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Repudiamos as frases racistas desferidas contra o professor Jones Manoel pelo então
secretário de Cultura de Bolsonaro, Mário Frias, nesta quinta (15/7). Tais ofensivas se
somam a diversas outras condutas que já extrapolam a coerência e o bom senso
humanitário ausentes neste governo. Fica cada vez mais claro, o projeto racista e de ódio
ao povo brasileiro, que em sua grande maioria é negro, inclusive quando o próprio
presidente associa o cabelo Black Power a um criadouro de baratas, ofendendo negros,
quilombolas e suas tradições.
Repudiamos o frequente mal-estar e o desconforto que vem sendo gerado aos servidores
da Secretaria Especial de Cultura diante da postura, do então secretário, que anda e
despacha, visivelmente armado, no ambiente de trabalho. Esse clima de tensão somado
aos escândalos, ofensas, os gritos comumente deferidos aos servidores, representa uma
ameaça constante à integridade física e psicológica desses trabalhadores, além de ser
inadmissível essa postura dentro do órgão de representatividade cultural.
Prezamos pelo livre debate de ideias e acreditamos que as disputas ideológicas partidárias,
jamais devem se confundir com erros históricos. Como um representante da diversidade
cultural brasileira, ao promover discursos racistas, desrespeita todos os brasileiros que têm
compromisso com a democracia e a formação cultural do nosso povo.
Os assuntos da cultura brasileira devem ser debatidos pelos atores da cultura brasileira,
dentro do espírito da diversidade cultural e da pluralidade das ideias. Todos os brasileiros e
brasileiras devem lutar para que atos dessa natureza sejam extintos e que fiquem somente
nos registros da história para que possamos lembrar o quanto o ser humano pode ser cruel
com seu semelhante.
Assinam: