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UTILIZAÇÃO DE LODO DE ETE NA PLANTAÇÃO DE CAFÉ NO

ESTADO DO ESPIRÍTO SANTO


USE OF SEWAGE SLUDGE IN THE PLANTING OF COFFEE IN THE
STATE OF ESPIRITO SANTO

LISANDRA SANCHES DOS SANTOS


Graduanda em Engenharia Química
ss_lisandra@hotmail.com

MATHEUS DE OLIVEIRA MATOS BORGES


Graduando em Engenharia Química
matheus.matos95@hotmail.com

LORENA DORNELAS MARSOLLA


Profª. Msc. Centro Universitário FAESA
lorena.marsolla@faesa.br

RESUMO

A função do saneamento básico é assegurar o fornecimento de água potável


adequada para o consumo, além de coleta e tratamento do efluente gerado e a
correta destinação final do mesmo e dos resíduos gerados pelo tratamento, como o
lodo. Identificar alternativas sustentáveis para o destino do lodo é importante para
minimizar impactos ambientais e econômicos, ele pode ser tratado e reutilizado na
produção agrícola. O objetivo desse trabalho é verificar a viabilidade de uso de lodo
de estação de tratamento de esgoto para fins agrícolas, no plantio de café no estado
do Espirito Santo. Para a aplicação do lodo em culturas, a Resolução Conama nº
375/2006 estabelece limites máximos para atendimento a alguns parâmetros. Dessa
forma, faz-se necessário o tratamento do lodo, como a higienização. O lodo é
composto de nutrientes essenciais ao desenvolvimento das plantas e melhora a
qualidade física e química do solo. A cafeicultura é a principal atividade agrícola do
Espírito Santo, que é o segundo maior produtor de café do Brasil. O estudo foi
realizado através de pesquisas bibliográficas. Concluiu-se que a utilização do
biossólido no cultivo de café e em diversas outras culturas mostrou-se viável e
benéfica em termos ambientais e econômicos.

Palavras-chave: Lodo. Agricultura. Biossólido. Café.

ABSTRACT

The role of basic sanitation is to ensure the supply of drinking water suitable for
consumption, in addition to the collection and treatment of the generated effluent, the
correct final destination of it and the waste generated by the treatment, such as
sludge. Identifying sustainable alternatives for the sludge destination is important to
minimize environmental and economic impacts, and it can be treated and reused in
agricultural production. The purpose of this work is to verify the feasibility of using
sludge from a sewage treatment in agriculture, in coffee planting in the state of
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Espírito Santo. For the application of sludge in plantation, Conama Resolution No.
375/2006 establishes maximum limits to meet certain parameters. Therefore, it is
necessary to treat the sludge, such as sanitation. Sludge is composed of nutrients
that are essencial to the development of the plants and improve the physical and
chemical quality of the soil. Coffee growing is the main agricultural activity in Espírito
Santo, which is the second largest coffee producer in Brazil. The study was carried
out through bibliographic searches. It was concluded that the use of biosolids in the
cultivation of coffee and in several other plantations proved to be viable and
beneficial in environmental and economic terms.

Keywords: Sludge. Agriculture. Biosolid. Coffee.

1 INTRODUÇÃO

O processo de urbanização vem solicitando cada vez mais a necessidade de


saneamento nas cidades. Entre as atribuições do saneamento está a de assegurar o
fornecimento de água potável e em quantidade adequada para o consumo humano,
coleta, tratamento e destinação final ambientalmente adequada, de águas
residuárias e resíduos sólidos, garantindo condições higiênicas e sanitárias, além de
conservar os recursos hídricos. (RIBEIRO; ROOKE, 2010).

Durante as etapas do tratamento de efluente são gerados resíduos sólidos em


quantidade variável, segundo o tipo de efluente e o sistema de tratamento adotado,
denominado lodo de esgoto. O destino final desse resíduo é de extrema importância
e exige uma alternativa segura em termos de saúde pública e ambiental. (JORDÃO;
PESSOA, 2005).

Aproximadamente metade dos custos operacionais de uma estação de tratamento é


aplicada no manejo do lodo, de modo que identificar alternativas para minimizar este
impacto representa um grande desafio tecnológico e econômico. (SMITH apud
LEMOS e outros, 2018).

Segundo Andreoli (2014) a destinação correta desse resíduo é um fator fundamental


para o sucesso de um sistema de saneamento. Entretanto, é um fator que nem
sempre acontece.

Os aterros sanitários são uma alternativa segura, em termos ambientais, para a


disposição final do lodo. Porém não é a única e definitiva solução para o problema.
Segundo Iwaki (2018) o lodo pode ser reciclado e reutilizado em diversas áreas
agrícolas, o que pode reduzir o uso de recursos naturais em processos produtivos,
3

beneficiar solos degradados, entre outras aplicações que vão agregar valor a algo
que até então só gerava custos para ser dispensado.

É fundamental encontrar uma solução para destinação final desse lodo


ambientalmente e economicamente adequada. Uma delas é seu uso na agricultura.
Existem diversas pesquisas e experimentos que mostram benefícios para esse uso.

O objetivo desse trabalho foi verificar a viabilidade do uso de lodo de estação de


tratamento de esgoto para fins agrícolas e no plantio de café no estado do Espirito
Santo.

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 SANEAMENTO BÁSICO

Segundo Souza (2009) o saneamento básico é importante para a qualidade de vida,


saúde, preservação do meio ambiente e desenvolvimento urbano. Além de diminuir
as fontes poluentes dos mananciais revigorando o mesmo. “Incorpora, pois, políticas
de abastecimento d´água, esgotamento sanitário, sistemas de drenagem, coleta e
tratamento dos resíduos sólidos.” (SOUZA, 2009, p. 44).

2.2 TRATAMENTO DE EFLUENTES

Segundo Jordão e Pessôa (2005) os efluentes geralmente são classificados em


efluentes sanitários ou domésticos e efluentes industriais e suas características
variam quantitativa e qualitativamente de acordo com a sua utilização.

O mesmo autor acrescenta que, as etapas de tratamento podem ser divididas em


etapas preliminares, primarias, secundarias e terciarias. Os processos de tratamento
podem ser classificados em processos físicos, onde se usa operações físicas para a
remoção de contaminantes, químicos, onde se utiliza compostos químicos e reações
químicas para o tratamento, e biológicos, que realiza o tratamento através da ação
de microrganismos para remover os contaminantes biológicos.

Segundo Mello (2007) a etapa preliminar consta na remoção de sólidos grosseiros


que é feita por gradeamento ou peneiramento e a remoção da areia através da
sedimentação. A etapa primária consiste na retirada de sólidos em suspensão
4

sedimentáveis e os sólidos flutuantes através da sedimentação. Grande parte


desses sólidos em suspensão são conhecidos como matéria orgânica. (SPERLING,
1995).

Segundo Chernicharo e outros (2008), nos decantadores primários ocorre a


sedimentação dos sólidos ao fundo, reduzindo parte da matéria orgânica e formando
o lodo primário. Esse lodo é retirado através de uma tubulação ou raspadores
mecânicos e bombas. (SPERLING, 1995).

De acordo com Sperling (1995) no tratamento secundário a principal finalidade é a


remoção de matéria orgânica, que é efetuada através de reações bioquímicas que
são realizadas por microrganismos. Em toda a etapa secundária se produz o lodo
secundário ou biológico. “Este lodo é a própria biomassa que cresceu à custa do
alimento fornecido pelo esgoto afluente”. (ANDREOLI; SPERLING; FERNANDES,
2014, p.16). Segundo Jordão e Pessôa (2005) o lodo secundário é composto
basicamente por matéria orgânica, nutrientes, como o nitrogênio e fósforo, e
organismos patogênicos.

De acordo com Andreoli, Sperling e Fernandes (2014), durante o tratamento de


efluentes sanitários são gerados subprodutos sólidos, tais como areia, escuma, lodo
primário e lodo secundário. O tratamento desses resíduos é uma etapa
indispensável no processo.

2.3 TRATAMENTO DO LODO

O tipo de tratamento do lodo vai variar e depender de suas características, do tipo


de tratamento que ele provém e do seu destino final. (ANDREOLI; SPERLING;
FERNANDES, 2014).

O lodo primário é formado nos tanques sépticos e decantadores primários e pode


possuir um forte odor, caso fique por muito tempo no decantador. O lodo biológico
(secundário) é a biomassa formada através da remoção de matéria orgânica dos
efluentes e não é estabilizado, necessitando de uma etapa posterior de digestão. O
lodo digerido já sofreu estabilização biológica aeróbia ou anaeróbia e não requer
etapa posterior de digestão. (ANDREOLI; SPERLING; FERNANDES, 2014).

2.3.1 Etapas do tratamento do lodo


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2.3.1.1 Adensamento

A etapa de adensamento tem por objetivo aumentar a concentração de sólidos no


lodo, reduzindo sua umidade e consequentemente seu volume. (MIKI; SOBRINHO;
HAANDEL, 2006). Os tipos de adensamento mais comuns são: por gravidade,
flotação, centrífugas e filtro prensa. (ANDREOLI; SPERLING; FERNANDES, 2014).

2.3.1.2 Estabilização

O processo de estabilização visa reduzir os odores através da remoção da matéria


orgânica biodegradável e também os organismos patógenos. Esses dois fatores têm
uma importância variável, e vai depender do destino final previsto para o lodo. A
estabilização do lodo é de extrema importância caso seja reutilizado para fins
agrícolas. Os processos de estabilização do lodo se dão por digestão anaeróbia,
digestão aeróbia, compostagem, estabilização química onde são adicionados
produtos químicos, pasteurização e secagem térmica. (ANDREOLI, 2001).

2.3.1.3 Condicionamento

É um processo de preparação para a desidratação do lodo. Produtos químicos são


adicionados, com a finalidade de promover coagulação e floculação, para melhorar a
detenção de sólidos na etapa de desaguamento. (ANDREOLI; SPERLING;
FERNANDES, 2014).

2.3.1.4 Desaguamento

Segundo Andreoli (2001), o desaguamento ou desidratação tem por finalidade


diminuir ainda mais seu volume reduzindo sua umidade, com objetivo de torna-lo
cada vez mais sólido.

“A desidratação do lodo tem impacto importante nos custos de transporte e destino


final, além de influenciar de maneira decisiva o manuseio do lodo, já que o
comportamento mecânico deste varia com o teor de umidade.” (ANDREOLI;
SPERLING; FERNANDES, 2014, p.30). Os mesmos autores completam que os
processos utilizados nessa etapa são leitos de secagem, lagoas de lodo, filtro
prensa, centrífuga, filtro prensa de esteiras, filtro a vácuo e secagem térmica.
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2.3.1.5 Higienização

De acordo com Andreoli (2001) o lodo concentra diversos tipos de organismos que
provem do efluente sanitário. São organismos que podem trazer prejuízos a saúde,
bem-estar e para o meio ambiente devido à grande parte deles serem patogênicos.
Para sua utilização na agricultura, esta etapa é muito importante para garantir
qualidade e segurança, pois os patógenos trariam resultados negativos para esse
fim. Quanto mais restritivo for o seu uso, mais rigorosa deve ser a higienização.

Para essa etapa são usados processos como a adição de cal, tratamento térmico,
compostagem, oxidação úmida, radiação gama entre outros. Para disposição do
lodo em aterros sanitários, essa etapa não é tão rigorosa. Após ser higienizado, o
lodo passa a ser classificado como biossólido. (ANDREOLI; SPERLING;
FERNANDES, 2014).

2.3.1.6 Disposição final

A disposição final desse resíduo é complexa, pois envolve aspectos técnicos,


econômicos, ambientais e legais que vão além dos limites das estações de
tratamento. O destino final adequado é de extrema importância. Existem várias
alternativas tecnicamente aceitáveis para esse fim. O lodo pode ser depositado em
aterros sanitários, incineração ou landfarming quando sua valorização e reutilização
não são viáveis, tendo um controle e monitoramento frequente. Mas o interessante
sustentavelmente e economicamente seria sua reutilização, como sua disposição
para fins agrícolas na aplicação no solo, áreas de reflorestamento ou como
fertilizantes, desde que obedeça aos padrões de qualidade requeridos, normas e
levando em consideração o tipo de solo e sua composição juntamente com a do
lodo. (ANDREOLI; SPERLING; FERNANDES, 2014).

2.4 UTILIZAÇÃO DO LODO NA AGRICULTURA

O biossólido é composto por diversos nutrientes que são essenciais ao


desenvolvimento das plantas. Outro benefício é que ele fornece os principais
nutrientes que o solo precisa, além de melhorar a qualidade física do solo.
(ANDREOLI; SPERLING; FERNANDES, 2014).
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Os nutrientes mais encontrados no lodo é o nitrogênio e o fósforo. O cálcio,


magnésio e também o potássio são encontrados em menor quantidade. Os
micronutrientes mais encontrados são o cobre, zinco e manganês e uma quantidade
menor de boro, molibdênio e cloro. (COSTA e outros, 2011).

Na Tabela 1 estão apresentados alguns componentes presentes no lodo da


Companhia Espírito Santense de Saneamento - CESAN, e alguns estercos, que são
os principais parâmetros de valor agronômico.

Tabela 1 - Composição de lodos brutos gerados em processos de tratamento aeróbio e


anaeróbio e outros resíduos orgânicos, expressa em % em relação ao peso seco.

Resíduos Tipos de Unidades MO pH N P K Ca Mg C/N


Orgânicos Tratamento %

Lodo de ETE CESAN


Pedro
UASB 23 43 4,8 2,4 0,5 0,5 0,5 0,1 10/1
Canário
Castelo UASB 14 50 6,1 2,9 0,6 0,5 0,7 0,1 10/1
Venda Nova UASB 18 46 5,4 2,7 0,6 0,5 0,6 0,1 11/1
Jardim
UASB 32 44 4,3 2,5 0,5 0,8 1 0,15 10/1
Botânico
Vale
UASB 40 36 5 2,3 0,5 0,7 1 0,2 9/1
Encantado
Mantenópolis UASB 17 37 5,4 2,3 0,6 0,9 0,9 0,2 9/1
Marcílio de Lodo
37 48 5,9 2,9 1,8 0,6 0,9 0,2 9/1
Noronha Ativado
Araças 81 71 5,9 3,7 3,5 0,5 0,9 0,2 9/1
Estercos
Cama de
26 73 8 2 1,9 2,2 7,7 0,4 21/1
Frango
Esterco 54 45 8,4 1,5 0,5 1,8 1 0,5 18/1

UASB: Reator Anaeróbico de Manta de Lodo de Fluxo Ascendente; MO: Matéria Orgânica;
N: Nitrogênio; P: Fósforo; K: Potássio; Ca: Cálcio; Mg: Magnésio; C/N: Relação de
Carbono/Nitrogênio.

Fonte: COSTA, 2011.

Observou-se que as concentrações de matéria orgânica e de nutrientes presentes


no lodo são compatíveis com as encontradas nos adubos orgânicos convencional,
que são normalmente aplicados em solos agrícolas. O lodo também contém
microrganismos, sendo grande parte causadores de doenças. Também pode ser
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encontrado em sua composição metais pesados e poluentes orgânicos. Logo, se faz


necessária a etapa de higienização para uso agrícola, para adequação ambiental do
solo e das culturas a serem exploradas, para não haver nenhum tipo de prejuízo.
(COSTA e outros, 2011).

2.5 ASPECTOS LEGAIS DA UTILIZAÇÃO DO LODO

Para que o lodo possa ser utilizado na agricultura, o Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) estabeleceu a Resolução Nº 375, de 29 de agosto de 2006,
que “define critérios e procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto
gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados,
e dá outras providências.” (BRASIL, 2006).

A resolução Conama nº 375/2006 limita a existência de grupos de micro-organismos


patogênicos de origem humana ou animal, que podem estar presentes no lodo como
os helmintos, protozoários, fungos, vírus e bactérias, e algumas substâncias
inorgânicas, que são indicadores da qualidade do biossólido. Além disso, há uma
classificação do biossólido em classe A e B. Onde a classe A, a principio, pode ser
aplicada em qualquer cultura desde que os limites físico-químicos e microbiológicos
estejam atendidos. A classe B se difere da A, pois a presença de coliformes
termotolerantes e ovos viáveis de helmintos é menos restrita e se aplica ao cultivo
de café, silvicultura e culturas para produção de fibras e óleos. (BRASIL, 2006).

Além disso, a Resolução ainda estabelece alguns critérios que restringe o uso do
biossólido quanto à localidade e aptidão do solo nas áreas aplicadas. Logo, não é
permitida a utilização do lodo em áreas de conservação ambiental, de preservação
permanente e de preservação de mananciais, em zonas de transporte de água para
fontes de água mineral, em balneários e estâncias de águas minerais e potáveis de
mesa, em solos rasos com menos de 50 centímetros de espessura até o horizonte
C, em áreas com profundidade do lençol freático menor que 1,5 metros, em
proximidade á poços rasos, residências e vias públicas e a forma de aplicação de
acordo com a declividade da parcela. (BRASIL, 2006).

De acordo com essa Resolução, uma pesquisa realizada pela CESAN – Companhia
Espírito Santense de Saneamento junto com o Incaper definiu as áreas mais aptas
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para a aplicação do biossólido no estado do Espírito Santo. Concluíram que a área


mais apta é a região Norte do Estado, conforme demonstrado na Figura 1.

Figura 1 – Potencial de aplicação de biossólido no estado do Espírito Santo.

Fonte: Geobases, 2013.

2.6 PLANTIO DE CAFÉ NO ESPÍRITO SANTO

Segundo informações do Incaper (2019), a cafeicultura é a principal atividade


agrícola do Espírito Santo, desenvolvida em todos os municípios capixabas (exceto
Vitória) e está presente em 60 das 90 mil propriedades agrícolas do Estado, além de
empregar em torno de 400 mil pessoas. É o segundo maior produtor de café no
Brasil, com expressiva produção de arábica e conilon.

Segundo os dados da PAM (IBGE), o Espírito Santo produziu 13,5


milhões de sacas de café de 60 kg em 2018, somados as duas
espécies: Conilon e Arábica. Assim, o estado respondeu por 22,8%
da produção brasileira das duas espécies de café e 8,5% da
produção mundial. (BEIRAL, 2020, p. 27).

A autora completa que se considerar o Espírito Santo no contexto mundial, o estado


se destaca, sendo um dos principais produtores de café no mundo. E entre os anos
de 2010 a 2018, o café representou 65,5% do valor bruto da agricultura capixaba.

3 METODOLOGIA
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Para a elaboração desse estudo, foram realizadas pesquisas bibliográficas em


livros, artigos e manuais com o objetivo de conhecer a composição e as
características do lodo gerado nas estações de tratamento de efluentes. Após essa
abordagem, foi feito um levantamento de dados através de trabalhos e estudos já
realizados sobre a disposição final desse resíduo.

Foi feita uma pesquisa nas legislações ambientais. Dessa forma, foi utilizado o
Conama para consultar todos os padrões e normas que devem ser seguidos para a
utilização do lodo na agricultura. Após a leitura dessas normas, foi feito um estudo
sobre os tipos de tratamento e higienização adequada para que se consiga utilizar o
lodo na plantação de café sem que ele cause riscos a plantação e a população.
Foram feitas buscas e pesquisas em projetos com experimentos e estudos já
realizados sobre a higienização desse lodo e sua eficiência, e sua posterior
aplicação na agricultura.

Para estudar a viabilidade dessa aplicação, foram feitas pesquisas e leituras em


livros, artigos e experimentos já realizados, com a utilização do lodo na plantação de
café, para se avaliar e compreender os benefícios que irá trazer, economicamente e
ambientalmente, para essa destinação final do lodo.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Costa e outros (2011) afirmam que a quantidade média de lodo gerado nas
estações de tratamento de efluente, operadas pela Cesan - Companhia Espírito
Santense de Saneamento, na região da Grande Vitória é cerca de 350
toneladas/mês e no interior do Estado 70 toneladas/mês. Porém á medida que se
aumenta a coleta e tratamento de efluente ocorre um aumento significativo na
produção de lodo. Esse lodo é um material rico em matéria orgânica, elevado teor de
umidade e concentrações representativas de nutrientes, como o nitrogênio e outros
minerais que são essenciais á produção e desenvolvimento agrícola.

Os mesmos autores ainda mostraram que nas análises feitas nos lodos brutos de
vários municípios do Espírito Santo foi encontrado valores de microrganismos
patogênicos acima dos valores estabelecidos e permitidos pela legislação, resolução
Conama nº 375/2006 e Instrução Normativa nº 27/2006 do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa), sendo necessária a sua higienização.
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A Resolução Conama nº 375/2006 também limita quantidade de metais pesados no


lodo para utilização na agricultura, mas segundo Andreoli (2001) o lodo de efluente
sanitário contém baixas concentrações de metais pesados. Sendo assim, a maior
preocupação com a utilização do lodo para este fim é com a presença de
microrganismos.

Em relação aos patógenos presentes no lodo para a utilização na agricultura, a


legislação Conama nº 375/2006 estabelece limites máximos, conforme apresentado
na Tabela 2.

Tabela 2 - Classes de lodo de esgoto ou produto derivado - agentes patogênicos segundo a


legislação Conama nº 375/2006.

Tipo de lodo de esgoto ou


Concentração de patógenos
produto derivado

Coliformes Termotolerantes < 103 NMP/g de ST

Ovos viáveis de helmintos < 0,25 ovo/g de ST


A
Salmonella ausência em 10 g de ST

Vírus < 0,25 UFP ou UFF/g de ST

Coliformes Termotolerantes < 106 NMP/g ST


B
Ovos viáveis de helmintos < 10 ovos/g de ST

ST: Sólidos Totais; NMP: Número Mais Provável; UFF: Unidade Formadora de Foco; UFP:
Unidade Formadora de Placa.

Fonte: BRASIL, 2006.

Após os processos de tratamento do lodo é necessária sua higienização para fins


agrícolas objetivando a remoção de patogênicos. As principais técnicas que podem
ser realizadas para esta finalidade são a compostagem, digestão aeróbia auto
térmica, estabilização alcalina, pasteurização e secagem térmica. Porém, tais
técnicas não eliminam totalmente os microrganismos patogênicos, porém, ocorre
uma diminuição significativa dos patogênicos de modo que se enquadre aos limites
exigidos pela legislação, não causando dano a produção agrícola a que se destina.
(COSTA e outros, 2011).
12

Através dos resultados obtidos por Costa e outros (2010) onde o lodo foi
higienizado com cal virgem, notou-se que, no solo onde o biossólido foi aplicado,
houve uma elevação do pH e de Ca2+ e a redução de Al3+ em próximo a zero. Visto
que a cal tem o poder de neutralizar os níveis de acidez do solo, o que é benéfico,
pois “a correção da acidez do solo insolubiliza o alumínio na forma de hidróxido,
decaindo os teores de Al3+ em solução”. (Costa e outros, 2010, p.5). Além de
atender as exigências da legislação quanto à presença de patógenos e metais.

A eficácia da eliminação de ovos de helmintos do lodo pode ser observada pelos


resultados encontrados por Corrêa, Corrêa e Fonseca (2007) que realizaram o
processo de compostagem, com poda de árvores, serragem e lodo de esgoto e
obtiveram em torno de 93 a 100% de eficiência de eliminação. Após o processo de
compostagem, os autores realizaram ainda o processo de vermicompostagem, o
que resultou em um biossólido livre de ovos de helmintos, o que implica sua livre
utilização para fins agrícolas, atendendo a legislação.

Fologari, Philippi e Reis (2012) estudaram a técnica de secagem térmica, onde


avaliaram a eliminação de Escherichia coli do lodo através da aplicação de
diferentes temperaturas. Notaram que a exposição do lodo a temperaturas
superiores a 55ºC seria suficiente para reduzir a concentração dessa bactéria e
atender a legislação, onde o biossólido se enquadraria na Classe A, levando em
consideração a presença de coliformes termotolerantes. Porém, outras análises
precisariam ser feitas para se observar a quantidade de ovos de helmintos, que
também é um fator que permite ou não a utilização na agricultura.

Silva e outros (2009) constataram que o tratamento aeróbio conjugado, como


processo de degradação biológica do lodo, obteve a eliminação total de ovos de
helmintos e uma transformação na faixa de 54% do lodo em biossólido de Classe A
e Classe B, de acordo com a quantidade presente de coliformes termotolerantes.
Logo o tratamento se mostra viável para uso agrícola.

Quanto aos nutrientes contidos nos lodos, no trabalho desenvolvido por Lobo (2006)
a utilização do lodo de efluente como fonte de nitrogênio na cultura do girassol pode
substituir o nitrogênio da adubação mineral, pois se notou uma melhora na
produtividade do grão, do rendimento de óleo e de matéria seca com o seu uso.
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Na utilização de lodo higienizado na adubação de seringueira, no município da Serra


– ES, Prudêncio e Costa (2016) concluíram que o biossólido pode suprir de forma
positiva as necessidades dessa cultura, pois atende suas necessidades nutricionais
além de contribuir para um ótimo desenvolvimento. A utilização do biossólido se
mostrou viável, e compatível com os adubos orgânicos e químicos convencionais. A
matéria orgânica do lodo higienizado com cal virgem vai se decompondo
lentamente, de modo que a disponibilidade de nitrogênio permanece por tempo
prolongado no solo, logo se faz um melhor aproveitamento dos nutrientes do
biossólido no solo.

Em cultura de feijão, foi utilizado lodo de efluente compostado, como forma de


higienização para eliminar os microrganismos patogênicos, para se enquadrar ás
legislações. Foram utilizadas doses altas do biossólido (10.000, 20.000, 30.000,
40.000 kg/ha). Com o aumento da dose de biossólido no solo, houve também um
aumento no número de vagens, no rendimento de matéria seca de folhas, caules e
raízes, melhorando a produtividade do cultivo da planta. (LOBO e outros, 2015).
Para mesma cultura, Prado e Cunha (2011) concluíram que o biossólido é uma boa
fonte de nitrogênio para o solo.

A aplicação do biossólido na plantação de bananeira no Espirito Santo, que foi


tratado com 30% de cal virgem, resultou em efeitos benéficos e eficientes quando
comparado com a adubação orgânica convencional e química no desenvolvimento
do plantio nos parâmetros avaliados por Costa e outros (2010).

Costa e outros (2011) também fizeram comparação, utilizando lodo higienizado com
cal virgem, adubação química e esterco de cama de frango no plantio de açaí. Eles
analisaram a altura da planta e o diâmetro do caule. Chegaram a conclusão que o
biossólido se mostrou como a melhor forma de adubação, pois apresentou um
crescimento maior da planta e maior diâmetro do caule comparado aos outros em
estudo.

Segundo estudos de Gomes, Nascimento e Biondi (2009), foi utilizado lodo de


efluente, compostado com palha de feijão, para o processo de semeadura de milho.
Foi observado no experimento que com o aumento de doses do biossólido,
proporcionou um crescimento da produção de grãos de milho aumentando sua
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produtividade. Outros autores também citaram o efeito positivo do uso do lodo no


plantio do milho, como no trabalho realizado por Martins e outros (2003) em que
houve também um aumento na produção de grãos e massa seca do milho, assim
como no trabalho realizado por Simonete e outros (2003) que também notou o
favorecimento dos macronutrientes no solo.

A adubação nitrogenada tem um custo elevado, o que se incentiva a procura por um


caminho que seja mais viável em termos econômicos. Dessa forma, o uso do lodo
na plantação de café se mostra como uma alternativa que pode ser adotada, desde
que respeite os critérios técnicos exigidos. (COSTA e outros, 2010).

Fassarella e Simão (2011) avaliaram o crescimento de mudas de café arábica no sul


do Espirito Santo com a aplicação de diferentes doses de lodo de esgoto, sendo elas
de 0%, 15%, 30%, 45% e 60%. Os resultados foram observados e analisados por
um período de 12 meses. Após esse período, eles constataram que o lodo contribuiu
de maneira positiva para o crescimento das mudas de café. Esse crescimento
aumentou até a dosagem de 30%. O leve declínio em dosagens superiores pode ser
explicado pelo aumento de nutrientes no solo.

Para a avaliação da influência do lodo de efluente no desenvolvimento do café


conilon, em Jerônimo Monteiro no estado do Espírito Santo, Araújo e outros (2009)
utilizaram diferentes doses de lodo, previamente tratadas com cal virgem por um
período de 15 dias, para se avaliar o desenvolvimento da área foliar do café. O
experimento durou 180 dias. Eles observaram que a matéria orgânica presente no
lodo aumenta a retenção de água no solo, o que favorece o desenvolvimento da
planta, e como consequência há o aumento do índice da área foliar.

Em um experimento realizado em Londrina – PR por um período de 6 meses, foram


utilizadas doses diferentes de lodo no plantio de café para avaliar o desenvolvimento
e nutrição da cultura. Houve um maior crescimento da cultura e um maior volume de
raízes com doses de lodo para neutralizar metade da acidez extraída. As
concentrações de metais pesados se encontram dentro do permitido pela legislação.
Concluiu-se que o lodo é um ótimo substituto dos fertilizantes inorgânicos, pois
melhorou positivamente as características do solo, como o pH que se elevou, e
15

mostrou ótimos resultados no crescimento e desenvolvimento cafeeiro. (CHAVES e


outros, 2001).

Jardim e outros (2007) concluíram também que na cultura de café onde foi utilizado
o lodo resultou em um bom crescimento em questão de altura, o que seria viável
satisfatoriamente para seu desenvolvimento no campo.

Ainda se pode afirmar que a aplicação de lodo de efluente, segundo Martins,


Camargo e Bataglia (2005), não modificou a qualidade da bebida do café, nas
situações analisadas.

Martins e outros (2015) concluíram que, com a utilização de lodo na plantação de


café como condicionador do solo, as concentrações de elementos químicos no solo
(fora o enxofre) juntamente com os teores de nutrientes encontrados nas folhas
estão de acordo com os que normalmente se encontram em plantios cafeeiros sem
a utilização do lodo, quando se utiliza apenas adubos minerais. Fator que viabiliza a
utilização do biossólido na cafeicultura, pois não haveria prejuízo para o plantio.

O estudo efetuado na área de plantio de café arábica, no Centro Regional de


Desenvolvimento Rural Centro-Serrano, do Instituto Capixaba de Pesquisa,
Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), utilizou lodo de estação de
tratamento de efluente doméstico higienizado com 30% de cal virgem no plantio de
café arábica como fonte de nitrogênio contendo 0,7% de nitrogênio e 48% de
umidade em doses crescentes correspondentes a 82, 162, 242, 322, 402 e 482
kg/ha de nitrogênio que foram aplicadas de 4 em 4 meses. O resultado foi positivo
na cafeicultura, pois foi verificado que as crescentes doses de biossólido aplicada
foram proporcionando maiores colheitas. O biossólido também foi responsável pelo
aumento do pH, do teor de Ca e da capacidade de troca de cátions (CTC), o que são
benéficos para o plantio. A maior e melhor produtividade alcançada foi relativa a
maior dose de lodo aplicada. O biossólido utilizado atendeu aos padrões
estabelecidos pela legislação. (COSTA e outros, 2010).

No experimento realizado ao Norte do Espirito Santo, com a cultura de café conilon,


utilizando lodo higienizado com 30% de cal virgem, foi observado um
desenvolvimento favorável com a aplicação do biossólido, gerando resultados
positivos, com 7,2 kg por planta dividida em três aplicações, o que resulta a 24 t/ha
16

em um ano de plantio, o que corresponde a 20g de nitrogênio por planta. (COSTA e


outros, 2011).

Rosa (2018) constatou que o biossólido, depois de estabilizado para atender a


legislação brasileira, pode ser utilizado na composição de substratos para o plantio
de café conilon, pois propõe um bom desenvolvimento das mudas. A utilização do
lodo colabora com a diminuição dos gastos de recursos públicos em aterros
sanitários para o destino desse resíduo. Logo, se mostra como uma alternativa
viável economicamente e ambientalmente.

5 CONCLUSÃO

A utilização do biossólido na agricultura em diversas culturas e na plantação de café


mostrou-se viável e benéfica, em termos ambientais e econômicos, já que esse
resíduo pode substituir ou completar a adubação química convencional além de
diminuir a sobrecarga em aterros sanitários, agregando valor ao resíduo.

Desde que tratado e higienizado pelos processos de compostagem, adição de cal


virgem, secagem térmica entre outros, para que atenda aos limites exigidos pela
legislação quanto à presença de microrganismos patogênicos e metais pesados, o
biossólido pode ser usado na agricultura.

Sua utilização obteve resultados positivos em diversas pesquisas e culturas, já que o


biossólido é um grande fornecedor de nutrientes que normalmente o solo precisa.
Observou-se uma melhora no desenvolvimento das plantas e nos aspectos físicos e
químicos do solo.

A cultura de café é extremamente forte no Espirito Santo e o nutriente mais exigido


pela planta é o nitrogênio, como a adubação nitrogenada tem um custo mais
elevado, o biossólido se mostrou uma ótima alternativa para esse cultivo, pois é uma
excelente fonte de nitrogênio e proporciona um favorável desenvolvimento da
plantação cafeeira.

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