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Reutilizacao Areia Regenerada Termicamente
Reutilizacao Areia Regenerada Termicamente
RESUMO
ABSTRACT
It was studied the technological properties of the thermally reclaimed core sand and the
influence of the characteristics in the rebonding process in the phenolic urethane Cold
Box process.
The reclamation process applied consists of industrial plant based on the technology of
fluidized bed calciner system. After reclamation, the sands were rebonded in laboratory
for evaluation of the mechanical properties, followed by the physical and chemical
characterization of the base sand, discussion and comparison with the characteristics
and properties of the new sands. It was verified that the reclaimed sand presents
differentiated physical and chemical characteristics in relation to the new sands, which
don't affect the mechanical properties but they reduce bench life of the mixtures.
1. INTRODUÇÃO
As tendências de gerenciamento ambiental têm evoluído em função da
regulamentação mundial estabelecida para as questões de desenvolvimento
sustentável, de forma a substituir as alternativas corretivas por medidas preventivas.
A diminuição da geração de resíduos e a reciclagem dos mesmos constituem
práticas consideradas básicas e necessárias, atingindo objetivos de natureza ambiental
e econômica, através da redução de consumo de materiais e economia de taxas de
disposição em aterros controlados.
A indústria de fundição, apesar de empregar em seu processo grandes
quantidades de materiais metálicos reciclados, possui como um dos principais
excedentes de seu processo de fabricação as areias residuais dos sistemas de
moldagem e macharia, as quais não são classificadas como materiais inertes para a
disposição.
A regeneração de areias de fundição é um tema apresentado na literatura há
mais de 40 anos, sendo aplicada através de diferentes processos em fundições do
mundo todo. Atualmente constitui uma alternativa técnica e economicamente viável,
dependendo dos volumes a regenerar, sendo considerada uma operação padrão da
indústria de fundição.
A regeneração de areia é o processo pelo qual as areias de moldagem e
macharia tornam-se reaplicáveis, podendo substituir total ou parcialmente a areia nova
[1] e consiste no tratamento físico, químico ou térmico de um agregado refratário para
permitir sua reutilização sem significante perda das propriedades originais na aplicação
envolvida [2, 3].
O processo não deve ser confundido com a recuperação de areia, a qual
consiste na reintrodução da areia usada no próprio sistema, sendo necessário apenas a
aplicação de operações de desagregação de grumos e remoção de finos e materiais
metálicos [3, 4].
As propriedades tecnológicas de reaplicação do material são função das
características físico-químicas do agregado base regenerado, as quais são definidas
pelo tipo de processamento aplicado.
A qualidade da areia-base possui efeito dramático no desempenho do processo
de macharia Caixa Fria. As características granulométricas, morfológicas, químicas e
aspectos como temperatura e umidade influenciam diretamente na vida útil da mistura
bem como nas propriedades mecânicas dos machos [5, 6].
As areias regeneradas podem possuir suas características físicas e químicas
alteradas em função das operações unitárias a que são submetidas bem como pela
presença de agentes contaminantes residuais oriundos do processo de macharia. Tais
características modificadas podem influenciar negativamente no desempenho do
sistema ligante e serão abordadas a seguir.
2. MÉTODOS EXPERIMENTAIS
O objetivo do presente trabalho consiste na avaliação das propriedades
tecnológicas da areia regenerada e estudo das características de influência da areia
base no processo de religação através do sistema ligante Caixa Fria fenólico uretânico.
O trabalho experimental foi subdivido nas seguintes etapas:
3
Amostragem
Ensaios tecnológicos
Ensaios analíticos
• Umidade
• Perda ao fogo
• Granulometria
• Aspecto superficial
• Demanda ácida
• Análise química
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
PROPRIEDADES MECÂNICAS
231
240 219 206
189
200
167
RESISTÊNCIA N/cm 2
160 141
120 95
84 86
80
40
0
PROCESSO
PADRÃO
PROCESSO
PADRÃO
PROCESSO
PADRÃO
REGEN.
REGEN.
REGEN.
100
80
RESISTÊNCIA N/cm2
60
40
20
0
0 0,5 1 2 3 4
TEMPO (h)
Adotando-se outro critério para definição da vida de banca, como por exemplo,
uma redução máxima de 30% da resistência inicial (tempo zero), observa-se que a
areia regenerada apresentaria uma vida de banca de aproximadamente 1 hora contra
aproximadamente 3,5 horas das areias de processo e padrão.
Em suma, pode-se afirmar que as propriedades de resistência à tração imediata,
após 24 horas e após 24 horas em câmara úmida da areia regenerada não foram
afetadas significativamente, observado pelos resultados das propriedades mecânicas
similares aos da areia de processo. Verifica-se, porém, que as características de vida
de banca da areia regenerada foram afetadas de forma negativa enquanto que as
areias novas (processo e padrão) possuem tendências similares.
UMIDADE
0,05
0,04
0,03
0,03
%
0,02
0,01 0,01
0,01
0,00
REG. L. F. PROCESSO PADRÃO
AREIAS
L. I. E.
O teor de umidade da areia regenerada inferior aos das areias novas – processo
e padrão – é característico do processo térmico aplicado – calcinação - e consiste em
uma informação utilizada na avaliação do processo de secagem do material
regenerado.
PERDA AO FOGO
1,60
1,37 1,36
1,40
1,20
1,00
%
0,80
0,60
0,40
0,20
0,20 0,12
0,06
0,00
MACHO CAIXA DESTOR. REGEN. PROCESSO PADRÃO
FRIA
AREIAS
Região de Partículas
quebra de aderidas
ligação
Filme de
resina
onde:
PF = perda ao fogo
u = areia usada
r = areia regenerada
0,20 70
AFS
AFS
0,10
30
0,08
0,06 20
0,04
10
0,02
0,00 0
R EG EN . P R O C ES S O P A D R ÃO R EG EN . PR O C ESSO PA D R Ã O
3 2,35
1,70
1,66
2 1,65
1,60
1,60
2 1,30
1,20
%
1,55
1 1,51
1,50
1
1,45
0 1,40
R EG EN . PR O C ESSO PA D R Ã O R EG EN . PR O C ESSO PA D R Ã O
(a) (b)
(a) (b)
Figura 11. Morfologia de amostra de areia de processo com aumentos de (a)
150X e (b) 350X.
2 1,80
20
15
m l NaOH
11,30
m l NaOH
9,50 1
10
4,50 0,40
5 0,20
0
0 R EG EN . PR O C ESSO PA D R Ã O
R EG EN . PR O C ESSO PA D R Ã O
AREIAS
AREIAS
L. I. E. (a) L. I. E.
(b)
DEMANDA ÁCIDA
40
35
35
31,4
28,1
30
25,8
25
ml NaOH
17,2
20
15
11,3
9,3
10
3,9
5
1,7
1,7
1,1
0
pH 2 FINOS pH 6 FINOS pH 2 AGIT. 24 h pH 6 AGIT. 24 h
54
34
30
mg/Kg
20 19
16 16
9
6
3
COMPOSTOS
REGEN. PROCESSO
43,02
45
40
34,4
35
30
25
%
20
15 11,38
10 6,18
5 2,65
0,025 0,73 0,81 0,79 0,012
0
K2O
SiO2
Fe2O3
Al2O3
CaO
TiO2
ZrO2
MnO2
MgO
Perdas
COMPOSTOS
4. CONCLUSÃO
Considerando-se que o objetivo inicial do trabalho consistia na avaliação do
comportamento de religação da areia regenerada e estudo das características de
influência da areia base, as conclusões obtidas podem ser resumidas conforme segue:
• As etapas de atrição dos sistemas de regeneração fragmentam e desgastam
os grãos de areia promovendo o arredondamento dos mesmos;
• O desgaste dos grãos proporciona a geração de uma maior quantidade
partículas finas ao produto regenerado, as quais estão associadas à
intensidade da ação mecânica aplicada e à eficiência do sistema de exaustão
da planta regeneradora;
• A fração fina das amostras tende a acumular os contaminantes, os quais são
constituídas por pequenas partículas e apresentam valores elevados de área
superficial com conseqüente maior reatividade;
• A fração contaminante do material estudado possui a presença de óxidos
alcalinos não removidos durante o processo de exaustão, os quais atuam de
forma negativa no mecanismo de cura do sistema ligante;
• As tintas refratárias constituem uma provável fonte de partículas finas de
caráter alcalino, as quais, por serem refratárias, não são eliminadas através
do processo de calcinação. Dependendo da eficiência de exaustão, não são
totalmente removidas após combustão e permanecem como contaminantes
na areia regenerada;
• As propriedades tecnológicas – resistência à tração imediata, após 24 horas e
após 24 horas em câmara úmida - não demonstraram terem sido
significativamente influenciadas pelas características das areias-base
regeneradas;
• As propriedades de vida de banca foram afetadas negativamente em função
da reatividade da areia-base regenerada, identificada pelos elevados valores
de demanda ácida;
• O processo térmico de regeneração utilizado possui grande eficiência de
calcinação, gerando material com teores de carga orgânica inferiores à areia
nova;
• O sistema regenerador aplicado produz areia com grau de pureza
considerado adequado, possuindo um baixo nível de contaminantes e
apresentando características adequadas para a reutilização.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2. GOOD, G. Thermal sand reclamation joins foundry and supplier skills. Modern
Casting, v. 81, n. 7, jul. 1991, p. 27-29.
18
6. ARCHIBALD, J., CAREY, P. Part X - The Phenolic Urethane Amine Cold Box
System. Foundry Management & Technology, mar. 1995, p. 53-58.
8. SARDELLA, A., MATEUS, E. Curso de Química. Química Geral, 21ª ed. São
Paulo, Ática S.A., v. 1, 1995, p. 262-296.