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O jejum parece estar fora de moda.

Talvez este seja o meio de graça mais


negligenciado no nosso tempo. Em uma
cultura hedonista onde colocamos o
prazer como busca central da nossa
vida, tudo aquilo que nos gere incômodo
tende a ser rejeitado.
No entanto, em todos os lugares e
em todos os tempos, o jejum sempre
teve um papel de destaque na prática
religiosa. O abandono do jejum é apenas
um sintoma de um problema muito
maior que enfrentamos em nossos dias:
“quando o significado de Deus diminui, o
jejum desaparece”1.
John Piper diz que “o jejum cristão é a
fome que brota da saudade de Deus”2.
Você já experimentou a perda do apetite
físico pelo fato de sua saudade de Deus
ser muito intensa? Ou seu apetite físico
tem sido uma ameaça à sua saudade
de Deus?
1 Edward Farrel. Citado em Fome por Deus, de John Piper. Página 8.
2 Em Fome por Deus. Página 9.
“A que caiu entre espinhos são os que
ouviram e, no decorrer dos dias, foram
sufocados com os cuidados, riquezas
e deleites da vida; os seus frutos não
chegam a amadurecer.”
Lucas 8:14

O jejum não é apenas o efeito


natural de nossa fome por Deus, mas
é também a arma que escolhemos
para lutar contra tudo aquilo que
pode nos roubar a nossa satisfação
plena em Deus.
O maior adversário de Deus não são
coisas más em si, são os deleites da
vida. São suas próprias dádivas.
São a carne, a batata, as guloseimas
e o café, as viagens, a televisão, as
redes sociais, as compras e todas
as coisas que poderiam se tornar
substitutos mortais de Deus.

Quando estas coisas tomam o


lugar do nosso apetite por Deus,
elas O reduzem até que nossa
fome por Ele seja extinta.
Isto é idolatria, sutil e perigosa.
Por isso, este CA tem o
objetivo de nos mostrar

POR QUE e COMO


o cristão deve jejuar
A grande maioria dos cristãos tem
alguma questão ou ideia errada
sobre o jejum. Podemos nos arriscar
em afirmar que o jejum é uma das
questões mais mal compreendidas
na Bíblia.

Vamos observar o resultado


da enquete sobre jejum que
realizamos entre as alunas
do Mulheres de Força.

76% das mulheres nunca


fizeram jejuns espirituais
ou o fazem raramente.

25% das nossas igrejas não


adotam o jejum como prática
religiosa.

44% das mulheres entendem


a importância do jejum, mas
ainda assim não praticam.

37% nunca estudaram e não


entendem porque deveriam
praticá-lo.

Apenas 19% das mulheres


entendem e praticam o jejum.
Por isso, começaremos
este Caderno de Ativação
respondendo esta
pergunta:

Por que nós


deveríamos
jejuar?
1. Jejuamos para satisfazer
a expectativa que
Cristo tinha sobre
seus discípulos

A primeira questão que precisamos


esclarecer é que o jejum não é uma
ordenança bíblica.
Nós não encontraremos na Bíblia um
imperativo equivalente a “orai e vigiai” para
o jejum, ou seja, não está escrito “Jejuai!”.
Por isso, seria um erro dizer que um cristão
que não jejua está em desobediência.
No entanto, deveríamos jejuar porque isto
é o que Cristo espera de nós.

“Quando jejuardes, não vos mostreis


contristados como os hipócritas; porque
desfiguram o rosto com o fim de parecer
aos homens que jejuam. Em verdade vos
digo que eles já receberam a recompensa.
Tu, porém, quando jejuares, unge a cabeça
e lava o rosto, com o fim de não parecer
aos homens que jejuas, e sim ao teu Pai,
em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te
recompensará.”
Mateus 6:16-18
Jesus não disse:

“Se algum dia você decidir jejuar...”

Ele demonstra que há uma expectativa de


que em algum momento nós jejuaríamos.

“Vieram, depois, os discípulos de João e lhe


perguntaram: Por que jejuamos nós, e os
fariseus [muitas vezes], e teus discípulos
não jejuam? Respondeu-lhes Jesus: Podem,
acaso, estar tristes os convidados para o
casamento, enquanto o noivo está com
eles? Dias virão, contudo, em que lhes será
tirado o noivo, e nesses dias hão de jejuar.”
Mateus 9:14-15

Estas palavras de Jesus são para nós hoje.


Ele diz que o jejum faria parte da vida de
seus discípulos depois que Ele voltasse aos
céus. Desde que Jesus disse essas palavras,
nada mudou.

Se você é cristão, então você


jejua para agradar o seu Senhor.
2. Jejuamos para
nos humilhar

Richard Foster, no livro A celebração da


disciplina, diz que o jejum, mais do que
qualquer outra disciplina espiritual,
revela as coisas que nos controlam. Nós
soterramos nossos pecados, nossos
descontentamentos, tristezas e outros
sentimentos com comida e outras coisas.

“Se o orgulho nos controla, ele será revelado


quase imediatamente. Davi disse: “eu afligia
a minha alma com jejum” (Salmos 35.13).
Raiva, amargura, inveja, contenda, medo
– se eles estiverem dentro de nós, virão à
superfície durante o jejum. No início, iremos
raciocinar que nossa raiva é por causa da
nossa fome. Porém, depois vamos saber
que estamos com raiva porque o espírito
da raiva está dentro de nós. Podemos nos
regozijar nesse conhecimento
porque sabemos que a
cura está disponível por
meio de Cristo.”3

3 Richard Foster. Citado por John Piper, em Fome por Deus. Página 14.
O jejum traz para fora os lugares mais
escuros de nossa alma, impedindo
que pensemos mais de nós mesmas
do que realmente somos.
Somente assim enxergamos com
profundidade o quanto necessitamos
da graça.

Jejuar nos faz mais


honestas sobre a real
condição do nosso
coração.
Se queremos mais daquilo que Deus
tem para nos oferecer então devemos
fazer como Tiago 4:10 diz:

”Humilhai-vos na presença do
Senhor, e ele vos exaltará.”
3. Jejuamos para esmurrar
o nosso corpo

Paulo diz que uma das nossas armas na luta


por perseverar na fé é “esmurrar o próprio
corpo”4 . Ele estava trazendo a nós a verdade
sobre os desejos do nosso corpo serem
tão enganosos quanto prazerosos. Somos
enganados quando nos deixamos seduzir
pelo prazeres efêmeros do corpo e da mente,
em vez de sermos guiadas pelo verdadeiro
prazer de conhecer e servir a Deus.

Os apetites carnais
começam com deleites
inocentes como comida,
descanso, lazer e, então, se
tornam fins em si mesmos.
Aos poucos nosso apetite
espiritual vai sendo saciado
pelas guloseimas que
o mundo tem para nos
oferecer.

4 1 Coríntios 9:26-27.
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem
todas convêm. Todas as coisas me são
lícitas, mas eu não me deixarei dominar por
nenhuma delas.”
1 Coríntios 6:12

Paulo diz para nós que o alimento


é bom, assim como tudo o que Deus
criou5.
Por isso, devemos recebê-lo com
ações de graças.

Comer ou não comer – jejuar ou não


jejuar – ambos devem ser feitos para
o Senhor como forma de adoração.

Contudo, precisamos estar cientes


do perigo de nos deixar dominar pela
boa dádiva de Deus que é para nós a
comida.

A mortificação da carne por meio do


jejum não acontece simplesmente
pela recompensa de fortalecer nossa
vontade, ainda que isto seja útil para
colocar nossas paixões em ordem;
mas é, principalmente, uma questão
de encontrarmos mais satisfação em
Deus do que no alimento.

5 1 Timóteo 4:1-5.
4. Jejuamos para
intensificar nosso
desejo por Cristo
Paulo também nos diz que quando somos
fracos é que somos fortes6. E o jejum é uma
situação de vulnerabilidade na qual nos
colocamos voluntariamente. Uma das razões
pelas quais a privação da comida tem esse
espantoso poder de nos enfraquecer é que ela
é essencial para nossa existência.
Deus poderia ter criado os seres humanos sem
que tivessem a necessidade de comida e água.
Porém, Ele o fez para que tivéssemos uma
sombra do que Jesus é quando disse: “Eu sou o
pão da vida”.7

A fome e a sede foram criadas


para a glória de Cristo.
Jejuar é um intensificador de nossa fome
espiritual. Há um apetite por Deus. E ele pode
ser despertado, mas, para isso, precisamos
abandonar os efeitos entorpecedores da
comida e o perigo da idolatria.
São nesses momentos que começamos
a descobrir quais são os nossos recursos
espirituais. Se antes eu tinha esperança que
a comida poderia equilibrar os meus maus
sentimentos, no jejum eu descubro que tudo
o que tenho é Cristo.

6 2 Coríntios 12:9-10.
7 João 6:35.
5. Jejuamos para nos tornar
mais sensíveis ao mover
do Espírito em nós

Se é na fraqueza que o poder de Deus


se aperfeiçoa em nós8, então o jejum é a
arma com a qual lutamos nas guerras que
só podem ser enfrentadas pelo poder do
Espírito. Porque as armas com as quais
lutamos não são humanas; ao contrário, são
poderosas em Deus para destruir fortalezas9.

Vemos inúmeros exemplos


bíblicos sobre isso.
Como na igreja de Antioquia, onde a
liderança jejuou em busca de uma
resposta de Deus sobre a decisão que
precisavam tomar e, tendo recebido a
resposta, oraram e jejuaram para enviar
Barnabé e Paulo para obra a qual eles
estavam sendo chamados.10
Ester conclamou toda a nação judaica
para jejuar antes que ela arriscasse sua
vida entrando na presença do rei em
busca de misericórdia para o povo.11
Josafá também convocou o povo para
o jejum em busca de uma intervenção
sobrenatural diante da possibilidade de
destruição de Judá.12

8 2 Coríntios12:9-10.
9 2 Coríntios 10:4.
10 Atos 13:1-3.
11 Ester 4:15-16.
12 2 Crônicas 20.
Como cristãos, nós não necessitamos
apenas de nos “especializar” na Palavra
de Deus, mas também dependemos de
um relacionamento íntimo com Ele.

Quanto mais
profundamente com
Cristo andamos,
mais famintos por
Ele ficamos.

Se você não sente desejos fortes pela


manifestação da glória de Deus é porque
você está satisfeita demais com os
petiscos que o mundo tem a oferecer.

Nós precisamos romper com as barreiras


em nossa mente e corpo que impedem o
Espírito Santo de fluir em nós. E para isso
devemos estar dispostos a pagar o preço
por meio de jejum e oração.
Nós jejuamos porque
“queremos dominar nossos
maus hábitos e antigas
servidões, remover cada
obstáculo para poder
desfrutar de Deus de
modo mais pleno,
para que as
pessoas possam
ver e dar glórias
a Ele”13
John Piper - Fome por Deus

13 John Piper, em Fome por Deus. Página 61.


Jejum e oração
caminham juntos!
O jejum por razões religiosas, culturais,
políticas ou de saúde é uma prática
amplamente conhecida por todos os
povos e culturas de todas as épocas.
Porém, o jejum cristão não é citado
biblicamente dissociado da oração.
Ainda que existam recompensas
secundárias para a saúde ou para
o amadurecimento da
personalidade; assim como
existem distorções do uso
do jejum como a prática
legalista e a escravidão
do corpo em casos de
distúrbios alimentares,
o jejum não pode
perder seu lugar de
destaque entre as
disciplinas espirituais.
Na enquete das alunas do Mulheres
de Força, entre os argumentos que
põem em dúvida a aplicabilidade
do jejum para os nossos dias os
mais votados são:

1. Deus não exige de nós


sacrifícios.
2. Nós somos salvos por graça,
não precisamos alcançar mérito
diante de Deus através do jejum.
3. O jejum é um ritual que ficou
restrito ao Velho Testamento.

Essas alegações podem


ser resumidas em um único
questionamento:

Será que a chegada do


Reino de Deus, no ministério
de Jesus, torna o jejum uma
prática obsoleta?
Primeiro esclarecimento a se
fazer é que o jejum não é uma
busca por aquilo que nós não
temos, não é um esforço para
conquistar a salvação.
Ele também não nos ajuda
a merecer mais graça diante
de Deus.

O jejum é uma
demonstração de
um anseio por MAIS
daquilo que nós já
temos.
Em seu ministério, Jesus faz alguns
ensinamentos acerca do jejum,
principalmente sobre o que fazer
e o que não fazer.

Jesus estava nos dizendo que


a presença Dele não exigiria
que o jejum fosse abandonado,
mas que ele estava instituindo
um novo jejum.

“O novo jejum é baseado


no mistério de que o noivo
veio, não apenas que virá.
O novo vinho da sua
presença pede por um
jejum novo.14”
John Piper

14 John Piper, no livro Fome de Deus. Página 31. Esta frase faz referência
ao versículo de Mateus 9:17.
Não jejuamos porque Cristo está
ausente. Isto seria uma falsa afirmação
porque, ainda que Ele tenha voltado
para os céus, Ele não nos deixou órfãos.
Ele nos enviou o Espírito Santo.

Entretanto, mesmo que o Espírito de


Jesus esteja em nós, há um grau de
intimidade muito mais profundo que
gozaremos com Cristo no céu. Nesse
sentido, Cristo está longe de nós.

Em resposta à dor que


sentimos em nosso
interior por não estar com
Jesus tão inteiramente,
poderosamente e
gloriosamente quanto
gostaríamos, nós jejuamos.
Quão ansiosas nós
estamos pela volta
de Cristo?
“A quase universal ausência
de jejum pela volta do Senhor
é um testemunho da nossa
satisfação com a presença do
mundo e a ausência do Senhor.”
Com nosso jejum
declaramos:

“Senhor, eu anseio intensamente


por mais de ti e pela manifestação
da sua glória no mundo.
Eu anseio por libertação, salvação,
cura e restauração.
Eu anseio por justiça e força.
Eu anseio por orações respondidas
e por direção contínua.
Eu anseio por contentamento
e refrigério.
Eu anseio pela Tua Presença.
Vem, Senhor Jesus.”
Como começar?
Vamos seguir agora
com o entendimento
prático do jejum.
A maioria dos problemas
em relação ao jejum tem
a ver com o legalismo e
com o conceito rígido do
que é ou não um jejum.
Então, vamos entender
o que é bíblico.
Os tipos de jejum:

Na Bíblia, conhecemos
quatro tipos de jejum:

1. Jejum completo:
Neste tipo de jejum, não se come nem
se bebe nada. A duração máxima deste,
sem oferecer riscos à saúde, é de três dias
e três noites.
Abra sua Bíblia em Esdras 8:21, Esdras 10:6
e Ester 4:16. Observe que este é um jejum
que demonstra urgência da intervenção
de Deus.

2. Jejum normal:
O tipo de jejum feito por Jesus no deserto.
A Bíblia fala que Jesus teve fome, mas não
menciona que Ele teve sede15.
Neste caso, faz-se abstenção total de
alimento mantendo a ingestão de água.

15 Mateus 4:2.
3. Jejum de Daniel
ou jejum parcial:

Recomendado para pessoas que


nunca fizeram jejum ou desejam fazer
jejuns mais longos ou tem alguma
questão de saúde, como hipoglicemia,
diabetes e anemia.
Encontramos a descrição deste jejum
em Daniel 10:2-3.

“Naqueles dias, eu, Daniel, pranteei


durante três semanas. Manjar desejável
não comi, nem carne, nem vinho
entraram na minha boca, nem me ungi
com óleo algum, até que passaram
as três semanas inteiras.”
Daniel 10:2-3

Daniel não comeu nada de “saboroso”,


apenas vegetais e água.
Elias fez um jejum parcial de bolos
feitos de trigo e azeite (1Reis 17).
João Batista se alimentava apenas de
gafanhotos e mel silvestre (Mateus 3:4).
Devemos nos lembrar que não existe
maior honra em um jejum total do que
em um jejum parcial.
4. Jejum coletivo:

É uma das maiores armas espirituais


da igreja.
Este é o tipo de jejum que desviou a
ira de Deus da cidade de Nínive
(Jonas 3:5), que Esdras e a rainha
Ester proclamaram e que o rei Josafá
convocou por Judá (2 Crônicas 20).
Foi também uma prática da igreja
primitiva na busca de orientação
do Espírito Santo16.
A história recente da igreja está
recheada de relatos dos notáveis feitos
de Deus em resposta misericordiosa ao
jejum e à oração do seu povo.
Procure conhecer a influência do jejum
na história da Coreia do Sul ou sobre a
experiência de homens como Charles
Finney, John Wesley, Jonathan Edwards
e David Brainerd.

16 Atos 13:1-4.
Para se aprofundar
no assunto:

O livro Heróis da Fé, de Orlando


Boyler, nos conta o testemunho de
muitos homens de nosso tempo
que incendiaram o mundo
e revolucionaram a igreja.
Vale a pena a leitura!
Sobre o tempo
de duração do jejum:
A Bíblia não é rígida quanto a isso, mas podemos
dizer que o desejável seria que fizéssemos um dia
de jejum por semana.
O jejum deve fazer parte regular de nossa vida,
assim como a oração e leitura bíblica.
Caso você tenha pouca ou nenhuma prática,
comece pulando uma das refeições e vá
exercitando seu corpo. Então, progrida iniciando
seu jejum após o jantar, e jejue até o jantar do dia
seguinte. Até que você consiga jejuar o dia todo e
parar apenas no café da manhã do dia seguinte.
Algumas pessoas conseguirão jejuar um dia
inteiro desde a primeira vez. Nós devemos nos
dispor a experimentar os limites do nosso corpo.

Se jejuarmos uma vez por semana


durante um ano, ao fim do ano teremos
completado 52 dias de jejum.
Comece a responder o seu chamado
ao jejum com moderação.
E vá progredindo para jejuns mais
longos aos poucos.
O que fazer em casos de
problemas médicos:

Algumas questões de saúde, como


diabetes, uso de alguns remédios, gravidez
ou amamentação, podem limitar a prática
do jejum.

É importante que um médico seja


consultado antes de iniciar o jejum
regularmente.

Contudo, ainda que não seja possível


pelo menos abster-se de comida, ingerindo
apenas água e complementando com
sucos por um dia inteiro, pode-se optar
por fazer o jejum parcial.
Sobre o desconforto
gerado pelo jejum:
Quase todas as pessoas sofrem de alguns
efeitos colaterais desagradáveis quando jejuam.
Dor de cabeça, náusea e tontura, no começo,
são bastante comuns. Isso se deve ao processo
de desintoxicação do corpo, que é, inclusive,
saudável para nós.
Davi diz que “afligia sua alma com jejum”17,
portanto é natural e esperado que o jejum nos
cause incômodo.
Quando o corpo gritar: “Estou
com fome”, você precisa dizer
com firmeza: “Fique quieto!”.
No entanto, não abuse de seu corpo; respeite-o.
Quando se sentir fraca, sente-se e descanse um
pouco; principalmente, nos jejuns mais longos.
Se for feito com sabedoria e cuidado,
o jejum é uma bênção para o corpo.
Sintomas mais graves, como vômito e desmaios,
não são normais. Nestes casos, é preciso
interromper imediatamente o jejum.
Principalmente em jejuns mais longos,
é preciso terminar com uma refeição leve para
não agredir o corpo.

17 Salmos 35:14.
O jejum quebrado por um
momento de fraqueza:

Fraqueza é exatamente o que esperamos no jejum, mas


algumas vezes ela pode tornar nossas tarefas diárias
mais difíceis. Se suas atividades durante a semana
tornarem o jejum mais difícil, então escolha dias mais
tranquilos, possivelmente no final de semana.
Jejuns curtos, como o de um dia inteiro, trazem menos
dificuldade; porém, se nos sentarmos para conversar
com pessoas que tem frequência em jejuns longos,
ouviremos muitas histórias de quando quebraram o
jejum porque cederam a tentação.
Por exemplo, digamos que, em jejum de 40 dias, no
décimo quinto dia você quebra o jejum por um pacote
das suas batatinhas chips favoritas. O que fazer?
Apenas volte-se para o Senhor dizendo: “Senhor, meu
coração está cheio de perversidade. Perdoe-me!”. E dali
em diante continue o jejum até completar os 40 dias.
Devemos nos lembrar que Deus é longânimo e
compassivo conosco. Se em um jejum de três dias,
conseguimos chegar a um dia e meio até que fomos
seduzidas pelas placas com belas fotos de uma
churrascaria a apenas 3km de distância, não devemos
nos aborrecer demais.

Peça perdão ao Senhor e continue. Deus


se agrada do desejo de nosso coração de
querer mais Dele.
O que não fazer:
“Quando jejuardes, não vos mostreis contristados
como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o
fim de parecer aos homens que jejuam. Em verdade
vos digo que eles já receberam a recompensa.”
Mateus 6:16

Não jejue para impressionar outras pessoas. Busque


jejuar da forma mais discreta possível.
As pessoas da sua casa ou que estão associadas a
você no cotidiano certamente saberão, porém você
nunca deve agir com uma atitude que diga:

“Olhem como eu sou espiritual”.

Em Mateus 6:16, Jesus não está tomando o jejum


público ou coletivo como errado.
Até porque os apóstolos praticavam o jejum público
(Atos 13:3).
A questão é a busca por justiça diante
dos homens.
Por isso, se alguém descobrir que você está jejuando
não significa necessariamente que você pecou.
Ser vista jejuando e jejuar para ser vista
são situações completamente diferentes.
Como usar bem
o tempo de jejum:
Nós já vimos que o jejum sempre é acompanhado por
oração nos relatos bíblicos.
Logo, é importante que durante a duração do
jejum nossa rotina de oração e leitura bíblica seja
intensificada.
Você perceberá que muito do nosso tempo ao longo
dia é gasto com refeições, então a tendência é que
nossa agenda fique mais livre em dias que não nos
alimentamos − ainda que precisemos alimentar os
demais membros da família.
O espaço que surge em nossa agenda
deve ser, sempre que possível, preenchido
com oração, leitura bíblica, meditação,
contemplação da criação e momentos a
sós com Deus.
Se não houver a possibilidade de ter esse tempo livre
devido a rotina de trabalho, por exemplo, não desista
do jejum por este motivo.
Busque estar com a mente voltada para as coisas
espirituais com pequenos momentos
de oração durante o dia.
Você perceberá que neste tempo você enfrentará
batalhas em sua mente, então precisará se fortalecer
para vencê-las.
Além disso, é essencial que você comece e termine
o jejum com uma oração.
Como escolher o
tema do jejum:
Em algumas situações, perceberemos o próprio
Espírito Santo nos chamando ao jejum e
direcionando o tema pelo qual devemos jejuar.
Talvez tenhamos muitas necessidades em nossa
família ou igreja, então podemos
fazer uma lista com nossas preocupações
e necessidades oferecendo-as ao Senhor em oração.
Podemos clamar a Deus pela resposta a uma
pergunta que a Bíblia não responde diretamente,
como por exemplo:
“Senhor, devo tomar essa decisão
agora? Para que direção devo ir?”.
A igreja pode se reunir em jejum e oração em grupo
atendendo o chamado para ter mais comunhão
com Deus.
O jejum público pode ser uma ferramenta para reagir
a tempos de crise enfrentados em nossa nação ou
em período de eleição de novos governantes.
Neste caso, atendemos ao chamado
da liderança da igreja sobre o tema.
Nós poderemos jejuar também porque amamos
aquilo que Deus ama, ou seja, jejuar para que almas
se rendam a Cristo.
Estas pessoas perdidas podem estar dentro de
nossas casas ou espalhadas por todo mundo.
Você ainda tem dúvidas
sobre o jejum?

Use o grupo de alunas do


Mulheres de Força no Telegram
para solucionar suas dúvidas

Acesse o link na plataforma:

https://pamela-arumaa.
memberkit.com.br/18195-mulheres-
de-forca/1113754-clique-aqui
A seguir temos algumas
orientações para colocarmos
a disciplina espiritual do jejum
em prática no próximo mês.

1. Calendário Mensal de Jejum


• Preencha o calendário mensal permanente
de acordo com o mês em que estamos.
• Em seguida, pinte os dias do mês que
serão dedicados ao jejum e à oração.

Mês: ____________________________________________________________

Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado


2. Ficha de jejum

Data: _______________ /_______________ /____________________________

Tipo de jejum: ___________________________________________________

Tema do jejum: __________________________________________________

Motivos de oração:

Leituras Bíblicas:

Reflexões importantes:
Lembramos que todas as atividades
propostas para as disciplinas espirituais
abordadas anteriormente estão
relacionadas ao jejum.
Por isso, as atividades propostas aqui
são sugestões para serem somadas às
atividades dos cadernos anteriores.
Além disso, seguem algumas
indicações complementares para
aprofundar o tema.

Material na plataforma
Mulheres de Força:

Aula 77 – Seja inconstante!


CA #11 - Para que lado pende
a balança?

Bibliografia:

Fome por Deus,


de John Piper.
Ed. Cultura Cristã.

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