oradores ofereciam os dois pães cozidos com


fermento em ação de graças à D-us, “veio um som forte, como de um vento
impetuoso, e encheu a casa onde estavam assentadosOs discípulos de Yeshua,
aparentemente, nunca tinham viajado para fora de Israel ou aprendido as línguas
citadas em Atos capítulo 2. Os discípulos eram, evidentemente, desconhecidos
da maioria, se não de todos. Os peregrinos, para que os ouvissem as
multidões, exclamaram: “Não são, porventura, galileus todos esses que aí
estão falando? E como os ouvimos falar; cada um, em nossa própria língua
materna as grandezas de D-us?” (At. 2: 7-11).

Havia 120 judeus transformados e cheios do Espírito. Esses não mais tinham
medo das autoridades religiosas, não mais se encontravam secretamente no
cenáculo; mas, audaciosamente, proclamavam publicamente, sem medo e em
novas línguas, “as grandezas de D-us” a eles próprios.

Pedro tornou-se o porta-voz deles. O conteúdo de sua proclamação declarava


que seus profetas tinham profe-dzado este maravilhoso dia: “Mas o que ocorre é
o que foi dito por intermédio do profeta Joel” (At. 2:16). Ele declarou que D-us
havia feito promessas a Israel: Pia Notf^ri — Yeshua de Nazaré, o Filho de Davi
(Mt. 1:1), foi aprovado pelo D-us Todo Poderoso com milagres, maravilhas e
sinais para ser, sem dúvida, o Messias prometido. Ele foi morto, mas ressurgiu, e
foi recebido à direita do Pai Eterno. Assim, recebeu do Pai a promessa do
Espírito Santo que enviaria, deste

dia em diante, para suas vidas. “Entretantoy (Pedro concluiu e afirmou), esteja
absolutamente certa toda a casa de Israel de que a este Yeshua, a quem vós
crucificastes, D-us o fe% Senhor e Messias” (At. 2:36).

Os peregrinos, judeus e gentios convertidos, exclamaram: “Que faremos,


irmãos?” Como resultado da proclamação por Pedro das Boas Novas e da
instrução sobre o que fazer, três mil almas tornaram-se crentes e obedeceram às
leis Judaicas de <rYeshuvá” e <cTevilá”~ arrependimento e imersão nos rituais
de banho.

Aqueles judeus e gentios convertidos, que acreditaram nas Boas Novas,


constituíram o primeiro corpo “regenerado” de um povo “chamado a ficar fora”
por D-us, para formar um organismo que a história denominou “Igreja”.
Nas Escrituras Hebraicas, a “congregação” de Israel é chamada “Kahal” ou
(iKehilá” (Ne. 7:66 e Dt. 33:4).

Estas duas palavras são traduzidas, na versão grega da Septuaginta, pelas


palavras “synagoge” e “ekklesia”. Da primeira palavra, derivou-se “sinagoga”
e, mais tarde, “eclesiástico”. Mas “ekklesia” significa uma pessoa “chamada a
ficar fora”, em assembléia. Na linguagem do Novo Testamento, a palavra
significa um povo, judeu ou gentio, “chamado a ficar fora” por D-us para formar
o corpo do Messias, com homens e mulheres regenerados (Tt. 3:3-7; Ef. 1:22-
23).

O corpo original de 3000 Judeus e Gentios crentes, no dia de Pentecostes,


cresceu muito rápido, em termos numéricos, como resultado da volta dos
peregrinos às suas terras e sinagogas, onde difundiam as Boas Novas.
O apóstolo Paulo encontrou Gentios em várias sina-

✓ _

gogas que visitou na Asia Menor, Europa e Grécia, como o livro de Atos
registra. Ele também proclamava as mesmas Boas Novas.

O Espírito Santo continuou a dar “dons” distintos aos crentes que eles não
poderiam aprender ou adquirir em qualquer escola. Estes “dons” estão
registrados em I Coríntios, capítulos 12 à 14.

As congregações locais precisavam de líderes que possuíssem os dons. O


Espírito Santo dava dons aos homens em cada assembléia — “apóstolos,
profetas, evangelistas, pastores e mestres”, como registrado na carta de Paulo
aos Efésios, capítulo 4.

Assim, a “ekklesia”, ou igreja, crescia — um organismo vivo demonstrando


uma nova espécie de ser humano ao mundo. Na prática, essas pessoas
“regeneradas” demonstravam aquilo que fora dito no início ser “uma
benção universal para toda a espécie humana”.

O fruto do Espírito Santo na vida do crente produz “amor, alegria, pa^


paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gl.
5:22-23). Como nosso mundo precisa, desesperadamente, dessas virtudes e dessa
qualidade de vida!

Por 19 séculos, homens e mulheres têm recebido o perdão e o Espírito Santo,


tornando-se embaixadores do Messias (II Co. 5:20) em continentes e ilhas onde
as trevas imperam, a fim de falarem aos seus semelhantes que “D~us amou ao
mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que
nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16).

A civilização tem seguido a rota desses embaixadores. Homens emancipados


têm tido lampejos como o Renascimento, que tirou a espécie humana da Idade
Média e do período de Trevas, ou a Reforma do séc. XVI, que pôs a única e
inestimável Escritura Sagrada nas mãos dos indivíduos, e iluminando suas
trevas.

Resumindo
Shavuôt é uma ordenança do nosso D-us. E é uma grande bênção poder celebrar
esta Festa, principalmente, quando se tem em mente que:

• É um culto de Ação de Graças a D-us pela colheita dos cereais da terra,


reconhecendo que o homem planta a semente, mas quem dá o crescimento é D-
us. Agradecemos a D-us por ter dado a Torá à humanidade, a base de todos
os outros livros da Bíblia;

• E reconhecer que todo bom fruto vem de D-us e, por isso, somos dependentes
dEle;

• É um tempo de celebrar, clamar e receber dons e ministérios do Espírito: dom


de sabedoria, cura, profecia, operação de milagres, de línguas e interpretação, de
discernimento de espíritos, etc. Também desejamos receber e confirmar
os ministérios dados por D-us aos seus escolhidos, como o ministério apostolar,
o de profeta, evangelista, pastor e mestre (rabino) (I Co 12);

É celebrar o “aniversário” da Igreja de Yeshua, pois ela nasceu no dia que o


Espírito Santo foi derramado sobre ela, na época de Pentecostes. É a festa do
Espírito Santo. Porque, sem Ele, nossa obra seria morta e seriamos,
simplesmente, membros de mais uma religião qualquer no mundo;

É tempo de lembrar que haverá um jubileu de jubileu, ou seja, um período de


pleno gozo, alegria, quando estaremos face a face com Yeshua. Um período de
descanso que fala do milênio que há de vir, que fala do Reino;

Na Páscoa, lembramos o nosso novo nascimento no Messias; mas, em Shavuôt,


alegramo-nos pelos primeiros frutos de nossa conversão: o Fruto do Espírito, do
batismo do Espírito Santo, dos dons Espirituais, da nossa mudança de atitude, do
aperfeiçoamento do nosso caráter;

Em Shavuôt, comemoramos nossas primeiras vitórias de uma vida na presença


de D-us. A vitória do nosso espírito vencendo a nossa carne. Reconhecemos que
somos guiados pelo Espírito de D-us quando ouvimos sua voz e cumprimos Seus
propósitos;

Conscientizamo-nos que não há uma fé de qualidade e poder sem os dons do


Espírito Santo de D-us;

Conscientizamo-nos que devemos estar bem qualificados para servirmos a D-us;

Celebrar Shavuôt é reivindicar que nossa vida seja cheia do Espírito Santo, o
qual nos revela, cada vez mais, a pessoa do Messias sendo formada em nós;

Na Festa de Pêssach (Páscoa), nós nos libertamos DE algo que nos prendia. Em
Shavuôt, nós nos libertamos PARA servir a D-us.

Nós, como a noiva do Messias, sendo embelezada e ataviada pelo próprio


Espírito Santo de D-us, devemos caminhar seguros na esperança daquele dia em
que todos O veremos face a face, celebrando as Bodas do Cordeiro.

Hag Shavuôt Samêachl

(Feliz Festa de Pentecostes!)

CajJÍtuCo VII
Hag Zikaron Teruafi - A Festa cias Trombetas

(A Festa do Toque do Shofar)

Agora nós estamos entrando, sete meses após a celebração da Páscoa, numa série
de mais três importantes Festas. O leitor percebeu a incidência do número sete,
pois D-us está nos revelando algo profundo. Falamos já em sete dias e sete
semanas. Agora, no sétimo mês, numa tripla seqüência de sete dias, perfazendo
vinte e um dias (7+7+7), encontraremos as Festas denominadas messiânicas. Se
Pêssach, Mat^ot, Bikurím e Shavuôt falam do Messias ressurreto, as três últimas
Festas (Zikaron Teruah, Kipurim e Sucôf) falam do Messias que há de voltar,
pois todas elas apontam para a preparação final, a volta do Messias e o reino
milenar.

Em Levítico 23:23, diz o Senhor: “Disse o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de
Israel: No sétimo mês, no primeiro dia do mês, haverá santo descanso solene, em
memorial, com sonido de trombetas, uma santa convocação. Nenhum trabalho
servil fareis, e oferecereis oferta queimada ao Senhor.”

É maravilhoso como o Senhor é zeloso por Sua palavra. Agora, o Eterno deseja
uma pausa: mais uma vez, uma santa convocação da congregação para que
todos ouçam o toque da trombeta, o toque do Shofar (chifre de carneiro ou
antólope).

Se entendemos bem o sentido das Festas, D-us nos leva à uma chamada final de
atenção para algo brilhante e eterno:

A Festa dos Tabernáculos (Sucôt) que se aproxima. D-us reforça o conceito de


que todos estejam alertas ao sinal da trombe-ta. Todos os vitoriosos precisam,
então, estar preparados para o toque final da trombeta. Esta preparação da qual
estamos falando, refere-se à nossa santidade e estilo de vida separado, na graça e
na misericórdia do Senhor. Neste momento, D-us quer que nós tenhamos a
certeza de que somos crentes e filhos maduros (uios, no grego), como descrito
em Romanos 8. O toque de trombeta nos faz passar a tropa em revista. Será
que todos os crentes estão, realmente, preparados e maduros para a subida com o
Senhor Yeshua Ha Mashiach, que virá em breve? Será que todos estão
produzindo o fruto do Espírito? Será que todo o mundo pode ver em nós a
pessoa do Messias, a esperança da glória de D-us? “Porque o Senhor mesmo
descerá do céu com grande brado, à vo% do arcanjo, ao som da trombeta de D-
us, e os que morreram no Messias ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que
ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao
encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor.
Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (I Ts 4:16-18).

O texto acima é tão claro, que dispensa comentários. Em outro texto do apóstolo
Shaul (Paulo), ele diz: “Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da
última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados
incorruptíveis, e nós seremos transformados” (I Co. 15:52). João teve uma visão
do que vai acontecer quando relata: ‘Depois destas coisas, olhei, e eis que estava
uma porta aberta no céu, e a primeira vo% que ouvira, vo% como de trombeta,
falando comigo, disse: Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas
devem acontecer. Imediatamente, fui arrebatado em espírito” (Ap. 4:1-2). Este
texto refere-se à visão que João teve do trono da majestade divina. A palavra
trombeta, em hebraico, quer dizer Yobel, e significa jubileu. O toque da trombeta
aparece como o toque

do chifre de carneiro (Shofar), que é tocado para anunciar algo ou a própria


intervenção divina. O termo usado “Zikaron Teruah” significa o som (alarme)
das trombetas. Por isso, o povo de D-us deve estar sob vigilância e atento
ao toque. As muralhas de Jerico caíram após o tocar das sete trombetas levadas
pelos sete sacerdotes (Js. 6:8). D-us também hoje, está preparando um povo
forte, destemido, sincero, honesto e, sobretudo, santo. Será que uma igreja
que vive correndo só atrás de milagres, prosperidade e vida fácil, no “mar das
bênçãos”, está realmente preparada para ouvir o toque das trombetas de D-us?

Será que os nossos templos estão abrigando realmente os fiéis, assistindo-os,


instruindo-os a respeito dessas coisas vindouras? Ou eles estão mais
preocupados com suas ampliações e aquisições imobiliárias?

O leitor, por favor, confira atentamente, entenda as celebrações das Festas e tire
suas próprias conclusões a respeito das coisas do Senhor! Julgar aqueles que têm
celebrado estas Festas, entendendo estas preciosas revelações, trará tremendo
juízo para si mesmo. Se, por um lado, a restauração das Festas traz vida, por
outro lado, traz também juízo sobre aqueles que não se preocupam em entender
o tempo do Senhor.
Esta Festa irá se estender por dez dias. O primeiro dia é conhecido como Rosh
Hashanãy que quer dizer em hebraico, cabeça do ano. Ou seja, o primeiro dia do
ano novo judaico, o qual tem como referência o ciclo lunar, e não o ciclo solar
criado por São Jerônimo.

Na realidade, este dia de Festa está relacionado com os dez dias de


arrependimento, que começam neste primeiro dia do ano novo. Lembremo-nos
de que tudo isto está tipificando o milênio que há de vir e a preparação da Igreja,
composta de gentios e judeus crentes em Yeshua.

Como já mencionado, no livro de Levítico 23:24, encontramos uma ordem: “No


sétimo mês, ao primeiro dia do mês, tereis descanso solene, um memorial ao
som da trombeta, uma santa convocaçãoApós o exílio Babilônico, este dia do
“soar da trombeta” tornou-se conhecido como Rosh Hashaná, o Ano
Novo Judaico. Na Torá, tudo o que conhecemos é que é um dia de “fazer tocar as
trombetas”. No livro de Salmos, encontramos referências interessantes (Salmo
81.3): <eTocai a trombeta na lua nova, na lua cheia, no dia da nossa festa”.
Nesse Salmo, encontramos o tocar da trombeta (Shofar), na lua nova, que é a
primeira do mês; é também chamada “o dia de nossa festa”. O Salmo 81 traz à
luz um outro aspecto tradicional dessa Festa. De acordo com a tradição desse
dia, Rosh Hashaná, que é o primeiro dia do sétimo mês do calendário religioso,
é também um dia em que coroamos D-us como Rei de nossas vidas e da vida
da nação. O período entre o Rosh Hashaná, que é o primeiro dia do sétimo mês,
e o dia da expiação (Yom Kippur), que é o décimo dia deste período, falaremos
no próximo capítulo.

Creio, pessoalmente, que é uma festa de alerta a todos nós que Yeshua está
voltando para buscar Sua noiva (arrebatá-la) em breve. Como “noiva” que
celebrará as Bodas, ela, a Igreja, deve arrumar seu “enxoval” espiritual ou sua
“mala” nupcial. O que devemos colocar nesta “mala” para partir ao encontro do
noivo? Com certeza, virtudes e qualidades do próprio “noivo” para
identificarmos e sermos um com Ele!

Shaná Tová Be shent Yeshua Ha Mashiach!

Um felhi ano novo em nome de Yeshua Ha Mashiach!


Cajnt ufo VIII

Yom Kipur e os Dez Dias de Arrependimento

“Ora, o décimo dia desse sétimo mês será o dia da expia-ção; tereis santa
convocação, e afligireis as vossas almas; e oferecereis oferta queimada ao
Senhor. Nesse dia, não fareis trabalho algum; porque é o dia de expiação, para
nele fa^er-se expi-ação por vós perante o senhor vosso D-us. Pois toda alma que
não se afligir nesse dia será extirpada do seu povo... Não fareis trabalho algum;
isso será estatuto perpétuo pelas vossas gerações em todas as vossas
congregações (Lv. 23: 27-31).

Você deve estar pensando: Tudo isto é coisa dc judeu e eu, como crente em
Yeshua, não tenho nada a haver com isto. Realmente, agora estamos numa
questão teológica. Se podemos celebrar a Festa da Páscoa, como Paulo ordenou
aos gentios de Corinto (I Co. 5:7), por que então, excluir esta ou aquela Festa?
Será que agiremos na insensatez de escolhermos no Antigo Testamento só aquilo
que nos agrada? Se você, leitor, ainda tem alguma dúvida do que até aqui
temos compartilhado com você, por favor, leia novamente o capítulo II, “Pode
um crente celebrar as festas bíblicas?”

Claro que temos o total conhecimento de que estas Festas são específicas para o
povo de Israel. Mas isto não implica que a Igreja do Messias não possa celebrá-
las! Fomos enxertados na oliveira que é Israel. Não existe cristia-

nismo sem a base bíblica e judaica do Antigo Testamento. O judaísmo bíblico


não é pagão. Ele é, acima de tudo, bíblico e profético, centrado na pessoa do
Messias.

Então, teremos agora um período de dez dias separado para o arrependimento e


perdão dos pecados de Israel. Esses dez dias serão como um período especial,
onde as pessoas se tornam mais cerimoniosas e contemplativas acerca de seus
pecados, num nível coletivo-nacional. D-us concedeu o dia da ex-piação para o
perdão dos pecados da nação. O bode expiatório, que era enviado ao deserto, era
uma prefiguração do trabalho de Yeshua, o Messias, que morreu na cruz pelos
pecados do mundo inteiro. O décimo dia deste período de arrependimento
é chamdo de Yom Ktipur ou Dia do Perdão.
Os judeus, de modo geral, levantam bem cedo, antes do nascer do sol, e recitam
orações e cânticos de arrependimento que expressam a profunda tristeza que
cada indivíduo e toda coletividade têm pela fraqueza e pelos pecados que eles
cometeram.

Há uma lista de pecados que, quando você a lê, torna-se impossível não vir a ter
sentimentos de culpa. De fato, tenho certeza de que, quando você lê tal lista, é
como se estivesse lendo um livro de doenças contagiosas e você começa, então,
a imaginar que tem os sintomas. Deixe-me dar uma pequena amostra de itens da
lista que o povo Judeu lê nos dez dias de expiação e arrependimento.

“Nós estamos cheios de culpa: Nós temos sido infiéis, nós temos roubado e
falado de modo vil. Nós temos praticado iniqüidade e injustiça, temos sido
presunçosos e agido com violência, inventando mentiras, dando maus conselhos,
não cum-

prindo promessas, zombando, revoltando, e blasfemando; nós temos sido


rebeldes, temos transgredido, oprimido e cometido abominações; nós temos
extraviado e sido perversos; nós temos nos corrompido e levado ao desvio”.

A confissão do Livro de Oração continua em detalhes ainda maiores

“Pelos pecados que temos cometido diante de ti, sob coação ou por vontade
própria; pela dureza de coração; pela ignorância; pela não castidade; pelos
pecados que cometemos diante de ti, abertamente e secretamente; pelo falar; por
lesar nossos vizinhos; pela nossa associação com as impurezas; e pela confissão
somente pela boca”.

A lista que o povo lê durante essas madrugadas é muito mais longa, e engloba
muitos diferentes tipos de pecados que nós cometemos pela nossa mente, pernas,
mãos, ouvidos etc. A boca tem a maior lista de pecados atribuídos a ela. Imagine,
agora, o impacto que tal confissão deve ter quando um número grande de
pessoas na nação gasta, por dez dias, na contemplação de seus pecados pessoais
e coletivos. O conceito pleno de pecado coletivo não é tratado em muitos
círculos cristãos.

Os pecados individuais são enfatizados de fato; em minha opinião, até muito


enfatizados. Não há nenhuma outra nação que gaste dez dias meditando acerca
da expiação e perdão dos pecados como a nação de Israel.
Todavia, apesar disto, eu não posso dizer que o povo judeu, em Israel, tem-se
tornado melhor por ter es-

ses dez dias de arrependimento em seu calendário. Deveria ser algo maravilhoso
poder dizer que os judeus têm sido menos culpados de calúnias, ou tagarelice, ou
ódio fútil, etc. Esses dez dias de arrependimento, provavelmente, têm algum
efeito no povo Judeu, mas não o efeito desejado por D-us ao instituir os dez dias
de arrependimento. O efeito que esses dez dias têm tido é mais como um
placebo, que dá ao povo a falsa impressão de que eles estão “ok“ com D -us por
gastarem dez dias em oração e súplicas pelo perdão de seus pecados.

Assim, deve ser visto por Judeus e Cristãos que, embora D-us seja
misericordioso e bondoso, Ele tem estabelecido um sistema que exige sangue
para a expiação. Mas hoje, temos o sangue do Messias. O caminho para
apropriar-se desse poder de expiação envolve sacrifício. Para os Cristãos, é ainda
exigido outro sacrifício que não é o de Yeshua na cruz, mas o sacrifício de
nossas próprias vidas como culto.

No dia de Yom Kipur, quase todo Israel e a comunidade judaica ao redor do


mundo jejua. Ninguém come ou bebe, por um período de 24 (vinte e quatro)
horas. Cada pessoa que não esteja doente ou grávida, ou que não seja menor de
doze anos, jejua, abstém-se de comida e bebida por 24 (vinte e quatro) horas.
Isto aumenta a seriedade do dia no qual você contempla seus pecados e
fraquezas. Jerusalém é o único lugar do mundo que eu conheço em que, nesse
dia, não há tráfego algum. Raramente, nesse dia, há uma ambulância levando
uma futura mãe à maternidade, ou prestando socorro à alguma pessoa doente. As
pessoas estão em casa ou nas Sinagogas. Não há piqueniques, natação nas praias,
ou compras nas lojas; tudo está parado. Os cultos nas Sinagogas geralmente
acontecem na noite anterior, pela manhã bem cedo, e o último às 18:30h
deste dia. Muitas pessoas permanecem na Sinagoga por 10 (dez) horas, para orar
e suplicar a D-us pelo perdão dos pecados.

A consciência do pecado na carta de Paulo está, provavelmente, influenciada


pelas orações do dia da expiação. Passagens como a de Romanos 7:24, “Desven-
turado homem que sou?Quem me livrará do corpo desta morte?\ podem estar
influenciadas pelas confissões do dia da expiação que, repetidamente, enfatizam
a fraqueza e a vulnerabilidade do homem. Há um interessante comentário feito
por Ibn Ezra, um comentarista bíblico judeu medieval, a respeito de Levítico
16:9-10. Ibn Ezra fixa seu comentário em Levítico 16.9: “Se você deseja
conhecer o mistério do bode expiatório, deve conhecer primeiro quem morreu na
idade de 33 (trinta e três)(...).” Não foi ele quem elaborou este ponto. Um
comentarista posterior, um dos mais famosos Rabinos Judeus da era de ouro do
exílio espanhol, Rabino Moshê Ben-Nachman, afirma neste verso: (rELu, o (...)
digo, o que o Rabino Ibn Eqra queria disser com a idade de 33: Esaü e o Reino
de Edom”. Na terminologia judaica medieval, Esaú é Yeshua, e o Reino de
Edom é o “Império Romano cristão”. Assim, o Rabino Moshê identifica a pessoa
de quem o Rabino Ibn Ezra estava falando — era o Messias Yeshua! Yeshua é o
bode expiatório que leva os pecados de Israel sobre si no dia da expiação. E
interessante ver rabinos que identificam o bode expiatório como Yeshua e, ainda
assim, não acreditam nEle. A razão pela qual esses rabinos são capazes disso é
porque eles viviam sobre a impressão errada de que o cristianismo é para
gentios, e não para Judeus.

A política da igreja católica em relação ao povo judeu apenas reforçou essa idéia
errônea. Yeshua veio, em primeiro lugar, para o povo de Israel. Os cristãos têm a
responsabilidade de orar pe-

las Boas Novas para o povo judeu. Se não por outra razão, ao menos pelo fato de
que eles receberam as Boas Novas dos judeus.

Qual é a aplicação disso tudo para os seguidores do Messias?

Como discípulos de Yeshua, temos desenvolvido um vasto estudo sobre o


assunto do pecado. “Consciência de pecado” é, talvez, o tema mais pregado nos
púlpitos das igrejas ocidentais. Arrependimento é, certamente, o maior princípio
de todas as religiões bíblicas.

Os cristãos frequentemente pensam que eles são proprietários de confissão e


arrependimento, fé e graça.

A verdade é que tanto o Judaísmo quanto o Islamismo, sustentam uma forte


crença para o arrependimento. Há coisas que podemos aprender com o Judaísmo
nos 10 dias de arrependimento:

1. Estabelecer um tempo para meditar acerca de seu “status”

com D-us, sua necessidade de arrependimento, e deixar que este tempo seja
longo para fazer um esforço concentrado;
2. Durante esse tempo separado para arrependimento, você

deve levantar-se bem cedo e começar seus dias com uma confissão de pecados;

3. Há itens que exigem um arrependimento comum e, consequentemente,


devem envolver toda comunidade no processo de arrependimento;

4. Embora arrependimento seja de responsabilidade individual, é de ajuda


quando as pessoas fazem isto juntas e estabelecem um tempo especial para isso.

Há algumas pessoas que desprezam essa idéia, dizen-

do que devemos nos arrepender diária e instantaneamente, quando nos


surpreendermos em pecado. Mas a verdade é que há muitos pecados que
cometemos inadvertidamente, sem ter consciência deles. Nós precisamos gastar
tempo em nos concentrar, como a comunidade judaica faz nos dez dias de
arrependimento.

Para o povo Judeu que não acredita ainda em Yeshua como o Messias, o
processo de arrependimento é complicado, pelo fato de que há muitos textos
bíblicos que eles lêem durante os cultos do dia da expiação que mencionam a
necessidade de sangue e sacrifício para se ter o perdão. Aqueles que acreditam
em Yeshua, o Messias, sabem que o sangue de bodes e touros não mais corre no
altar para expiar os pecados de Israel, mas o sangue de Yeshua derramado por
nossas transgressões está ainda disponível para expiar, perdoar e redimir os
judeus de seus pecados. Minha oração, é que durante estes dez dias de
arrependimento, o Senhor revele a eles que o Cordeiro para expiação dos
pecados já foi provido. Por outro lado, minha oração é, também, para que a
Igreja gaste tempo em avaliar seus erros e pecados, coletivos e individuais os
quais têm cometido, e gaste mais tempo reaplicando o sangue de Yeshua, que
está ainda fresco, não seco, e capaz de perdoar os pecados.

1. Romanos 12.1-3— “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de D-us,


que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável...

2. Levítico 16:9-11 — “Então yíarão fará chegar o bode, sobre o qual cair a
sorte pelo Senhor, e o oferecerá para expiação do pecado...

É interessante notar que, embora estamos contristados e arrependidos, este é um


dia de festa, pois o fazemos para Yeshua, profetizando Sua vinda e nossa vitória
nEle!

Eu terminaria este capítulo perguntando: Como estaria a Igreja de Yeshua se, no


dia de Yom Kipur, todos os crentes do Brasil e do mundo, numa grande corrente,
estivéssemos nos arrependendo de nossos pecados de forma individual e
coletivamente, como Igreja e como Nação? Será que não estaríamos chamando à
existência, pela fé e intercessão, aquilo que não existe e que nos falta? (Rm.
4:17). Será que o inferno pode prevalecer sobre a autoridade da Igreja
de Yeshua? (Mt.l6:18).1

Tikatvú Shimchá be sêfer Ha Chafm!

(Seja o seu nome escrito no livro da Vida!)

Parte deste texto foi tradução livre do ardgo “Dez Dias de Arrependimento”
escrito por Joseph Shulam
Cajyítufo IX

Hag Sucôt A Festa dos Tabertiácufos

Dentre as três grandes Festas comandadas por D-us, a Festa dos Tabernáculos é a
de maior significado profético para nós, judeus messiânicos e cristãos.

E comemorado no décimo-quinto dia do mês de Tisbrei, duas semanas após Rosb


Hashaná e, usualmente, cai no final de setembro ou princípio de outubro. Como
esta celebração dura sete dias, temos a incidência de (7+7+7), quando teremos o
último dia da grande Festa de Sucôt. Afinal, esta Festa simboliza a máxia
plenitude de D-us: YESHUA HA MASHIACH TABERNACULANDO
EM NOSSOS CORAÇÕES PARA SEMPRE. “E o Verbo de D-us se fe% carne,
e tabernaculou entre nós” (João 1:14). A tradução correta do grego (skenesei) é
tabernaculou. Lembremo-nos de que o maior propósito de D-us é ter filhos
semelhantes a Yeshua (Rm. 8:29).

Conforme meu entendimento, ao utilizarmos também as celebrações das Festas


Bíblicas para avaliação da nossa vida espiritual teremos, agora, o máximo de
revelações; afinal, todas as Festas anteriores eram uma preparação para que

alcançássemos a revelação máxima na própria pessoa do Messias, que veio,


morreu por nós, alcançará toda tribo, língua e nação, sendo por último a própria
nação de Israel, e Seu povo (Rm. 11; Zc. 12 e 14; Ez. 37, dentre outras
passagens). Yeshua, agora, quer voltar para buscar sua noiva, a Igreja,
constituída de gentios e judeus, uma só família de D-us (Ef. 2:19). Portanto,
oremos e façamos bom proveito do final deste livro.

1. Significada Histórico

“Disse mais o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel\ dizendo: Aos quinze
dias deste mês sétimo será a Festa dos Tabernaculos ao Senhor\ por sete dias.
Ao primeiro dia haverá santa convocação: nenhuma obra servil fareis. Sete dias
oferece reis oferta queimada ao Senhor; no dia oitavo tereis santa convocação,
e oferecereis ofertas queimadas ao Senhor; é reunião solene, nenhuma obra
servil fareis.
São estas as festas fixas do Senhor, que proclamareis para santas convocações,
para oferecer ao Senhor oferta queima-dOy holocausto e oferta de manjares,
sacrifícios e libações, cada qual em seu dia próprio; além dos Sábados do
Senhor, e das vossas dádivas, e de todos os vossos votos, e de todas as vossas
ofertas voluntárias que dareis ao Senhor.

Porém aos quinze dias do mês sétimo, quando tiverdes recolhido os produtos
da terra, celebrareis a festa do Senhor por sete dias; ao primeiro dia, e também
ao oitavo, haverá descanso solene. No primeiro dia tomareis para
vós outrosfruto de árvores formosas, ramos de palmeira, ramos de
árvoresfrondosas, e salgueiros de ribeiras; e, por sete dias, vos alegrareis
perante o Senhor, vosso D-us. Celebrareis esta como festa ao Senhor por sete
dias cada ano; é estatuto perpétuo pelas vossas gerações; no mês sétimo a
celebrareis. Sete dias

habitareis em tendas de ramos; todos os naturais em Israel habitarão em


tendas; para que saibam que eu Ji% habitar os filhos de Israel em tendasy
quando os tirei da terra do Egito: Eu sou o Senhor vosso E)-us” (Lv. 23:33-43).

A Festa dos Tabernáculos, ou Festa da Colheita, era originalmente uma festa


agrícola, assim como a Páscoa e Pentecostes. Apesar disso, D-us lhe atribui um
significado histórico: a lembrança da peregrinação pelo deserto e o sustento pelo
Senhor. A fragilidade das tendas que o povo construía era uma lembrança da
fragilidade do povo quando peregrinava os 40 anos no deserto, a caminho da
Terra Prometida.

A palavra “tabernáculo” origina-se da palavra latina “tabernaculum”, que


significa “uma cabana, um abrigo temporário”. No original hebraico, a palavra
equivalente é Sucáy cujo plural é Sucot.

A Festa dos Tabernáculos durava uma semana. Durante este período, os hebreus
habitavam em tendas

construídas com ramos. E um tempo de regozijo e ação de graças.

Posteriormente, na história judaica, a Páscoa, Pentecostes e a Festa dos


Tabernáculos são chamadas de Festas de Peregrinação, porque nestas três Festas
era exigido que todo homem judeu fizesse uma peregrinação até o Templo em
Jerusalém. Nestas ocasiões, o povo trazia os primeiros frutos da colheita da
estação ao Templo, onde uma parte era apresentada como oferta a D-us e o
restante usado pelas famílias dos sacerdotes. Somente após essa obrigação ser
cumprida era permiddo usar a colheita da estação como alimento.

A ordenança de D-us para que o povo habitasse em tendas traz conotações de


caráter moral, social, histórico e espiritual. O rabino Henri Sobel fala da sticú
como um sím-

bolo de proteção divina. Em momentos de aflição, pedimos ao Todo-Poderoso


que nos “abrigue em sua tenda” (Salmo 27:5). A sucá é um chamado contra a
vaidade e um apelo à humanidade. Mesmo o mais poderoso dos homens
deve viver, durante sete dias, numa habitação primitiva e modesta,
conscientizando-se da não-permanência das posses materiais. Mais ainda, deve
compartilhar essa moradia com todos os desprivilegiados ao seu redor: “seus
servoso estrangeiro, o órjdo e a viúva que estiverem dentro dos seus portões(Dt.
16:14).

Por ser pequena, sem compartimentos, a sucá obriga seus moradores a se


aproximarem, física e afetivamente, e talvez os inspire a se manterem mais
unidos nos outros dias do ano. De acordo com a Lei, a cobertura da sucá
deve ser feita de tal forma que, através dela, se possa ver as estrelas. Resulta um
teto pelo qual se infiltram a chuva e o vento, mas pelo qual também penetra a luz
do sol. A sucá é o modelo de um verdadeiro lar: sem uma estrutura sofisticada,
sem decoração luxuosa, mas cheia de calor, tradição e santidade. Um lar deve ter
espiritualidade, deve ter uma vista para o céu. A sucá é um abrigo temporário,
improvisado, construído às pressas. E, no entanto, ela é um símbolo de
permanência e continuidade. E tão frágil, tão precária, tão instável e, no entanto,
sobreviveu a tantos impérios, a tantas revoluções; porque na verdade, seu
sustento é *

divino. E somente o Senhor quem nos pode sustentar!

A sucá é uma construção rústica, cuja cobertura é feita de produtos da terra,


fáceis de se obter. Inclui ramos, arbustos, palha e mesmo ripas de madeira.
Frutas, vegetais e outros alimentos não são usados.

O povo judeu tomou as palavras de D-us, em Levítico 23, em seu sentindo


literal. Eles interpretaram a palavra “habitar” como significando que se devia
comer e dormir na sucá, e não apenas construí-la. Nenhuma bênção é recitada

quando se constrói a sucá, pois a ordem fundamental é “habitar” na sucá, e não


meramente construí-la. Uma bênção é recitada imediatamente antes de se comer
e dormir na sucá.

O uso de quatro espécies de plantas é prescrito em Levítico 23:40: "...tomareis


fruto de árvores formosasy ramos de palmeiraSy ramos de árvores frondosas e
salgueiros de ribeira. ” A Bíblia não especifica com precisão quais espécies de
árvores e frutas devem ser usadas. As autoridades judaicas deduziram, e a
tradição consagrou, que “a fruta de árvore formosa” significa a cidra (etrog);
“ramos de palmeiras” seriam ramos da tamareira (lulav); “ramos de árvores
frondosas” referindo-se ao mirto (ha das sim); e “salgueiros de ribeira”, ao
familiar salgueiro (aravot). Essas quatro espécies formam o molho de SUCÔt,
que seguramos e abençoamos, em cada dia da semana, durante a Festa dos
Tabernáculos.

Os rabinos dizem que estes quatro tipos de árvore representam tipos de pessoas.
Assim, a cidra (etrog) é um fruto doce e que tem bom cheiro. Este é o tipo de
pessoa desejável, pois aquele que dá bons frutos (testemunho) exala bom
perfume. O lulav, ou a tamareira, dá fruto, mas não tem cheiro. Há aqueles que
são como o mirto, que dão bom cheiro, mas não dão frutos. E finalmente, o mato
da ribeira (avarot), que nem dá cheiro bom e nem produz frutos.

Fazendo uma analogia com a Parábola do Semeador relatada por Yeshua no livro
de Mateus (Mt 13), podemos entender mais profundamente o sentido espiritual
de cada elemento.

Vejamos:

• O Io tipo de pessoa, Yeshua chamou de “Beira do Caminho”. Ou seja, ele


recebe a Palavra de D-us, mas logo depois vem as aves e comem a semente
à beira do caminho. Podemos comparar este tipo com

o “avarot”, não produz perfume e nem dá fruto (do Espírito de D-us).

O 2o tipo de pessoa é o “hadassim” (mirta), recebe a semente, mas em terreno


pedregoso e por isso não cria raízes. Este só dá um pequeno perfume no início,
não cresce e nem produz frutos.

O 3o tipo de pessoa, o “lulav” (tamareira) compara-se àquele tipo de pessoa que


recebe com alegria a Palavra de D-us (a semente), mas devido aos praze-res e
amor às riquezas torna-se sufocado por espinhos, tornando-se infrutífero.

O 4o e último tipo de pessoa é aquela que recebe bem a Palavra de D-us, produz
bom testemunho (exala o perfume de D-us) e produz abundantes frutos, a 30, a
60 e a 100. Eu, pessoalmente, creio que este último tipo é o crente vitorioso e
vencedor.

Diariamente, durante a semana de SUCÔt (exceto no Shabat), pegamos, na mão


direita, as três espécies de ramos; na mão esquerda, a cidra; recitamos uma
bênção e, em seguida, juntamos as mãos e agitamos o molho para todos os lados,
para cima e para baixo — manifestando nossa

alegria e indicando que a presença de D-us está em toda a

parte. E interessante observar a tradição judaica. A bênção é dada sobre o


elemento “lulav” (tamareira). Comparando-a com a Palavra de Yeshua (Mt 13) é
aquele tipo de pessoa (crente) que dava frutos, mas tornou-se depois infrutífero,
seco, sem vida.

A Festa dos Tabernáculos tinha dois aspectos distintos na época do Templo. Uma
parte da Festa era consagrada ao louvor e ação de graças. O toque das trombetas
convocava o povo, que se postava nas ruas para assistir à marcha dos sacerdotes.
Estes iam ao tanque de Siloé, enchiam

uma vasilha de prata de água e, depois, rumavam para o Templo e a derramavam


no altar. Era um cortejo glorioso de sacerdotes vestidos de branco, instrumentos
musicais e corais. Os levitas se faziam acompanhar por músicos
com instrumentos de corda, sopro e percussão durante a recitação dos Salmos
113 a 118 — (.Halle/), com palavras messiânicas como no Salmo 118, versos 25
e 26: “O Senhor\ salvay te pedimos! O Senhor, nós te pedimosy envia-nos a
prosperidade. Bendito aquele que vem em nome do Senhor” (.Baruch
Rabá B9shem Adonai).
Esse ritual de derramamento de água simbolizava ação de graças pela chuva que
possibilitou a colheita do ano. Orações por mais chuva eram feitas, para
possibilitar a colheita da próxima estação. Esse ritual simbolizava, também, a
alegria espiritual e a salvação.

A cada dia, durante o período da Festa, os sacerdotes rodeavam uma vez o


grande altar de sacrifícios, agitando suas palmeiras em todas as direções. Os
ramos eram seguros, juntos, na mão direita; a cidra, na mão esquerda.

No sétimo dia, chamado “Hoshana Kabbah”, que significa “A grande


Salvação”, os sacerdotes rodeavam o altar sete vezes, recitando o Salmo 118.

Durante os sete dias de sucôty o grande altar de sacrifício recebia um número de


sacrifícios maior do que em qualquer outra Festa: 70 novilhos, 14 carneiros, 98
cordeiros e 7 bodes (Nm. 29:12-34). Em relação aos 70 novilhos, o Ta/mud
ensina que “as setenta nações do mundo são representadas nas ofertas de
expiação de Israel”.

O segundo ponto alto das comemorações eram os


V

festejos. A noite, as multidões festejavam com banquetes e, ainda, cantavam e


caminhavam pelas ruas portando tochas. Eram também colocadas tochas que
iluminavam o átrio do Templo. Nesses momentos, demonstravam sua

gratidão a D-us, desfrutando das boas coisas da vida e do prazer de gozarem a


companhia uns dos outros.

Foi a essa Festa que os irmãos de Yeshua se referiram quando insistiram com Ele
para que seguisse para Jerusalém (Jo. 7:1-9). De início Yeshua não os
acompanhou, mas depois, ocultamente, foi para Judéia. Durante a Festa, Ele deu
ensinamentos e sofreu dura oposição por parte dos fariseus. Foi nessa ocasião
que chamou os que tivessem sede para irem a Ele e beber (Jo. 7:37). Isso pode
ter sido uma referência à água derramada no altar durante a Festa.

2 Significada Rrofético

A Festa dos Tabernáculos tem um significado profético. Todas as ordenanças de


D-us no Antigo Testamento são sombras de coisas que se cumpririam na Nova
Aliança.

O profeta Amos, antevendo a vinda do Messias, escreveu: “Naquele dia,


levantarei o tabernáculo caído de Davi, repararei as suas brechas, e,
levantando-o das suas ruínas, restaurá-lo-ei como fora nos dias da
antigüidade>} (Amós 9:11).

O povo judeu, ainda hoje, aguarda a vinda do Messias. A preservação misteriosa


de Israel pode ser para o cumprimento do propósito do D-us de Israel: tornar-se
o “tabernáculo de Davi, seu Rei”.

Judeus e gentios podem ser incorporados à casa ou família de D-us e, assim,


tornar-se Seu tabernáculo, Seu lugar de moradia, com a aceitação do Messias.
Devemos lembrar de que D-us já havia feito provisão para a inclusão dos gentios
crentes dentro da aliança mosaica: “a mesma lei haja para o natural (israelita) e
para o forasteiro (gentio)
A

que peregrinar entre vós” (Ex. 12:49). *

O profeta Zacarias predisse que, na era messiânica,

“Todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém


subirão, de ano em anoy para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, e para
celebrar a Testa dos Tabernáculos” (Zc. 14:16-21).

O profeta Miquéias profetizou: "... uma nação não levantará contra outra
nação, nem aprenderão mais a guerra” (Miquéias 4:3).

A Festa dos Tabernáculos fala da alegria do Messias tabernaculando em nosso


meio. É época de regozijo, de plenitude.

Podemos ver também Yeshua, nosso Messias, tipificado no ritual do


derramamento da água. No evangelho de João, capítulo 7, temos um relato da
Festa dos Tabernáculos, que foi a última de que Yeshua participou. Podemos
imaginar a cena grandiosa: o grande cortejo de sacerdotes vestidos de branco, os
levitas, os instrumentos, o derramamento da água no altar... e Yeshua, em pé,
nas sombras das grandes colunas do Templo, observando. Ele, o Eterno, o Filho
de D-us, o Eogos, a Palavra Viva que se fez carne, Aquele que falou através da
Lei dada no Monte Sinai, para que se observasse a Festa dos
Tabernáculos. Agora Ele estava ali, em pessoa, vendo a observância de uma
ordenança Sua.

Assim que o cortejo passou, com o clamor nos lá*

bios do Salmo: “O Senhor, salva, te pedimos...” Yeshua se levanta, e sua voz


explode num grito carregado de misericórdia: “Se alguém tem sede, venha a
mim e beba. Quem crer em mim, como di% a Escritura, do seu interior fluirão
rios de água viva” (Jo. 7:37-38). '

Ali estava, em pessoa, Aquele de quem os profetas haviam falado. Ele era o
cumprimento de todas as promessas. O Messias veio e tabernaculou entre nós
(Jo. 1:14).

*!A.h! Todos vós os que tendes sede, vinde às águas; e vós os

que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde e comprai, sem
dinheiro e sem preço, vinho e azeite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não
é pão: e o vosso suor naquilo que não satisfazf Ouvi-me atentamente, comei o
que é bom, e vos deleitareis com finos manjares. Inclinai os vossos ouvidos, e
vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança
perpétua, que consiste nas fiéis promessas a Davi”. (Is. 55:1-3).

Através de Seu Espírito, que seria derramado em vasos humanos, D-us promete
tirar de nós o coração de pedra e nos dar uma nova natureza.

'Porque derramarei água sobre o sedento, e torrentes sobre a terra seca;


derramarei o meu Espirito sobre a tua posteridade, e a minha bênção sobre os
teus descendentes” (Is. 44:3).

“O Senhor te guiará continuamente, fartará a tua alma até em lugares áridos, e


fortificará os teus ossos; serás como um jardim regado, e como um manancial,
cujas águas não faltam ” (Is. 58:11).

“E acontecerá depois que derramarei o meu Espirito sobre toda a carne; vossos
filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão
visões. A.té sobre vossos servos e sobre as servas derramarei o meu Espirito
naqueles dias. Mostrarei prodígios no céu e na terra: sangue, fogo e colunas de
fumo. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o
grande e temível dia do Senhor. E acontecerá que todo aquele que invocar
o nome do Senhor será salvo; porque no Monte Sião e em Jerusalém estarão os
que forem salvos, assim como o Senhor prometeu, e entre os sobreviventes
aqueles que o Senhor chamar” (Joel 1:28-32).

Resumo profético da Festa dos Tabemácutos para os crentes em Yeshua, o


Messias

“O verbo se fez carne e habitou entre nós ” (Jo. 1:14). A palavra “habitou”, no
grego, é “Skenesei”, e significa tabernaculou entre nós. Isto é, Yeshua veio, em
sua primei-

ra vinda, para fazer morada no coração daquele que o confessa e o recebe como
Senhor, e Rei e Salvador.

O centro da Festa dos Tabernáculos é Yeshua, o Messias. Chegará sua segunda


vinda, quando se cumprirá integralmente o que o profeta Zacarias disse no
capítulo 14 de seu livro, versos 16-21.

Todas as nações, todos os anos, subirão a Jerusalém para celebrarem a Festa dos
Tabernáculos com o dono da Festa, o Rei Yeshua.

E interessante notar, no texto de João 7:37-38, que Yeshua deixou para falar no
último dia da Festa, o sétimo dia, que era o ápice da comemoração, sobre a
tremenda e gloriosa mensagem que Ele era a Fonte Eterna de água viva, na qual
ninguém teria mais sede. O sétimo dia é também um sinal do milênio. Podemos
imaginar, com base na tradição judaica, em se jogar água sobre o altar de
sacrifício do Templo simbolizando não só a purificação, mas também as preces
para que houvesse abundância de chuvas no ano novo.

A Bíblia diz que Yeshua clamou, isto é, gritou em alta voz: “Se alguém tem sede
venha a mim e beba”. Isto é, Ele é o verbo, a Palavra viva. Paulo, em Efésios
5.25, diz que a Igreja, que somos nós, precisa ser sem rugas e sem defeito, por
meio da lavagem de água que é a Palavra de D-us, Yeshua.

E lindo poder entender e receber estas revelações.

Yeshua prepara sua noiva pela "lavagem de água, pela Palavra”.


A Festa dos Tabernáculos é, portanto, momento de grande alegria para o Corpo
do Messias, tabernaculando em nós, vindo como Rei para os Judeus e as nações,
reinando por 1000 (mil) anos com a sua Igreja.

Urge que a Igreja de Yeshua Ha Mashiach tome

posse do Espírito da Palavra; do contexto da relação Israel x Igreja; do tempo de


D-us, que corre paralelo a ambos.

Urge que o Corpo do Messias se aproxime com profundo amor do conhecimento


das Escrituras do Velho e do Novo Testamentos, como um livro escrito por
judeus, no contexto e nas tradições do povo judeu. Yeshua veio à terra como
judeu. Ele é ainda judeu, e voltará como judeu. Ele nunca deixou de ser judeu e
zeloso pela boas tradições e, sobretudo, zeloso quanto à Torá, quanto aos
patriarcas, quanto aos profetas e apóstolos. Ele está vindo, e não tardará. Ele virá
buscar uma noiva só, constituída de gendos e judeus que nEle crêem e
entregaram sua vida por Ele. A parte da Igreja gentílica que foi enxertada na
oliveira Israel, é agora circuncisa de coração (Rm. 2:29). Esta parte da Igreja
gentílica tornou-se participante das bênçãos de D-us para Israel, pois foi anexada
à oliveira verdadeira. A parte da Igreja judia, constituída pqr judeus, mantém-se
judia, guardando a Torá, os profetas e as boas tradições, entrando na graça dos
apóstolos, tendo como pedra de esquina o próprio Yeshua, nascido em Belém,
criado em Nazaré. Aos gendos, fica a mensagem de que Yeshua nunca se
colocará em jugo desigual (II Co. 6:14-15), desposando uma noiva pagã
ou simplesmente gentílica, com costumes e tradições pagãs, separada de Israel.
Não! Ela é gentílica também, claro! Mas é bem verdade que o Espírito de D-us
(Ruach Ha Kôdesh) prepara uma única noiva para um noivo judeu. Por isso, a
circuncisão de coração é necessária. E circuncisão de coração, entendo eu, não é
apenas ser salvo e lavado pelo sangue do Cordeiro. E necessário ter o caráter
dEle, as mesmas características dEle, o perfil dEle, o jeito dEle, a semelhança
dEle, os costumes dEle, a beleza dEle, a simplicidade dEle, a sabedoria dEle, e
sobretudo, o amor dEle.

Tudo isto, dito aos crentes gentílicos, vale também

para os judeus messiânicos. Pois os judeus, herdeiros por sangue e circuncisão


natural, precisam também, agora, conhecer seu noivo. Se já possuem os
costumes e tradições, amém! Mas é necessário aceitar os gentios que têm
Yeshua e que são circuncisos de coração, filhos também de Abraão, herdeiros
também das promessas. Os judeus precisam conhecer o lado da graça de D-us —
o ser justificado pela fé; a beleza dos dons espirituais dados pelo Kuach Ha
Kôdesh; a capacitação e poder carismático da Palavra viva, que salva, cura,
restaura nossa alma e nossa família. Assim como os gentios precisam conhecer a
graça na Torá, os judeus precisam conhecer a Torá cheia da Graça e misericórdia
do unigênito e primogênito, Yeshua Ha Mashiach. Haleluia!

Em suma, eu pessoalmente creio que celebrar Tabernáculos por sete dias nos faz
lembrar da futura festa das “Bodas do Cordeiro” de Apocalipse, a Igreja
desposan-do com o “noivo”, Yeshua. Agora, já casados, podem voltar à terra
para implantar o Reino de D-us fisicamente, reinando com Yeshua por mil anos,
no grande milênio de Paz

(Ap 19).

E interessante perceber que o oitavo (Shemini/ Shemitá = Redenção) dia da


Festa dos Tabernáculos é chamado de “Simchá Torá”, ou seja, a alegria da Torá.
Yeshua, o Messias, é a Palavra de instrução de D-us (a Torá) que se fez carne e
habitou (tabernaculou) entre nós (Jo 1:14).

Hag Sucôt Samêach!

(Feliz Festa dos Tabernáculos!)


Cajjítufo X

A BeCeza da Festa do Sfiabat (Sábado)

Nosso propósito, aqui, é relatar alguns textos das Sagradas Escrituras que fazem
alusão ao tema do Sábado na Bíblia, ou da guarda do Sábado. Deixaremos que o
leitor tire suas próprias conclusões. Como dissemos no início deste livro,
faremos o papel de um suposto promotor de justiça, com a função,
simplesmente, de relatar os fatos, sem a preocupação de emitir uma sentença
parcial ou total, ou até mesmo uma condenação.

Quanta confusão e polêmica têm ocorrido em relação à observância e a guarda


do Sábado, desde a época de Yeshua. Quantas doutrinas, seitas e divergências
surgiram em decorrência deste tema. Afinal, têm os judeus razão quando
observam o Sábado, o dia de descanso, como um dos Dez Mandamentos do
Senhor entregues a Moisés no Monte Sinai? Pode um cristão, debaixo da graça,
não-ju-deu, guardar ou observar o Sábado?

Primeiro, o que quer dizer a palavra Sábado na língua hebraica? A palavra


“Shabat” significa, no hebraico, cessar, parar, descansar. Como substantivo,
quer dizer o dia da semana chamado Sábado, sendo o sétimo dia. E interessan-

te observar outras palavras no hebraico que possuem a mesma raiz “sheb ou


shab”, que são representadas pelas letras “shin” e “bet”. Assim, a palavra
“shêva” significa o número sete; “Shivimy\ setenta; “shevii”y “shevúa”
significa período de sete, semana, ou Festa das sete semanas (Shavuôt, que é a
Festa de Pentecostes, como já descrevemos). O número sete, na Bíblia, aponta
para algo que é perfeito, eterno, pleno, completo, absoluto. Desta raiz, advém
também a

palavra “shabá”y que significa jurar, conjurar.

E interessante também notar que, na língua hebraica, muitos antônimos são


formados pelo mesmo radical. Na minha opinião pode ter havido um propósito
do Eterno em chamar nossa atenção para o sentido oposto. Assim, no hebraico, a
palavra “shabar” significa comprar, adquirir, enquanto shabat significa
descansar, parar, cessar algo que se estava fazendo; justamente o contrário de
comprar, adquirir, trabalhar, verbos estes que denotam uma atividade dinâmica, e
não de descanso e repouso.

Ainda estudando a palavra “Shabat” no hebraico, gostaríamos de considerar,


pelo menos, quatro pontos bíblicos importantes:
A

Em primeiro lugar, Exodo 20:8 associa a guarda do Sábado ao fato do próprio D-


us ter descansado no sétimo dia, depois de seis dias de trabalho (Gn. 2: 2-3).
Tudo o que D-us fez, Ele avaliou como bom segundo o registro de Gênesis.
Entretanto, somente o Sábado Ele santificou, dando a entender que tão
importante quanto foi a criação do homem, é o dia de descanso, o sétimo, para o
qual D-us, com certeza, tem um propósito futuro a ser revelado à humanidade. O
Sábado, portanto, é um convite a regozijar-se com a criação de D-us,
reconhecendo sua soberania divina.

Neste dia, tranqüiliza-se a alma com momentos de oração, refletindo o


significado da vida, honrando e glori-

ficando o nome do Criador. Quer-se ouvir a Sua voz, fortalecendo-se na Sua


Palavra, imbuindo-se da Sua própria natureza.

Em segundo lugar, observa-se, em Dt. 5:15, um motivo diferente para a guarda


do Sábado, fazendo o povo hebreu lembrar-se de que foram servos na terra do
Egito, e que o Senhor os tirou dali com mão poderosa. Não seria analogamente
viável lembrar-se de que um dia, também, o crente em Yeshua foi escravo do
sistema de pecado, vivendo aprisionado neste mundo?

Terceiro, o Sábado é também um bom senso legal, concedendo um dia de


descanso àqueles que trabalham durante um período consecutivo de seis dias. O
livro de
A

Exodo 23:12 diz que “seis dias farás os teus trabalhosy mas ao sétimo dia
descansaráSeria possível associar isso com o fato registrado em I Corintios 16:2,
quando os apóstolos, no primeiro dia da semana (domingo), faziam uma coleta
para os pobres de Jerusalém evitando, com isto, qualquer tipo de trabalho no
Sábado?

Finalmente, o Sábado é um sinal da aliança eterna de D-us com Israel (Ex. 31:17
e Ez 20:12). Por inúmeras vezes, o próprio D-us tornou este sinal visível, como o
arco-íris com Noé, e a circuncisão com Abraão, culminando no sangue de
Yeshua — uma aliança eterna de salvação para quem nEle crer.

Estamos debaixo do tegatismo da Lei, ou debaixo da Graça de D-us?

A grande verdade é que todos os crentes gentílicos em Yeshua são participantes


desta aliança que D-us fez com o povo de Israel. Como ramos enxertados na
oliveira que é Israel (Rm. 11: 20), eles possuem certos direitos.

Gálatas 3:29 diz que, em Yeshua, somos descendentes de Abraão e herdeiros


conforme as promessas. Em outras palavras, podemos entender que, em Yeshua,
temos direito às promessas de Abraão, lembrando-nos de que as leis de Moisés
vieram somente muito tempo depois.

Primeiramente, o que é legalismo? Podemos definir legalismo como sendo uma


tentativa ou necessidade de manter a lei para obter o perdão ou a salvação; ou
tratar meramente as tradições como se fossem a verdadeira lei; ou qualquer
tentativa de se manter os mandamentos ou as ordenanças de D-us. Legalismo
seria o jugo que os judeus colocam mais alto e com mais elevado destaque, o
que excede o próprio princípio da lei. Em outras palavras, dá-se mais
importância ao jugo, à forma, ou à maneira e ao modo com que a lei é praticada,
do que o princípio intrínseco da lei. O judeu messiânico David Stern, em seu
Livro Novo Testamento Judaico, comenta Romanos 6:14-15 usando a palavra
"legalismo”. Assim, encontramos em seu livro: “Porque o pecado não terá
autoridade sobre vós; porque não estais debaixo do lega lismo, mas da graça.
Então, a que conclusão devemos chegar? Pecaremos porque não estamos
debaixo do legalismo, mas sob a graça? Jamais!” A palavra grega para lei, na
versão original, é “nomos”, e não tem o significado primário de lei, mas sim de
norma. Quando uma norma particular acontece de ter uma lei, então nomos
pode descrever uma lei; mas não significa lei, como legislação. A tradução
correta seria então: "você não está sob a norma (costume), mas sob a graça”. O
legalismo, definido por Dr. Stern, é uma interpretação da norma então aplicada.
A norma é aplicada ao mundo em geral. Porém, nós não somos deste mundo (Jo.
15:19). Assim, a norma não se aplica a nós. A norma (ou as regras) do mundo
está sob juízo e condenação. A norma do mundo é pensar que se obtém

o perdão dos pecados por meio de obras (o que é contradito nas Escrituras). Não
estamos sob as normas do mundo, porque pertencemos ao Reino de D-us, e
estamos sob a graça de Yeshua, que é exceção, e não a regra (norma).

Paulo não está pregando que a Lei não se aplica. Pois a Lei é santa, justa e boa
(Rm. 7:12; II Tm. 3:16), e o conhecimento do pecado veio através da Lei. Por
isso, o pecado é a transgressão da Lei.

Yeshua não aboliu a Lei de Moisés, nem as outras ordenanças do Antigo


Testamento

“Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas
cumprir. Porque em verdade vos digo quey até que o céu e a terra passem, de
modo nenhum passará da lei um só i ou um só tily até que tudo seja cumprido.
Qualquer um que vio-lary pois, um destes mandamentos, por menor que seja, e
assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele,
porém, que os cumprir e ensinar, será chamado grande no reino dos céus”
(Mateus 5: 17-19).

“ Ensinando-as a guardar todas as coisas que os tenho ordenado” (Mateus


28:20).

“ Qualquer um que comete pecado, transgride a lei, porque o pecado é a


transgressão da lei” ( I João 3:4).

Os textos acima são muito claros. Por outro lado, gostaria de ressaltar dizendo
que todo aquele que está debaixo da graça de Yeshua, o Messias, não está
debaixo da lei (Romanos 6:14).

Também deve ser claro para nós que Yeshua não revogou a lei como algo mal,
nocivo à humanidade. Sabemos que a Lei em si é boa; ela é um princípio dado
por D-us. Toda lei tem um princípio, e nós devemos conhecer e entender este
princípio. Por exemplo: “D-us disse: Produza

a terra relva e ervas que dêem semente...” (Gn. 1:11). Ou seja, o princípio é: “a
semente veio da terra, então, tudo o que a semente tem, a terra também tem. Em
outras palavras, não vamos achar nenhum elemento químico numa árvore, por
exemplo, que não possa ser encontrado na terra, pois a semente (árvore) veio da
terra”.

Vamos, agora, tecer alguns comentários importantes para um melhor


entendimento do Sábado.

Primeiro, aquele que estiver debaixo da graça de Yeshua não está debaixo (do
jugo) da lei (Rm. 6:14). O guardar a Lei de Moisés do Antigo Testamento está
relacionado com a qualidade de vida, e não com a vida eterna. Ninguém terá
“novo nascimento” pelo cumprir a lei. Yeshua disse: “Quem não nascer de novo,
não pode ver o reino de D-us... Em verdade, em verdade, te digo que quem não
nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de D-us. (João 3:3 e 5)
Quem crê no Filho (Yeshua) tem a vida eterna...” (João 3:36) “Forque D-us
amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho unigênito, para que todo
aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3:16). A fé em
Yeshua gera a vida eterna, não a guarda da lei. Mas, a lei é importante e benéfica
para a qualidade de vida física, emocional e espiritual. Ela revela o caráter do
Messias, a personalidade de D-us.

Segundo, é importante entender o versículo de Romanos 10:4, que diz: “Pois o


fim da lei é Cristo”. Muitos pensam que Cristo acabou com a lei. A palavra
“fim”, na versão original (no grego), quer dizer “te/os”, e
significa cumprimento, aquilo que cumpre, que se realiza, e não o final de
alguma coisa. Esta palavra “telos” aparece em outras passagens bíblicas, como
em Lucas 22:37 e I Timóteo

1:5, e em ambos os casos no sentido de “cumprir” algo, e não de terminar ou


abolir. Portanto, quando se diz que o fim da lei é Cristo, entende-se que toda a lei
se cumpre em Cristo, e não que Ele acabou com ela como se ela fosse algo ruim
ou alguma coisa mal feita criada por D-us. Por isso, Yeshua disse: “...não vim
para revogar a leiy mas para cumpri-la” (Mt. 5:17).

Terceiro, toda a Escritura (Antigo e Novo Testamentos) é Palavra viva de D-us,


e foi inspirada pelo Espírito Santo (II Tm. 3:16). Tudo o que D-us fez é bom. D-
us nunca se enganaria, na sua onisciência, criando as leis do Antigo Testamento
para depois anulá-las. Assim, lembremo-nos do que já fora dito: o importante
não é seguir a tradição legalista da lei, mas entender o princípio divino contido
na lei. Se estamos em Yeshua, guiados e cheios do Espírito dEle, entenderemos
bem estas coisas e estes mistérios.
Quarto, as 613 leis constantes na Torá, compreendem leis morais (os dez
mandamentos ditados por D-us, que incluem a guarda do Sábado), as leis éticas
(para o estilo e qualidade de vida, como as leis do que comer, o que beber, o que
vestir etc.) e as leis cerimoniais (como, por exemplo, o sacrifício de animais para
remissão dos pecados). Yeshua é o cordeiro de D-us que está vivo e tira o pecado
do mundo, trazendo vida eterna àquele que o recebe como Senhor e Salvador,
pela fé. Não tem sentido, então, sacrificar mais cordeiro ou qualquer outro tipo
de animal com este fim. Portanto, está evidente que as leis morais e édcas, se
recomendadas por D-us, são boas e eficazes para quem as guarda. A lei, sem
a graça de Cristo, é fardo e jugo; mas nEle, é leve e suave, pois Yeshua leva todo
o peso e o jugo (Mt. 11:29-30).

Quinto, a observância do sétimo dia é para descansar (no sentido natural) o


corpo e a alma (mente, alívio das tensões emocionais etc.), além de nos colocar,
espontânea e alegremente, à disposição do Senhor para orar e
adorar, alimentando nosso espírito com sua Palavra, impulsiona-nos a trabalhar
na Sua obra, o que é bíblico e recomendável a todos, judeus e gentios crentes.

Sexto, o fato de Yeshua ter ressuscitado e os apóstolos terem se reunido no


primeiro dia da semana para distribuir os dízimos, não anulou e nem anula o dia
de Sábado; tão pouco anula o princípio do descanso contido no dia de Sábado.
D-us não mandou guardar qualquer dia da semana, como muitos querem e
gostam de argumentar. Ele ordenou que fosse o sétimo. E sétimo é sétimo, não o
primeiro, o segundo etc. “Por seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho;
masy o sétimo dia é o Sábado do Senhor teu D-us” (Ex. 20:9-10). D-us define o
sétimo dia como Sábado.

Sétimo, a observância do Sábado é citada mais de 20 vezes no Antigo


Testamento, e mais de 25 vezes no Novo Testamento. Yeshua e seus discípulos
observavam o Sábado e passavam grande parte deste dia reunidos nas
sinagogas, estudando a Palavra. A observância do Sábado era, sobretudo, para o
estudo das Escrituras. Vide, por exemplo, algumas passagens como Lucas 4:16
(Yeshua tinha o costume de ensinar e estudar as Escrituras no Sábado). Yeshua
ensinou, também, o verdadeiro e correto modo de guardar o Sábado, que é
dedicando-se ao Senhor; trabalhando, sim, na obra de D-us (Lc. 6:6-11, Lc.
23:56 e Mt. 12:8). Estes últimos textos também falam que Yeshua é o Senhor do
Sábado. Mt 2:27-28 diz que o Sábado foi feito por causa do homem, e não
o homem por causa do Sábado.
A Igreja primitiva observava o Sábado, como mostrado no livro de Atos: judeus
e gregos “...entrando na sinagoga no dia de sábado(...); rogavam que estas
palavras fossem repetidas no dia de sábado seguinte(...); No sábado seguinte,
reuniu-se quase toda a cidade para ouvir a palavra de D~us(...); Ora Paulo,
segundo o seu costume, foi ter com eles e, por três sábados, discutiu com eles as
Escrituras(...); E ele discutia todos os sábados na sinagoga, e persuadia a
judeus e gregos(...)” (At. 13:14, 42, 44; 16:13; 17:2; 18:5, e outras passagens).

Não temos aqui o propósito de fazer um estudo profundo sobre a guarda do


Sábado, senão afirmar que a guarda do Sábado é um dia de Festa, e que está
imbuído no contexto delas (Lv. 23:3).

Entretanto, vejamos mais alguns versículos bíblicos, agora no Antigo


Testamento, para entendermos melhor sua observância. O Shabat é muito mais
que um descanso para o corpo e para a alma (mente, emoções etc.), ele é um
dia, por excelência, para se receber alimento do Espírito de D-us. O Shabat de
D-us é um sinal (Ex. 31:13-18): “Certamente, guardareis os meus Sábados,
porquanto isto é um SINME entre mim e vós pelas vossas gerações; para que
saibais que eu sou o Senhor, que vos santifica”.

O Sábado é um sinal para que fosse lembrada a aliança que D-us havia celebrado
com o homem, aqui representado pelos filhos de Israel, os judeus. Porém, em
Yeshua, o muro de separação entre judeus e gentios foi quebrado, para que todos
que nEle crêem possam gozar de todas as bênçãos e promessas (Ef. 2:14; Gl.
3:29). O Sábado também nos lembra o milênio que há de vir (Hb 4:10),
quando Yeshua reinará com sua Igreja. Sábado é dia de alegria, é dia de
rejubilar-se, reconhecendo a soberania do D-us criador dos céus e da terra.
Yeshua é o Senhor do Sábado, e Ele é o Rei dos Reis. Por isso, não se jejua no
dia de Sábado, pois

é dia de regozijo e de privilégio, por crermos num D-us


*

único, Criador de todas as coisas. K claro, também, que não precisamos de um


dia para reconhecer todas estas coisas, mas a guarda do Sábado é uma forma de
homenagear o Criador e sua criação, sem legalismo algum. Se estamos
em Cristo, fazemos isto por revelação, e não por jugo ou por peso da lei.
Podemos comparar o Sábado com o memorial da Ceia do Senhor. Ambas as
celebrações são memoriais. Uma nos lembra da morte, da ressurreição e da
aliança que temos pelo sangue do Cordeiro, o Messias Yeshua; a outra, faz-nos
lembrar do Criador, da criação e, profeticamente, daquilo que virá: o descanso, a
vida eterna que está reservada para aqueles que crêem.

Um argumento muito usado é dizer que lei é para judeu, e que crente ou
evangélico não tem nada a haver com ela. Tal argumento demonstra uma grande
ignorância, comodismo espiritual, ou até mesmo um casuísmo, ao separar aquilo
que é de interesse pessoal daquilo que não é. Por exemplo, a lei de observar o
dízimo é do Antigo Testamento, e nem por isso ela deixou de ser guardada pelos
crentes. Isso porque ela é uma bênção para quem a obedece e observa. Por que
ela então, sendo lei, não vale só para os judeus? A lei da prosperidade, tão
pregada nas igrejas, não seria outro bom exemplo de bênçãos existentes no
Antigo Testamento? Por que então ignorar as outras leis do Antigo Testamento?
Por que há tanto desconhecimento das 613 leis de Moisés? Não foram elas,
também, criadas por D-us? Será que todos entendem bem o que diz o Novo
Testamento sobre a Lei? O verdadeiro cristão deve ser coerente com aquilo que
prega. Não se deve desmerecer os princípios do Senhor na forma dos
mandamentos ou ordenailças, só porque estão contidos no Antigo Testamento,
ressaltando só aquilo que interessa ou que não nos incomoda.

Por que, então, os cristãos têm que guardar o domingo, que é uma instituição
papal? E será que, realmente os cristãos têm guardado o domingo, reservando
este dia exclusivamente para D-us, não trabalhando e cumprindo aquilo que
manda as Escrituras?

Yeshua é o cumprimento de toda a lei. Se estamos nEle, podemos, alegremente,


sem peso e sem imposição, cumprir com Ele todos os aspectos qualitativos da
Lei. A maldição está no não cumprimento da lei, e não na própria lei, que é santa
e boa. Lembremo-nos de que alguns ramos da oliveira (judeus) foram cortados
para que os gentios fossem enxertados, tornando-se participantes da raiz e da
seiva desta oliveira (Rm. 11:17). Paulo, inspirado pelo Espírito de D-us, disse:
“Judeu não é aquele que foi circuncida-do na carne, exteriormente. Judeu é
aquele que o é interiormente, e a circuncisão a que é do coração, no espírito,
não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de D-us” (Rm.
2:28-29). Se estamos em Cristo, somos livres e devemos fazer tudo por fé (Hb.
11:6) e por amor, na revelação da Palavra, nunca por imposição ou por puro e
cego legalismo.

Sendo o Sábado a Io festa fixa de Levítico 23, ela interliga, semanalmente, todas
as outras festas. Ou seja, semanalmente, a festa do Shabat nos reconecta com o
Criador e Sua criação, falando do passado, do presente e do futuro,
principalmente da Era Messiânica, pois Yeshua é o Senhor do Shabat (Mt 12:18).

Shabat Shalom!

(Um Sábado de Paz!)


Cajjítuffo XI

Corre fação cfas Festas Bíb ficas com o Crescimento Esyirituaf (Resumo das
Oito Festas)

Quando comecei a estudar e descobrir as maravilhas dos conceitos e da beleza


do caráter da pessoa de Yeshua escondidos nas ordenanças das Festas Bíblicas,
percebi nitidamente que as mesmas podem ser vistas sob o prisma de uma
avaliação individual do crescimento espiritual, bem como indicam a posição
espiritual ou as fases da Igreja de Cristo.

As Festas Bíbtícas como um instrumento de avaliação espiritual

Agora, ficou bem mais fácil entender as mensagens contidas nas celebrações das
Festas Bíblicas, bem como tentar estabelecer uma correlação delas com o
crescimento espiritual e individual de cada cristão.

Vamos ver, através de um exemplo gráfico, como estas mensagens podem


contribuir para a restauração de um indivíduo, membro do Corpo de Cristo.
Gostaria de deixar bem claro que trata-se de uma mera simbologia, com a qual
pretende-se extrair o máximo proveito em relação à celebração das Festas.
Imaginemos a figura seguinte, representada por um gráfico, onde no eixo
vertical (y) tenha-se

uma medida do grau de nossa espiritualidade, e no eixo horizontal (x), tenha-se o


tempo, por exemplo.
Este gráfico pode parecer complicado, mas não é. Claro que não vamos aqui
relatar novamente, em profundidade, tudo que até agora estudamos. Mas,
valendo-nos de um pequeno resumo, vamos entender esta
mencionada correlação sem maiores dificuldades.

1° Estágio: A Festa de Pêssacb (Páscoa)

Imaginem vocês que um indivíduo sem D-us, que ainda não conheça Yeshua e
que não entregou sua vida a Ele, tendo-o como Senhor e Salvador. Com certeza,
esta pessoa vive ainda no “Egito”, ou seja, no sistema da escravidão do pecado,
em trevas. Resumindo, ele ainda não tem a salvação de sua alma garantida, e
nem tão pouco a vida eterna.

Mas, imagine também que este indivíduo, um dia, tome a decisão inteligente de
confessar Yeshua como seu Senhor e Salvador, recebendo-o como o Messias de
Israel e, pela fé, seja salvo. Aí, acontecerá em sua vida o que a Bíblia chama de
“Pêssach”, ou seja, a Páscoa, que quer dizer passagem. Há então uma passagem,
uma mudança das trevas para luz. Esta pessoa passou, através do
Messias Yeshua, de um sistema de escravidão e jugo trazido pelo pecado, para
um jugo leve e suave, encontrado somente no Messias, o qual lhe dá a condição
de ser considerado filho de D-us (Ef. 2:2-6). Celebrar a Festa da Páscoa nos
lembra, então, não só do memorial do povo hebreu saindo do Egito em direção à
terra de Canaã, mas também nos lembra do “novo nascimento” que há no
Messias Yeshua. Nesta festa, nós tomamos posse de que saímos do
“Egito” (mundo), deixando as coisas dele, lutando contra os espíritos das trevas
e contra o inimigo de nossas almas, o diabo, sobre quem agora temos a vitória.
Resumindo, é importante sair do “Egito” (sistema do mundo) e ser liberto
da escravidão do pecado. Um crente pode ser liberto rapidamente, mas pode
sofrer quedas constantes se não sair do sistema do mundo, não amando o mesmo
(I Jo. 2:15).

2" Estágio: Festa das Matzôt {Festa dos Pães AsmosJ

Imagine agora que você já conheça o Messias Yeshua, estando decidido, de


agora em diante, a serví-lo. Pela Bíblia, o Cordeiro de D-us, Yeshua, tira o
pecado do mundo, mudando nossa natureza. Nosso corpo passa a ser templo de
D-us, habitação do Seu Espírito. Esta festa fala-nos do pão sem fermento, ou
seja, o fermento significando a natureza do pecado. As Escrituras nos ensinam
que, em Yeshua, nosso velho homem morre (a natureza adâmica

do pecado original), dando lugar ao novo homem que agora vive em nós. Agora,
no Messias, podemos viver sem a natureza do pecado (fermento) (Rm. 6:6; I Co.
5:8; II Co. 5:17; Lv. 23:9). Por isso, com grande alegria celebramos esta Festa,
que acontece no l°Domingo logo após a Festa da Páscoa, por termos conhecido o
Filho e, por meio dEle, Seu Pai, o D-us de Israel. Em resumo, esta Festa nos
lembra de que podemos e devemos viver, ainda neste mundo, sem a natureza do
pecado até que o reino do Messias venha. Muitos podem até ter saído do
“Egito”, mas não tomaram posse de que a velha natureza do pecado agora
morreu, e que o Messias vive em nós.

3° Estágio: Festa de Bikurim (Festa das Pritnícias)

Veja que o crente, aquele que foi salvo pelo Messias Yeshua, continua crescendo.
Todos nós que tivemos uma experiência real e verdadeira com Yeshua Ha
Mashiach, entregamos a Ele os primeiros frutos de arrependimento. Trazer os
primeiros frutos significa, espiritualmente, trazer como oferta a D-us, os
primeiros resultados de nossa conversão a Yeshua. E aquela mudança que
começa a ocorrer em nossos pensamentos, atitudes e costumes da vida passada,
que não combinam mais com a vida de um crente em Yeshua, o Salvador. Por
exemplo, mudamos nosso palavreado torpe para dar lugar a palavras que
abençoam e edificam. Deixamos e somos libertos dos vícios; libertamo-nos
de várias prisões da alma, como ressentimentos, mágoas, rejeições, solidão, etc.
Essas são então, as nossas primícias ao Senhor! Mas é claro que o processo de
arrependimento e mudanças continuará sempre em nossas vidas. Sempre
encontraremos algo do nosso caráter, de nossa personalidade, hábitos e costumes
os quais precisarão de restauração, liber-

tação e conserto. Yeshua é a nossa primícia (I Co. 15:20), nós somos suas
primícias (Rm. 8:23), e nEle temos os frutos, pois Ele é a videira (Jo. 15: 5). Não
precisamos de uma data para nos lembrarmos desta obrigação e da
necessidade de arrependimento. Mas, nessa ocasião, valemo-nos para
uma avaliação do nosso crescimento espiritual. Tudo para nós, nestas Festas, é
motivo para darmos graças ao Eterno e à sua mão forte que nos drou do “Egito”.

4° Estágio: Festa de Sbatruôt ou Festa de Fentecostes

Assim, seguindo as celebrações das Festas Bíblicas, continuamos então a crescer


mais em nossa espiritualidade e experiência com o Senhor. Lembremo-nos de
que isto vale muito mais do que ter uma mera religião, quer seja ela cristã ou
judaica. O fato importante é que uma religião não tem o poder de salvar e mudar
uma pessoa, dando a ela a esperada vida eterna. Somente no Messias Yeshua isto
é possível, pois Ele veio de D-us, Ele é Deus, sendo um com o Pai.

Em Shavuôt, vamos aprender que a vida com Yeshua, pela fé, é dinâmica, e não
paramos de receber bênçãos. E cada vez que nos ajustarmos à Palavra Viva de
D-us, mais aptos estaremos para sermos abençoados, testemunhando da Sua
verdade. O crente para entender, crescer rapidamente e aprender a dominar
situações difíceis, precisa ter uma experiência com o Espírito Santo de D-us.
Assim, na Festa de Pentecostes, convocamos todos os crentes a receberem os
dons e as manifestações do Espírito de D-us, pois não adianta em nada
recebermos a Tora ou a Tanách, ou toda a Bíblia como sendo a Palavra inspirada
por D-us, se Ele mesmo não nos der Seu Espírito, para que entendamos as
Escrituras. Por isso, o apóstolo Shaul (Paulo) nos ensina que *!A uns pôs D-us
na igreja, primeiramente, como apóstolos, em

segundo lugar como profetas, em terceiro como mestres, depois operadores de


milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas...Mas,
procurai com ^elo os maiores dons. Mdemais, eu vos mostrarei um caminho
sobremodo excelente” (I Co. 12:28-31). No início deste mesmo capítulo, Paulo
fala-nos também a respeitos da diversidade de dons: “Ora, há diversidade de
dons, mas o espírito é o mesmo... M cada um, porém, é dada a manifestação do
Espírito para o proveito comum. Porque a um é dada a palavra de sabedoria; a
outro, pelo mesmo Espírito, a palavra de ciência; a outro, pelo mesmo Espírito,
a fé... os dons de curar, operação de milagres, o dom de discernimento de
espírito; a outro, a variedade de línguas; e a outros, a interpretação de línguas.
Mas um só Espírito opera estas coisas, distribuindo particularmente a cada
um como quer” (I Co. 12:4-11). No livro de Atos, encontramos: “Mo cumprir-se
o dia de Pentecostes (Shavuot), estavam os apóstolos reunidos no mesmo lugar.
De repente, veio do céu um ruído, como que de um vento impetuoso, e encheu
toda a casa onde estavam sentados. E lhes apareceram umas línguas de fogo,
que se distribuíam, e sobre cada um deles pousou uma. E todos ficaram cheios
do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas” (Atos 2:1-2). Todo
crente em Yeshua precisa e deve estar qualificado pelo Espírito de D-us. Yeshua
está preparando para Si uma “noivai qualificada, santa, e sem defeito. Sem os
dons do Espírito Santo de D-us, seria impossível o crente alcançar
esta santificação, vida de unção, poder, e sobretudo, a revelação para o
entendimento correto da Palavra.

É de suma importância notar a evidência do número sete. O número sete, na


Bíblia hebraica (Shêva), fala de algo que é completo, perfeito, cheio da plenitude
do caráter de D-us. Por isso, estamos sempre sendo confrontados com o número
sete. Por exemplo, celebramos a Festa dos Pães Asmos por sete dias. Depois,
contamos sète semanas e celebramos a Festa de Shavuot. Agora, somos
convidados

por D-us a celebrarmos, no sétimo mês, as três últimas Festas messiânicas:


Trombetas (Rosh Hashand), Os dez dias de arrependimento, cujo o último dia é
chamado de Yom K/pur> e Tabernáculos (Sucôt).

5° Estágio: Festa de Zikarom Teruab (Festa das Ttxrni-betas)

No primeiro dia do sétimo mês, temos uma Festa que nos convida a entrar no
estado de alerta. O Shofar (chifre de Carneiro) é tocado retinindo, e é uma santa
convocação ordenada por D-us (Lv. 23:24-25).

E chegado o ano novo judaico. Agora, todos são convidados para um tempo de
preparação, iniciando um novo período de vida, com muitos propósitos e
esperanças. Interpretando espiritualmente esta Festa, particularmente digo
que quando “nascemos de novo”, recebemos a “saída” e a libertação da
escravidão do Egito (sistema do mundo) em Yeshua; depois, recebemos em
Shavuôt os dons do Espírito de D-us. Mas, vivendo dia a dia neste mundo,
acabamos, de certa forma, contaminando-nos com ele e esfriando aquele
primeiro amor por Yeshua, mesmo que de maneira inconsciente. E como se a
vida do crente começasse a entrar numa rotina espiritual, ou até mesmo num
esgotamento espiritual, estado este em que não reverenciamos ou
testemunhamos autenticamente das coisas que o Senhor fez e tem feito em nós.
Para quebrar este estado de “dormência espiritual”, ou mesmo esta letargia
do dia a dia, entramos nas chamadas “Festas Messiânicas” que anunciam a vinda
e a volta de Yeshua, o Messias. E se Yeshua está vindo, precisamos arrumar
nossa “casa”, nosso corpo, nossa alma, para estarmos cheios do Espírito dEle.

Por isso tocamos o “Shofar” neste dia de Festa. O som daquele chifre de
carneiro é usado como sinal de co-

municação do Corpo de Cristo à esta preparação. Ajustes e arrependimentos do


nosso estilo de vida cristão são necessários por um período de dez dias
consecutivos. Mas, lembremo-nos do gráfico e de que estamos crescendo
espiritualmente. Haleluia!

6” Estágio: Yotn Kipur e os Dez dias de Arrependimento (Kipurim)

Conforme registrado no livro de Levítico 23:27, o décimo dia deste ciclo de dez
dias é conhecido entre os judeus como o Dia do Perdão, ou Dia de Yom Kipur.

Neste período de dez dias, todo judeu é convocado para um dia de


arrependimento coletivo, com jejum absoluto (sem água e sem comida). Neste
dia de jejum e oração contínua, faz-se um arrependimento individualmente, cada
um por si, mas também um jejum coletivo, onde todos se arrependem por seus
familiares, por sua nação e pelo mundo.

Isto é muito profundo. Imagine você se toda a Igreja de Cristo, todos os crentes
no mundo inteiro, viessem a seguir esta ordenança de oração e jejum coletivo
pelo seu povo, pela sua nação e pelo mundo. As Escrituras dizem que o inferno
não pode prevalecer contra a Igreja. Pense, agora, se toda a Igreja de Yeshua
tomasse posse desta verdade; o que poderia acontecer? Quão proeminente seria a
vinda de Yeshua?

Nós, do Ministério Ensinando de Sião, temos esta visão. Aproveitamos as


celebrações das Festas Bíblicas para convocar todos os crentes, judeus e gentios,
para estarem conosco neste período. Primeiro, arrependemo-nos de
nossas falhas, pecados e omissões. Depois, arrependemo-nos de pecados
familiares. Trata-se, também, de um arrependimento coletivo. Mas talvez você
pergunte: Por que precisamos de um

dia, ou de um período específico, para nos arrependermos, se estamos em


Yeshua e Ele nos perdoou de todos os nossos pecados na cruz? Isto é bem
verdade. Mas D-us é soberano quando determina todas as coisas. Sei que para
tudo Ele tem um propósito específico. Eu gostaria apenas de perguntar: Imagine
todo o Corpo de Cristo no mundo, ou seja, todos os crentes reunidos em suas
igrejas, por um período de dez dias, arrependendo-se coletivamente não só por
suas próprias faltas, mas pelos pecados da própria Igreja, dos governantes,
das autoridades e pelos pecados de nossa nação?

Será que este mundo não produziria mais filhos de D-us justos e santos? Será
que as doenças e enfermidades do corpo e da alma não estariam dando lugar a
uma terra curada e a um povo menos sofrido? Cada um julgue a Palavra antes de
falar mal daqueles que tentam estabelecer e celebrar, com esses propósitos, as
Festas Bíblicas! Com certeza, as igrejas locais estariam competindo menos entre
si e condenando menos umas às outras. A propósito, II Crônicas 7:14 diz; “...e se
o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar; e orar e buscar a minha
face e, se desviar dos seus maus caminhos, então, Eu ouvirei do céu, e perdoarei
os seus pecados, e sararei a sua terra”.

7 Estágio: Festa de Sucôt ou Festas dos Tabemáculos ou da Colheita

Olhando para o gráfico novamente, não é difícil perceber e constatar por si


mesmo, que se cada um de nós meditasse nestes seis estágios (Festas) citados
anteriormente, chegaríamos a uma brilhante conclusão: “Posso viver melhor,
como crente e como cidadão, testemunhando do reino dos céus”.

Assim, no sétimo mês, chegamos a sétima e última Festa fixa do ano; e ela não é
a sétima por acaso. Ela indica

e nos exorta à perfeição, a darmos abundantes frutos, por isso é também


conhecida como Festa das Colheitas. Mas, de que frutos estamos falando?
Yeshua disse: u..este é o que ouve a palavra e a entende; e dá fruto, e um produ^
cem, outro sessenta e outro trinta...” (Mt. 13:23). Em Gálatas 5:22,
encontramos a meta de todo aquele que crê, o \fruto do Espirito: amor\ alegria,
pa^j longaminidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio
próprio; contra estas coisas não há lei”. São frutos de uma única semente do
caráter de D-us. Este é o maior propósito de D-us: que todo aquele que esteja em
Yeshua possa dar todos estes frutos, assim como Ele. Esta será nossa semelhança
com o Messias, ser como Ele é. “E sabemos que todas as coisas concorrem para
o bem daqueles que amam a D-us, daqueles que são chamados segundo o seu
propósito. Forque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem
conforme à imagem de seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito
entre muitos irmãos...” (Rm. 8:28-29).

A Festa de Sucôt fala-nos deste fruto do Espírito de D-us. Primeiro, temos que
produzir o Fruto do Espírito, os atributos do caráter de Cristo, os quais nos
colocam em posição de semelhança com Yeshua. Yeshua não se colocará em
jugo desigual com sua noiva (II Co. 6:14). Sua noiva será semelhante a Ele. E,
por isso, todo crente deve morrer para as obras da carne e dar o fruto do Espírito,
conforme citamos acima.

Segundo, se Yeshua está voltando, então, é tempo de preparação das “Bodas”. O


normal é se preparar para o casamento, e Yeshua está preparando, ajustando,
embelezando, presenteando sua própria noiva.

Terceiro, celebrar a Festa de Tabernáculos é celebrar


*

esta união. E, profeticamente, tabernacular eternamente com o Senhor. O verbo


Eishkon, no hebraico, é tabernacular. Mishkan é habitação. Nós somos Sua
habitação. Nosso cor-

po é Seu Tabernáculo (I Co. 3:16). Da palavra Mishkan, vem o radical Shchan;


daí a palavra Shechináy que significa a presença de D-us, a glória de D-us
manifesta em nossa vida.

Celebrar a Festa dos Tabernáculos é entender as palavras de Yeshua registradas


em João 7:37. Ele, ao entrar no Templo no último dia da Festa de Sucot,
vendo aqueles sacerdotes derramando água junto com o povo, para purificação
do altar, invocando bênçãos e prosperidade, grita em alta voz: “Se alguém tem
sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como di^ as Escrituras, do seu
interior correrão rios de água viva. ”

A Festa dos Tabernáculos é muito mais do que uma Festa. Ela é uma profecia do
milênio, onde cada nação subirá a Jerusalém para celebrar esta Festa. No livro
do profeta Zacarias, encontramos o seguinte texto: “E o Senhor será rei sobre
toda a terra; naquele dia um será o Senhor; e um será o seu nome (...). E
habitarão nela, e não haverá mais maldição; mas Jerusalém habitará em
segurança... Então todos os que restarem de todas as nações que vieram contra
Jerusalém, subirão, de ano em ano para adorarem o rei, o Senhor dos Exércitos,
e para celebrarem a festa dos tabernáculos” (Zc. 14:9-16).

Imagine toda a Igreja de Yeshua, em cada localidade, em cada cidade do mundo,


reunindo-se em unidade e amor e celebrando, nas definidas datas, as Festas
Bíblicas, estabelecendo propósitos de D-us para o nosso tempo e profetizando
Sua vinda e nossa santa preparação! Haleluia!

8a Estágio: Mas, onde fica a Festa do Sábado neste gráfico?

Então, sete vezes por ano, nas datas fixas e deter-

minadas por D-us, somos convidados a nos lembrar da mensagem de Yeshua


contida em cada festa, o que nos leva a uma avaliação do nosso crescimento
espiritual. Em outras palavras, D-us está nos aperfeiçoando diariamente, e Ele
mesmo nos leva a uma reflexão, de tempo em tempo. Mas, e o Shabat? O
Shabat, que é celebrado semanalmente, funciona, na minha opinião, como se
fosse um interligador das sete principais festas. Ou seja, semanalmente ele nos
lembra que, embora estejamos numa caminhada pelo deserto, rumo ao Reino de
D-us e à vida eterna, estamos também sempre em clima de Festa. D-us
está conosco nesta caminhada, trazendo-nos vitória e esperanças de um novo e
promissor reino vindouro.
Cajjítuío XII A História, a Igreja e as Festas Bíbíicas

Existe alguma correlação entre as festas bíblicas, a história da humanidade e a


igreja de Yeshua?

No capítulo anterior, pudemos constatar uma perfeita correlação entre o


crescimento espiritual de um crente e as festas bíblicas.

Sabemos que a bíblia é a Palavra de D-us revelada, e tudo o que ela diz tem um
princípio e um propósito. Cremos que tudo o que D-us quis revelar ao homem,
Ele registrou neste livro sagrado.

Sabemos que o homem foi criado com o propósito de refletir a imagem e a glória
de D-us. Em Gênesis encontramos a criação dos céus e da terra, dos seres viven-
tes e, finalmente, do homem, o único ser criado à imagem e semelhança do
Criador. Não havia pecado, sofrimento, nem morte. O homem vivia em
comunhão, expressando o domínio, o reino e a glória do Eterno, enquanto a
natureza do pecado não fazia parte da vida do homem. Após a queda do homem
houve a separação dessa comunhão com o Criador, e o homem passou, pelo seu
livre arbítrio, a viver escravizado pelo pecado e separado de D-us.

Eu creio, pessoalmente, que a humanidade, à contra gosto de D-us, passou a


viver aprisionada pela sua própria mente e vontade, distanciando-se de D-us e
consequentemente, de seus propósitos.

Sabemos que a humanidade afastada de D-us tem

vivido maus momentos. Como exemplo, podemos citar a época de Noé. Mas,
após o dilúvio, o Eterno prepara a humanidade para uma "passagem”, uma
páscoa que viria a concretizar-se com a eterna aliança abraâmica. Abraão, nosso
pai da fé, foi o homem escolhido entre os povos para ser o precursor de um
povo, de uma nação santa, da qual viria Yeshua, o Messias.

Creio que a história da páscoa do povo hebreu saindo do Egito, marcou


definitivamente o tempo em que D-us inicia fisicamente seu plano de salvação
da humanidade através do povo judeu, pondo fim ao politeísmo, que até então
era comum entre os povos. Assim, temos a páscoa e a celebração dos Pães
Asmos, sem fermento, já tipificando aquele que tiraria a natureza do pecado
do mundo (João 1:29), o Cordeiro de D-us. A humanidade, através do povo
judeu, recebe a Torá, os estatutos e preceitos de D-us.

Numa terceira etapa, o Messias, na pessoa de Yeshua, nascido em Belém, criado


na cidade de Nazaré, veio ao mundo, morrendo pelos nossos pecados, sendo
a Primícia dos que dormem. (I Coríntios 15:20). Tínhamos, então, a tipificação
da celebração da Festa das Primícias, marcando assim, o início em que a
humanidade poderia arrepender-se, alcançando a salvação em Yeshua e a
vida eterna.

Mas, cinqüenta dias depois da ressureição do próprio Messias, Ele disse: “A vós
não compete saber os tempos ou as épocaSy que o Pai a reservou à sua própria
autoridade. Mas, recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-
me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e
até os confins da terra(...). Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos
reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como de um vento
impetuoso, e encheu toda a casa onde

estavam sentados. E lhes apareceram línguas como que de fogo. E todos ficaram
cheios do Espírito Santo de D-us” (Atos l:8-2:3).

Isto é o que foi dito pelo profeta Joel: “E acontecerá nos líltimos dias, dif o
Senhor} que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; e os vossos filhos e
as vossas filhas profetizarão, e os vossos jovens terão visões, os vossos anciãos
terão sonhos ( Atos 2:17; Isaías 44:3; Ezequiel 11:19; 36:27; Joel 2:28-29;
Zacarias 12:10; João 7:38-39). Assim, tem início a Igreja de Yeshua com os
apóstolos e discípulos em Jerusalém, e dali para o resto do mundo. Todos agora,
quer judeus ou gentios, podem ser salvos pela fé e pela obediência a Yeshua. O
muro de separação entre judeus e gentios foi quebrado para que todos, pela fé
em Yeshua, recebessem a salvação e a vida eterna manifestada pela graça e
amor do D-us de Israel. (Efésios 2:14-22).

Podemos dizer que a Igreja de Yeshua tem cumprido, pelo menos em termos
históricos e proféticos, as quatro grandes festas: Páscoa, Pães Asmos, Primícias
e Pentecostes. Como podemos constatar, as quatro primeiras festas falam do
Messias ressureto, que veio, viveu e morreu por nós, ressuscitando no terceiro
dia. Entre a Páscoa e a Festa das Trombetas decorre um período de sete meses, e
após este período, inicia-se um novo ciclo de festas. Mas agora estamos vivendo
um período de crescimento e maturidade espiritual através da Igreja de Yeshua e
da salvação do povo judeu, tornando-se judeus messiânicos, que completam, ou
melhor dizendo, cumprem os pré-requisitos para a volta do Messias Yeshua;
(Romanos 11:26).

Agora, a Igreja e a humanidade vão conhecer o Messias que virá, que volta para
seu Reino Milenar, juntamente com os judeus e gentios, a família de D-us
(Efésios 2:19). Assim, temos agora mais três festas: Trombetas, Yom Kipur (o
dia do perdão), e finalmente, Tabernáculos. Eu,

pessoalmente, creio que no início do século vinte a Igreja de Yeshua começou a


viver historicamente o período da Festa das Trombetas, onde o Espírito Santo de
D-us, anuncia e revela a Igreja à volta do Messias.

Ele prepara sua própria noiva. O avivamento pentecostal, que teve seu início nas
primeiras décadas do século passado, se estende até aos dias de hoje. Neste
período, alguns fatos importantes ocorreram:

— Avivamento da Igreja;

— Retomada da terra de Israel pelos hebreus;

— Fim da diáspora e a volta dos judeus para o “Eretz Israel”;

— O reinicio e a realidade da salvação de judeus, através dos movimentos


messiânicos;

— A volta de Jerusalém para as mãos dos judeus;

— O nascimento de várias denominações cristãs e pentecostais;

— A restauração das raízes judaicas da fé cristã;

— A volta da atenção da Igreja de Yeshua para Israel, quer espiritualmente, ou


através do turismo à terra Santa.

Todos estes itens e outros levam-nos a crer que estamos nos aproximando da
vinda do Messias.

O Ministério Ensinando de Sião — Brasil convocou em abril de 1998 todo o


Corpo de Cristo em Belo Horizonte e celebrou, declarando pela primeira vez
(segundo nosso conhecimento) a restauração das festas bíblicas neste contexto
profético e histórico, após quase 1.700 anos. Estamos entrando num novo tempo
(ciclo) da Igreja de Yeshua. Eu, pessoalmente, acredito que nós estamos entrando
na sexta festa do calendário de D-us. A festa dos

Dez Dias Arrependimento, o grande dia do Yom Kipur para a igreja se


arrepender, ajustar seus ponteiros espirituais, e acertar seu relógio, pois eis que à
meia-noite vem o noivo (Mateus 25:6).

Quanto vai durar este período de “dez dias”? Eu não sei. Se dez anos, se mais ou
menos, não sabemos. Ninguém sabe! Mas, de uma coisa eu sei, o noivo vem
e não demora, e Ele mesmo prepara sua noiva; Ele não vai deixá-la no altar. Ele
é pontual; Ele está revelando à noiva o tempo, os antecedentes e os pré-
requisitos deste grande encontro.

Finalmente, o noivo virá para a grande colheita. A Festa das Colheitas ou dos
Tabernáculos acontecem, então, profeticamente. Colheita fala do ajuntamento de
gentios e judeus, salvos em Yeshua; e Tabernáculos fala que ele virá para
tabernacular (morar, habitar), reinando finalmente conosco, Sua Igreja, Sua
noiva, Sua esposa. Neste dia os judeus não mais precisarão fazer suas “sucá”>
pois, os salvos em Yeshua, tabernacularão com seu próprio Messias. Baruch há
Shem\ Glórias ao Eterno! Ele vem, Mará n 'átá! “A.rrependei-vos, porque é
chegado o reino de D-us. 1Yo^ que clama no deserto (mundo): Preparai o
caminho do Senhor; endireitai suas veredas” (Mateus 3:2-3; Isaías 40:3).
CajJÍTuCo XIII

Podemos celebrar as Festas Bíbíicas com danças?

Em várias passagens bíblicas vemos o povo de Israel dançando como forma de


louvor a D-us. O Rei David dançou quando trouxe a Arca para Jerusalém. “E
David dançava com todas as suas forças diante do Senhor; Estava David cin-
gido com um éfode de linho. Ais sim David e toda a casa de Israel subiamy
trazendo a arca do Senhor com júbilo e ao som de trombetas.i} (II Sm 6:14-15).
No Salmo 150:4: 'JLouvai-0 com adufe e com danças; Eouvai-O com
instrumentos de cordas e com flauta!,}.

Há um momento especial em que o reconhecimento por tudo o que D-us é e fez


por nós, explode em nosso ser de maneira tremenda. Podemos e devemos louvar
ao Senhor em espírito e em verdade; podemos louvar ao Senhor com nossa alma
(mente, vontade e emoções), e podemos também louvá-lo com nosso corpo,
expressando gestos de alegria, de sinceridade e amor.

Eu nunca vi na Bíblia nenhuma recomendação para louvar o Senhor fazendo


“shows” ou espetáculos, cobrando-se ingressos, etc.

Conforme as tradições judaicas, as danças sempre fizeram parte das festas


bíblicas. Creio que a Igreja de Yeshua pode restaurar as danças, porém dosadas
de bom senso, sinceridade e decência. As roupas devem traduzir nosso amor e
carinho a Yeshua, o dono das festas.

O estado de espírito dos dançarinos é de suma importância; seu estilo de vida


deve refletir e testemunhar a própria vida com Yeshua, em temor, piedade e
amor. A

dança bíblica não foi criada para o ser humano, e tão pouco para os jovens que
constantemente necessitam de muita atividade. Ela é para louvar ao Senhor!

A comunidade jovem de nossas igrejas devem procurar expressar seu amor e sua
alegria por serem crentes em Yeshua, mantendo-se puro e fiel aos princípios de
D-us.
A dança sempre fez parte da cultura e da tradição de um povo. Ela é, sem
dúvida, uma arte, um talento dado por D-us, como também a voz e a melodia.

Aquele que tem talento poderá empregá-lo para o bem ou para o mal. Mas
devemos nos lembrar que o próprio D-us, a quem um dia teremos que prestar
contas de nossos atos e de nossas palavras, sem dúvida, também lem-brar-se-á
das danças. Portanto, não façamos nunca das festas bíblicas um comércio, um
“show” de danças ou de promoção de astros e de estrelas. O apóstolo Paulo nos
exorta dizendo: “seja vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto
está o Senhor.9' (Fp 4:5). “Porque o filho do homem há de vir na glória de seu
Pai com seus anjos; e então, retribuirá a cada conforme às suas obras.99 (Mt
16:27). Nada passará oculto aos olhos do Senhor. Aqueles que exploram e
comercializam a fé, abusando da simplicidade, pureza ou mesmo da ignorância
do povo, prestará severas contas ao Senhor. Disso, eu estou certo!

“Eis que cedo venho e está comigo a minha recompensa, para retribuir a cada
um segundo a sua obra." (Ap 22:12).
Capítufo XIV

Hag Purim A Festa de Purim

O Livro de Ester nos conta a história do fascinante livramento de extermínio


para o qual o povo judeu estava predestinado. O insensato Rei Assuero, que
reinou desde a Judéia até a Etiópia, a heroina rainha Ester, o herói, seu primo
Mordecai e o vilão e malvado Hamã, são figuras familiares a todos nós.

Todo o mundo judaico celebra todos os anos a Festa de Purim no décimo dia do
mês Adar, quando se lê o rolo de pergaminho, a Meguilat Ester, após o serviço
do anoitecer e novamente no serviço da manhã. As crianças recebem uma
matraca de girar, chamada de groger, e todas as vezes que o nome de Hamã é
mencionado, as matracas são rodopiadas, e as crianças vaiam batendo os pés no
chão.

Faz-se o famoso “Banquete de Ester’’, onde se come e se bebe à vontade.


Comem-se também nesta data, os biscoitos de formato triangular recheados de
lekvar (espécie de geleia de ameixa) ou de mohn (sementes de papoulas). Em
Israel, estes biscoitos são chamados de o^nei Hamã, ou seja, “orelhas de Hamã”.
Os sefaradim assam um pão em formato de boneco e comem-no. Com o passar
dos tempos foram-se acrescentando outras tradições a esta festa,

como o uso de fantasias. Em Tel Aviv (capital secular de Israel), é comemorado


até com um carnaval chamado de sld loyada. Mas será que para nós, judeus
messiânicos, todas essas tradições têm sentido? Será que há algo de espiritual
que podemos extrair desta festa? Lembremo-nos que o Livro de Ester é o único
livro onde o nome de D-us não é mencionado. Talvez a razão desta ausência seja
devido ao fato de que seus autores o escreveram na língua dos Medos e Persas.

A Festa de Purim não pertence ao grupo de festas fixas e solenes ordenadas por
D-us em Levítico 23. A Festa de Purim, cujo nome quer dizer “sortes”, foi
ordenada por Mordecai para que fosse celebrada nos dias 14 e 15 do mês de
Adar, todos os anos (Et 9:19-21).

Mas o que podemos extrair desta festa? Pessoalmente, classifico esta festa no
contexto que Paulo escreveu em sua segunda carta aos Tessalonissences, em 2Ts
2:15: “Assim pois, irmãos, estais firmes e conserveis as tradições que vos
foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa”. A Festa de Purim é
recomendada segundo a Bíblia. Agora, a boa tradição cabe a nós avaliá-la,
segundo os princípios da Palavra Viva.

Urge que os judeus messiânicos, aqueles que crêem na primeira e na segunda


vinda de Yeshua, respectivamente como Ben Yosef (filho de José) e como Ben
David (filho de Davi) , trabalhem arduamente como Mordecai
trabalhou, preparando e educando a rainha Ester para o grande livramento de
extermínio, destruindo Hamã (anti-semitas e anti-cristos), e garantindo assim, o
fiel cumprimento do propósito divino.

Que ao mesmo tempo em que comemoramos o dia em que a tristeza foi


transformada em alegria, a Festa de Purim, possamos também, profeticamente,
celebrar o Gran-

de Banquete, quando a Igreja, o Corpo do Messias, estará

com Ele próprio se desposando para sempre.


*

E tempo de grandes jejuns e orações ao Eterno de Israel, nosso Pai e Rei (Avinu
Malkeinu) que livrará milagrosamente nosso povo, salvando aqueles judeus que
tiverem ainda um coração de pedra, colocando neles o Seu Espírito, quando
reconhecerão e receberão Yeshua, o Há Mashiach (o Messias) de Israel. (Ez
36:26-27, Zc 12:10,11)

O que podemos extrair desta festa?

1. Embora, o nome de D-us não seja mencionado neste livro, vemos claramente
Sua mão protetora e os fatos se sucedendo segundo o propósito divino;

2. Ester, embora órfã, foi preparada para ser rainha, por seu primo Mordecai,
dentro dos princípios da Torá. As qualidades do caráter de Ester podem ser
notadas, como:

• cativante — (Et 2:9)

• obediente — (Et 2:10)


• formosa e modesta — (Et 2:15)

• humildade e intercessão — (Et 4:16) buscou auxílio com jejum e oração.

• corajosa — (Et 7:6)

• leal e persistente — (Et 2:22, 7:3 e 8:3)

A igreja de Yeshua, quando se desposar com seu Rei, estará também na posição
de Rainha.

3. O livramento do extermínio veio através de jejuns e orações (Et 4:1-3).

O Povó Judeu de hoje não está livre de ser exterminado a qualquer momento por
seus ferrenhos e antigos

vizinhos. Sabemos também pelas Escrituras (Daniel e Apocalipse) que dez (10)
nações marcharão violentamente contra Israel no vale de Megido ou
Armagedon, nos dias finais quando o Messias virá;

4. A história se repete, e ao longo dela podemos ver os vários tipos de “Hamãs”


que, de tempos em tempos, voltam para tentar exterminar o povo judeu e a nação
de Israel. Além dos vizinhos árabes, vimos Tito incendiando Jerusalém e
expulsando os judeus de sua terra; as cruzadas da Europa comandadas pelo
sistema de Roma; as crueldades da Inquisição; os Pogrons soviéticos; Hitler e
seus aliados no terrível Holocausto; o Estado Palestino e seus homens bombas e,
não muito distante de hoje, o próprio Anti-Cristo, na pessoa de um grande líder
mundial, temível e carismático, que conduzirá nações contra os judeus e os
verdadeiros cristãos. Ele próprio se assentará no Terceiro Templo (a ser
reconstruído no período tribulacional), passando-se falsamente pelo Messias de
Israel.

5. Finalmente a noiva, a Igreja, composta de judeus e gentios (a família de D-us


segundo Efésios capítulo 2) estará celebrando o grande banquete, “As bodas do
Cordeiro” com o próprio Yeshua, o Messias de Israel.

Hag Puritn Samêach!

(Feliz Festa de Purim!)


Cajtítufo XV

Hacj Hanucá A Festa de Hanucá

Primeiramente, o que significa a palavra hebraica Hanucá:? Hanucá significa


consagração ou dedicação. Esta festa é também conhecida no meio judaico como
Festa das Luzes. Em João 10:22, vemos Yeshua passeando no Templo na
comemoração da Festa da Dedicação. Essa passagem é a única passagem bíblica
no Novo Testamento que refere-se à esta festa. Não encontramos esta celebração
no Antigo Testamento porque o fato que deu origem a esta festa ocorreu no ano
162 a.C, período chamado de inter-testamental.

Contexto histórico

Vindo da Macedônia, o império grego expande-se de maneira significativa,


conquistando desde o Egito, Oriente Médio, até a índia. Depois da morte de seu
grande Imperador, Alexandre (336-323 a.C.), vários generais lutam pelo controle
do Império. O imperador seleucita, Andochus Epiphanes (175-163 a.C.),
conquista o domínio sobre a região do Oriente Médio e investe fortemente contra
toda a região da Judéia, impondo os costumes, as tradições, a re-

ligião e o pensamento grego helenístico. Para os judeus, ele proíbe a circuncisão,


a observância do Shabat, todas as restrições de comida (Kashrut% e estipula que
apenas porcos poderiam ser sacrificados no Templo. Ele mesmo, num gesto de
desrespeito e profanação, oferece um porco como sacrifício a Zeus, no interior
do templo, no Santo dos Santos. Todos os utensílios do interior e exterior do
templo são retirados, e o local passa a ser mais um templo do deus grego Zeus.

É interessante frisar que a cultura e o pensamento helenístico gregos eram muito


bem aceitos pelos povos dominados. O culto à mente humana e aos pensamentos
filosóficos revolucionários e modernos, eram vistos como expressões de uma
cultura extremamente mais desenvolvida. Com exceção de Israel, o pensamento
e os costumes helenísticos eram aceitos, quase em sua maioria, de maneira
espontânea e não obrigatória, já que um dos aspectos gregos de domínio era a
não imposição da sua religião. Os povos dominados eram todos politeístas, e a
aceitação de um ou mais deuses de uma cultura muito mais avançada
não representava grande problema. Mas, é claro que com a nação de Israel não
foi assim. Os judeus sempre foram um povo distinto e separado das outras
nações pelo fato de crerem em um só D-us e de terem mandamentos e
ordenanças específicas. Por este motivo, o domínio grego em Israel foi bem mais
brutal e violento.

Certo dia, um oficial sírio ordena que Matitiahu Ha Macabí (Mateus, o Martelo),
cabeça de uma importante família de sacerdotes do Templo, oferecesse um porco
no altar. Matitiahu, juntamente com seus cinco filhos, dão início a uma revolta
judaica, matando o oficial sírio e todos os seus soldados. Sob a liderança de
Matitiahu, outros judeus aderem à revolta. Por oito anos o exército dos

Macabeus luta pela libertação de Jerusalém e de Israel. Após a morte de


Matitiahu, seu terceiro filho, Yehuda Há Macabí (Judá, o Macabeu), assume o
controle da revolta e leva o exército dos Macabeus à vitória sobre o
exército grego-sírio no ano de 165 a.C.

O Milagre

Livres então do domínio e da ocupação do exército grego-sírio, os macabeus dão


início à purificação do Templo em Jerusalém. No dia 25 do mês de Kislev, no
ano 162 a.C., eles realizam, com grande celebração, a rededicação do Templo
com a consagração de um novo altar. O chamado ner tamid (fogo eterno) foi
novamente aceso na menorá, o grande candelabro de sete pontas do interior do
templo. Mas o óleo de oliva consagrado para queimar na menorá era suficiente
para mantê-la acesa por apenas um dia, e levaria no mínimo uma semana para se
preparar mais óleo. Então, por um milagre do D-us Todo Poderoso, o fogo na
menorá continuou queimando por mais 8 dias, tempo necessário para
a preparação do novo óleo, conforme o relato no livro de II Macabeus.

Alguns rabinos e autoridades teológicas judaicas consideram como sendo


milagre não só os oito dias da queima do fogo na menorá do interior do Templo,
mas também a vitória do exército dos Macabeus sobre o poderoso Exército
Sírio-Grego. Eles lembram que o Exército dos Macabeus era, em sua maioria,
composto por sacerdotes, os quais não possuíam experiência em batalhas, armas
ou táticas de guerra. Eles se refugiavam nos montes e nas cavernas ao redor
de Jerusalém, e atacavam de noite e sob a forma de ataque surpresa em
diferentes pontos da cidade.

A Festa para os judeus


Desde então, os judeus celebram a chamada Festa da Dedicação (ou festa de
Hanucá ) todos os anos, durante oito dias, representando os oito dias do milagre
do fogo no Templo. O maior símbolo de Hanucá é o candelabro de nove pontas
— a Hanukía, como é chamada. A Hanukía possui oito velas e uma vela central,
mais alta que as outras, chamada de Shamásh (servo). É costume judaico colocar
a Hanukía na janela das casas, de maneira que todos possam vê-la e se lembrar
do milagre.

Também é comum, nas noites de Hanucá, a comunhão familiar e entre amigos.


O uso de jogos durante Hanucá surgiu na Idade Média, quando os judeus eram
proibidos de guardar as tradições e as festas. Eles então, durante as festas,
utilizavam-se de variados jogos, para que se alguém estranho os visse, não
desconfiasse de que se tratava de judeus realizando alguma cerimônia. Dentre
estes jogos, os mais usados eram a Dama e o Dreidel (dado). Este último era
muito utilizado durante Hanucá, e acabou por se tornar um dos símbolos da
mesma. No Dreidel\ tem-se um dado de 4 faces, e em cada face uma das
seguintes letras do alfabeto hebraico: nun, guímel, hei e shin, que são as iniciais
da frase: (Ne's gadól haiá shâm) “Um grande milagre ocorreu lá!”.

Os judeus celebram, nesta festa, a alegria de serem judeus, o povo escolhido por
D-us.

Qual seria o significado desta festa para o crente em Jesus Cristo?

Cremos que os crentes em Yeshua têm bons motivos para celebrar esta festa
bíblica, se assim o desejarem. O tema principal de Hanucá é a reconsagração do
Templo,

e I Co. 6:19-20, relata que nós, crentes nascidos de novo, somos o Templo do
Espírito Santo. Somos co-herdeiros em Yeshua das promessas de Abraão (Gl.
3:29).

Nesta celebração, nós crentes temos a oportunidade de nos reconsagrarmos,


rededicando nossas vidas integralmente ao Senhor. Não que precisemos de um
dia específico para uma reconsagração. Afinal, estamos debaixo da graça de D-
us. Mas, trata-se de uma oportunidade na qual podemos celebrar esta data,
alegrando-nos coletivamente por termos sido salvos, agradecendo a D-us por
este privilégio enquanto tantos ainda perecem separados do D-us de Israel.
Apesar de sermos a luz do mundo, vivemos em um mundo que jaz em trevas,
que muitas vezes nos contamina, exercendo sobre nós todo tipo de influência
negativa. Então, neste dia, sentimos a liberdade de fazer nossa reconsagração,
declarando coletivamente que somos livres de qualquer peso e jugo em Yeshua
Ha Mashiach. Se meditarmos um pouquinho, quantas vezes pecamos
quando comemos, bebemos, ouvimos e vemos o que não deveríamos, ou quando
tocamos em coisas que não deveríamos tocar, etc. Arrependamo-nos, então, e
consagremo-nos ao Eterno de Israel. D-us nos dá a santidade, mas quem escolhe
manter-se em santidade somos nós.

Lembremo-nos dos livros de Esdras e Neemias. Na reconstrução do Templo, a


primeira coisa que se fazia era reconstruir o altar, depois o Templo propriamente
dito e, finalmente, os muros. Em outras palavras, não se consagra o Templo sem
que se passe primeiro pelo altar de sacrifício, de arrependimento e de
santificação.

Isto também se aplica a nós. Primeiro, passamos pelo “altar” do Senhor nos
arrependendo. Depois sim, reconsagramos nossas vidas, santificando-nos e nos
purificando. No livro de Neemias, vemos a edificação dos mu-

ros da cidade. A ordem da restauração era: altar, templo, muro e cidade. Da


mesma forma, a ordem para nós é: arrependimento, santidade, edificação e
maturidade (representando o local e o estado em que vivemos). Mas, toda esta
“dedicação” ao Senhor só pode ser feita por meio do Bspírito Santo, o óleo que é
multiplicado, derramado em nossas vidas, revelando a pessoa de Yeshua Há
Mashiach. Assim como o azeite colocado na NLenorá (candelabro de 7 pontas)
era puro, sem cheiro e sem fumaça quando queimado, assim também deve ser
nossa vida para o Senhor Adonai. Temos que brilhar e reluzir graciosamente a
beleza da natureza de D-us através de Seu filho Yeshua.

Agora, entendendo mais um pouco sobre tudo isto, podemos celebrar


alegremente nosso culto de Ação de Graças (I Ts 3:9).

Hag Hanucã Samêacb!

Feliz Festa de Hanucál

Ejjííogo

Já estamos vivendo o clima do novo milênio. A ciência multiplica-se em


tecnologia e tenta, em suas diversi-dades, cada vez mais melhorar a qualidade de
vida do ser humano; pelo menos em termos de saúde e conforto. Serão dois fatos
caminhando lado a lado. Primeiro, o crescimento da ciência trazendo conforto
físico, virtual e funcional. O homem estará muito bem exteriormente. Mas
no segundo aspecto, teremos que considerar o homem interiormente. E aí
indagamos: Mas como fica o homem emocionalmente? Como fica sua
espiritualidade? Estará ele mais seguro, menos ansioso e preocupado, feliz e
vivendo em paz, em liberdade e respeito? Apesar de toda a evolução da ciência,
conforme as Escrituras, o homem não se tornará melhor. As Escrituras dizem
que o amor se esfriará sobre a terra e os relacionamentos serão frios,
indiferentes e egoístas. As dificuldades e conflitos no relacionamento entre pais
e filhos, vizinhos, comunidades etc, trarão grandes problemas. Questões como
crescimento populacional, produção de alimentos, comprometimento do meio
ambiente, desemprego, carências e fatalidade das guerras não cessarão. Mas, a
grande e boa notícia será para aqueles que crêem em um D -us e no seu filho
Yeshua. Se por um lado, o mundo poderá ir de mal a pior, a Igreja de Yeshua,
os crentes, por outro lado, irão de bem a melhor. Onde abundou o pecado,
superabundou a graça de D-us.

Assim, creio eu, a Igreja buscará a face de D-us. Os crentes em Yeshua correrão
atrás do caráter dEle. Todos começarão a se preocupar com o SER, e não com o
TER.

Descobrirão isto no estudo da Torá, nos livros Históricos, nos livros de


Sabedoria, nos profetas do Antigo Testamento, e na beleza e simplicidade do
Evangelho de Yeshua. Descobrirão, aos poucos, as raízes e a filosofia judaica da
fé e do estilo de vida, onde os valores de caráter, santidade e testemunho falarão
mais alto. À medida que as riquezas da Bíblia forem sendo descobertas, o
homem começará a conhecer a beleza do caráter de Yeshua, o Rei dos Reis.
Agora, o que muitos ainda não sabem é que Yeshua está preparando uma noiva,
uma Igreja no mesmo jugo dEle: santa, sem ruga e sem defeito. Yeshua não
deixou de lado suas boas tradições e sua filosofia de vida. Ele é judeu, e
virá buscar, segundo meu entendimento, uma única noiva (judia e gentílica), mas
circuncisa de coração, ou seja, composta de verdadeiros crentes, na plenitude e
na abundância dos frutos do Espírito.

Sintetizando, a celebração destas Festas podem nos ajudar nesta visão profética e
restauradora. Diria, finalmente, que celebrando as Festas Bíblicas nós estaremos,
profeticamente, alcançando:
— Melhor conhecimento da pessoa e da beleza de Yeshua;

— Maior identificação e semelhança com a pessoa dEle;

— Maior crescimento espiritual e santidade;

— Maior unidade do Corpo de Cristo, uma vez que entendemos o sentido


bíblico da necessidade de uma grande convocação solene;

— Esta convocação solene propicia ocasião especial para a Igreja local


profedzar e estabelecer, em unidade, os propósitos de D-us para aquela
localidade;

— Maior aproximação e relacionamento da Igreja com Israel;

— Abandono de festas pagãs, pois à medida que a Igreja celebra as Festas


Bíblicas, ela deixa de lado outras festas pagãs e não bíblicas;

— Entender o tempo de D-us na história, na Igreja e na humanidade;

— Avaliar-nos espiritualmente em termos de crescimento, edificação e


santidade;

— Criar um momento alegre e solene para expressarmos nossa alegria, louvor


e adoração ao D-us de Israel, o Eterno, preparando-nos para a vinda do Messias,
para quem dizemos: Marân utá!

O Novo Testamento não se opõe à observância desses feriados. Os judeus


messiânicos estão livres para observá-los sem que sejam acusados ou se sintam
culpados de “judaizar”. Vemos, em Romanos 14 e I Coríntios 8, que quem
desejar celebrar, seja judeu ou gentio, pode fazê-lo; e aqueles que não o fazem,
têm toda liberdade de agir assim — tudo deve ser feito para honra do Senhor,
visando a edificação do Corpo de Cristo.

Paulo diz: “Ninguém, pois, vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa
de dias de festas, ou de lua nova, ou de sábados, que são sombras das coisas
vindouras; mas o corpo é de Cristo” (Col. 2:12).

Se podemos crer que estas festas falam da pessoa do Messias Yeshua, então,
neste aspecto, podemos afirmar que aquele que crê e está em Yeshua, não está na
sombra. Yeshua é real, e não sombra. Então, nós crentes, quando celebramos as
festas, estamos celebrando uma realidade da pessoa de Cristo. Nossa celebração
é real! Se outras pessoas celebram estas festas não crendo que Yeshua é o
verdadeiro Messias, então, elas estão celebrando algo que ainda é “sombra”,
não realidade, sendo sombras de coisas vindouras.

Minha oração ao Eterno é que a Igreja entenda esta mensagem das Festas
Bíblicas no sentido de sua beleza, santidade e pureza. Oro, em nome de Yeshua,
para que nenhuma Igreja venha a celebrar estas Festas com outros interesses ou
em benefício próprio; nem ressaltando e glorificando

o homem, ou fazendo disto um comércio, um espetáculo ou um shon> artístico.


Eu creio, de todo o meu coração, que D-us permitiu aos judeus guardarem por
séculos e séculos todas estas boas tradições das festas, para que a Igreja
gentílica pudesse, agora, aprender sobre elas, tornando tudo realidade na pessoa
do Messias. Por isso, todos nós que cremos em Yeshua devemos amar e orar ao
Todo-Poderoso para que o povo judeu e a nação de Israel venham a crer na
pessoa do Messias Yeshua, o Filho de D-us, o Leão de Judá, nascido em Belém e
criado em Nazaré (Miquéias 5:2; Jeremias 23:5-6). Não se trata, em hipótese
alguma, de tentar convertê-los a alguma religião cristã. Absolutamente, não!
Eles não foram enxertados; os judeus são a própria oliveira, sendo suas raízes os
patriarcas. O que eles precisam é, simplesmente, continuar sendo judeus, mas
crer que Yeshua é o Messias, cumprindo, assim, as últimas profecias da Tanách
(Antigo Testamento) e reconhecer outros autores judeus que escreveram o Novo
Testamento, o mais moderno livro judaico de todos os tempos, no qual, pela
graça de Yeshua, somos salvos, recebendo a vida eterna.

Que o único a ser exaltado e glorificado, para sempre, seja o Senhor Yeshua Ha
Mashiach, Aquele que vem e não demora.

“Quem tem ouvido> ouça o que o Espírito di% às igrejas” (Ap. 2:29; 3:22).

SHULAM, Joseph. Teaching from Zion (quartely Magazine). Jerusalém - Israel,


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Este livro versa sobre a “Pessoa do Messias nas Festas Bíblicas”, e é destinado a
todos, cristãos e judeus, que estão interessados na restauração das Festas
Bíblicas e nas mensagens poderosas que elas trazem ao crescimento da fé e à
qualidade de vida espiritual.

Deus sempre falou ao Seu povo através das Festas Bíblicas. Elas espelham a
história da humanidade, dos judeus e da Igreja de Jesus (Yeshua), abrangendo o
passado, o presente e o futuro.

Explorando com clareza as Festas Bíblicas, o leitor será surpreendido com o lado
prático e profético das Festas, destacando suas correlações com as fases de
crescimento espiritual daqueles que caminham pela fé em Jesus (Yeshua). Mas,
será mesmo possível nos avaliarmos espiritualmente através das Festas Bíblicas?
O autor mostrará, de uma maneira clara e simples, como as Festas Bíblicas
podem servir de parâmetro para avaliarmos nossa caminhada com Deus.

Este livro aborda também o lado celebrativo e alegre das Festas, como danças e
louvores, promovendo a unidade e o envolvimento de todas as Igrejas Cristãs e
Comunidades Judaico-Messiânicas, sejam elas ou não de

uma mesma localidade.


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E tempo do Messias. Ele vem sem demora. Preparemo-nos!

“Fala o meu amado, e me diz: Levanta-te, amada minha, formosa minha


e vem. Eis que já passou o inverno; a chuva cessou, e se foi; aparecem
as flores na terraf..). A figueira (Israel) começa a dar os seus primeiros
figos; as vides estão em flor e exalam o seu aroma. Levanta-te, amada
minha, formosa minha e vem” (Cântico dos Cânticos 2:10-13).

“Mas à meia-noite ouviu-se um grito: aí vem o noivo, saí ao seu encontro

(Mateus 25:6)

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