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Unidade Curricular de

Demografia - 41018_15
Resumo dos tópicos trabalhados
2015/2016

Capítulo I - Ciência da População: A progressiva maturação da complexidade do seu


objecto de estudo.
Sendo a demografia a ciência que se dedica ao estudo da população, é importante reconhecer
o contributo que ela pode dar para a compreensão do nosso mundo e da forma como a
população vai evoluindo ao longo do tempo. Assim, é importante compreender a forma como
a demografia se foi constituindo como uma ciência ao longo dos tempos.
Se é verdade que alguns filósofos dos tempos antigos já haviam dados os primeiros passos no
sentido de criar uma análise científica da população (com Platão e Aristóteles, por exemplo, a
tentar encontrar a melhor forma de manter a população estável e num nível justo) foi só no
século que as ideias acerca da população se separaram de questões morais e a visão
mercantilista da sociedade permitiu dar um enorme passo no sentido de o estudo da
população se tornar numa ciência autónoma. As ideias mercantilistas de aumento de riqueza
ligaram-se, assim, a ideias de populacionismo ̧ que defendiam o aumento da população como
forte fator de estabilidade e crescimento. Entre os principais autores pertencentes a esta
corrente populacionista encontramos os nomes de Jean Bodin, Vauban e mesmo Maquiavel,
no caso italiano. No entanto, é em Inglaterra que os principais pensadores sobre o tema
começam a chegar à conclusão de que a questão populacional deve ser analisada de maneira
independente e sem levar necessariamente em conta as relações que têm com questões
económicas, políticas, sociais, etc (importa referir nomes como o de William Petty e Edmund
Halley). Entre os primeiros demógrafos da história, que importa referir, encontra-se, por
exemplo,Achille Guillard, que olhava para demografia como uma história natural e social da
espécie humana, e também como um conhecimento aprofundado das populações e suas
mutações.
No que diz respeito às teorias demográficas, que procuram explicar e prever as alterações na
população, estas são bastantes numerosas e relevantes. No entanto, duas em específico devem
ser mencionadas com especial atenção: o malthusianismo e a teoria da transição demográfica.
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O Malthusianismo é uma corrente de pensamento demográfico que partiu da obra de Thomas
Malthus, Ensaio Sobre o Princípio da População, escrito em finais do século XVIII. São três
os principais temas que compõem o essencial desta teoria:
- População e subsistências- Para Malthus, o mesmo diferencia em duas leis antagónicas :
tanto a população como as suas formas de subsistência crescem progressivamente (a primeira
em progressão geométrica e a segunda em progressão aritmética), o que leva a que a
população cresça ao ponto de duplicar a cada 25 anos, e a das subsistências, cresce em
progressão aritmética.
- Obstáculos ao crescimento da população- Para Malthus, os obstáculos ao crescimento
podem ser de natureza positiva ou negativa, referindo-se os primeiros (de caráter regressivo)
a acontecimentos que limitam a vida humana e a sua sobrevivência (como fomes ou
epidemias), e os segundos (de caráter preventivo) a medidas que limitam a fecundidade,
como é o caso do uso de contracetivos, casamentos adiados, casamentos tardios, ou ate
celibato no caso de pessoas pobres.
- Remédios- Malthus aponta a obrigação moral como o único obstáculo que não perturba o
ser humano e que pode ser usado para controlar as variações demográficas.
Assim, nos séculos que se seguiram à vida e obra de Malthus, um grande número de autores
serviu-se das suas teorias para defender o controlo do aumento da população, sobretudo
através de medidas que prevenissem a fecundidade, apesar de tais perspetivas não serem
consensuais e existir também uma corrente antimalthusiana.
Já a Teoria da Transição Demográfica, surgida primeiramente nos anos 40, defende que os
países que se vão desenvolvendo passam por um processo que altera a situação inicial, em
que tanto a natalidade como a mortalidade são elevadas, para uma situação em que as duas
apresentam valores bastante baixos. Existem, contudo, diversas fases de transição entre estas
duas fases: nomeadamente quando a taxa de mortalidade começa a diminuir (devido à
melhoria nas condições de vida e acesso aos cuidados de saúde), mas sem que o mesmo
ocorra ainda com a natalidade. Só mais tarde, com a adoção de contracetivos e um melhor
conhecimento e controlo da fecundidade é que esta diminui também. Este processo tem sido
testemunhado ao longo do desenvolvimento e industrialização de diversas sociedades, pelo
que é importante ter em conta esta teoria para compreender os fenómenos de transformação
demográfica que os países ainda em desenvolvimento poderão vir a conhecer, assim a ideia
desta teoria demostrar a existência dos efeitos da modernização nas condutas demográficas
Conforme a teoria da transição demográfica todos os países já passaram ou vão ter que passar
por quatro fases de evolução:
Fase de “quase-equilíbrio" antigo ou de “pre-transição”: identificada por uma mortalidade e
fecundidade elevadas , que leva a um crescimento natural da população reduzido;
Fase de declínio da mortalidade e da consequente aceleração do crescimento natural da
população, isto devido a melhoria nas condições tanto da saúde como no aspeto de higiene
Fase do declinio da. Fecundidade : com a mortalidade a declinar com um ritmo bastante
moderado e o crescimento natural da população diminui de intensidade, como consequência
de uma vida apoiada por meios modernos.
Fase do “quase-equilibrio” moderno: baixos níveis de mortalidade ao igual que a
fecundidade; o crescimento natural da população tende para zero.

A maior parte dos países do mundo já passaram pela segunda fase – declínio de mortalidade e
quase todos já chegaram á terceira fase que corresponde ao declínio da fecundidade.

Para conhecer mais detalhadamente os principais aspetos demografia e seus objetivos,


devemos referir que esta ciência procura analisar grupos delimitados de pessoas, cuja união
tenha algum significado social, e focando a sua dimensão, estrutura e distribuição. A
demografia pode focar-se num momento temporal preciso, mas pode também avaliar
alterações ocorridas ao longo do tempo, e nesse caso terá de ter em conta a intensidade e
direção das mudanças. Esta ciência também se preocupa com as principais variáveis que
determinam a variação da população (natalidade, mortalidade e migração), bem como com os
seus efeitos e impactos nas alterações demográficas e no comportamento das populações. A
demografia tem, pois, o objetivo de estudar a população de um dado lugar, levando também
em conta as suas variações ao longo do tempo.
Uma das principais razões pelas quais a demografia é, hoje, uma ciência ao mesmo tempo
una e diversa é o fato de os seus métodos quantitativos (que serviam para mensurar variáveis
importantes) terem já dado lugar a outros métodos que ultrapassam a mera componente
descritiva, sem que estes deixem, contudo, de ter como base comum os primeiros passos
metodológicos efetuados no início desta ciência. Assim, existem abordagens como:
- a análise demográfica, que leva em conta os fenómenos concretos verificados nas
populações e as variáveis demográficas dependentes e independentes.
- a demografia histórica, que estuda retrospetivamente a evolução das populações numa
época passada.
- a demografia social, que estuda a relação entre os movimentos da população e as vivências
em sociedade.
Como vemos, para além da análise demográfica mais simples, existem duas grandes
componentes importantes da demografia: a histórica e a social, podendo outras ser referidas
(a política, ecológica, etc.).

Demografia A ciência da população no que confere a progressiva maturação da complexidade


do seu objecto de estudo que corresponde ao capitulo 1 do manual. Identificar as principais
fases da constituição da Demografia como ciência:
Demografia como ciência aparece na 2ª metade do sec.XVIII Platão e Aristóteles
fundamentam o mesmo pensamento a defesa de uma população com um crescimento
próximo do zero, de forma a tornar possível a existência de um equilíbrio social, politico e
económico. Platao defende medidas que tenham como objectivo proteger a família , assegurar
a transmissão da terra a um único herdeiro, Aristoteles mais realista que Platao o seu
pensamento debroça-se a encontrar um nr estável de habitantes não defende a existência de
um nr fixo de habitantes, ao aperceber se que a mortalidade e a natalidade fazem variar o
voloume populacional. Polibio constata que o pais esta em decadência , devido a
deteriorizaçao dos costumes ( vaidade, amor pelos bens materiais, recusa do casamento)
Pensamento dos primeiros demógrafos Achille Guillard em 1855 inventou o nome de
“Demografia Comparada”, define demografia num sentido maior, abrange a historia natural e
social da espécie humana, em sentido restrito abrange o conhecimento matemático das
populações dos seus movimentos gerais , do seu estado físico, intelectual e moral. Henry
(1981) para ele Demografia e a ciência que tem por objecto o estudo cientifico das
populações humanas no que diz respeito a sua dimensão , estrutura e características gerais
analizadas principalmente do ponto de vista quantitativo W.Petersen “a demografia pode ser
definida em sentido restrito e em sentido lato. Ele defende que o crescimento da população e
um processo auto estruturado. Ross em 1982
A demografia e o estudo quantitativo das populações humanas e das mudanças nela ocorridas
devido ao nascimento, óbitos e migrações. Em Landry (1945) Foi o grande passo na
afirmação da Demografia como uma ciência, ao focar e tomar consciência da questão da
necessidade de um rigor quantitativo.
Principais características do pensamento de Mathusiano Thomas Malthus, padre ingles viveu
no sec.XVIII professor de historia moderna e economia politica em Inglaterra.
O pensamento de Thomas Malthus e explicado em trono de 3 temas: -Populaçao e
Subsistencias, obstáculos e remedios
No 1 tema população e subsistema Malthu distingue das leis Antagonicas - a lei da Populaçao
que cresce em progressão aritmética( 1,2,3,4,5,6) - a lei da população Geométrica
( 1,2,4,8,16) Ele define nesse estudo que quando uma população não e controlada duplica
todos os 25 anos. No 2 tema Obstáculos ao crescimento da população ele distingue 2 - os
positivos (ou regressivos), que so os que de algum modo diminuem a raça humana(pobreza,
fome, etc) - os preventivos, que são os que levam á diminuição da fecundidade,(casamentos
tardios, etc) No tema 3 remédios, Malthus afirma que o único obstáculo que não prejudica
nem a felicidade moral, nem a felicidade material e a obrigação moral. A teoria da Transição
Demográfica Foi descrita pela 1ªvez nos anos 40 Foi Notestein(1945) que descrevou a
definição clássica desta teoria, seguindo –se Blacker(1947) e outros e define-se do seguinte
modo: Existem uma serie de estádios durante os quais a população se move de uma situação
onde tanto a mortalidade como a natalidade são altas, para uma posição onde tanto a
mortalidade como a natalidade são baixas. Segundo a mesma teoria todos os países passaram
ou terão d passar por 4 fases da evolução: Fase do “quase-equilíbrio” antigo ( pre-transiçao)
Fase do declínio da mortalidade e da consequente aceleração do crescimento natural da
população. Fase do declínio da fecundidade , a mortalidade continua a cair embora num ritmo
mais moderado. Fase do “ quase –equilibrio” moderno aqui a mortalidade como a
fecundidade atingem o mesmo nível baixo. Crescimento da população e zero. Aspectos
fundamentais do objecto de estudo da Demografia E a ciência que estuda a dinâmica
populacional humana por meio de estatísticas que utilizam como critérios a religião, a
educação, etnia e outros. O termo “demografia” foi usado pela 1 vez em 1855 por Achille
Guillard no seu livro onde o objectivo e estudar a estrutura da população esta distribuída no
físico (urbano, rural) e a sua composição que pode ser estudada quer a nível de sexo, faixa
etária e outras características. Unidade e diversidade da Demografia Embora a demografia
seja vista como o estudo quantitativo da população humana esta ciência tem se desenvolvido.
Existe uma demografia formal ou Analise Demográfica onde se analisam apenas as variáveis
as variáveis dependentes ou seja macrodemograficas e independentes microdemograficas. A
analise demográfica estuda os fenómenos demográficos observados em populações exactas.
Demografia Histórica e mais do que qualquer outra ciência social . a demografia histórica
deixou de ser uma ciência auxiliar , residual, para passar a ser uma ciência que se automatiza
com métodos e técnicas próprias diferentes dos outros ciências inclusive da própria
demografia. Demografia Social estuda a relação existente entre o estado das populações ou
movimentos da população e a vivencia das sociedades. Trata dos sistemas demográficos de
uma forma abrangente encarando as relações com os outros sistemas( politica, religião , etc)
Principais etapas da metodologia da Demografia A demografia tem como principal objecto o
estudo cientifico da população . estuda conjuntos de pessoas em vz de pessoas isoladas
Preocupa-se com os aspectos estáticos mas também com os dinâmicos Analisa os factores
responsáveis pelas mudanças ocorridas no estado da população Estuda as ligações existentes
entre as diversas variáveis demográficas Preocupa se com as causas e com as consequências
da evolução do sistemas demográfico

Capítulo II - A explosão demográfica: Um velho problema com novas dimensões


Se os primórdios da história humana testemunharam uma variação demográfica instável e
impossível de levar a conclusões definitivas e unívocas, já os séculos que antecederam a
Revolução Francesa testemunharam um identificável e ligeiro aumento populacional.
Contudo, foi a partir da época da industrialização que teve lugar um novo fenómeno que pode
ser referido como explosão demográfica ̧ e que se caraterizou por um grande aumento da
população que começou a ter lugar a partir da segunda metade do século XVIII e cuja
dimensão europeia impossibilita que se a explique apenas através da industrialização (uma
vez que esta industrialização ocorreu apenas em alguns países nesta fase).
Para explicar esta explosão, Dupâquier construiu um modelo complexo e dinâmico que
incluía diversas componentes e que está dividido em quatro etapas:
-1 etapa- 1650-1750 crises de mortalidade ocasionais levam a que as populações encontrem
mecanismos reguladores que aumentem a nupcialidade e os nascimentos.
- 2 Etapa segunda metado do séc XVIII - ligeiro aumento da população e do número de
jovens no ativo potencia um desenvolvimento de uma indústria que dispõe de muita mão-de-
obra, a abundancia de mão de obra leva o baixo preço de mao de obra, como resultado
surgem tensões sociais e origina conflitos.
- 3 Etapa primeira metado do século XIX, o crescimento demográfico ocorre devido a uma
diminuição da idade média de casamentos e aumento do número de nascimentos, , surge a
emigração movimento migratório para o outro lado do Atlántico,
- 4 Etapa (segunda metade do sécuo XIX), as cada vez melhores condições de saúde e
higiene levam a que a mortalidade também diminua.
Assim, esta teoria de Dupâquier pode ser resumida, referindo que, para este demógrafo, o
progresso tecnológico e o rejuvenescimento da população deram origem a um arranque
industrial. Este levou a que diminuísse a idade média dos casamentos (o que aumentou o
número de nascimentos) e a que houvesse cada vez melhores condições de saúde (o que
limitou o número de óbitos). Tudo isto em conjunto explica a origem da explosão
demográfica.
Apesar de o resto do mundo, fora da Europa, ter conhecido um desenvolvimento diferente,
não deixa de ser relevante apontar que, nos dias de hoje, a população mundial continua a
aumentar, sobretudo nos países ainda não desenvolvidos.

Capítulo III - Aspetos iniciais de uma investigação em análise demográfica


Volume populacional ou densidade populacional refere-se ao número de indivíduos de uma
determinada população num determinado espaço e tempo, e está dependente de nascimentos,
óbitos e migrações.
Existem 3 ritmos de crescimento populacional: positivo, quando o número crescente de
nascimentos, negativo, número decrescente de nascimentos e nulo quando a populaão não
sofre alterações.
Tempo de duplicação em anos é o tempo necessário para que o numero de algo duplique,
neste caso refere ao número de população, pode ser feito os cálculos com base na lógica do
cálculo da taxa de crescimento geométrica.
Para se poder levar a cabo uma investigação demográfica, duas componentes bastante
importantes que devem ser assimiladas são o cálculo dos ritmos de crescimento demográfico,
bem como as estruturas demográficas.
Assim, para se analisar os ritmos de crescimento é preciso ter em conta os instrumentos que
devem ser usados para manusear os dados demográficos obtidos. É importante que se
calculem taxas, que são o instrumento de medida mais usado em análises demográficas, e que
se caraterizam por medir a frequência de um dado fenómeno demográfico numa população
durante um certo período de tempo. Para se calcular esta taxa é sempre necessário dividir um
número por outro: por exemplo, o número de óbitos pelo da população total. As mais usadas
são as chamadas taxas brutas, que medem precisamente a frequência de um dado
acontecimento demográfico por cada mil habitantes.
Existe, para além das taxas brutas, um tipo especial de taxa, conhecido como proporção e que
tem a característica de verificar a frequência de uma ocorrência dentro de um conjunto em
que esta ocorrência está também inserida. Por exemplo, a proporção de mulheres no conjunto
total, que inclui tanto homens como mulheres.
Tendo tudo isto em conta é possível dizer que os diversos tipos de crescimento incluem:
- o crescimento positivo, quando a população aumenta,- o crescimento negativo, quando a
população diminui,- o crescimento nulo, quando a população se mantém igual.
Já no que diz respeito à análise das estruturas demográficas de uma população, importa
referir que esta pretende perceber de que maneira se distribuem os diferentes perfis
demográficos e os indivíduos que compõem a população de um dado lugar. Alguns aspetos a
ter em conta são:
- a densidade populacional, que calcula o número de habitantes que, em média, habitam em
cada km2 região a analisar, o que leva a que, muitas vezes, se divida uma
da

grande região em outras regiões mais pequenas de maneira a que os cálculos se tornem mais
fáceis.
- repartição por sexo e idade, que se revelam as categorias primordiais de qualquer análise
demográfica. As diferenças entre sexos poderão ser importantes para compreender as
clivagens biológicas e mesmo culturais de uma sociedade, ao passo que a distinção entre
grupos de idades permite ter uma ideia mais clara da forma como a população de uma dada
região poderá ou não mudar o seu comportamento socio- demográfico de acordo com a idade
dos seus habitantes.
Neste contexto, tornam-se relevantes as chamadas pirâmides etárias, que ordenam as
diferentes faixas etárias e os sexos num mesmo gráfico (sendo os homens representados nas
colunas à esquerda e as mulheres à direita). Diferentes pirâmides etárias, cada uma revelando
uma dada realidade demográfica, podem dar indícios bastante importantes acerca da
população.
Alguns exemplos de tipos de pirâmides incluem:
- pirâmide em acento circunflexo, que representa uma população bastante jovem: assim, em
países em que a natalidade é bastante grande e a mortalidade também, as pirâmides etárias
apresentam uma base bastante larga, que vai diminuindo à medida que nos aproximamos das
idades mais envelhecidas.
- pirâmide em urna, em que população que se encontra no meio (nem demasiado jovem nem
demasiado velha) é a mais preponderante, sendo a base a parte que apresenta valores mais
pequenos. É comum em locais em que a fecundidade conhece uma progressiva diminuição.
- em às de espadas, que representa uma população envelhecida, e na qual o topo da pirâmide
é maior que o a base, sendo, ainda assim, as faixas centrais as mais preponderantes.
Representa uma situação em que tanto a natalidade como a fecundidade tendem a diminuir.
 De acordo com a estrutura etária em demografia o que significa, “envelhecimento na base” e
“envelhecimento no topo”? 

As populações a partir da segunda metade do séc. XX, nomeadamente nos países desenvolvidos
como Portugal, tenderam a ficar progressivamente mais envelhecidas, com saldos naturais nulos ou
negativos não devido ao aparecimento de doenças ou epidemias, mas porque a percentagem de
jovens começou a diminuir relacionado com o declínio da fecundidade, provocando um
envelhecimento na base ou a percentagem de idosos aumenta graças à melhoria das condições
gerais de saúde, provocando o envelhecimento no topo. (Nazareth, 2004, pp. 118-119)
O envelhecimento na base, indica uma taxa de Natalidade diminuta, sendo a base da pirâmide
alimentada por menos indivíduos, comparada a um “ás de espadas”. O envelhecimento no topo
demonstra uma taxa de mortalidade bastante reduzida, tendo no topo da pirâmide também menos
indivíduos, a este tipo também se considera o “ás de espadas”.
Então as pirâmides representadas em forma de “ás de espadas” são fundamentalmente de
populações envelhecidas, com uma quebra tanto na fecundidade como da mortalidade.  (Bárbara,
2007, p. 66)
O que entende por relações de masculinidade. Como se calculam as mesmas. 

As relações de masculinidade é a relação, numa população, entre o efetivo masculino e o efetivo


feminino. Numa geração, sem trocas migratórias, devido à sobre mortalidade masculina, esta
relação é sempre decrescente passando de 1,05 à nascença para um valor na ordem de 0,30 aos 100
anos. As pirâmides nunca são simétricas pois o nº de nascimentos femininos é diferente do nº de
nascimentos masculinos.
Calculam-se as relações de masculinidade em cada grupo de idades dividindo os efetivos masculinos
pelos efetivos femininos e multiplicando o resultado por 100:  RM = (nascimentos masculinos/
nascimentos femininos) x 100. (Bárbara, 2007, p. 84;140)
A relação de masculinidade é um índice que nos permite observar o número de nascimentos
masculinos por cada 100 nascimentos femininos

Fonte:  
Bárbara, B. (2007). Demografia - Caderno de Apoio. Lisboa: Universidade Aberta.

Fonte:  
Bárbara, B. (2007). Demografia - Caderno de Apoio. Lisboa: Universidade Aberta.

Capítulo IV - Sistemas de informação demográfica e análise da qualidade de dados


Os principais sistemas de informação demográfica são aqueles aos quais os demógrafos
deverão ir buscar os dados de que precisam para realizar devidamente os seus estudos. É,
assim, importante que estes saibam recorrer a dados fiáveis e às devidas fontes.
Entre as principais fontes às quais o demógrafo deve recorrer contam-se:
- os recenseamentos, ou censos, que se referem a um conjunto de procedimentos que
permitem conhecer as características de toda a população de um dado território numa dada
data. Os dados recolhidos através dos censos (que em Portugal são realizados de dez em dez
anos) devem especificar detalhes sobre a repartição da população, nomeadamente a respeito
do sexo, idade, profissão, etc. Apesar destes censos resultarem, sobretudo, de decisões
governamentais (que pretendem saber mais sobre as populações antes de implementar
medidas) não deixam de ser uma preciosa fonte para o trabalho dos demógrafos.
- estatísticas demográficas de registo civil, tendo por base os boletins do registo civil, estas
estatísticas dão informação relativa aos nascimentos, casamentos, óbitos, divórcios, entre
outros. Deverão também dar informações sobre a repartição administrativa e caraterísticas
dos indivíduos. Tal como os censos, as principais razões que levam à recolha destes dados
prende-se mais com intenções alheias aos estudos demográficos (nomeadamente o controlo
da migração) mas estes não deixam de ser uma preciosa fonte de informação para os
sociólogos.
Uma vez obtidos estes dados é importante testar a sua qualidade, de maneira a garantir a sua
fiabilidade. Assim, alguns dos testes que os demógrafos podem usar são:
- a relação da masculinidade dos nascimentos, que se revela um bom indicador da fiabilidade
dos dados e permite ver se terá havido algum erro a nível dos registos de nascimentos. O que
se procura calcular é a relação dos nados vivos do sexo masculino com os do sexo feminino,
isto tendo em conta que, nos países desenvolvidos, esta relação se situa por volta de 105, ou
seja, por cada 100 raparigas nascem 105 rapazes.
O cálculo deve ser realizado através da seguinte fórmula: (nascimentos masculinos/
nascimentos femininos) x 100
- índice de irregularidade de idades, que pretende verificar se existe ou não uma concentração
em determinadas idades.
- índice combinado das Nações Unidas, é o mais indicado para utilizar quando lidamos com
dados demográficos que podem distribuídos em grupos separados por sexo e idades
quinquenais. Este índice implica que se calcule o índice da regularidade dos sexos bem como
o índice regular de idades de cada um deles para depois se calcular o ICNU e avaliá-lo de
acordo com os parâmetros que nos são dados pela ONU (em que um índice inferior a 20 é
sinal positivo e um superior a 20 negativo).

Capítulo VI - O estudo da análise mortalidade


Juntamente com a natalidade e a migração, a mortalidade revela-se uma das variáveis mais
importantes para que se possa conhecer as variações demográficas testemunhadas por uma
dada população. Assim, é importante ter em conta o número de óbitos que ocorrem num dado
período de tempo, de maneira a calcular as taxas de mortalidade.
Nos séculos anteriores, a mortalidade europeia era particularmente alta, o que se devia a
fenómenos mortíferos como fomes e epidemias. No entanto, uma das características
demográficas do século XX, foi a redução brutal da mortalidade, o que, como é sabido, se
ficou a dever a fatores sanitários, económicos, sociais e médicos. Como consequência desta
redução, aumentou também a esperança média de vida. Registe-se, contudo, que a
mortalidade não se alterou da mesma forma em todos os países do mundo, e que algumas
nações menos desenvolvidas continuam a apresentar taxas de mortalidade bastante elevadas.
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Uma das principais taxas a calcular neste contexto é a Taxa Bruta de Mortalidade, que se
calcula através da divisão do número de óbitos de um dado período de tempo, pela população
média. A formula a utilizar é a seguinte:
Número de óbitos X 1000 Polução total
No entanto, e como esta taxa bruta se revela insuficiente, na medida em que não discrimina o
fenómeno da mortalidade pelas mais diversas faixas etárias, é importante que se calculem
também taxas como:
- Taxa de mortalidade infantil clássica, que calcula a taxa dos óbitos com menos de um ano
de vida, e que é um bom indicador da qualidade de vida das populações. É calculada da
seguinte maneira:
Número de óbitos com menos de um ano de vida X 1000 nascimentos médios
Uma vez calculados o número de óbitos com menos de um ano de vida, importa referir que
estes podem ser explicados por fatores de ordem endógena e exógena. Os primeiros estão
relacionados com fatores sociais e o ambiente em que a criança nasce, ou seja, a qualidade
dos serviços de saúde, a alimentação que recebe, etc. Já os fatores de ordem endógena
relacionam-se com as características individuais de cada criança (por exemplo, doenças que
poderia ter já ao nascer).
- Taxa de Mortalidade Infantil Néo-Natal, que remete para os óbitos com menos de 28 dias de
vida.
- Taxa de Mortalidade Infantil Néo-Natal, que inclui os óbitos entre os 28 e os 365 dias de
vida.
Outro aspeto que se encontra relacionado com a taxa de mortalidade é o da Esperança Média
de Vida. Este indicador, aponta o número de anos de vida que um individuo irá em média
viver se, no momento em que nascer, as condições socioeconómicas não forem alteradas.
Trata-se, portanto, de um indicador de mortalidade global.

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Capítulo VII - Analise da natalidade, fecundidade e nupcialidade
Os conceitos de natalidade e fecundidade são bastante relevantes para que se possa
compreender devidamente os fenómenos demográficos que a nossa sociedade tem vindo a
enfrentar. É possível diferenciar a natalidade da fecundidade, na medida em que a primeira
remete para o número de nados-vivos em relação à população total, ao passo que a
fecundidade o faz relativamente ao número total de mulheres férteis (mais em frente explica-
se melhor a diferença entre natalidade e fecundidade).
A natalidade tem vindo a diminuir nas últimas décadas nos países mais desenvolvidos,
existindo, assim, um grande contraste com os países menos desenvolvidos, nos quais ela
ainda não começou a diminuir (ou começou há relativamente pouco tempo). Explicar as
causas deste declínio é mais difícil do que as da mortalidade, uma vez que estas podem
incluir fatores biológicos, culturais, sociais (entre outros), e a fertilidade masculina e
feminina, apesar de serem componentes importantes, não são suficientes para perceber as
variações da natalidade.
Em todo o caso, esta quebra na mortalidade nos países mais desenvolvidos está relacionada
com o fenómeno do envelhecimento demográfico, que leva a um alargamento do topo das
pirâmides etárias, que representam a população mais envelhecida (tal ocorre porque a quebra
na natalidade é acompanhada por uma quebra da mortalidade). É possível, ainda assim, dizer-
se que o aumento da qualidade de vida que as populações dos países mais envelhecidos
testemunham leva a uma quebra na taxa de natalidade, na medida em que existe um maior
acesso a serviços de saúde e a métodos contraceptivos.
A fecundidade, por sua vez, também é condicionada pelos fatores que estão presentes na
sociedade, quer estes sejam determinantes diretos (como é o caso dos contracetivos) ou
indiretos (a taxa de escolaridade, uma vez que esta pode, por exemplo, relacionar-se com o
grau de conhecimento que as novas gerações terão acerca do uso dos contracetivos).
Existem dois indicadores fundamentais no que diz respeito ao estudo da natalidade e da
fecundidade, ou seja, duas taxas algo rudimentares mas que devem ser calculadas com o
máximo de rigor possível e levando sempre em conta os censos de uma dada região. São elas:
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- A Taxa Bruta de Natalidade, que indica o número médio de nascimentos por cada 1000
habitantes numa dada região e por um determinado espaço de tempo, podendo ser calculada
em pares de anos. Para calcular a Taxa Bruta de Mortalidade é necessário utilizar a seguinte
fórmula:
Número de nascimentos X 1000 Polução total
Por exemplo, se num dado ano, numa região com a população de 1689 habitantes, o número
de nascimentos foi 25 e no ano seguinte de 30, então:
25+30 X 1000= 32.56 1689
- A Taxa de Fecundidade Geral, por sua vez, indica o número de nascimentos por cada 1000
mulheres que se encontrem no seu período fértil (entre os seus 19 e 59 anos) num dado
período de tempo (que pode também ser calculado em pares de anos). O seu cálculo é feito da
seguinte forma:
Número de nascimentos X 1000 Número de mulheres entre 19 e 59 anos
Existe, contudo, uma outra forma mais complexa de calcular a Taxa de Fecundidade Geral e
que está relacionada com os elementos que a constituem, isto é, a estrutura por idades e o
modelo do fenómeno. Assim, ao verificar a interação entre a estrutura (ou seja, os grupos de
idades) e os modelos (o modo como as mulheres estão distribuídas por grupos de idades) é
possível chegar a uma conclusão acerca da Taxa de Fecundidade Geral, apesar de esta ser
uma forma bastante mais complexa de a calcular.
Importa ainda referir que existem outros tipos particulares de fecundidade que podem ser
calculados e usados como indicadores demográficos de uma dada região. Assim, é importante
calcular o Índice Sintético de Fecundidade, que indica o número de filhos que uma mulher
teria ao longo do seu período fértil caso se mantivesse o mesmo contexto do período de
tempo que é analisado. Trata-se, portanto, de uma estimativa que resulta da soma das taxas de
fecundidade geral por idade durante um dado período de tempo. O seu cálculo é realizado da
seguinte maneira:

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 1o. Primeiramente, calcular a média de nascimentos para cada um dos grupos etários
das mulheres férteis de uma dada região.
 2o. Dividem-se pela população feminina em cada um dos grupos etários.
 3o. Depois de se somar as taxas de fecundidade geral de cada grupo etário, deve
multiplicar-se esse valor pelo número de anos que compõe cada grupo etário,
 ou seja, 5.
O valor que for obtido (por exemplo, 2) representa o número de filhos que uma mulher da
região que entre no seu período fértil terá, caso a situação em que vive não conheça
alterações relevantes.
Existem ainda algumas técnicas de análise de fecundidade que servem para aumentar o nosso
conhecimento acerca do comportamento da fecundidade numa dada região. Entre as
principais taxas que devem aqui ser enunciadas encontram-se:
- A Taxa Bruta de Reprodução, que indica uma proporção do número médio de nascimentos
femininos por cada mulher. O seu cálculo é realizado através da multiplicação do Índice
Sintético de Fecundidade pela Taxa de Feminilidade (taxa essa que demonstra a proporção do
número de nascimentos femininos em relação ao número total de nascimentos).

Por exemplo, se o Índice Sintético de Fecundidade for de 3.2 e a Taxa de Feminilidade 0.47,
então:
3.2X0.7= 1,504
Quero isto dizer que nasceram 1,504 crianças do sexo feminino por mulher.
- A Taxa Líquida de Reprodução, que é semelhante à Taxa Bruta de Reprodução, mas se
revela mais complexa, uma vez que leva também em conta o número de falecimentos entre o
sexo feminino. Para se obter o valor desta taxa é necessário multiplicar a Taxa de
Fecundidade Geral pela probabilidade de sobrevivência.
- Idade Média de Fecundidade, ou seja, a média de idade das mães aquando do nascimento
dos nados vivos, não levando em conta a mortalidade feminina.
Outras variáveis que importa levar em conta para compreender os fenómenos demográficos
de uma dada sociedade são a nupcialidade e o divórcio, que não são
13
variáveis demográficas no sentido mais restrito do termo, uma vez que não afetam
diretamente as alterações da população de um dado lugar. Em todo o caso, é importante ter
em conta o fato de que estas variáveis poderem interferir diretamente com a fecundidade, na
medida em que um cada vez maior número de casamento tende a levar a um aumento do
número de novos nascimentos.
Ainda assim, é possível defender-se que, nos dias de hoje, existe uma separação entre
fecundidade e nupcialidade, uma vez que, devido a fatores sociais e culturais, o nascimento
de novas crianças já não está, para uma parte da população dos países desenvolvidos,
necessariamente relacionado com a realização dos matrimónios.
Ainda assim, continua a ser importante calcular a taxa de nupcialidade, que determina o
número de matrimónios por cada mil habitantes de uma dada região. A fórmula a utilizar é a
seguinte:
Número de casamentos X 1000 População total média
Assim, numa região em que o número de casamentos é 515 e a população total 10000, então
deve ser feito o seguinte cálculo:
515 X 1000= 51,5 10000
Capítulo VIII - Análise dos movimentos migratórios
Para além da natalidade e da fecundidade, e de maneira a compreender melhor a dinâmica
demográfica de uma dada região, torna-se também importante avaliar os movimentos
migratórios, que constituem um fenómeno de natureza diferente, uma vez que não remetem
para variáveis que determinam a variação natural de uma dada população. Assim, para se
compreender totalmente este fenómeno, importa levar em conta um contexto bastante
complexo que necessita de incluir fatores económicos, sociais, culturais, políticos, etc. É
preciso também prestar a devida atenção aos fatores externos que, referindo-se a
acontecimentos exteriores ao local de que falamos, não deixam de influenciar o
comportamento migratório da sua população (por exemplo, uma

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ameaça de um conflito, etc.). Podemos, portanto, dizer que compreender a forma como as
populações se deslocam é uma componente fundamental para que se perceba a dinâmica
demográfica de uma dada região.
Uma vez que a deslocação de grandes números de pessoas têm sido uma constante ao longo
da história da humanidade, é importante compreender as diferentes manifestações que ela
pode assumir e a forma como, ainda nos dias de hoje, a podemos analisar. Assim, podemos
primeiramente definir as migrações como deslocações de pessoas de uma zona para outra,
quer tal implique ou não uma mudança de residência. As causas que estão na origem destas
migrações podem ser de natureza diversa e incluir fatores económicos (a procura de uma
melhor qualidade de vida que não é possível de obter no local de origem), políticos (a
perseguição por parte de um regime), sociais (a existência de conflitos) ou mesmo ambientais
(o surgimento de catástrofes naturais). Quando se trata de migrações realizadas dentro de um
mesmo país, testemunhamos muitas vezes o fenómeno do chamado êxodo rural, m que uma
parte da população abandona uma zona rural para procurar melhores condições de vida num
meio urbano.
As migrações podem ser definidas no que toca à sua área, existindo:
- Migrações externas, que envolvem a deslocação para um país diferente, e que podem ser
intercontinentais (quando se muda de um continente para outro) ou intracontinentais (quando
se fica no mesmo continente).
- Migrações internas, que se realizam dentro de um mesmo país.
No que diz respeito à sua duração, as migrações podem ser:
- Definitivas ou permanentes- quando o migrante não tenciona voltar para o seu país de
origem e estabelecer-se permanentemente no local para onde se deslocou.
- Temporárias, quando o migrante tenciona ficar no novo local por um curto período de
tempo.
- Sazonais, quando são realizadas numa dada altura do ano e por um curto período de tempo.
É também importante distinguir entre:
- Imigrantes, que se referem aos indivíduos migrantes que entram num dado país.15
- Emigrantes, que se referem aos indivíduos migrantes que saem de um dado país.
Importa ainda referir as consequências demográficas e económicas da migração que afetam
os locais de partida e que são, em grande parte negativos (embora existam alguns positivos),
incluindo:
- Diminuição da taxa de natalidade- Diminuição da taxa de fecundidade- Diminuição da taxa
de crescimento natural- Diminuição da população absoluta e densidade populacional -
Envelhecimento da população- Aumento da taxa de mortalidade- Diminuição da população
ativa- Diminuição do dinamismo económico- Melhoria dos salários- Abandono dos campos
agrícolas nas áreas ruraisJá para os países de chegada as consequências incluem:- Aumento
da taxa de natalidade- Aumento da taxa de fecundidade- Aumento da taxa de crescimento
natural- Aumento da população absoluta- Aumento da densidade populacional-
Envelhecimento da população- Diminuição da taxa de mortalidade- Aumento da população
ativa-
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- Diminuição dos salários- Discriminação relativamente aos naturais- Crescimento de
conflitos sociais- Falta de habitação e consequentemente surgimento de bairros de lata
Apesar de as migrações não seguirem um padrão definido e fácil de calcular, se nos
limitarmos a levar em conta os óbitos e os nascimentos para estudar as alterações da
população (ou seja, calcular o saldo natural ou dinâmica natural) a nossa visão da dinâmica
demográfica será bastante redutiva. Assim, o primeiro passo para incluir os movimentos
migratórios nos estudos demográficos é o de calcular a dinâmica total de uma população, que
se descobre se se levar em conta tanto a dinâmica natural como a dinâmica migrat
Importa, pois, calcular a Taxa de Crescimento Anual Média, que se obtém através da soma do
saldo natural com o saldo migratório, ou seja:
Taxa de Crescimento Anual Média= Saldo natural +saldo migratório
Se o saldo natural se calcula através da diferença entre óbitos e nascimentos, o saldo
migratório é calculado através da diferença entre o número de população que abandonou uma
região e o número que entrou nessa região.
Para analisar os movimentos migratórios é possível recorrer tanto a métodos diretos como
métodos indiretos, sendo os primeiros aqueles que lidam diretamente com os dados
disponíveis e que se traduzem em taxas brutas. Estes métodos diretos podem incluir:
- Taxa bruta de emigração, que indica o número de emigrantes por cada 1000 habitantes e se
calcula da seguinte forma:
Número de emigrantes X 1000 População total média
- Taxa bruta de imigração, que indica o número de imigrantes por cada 1000 habitantes e se
calcula da seguinte forma:
Número de imigrantes X 1000

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População total média- Taxa bruta de migração total, que se calcula através da seguinte
formula,
Número emigrantes+ de imigrantes X 1000 População total média
Contudo, é uma vez que nem sempre é possível encontrar dados vigorosos e fiáveis
relativamente aos movimentos migratórios de uma região (problema com que os estudos
demográficos frequentemente se deparam), torna-se por vezes necessário recorrer a métodos
indiretos, que pretendem estudar a intensidade e dimensão de movimentos migratórios que
não podem ser analisados diretamente, e entre os quais se contam o método da equação de
concordância.
Bibliografia:
Backstrom, B. (2007). Demografia: Caderno Apoio. Lisboa: Universidade Aberta.

Leston Bandeira, M. (1996), Demografia e modernidade. Família e transição

demografica em Portugal. Lisboa: Imprensa Nacional Casa de Moeda.

Nazareth, Joaquim Manuel (2004) Demografia – A Ciência da População. Lisboa:

Editorial Presença.
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