Você está na página 1de 17

JEJUM

UMA ARMA PODEROSA EM DEUS


Encontro de Setores – São Paulo

Por: Jozenicio Dias

“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim,


poderosas em Deus, para destruição das fortalezas”
2 Coríntios 10:4

INTRODUÇÃO

Meditaremos aqui em uma dessas armas. Assim como a oração, o


jejum é uma arma poderosa em Deus.

Após uma live com alguns pastores e líderes, movida da carga


levantada pelo nosso amado irmão Evangevaldo, sobre os temas principais
do nosso clamor dentro desse jejum coletivo, o Senhor me levou a meditar,
de forma muito forte, me conduzindo às seguintes perguntas: será que os
irmãos também estão entendendo como jejuar? Será que estamos
sabendo como jejuar?

Quero ressaltar de que não tenho nenhuma pretensão de achar que


abordaremos tudo sobre o jejum. Já ouvimos muitas coisas sobre esse tema
e com certeza ouviremos outras. O objetivo é trazer um pouco mais de luz
sobre essa verdade. Apenas uma compreensão melhor sobre alguns aspectos,
onde possivelmente não está tão claro para nós.
Como diz o texto bíblico “as armas da nossa milícia não são carnais,
mas sim, poderosas em Deus” e o jejum é uma dessas armas, assim, como a
oração.

Acontece que a oração entrou para a nossa vida cotidiana, ela faz parte
da vida do discípulo. Hoje, não conseguimos imaginar um discípulo que não
ora. Alguns oram mais, outros oram menos, mas todos oram. Obviamente,
sabemos que não oramos como devemos, e, talvez, precisemos aprender
mais sobre a oração.

Por outro lado, apesar de saber que tem alguns que jejuam, e
provavelmente, mais do que eu, quando olho de modo geral, a impressão que
tenho é: o jejum não entrou nas nossas vidas, pelo menos não em um nível
satisfatório.

Muitas vezes pedimos: “orem por mim”. Mas nunca pedimos: “orem
e jejuem por mim”.

1. Armas independentes

Sabemos que podemos contar com as orações dos irmãos, mas será
que podemos contar também com o jejum?

Há tempos atrás nós usávamos muito a frase: ‘O jejum turbina a


oração’ ou ‘o jejum potencializa a oração’. Mas quando falamos isso, não
damos conta de que estamos diminuindo a importância e proporção, tanto do
jejum, quanto da oração.

Pensar que o jejum potencializa a oração seria um grande equívoco.


Significaria que, se você ficasse um mês sem jejuar sua oração se tornaria
fraca. Isso é um engano. A oração sem jejum é uma caixa de dinamite, é
uma arma poderosa em Deus, independente do jejum e vice-versa. Um não
é acessório do outro. Acessório é importante, mas também é descartável,
também é dispensável. Então, eu não posso dizer que o jejum é para
completar ou até mesmo potencializar a minha oração. Independente um do
outro, são armas poderosas.

Em regra, nem todos que oram, jejuam. Mas todos que jejuam, oram.
É nesse ponto que precisamos ter atenção, pois se você jejuar e não orar,
também estará usando a outra arma. O JEJUM É UMA ARMA PODEROSA
EM DEUS.

2. Moeda de troca

De uma forma inconsciente, muitas vezes usamos o jejum como uma


moeda de troca. Ao jejuarmos, pedimos alguma coisa, e assim acreditamos
que o jejum vai turbinar o pedido. Então, cremos que o jejum vai sensibilizar
a Deus. O jejum não é para mudar a mente de Deus em relação a nós, pelo
contrário, o jejum vai nos mudar. O jejum é uma arma poderosa para nos
tratar, para humilhar e subjugar a carne, e para revelar realmente quem
somos.

“Clama a plenos pulmões, não te detenhas, ergue a voz como a


trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgressão e à casa de Jacó, os
seus pecados.
Mesmo neste estado, ainda me procuram dia a dia, têm prazer em saber
os meus caminhos; como povo que pratica a justiça e não deixa o direito
do seu Deus, perguntam-me pelos direitos da justiça, têm prazer em se
chegar a Deus, dizendo: Por que jejuamos nós, e tu não atentas para
isso? Por que afligimos a nossa alma, e tu não o levas em conta? Eis que,
no dia em que jejuais, cuidais dos vossos próprios interesses e exigis que
se faça todo o vosso trabalho. Eis que jejuais para contendas e rixas e
para ferirdes com punho iníquo; jejuando assim como hoje, não se fará
ouvir a vossa voz no alto.
Seria este o jejum que escolhi, que o homem um dia aflija a sua alma,
incline a sua cabeça como o junco e estenda debaixo de si pano de saco e
cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aceitável ao Senhor? Porventura,
não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade,
desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces
todo jugo?”
Isaías 58:1-6

O povo de Israel era acostumado a jejuns. Haviam pessoas com


iniciativa própria, por vezes eram convocadas para jejuar, em alguns
momentos essa convocação era até pelo do próprio Deus. Sendo assim, o
jejum era uma prática normal e cotidiana, constante entre os judeus.

E nesse contexto de Isaias 58, eles estavam jejuando e não viam


resultados, porque Deus não os respondiam. E o Senhor desnuda o coração
deles. O povo ficava sem comer, mas em suas mentes estavam em contendas
e rixas. Era um jejum que não agradava a Deus. Só queriam fazer pedidos a
Ele e esperar benefícios do alto. Talvez alguns de nós já tenha feito muito
isso.

3. Mudando o coração

É preciso mudarmos o coração para entrarmos no jejum. É uma das


raras oportunidades que temos para de nos humilharmos. Todos nós somos
orgulhosos em nossa natureza terrena, todos nascemos com essa praga, todos
nascemos com esse pecado. Caso contrário, o Senhor não nos pediria para
nos humilharmos. Por que é necessário que nos humilhemos? Porque Deus
resiste ao orgulhoso.

Deus não quer falar com gente orgulhosa. Ele dá graça aos humildes e
resiste aos soberbos. Então primeiro devemos nos humilhar. Tudo começou
com esse vírus do orgulho, visto que, tudo que há de ruim no mundo tem no
orgulho a sua origem.

Imaginemos o céu, um ambiente perfeito, onde inesperadamente, um


anjo se encheu de orgulho e contaminou a terça parte dos anjos. Se dentre
nós o irmão mais santo e zeloso fosse arrebatado para o céu, imediatamente
contaminaria o paraíso, por causa do orgulho que nele está. Por isso, o
orgulho deve ser tratado nessa vida. É claro, no arrebatamento da igreja, os
vivos e os que morreram em Cristo, receberão novos corpos glorificados e
serão como Ele (I Jo:2). Pois no céu não entrará coisa impura (I Co 15:53).

4. O jejum anual

“Isso vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez dias do mês,
afligireis a vossa alma e nenhuma obra fareis, nem o natural nem o
estrangeiro que peregrina entre vós”
Levítico 16:29

Esse era o jejum anual instituído por Deus. A palavra “afligirei”, neste
contexto, significa jejum. Então, portanto, jejuar é afligir a alma, é humilhar
a alma. O orgulho reside na nossa alma, e por isso que Deus está dizendo:
“afligireis a vossa alma”, pois ali mora o orgulho. É onde você expressa o
que você é, e o que você sabe.
A fim de que o homem não morresse, pela prática do pecado, Deus
instituiu o sacrifício. O indivíduo que pecasse deveria levar ao templo um
animal para ser sacrificado (cordeiro, rolinha ou pomba).

Mas Deus sabia que nem todos iriam, ou por motivo de doença ou
por negligência. Então, Deus instituiu o um sacrifício diário provisório.
Eram dois sacrifícios diários ao dia, um pela manhã, para apagar todos os
pecados da noite anterior, e outro sacrifício no final da tarde, por todos os
pecados cometidos durante o dia.

Os sacerdotes se encarregavam de fazer todo o processo de sacrifício.


Porém, tudo isso era provisório. E Deus sabia que muitos homens deixariam
de ir diante dos sacerdotes, por negligência ou doença. Por isso Deus
instituiu o sacrifício anual. Que Deus bondoso, misericordioso!

Mas Deus não abriu mão de uma única coisa. Ele exigiu que todos
jejuassem e quem não o fizesse, morreria. Deus estava requerendo,
arrependimento, contrição e humilhação. Não era apenas convicção de
pecado, não era apenas o reconhecimento de que haviam pecado, era
necessário a humilhação da alma, gerando contrição e o verdadeiro
arrependimento. E é por isso que o jejum é uma arma poderosa em Deus.
Ele vê você se jogar ao pó, se humilhando diante Dele. Mesmo que você
não dissesse uma só palavra, esse gesto está revestido de significado. O
resultado nem sempre é material, mas ele vem.

5. A Arrogância do coração

“Então, apregoei ali um jejum junto ao rio Aava, para nos humilharmos
perante o nosso Deus, para lhe pedirmos jornada feliz para nós, para
nossos filhos e para tudo o que era nosso”
Esdras 8:21

O jejum é esse gesto de humildade, que vai produzir santificação e


comunhão com Deus.

Esdras tinha de fazer uma viajem da Babilônia a Jerusalém, levando


o povo e os utensílios do templo. Haviam muitos animais e muitas crianças.
Com isso, o Rei ofereceu uma escolta, mas Esdras, crendo, que por servir
ao Deus poderoso, não precisaria do auxílio, com isso, rejeitou a proposta.
Chegando ao rio, se arrependeu, por ver a situação que se encontrava. Nisso
aprendemos, que até mesmo para expressarmos a nossa fé, precisamos ser
humildes. Então Esdras chegou a conclusão, de que o único caminho era a
humilhação. E assim, apregoou ali junto ao rio um jejum coletivo, logo
após, fizeram uma viagem de três meses e não perderam nada, pois Deus
foi com ele. Ele percebeu a tempo que a sua arrogância podia levá-lo a
ruina e a destruição do povo; isso só em dizer, que Deus estava com ele e
não precisava de ajuda.

6. O arrependimento de Nínive

“Começou Jonas a percorrer a cidade caminho de um dia, e


pregava, e dizia: Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida.
Os ninivitas creram em Deus, e proclamaram um jejum, e vestiram-se de
panos de saco, desde o maior até o menor.
Chegou esta notícia ao rei de Nínive; ele levantou-se do seu trono, tirou
de si as vestes reais, cobriu-se de pano de saco e assentou-se sobre cinza.
E fez-se proclamar e divulgar em Nínive: Por mandado do rei e seus
grandes, nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas provem coisa
alguma, nem os levem ao pasto, nem bebam água;
mas sejam cobertos de pano de saco, tanto os homens como os animais, e
clamarão fortemente a Deus; e se converterão, cada um do seu mau
caminho e da violência que há nas suas mãos.
Quem sabe se voltará Deus, e se arrependerá, e se apartará do furor da
sua ira, de sorte que não pereçamos?
Viu Deus o que fizeram, como se converteram do seu mau caminho; e
Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez”.
Jonas 3:4-10

Quando a palavra de Jonas chega ao rei de Nínive, ele tira as suas


roupas reais, e se cobre de pano de saco assentando-se sobre cinza, e em
seguida decreta um jejum coletivo, dizendo que todos irão se humilhar
diante de Deus. O resultado é que Deus se compadece de Nínive e cheio de
misericórdia perdoa a todos e não manifesta a sua ira.

7. A humilhação do rei Acabe

“Eis que trarei o mal sobre ti, arrancarei a tua posteridade e


exterminarei de Acabe a todo do sexo masculino, quer escravo quer livre,
em Israel. Farei a tua casa como a casa de Jeroboão, filho de Nebate, e
como a casa de Baasa, filho de Aías, por causa da provocação com que
me irritaste e fizeste pecar a Israel.
Também de Jezabel falou o Senhor: Os cães devorarão Jezabel dentro
dos muros de Jezreel. Quem morrer de Acabe na cidade, os cães o
comerão, e quem morrer no campo, as aves do céu o comerão”
1 Reis 21:21-24

O Senhor diz a Acabe que ele não iria mais oprimir ao povo e que a
sua mão iria pesar sobre ele e seus filhos. E ele temeu ao Senhor.

“Tendo Acabe ouvido estas palavras, rasgou as suas vestes, cobriu


de pano de saco o seu corpo e jejuou; dormia em panos de saco e andava
cabisbaixo.
Então, veio a palavra do Senhor a Elias, o tesbita, dizendo: NÃO VISTE
QUE ACABE SE HUMILHA PERANTE MIM? Portanto, visto que se
humilha perante mim, não trarei este mal nos seus dias, mas nos dias de
seu filho o trarei sobre a sua casa”
1 Reis 21:27-29

8. O exemplo de Jesus

“Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo


mesmo Espírito, no deserto, durante quarenta dias, sendo tentado pelo
diabo. Nada comeu naqueles dias, ao fim dos quais teve fome”
Lucas 4:1,2

O que acontece a seguir é que Satanás aparece nesse lugar, cujo


objetivo era tentar extrair algo de ruim em Jesus. Não era só tentá-lo para
que fizesse a sua vontade, mas se Jesus se orgulhasse em algum momento,
ele teria alcançado o seu objetivo. E todos nós estaríamos arruinados. Mas
Jesus glorifica a Deus e não se coloca no mesmo nível. Quanta humildade
do nosso amado mestre.

“Disse-lhe, então, o diabo: Se és o Filho de Deus, manda que esta


pedra se transforme em pão.
Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem.
E, elevando-o, mostrou-lhe, num momento, todos os reinos do mundo.
Disse-lhe o diabo: Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos,
porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser.
Portanto, se prostrado me adorares, toda será tua.
Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e
só a ele darás culto.
Então, o levou a Jerusalém, e o colocou sobre o pináculo do templo, e
disse: Se és o Filho de Deus, atira-te daqui abaixo;
porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te
guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares
nalguma pedra. Respondeu-lhe Jesus: Dito está: Não tentarás o Senhor,
teu Deus”
Lucas 4:3-12

Quantas vezes nós somos orgulhosos, prepotentes, arrogantes,


inclusive quando estamos orando. As vezes alguns irmãos orando, chega ao
ridículo, e por vezes não percebem. Quando eu comecei a falar sobre a oração
como uma arma poderosa há alguns anos atrás, o Senhor me levou a pensar
de como era a minha oração, eu não sou de muitas palavras na oração, fico
caçando as palavras e não pode ser no automático.
Muitos ao orar, parecem que ligam a tomada e disparam palavras sem
pensar direito. Tem que ser palavras verdadeiras, isso é essencial. Quando
oramos no automático, não sai verdadeiro e nem percebemos, contudo, o
vocabulário denuncia o orgulho do nosso coração.

Deus é Deus e não precisa fazer nada para impressioná-lo, não é


necessário palavras bonitas, mas verdadeiras.

“Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em


Jerusalém é o lugar onde se deve adorar.
Disse-lhe Jesus: Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem
neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai.
Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos,
porque a salvação vem dos judeus.
MAS VEM A HORA E JÁ CHEGOU, EM QUE OS VERDADEIROS
ADORADORES ADORARÃO O PAI EM ESPÍRITO E EM
VERDADE; PORQUE SÃO ESTES QUE O PAI PROCURA PARA
SEUS ADORADORES.
DEUS É ESPÍRITO; E IMPORTA QUE OS SEUS ADORADORES O
ADOREM EM ESPÍRITO E EM VERDADE”
João 4:20-24

9. É tempo de jejuar

“Disseram-lhe eles: Os discípulos de João e bem assim os dos


fariseus frequentemente jejuam e fazem orações; os teus, entretanto,
comem e bebem.
Jesus, porém, lhes disse: Podeis fazer jejuar os convidados para o
casamento, enquanto está com eles o noivo? Dias virão, contudo, em que
lhes será tirado o noivo; naqueles dias, sim, jejuarão”
Lucas 5:33-35

Estavam questionando a Jesus, sobre o porquê os seus discípulos não


jejuavam, sendo que os fariseus jejuavam 2 vezes por semana (acima da
média). A crítica não era sobre Jesus, mas sobre os seus discípulos. Bem
provável eles sabiam que Jesus havia jejuado os 40 dias ou que tinha uma
vida de prática de jejum. E Jesus respondeu dizendo: “Podeis fazer jejuar
os convidados para o casamento, enquanto está com eles o noivo? Dias
virão, contudo, em que lhes será tirado o noivo; naqueles dias, sim,
jejuarão”.

O que Jesus está dizendo aqui, é que os discípulos iriam precisar de


armas. Deus nos deu munição, ele nunca nos deixou desarmados, temos
armas poderosas em Deus. O problema é que nós as usamos pouco.

“Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua


porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te
recompensará publicamente”
Mateus 6:6

Vemos no texto que há uma recompensa, o qual tem resultado visível.


Me arrisco a dizer que os discípulos também, não eram homens de oração.
Deviam orar pouco, pois, não me lembro de alguma passagem bíblica que
relate que os discípulos estavam orando, aguardando Jesus voltar de outra
localidade. Vemos diversas passagens que relatam Jesus se retirando para
orar. Jesus vivia em constante oração. Os discípulos eram fracos em oração
e fracos em jejum, mas Jesus acreditava que eles iriam usar essas armas,
tanto a oração como o jejum.

“E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os


hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens
pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu
galardão.
Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, para
não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto;
e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente”
Mateus 6:16-18

É importante dizer que não é quantos dias você jejua, ou se propõe a


jejuar, pode até ser horas. Uma pessoa que acorda pela manhã e não faz a sua
primeira refeição e não cuida da aparência, possivelmente ficará abatido, por
isso, Jesus disse para lavar o rosto, cuidar da aparência, pois os irmãos não
precisam saber que você está jejuando, importa que o Pai está vendo. Nos
chama a atenção de que Jesus está falando de um jejum que pode abater, que
pode fazer você ficar com o semblante caído, ou seja, o seu corpo sente.

Por essa razão, quero lembrar sobre um jejum muito comentado entre
os irmãos: o jejum de Daniel (se abster de alguns tipos de alimentos cotidiano
que trazem prazer e se limitar de outros alimentos). Se esse tipo de jejum
está fazendo bem para você e está trazendo resultado, pode continuar. Mas
temos que enfatizar que essa foi uma experiência de Daniel e não uma forma
de ensino doutrinário. É um relato de sua experiência, e muitos a copiam.
Experiência não é doutrina, doutrina é aquilo que Jesus ensinou, e esse
ensino de Jesus trará abatimento a alma e ao corpo. Não precisa ser 40 dias,
conforme a experiência extraordinária do mestre. Por isso, que de forma
doutrinaria o ensino sobre jejum deve ser aquilo que Jesus ensinou.

Também é importante ressaltar que não vemos esse ensino de forma


autoritária, absoluto como um mandamento, senão teríamos de disciplinar a
todos que não jejuassem. Mas é uma arma, e Ele ensinou como usar essa
arma.

10. A personificação do orgulho e a humildade

“E rogou-lhe um dos fariseus que comesse com ele; e, entrando em casa


do fariseu, assentou-se à mesa.
E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que ele estava à
mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento;
E, estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os
pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça; e
beijava-lhe os pés, e ungia-lhos com o unguento.
Quando isto viu o fariseu que o tinha convidado, falava consigo, dizendo:
Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou,
pois é uma pecadora.”
Lucas 7:36-40

Um fariseu chamado Simão preparou um banquete e convidou Jesus e


seus discípulos para comer com ele. Ele estava curioso para saber se Jesus
era o Messias - isto significa que Simão estava preocupado com a sua alma,
tinha convicção de pecado. Enquanto eles comiam se aproximou uma mulher
que praticava atos imorais, e ela se atirou aos pés de Jesus, começou a beijá-
los e a derramar um perfume de grande valor e com os seus cabelos os
secava. Então Simão disse para si mesmo, ‘esse nem profeta é, quanto mais
Messias’.

Simão estava cheio de orgulho e quando nós estamos cheios de


orgulho, não conseguimos enxergar as pessoas melhores do que nós. Só
enxergamos o lado ruim, o que deve ser criticado. Não conseguimos nos ver
como pessoas tão más. Não nos percebemos. Mas aquela mulher conseguia
distinguir claramente quem ela era. Sabia que era indigna, por isso o seu
gesto estava cheio de significado, era humilhação, contrição, arrependimento
verdadeiro.

Jesus que conhece nossos pensamentos antes deles serem formados no


cérebro, disse a Simão:

“E respondendo, Jesus disse-lhe: Simão, uma coisa tenho a dizer-te. E ele


disse: Dize-a, Mestre.
Um certo credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos
dinheiros, e outro cinquenta.
E, não tendo eles com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Dize, pois, qual
deles o amará mais? E Simão, respondendo, disse: Tenho para mim que é
aquele a quem mais perdoou. E ele lhe disse: Julgaste bem.
E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei
em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta regou-me os pés
com lágrimas, e os enxugou com os cabelos de sua cabeça.
Não me deste ósculo, mas esta, desde que entrou, não tem cessado de me
beijar os pés.
Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta ungiu-me os pés com
unguento.
Por isso te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque
muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama.
E disse-lhe a ela: Os teus pecados te são perdoados”
Lucas 7:41-48

Jesus não estava dizendo que Simão tinha poucos pecados, mas era a
forma de como Simão se via. Esse é o paralelo entre o orgulho e a humildade.

A questão não é somente reconhecer os seus pecados e do outro, a


questão é reconhecer quem Jesus é. O humilde contempla a Jesus e admite
os seus próprios pecados, o orgulhoso começa a ter problema com Deus: “Se
este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou”. Não
é somente um problema com o outro, mas um problema de como você
enxerga o Senhor. O humilde enxerga a Deus e se dobra, serve e se humilha;
o orgulhoso questiona e se embaraça.

11.A igreja que jejua

Quando sabemos que a igreja ora e jejua? Quando a igreja jejua pelo
menos uma vez por semana. Por isso que lembramos que os fariseus estavam
acima da média, pois jejuavam duas vezes por semana. Não precisamos
especificar a quantidade de horas, mas que seja pelo menos uma vez por
semana. E assim, podemos dizer que essa é uma igreja que jejua. Todos
concordamos que quando estamos em jejum, mesmo não tendo toda
compreensão, estamos dispondo um ato de esvaziamento.

Isso é um ato de santificação, de separação. E isso é arma, é alimento,


vai nos dar condições de viver e andar no Espírito.
“Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a
concupiscência da carne”
Gálatas 5:16

Não estamos dizendo que só andamos no Espírito quando estamos em


jejum, é que quando estamos em jejum sentimos de forma mais plena. E essa
forma de pensar é bem melhor do que pensar: ‘estou jejuando para receber
alguma coisa’. É pleno pensar que estou jejuando, na dependência e total
revência a Deus. O jejum produz humildade, santificação e comunhão com
Deus.

Transcrição: William Anger – Barueri - setembro de 2022

Você também pode gostar