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https://novaescola.org.br/conteudo/19881/ensino-hibrido-na-matematica-como-
aplicar-na-pratica
Tecnologia
No atual cenário da pandemia temos visto acontecer, em vários municípios e estados, a retomada
presencial das aulas. Esse momento traz possibilidades de trabalho com os alunos respeitando as
diferentes realidades e as orientações sanitárias propostas conforme cada situação. Dentre elas está o
ensino híbrido.
Em 2015, no prefácio do livro “Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na educação”, José Armando
Valente começa dizendo que o ensino híbrido veio para ficar. Cinco anos depois, com as mudanças
trazidas pela pandemia, não se tem dúvida do contrário. O processo foi apenas acelerado, se é que
podemos dizer isso.
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O estudante como o centro desse processo, debate, argumenta, desenvolve o pensamento crítico e a
resolução de problemas. O professor é o mediador, é aquele que “desenha experiências”, pesquisando
os melhores meios para proporcionar o desenvolvimento de tais habilidades. A tecnologia é o suporte
que possibilita o protagonismo estudantil e o desenvolvimento da cultura digital, estabelecendo um
diálogo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). É o elemento mediador da aprendizagem e não
se destina apenas a disponibilizar conteúdos.
Isso leva uma personalização da aprendizagem, ou seja, os estudantes aprendem em seu próprio ritmo
e tempo. E você, professor e professora, encontra as melhores ferramentas que permitem a
aprendizagem de todos. É uma grande mudança de concepção! É a possibilidade mais próxima para
atender as demandas desse retorno presencial às escolas, diante de tudo que já estudamos.
Vale ressaltar que há alguns equívocos ao exemplificar modelos de ensino hibrido. Aulas transmitidas da
escola para aqueles que estão em casa, aulas que acontecem no modelo remoto utilizada por tantos
profissionais, enriquecer aulas presenciais com jogos online ou com apresentações de PPTs não se
enquadram, por exemplo, dentro do conceito de ensino híbrido. Já que sempre o foco da aprendizagem
está centrado no professor e o protagonismo estudantil não tem espaço.
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Lilian Bacich, co-autora do livro que citei no início dessa nossa conversa, explica que na ótica do ensino
híbrido planeja-se o que é para ser aprendido no presencial e o que é para ser aprendido no virtual
cabendo ao professor conectar essas duas aprendizagens. Nesta reportagem de NOVA ESCOLA, você
pode conferir mais detalhes sobre esse conceito. Aqui no site há também cursos relacionados ao tema.
Já deve ter começado a rever o espaço da sua sala de aula, trazendo novos materiais e novas propostas.
Nesse momento de aulas remotas já deve estar mais próximo das tecnologias e dos jogos, por exemplo.
Por isso, convido você a introduzir o ensino híbrido por meio da Matemática nesse retorno.
Se você ainda não se convenceu, lembre-se que a BNCC afirma que o “conhecimento matemático é
necessário para todos os alunos da Educação Básica, seja por sua grande aplicação na sociedade
contemporânea, seja pelas suas potencialidades na formação de cidadão críticos, cientes de suas
responsabilidades sociais”. E qual forma de atingir a todos os alunos se não respeitando o tempo de
cada um e adequando as formas de ensinar e aprender, ou seja, personalizando o ensino – o que é
preconizado pelo ensino híbrido.
Conhecer a teoria que embasa a prática é fundamental para você fazer as melhores escolhas e repensar
sobre a sua ação. Sentir-se confortável (conforto dado pelo estudo) permitirá a inovação.
Leve os jogos, (re)aprenda a problematizá-los e a vê-los como uma estratégia mais significativa para que
sua turma aprenda os diferentes conteúdos. Quando estiver mais confiante, passe a introduzir as
tecnologias. Abra espaços para o celular e outros dispositivos.
Vale ressaltar que essa reorganização implica em repensar a disposição das carteiras: um atrás do outro
não tem vez dentro dessa concepção!
Planejando você estará apto também a enfrentar os desafios que aparecerão, antecipará boas perguntas
que farão sua turma avançar, além de encontrar diferentes estratégias para atender as necessidades de
cada estudante.
Esse movimento contribuirá para sua autoavaliação e reflexões sobre a sua prática, bem como os
avanços de seus alunos. No começo é um pouco difícil, mas a persistência pode te ajudar a consolidar
esse hábito.
E então, se animou? Vamos começar a introduzir o ensino híbrido pela Matemática? Tenho certeza de
que você obterá excelentes resultados e o mais importante: estará trabalhando de forma a atender as
demandas da sociedade do século XXI!
Como diz um velho ditado “uma andorinha só não faz verão” e é evidente que as redes de ensino
precisam também subsidiar a implantação do ensino híbrido investindo na formação continuada do
professor a partir desse viés, na adequação do currículo e na dinâmica do tempo e da sala de aula.
Sei que você, que é um insubordinado criativo ou uma insubordinada criativa, não irá esperar a sua rede
de ensino dar o primeiro passo. Vamos estar a frente disso, certo?
Selene
Selene Coletti é professora há 39 anos na rede pública. Atua na Educação Infantil e foi alfabetizadora por
10 anos tendo trabalhado do 1º ao 5º ano. Recebeu, em 2016, da Fundação Victor Civita, o Prêmio
Educador Nota 10 com o projeto “Mapas do Tesouro que são um tesouro”, na área de Matemática. Foi
diretora de escola e recebeu, em 2004, o Prêmio “Gestão para o Sucesso Escolar”, do Instituto
Protagonistes/Fundação Lemann. Atuou como coordenadora do Núcleo de Formação Continuada do
município. Atualmente é formadora da Educação Infantil, na Prefeitura de Itatiba.