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RECUPERAÇÃO DE OURO DE PLACAS DE

CIRCUITO DE TELEFONES CELULARES E


SÍNTESE DE NANO MATERIAIS USANDO
JOURNAL OF HAZARDOUS MATERIALS 411(2021) 125011
MEMBRANA LÍQUIDA POR EMULSÃO.
Wanying Zhou , Huiting Liang , He Xu
Tópicos da apresentação:

1. INTRODUÇÃO
2. MECANISMO DE REAÇÃO
3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5. CONCLUSÃO

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Introdução

Com o desenvolvimento da economia e da tecnologia, a produção


de equipamentos eletroeletrônicos se tornou um grande gerador
de resíduos sólidos.

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Introdução

Presente em grande parte do lixo eletrônico estão as Placas de


Circuito Impresso (PCBs)

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Introdução

Estudos indicam que 1 Tonelada de resíduos de circuito podem


conter:
0,86 – 1,6 kg de ouro (R$ 248.368 – R$ 462.080)
0,14 – 5,8 kg de prata (R$ 596,04 – R$ 24.693,26)
259 – 550 kg de cobre (R$ 5.180,00 – R$ 11.000,00)

Valor por kg de metal em R$


*Cotação na data de 21/06/2021

Ouro – R$ 288.800,00
Prata – R$ 4,257,46
Cobre – R$ 20,00

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Introdução

Métodos para recuperação de metais em PCBs:

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Introdução

Métodos para recuperação de metais em PCBs:

Hidrometalúrgicos

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Introdução

Métodos para recuperação de metais em PCBs:

Hidrometalúrgicos

Pirometalúrgicos

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Introdução

Métodos para recuperação de metais em PCBs:

Hidrometalúrgicos Físico - mecânicos

Pirometalúrgicos

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Introdução

Métodos para recuperação de metais em PCBs:

Hidrometalúrgicos Físico - mecânicos



Estabilidade Pirometalúrgicos

Alta eficiência de Lixiviação

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Introdução

Métodos de recuperação:


Caros;

Complicados;

Causam poluição secundária;

É importante encontrar um método economicamente viável


e ecologicamente correto para o tratamento do lixiviado

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Introdução

Métodos de recuperação:


Caros;

Complicados;

Causam poluição secundária;

É importante encontrar um método economicamente viável


e ecologicamente correto para o tratamento do lixiviado

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Introdução

Membrana Líquida de emulsão (ELM)

É importante encontrar um método economicamente viável


e ecologicamente correto para o tratamento do lixiviado

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Introdução

Membrana Líquida de emulsão (ELM)


3 Fases:
Fase Orgânica
Fase Interna
Fase Externa

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Mecanismo de Reação:

Mecanismo de transporte é semelhante ao de


transporte celular
3 Etapas:
Formação do Complexo metálico
Difusão livre até a interface orgânica - Interna
Liberação Íons metálicos

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Mecanismo de Reação:

Interface externa:
Au(III) que está na fase externa reage com o íon
oxônio da fase orgânica formado por Metil Isobutil
Cetona (MIBK) e H+ formando [RH+] e [AuCl4-]

R + H+ → [RH+] (1)
[RH+] + AuCl4− 4→[RH+] [ AuCl4−] (2)

Na qual R é o transportador MIBK.

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Mecanismo de Reação:

Interface Interna:
[RH+] e [AuCl4-] reagem com ácido ascórbico e o
Au(III) é reduzido para Au. H+ é liberado e se
combina com RH+ para formar MBIK.

C6H8O6 + [RH+] [ AuCl4− ] → C6H5O6 + 4HCl + Au + R


(3)

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Procedimento Experimental:

Pré-tratamento das placas de circuito

As placa de circuitos utilizadas nos


experimentos foram fornecidas pela
Environmental Protection and Development
Company (TCL-AOBO)

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Procedimento Experimental:

Pré-tratamento das placas de circuito

PCBs foram completamente trituradas em um


moedor (Pulian AA-150)

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Procedimento Experimental:

Pré-tratamento das placas de circuito


PCBs foram completamente
trituradas em um moedor (Pulian
AA-150)

Tamanho das partículas:


100 mesh

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Procedimento Experimental:

Lixiviação com água-régia.


Água – Régia ( HNO₃+ 3 Hcl) foi utilizada como agente
de lixiviação

5 gramas do pó obtido através da moagem dos PCBs foram


misturadas com 30mL de Água-régia.
Mistura foi aquecida

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Procedimento Experimental:

5g pó Aquecimento
Adicionado 30 mL
obtido na - 130º C por 30 min
Água-Régia
moagem dos PCBs -150 ºC por 60 min

-Filtrado - Adicionado 2 mL - Adicionado 5 mL


HCl HClO4
- Diluído em 100 mL - Aquecimento - Aquecimento

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Procedimento Experimental:

Lixiviação com água-régia.


- 3 Experimentos em paralelo foram montados

- Concentração de metais foi determinada através de um


espectometro de absorção atômica

- Desvio padrão de 3%

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Procedimento Experimental:

Lixiviação com água-régia.


- 3 Experimentos em paralelo foram montados

- Concentração de metais foi determinada através de um


espectometro de absorção atômica

- Desvio padrão de 3%

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Procedimento Experimental:

Processo de emulsão da membrana líquida


Preparação da emulsão

A fase orgânica contendo Querosene, Span 80 (C24H44O6) e


MIBK e fase interna (solução de ácido ascórbico 5%) foram
adicionadas num béquer na proporção de 1:1 e então misturados
com o auxílio de um agitador a 3000 rpm durante 15 minutos.
Três diferentes composições de emulsão foram testadas.

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Procedimento Experimental:

Processo de emulsão da membrana líquida


Processo de extração

A emulsão água em óleo (A/O) foi adicionada na fase externa


(amostras 1-3: contendo 5 ppm de Au(III) e 10 ppm de Cu(II)
com pH entre 3 e 4 preparado através de soluções padrões de
Ouro e Cobre) e (amostra 4: lixiviado das placas de circuitos em
água-régia). A razão de mistura entre a fase de emulsão e a fase
externa foi de 1:3

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Procedimento Experimental:

Processo de emulsão da membrana líquida


Desemulsifcação
A fase orgânica foi retirada do topo do funil e a desemulsificação
foi realizada em uma centrífuga durante 5 minutos a 9000 rpm.
O produto foi então lavado com etanol e centrifugado até a
solução ficar transparente, então foi removido e seco ao ar e
posteriormente caracterizado com o auxílio de um microscópio
eletrônico de varredura (SEM) e de um espectrômetro de raio-x
por dispersão em energia (EDS).

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Procedimento Experimental:

Influência na taxa de extração.


O efeito de diferentes parâmetros nas taxas de extração de
Au(III) foram investigados, como por exemplo a concentração de
transportador (MBIK), de surfactante (Span 80), pH da fase
externa, concentração de ácido ascórbico na fase interna, tempo
de agitação da emulsão A/O, tempo e velocidade de agitação na
extração.

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Procedimento Experimental:

Influência na morfologia do produto.


Os efeitos dos diferentes parâmetros no produto foram
investigados, como o tipo e a concentração de surfactante. O
Au(III) na água-régia proveniente das placas de circuito foi
extraído e separado com a utilização da membrana líquida por
emulsão, o produto foi caracterizado por Microscopia Eletrônica
de Varredura (MEV) e Espectroscopia de Raios X por Dispersão
em Energia (EDS/EDX).

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Resultados e Discussão

Pesquisa sobre os componentes da membrana líquida por


emulsão.
Caracterização da taxa de extração.

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Resultados e Discussão

Pesquisa sobre os componentes da membrana líquida por


emulsão.
Caracterização por MEV e EDS.

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Resultados e Discussão

Influência da taxa de extração


A taxa de extração do Au(III) aumenta conforme o aumento da
concentração do veículo 2%-8%. Em concentrações acima de
8%, a taxa de quebra e inchaço da membrana aumenta. Isso
ocorre porque as moléculas de transporte repelem o surfactante
e se reúnem na interface, reduzindo a concentração do
surfactante na membrana, afetando a estabilidade e reduzindo a
taxa de extração.

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Resultados e Discussão

Efeito da concentração do surfactante (Span80) na taxa de


extração de Au(III)
A viscosidade da emulsão aumenta conforme a concentração do
surfactante aumenta. Quando a concentração de surfactante
atinge 8% a taxa de extração de Au(III) é de 99,89%. Acima de
8% a taxa de extração decai. Isso acontece porque a fase
orgânica se torna tão espessa a ponto de aumentar a viscosidade
e a resistência à transferência de massa, reduzindo a taxa de
extração.

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Resultados e Discussão

Efeito do pH da fase externa sob a taxa de extração de Au(III)


A maior taxa de extração foi obtida com pH=1 (99,68%). Com o
aumento do pH, a taxa de extração decai pois a solubilidade do
Au(III) reduz devido ao pH elevado. , reduzindo também a
eficiência da membrana.

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Resultados e Discussão

Efeito da concentração de ácido ascórbico na taxa de extração de


Au(III)
Com o aumento da concentração de ácido ascórbico para 8% a
taxa de extração de Au(III) aumenta rapidamente (99,7%), se
mantendo estável à medida do aumento da concentração de
ácido ascórbico. Com o aumento da concentração de ácido
ascórbico, a quantidade de ácido presente para reduzir o Au(III)
também aumenta. Contudo, acima de 8% a concentração de
ácido se torna excessiva, logo, a taxa não sofre alterações.

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Resultados e Discussão

Efeito do tempo de agitação no preparo da emulsão A/O sob a


taxa de extração de Au(III)
Com o tempo de agitação reduzido, a força de cisalhamento na
emulsão se torna insuficiente, resultando em maior diâmetro e
dispersão desigual. A área superficial diminui, reduzindo a
transferência de massa, ocasionando o decréscimo na taxa de
extração de Au(III). Contudo, o tempo de agitação muito alto
ocasiona aglomeração das partículas e posterior ruptura por
ação da elevada força de cisalhamento, reduzindo a estabilidade
da membrana. O tempo de agitação ideal foi o de 15min, gerando
a maior taxa de extração de Au(III) de 99,4%, ocasionando um
diâmetro de partícula menor e uniformemente disperso.

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Resultados e Discussão

Efeito do tempo de agitação da extração sob a taxa de extração


de Au(III)
Tempo de agitação muito curto ocasiona contato insuficiente
entre a fase externa e a emulsão. Conforme ocorre o aumento do
tempo de extração, a taxa de extração aumenta. Contudo, o
tempo elevado de agitação aumenta as colisões entre as
partículas ocasionando a sua ruptura, decaindo a taxa de
extração. A maior taxa de extração de Au(III) ocorreu no tempo
de agitação de 10 min e foi de 98,83%

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Resultados e Discussão

Efeito da velocidade de agitação sob a extração de Au(III)


Com o aumento da velocidade de agitação, o volume da fase
orgânica na membrana após a separação estática aumenta. Com
uma força de agitação pequena a capacidade de contato entre as
fases se torna reduzida, reduzindo a extração. Contudo, com o
elevado aumento da velocidade aumenta-se as colisões
ocasionadas pelas forças de cisalhamento, destruindo a
estabilidade da membrana e reduzindo a taxa de extração. Com
uma velocidade intermediária de 200 rpm a taxa de extração de
Au(III) foi de 99,83%.

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Resultados e Discussão

EFEITO DA MORFOLOGIA DO PRODUTO


Efeito da concentração do surfactante Span 80 no produto
Com a concentração de 5% de surfactante, diversos aglomerados
estão presentes, sem morfologia específica. Com o aumento para 10%
na concentração, o produto sintetizado apresenta-se esférico, com
aglomerados compostos de partículas em escala nanométrica. Com o
aumento para 15%, o produto apresenta-se regularmente esférico,
sem aglomerados e com pobre dispersão. Quando a concentração de
surfactante atinge 20% o produto sintetizado apresenta-se esférico
composto por materiais em flocos e com dispersão melhorada. Com
25% de surfactante observou-se melhor dispersão do produto,
contudo os compostos orgânicos também aumentaram.

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Resultados e Discussão

EFEITO DA MORFOLOGIA DO PRODUTO


Efeito do tipo de surfactante no produto
Com o acréscimo do peso molecular do surfactante
(Span80/Span83/Span85) maior é a dificuldade do produto
sintetizado de ser lavado por etanol, devido a maior diferença
entre pesos moleculares presentes. Observa-se também diferença
na morfologia dos produtos obtidos.

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Conclusão

Como resultado Au (III) foi extraído com sucesso de WMPCBs e


sintetizado em nanomateriais, em uma etapa de extração por
membrana de emulsão líquida, usando MIBK como veículo. A
composição da membrana de emulsão líquida foi investigada e os
resultados experimentais mostram que a separação de metais de
alta eficiência, especificamente a extração de Au (III) pode ser
alcançada pelo método aplicado. Em relação a outras variáveis,
o pH da fase externa e a concentração da fase interna teve maior
influência na eficiência da extração de Au (III). A concentração e
o tipo de surfactante afetam a morfologia do produto sintetizado.

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Procedimento Experimental:

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