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Ciência e religião
Espiritualidade
Eu faço parte do Cosmos, como o Cosmos faz parte de mim. Eu sou o
Cosmos, o Cosmos vê e adquire consciência através de mim.
A minha vida afeta e é afetada pelas vidas dos outros. Amor é parte da
natureza humana e não pode ser ensinado. Se alguém exorta os outros a
amar, isso é amor ou obediência? É amor ou medo? "Amar, verbo
intransitivo." Talvez respeito possa ser ensinado.
Respeito é discussão.
Discussão é deixar o espírito nu e questionar a verdade. Indagar e ser
o mais honesto possível na resposta. Respeito é pensar no próximo e no
distante. É não falar anonimamente, nem aceitar conclusões
precipitadas. Deus É uma conclusão precipitada. Deus é apenas parte da
resposta, jamais ela inteira. Deus e Alá não são o mesmo - suas "leis"
(ditadas por pessoas falhas e tendenciosas) são diferentes. Shiva,
Brama e Thor não são os mesmos, nem Apolo, Minerva, Júpiter, Afrodite
ou Baco (nem ditam leis, apenas assopram sugestões. Mitologia =
folclore = conhecimento).
Matou-se tantos deuses, pela glória de "um só", e não sabemos nem seus nomes.
"Um só Deus" = monocultura do espírito = criar pessoas para ocuparem
caixotes de olhos fechados.
Matar faz parte da natureza humana; preservar a vida também.
Buscar conhecimento faz parte da natureza humana; a coragem e a covardia também.
Entender a natureza humana é respeitar-nos. Isso só pode ser alcançado
pela discussão, honesto consigo e com os outros. Tapar tudo isso com
"Deus" é tentar tapear-nos. Chega de tapeação. Monoteísmo, seu tempo
na Terra acabou.
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(pensamentos desfiados)
discussão = busca da verdade = paraíso
(idéia retirada de "Os Versos Satânicos" - livro esclarecedor que
garantiu a seu autor a pena de morte em um certo país monoteísta)
Buscar a verdade é o paraíso. Mas o que é a verdade? Qual verdade? Que
temos chamado de verdade?
A verdade física, o mundo em si? (Conceito proposto por Aristóteles,
ao qual nada mais temos a acrescentar.)
Ou a "verdade de cada um", o oceano de mentes e pontos de vista, vasto
e inescrutável oceano não de fatos nem de verdades, mas de
interpretações parciais que, somadas, constituem o melhor que podemos
fazer em direção ao conhecimento.
Acreditar é fugir da arena da razão, da trilha do conhecimento. Um
povo sem conhecimento é como o gado na fila do abate - não tem
alternativa, não tem escolha - não tem opinião.
Onde chegamos, quando estabelecemos como teto uma "verdade" tão
parcial e simplória quanto um Vertebrado Gasoso?
Confiança é um conceito entre a certeza e a fé. Não é tão arrogante
quanto a certeza, nem tão míope quanto a fé. A confiança deriva da
experiência, e a experiência é a porta do conhecimento.
Se você é crente, considere-se vítima da sua igreja. A verdadeira
espiritualidade se sente, se sabe - não se "acredita". Entre acreditar
e não acreditar, é melhor saber ou esperar.
Monoteístas são ateus para todas as outras divindades já inventadas.
Monoteístas são um tipo peculiar de vítima: a que defende seu algoz.
Acreditar em fantasmas não é problema - problema é acreditar/valorizar
mais os fantasmas do que a realidade. E trazer, por ignorância, mil
preconceitos atrelados a esses fantasmas. E fugir sempre da discussão.
Se os seus velhos são assim, não permita que seu vício seja
transmitido às crianças, a não ser que deseje ver o milenar ciclo
vicioso da prisão do espírito se perpetuar...