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A FÉ RI DAS IMPOSSIBILIDADES

por

Leonard Ravenhill

Índice Geral

Pedro na prisão! Que abalo!


Estamos muito longe da cena real para capturar a atmosfera de horror que os
Cristãos sentiram neste dia.

Pedro foi movido do Pentecostes para a prisão, dos insultos para a lança. Ele foi
guardado por dezesseis soldados. Pergunte a si mesmo o porque de um homem
indefeso necessitar de um semelhante grupo para vigiá-lo. Poder-se-ia ser que
Herodes temeu o sobrenatural, visto que ele soube que Jesus escapou de um
grupo semelhante que O guardava?

Se Pedro tivesse sido cercado por cento e dezesseis soldados, o problema não
seria aumentado nem a fuga seria menos certa. Pedro não estava confinado
somente pelas duas correntes, mas também pelas grossas paredes da prisão,
pelas três divisões da prisão e finalmente por um portão de ferro.

Quando Pedro estava na prisão, a igreja organizou um plano para libertá-lo? Não.
Quando Pedro estava encarcerado, os crentes ofereceram uma petição a Herodes
ou sugeriram um preço para oferecer aos legisladores para sua liberdade? Não.
Pedro tinha libertado outros na hora da oração; agora outros deveriam crer na sua
libertação.

Com freqüência através do livro de Atos, que poderia ser chamado Os Atos da
Oração, encontramos oração e mais oração. Escave no livro e descubra este poder
que motivava a igreja primitiva. No capítulo doze de Atos encontramos um grupo
que orava. Apesar de um exército acampado contra Pedro, nisto aqueles crentes
confiavam: havia um Deus que poderia e que livraria. A operação de resgate que
nunca falhou foi a oração. Não havia limites nas orações daqueles que fizeram
intercessão por Pedro. A oração era feita sem cessar pela igreja à Deus por ele.
Eles não estavam preocupados se Herodes morreria ou não. Eles não oraram para
que eles pudessem escapar do destino de Pedro. Eles não pediram que eles
tivessem outro êxodo para uma nação mais hospitaleira. Ele oraram por uma
pessoa: Pedro. Ele oraram por uma coisa: sua libertação. A resposta provou o
prometido: "E, tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis".

Alguns pobres intérpretes desta história têm disto que quando aqueles que oravam
ouviram que Pedro estava à porta, não acreditaram. Eu não posso aceitar esta
suposição. Estou certo de que eles oraram com esperança. Eu gosto de pensar que
eles ficaram por um momento chocados com a instantaniedade da resposta. Eles
poderiam ser escusados se tivessem levantado suas sobrancelhas quando Pedro
disse: "Eu escapei facilmente com a escolta de um anjo" (Próxima vez que você
passar na porta mágica automática em seu supermercado, lembre-se que a
primeira porta a abrir-se de seu próprio acordo foi funcionada de cima!).

Libertações operadas por anjos parecem não encontrar lugar na nossa teologia
moderna. Talvez gostaríamos que o Senhor respondesse nossas orações com o
mínimo embaraço para nós. Além do mais, quem esperará que as filas angelicais
sejam perturbadas para trazer libertação à uma alma que ora? Porém,
aconteceram resultados sobrenaturais para muitos dos santos que oravam nos dias
apostólicos. O Senhor usou um terremoto devastador para a libertação do
apóstolo. A oração é uma dinamite.

Não há nenhuma arma fabricada contra a oração que possa neutralizá-la. Algumas
coisas podem atrasar as respostas à oração, mas nada pode parar o supremo
propósito de Deus. "Se tardar, espera-o".

O primeiro requerimento na oração é crer.

- Crer que Deus é "galardoador dos que O buscam".


- Crer que Deus está vivo e que portanto tem poder não somente para a libertação
de Pedro, mas também para a nossa.
- Crer que Deus é amor e que Ele tem cuidado dos Seus.
- Crer que Deus é poder e portanto nenhum poder pode opor-se a Ele.
- Crer que Deus é verdadeiro e portanto não pode mentir.
- Crer que Deus é bom e que Ele nunca abdicará Seu trono ou falhará em Sua
promessa.

Refletindo sobre a história de Pedro, fui repreendido, humilhado, envergonhado e


atormentado. Por que? Porque há grandes santos de hoje em dia, Watchman Nee
por exemplo, que por anos têm sofrido e têm permanecido cativos pelos
comunistas e outros. Muitos dos santos de hoje estão quietos na prisão. O mesmo
destino tem sucedido à algumas testemunhas escolhidas de Deus no Vietnã e em
Congo.

Tais perigos à outros membros do Corpo demandam preocupação, concentração e


consagração para um plano comprometido de oração em favor deles. Eu temo que
orações não têm sido feitas a Deus sem cessar por estes sofredores membros da
família.

Sr. Bunyan nos mostra seu Cristão cativo pelo Gigante Desespero no Castelo da
Dúvida. A chave para sua libertação foi Promessa. Nós Cristãos estamos no
cativeiro em muitos níveis hoje pessoais, domésticos, da igreja e de iniciativa
missionária. Mas as correntes se quebram e as masmorras caem quando a oração
é feita pela igreja à Deus:

- Oração sem cessar;


- Oração que destrói nossa situação atual;
- Oração que nos drena de qualquer outro interesse;
- Oração que nos emociona por suas imensas possibilidades;
- Oração que veja Deus como Aquele que do alto governa, Todo-Poderoso para
salvar;
- Oração que ria das impossibilidades e grite: "Será feito";
- Oração que veja todas as coisas debaixo dos Seus pés [de Deus];
- Oração que é motivada com o desejo pela glória de Deus.

A oração de um crente pode tornar-se um ritual. O lugar da oração é mais do que


território onde atiremos todas nossas ansiedades, preocupações e temores. O
lugar da oração não é um lugar para deixar cair uma lista de compras diante do
trono de um Deus com infinito suprimento e ilimitado poder.

Eu creio que o lugar da oração não seja somente um lugar onde eu perca meus
fardos, mas também um lugar onde eu receba um fardo. Ele compartilha meu
fardo e eu compartilho a Seu fardo. "Meu jugo é suave e meu fardo é leve". Para
conhecer este fardo, devemos ouvir a voz do Espírito. Para ouvir esta voz,
devemos calar e saber que Ele é Deus.

Esta hora calamitosa nos assuntos dos homens demanda uma igreja mais saudável
do que a que temos. Esta manifestação evidente do mal na juventude e na
violação dos mandamentos de Deus por todo o mundo requerem uma fé que não
recua.

Podemos deixar nossas espadas de oração enferrujadas nas bainhas da dúvida?


Poderemos deixar nossas desentoadas harpas de oração penduradas nos
salgueiros da descrença?

- Se Deus é um Deus de inigualável poder e inacreditável força,


- Se a Bíblia é a imutável Palavra do Deus vivo,
- Se a virtude de Cristo é tão nova hoje como quando Ele primeiro fez a oferta de
Si mesmo a Deus depois de Sua ressurreição,
- Se Ele é o único mediador hoje,
- Se o Espírito Santo pode nos ressuscitar como Ele fez como nossos pais
espirituais, Então todas as coisas são possíveis hoje.

Os mares estavam agitados, os ventos estavam uivando, os marinheiros estavam


chorando, os mastros estavam voando, as estrelas estavam escondendo-se, o
Euro-aquilão explodindo. As pessoas estavam encolhendo-se e gritando, gemendo
e suspirando. Somente um homem estava louvando. Todos estavam esperando a
morte, exceto Paulo. No meio de uma cena de desespero, se alguma vez houve
uma, Paulo clamou: "Senhores, eu creio em Deus" (Atos 27).

Como as coisas parecem estar totalmente diferentes estes dias, eu vou me unir a
Paulo. Eu vou dizer com fé: "Senhores, eu creio em Deus". Você se unirá a mim?

Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto


12 de Março de 2003.
Cuiabá-MT

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