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Demografia - 41018_15
Resumo dos tópicos trabalhados
2015/2016
A maior parte dos países do mundo já passaram pela segunda fase – declínio de mortalidade e
quase todos já chegaram á terceira fase que corresponde ao declínio da fecundidade.
grande região em outras regiões mais pequenas de maneira a que os cálculos se tornem mais
fáceis.
- repartição por sexo e idade, que se revelam as categorias primordiais de qualquer análise
demográfica. As diferenças entre sexos poderão ser importantes para compreender as
clivagens biológicas e mesmo culturais de uma sociedade, ao passo que a distinção entre
grupos de idades permite ter uma ideia mais clara da forma como a população de uma dada
região poderá ou não mudar o seu comportamento socio- demográfico de acordo com a idade
dos seus habitantes.
Neste contexto, tornam-se relevantes as chamadas pirâmides etárias, que ordenam as
diferentes faixas etárias e os sexos num mesmo gráfico (sendo os homens representados nas
colunas à esquerda e as mulheres à direita). Diferentes pirâmides etárias, cada uma revelando
uma dada realidade demográfica, podem dar indícios bastante importantes acerca da
população.
Alguns exemplos de tipos de pirâmides incluem:
- pirâmide em acento circunflexo, que representa uma população bastante jovem: assim, em
países em que a natalidade é bastante grande e a mortalidade também, as pirâmides etárias
apresentam uma base bastante larga, que vai diminuindo à medida que nos aproximamos das
idades mais envelhecidas.
- pirâmide em urna, em que população que se encontra no meio (nem demasiado jovem nem
demasiado velha) é a mais preponderante, sendo a base a parte que apresenta valores mais
pequenos. É comum em locais em que a fecundidade conhece uma progressiva diminuição.
- em às de espadas, que representa uma população envelhecida, e na qual o topo da pirâmide
é maior que o a base, sendo, ainda assim, as faixas centrais as mais preponderantes.
Representa uma situação em que tanto a natalidade como a fecundidade tendem a diminuir.
De acordo com a estrutura etária em demografia o que significa, “envelhecimento na base” e
“envelhecimento no topo”?
As populações a partir da segunda metade do séc. XX, nomeadamente nos países desenvolvidos
como Portugal, tenderam a ficar progressivamente mais envelhecidas, com saldos naturais nulos ou
negativos não devido ao aparecimento de doenças ou epidemias, mas porque a percentagem de
jovens começou a diminuir relacionado com o declínio da fecundidade, provocando um
envelhecimento na base ou a percentagem de idosos aumenta graças à melhoria das condições
gerais de saúde, provocando o envelhecimento no topo. (Nazareth, 2004, pp. 118-119)
O envelhecimento na base, indica uma taxa de Natalidade diminuta, sendo a base da pirâmide
alimentada por menos indivíduos, comparada a um “ás de espadas”. O envelhecimento no topo
demonstra uma taxa de mortalidade bastante reduzida, tendo no topo da pirâmide também menos
indivíduos, a este tipo também se considera o “ás de espadas”.
Então as pirâmides representadas em forma de “ás de espadas” são fundamentalmente de
populações envelhecidas, com uma quebra tanto na fecundidade como da mortalidade. (Bárbara,
2007, p. 66)
O que entende por relações de masculinidade. Como se calculam as mesmas.
Fonte:
Bárbara, B. (2007). Demografia - Caderno de Apoio. Lisboa: Universidade Aberta.
Fonte:
Bárbara, B. (2007). Demografia - Caderno de Apoio. Lisboa: Universidade Aberta.
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Capítulo VII - Analise da natalidade, fecundidade e nupcialidade
Os conceitos de natalidade e fecundidade são bastante relevantes para que se possa
compreender devidamente os fenómenos demográficos que a nossa sociedade tem vindo a
enfrentar. É possível diferenciar a natalidade da fecundidade, na medida em que a primeira
remete para o número de nados-vivos em relação à população total, ao passo que a
fecundidade o faz relativamente ao número total de mulheres férteis (mais em frente explica-
se melhor a diferença entre natalidade e fecundidade).
A natalidade tem vindo a diminuir nas últimas décadas nos países mais desenvolvidos,
existindo, assim, um grande contraste com os países menos desenvolvidos, nos quais ela
ainda não começou a diminuir (ou começou há relativamente pouco tempo). Explicar as
causas deste declínio é mais difícil do que as da mortalidade, uma vez que estas podem
incluir fatores biológicos, culturais, sociais (entre outros), e a fertilidade masculina e
feminina, apesar de serem componentes importantes, não são suficientes para perceber as
variações da natalidade.
Em todo o caso, esta quebra na mortalidade nos países mais desenvolvidos está relacionada
com o fenómeno do envelhecimento demográfico, que leva a um alargamento do topo das
pirâmides etárias, que representam a população mais envelhecida (tal ocorre porque a quebra
na natalidade é acompanhada por uma quebra da mortalidade). É possível, ainda assim, dizer-
se que o aumento da qualidade de vida que as populações dos países mais envelhecidos
testemunham leva a uma quebra na taxa de natalidade, na medida em que existe um maior
acesso a serviços de saúde e a métodos contraceptivos.
A fecundidade, por sua vez, também é condicionada pelos fatores que estão presentes na
sociedade, quer estes sejam determinantes diretos (como é o caso dos contracetivos) ou
indiretos (a taxa de escolaridade, uma vez que esta pode, por exemplo, relacionar-se com o
grau de conhecimento que as novas gerações terão acerca do uso dos contracetivos).
Existem dois indicadores fundamentais no que diz respeito ao estudo da natalidade e da
fecundidade, ou seja, duas taxas algo rudimentares mas que devem ser calculadas com o
máximo de rigor possível e levando sempre em conta os censos de uma dada região. São elas:
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- A Taxa Bruta de Natalidade, que indica o número médio de nascimentos por cada 1000
habitantes numa dada região e por um determinado espaço de tempo, podendo ser calculada
em pares de anos. Para calcular a Taxa Bruta de Mortalidade é necessário utilizar a seguinte
fórmula:
Número de nascimentos X 1000 Polução total
Por exemplo, se num dado ano, numa região com a população de 1689 habitantes, o número
de nascimentos foi 25 e no ano seguinte de 30, então:
25+30 X 1000= 32.56 1689
- A Taxa de Fecundidade Geral, por sua vez, indica o número de nascimentos por cada 1000
mulheres que se encontrem no seu período fértil (entre os seus 19 e 59 anos) num dado
período de tempo (que pode também ser calculado em pares de anos). O seu cálculo é feito da
seguinte forma:
Número de nascimentos X 1000 Número de mulheres entre 19 e 59 anos
Existe, contudo, uma outra forma mais complexa de calcular a Taxa de Fecundidade Geral e
que está relacionada com os elementos que a constituem, isto é, a estrutura por idades e o
modelo do fenómeno. Assim, ao verificar a interação entre a estrutura (ou seja, os grupos de
idades) e os modelos (o modo como as mulheres estão distribuídas por grupos de idades) é
possível chegar a uma conclusão acerca da Taxa de Fecundidade Geral, apesar de esta ser
uma forma bastante mais complexa de a calcular.
Importa ainda referir que existem outros tipos particulares de fecundidade que podem ser
calculados e usados como indicadores demográficos de uma dada região. Assim, é importante
calcular o Índice Sintético de Fecundidade, que indica o número de filhos que uma mulher
teria ao longo do seu período fértil caso se mantivesse o mesmo contexto do período de
tempo que é analisado. Trata-se, portanto, de uma estimativa que resulta da soma das taxas de
fecundidade geral por idade durante um dado período de tempo. O seu cálculo é realizado da
seguinte maneira:
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1o. Primeiramente, calcular a média de nascimentos para cada um dos grupos etários
das mulheres férteis de uma dada região.
2o. Dividem-se pela população feminina em cada um dos grupos etários.
3o. Depois de se somar as taxas de fecundidade geral de cada grupo etário, deve
multiplicar-se esse valor pelo número de anos que compõe cada grupo etário,
ou seja, 5.
O valor que for obtido (por exemplo, 2) representa o número de filhos que uma mulher da
região que entre no seu período fértil terá, caso a situação em que vive não conheça
alterações relevantes.
Existem ainda algumas técnicas de análise de fecundidade que servem para aumentar o nosso
conhecimento acerca do comportamento da fecundidade numa dada região. Entre as
principais taxas que devem aqui ser enunciadas encontram-se:
- A Taxa Bruta de Reprodução, que indica uma proporção do número médio de nascimentos
femininos por cada mulher. O seu cálculo é realizado através da multiplicação do Índice
Sintético de Fecundidade pela Taxa de Feminilidade (taxa essa que demonstra a proporção do
número de nascimentos femininos em relação ao número total de nascimentos).
Por exemplo, se o Índice Sintético de Fecundidade for de 3.2 e a Taxa de Feminilidade 0.47,
então:
3.2X0.7= 1,504
Quero isto dizer que nasceram 1,504 crianças do sexo feminino por mulher.
- A Taxa Líquida de Reprodução, que é semelhante à Taxa Bruta de Reprodução, mas se
revela mais complexa, uma vez que leva também em conta o número de falecimentos entre o
sexo feminino. Para se obter o valor desta taxa é necessário multiplicar a Taxa de
Fecundidade Geral pela probabilidade de sobrevivência.
- Idade Média de Fecundidade, ou seja, a média de idade das mães aquando do nascimento
dos nados vivos, não levando em conta a mortalidade feminina.
Outras variáveis que importa levar em conta para compreender os fenómenos demográficos
de uma dada sociedade são a nupcialidade e o divórcio, que não são
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variáveis demográficas no sentido mais restrito do termo, uma vez que não afetam
diretamente as alterações da população de um dado lugar. Em todo o caso, é importante ter
em conta o fato de que estas variáveis poderem interferir diretamente com a fecundidade, na
medida em que um cada vez maior número de casamento tende a levar a um aumento do
número de novos nascimentos.
Ainda assim, é possível defender-se que, nos dias de hoje, existe uma separação entre
fecundidade e nupcialidade, uma vez que, devido a fatores sociais e culturais, o nascimento
de novas crianças já não está, para uma parte da população dos países desenvolvidos,
necessariamente relacionado com a realização dos matrimónios.
Ainda assim, continua a ser importante calcular a taxa de nupcialidade, que determina o
número de matrimónios por cada mil habitantes de uma dada região. A fórmula a utilizar é a
seguinte:
Número de casamentos X 1000 População total média
Assim, numa região em que o número de casamentos é 515 e a população total 10000, então
deve ser feito o seguinte cálculo:
515 X 1000= 51,5 10000
Capítulo VIII - Análise dos movimentos migratórios
Para além da natalidade e da fecundidade, e de maneira a compreender melhor a dinâmica
demográfica de uma dada região, torna-se também importante avaliar os movimentos
migratórios, que constituem um fenómeno de natureza diferente, uma vez que não remetem
para variáveis que determinam a variação natural de uma dada população. Assim, para se
compreender totalmente este fenómeno, importa levar em conta um contexto bastante
complexo que necessita de incluir fatores económicos, sociais, culturais, políticos, etc. É
preciso também prestar a devida atenção aos fatores externos que, referindo-se a
acontecimentos exteriores ao local de que falamos, não deixam de influenciar o
comportamento migratório da sua população (por exemplo, uma
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ameaça de um conflito, etc.). Podemos, portanto, dizer que compreender a forma como as
populações se deslocam é uma componente fundamental para que se perceba a dinâmica
demográfica de uma dada região.
Uma vez que a deslocação de grandes números de pessoas têm sido uma constante ao longo
da história da humanidade, é importante compreender as diferentes manifestações que ela
pode assumir e a forma como, ainda nos dias de hoje, a podemos analisar. Assim, podemos
primeiramente definir as migrações como deslocações de pessoas de uma zona para outra,
quer tal implique ou não uma mudança de residência. As causas que estão na origem destas
migrações podem ser de natureza diversa e incluir fatores económicos (a procura de uma
melhor qualidade de vida que não é possível de obter no local de origem), políticos (a
perseguição por parte de um regime), sociais (a existência de conflitos) ou mesmo ambientais
(o surgimento de catástrofes naturais). Quando se trata de migrações realizadas dentro de um
mesmo país, testemunhamos muitas vezes o fenómeno do chamado êxodo rural, m que uma
parte da população abandona uma zona rural para procurar melhores condições de vida num
meio urbano.
As migrações podem ser definidas no que toca à sua área, existindo:
- Migrações externas, que envolvem a deslocação para um país diferente, e que podem ser
intercontinentais (quando se muda de um continente para outro) ou intracontinentais (quando
se fica no mesmo continente).
- Migrações internas, que se realizam dentro de um mesmo país.
No que diz respeito à sua duração, as migrações podem ser:
- Definitivas ou permanentes- quando o migrante não tenciona voltar para o seu país de
origem e estabelecer-se permanentemente no local para onde se deslocou.
- Temporárias, quando o migrante tenciona ficar no novo local por um curto período de
tempo.
- Sazonais, quando são realizadas numa dada altura do ano e por um curto período de tempo.
É também importante distinguir entre:
- Imigrantes, que se referem aos indivíduos migrantes que entram num dado país.15
- Emigrantes, que se referem aos indivíduos migrantes que saem de um dado país.
Importa ainda referir as consequências demográficas e económicas da migração que afetam
os locais de partida e que são, em grande parte negativos (embora existam alguns positivos),
incluindo:
- Diminuição da taxa de natalidade- Diminuição da taxa de fecundidade- Diminuição da taxa
de crescimento natural- Diminuição da população absoluta e densidade populacional -
Envelhecimento da população- Aumento da taxa de mortalidade- Diminuição da população
ativa- Diminuição do dinamismo económico- Melhoria dos salários- Abandono dos campos
agrícolas nas áreas ruraisJá para os países de chegada as consequências incluem:- Aumento
da taxa de natalidade- Aumento da taxa de fecundidade- Aumento da taxa de crescimento
natural- Aumento da população absoluta- Aumento da densidade populacional-
Envelhecimento da população- Diminuição da taxa de mortalidade- Aumento da população
ativa-
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- Diminuição dos salários- Discriminação relativamente aos naturais- Crescimento de
conflitos sociais- Falta de habitação e consequentemente surgimento de bairros de lata
Apesar de as migrações não seguirem um padrão definido e fácil de calcular, se nos
limitarmos a levar em conta os óbitos e os nascimentos para estudar as alterações da
população (ou seja, calcular o saldo natural ou dinâmica natural) a nossa visão da dinâmica
demográfica será bastante redutiva. Assim, o primeiro passo para incluir os movimentos
migratórios nos estudos demográficos é o de calcular a dinâmica total de uma população, que
se descobre se se levar em conta tanto a dinâmica natural como a dinâmica migrat
Importa, pois, calcular a Taxa de Crescimento Anual Média, que se obtém através da soma do
saldo natural com o saldo migratório, ou seja:
Taxa de Crescimento Anual Média= Saldo natural +saldo migratório
Se o saldo natural se calcula através da diferença entre óbitos e nascimentos, o saldo
migratório é calculado através da diferença entre o número de população que abandonou uma
região e o número que entrou nessa região.
Para analisar os movimentos migratórios é possível recorrer tanto a métodos diretos como
métodos indiretos, sendo os primeiros aqueles que lidam diretamente com os dados
disponíveis e que se traduzem em taxas brutas. Estes métodos diretos podem incluir:
- Taxa bruta de emigração, que indica o número de emigrantes por cada 1000 habitantes e se
calcula da seguinte forma:
Número de emigrantes X 1000 População total média
- Taxa bruta de imigração, que indica o número de imigrantes por cada 1000 habitantes e se
calcula da seguinte forma:
Número de imigrantes X 1000
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População total média- Taxa bruta de migração total, que se calcula através da seguinte
formula,
Número emigrantes+ de imigrantes X 1000 População total média
Contudo, é uma vez que nem sempre é possível encontrar dados vigorosos e fiáveis
relativamente aos movimentos migratórios de uma região (problema com que os estudos
demográficos frequentemente se deparam), torna-se por vezes necessário recorrer a métodos
indiretos, que pretendem estudar a intensidade e dimensão de movimentos migratórios que
não podem ser analisados diretamente, e entre os quais se contam o método da equação de
concordância.
Bibliografia:
Backstrom, B. (2007). Demografia: Caderno Apoio. Lisboa: Universidade Aberta.
Editorial Presença.
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